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4º MÓDULO – DIVERSAS OCORRÊNCIAS

ASFIXIA

Uma das causas mais comuns é a deglutição de objeto que obstrua a garganta,
como uma bolinha, um pedaço de osso, brinquedos e outros.

Os animais podem sentir-se atraídos por coisas inimagináveis. Atente sempre


para que todo brinquedo oferecido ao seu animal seja de tamanho compatível com o
porte dele.

Se notar que o animal não consegue respirar e suas mucosas estão se tornando
azuladas ou arroxeadas, tente descobrir rapidamente o motivo da provável obstrução.

Cães e gatos podem chegar a desmaiar em situações de asfixia pela falta de


oxigenação no cérebro. Não entre em pânico. Concentre-se em desobstruir as vias
aéreas, certificando-se de que o coração esteja batendo.

Um animal com edema pulmonar (água nos pulmões) pode apresentar


extravasamento de líquido pelo focinho e boca. Ele não conseguirá respirar nesse caso
e deve ser levado a uma clínica imediatamente.

Reações alérgicas muito fortes podem causar edema na garganta e dificuldade


respiratória.

É comum observar o animal tentando “puxar o ar”, emitindo um ruído


estranho. A impressão é que ele não consegue respirar. Isso se repete algumas vezes e
depois cessa.

Nesses casos, o animal não está sufocado, mas apresentando espasmo nos
brônquios, certamente pela inalação de uma substância que lhe cause alergia (fumaça,
perfume, etc.).

O que fazer no caso de asfixia?

Você vai precisar de: Lanterna pequena, gaze, pinça e toalha.

O que fazer:

- Afrouxe a coleira ou enforcador.

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- Abra a boca do animal, puxe a língua com ajuda de uma gaze e observe se
existe algum objeto parado na garganta. Use a lanterna, se precisar.

- Caso você note alguma obstrução ou desconfie dela (o animal pode tentar
colocar a pata dentro da boca), não tente empurrar o objeto.

- Se o animal estiver calmo ou desmaiado, você pode puxar o que estiver preso
com a ajuda da pinça, caso consiga visualizar o corpo estranho.

- Se não conseguir, aperte o tórax do animal com força para que o ar dentro
dos pulmões expulse o objeto. Faça isso várias vezes até que ele elimine o que estiver
obs- truindo a passagem do ar.

- Caso o animal esteja com líquido no focinho e boca, vá secando com uma
toalha enquanto o encaminha rapidamente ao veterinário. Ele pode estar com edema
pulmonar agudo, uma grave emergência.

- Edema na garganta ocorre por motivo de reação alérgica. Se isso acontecer,


faça respiração artificial forçando a passagem do ar. Leve o animal depressa ao
veterinário.

AFOGAMENTO

Embora os animais saibam nadar, a queda em piscina pode causar afogamento,


pois eles não têm como sair. Cansado de nadar, o animal acaba submergindo,
inspirando e engolindo água.

O socorro só poderá ter sucesso se o animal tiver afundado há poucos minutos.


Infelizmente, quando o dono percebe sua falta, ele já está sem vida. Caso não seja
possível saber a quanto tempo o animal afundou, tente reanimá-lo.

É importante ter cuidado com os animais epiléticos, pois durante um ataque


eles podem cair na piscina e se afogar.

A piscina da casa deve possuir rede protetora, degraus ou uma plataforma para
que o animal consiga subir e sair dela. Isso evita os afogamentos.

Há raças que adoram água e se atiram voluntariamente na piscina, como é o


caso do Labrador e do Terra Nova. Se você possui um cachorro com atração pela água,
e mora numa casa com piscina, fique atento para os mergulhos de seu cão.

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Foto: reprodução

O que fazer no caso de afogamento?

Você vai precisar de: Cobertor e termômetro.

O que fazer:

- A primeira providência é suspender o animal pelas patas traseiras, deixando-o


inclinado para que o excesso de água saia pela boca e focinho.

- Verifique se há batimentos cardíacos e movimentos respiratórios. Se não


houver, inicie a massagem cardíaca e a respiração artificial.

- Pressione o tórax do animal, próximo às costelas, para bombear a água para


fora do pulmão.

- Se a temperatura do animal estiver baixa (meça com o termômetro se tiver


dúvida), enrole-o num cobertor e continue a reanimação até que ele demonstre
alguma reação.

- Caso ele não volte a respirar e ter batimentos cardíacos em até 30 minutos
após o início do procedimento, dificilmente ele sobreviverá.

Fonte: PARISI, Silvia. Guia de Primeiros Socorros para Cães e Gatos.

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ENVENENAMENTO

Animais peçonhentos, plantas, medicamentos, produtos de limpeza, alimentos


contaminados, maldade humana, além dos tradicionais pesticidas e venenos utilizados
contra insetos e roedores: muitas coisas podem ser responsáveis pelo envenenamento
de animais. Por essa razão, é essencial que os tutores e tutoras de amiguinhos peludos
possam identificar coisas que fazem mal aos seus animais, assim como reconhecer
sinais de emergência.

Desde questões simples do dia a dia até casos mais complexos, nossos pets
podem ficar expostos a uma infinidade de situações que causam envenenamento. Os
animais são curiosos por natureza, gostam de explorar o ambiente, comer e cheirar as
coisas que encontram em seus caminhos. E esse comportamento contribui com os
riscos de se deparar com elementos nocivos ao seu bem-estar.

O que pode causar envenenamento em animais

Além dos pesticidas, como venenos para matar ratos e baratas, muitas coisas
podem causar quadros graves de envenenamento em pets. Inclusive, produtos e coisas
que aparentam ser inofensivos podem trazer grandes problemas para os animais. Por
exemplo:

Alimentos humanos

Pimenta, cebola, alho, café, carambola, cascas e folhas de abacate, uva e até
mesmo o clássico chocolate são alguns dos alimentos que fazem parte do nosso dia a
dia e podem provocar envenenamento no organismo dos nossos peludos. Por isso, não
ofereça nenhum deles ao seu pet e evite que ele entre em contato com eles.

Medicamentos

Oferecer remédios para o seu pet sem a supervisão de um médico veterinário é


um equívoco que deve ser evitado. Um medicamento ou dosagem errada pode
atrapalhar muito mais do que ajudar no bem-estar do seu peludo. Sem falar que
muitos remédios humanos, como o diclofenaco sódico, não são próprios para consumo
animal e podem causar reações caso ocorra a ingestão.

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Outros animais

Aranha, algumas espécies de formiga, vespa, abelha, escorpião e cobra são


exemplos de animais nocivos que também podem causar grandes danos à saúde dos
pets.

Plantas

Se o seu pet tem acesso a um jardim, é aconselhável que sua atenção sobre ele
permaneça redobrada. Os peludos, principalmente os cães, adoram cavar e comer
flores e folhas, porém, algumas espécies de plantas podem ser extremamente tóxicas
para eles. Entre as mais comuns em nosso dia a dia, e que são muito nocivas à saúde
dos animais, citamos: antúrio, azaleia, bico de papagaio e espada de são jorge.

Mas a lista não para por aí, outras variações de plantas também podem causar
mal-estar aos pets, mesmo que em proporções menores do que as citadas
anteriormente. Entre elas: mamona, lírio, babosa, violeta, begônia, coroa de cristo,
hibisco, dama da noite, samambaia, hortênsia, arruda, tulipa, comigo ninguém pode,
espirradeira e copo de leite devem ficar longe do seu animal de estimação.

Produtos de limpeza

De um modo geral, é normal que a gente procure locais para guardar os


produtos de limpeza que fiquem fora do alcance dos nossos pets. No entanto, como

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prevenir é sempre melhor do que remediar, buscamos também uma lista de produtos
comuns em nosso dia a dia e que precisam ser mantidos longe dos nossos amigos de
quatro patas: água sanitária, álcool, amaciante, detergente, desinfetante, sabão em
pó, assim como outros produtos químicos que são aplicados na limpeza de sua casa.

Por situações como estas, é que a atenção sobre o que está ao alcance do seu
pet ou lugares em que ele circula é necessária, pois é muito comum que em um
primeiro momento os sintomas do envenenamento não se manifeste claramente. Por
isso, prepare-se: nós elencamos alguns sinais que podem ser percebidos quando o seu
gato ou cachorro é envenenado.

PRINCIPAIS SINTOMAS

Os sintomas mais comuns podem variar bastante, pois eles dependem de qual
é o tipo do veneno que está agindo e grau de contaminação no organismo dos nossos
peludos. No entanto, entre os principais podemos pontuar:

Salivação excessiva (podendo até formar uma espuma na boca)

Vômito

Diarreia

Dificuldade para caminhar ou andar cambaleante

Tremores

Convulsões

Dificuldade para respirar

Aumento da temperatura corporal

Batimentos cardíacos fracos

Sonolência

Apatia

Desorientação

Contração ou dilatação excessiva da pupila

É importante também observar o tamanho do animal, pois os sinais clínicos


podem variar de acordo com o peso do pet. Além de, é claro, a forma como ocorreu o

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envenenamento – se foi por meio de uma picada de algum animal peçonhento, ou
pela ingestão de algum produto contaminado, para entender qual foi a substância que
causou a intoxicação. Estar atento aos primeiros sinais pode fazer a diferença na hora
de salvar o animal.

O processo de compreender o envenenamento até a chegada do animal ao


hospital veterinário, alguns pontos precisam ser considerados para não piorar a
situação, como, por exemplo: não tente oferecer água ou alimento ao pet. Ainda há
quem acredite que o leite pode contribuir para atenuar sintomas de envenenamento,
porém isso não é verdade. Então, lembre-se: não tente receitas caseiras! Algumas
substâncias podem, inclusive, aumentar os efeitos do veneno, em vez de inibí-los.

Enquanto não estiver no hospital ou clínica veterinária, não há muito o que ser
feito quando cachorro ou gato ingeriu veneno ou outro tipo de substância tóxica. Por
isso, a agilidade no atendimento do peludo fará toda a diferença.

Na emergência, o seu pet receberá todo o suporte necessário. Pode ser preciso
fazer uma lavagem do estômago com uso de carvão ativado (caso ele tenha ingerido a
substância tóxica há pouco tempo), realizar a aplicação de soro (fluidoterapia), além
do monitoramento de alguns parâmetros do animal por um tempo (frequência
cardíaca, frequência respiratória, pressão). Além disso, também podem ser solicitados
exames para avaliar melhor as condições do peludo.

Lembrando que quanto antes você buscar socorro especializado, melhores são
as chances de tratamento e de evitar sequelas. Os efeitos colaterais dependem
diretamente de qual tipo de veneno está no organismo do pet, e só podem ser
precisados por um profissional especializado.

Além dos casos citados acima, em que nossos animais estão expostos à
envenenamentos sem intenção, existem também as situações nas quais os peludos
estão à mercê da maldade humana e, portanto, podem ser envenenados
intencionalmente por pessoas ruins.

Mas, quando o assunto é denúncia de maus-tratos ou crueldade contra


animais, o Brasil possui legislação pertinente e autoridades competentes que são
responsáveis pela manutenção da lei e punição de crimes. Por isso, caso você
presencie maus-tratos, como envenenamento a animais de quaisquer espécies, vá à
delegacia de polícia mais próxima para registrar um Boletim de Ocorrência (BO), ou
compareça à Promotoria de Justiça do Meio Ambiente da sua cidade.

A denúncia de maus-tratos é legitimada pelo Art. 32, da Lei Federal nº. 9.605,
de 12.02.1998 (Lei de Crimes Ambientais) e pela Constituição Federal Brasileira, de 05
de outubro de 1988. É possível denunciar também ao órgão público competente de
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seu município, para o setor que responde aos trabalhos de Vigilância Sanitária,
zoonoses ou meio ambiente. Ou seja, o envenenamento de animais é – felizmente –
caracterizado como CRIME pela constituição nacional e a pena prevista é detenção de
três meses a um ano e multa.

Fonte: Vet Plus Hospital Veterinário. Envenenamento em animais: tudo o que você precisa saber. 2019.
Disponível em: <https://vetplus.vet.br/envenenamento-em-animais/>. Disponível em 04 Fev. 2022.

ENVENENAMENTO - O QUE FAZER

Primeiro, você deve ser capaz de identificar a porta de entrada para o veneno.
Foi através de um banho com carrapaticida? Foi algo que ele inalou? Ou foi algo que
ele comeu?

Se foi pela pele, banhe seu animal com água morna e, se ele for muito peludo,
leve-o para ser tosado. Se for algo que ele comeu há menos de 15 minutos, você deve
oferecer carvão ativado para o animal. Facilmente encontrado em farmácias, o carvão
ativado vai se ligar ao veneno que está no estômago do do pet e expulsá-lo junto do
bolo fecal.

Uma vez ministrado o carvão, colete uma amostra do que o animal comeu e
leve com ele para o médico veterinário mais próximo.

O que você não deve, em hipótese alguma, é fazê-lo vomitar com água
oxigenada. Isso porque grande parte dos venenos são cáusticos e quando ingeridos
descem queimando e ao serem expelidos vão fazer uma nova queimadura. Podendo
até provocar a ruptura do esôfago e de outras estruturas.

Além disso, quando usada da maneira errada, a água oxigenada sozinha por
causar ainda mais ferimentos a mucosa, agravando o sofrimento do seu bichinho.

Fonte: Fisio Care Pet. Primeiros socorros em animais de estimação: o que fazer? 2019. Disponível em:
<https://fisiocarepet.com.br/primeiros-socorros-em-animais-de-estimacao-o-que-fazer/>. Acesso em 04
Fev. 2022.

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DIVERSAS OCORRÊNCIAS

PARADA CARDÍACA E/OU PULMONAR

Podem ocorrer isoladas ou conjuntamente.

Quando ocorre: Em casos de animais que receberam um forte choque ao


morder um fio elétrico, atropelamentos, quedas ou traumatismos graves, animais
cardíacos, afogamentos, etc.

Sinais: Colocando a mão sobre o lado esquerdo do peito do animal, não há


sinais de batimentos cardíacos e/ou observando o tórax do animal, não há
movimentos respiratórios.

O que Fazer: Deve-se proceder a massagem cardíaca e respiração artificial, num


máximo de 5 minutos (seguintes à ocorrência). Deitar o animal sobre o lado direito.

- Respiração Artificial:

Com a sua mão, feche a boca do animal segurando firmemente o focinho. Eleve
a cabeça do animal e encoste sua boca no focinho dele (pode usar um lenço fino para
evitar o contacto direto).

Sopre para dentro das narinas até sentir que o peito do animal se eleva. Deite a
cabeça do animal e pressione o peito dele delicadamente para que o ar saia. Em 1
minuto, repita o procedimento 8 a 10 vezes.

Verifique se o animal volta a respirar. Continue a respiração artificial, caso ele


ainda não esteja a respirar. Alterne o procedimento com outra pessoa quando se
cansar.

- Massagem Cardíaca:

O cão deve estar deitado sobre o lado direito. Coloque a palma da sua mão
sobre o coração do animal. Faça uma pressão firme e rápida sobre a região e solte.
Deve pressionar rapidamente e soltar uma vez por segundo.

No caso de cães muito pequenos ou gatos, usar as pontas dos dedos para
pressionar o coração. Massajar durante um minuto e observar se os batimentos
cardíacos voltam.

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Foto: https://incrivel.club/wonder-animals/how-to-rescue-a-dog-in-6-steps-961810/

HEMORRAGIAS

Hemorragia é toda a perda de sangue que o organismo possa sofrer, seja ela
rápida (aguda) ou de forma lenta e gradativa (crônica). Neste guia iremos explicar
como estancar uma hemorragia em casos de acidente, quando a perda sanguínea
muito rápida pode ser fatal. Uma perda de um grande volume de sangue em pouco
tempo irá provocar uma parada cardíaca, pois o coração não terá líquido suficiente
dentro dos grandes vasos sanguíneos para bombear.

Hemorragias externas

Fácil de detectar pois visualiza-se a perda de sangue. Normalmente, é


provocada por um corte, perfuração ou brigas entre cães.

Superficiais: Atinge só a pele. Os pequenos vasos que irrigam a pele são


rompidos e a perda de sangue é considerável, mas raramente fatal.

O que Fazer: Aplique um pano limpo ou compressas de gaze sobre o corte e


pressione por alguns minutos. Mantenha a pressão até o sangramento parar. O tempo
para que isso ocorra é variável e está relacionado com a região do corte e a extensão
da lesão. Orelhas e patas sangram bastante. Encaminhe o animal para o veterinário
para a desinfecção e sutura do corte.

Se isso não for possível imediatamente, após o sangramento diminuir, limpe o


local com água oxigenada. Curativos com gaze e pensos são difíceis de se manter, pois
o animal costuma retirá-los imediatamente. Desinfecte e mantenha o local protegido
por uma gaze ou pano para impedir a contaminação e o acesso das moscas à lesão
(podem causar míases).

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Vasos Sanguíneos

Se um vaso sanguíneo for atingido (veia ou artéria), a hemorragia pode ser


grave e deve ser estancada imediatamente. Os vasos que podem ser atingidos mais
facilmente localizam-se nas patas, cauda, orelhas e pescoço.

O que Fazer: A mesma técnica deve ser empregada: aplica-se um pano limpo
sobre a lesão pressionando firmemente. No caso de vasos maiores, o sangue não irá
parar facilmente. Mantenha a pressão sobre a região até chegar ao veterinário. No
caso de patas ou cauda você pode aplicar um torniquete, ou seja, com uma ligadura,
cordão ou até o atacador de um sapato. Amarre o membro um pouco antes da região
do corte.

O torniquete estancará a hemorragia imediatamente, mas não deve mantê-lo


por mais de 15 minutos ou apertá-lo muito sob o risco de gangrenar o membro por
falta de suprimento de sangue. Se usar o torniquete, afrouxe-o a cada 15 minutos e
depois volte a apertar.

Hemorragias internas

Esse tipo de hemorragia é difícil de detectar pois você não a visualiza. Após uma
queda ou um acidente, o animal pode perder sangue por rompimento de um órgão ou
um vaso interno.

O que Fazer: Se o animal estiver com uma hemorragia interna, ele perderá
temperatura rapidamente e suas mucosas (gengivas e conjuntivas) ficarão muito
pálidas. O animal pode perder a consciência e entrar em choque. Como não temos
como diagnosticar a hemorragia interna, em casos de acidentes ou quedas, se houver
perda de temperatura, palidez e perda de consciência, de tratar-se o animal como no
caso de choque e encaminhá-lo ao veterinário imediatamente.

Cortes Profundos

É comum ocorrerem e, geralmente, são causados por brigas entre cães, cacos
de vidro, cercas de arame farpado e outros. A pele é irrigada por pequenos vasos
sanguíneos e as lesões causam sangramento considerável. Não se apavore com o
sangue, ele pode ser controlado facilmente.

O que Fazer: Primeiramente, estanque a hemorragia pressionando o local com


compressas de gaze ou um pano limpo. Orelhas e patas costumam sangrar bastante e

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por longo tempo. Certifique-se que nenhum vaso foi atingido (caso tenham sido,
haverá muito sangue e não conseguirá estancá-lo).

Após controlar a saída de sangue, limpe bem o ferimento aplicando água


oxigenada nas bordas e dentro da ferida. Esse procedimento pode causar desconforto
ao animal. Assegure-se que alguém esteja a segurar o cão ou amarre-lhe o focinho.
Com dor, mesmo cães e gatos dóceis podem morder.

Após a limpeza, proteja o local aplicando uma gaze ou pano limpo sobre o
ferimento. Gaze e ligaduras não são suportados pelos cães e gatos, mas pode colocar
um curativo leve até chegar ao veterinário.

Os cortes podem ser suturados até 6 horas após a lesão. Assim, leve o cão para
o veterinário no mesmo dia. Caso isso não seja possível, mantenha o ferimento limpo e
protegido até que a sutura possa ser feita. Corte os pelos em volta do corte.

Os ferimentos não fechados por sutura irão cicatrizar muito lentamente,


deixam cicatrizes grandes e o risco de uma míase é muito grande.

CHOQUES ELÉTRICOS

Não são raros os cães ou gatos que costumam roer fios eléctricos,
principalmente, os filhotes. Esta é a maneira mais comum do animal ser atingido por
uma corrente elétrica. Dependendo da intensidade da corrente e do tempo em que o
animal permaneceu ligado a ela, as injúrias podem ser desde um simples susto até
uma queimadura grave ou um comprometimento mais sério, com paragem cardio-
respiratória.

O que Fazer:

- se o animal levou o choque, mas não permaneceu conectado ao fio elétrico:

Deve verificar se a boca (interna e externamente) ou a língua do animal


apresentam sinais de queimaduras. A região pode estar escurecida ou acinzentada. Na
parte interna da boca e língua, não há muito o que fazer. O animal terá relutância em
comer durante alguns dias. Ofereça alimentos líquidos e/ou moles. Se a região externa
da boca for atingida, uma pomada antibiótica e cicatrizante poderá ser usada.

- se o animal levou o choque e permaneceu conectado ao fio elétrico:

NÃO TOQUE NELE. Em primeiro lugar, desligue a tomada da rede elétrica.


Observe se o animal está consciente ou não. Se ele não estiver a respirar, faça
respiração artificial. Se o coração estiver parado, comece a massagem cardíaca. No

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caso de uma paragem cardio-respiratória, faça a massagem cardíaca e a respiração
artificial conjuntamente (faça uma sequência de 5 ou 6 pressões sobre o coração,
intercaladas por uma respiração). Aguarde que os sinais vitais voltem, para verificar a
extensão da queimadura na boca e língua.

Animais com lesões muito graves na boca, que se recusam a comer ou beber
água, devem receber soro por via endovenosa, para não correrem o risco de
desidratação. Todo o animal que teve um episódio de choque elétrico deve ser
observado durante 2 a 3 horas, quanto existir dificuldade respiratória. Nalguns casos,
nesse período, pode desenvolver-se edema pulmonar, o qual deve ser tratado
imediatamente pelo veterinário.

QUEIMADURAS

As queimaduras são classificadas em graus, de acordo com a gravidade da


lesão:

1º GRAU: lesão superficial que cicatriza em média após 10 dias.

2º GRAU: lesão da pele mais profunda que a anterior. Há perda dos pelos e
formação de vesículas (bolhas). A pele cicatriza em 15 dias.

3º GRAU: lesão grave em que toda a espessura da pele é destruída. É um


processo muito doloroso e de cicatrização muito lenta.

Causas comuns: agentes térmicos (água ou superfícies muito quentes, fogo) ou


agentes químicos (ácidos, substâncias cáusticas).

Casos comuns: animais que comem comida caseira muito quente podem ter
queimaduras de grau leve na boca e “lábios”; acidentes envolvendo água a ferver
derramada sobre os animais resultam em queimaduras de 3º grau; animais que
lambem ou ingerem substâncias cáusticas presentes em produtos de limpeza podem
queimar a boca e esófago; choques eléctricos podem resultar em queimaduras na
boca e língua; queimaduras de sol podem ocorrer em animais de pele e focinho muito
claros (róseos).

O que Fazer: Queimaduras de 1º e 2º graus podem ser tratados com pomadas


cicatrizantes e antibióticas, sob a orientação do médico veterinário. Lavar a lesão com
soro fisiológico frio, aplicar uma pomada cicatrizante e uma ligadura de gaze até levar
o animal ao veterinário. Se a lesão for de 3º grau, esse procedimento é muito doloroso
e, portanto, deve ser feito sob tranquilização ou anestesia, por um profissional. Neste

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caso, aplique soro fisiológico frio e leve o animal ao veterinário, pois toda a
manipulação da queimadura é muito dolorosa.

Queimaduras de sol ocorrem em animais expostos muito tempo ao sol e


podem ser evitadas com o uso de um protetor solar sobre a região rósea do focinho.
Evitar a exposição prolongada ao sol em animais de pele e pelos muito claros. Os gatos
brancos são especialmente sensíveis à exposição solar.

VÔMITOS E DIARREIAS

Vômitos e diarreias intensos não chegam a ser uma emergência veterinária,


mas se o proprietário não tomar medidas urgentes, eles podem levar o animal à morte
por desidratação.

Causas do vômito:

- Dor abdominal intensa: Pode causar vômito no animal. Problemas renais,


hepáticos, torções no intestino e estômago, por exemplo, causam vômitos.

- Intoxicações diversas: As mais comuns são por produtos insecticidas usados


na casa ou no animal (produtos anti-pulgas tóxicos).

- Doenças virais ou bacterianas: Esgana, parvovirose, infecção uterina


(piómetra), etc.

- Tosse severa: O esforço constante de tossir pode causar vômitos.

Assim, o vômito pode ser atribuído a inúmeras causas e não se pode ter um
diagnóstico preciso da doença somente com este sinal clínico. O vómito caracteriza-se
por uma substância incolor e espumosa constituída de suco gástrico. Às vezes, pode
ter coloração amarelada por refluxo de bílis.

O animal a vomitar excessivamente corre o risco de desidratação, uma vez que


não absorve a água necessária para a sua manutenção. Além disso, ocorre um
desequilíbrio eletrolítico. O cão/gato torna-se fraco e apático. Deve corrigir-se a
desidratação, caso ocorra, e o equilíbrio do organismo.

Causas da Diarreia:

- Intoxicações

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- Mudanças alimentares bruscas

- Parasitas

- Viroses: parvovirose, coronavirose, etc.

- Stress: mudanças de ambiente ou na rotina da casa

A diarreia é a perda de líquido através das fezes, que se tornam pastosas ou


líquidas. Uma diarreia intensa (líquida e em grande quantidade) causa uma
desidratação muito rápida. Mesmo que o animal esteja a beber líquidos, muitas vezes,
a perda é maior que a reposição e uma desidratação leve, moderada ou grave pode
instalar-se. Ocorre desequilíbrio eletrolítico pois, através da diarreia, o organismo
torna-se muito ácido. O animal fica muito apático, fraco e pode ter tremores pela dor
abdominal, causada por cólicas (fortes contracções intestinais para expulsar as fezes).
Deve-se corrigir a desidratação, caso ocorra, e o equilíbrio do organismo.

O que Fazer:

Verifique se o animal está desidratado: Para isso puxe a pele do animal na


lateral do abdomen ou um pouco abaixo do pescoço. Se a pele demorar a voltar à
posição normal, o cão está desidratado. Se a pele não voltar, a desidratação é grave e
o animal pode estar a correr risco de vida. Leve-o ao veterinário imediatamente.

Retirar a comida do animal: No caso de vômitos e diarreia, leves ou graves, um


jejum de 24 horas é necessário. Enquanto estiver a comer, o animal continuará a ter
vômitos e/ou diarreia e a perda de líquidos e o desequilíbrio do organismo irão piorar.
No caso de vômitos, retirar também a água, caso o animal beba e vomite. O jejum é
essencial para que o organismo possa se recuperar.

Hidrate o animal: Consulte o veterinário antes de qualquer coisa e faça a


hidratação oral apenas se não conseguir contactar um profissional. Nesse caso, tente
hidratá-lo com soro caseiro. Ofereça pequenas quantidades de soro várias vezes ao
dia. Se isso causar vômitos, suspenda o soro. A hidratação por via oral não é eficaz no
caso de desidratações graves. Pode também oferecer cubos de gelo para o animal ir
lambendo lentamente.

Soro Caseiro:

- 200ml de água fervida (1 copo)

- 1 colher de sobremesa de açúcar

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- 1 pitada de sal

ATAQUES EPILÉTICOS E CONVULSÕES

O cão/gato pode sofrer um ataque esporádico ou ter um histórico de epilepsia


(ataques frequentes). Os ataques convulsivos assustam muito o proprietário
inexperiente.

Foto: reprodução

Como Reconhecer o Ataque: O animal, normalmente, fica incoordenado, cai no


chão e permanece deitado de lado em movimentos de pedalagem, como se estivesse a
tentar levantar-se. Durante o ataque, o animal pode urinar e defecar,
involuntariamente. Pode haver ou não perda de consciência. O cão/gato fica ofegante
e aos poucos vai se acalmando. Muitos animais voltam ao normal em poucos minutos,
outros ficam abatidos durante o dia todo, demonstrando cansaço.

O que Fazer: Observe o animal e evite que ele se magoe. Notifique o seu
veterinário do ataque. Procure observar quanto tempo durou a crise convulsiva. Se o
animal é saudável e não sofre de problemas cardíacos graves, não há risco de vida.

Aguarde até o ataque passar. Se o ataque tiver uma duração muito longa
(minutos), encaminhe o animal ao veterinário imediatamente. Após retornar à
consciência e estando recuperado, o animal pode beber e comer normalmente depois
da crise. Cães epilépticos não devem ter acesso a áreas com piscina. Durante um
ataque o animal pode cair dentro dela e afogar-se.

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Fonte: ANIVET – Consultório Veterinário. Dicas e Conselhos. Guia de Primeiros Socorros para Cães e
Gatos.

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