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Envenenamento: intervenção rápida e tratamento na

emergência

Os dados da epidemiologia revelam que, a cada ano,


entre 1,5% e 3,0% da população global enfrenta casos de
intoxicação causados por agentes externos. No contexto
brasileiro, registram-se aproximadamente 4,8 milhões de
casos anualmente, com uma taxa de mortalidade que
varia entre 0,1% e 0,4% das intoxicações.
As crianças, especialmente aquelas com menos de 5
anos de idade, estão em maior risco de envenenamento
acidental devido à curiosidade e ao acesso a substâncias
tóxicas. Por outro lado, tentativas de suicídio por
envenenamento tendem a ser mais comuns em adultos.
O que é um envenenamento?
O envenenamento consiste em uma condição em que uma pessoa é à exposta a substâncias venenosas.
Essas substâncias podem ser:
•Ingeridas
•Inaladas
•Absorvidas pela pele ou pelos olhos
O envenenamento pode ser acidental, intencional (como uma tentativa de suicídio ou homicídio) ou ocupacional
(exposição no local de trabalho).

Quais os tipos mais comuns de substâncias que podem causar envenamento?


O envenenamento agudo, ou intoxicação aguda, ocorre quando uma pessoa entra em contato com uma
substância tóxica, seja por inalação, contato direto com a pele ou ingestão. A maioria dos casos de
envenenamento ocorre dentro de residências e frequentemente envolve crianças.
Além disso, intoxicações podem manifestar-se de forma aguda ou crônica. Um exemplo é o benzeno, uma
substância que tem o potencial de desencadear a aplasia de medula óssea e, em casos mais graves, leucemia.

Animais peçonhentos
Uma série de animais e insetos devem ser conhecidos, pois têm a capacidade de picar ou morder e,
consequentemente, causar infecções.
Em locais como sítios ou casas de praia, deve-se ter cautela ao manusear tábuas ou materiais empilhados, pois
podem servir de abrigo para escorpiões ou aranhas. Além disso, ao adentrar áreas rurais ou de mata, é
aconselhável o uso de botas como medida preventiva contra picadas de cobras.
Quando se deparar com uma colmeia de abelhas ou um vespeiro, é importante evitar a proximidade, pois a
agressividade desses insetos pode resultar em graves consequências, inclusive fatais.
Quais os sinais e sintomas do envenenamento?

A primeira medida a ser adotada é verificar se realmente ocorreu o envenenamento.


É possível suspeitar de intoxicação ou envenenamento em qualquer pessoa que apresente os seguintes sinais e sintomas:
•Sinais visíveis na boca ou na pele, indicando que a vítima tenha entrado em contato com substâncias tóxicas, como
salivação excessiva, dilatação ou contração das pupilas, sudorese intensa, alterações na respiração e perda de consciência.
•Presença de um odor estranho no hálito
•Alterações na coloração dos lábios e do interior da boca, dependendo da substância envolvida
•Sensação de dor ou queimação na boca, garganta ou estômago
•Manifestações de sonolência, confusão mental, apatia ou outras mudanças no estado de consciência
•Ocorrência de náuseas e vômitos
•Diarreia
•Lesões cutâneas, como queimaduras graves com limites bem definidos ou formação de bolhas
•Episódios de convulsões
•Queda da temperatura corporal, que permanece abaixo do normal.
•Paralisia muscular
Em todos os casos de envenenamento, é crucial realizar uma investigação minuciosa da área onde a pessoa
foi encontrada, com o objetivo de identificar o agente responsável pelo envenenamento ou buscar pistas que
auxiliem nessa identificação.
Diversos indícios podem ser valiosos nesse processo, tais como frascos de medicamentos, substâncias
químicas, produtos de limpeza, bebidas, seringas de injeção, latas de alimentos, embalagens e outros
recipientes.
É importante ressaltar que muitas pessoas têm a suposição de que existe um antídoto para a maioria ou todos
os agentes tóxicos. Infelizmente, isso não é verdade. Existem apenas alguns produtos específicos que podem
ser utilizados em casos particulares, e mesmo assim, seu uso requer orientação médica.
Qual a primeira intervenção a ser realizada na emergência em um paciente envenenado?

A primeira intervenção a ser realizada em um paciente envenenado é a busca imediata de assistência


médica. O envenenamento pode ser potencialmente letal, dependendo da substância envolvida e da quantidade
ingerida ou exposta. Portanto, a prioridade é obter cuidados médicos profissionais o mais rápido possível.
O médico iniciará uma avaliação clínica abrangente da vítima para determinar a extensão do envenenamento.
Isso pode incluir:
•Coleta de informações sobre a exposição ao tóxico
•Sintomas apresentados
•Via de exposição (ingestão, inalação, contato com a pele)
•Tempo decorrido desde a exposição
Além disso, o médico deverá monitorar os sinais vitais da vítima, como frequência cardíaca, pressão arterial,
frequência respiratória e temperatura corporal. Isso ajuda a avaliar a gravidade do envenenamento e a eficácia
do tratamento.
A vítima será monitorada de perto pelo médico durante o tratamento para avaliar a progressão ou melhoria dos
sintomas e ajustar a abordagem de tratamento conforme necessário.
Como é feito o tratamento do paciente envenenado?
O tratamento específico administrado por um médico em um caso de envenenamento pode variar amplamente
dependendo do agente tóxico envolvido, da gravidade do envenenamento e dos sintomas apresentados pela
vítima.
No entanto, em geral, um médico realizará as seguintes ações ao tratar um paciente envenenado:
•Tratamento de suporte
•Administração de antídotos
•Descontaminação
Tratamento de suporte
Dependendo dos sintomas e das necessidades da vítima, o médico pode administrar tratamento de suporte,
como:
•Oxigênio suplementar
•Fluidos intravenosos para manter a hidratação
•Medicações para controlar sintomas como náuseas, vômitos ou convulsões
•Suporte respiratório, se necessário
Administração de antídotos:

Em alguns casos, existem antídotos específicos disponíveis para neutralizar os efeitos do agente tóxico. O
médico pode administrar esses antídotos, se disponíveis e indicados.
No Brasil, são disponibilizados os seguintes soros antivenenos:
•SAB (soro antibotrópico): para acidentes ocasionados por jararacas e cruzeiras
•SAEl (soro antielapídico): acidentes por corais-verdadeiras
•SAC (soro anticrotálico): acidentes por cascavéis
•SAL (soro antilaquético): acidentes por surucucus
•SALon (soro antilonômico): acidentes por lagartas do gênero Lonomia
•SAA (soro antiaracnídeo): acidentes por armadeira, aranha-marrom e escorpiões
•SALox (soro antiloxóscélico): acidentes causados por aranha-marrom
•SAE (soro antiescorpiônico): acidentes causados por escorpiões do gênero Tityus
Além disso, em casos de exposição dérmica (contato com a pele) ou ocular (contato com os olhos) a
substâncias tóxicas, o médico pode realizar procedimentos de descontaminação, como lavagem da área afetada
com água em abundância.

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