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CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

DISCIPLINA: VIGILÂNCIA EM SAÚDE


DOCENTE: Me. Kelly Oliveira

Níveis de prevenção e
Medidas de controle das doenças

PARNAÍBA- PI
Medidas Preventivas

Todas as medidas utilizadas para evitar doenças ou


suas consequências.

Conceito amplo de prevenção!

Tem sentido amplo de evitar o aparecimento do estágio


seguinte.
Níveis de Prevenção
Prevenção Primordial

▪ Voltada a evitar o surgimento e a consolidação de padrões de


vida sociais, econômicos e culturais que contribuem para elevar
o risco de adoecer.

▪ Grande impacto na Saúde Pública = evitam um conjunto de


comportamentos de risco para várias doença.

▪ Ex. Políticas e programas de nutrição adequada;


▪ Prática regular do exercício físico;
▪ Legislação para criação de espaços livres de fumo do tabaco;
▪ Legislação sobre álcool.
São sinônimos ou diferentes?

PREVENÇÃO
Visa diminuir a probabilidade
da ocorrência de uma doença ou
agravo.
“Evitando comportamentos de risco”

PROMOÇÃO DA SAÚDE
Visa aumentar, através de
esforços inter setoriais, a
saúde e o bem-estar geral.
Promoção da Saúde

Engloba ações destinadas a manter o bem-estar, sem visar


nenhuma doença particular.

Providência orientadas para satisfazer as necessidades


básicas para o desenvolvimento saudável do indivíduo.
Prevenção Primária

Ações dirigidas a proteção da saúde!

Geralmente são específicas.

Voltada a limitar a incidência de agravos, mediante um conjunto


de ações que visam evitar ou remover a exposição de um
indivíduo/população a causas e fatores de risco.
Prevenção Primária

Combate aos vetores


Prevenção Secundária

Ações que visam a prevenção:


-Da evolução da doença/ agravo (estacionar)
-Reincidência
-Complicações
-Sequelas
-Óbito
-Se possível, busca regredir as doenças/agravos.

São ações de prevenção secundária o diagnostico precoce e


tratamento imediato.
Prevenção Secundária

Seu objetivo não é reduzir a incidência da enfermidade, mas


sim, reduzir sua gravidade e duração e, consequentemente,
reduzir as complicações e a letalidade da doença.

Limitação do dano é quando identifica-se a doença e limita


a extensão das respectivas lesões. Retarda o aparecimento
de complicações, se não for possível evitá-las por completo.
Programas de Rastreamento
Prevenção Terciária

Ações que visam desenvolver a capacidade residual do


indivíduo cujo potencial funcional foi reduzido por
alguma doença.

Visa reduzir sequelas e deficiências, minimizar o


sofrimento e facilitar a adaptação dos pacientes a seu
ambiente, de modo a contribuir para uma vida útil e
produtiva.
Reabilitação
Resposta:
Diminuição da
probabilidade
da ocorrência
de uma doença
Prevenção Quaternária

▪ Sugerir alternativas eticamente aceitáveis para curar


com um menor número de danos;

▪ Esclarecer sobre as implicações do consumo impróprio e


da aceitação de novas alternativas.
Medidas de controle das doenças
Na saúde pública o CONTROLE é definido como:

O conjunto de ações, programas ou operações contínuas


voltado para a redução da incidência e da prevalência de
um dano à saúde, a níveis baixos o suficiente para que
esse não seja considerado um problema de saúde pública.
As medidas de controle de doenças de alcance populacional
vão variar em função dos seus objetivos em saúde pública:
Medidas de controle
São organizadas ao redor dos quatro níveis de prevenção básicos.

- População
Medidas de controle
Medidas de prevenção e controle aplicada as
doenças transmissíveis
Cadeia de transmissão das doenças transmissíveis

O conjunto desses elementos caracteriza a CADEIA EPIDEMIOLÓGICA


OU CADEIA DE TRANSMISSÃO – demonstra o processo de propagação
de doenças transmissíveis em populações animais.
1- Quem hospeda e transmite o agente?
Qualquer hospedeiro (FONTE DE INFECAO) vertebrado que alberga um determinado
agente etiológico e pode eliminá-lo do organismo, isto é, transmiti-lo. Pode estar doente
(elimina o vírus e manifesta sintomas), portador (porta o vírus sem sintomas),
reservatório.

2 - Como o agente abandona o hospedeiro?


VIA DE ELIMINAÇÃO (V.E.)

3 - Que recurso o agente utiliza para alcançar o novo hospedeiro?


VIA DE TRANSMISSÃO (V.T): Contágio direto e indireto. Transmissão Aerógena, pelo
solo, pela água, pelos alimentos, por vetores.

4 - Como se hospeda o agente no novo hospedeiro?


PORTA DE ENTRADA: é local ou ponto de penetração do agente no novo hospedeiro.
Mesmo que o hospedeiro utilize mais de uma porta de entrada, sempre haverá uma
considerada principal.
Na prática, as medidas de controle de doenças
transmissíveis são agrupadas conforme os elos básicos da
cadeia de transmissão.
Ações de controle:
▪Voltadas ao agente (Microorganismo);
▪Voltadas ao reservatório;
▪Voltadas a porta de saída;
▪Voltadas a via de transmissão;
▪Voltadas a porta de entrada;
▪Voltadas ao hospedeiro.
Voltadas ao agente
Voltadas ao agente

Podem estar voltadas para a destruição do agente e/ou para


evitar o contato entre hospedeiro e agente.

Destruição do agente (desinfecção):

- Uso de quimioterápicos
- Cloração da água
- Uso de hipoclorito de sódio na higienização do alimentos.
- Esterilização do equipamento cirúrgico
Voltadas ao agente

Evitar o contato hospedeiro-agente

– Isolar e limitar o movimento dos


casos altamente contagiosos

– Buscar, identificar e tratar os


doentes e portadores, através da
detecção, diagnóstico, notificação,
tratamento e acompanhamento.
Voltadas ao reservatório

Reservatório: vertebrados, capazes de atuar como fonte de


infecção no processo de disseminação de determinada
doença
Voltados ao reservatório

As medidas de controle podem estar voltadas aos reservatórios


humanos, animais ou ambientais.

Reservatórios Humanos:

– Isolamento e quarentena.

– Quimioterapia, como tratamento profilático para eliminar o


agente de pacientes infectados.

– Imunização para evitar o estado de portador.


Voltados ao reservatório

Reservatórios animais:

– Controle sanitário e quimioterapia massiva de gado para


consumo humano, inclusive eliminação dos animais (teníase).

– Imunização de animais.

- Sacrifício de animais infectados.


Voltados ao reservatório

Reservatórios ambientais:
– Eliminação de criadouros de
mosquitos.

– Desinfecção de áreas contaminadas


com fezes de aves e morcegos.

– Tratamento de torres de
resfriamento e máquinas de ar
condicionado que podem alojar
bactérias.
Voltadas ao porta de entrada
Voltadas à porta de saída

Está voltada ao reservatório da doença, normalmente o indivíduo


doente ou infectado.

✓Via Respiratória

✓Via Digestiva

✓Via Percutânea

✓Via Urogenital utilizando preservativos;

✓Via Transplacentária
Voltadas a via de transmissão
Voltadas à via de transmissão

Quando o ambiente é elemento da cadeia de transmissão.

Medidas principais:

- Evitar que a água, os alimentos e o solo sejam contaminados


com excreções humanas, animais ou outros materiais biológicos
potencialmente perigosos para a saúde.
Voltadas à via de transmissão
Interromper a transmissão através de vetores ou hospedeiros
intermediários.

– Evitar o contato entre o vetor e o sujeito infectado.


– Prevenir a infecção do vetor com o agente.
–Tratar o sujeito infectado para que deixe de ser fonte
potencial de infecção.
– Controlar o vetor.
– Prevenir o contato entre um vetor infectado e uma pessoa
suscetível.
Voltadas à via de transmissão

Os hospedeiros intermediários incluem animais domésticos e


selvagens.

As doenças que afetam esses animais por sua vez podem se


propagar ao ser humano, são chamadas zoonoses.
Voltadas à via de transmissão

Algumas zoonoses são transmitidas :

✓Contato direto entre indivíduos suscetíveis e animais doentes

✓Por consumo de produtos de animais infectados (salmonelose,


teníase).

✓Excreções de animais infectados (leptospirose)

✓Pela agressão do animal ao indivíduo (raiva),

✓Por contato com produtos animais bovinos, ovinos, caprinos


(ántrax)
Voltadas à via de transmissão

As medidas para prevenir a introdução e para controlar a


propagação das zoonoses geralmente incluem:

• Tratamento ou eliminação de animais doentes.


• Imunização dos animais quando existem medidas específicas de
proteção.
• Evitar o contato entre os animais doentes e o indivíduo.
.
Voltadas a porta de entrada
Voltadas à porta de entrada

✓ É biologicamente similar à porta de saída do agente e as medidas


de controle também.

✓ No entanto, as medidas estão voltadas ao hospedeiro


suscetível, diferentemente das de bloqueio da porta de saída,
voltadas ao reservatório.

✓ As portas de entrada respiratória e digestiva são também as mais


difíceis de controlar.

✓ Ex. Evitar a punção com agulhas contaminadas, picadas de


mosquitos, limpar e cobrir as feridas e usar preservativos.
Voltadas ao hospedeiro susceptível
Voltadas ao hospedeiro susceptível

Medidas de controle podem ser inespecíficas ou específicas.

Inespecíficas:

Têm o foco de influenciar o estilo de vida através da promoção


da saúde individual, desenvolver comportamentos saudáveis que
evitem a doença na população.
Voltadas ao hospedeiro susceptível

Medidas inespecíficas mais comuns incluem:

- Manter medidas higiênicas pessoais e coletivas;


- Dieta balanceada
- Descanso e exercício
- Tomar precauções universais para o cuidado de pessoas doentes,
etc.
- Medidas de biossegurança para os profissionais de saúde.
Voltadas ao hospedeiro susceptível
Específicas:

Estão direcionadas a melhorar a habilidade do hospedeiro para


resistir ao ataque de agentes produtores da doença, seja
diminuindo sua suscetibilidade, aumentando sua resistência ou
diminuindo seu nível de exposição ao dano específico.

Ex. - Aplicação de vacinas


- Uso profilático de produtos imunológicos ou farmacológicos
- Aplicação de medidas curativas e de reabilitação em geral
Fatores condicionantes do alcance das medidas

O alcance das medidas é determinada por fatores:

- Condicionantes da eficácia das medidas

- Condicionantes da efetividade das medidas


Eficácia das medidas

✓ É determinada pela sua capacidade de prevenir ou curar as


doenças nos indivíduos.
Ex. avaliação da eficácia da vacina

✓ Além do grau de eficácia de cada medida, é importante


considerar a duração da eficácia dessa eficácia.
Ex. tempo de proteção da vacina contra a febre amarela
Pulverização das residências para controlar vetores
Condicionantes da eficácia das medidas

✓ A eficácia das medidas pode estar também condicionada pelo


comportamento sazonal ou cíclico (ou ambos) da doença.

“Período para começar a agir”

Ex. as vacinas necessitam de uma média de 10 dias


Condicionantes da efetividade das medidas

Possibilidade de cobertura e intensidade das medidas que


permita a redução ou interrupção da transmissão.

▪A extensão e a organização dos serviços de saúde;


▪O tipo e quantidade de pessoal requerido;
▪O valor ou custo da medida que se pretende aplicar;
▪A equipe e o instrumental necessários e a complexidade de
sua administração;
Condicionantes da efetividade das medidas

▪ Os efeitos secundários das medidas: reações adversas, efeitos


colaterais.

▪ A aceitabilidade da população.
Condicionantes da efetividade das medidas

▪ Os efeitos secundários das medidas: reações adversas, efeitos


colaterais.

▪ A aceitabilidade da população.
Medidas de controle e prevenção a doenças não-
infecciosas
Doença não-infecciosa

É aquela que, no estado atual do conhecimento clínico e


fisiopatológico, não se relaciona à invasão do organismo
por outros seres vivos parasitários.
Doenças não-infecciosas

Possuem como características:


-Etiologia multicausal;
-Não são propagadas por contágio, contato direto ou
indireto;
-Apresentam longo período de latência;
-Curso prolongado
Estão enquadrados: Envenenamentos, mortes violentas,
acidentes.
Medidas de prevenção primária:

Nível individual de atuação:


- Mudança de estilo de vida

✓Se o estilo de vida do indivíduo está sendo considerado um


risco para a saúde.

✓Respeito ao livre arbítrio do paciente;

✓Serão dispensadas orientações sobre os riscos e as


estratégias que podem eliminá-los ou minimizá-los.

✓É de difícil realização, especialmente quando não se consegue


visualizar resultados imediatos.
Medidas de prevenção primária:

Nível individual de atuação:


- Estimativa individualizada de risco

✓É possível ir além das orientações gerais e impessoais sobre


fatores de risco, sendo individualizadas.

✓Medicina prospectiva = avaliação dos riscos

✓Existem programas de computadores que realizam estimativas


de risco.
Medidas de prevenção primária:

Nível coletivo de atuação:


Em apoio as medidas individuais, são empregadas medidas
coletivas de proteção do indivíduo e do meio ambiente.
- Educação para a saúde
“Busca combater o mal que faz a falta de informação”
Método: comunicação de massa
-Saneamento ambiental
-Saúde do trabalhador (problemas ambientais, físicos e mentais)
Medidas de Prevenção Secundária
- Diagnóstico Precoce
✓ Auto-observação
✓ Rastreamento em massa
✓ Exame periódico de saúde

- Tratamento
✓ Menos eficaz do que o existente para a maioria das DI.
✓ Não tem objetivo de cura definitiva
✓ Combater o processo da doença e as manifestações já instaladas
✓ Evitar um mal futuro
✓ Cuidados paliativos.
Medidas de Prevenção Terciária

- Grupos de ajuda
Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. A Construção


da Vigilância em Saúde. In. Curso Básico de Vigilância Epidemiológica. Brasília:
Ministério da Saúde, 2005. p. 12-29.

______. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Vigilância em Saúde –


histórico e conceitos. In. Vigilância em Saúde Parte 1: Coleção para entender o
SUS. Brasília: CONASS, 2011. p. 10-17.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE - OPA. Módulo de Princípios de


Epidemiologia para o Controle de Enfermidades (MOPECE): Controle de
doenças na população. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério
da Saúde, 2010. 42p.

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