Você está na página 1de 9

Introdução

Saúde ambiental são todos aqueles aspectos da saúde humana, incluindo a qualidade de
vida, que estão determinados por factores físicos, químicos, biológicos, sociais e
psicológicos no meio ambiente. Também se refere à teoria e prática de valorar, corrigir,
controlar e evitar aqueles factores do meio ambiente que, potencialmente, possam
prejudicar a saúde de gerações actuais e futuras.
Os factores ambientais podem ser: agentes físicos, substâncias químicas, agentes
biológicos e factores nutricionais. Eles estão relacionados às características geográficas
de uma região, à cultura dos grupos, ao status socioeconómico e
a factores ocupacionais.

1
Intoxicações
Intoxicação consiste em uma série de efeitos sintomáticos produzidos quando uma
substância tóxica é ingerida ou entra em contacto com
a pele, olhos ou membranas mucosas.
Normalmente, a intoxicação é causada pela ingestão de alimentos mal conservados, no
entanto, também pode acontecer devido ao uso incorrecto de medicamentos, consumo
de drogas ilícitas ou álcool e contacto com metais pesados, por exemplo.
Os sintomas de intoxicação dependem do produto, da quantidade ingerida e de certas
características físicas da pessoa que o ingeriu. Algumas substâncias não são muito
potentes e exigem uma exposição contínua para que ocorram problemas. Outros
produtos são mais tóxicos e basta uma gota sobre a pele para causar graves problemas.
Em caso de suspeita de intoxicação, é importante buscar ajuda médica assim que
possível. O tratamento da intoxicação depende da identificação da sua causa e pode
envolver a lavagem gástrica, medicamentos para controlar a pressão arterial ou
frequência cardíaca e antídotos.
Diferença entre intoxicação exógena e endógena
A intoxicação exógena é quando substâncias são introduzidas no organismo, por meio
da ingestão, absorção pela pele ou inalação, por exemplo, prejudicando o seu
funcionamento.
Já a intoxicação endógena é causada pelo acúmulo de substâncias maléficas que o
próprio organismo produz, mas que costumam ser eliminadas através da ação do fígado
e rins, podendo ser acumuladas quando estes órgãos apresentam uma insuficiência.
Principais sintomas
Os principais sintomas de intoxicação são:
 Aumento ou diminuição da temperatura corporal;
 Suor intenso;
 Sonolência, confusão mental ou agitação;
 Falta de coordenação motora;
 Crise convulsiva;
 Aumento ou diminuição do diâmetro das pupilas;
 Alterações visuais, como borramento, turvação ou escurecimento;
 Batimentos cardíacos acelerados ou lentificados e arritmias;
 Pressão arterial baixa ou elevada;
 Dificuldade para respirar;
 Náusea e vómitos;
 Diarreia;
 Dor no abdome;
 Vermelhidão ou ferimentos na pele;
 Retenção ou incontinência urinária e fecal.

2
Normalmente, os sintomas variam de acordo com a substância que o organismo teve
contacto e a sua quantidade. Além disso, algumas substâncias, como o chumbo e outros
metais pesados, podem se acumular aos poucos no organismo podendo levar meses ou
anos até os sintomas serem notados.
Tipos de intoxicação
Intoxicação alimentar
A intoxicação alimentar é quando alimentos contaminados por substâncias produzidas
por microrganismos, como bactérias e fungos, são ingeridos, podendo causar sintomas
como náusea e diarreia.
Intoxicação medicamentosa
A intoxicação medicamentosa normalmente acontece quando medicamentos, como
paracetamol, dioxina ou lítio, são utilizados incorrectamente, especialmente quando em
doses acima daquelas recomendadas pelo médico.
Neste caso, os sintomas variam de acordo com o medicamento ingerido, podendo causar
desde náusea, vómitos e perda de equilíbrio até confusão mental, crise convulsiva,
arritmias e coma.
Intoxicação alcoólica
A intoxicação alcoólica geralmente acontece quando bebidas alcoólicas são consumidas
em grande quantidade, podendo provocar sintomas como fala lentificada, náusea,
vómitos, falta de coordenação e, nos casos mais graves, coma.
Intoxicação por chumbo
A intoxicação por chumbo pode acontecer quando este metal, que pode estar presente
em tintas, encanamentos antigos e poeira de minérios ou obras, é inalado ou ingerido,
causando sintomas como dor de cabeça, dificuldade de memória e fraqueza.
Intoxicação por monóxido de carbono
A intoxicação por monóxido de carbono acontece quando este gás é inalado em grande
quantidade, devido a incêndios ou motores funcionando em locais sem ventilação, por
exemplo, podendo causar sintomas como dor de cabeça, náusea, arritmias e até coma.

3
SIDA
Síndrome da imunodeficiência adquirida, é uma doença do sistema imunológico
humano causada pelo vírus da imunodeficiência humana. Durante a infecção inicial,
uma pessoa pode passar por um breve período doente, com sintomas semelhantes aos da
gripe. Normalmente isto é seguido por um período prolongado sem qualquer outro
sintoma. À medida que a doença progride, ela interfere mais e mais no sistema
imunológico, tornando a pessoa muito mais propensa a ter outros tipos de doenças,
como infecções oportunistas e câncer, que geralmente não afectam as pessoas com um
sistema imunológico saudável.
Origem
Acredita-se que os vírus HIV-1 e HIV-2 tenham-se originado em primatas no centro-
oeste africano e foram transferidos para os seres humanos no início do século XX. O
HIV-1 parece ter-se originado no sul de Camarões através da evolução do SIV (cpz), o
vírus da imunodeficiência símia (SIV), que infecta os chimpanzés selvagens (o HIV-1
descende do SIVcpz endêmico nas subespécies de chimpanzés Pan troglodytes
troglodytes). O parente mais próximo do HIV-2 é o SIV (smm), um vírus do
Cercocebus atys atys, um macaco do Velho Mundo que vive no litoral da África
Ocidental (do sul do Senegal ao oeste da Costa do Marfim). Os macacos do Novo
Mundo, como o macaco-da-noite, são resistentes à infecção pelo HIV-1, possivelmente
devido a uma fusão genômica de dois genes com resistência viral. Acredita-se que o
HIV-1 tenha ultrapassado a barreira das espécies pelo menos em três ocasiões
diferentes, dando origem a três grupos de vírus (M, N e O).
Progressão e sintomas
Existem três fases principais da infecção pelo HIV: infecção aguda, latência clínica e
AIDS.
 Infecção aguda
O período inicial após a contaminação pelo HIV é chamado de infecção aguda ou
síndrome retroviral aguda. Muitos indivíduos desenvolvem uma doença semelhante à
gripe ou à mononucleose entre duas e quatro semanas após a exposição ao vírus,
enquanto outras pessoas não têm sintomas significativos. Os sintomas ocorrem entre
40% e 90% dos casos e geralmente incluem febre, inchaço dos gânglios linfáticos,
inflamação de garganta (laringite ou faringite), erupção cutânea, dor de cabeça e/ou
feridas na boca e genitais. A erupção da pele, que ocorre entre 20% e 50% dos casos,
apresenta-se no tronco na forma de exantema maculopapular. Algumas pessoas também
desenvolvem infecções oportunistas nesta fase. Sintomas gastrointestinais como
náuseas, vómitos ou diarreia podem ocorrer, assim como sintomas neurológicos de
neuropatia periférica ou de síndrome de Guillain-Barré. A duração dos sintomas varia,
mas geralmente persistem por uma ou duas semanas.

4
 Latência clínica
Os sintomas iniciais são seguidos por uma fase de latência clínica chamada de HIV
assintomático ou crónico. Sem tratamento, esta segunda fase da infecção por HIV pode
durar de três anos a mais de 20 anos (em média, cerca de oito anos). Embora geralmente
não apareçam sintomas no início, perto do final desta fase muitas pessoas sofrem com
febre, perda de peso, problemas gastrointestinais e dores musculares. Entre 50 e 70%
das pessoas também desenvolvem linfadenopatia generalizada persistente, caracterizada
por um inchaço inexplicado e indolor de mais de um grupo de gânglios linfáticos
(exceto na virilha) por um período de três a seis meses.
Embora a maioria dos indivíduos infectados com HIV-1 tenham uma carga viral
detectável e, na ausência de tratamento, eventualmente acabam por desenvolver a AIDS,
uma pequena percentagem (cerca de 5%) mantêm níveis elevados de células T CD4+
(linfócito T auxiliar) sem terapia antirretroviral por mais de 5 anos. Estes indivíduos são
classificados como "pacientes assintomáticos de longo prazo". Outro grupo é daqueles
que mantêm uma carga viral baixa ou indetectável sem tratamento antirretroviral, que
são conhecidos como "controladores de elite" ou "supressores de elite". Eles são uma de
cada 300 pessoas infectadas.
 Síndrome da imunodeficiência adquirida
A síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA ou AIDS — sigla em inglês) é
definida quando a contagem de células T CD4+ está abaixo de 200 células por μL de
sangue ou pela ocorrência de doenças específicas, em associação com uma infecção por
HIV. Na ausência de tratamento específico, cerca de metade das pessoas infectadas com
HIV desenvolvem AIDS cerca de dez anos após a contaminação. As condições iniciais
mais comuns que alertam sobre a presença de AIDS são a pneumocistose (40%),
caquexia (20%) e candidíase esofágica. Outros sinais comuns incluem infecções
respiratórias recorrentes.
As infecções oportunistas podem ser causadas por bactérias, vírus, fungos e parasitas
que normalmente seriam controlados pelo sistema imunológico. Cada infecção ocorre,
em parte, em relação aos organismos que são comuns no ambiente que a pessoa vive.
Estas doenças podem afectar quase todos os órgãos do organismo.
As pessoas com AIDS têm um risco maior de desenvolver vários tipos de câncer, como
sarcoma de Kaposi, linfoma de Burkitt, linfoma do sistema nervoso central primário e
câncer cervical. O sarcoma de Kaposi é o tipo de câncer mais comum e ocorre entre
10% a 20% das pessoas com HIV. O segundo tipo de câncer mais comum é o linfoma,
que é a causa da morte de quase 16% das pessoas com AIDS e é o sinal inicial de AIDS
em 3% a 4% delas. Esses tipos de câncer estão associados com o herpesvírus humano 8.
O câncer cervical ocorre com mais frequência em pacientes com AIDS devido à sua
associação com o vírus do papiloma humano (HPV).

5
Transmissão
O HIV é transmitido por três vias principais: contacto sexual, exposição a fluidos ou
tecidos corporais infectados e de mãe para filho durante a gravidez, o parto ou a
amamentação (conhecida como infecção perinatal). Não há nenhum risco de contrair o
HIV através de exposição a fezes, secreções nasais, saliva, escarro, suor, lágrimas, urina
ou vómito de pessoas infectadas, a menos que estes estejam contaminados com sangue.
É possível se infectar por mais de uma cepa do HIV, uma condição conhecida como
superinfecção pelo HIV.
Relação sexual
O modo mais comum de transmissão do HIV é através do contacto sexual com uma
pessoa infectada. A maior parte de todas as contaminações por HIV no mundo ocorrem
através de contactos heterossexuais (ou seja, relações sexuais entre pessoas do sexo
oposto); no entanto, o padrão de transmissão varia significativamente entre os países.
Fluidos corporais
Um cartaz do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de 1989 indicando o
perigo da AIDS associada ao uso de drogas.
O segundo modo mais frequente de transmissão do HIV é através de sangue e de
hemoderivados. Pelo sangue a transmissão pode ocorrer através da partilha de seringas
durante o uso de drogas injetáveis, picada de agulha acidentais, transfusão de sangue
(ou de hemoderivados) contaminado ou injeções médicas com equipamento não
esterilizado. O risco de transmissão ao compartilhar uma seringa durante o uso de
drogas é de entre 0,63 e 2,4% por ato, com uma média de 0,8%. O risco de contrair o
HIV de uma picada de agulha a partir de uma pessoa infectada pelo vírus é estimado em
0,3% (cerca de 1 em 333) por ato e o risco por exposição a membrana ou mucosa com
sangue infectado é de 0,09% (cerca de 1 em 1 mil) por ato. Nos Estados Unidos,
usuários de drogas intravenosas responderam por 12% de todos os novos casos de HIV
em 2009, e, em algumas áreas mais de 80% das pessoas que usam drogas injetáveis são
portadoras do HIV.
Mãe-filho
O HIV pode ser transmitido de mãe para filho durante a gravidez, durante o parto ou
através do leite materno. Esta é a terceira forma mais comum de transmissão do HIV no
mundo. Na ausência de tratamento, o risco de transmissão antes ou durante o
nascimento é de cerca de 20%, enquanto na amamentação é de 35%. Em 2008, a
transmissão perinatal foi responsável por cerca de 90% dos casos de HIV em crianças.
Com o tratamento adequado, o risco de infecção entre mãe e filho pode ser reduzido
para cerca de 1%. O tratamento preventivo envolve a mãe iniciar a terapia antirretroviral
durante a gravidez, fazer o parto através de uma cesariana, evitar a amamentação e
administrar medicamentos antirretrovirais para o recém-nascido. Muitas destas medidas
não estão, porém, disponíveis no mundo em desenvolvimento. Se o sangue contaminar
alimentos durante a pré-mastigação, pode haver risco de transmissão.

6
Virologia
O HIV é a causa da doença conhecida como AIDS/SIDA. O HIV é um retrovírus que
infecta primariamente os componentes do sistema imunológico humano, tais como as
células T CD4+, macrófagos e células dendríticas. Ele direta e indiretamente destrói as
células T CD4+.
O HIV é um membro do gênero Lentivirus, parte da família Retroviridae. Os lentivírus
compartilham muitas características morfológicas e biológicas. Muitas espécies de
mamíferos são infectadas pelos lentivírus, que são tipicamente responsáveis por doenças
de longa duração, com um longo período de incubação. Os lentivírus são transmitidos
como um vírus de RNA em sentido positivo.
Teste de HIV
Testes de HIV são geralmente realizados no sangue venoso. Muitos laboratórios
utilizam testes de quarta geração de triagem que detectam anticorpos anti-HIV (IgG e
IgM) e do antígeno p24 do HIV. A detecção de anticorpos anti-HIV ou antígeno em um
paciente previamente conhecido como negativo, é evidência de infecção pelo HIV.
Indivíduos cuja primeira amostra indica evidências de infecção pelo HIV terão uma
repetição do teste em uma segunda amostra de sangue para confirmar os resultados.
Prevenção
O uso de preservativos reduz o risco de transmissão de HIV em cerca de 80% a longo
prazo. Quando os preservativos são utilizados de forma consistente por um casal em que
uma das pessoas está infectada, a taxa de contaminação por HIV é inferior a 1% por
ano. Há algumas evidências que sugerem que o preservativo feminino pode oferecer um
nível de protecção equivalente. A aplicação de um gel vaginal contendo tenofovir (um
inibidor da transcriptase reversa) imediatamente antes do sexo reduziu as taxas de
infecção em aproximadamente 40% entre as mulheres africanas. Por outro lado, o uso
do espermicida nonoxinol-9 pode aumentar o risco de transmissão, devido à sua
tendência de causar irritação vaginal e rectal. A circuncisão na África subsaariana
"reduziu a contaminação de HIV por homens heterossexuais entre 38% e 66% em 24
meses". Com base nesses estudos, a Organização Mundial de Saúde e a UNAIDS
recomendaram em 2007 a circuncisão como um método válido de prevenção da
transmissão de HIV da mulher para o homem.
Vacinação e cura
Em 2012 ainda não existia uma vacina eficaz para o HIV/AIDS. Um único teste da
vacina RV 144, publicado em 2009, encontrou uma redução parcial do risco de
transmissão de cerca de 30%, estimulando alguma esperança na comunidade científica
que pesquisa o desenvolvimento de uma vacina realmente eficaz. Mais estudos da
vacina RV 144 estão em andamento.
Não existe actualmente nenhuma vacina disponível para o HIV ou um tratamento que
cure o HIV/AIDS. Os únicos métodos conhecidos de prevenção baseiam-se evitar a
exposição ao vírus ou, na falta disto, um tratamento anti-retroviral directamente após a
exposição, chamada profilaxia pós-exposição (PEP).

7
Conclusão

Alguns factores ambientais, como água limpa e poluição do ar, podem ser alterados se a
população de uma área adoptar medidas para melhorar a qualidade do ambiente. Outros,
como o clima, estão fora de controlo de qualquer um.
Saúde ambiental são todos aqueles aspectos da saúde humana, incluindo a qualidade de
vida, que estão determinados por factores físicos, químicos, biológicos, sociais e
psicológicos no meio ambiente. Também se refere à teoria e prática de valorar, corrigir,
controlar e evitar aqueles fatores do meio ambiente que, potencialmente, possam
prejudicar a saúde de gerações atuais e futuras" (OMS, 1993).

8
Referências bibliográficas

 «HIV/AIDS Fact sheet N°360». WHO. Novembro de 2015. Consultado em 11


de fevereiro de 2016. Cópia arquivada em 17 de fevereiro de 2016
 «About HIV/AIDS». CDC. 6 de dezembro de 2015. Consultado em 11 de
fevereiro de 2016
 UNAIDS (18 de maio de 2012). «The quest for an HIV vaccine». Cópia
arquivada em 24 de maio de 2012
 «Global summary of the AIDS epidemic 2016» (PDF). UNAIDS. UNAIDS.
Junho de 2017. Consultado em 10 de setembro de 2017
 «Global HIV & AIDS statistics — Fact sheet». www.unaids.org (em inglês).
Consultado em 8 de junho de 2021
 «Homepage». www.unaids.org (em inglês). Consultado em 8 de junho de 2021
 Sepkowitz KA (junho de 2001). «AIDS--the first 20 years». N. Engl. J. Med.
344 (23): 1764–72. PMID 11396444. doi:10.1056/NEJM200106073442306

Você também pode gostar