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DIREITO

ADMINISTRATIVO
Estatuto dos Servidores Públicos da
União

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO ADMINISTRATIVO
Estatuto dos Servidores Públicos da União

Sumário
Diogo Surdi

Apresentação. . .................................................................................................................................. 4
Estatuto dos Servidores Públicos da União............................................................................... 5
1. Abrangência e Linha do Tempo. . ................................................................................................ 5
1.1. Concurso Público....................................................................................................................... 7
1.2. Provimento................................................................................................................................. 8
1.3. Posse........................................................................................................................................... 17
1.4. Exercício.................................................................................................................................... 20
1.5. Estágio Probatório...................................................................................................................21
1.6. Estabilidade.. ............................................................................................................................ 23
1.7. Vacância..................................................................................................................................... 24
2. Remoção, Redistribuição e Substituição.............................................................................. 26
2.1. Remoção.................................................................................................................................... 26
2.2. Redistribuição......................................................................................................................... 30
2.3. Substituição. . ........................................................................................................................... 32
3. Direitos e Vantagens................................................................................................................. 33
3.1. Vencimento e Remuneração................................................................................................. 33
3.2. Indenizações. . .......................................................................................................................... 35
3.3. Gratificações e Adicionais....................................................................................................40
3.4. Férias........................................................................................................................................44
3.5. Licenças.................................................................................................................................... 45
3.6. Afastamentos. . ........................................................................................................................ 50
3.7. Concessões.. ..............................................................................................................................51
3.8. Direito de Petição................................................................................................................... 52
4. Regime Disciplinar.. ................................................................................................................... 54
4.1. Deveres..................................................................................................................................... 54
4.2. Proibições................................................................................................................................ 55
4.3. Acumulação de Cargos. . ........................................................................................................ 59

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4.4. Responsabilidades.. ................................................................................................................61


4.5. Penalidades.............................................................................................................................64
5. Processo Administrativo Disciplinar.....................................................................................68
6. Seguridade Social do Servidor................................................................................................ 74
6.1. Beneficiários............................................................................................................................ 74
6.2. Benefícios.. ............................................................................................................................... 75
Resumo.............................................................................................................................................88
Mapas Mentais............................................................................................................................... 95
Questões de Concurso..................................................................................................................98
Gabarito........................................................................................................................................... 112
Gabarito Comentado.................................................................................................................... 113

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Apresentação
Olá, tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, estudaremos todos os detalhes sobre a Lei n. 8.112/1990, norma que es-
tabelece o Estatuto dos Servidores Públicos da União.

 Obs.: Nos concursos em que a Lei n. 8.112/1990 é exigida, há uma grande chance de serem
cobrados os seguintes tópicos:
 a) Formas de provimento (com a definição legal de cada um dos conceitos);
 b) Prazos a serem observados para a posse e o exercício em cargo público;
 c) Critérios que devem ser observados para a concessão dos direitos estabelecidos
para o servidor (como as licenças e os afastamentos);

Grande abraço e boa aula!


Diogo

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ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DA UNIÃO


1. Abrangência e Linha do Tempo
A Lei n. 8.112/1990 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das au-
tarquias federais (inclusive as em regime especial) e das fundações públicas federais. É por meio
das disposições da mencionada lei, desta forma, que os servidores federais estatutários encon-
tram todos os direitos e garantias a eles conferidos, bem como os requisitos para o seu exercício.
No entanto, as disposições da Lei 8.112 não se aplicam a todos os agentes públicos, mas
sim apenas aos servidores públicos civis federais, o que implica em dizer que os empregados
públicos federais, regidos pela CLT, não estão compreendidos dentro do campo de atuação do
estatuto federal.
Da mesma forma, a norma não se aplica aos servidores públicos estatutários dos demais
entes federativos, tal como os Estados e os Municípios. Ainda que estes servidores sejam regi-
dos por um estatuto, caberá ao respectivo ente federativo, por meio de lei, a sua edição.

A Lei 8.112 é aplicada A Lei 8.112 não é aplicada


Aos servidores estatutários da Aos empregados públicos federais, que
administração direta federal são regidos pelas disposições da CLT
Aos servidores das autarquias (inclusive Aos servidores públicos dos Estados, do
as em regime especial) federais Distrito Federal e dos Municípios
Aos servidores das fundações públicas
Aos militares
federais

001. (FCC/TJ/TRT-15ª/ADMINISTRATIVA/SEGURANÇA/2018) A Administração pública fe-


deral relaciona-se com seu pessoal por meio de distintos regimes, dentre os quais o estabele-
cido pela Lei n. 8.112/1990, que é aplicável
a) ao servidor civil da Administração pública federal direta, autárquica e fundacional pública,
investido em cargo público.
b) aos empregados públicos e servidores da Administração pública federal direta e indireta,
inclusive o temporário.
c) ao servidor civil e militar, investido ou não em cargo público, desde que vinculado à Adminis-
tração pública direta federal.
d) ao servidor civil, empregado público, titular de cargo em comissão e temporário das pesso-
as jurídicas de direito público federal, em razão do regime jurídico único.
e) a todos os servidores federais civis e aos servidores civis dos demais entes federativos e
pessoas jurídicas de direito público a eles vinculadas, em razão do princípio federativo.
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Para responder à questão, façamos uso das disposições dos artigos 1º e 2º da Lei 8.112:

Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias,
inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.

Assim, a norma em questão estabelece o regime jurídico dos servidores públicos civis da
União (e não dos demais entes federativos). Os militares e os empregados públicos, em senti-
do oposto, não estão abrangidos pelas disposições da presente norma.
Letra a.

A linha do tempo do serviço público é uma forma de compreendermos todo o processo de


ingresso, desenvolvimento e saída de um respectivo servidor no serviço público. Por meio de
sua análise, nos permitirá ter uma visão global de todas as etapas e facilitará a compreensão
dos diversos institutos aos quais os servidores federais estão sujeitos.
Desta forma, a linha do tempo do serviço público compreende, basicamente, as seguintes
fases: a) concurso, b) provimento, c) posse, d) exercício, e) estágio probatório, f) estabilidade
e g) vacância.

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1.1. Concurso Público


O concurso público é a forma objetiva de selecionar servidores, primando pelo princípio da
impessoalidade e assegurando igualdade de condições a todos os candidatos.
No entanto, não é de qualquer forma que tal processo pode ser realizado. Caso assim o
fosse, seria muito fácil para administradores mal intencionados fraudar as regras previstas e
conceder certos favorecimentos para determinados candidatos, desrespeitando gravemente a
impessoalidade, princípio basilar de toda a atividade administrativa.
Por isso mesmo é que a Lei 8.112 se preocupou em estabelecer diversas regras a serem
observadas pela administração pública quando da realização de concurso público. Tais re-
gras, salienta-se, devem observar as disposições constitucionais sobre a forma de realização
dos concursos públicos, disposições estas de observância obrigatória para toda a administra-
ção pública.
Em seus artigos 11 e 12, a Lei 8.112 assim estabelece:

Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas,
conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscri-
ção do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e
ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas.
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única
vez, por igual período.
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que
será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com
prazo de validade não expirado.

Percebam que o concurso público poderá ser de provas ou de provas e títulos, mas nunca,
para os servidores regidos pela Lei 8.112, poderá ser exclusivamente de títulos.
Da mesma forma, o concurso terá validade de até dois anos, e a sua prorrogação, que po-
derá ocorrer uma única vez, deverá ser pelo mesmo prazo inicialmente previsto para a validade
do certame.

EXEMPLO
Poderá a administração, por exemplo, realizar concurso com prazo de validade de 1 ano, esta-
belecendo no edital que o prazo ali estabelecido poderá ser prorrogado uma única vez, por
igual período.
Assim, vencido o prazo do concurso, pode a administração (trata-se de uma faculdade) prorro-
gar a validade do mesmo por mais 1 ano ou realizar um novo concurso.
E poderá a administração publicar edital de concurso com o prazo de validade de 2 anos, impror-
rogáveis?

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Perfeitamente, pois nenhuma regra foi desrespeitada. O que houve apenas foi que a adminis-
tração, discricionariamente, optou por não estabelecer a possibilidade de prorrogação.
E se fosse publicado um edital com prazo de 1 ano, estabelecendo a possibilidade de prorro-
gação por 3 vezes e estando, por isso mesmo, com prazo total inferior a 4 anos, seria válido?
Ainda que o prazo total de 4 anos não tenha sido superado (2 + 2), foi desrespeitada a regra de
uma única prorrogação, devendo o edital ser considerado nulo neste aspecto.
E se tivemos um edital regulamentando um concurso e estabelecendo como prazo de validade
2 anos, com a possibilidade de prorrogação por 1 ano. Estaria a administração, nesta situação,
respeitando a Lei 8.112?
Aqui, temos uma situação interessante: uma única prorrogação e o prazo total respeitado.
No entanto, além destas regras, não podemos nos esquecer que a prorrogação, em todos os
casos, deve ser pelo mesmo período inicialmente previsto no edital: 1 ano + 1 ano, 2 anos + 2
anos, 6 meses + 6 meses.

1.2. Provimento
Realizado o concurso, é o momento de a administração chamar os candidatos aprovados.
Tal como ocorre com o prazo de validade, uma série de regras devem ser estabelecidas pela
respectiva administração.
Desta forma, o provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade com-
petente de cada Poder, que deverá observar, conforme as regras estabelecidas no edital, um
limite mínimo de provimentos para as pessoas portadoras de deficiência.
Tal limite, atualmente, é de até 20% das vagas oferecidas no concurso.
Situação interessante ocorre com a possibilidade dos estrangeiros ocuparem cargos pú-
blicos. Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional 19, o artigo 37, I, da Constituição
Federal passou a vigorar da seguinte forma:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralida-
de, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requi-
sitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

Trata-se o inciso em questão de uma norma constitucional de eficácia limitada, carecendo


de regulamentação para que possa produzir efeitos jurídicos.
No âmbito federal, coube à Lei 8.112 estabelecer, em seu artigo 5º, § 3º, as situações em
que os estrangeiros poderão ocupar cargos públicos.

As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus


cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os proce-
dimentos desta Lei.

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Claramente se percebe que o objetivo da norma federal foi incentivar a pesquisa e o de-
senvolvimento tecnológico nacional, possibilitando que profissionais qualificados de outros
países venham incrementar o desenvolvimento nacional em determinadas áreas.

002. (UFMT/ADM/UFR/2021) Em consonância com a Lei n.º 8.112/1990, que dispõe sobre o
regime jurídico dos servidores públicos civis federais, assinale a afirmativa correta acerca do
provimento de cargos nas universidades federais.
a) As universidades federais poderão prover seus cargos com professores e cientistas estran-
geiros, mas os cargos técnicos devem ser providos por brasileiros.
b) As universidades federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientis-
tas estrangeiros, de acordo com as normas e procedimentos legais.
c) Os cargos nas universidades federais são acessíveis, exclusivamente, a professores, técni-
cos e cientistas brasileiros, conforme as normas e procedimentos legais.
d) Os cargos de provimento em comissão nas universidades federais poderão ser providos por
estrangeiros, mas os de provimento efetivo são acessíveis somente aos brasileiros.

A presente questão deve ser respondida com base nas disposições do §3º do artigo 5º, de
seguinte redação:

Art. 5º, § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão


prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas
e os procedimentos desta Lei.

Analisando as alternativas propostas, verifica-se que apenas a Letra B está em sintonia com as
disposições da legislação federal.
Letra b.

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A Lei 8.112/1990 estabelece diversas formas de provimento de cargo público, sendo elas
a nomeação, a promoção, a readaptação, a reversão, o aproveitamento, a reintegração e a
recondução.
Destas, apenas a nomeação é considerada forma originária de provimento, sendo que to-
das as demais são classificadas como formas de provimento derivadas.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, as formas de provimento derivado pre-
vistas no estatuto federal podem ser classificadas em vertical, horizontal ou por reingresso.
Nesta classificação, a forma de provimento derivado vertical seria aquela em que o servi-
dor, já atuando na administração pública, passa para um cargo de nível mais elevado na carrei-
ra. Trata-se, em nosso ordenamento, da promoção.
O provimento derivado horizontal, por sua vez, ocorre quando o servidor não ascende nem
é rebaixado profissionalmente, mas sim posicionado em um cargo com as mesmas atribui-
ções e responsabilidades do anteriormente ocupado. Das hipóteses da Lei 8.112, apenas a
readaptação se enquadra em tal classificação.
Por fim, temos as formas de provimento derivado por reingresso, que são aquelas em que
o servidor retorna para o serviço público após ter sido dele desligado. São classificadas nesta
categoria a reversão, a recondução, a reintegração e o aproveitamento.

Como forma de facilitar a compreensão das formas de provimento previstas na Lei 8.112,
veremos cada uma delas por meio dos gráficos a seguir:

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Trata-se a nomeação do modo clássico de prover o servidor no cargo


público, podendo ocorrer tanto para os cargos efetivos quanto para
os cargos em comissão.
No caso dos cargos efetivos, também chamados de cargo
isolado de provimento efetivo ou cargo de carreira, a nomeação,
necessariamente, precisa de aprovação em concurso público
anteriormente realizado.
Nomeação Para os cargos em comissão, uma vez que são considerados como
de livre nomeação e exoneração, tal característica nem sempre está
presente.
E isso ocorre porque os cargos em comissão são destinados às
funções de direção, chefia e assessoramento, podendo, por isso
mesmo, ser livremente escolhidos pela autoridade nomeante, que
pode optar por provê-los com um servidor de carreira ou com uma
pessoa até então estranha aos quadros funcionais do serviço público.

A promoção ocorre quando o servidor é elevado para outra classe no


âmbito da mesma carreira, ocorrendo, com o provimento, a vacância
no cargo de classe mais baixa e o provimento no cargo de classe mais
alta.
Como resultado, tem-se que ocorre simultaneamente uma
vacância e um provimento, não gerando saldo a ser reposto pela
administração.
Vejamos o seguinte exemplo: No âmbito do Poder Judiciário, os
cargos são estruturados em três classes, sendo elas denominadas
de A, B e C. Cada uma destas classes é subdividida em padrões, de
Promoção
forma que o servidor, ao entrar em exercício, ocupa a classe inicial A
e o padrão inicial 1.
Após o período de 1 ano de efeito exercício, o servidor passa para o
padrão subsequente, permanecendo, contudo, na mesma classe.
No nosso caso, o servidor passou de A1 para A2. Ao chegar ao último
padrão da classe a que pertence, no entanto, temos a passagem de
uma classe para outra da carreira, oportunidade em que ocorre a
promoção.
Com ela, o servidor, que até então ocupava a classe A, passa a ocupar
a classe B.

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A readaptação ocorre quando o servidor sofre uma limitação em sua


capacidade física ou mental, mas ainda pode trabalhar, não sendo o
caso de aposentadoria.
Como exemplo, podemos citar um acidente no qual o servidor
ficou impossibilitado de digitar. Se anteriormente tal servidor era
responsável pela confecção das intimações e citações no órgão em
que atuava, não há, com a limitação ocorrida, a possibilidade de o
servidor continuar exercendo tais atividades.
Mas percebam que o servidor não está impossibilitado para o serviço
público, podendo perfeitamente exercer atividades que não exijam o
esforço repetitivo de digitação.
Readaptação
Nesta situação, a administração coloca o servidor em um cargo
compatível com a limitação sofrida. No entanto, para que isso seja
possível, devem ser observadas algumas características, conforme
estabelece o artigo 24, § 2º, da Lei 8.112:
“A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins,
respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência
de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o
servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência
de vaga.”
Caso o servidor seja considerado incapaz para o serviço público,
ocorrerá a aposentadoria do respectivo agente público.

003. (QUADRIX/ASS ADM/CREFONO-4ª/2021) A administração pública (ou gestão pública)


define-se como o poder de gestão do Estado, que inclui o poder de legislar, de tributar, de fis-
calizar e de regulamentar, por meio de seus órgãos e de outras instituições, visando sempre a
um serviço público efetivo.
Internet: <https://pt.wikipedia.org> (com adaptações).

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No que se refere à Administração Pública e aos servidores públicos, julgue o item.


O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para o exercício de cargo
cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido
em sua capacidade física ou mental, desde que reduzida proporcionalmente a remuneração.

Na readaptação, deverá ser observada, diferente do que afirmado, a equivalência de vencimentos.

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades com-


patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em ins-
peção médica.
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida,
nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o
servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.
Errado.

004. (CEBRASPE/CESPE/TJ/STM/APOIO ESPECIALIZADO/PROGRAMAÇÃO DE SISTE-


MAS/2018) Acerca do acesso à informação, dos servidores públicos e do processo adminis-
trativo no âmbito federal, julgue o item que se segue.
Se sofrer um acidente que o leve à incapacidade física, o servidor público federal poderá ser
readaptado em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com as suas limitações,
ficando em disponibilidade até a vacância do cargo adequado.

Inicialmente, vejamos as disposições do artigo 24 da Lei 8.112, que apresenta a regra acerca
da readaptação.

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades com-


patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em ins-
peção médica.
§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida,
nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o
servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

Logo, em caso de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como exce-
dente, não ficando em disponibilidade, conforme erroneamente afirmado pela questão.
Errado.

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Reversão é o retorno à atividade do servidor anteriormente


aposentado, desde que atendidas as regras estabelecidas pelo
Poder Executivo e desde que o servidor não tenha atingido a idade
de 70 anos.
Tal forma de provimento pode ocorrer de duas formas:
1) Por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes
os motivos da aposentadoria.
2) No interesse da administração, desde que, neste caso, o servidor
obedeça a uma série de regras:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à
solicitação;
Reversão
e) haja cargo vago;
Como não poderia deixar de ser, a reversão será feita para o mesmo
cargo anteriormente ocupado pelo servidor, ou então para o cargo
resultante de uma possível transformação.
Com a reversão, o servidor volta a receber a remuneração que
anteriormente recebia, com todas as vantagens de caráter pessoal
eventualmente existentes.
No caso de reversão por invalidez, tendo a junta médica declarado
que os motivos alegados pelo servidor, para aposentar-se, são
insubsistentes, deverá ele retornar para o serviço público ainda
que não haja cargo vago, em plena sintonia com o princípio da
indisponibilidade do interesse público.
Nesta situação, deverá o servidor exercer suas atribuições como
excedente.

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O aproveitamento pode ser entendido como o chamado, feito


pela administração pública, para que o servidor público em
disponibilidade volte a exercer suas atividades.
Tal forma de provimento encontra previsão no artigo 30 da Lei
8.112, que assim dispõe:
Aproveitamento
“O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á
mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e
vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.”
Não entrando em exercício no prazo legal, a disponibilidade será
cassada e o respectivo aproveitamento será tornado sem efeito.

Recondução é a forma de provimento em que ocorre o retorno do


servidor ao cargo anteriormente ocupado.
Duas são as situações, de acordo com o artigo 29 da Lei 8.112, que
ensejam a recondução do servidor, sendo que ambas decorrem da
estabilidade por ele alcançada no serviço público.
“Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente
ocupado e decorrerá de: I – inabilitação em estágio probatório relativo
a outro cargo; II – reintegração do anterior ocupante.”
Recondução Em ambas as situações apresentadas, o servidor público federal já é
estável no serviço público, de forma que uma possível inabilitação em
estágio probatório relativo a outro concurso por ele prestado não
possui o efeito, por si só, de acarretar a exoneração do servidor.
Da mesma forma, caso ele passe a exercer as atribuições de um cargo
até então ocupado por um servidor demitido, e este, posteriormente,
consiga anular a sua demissão na justiça, sendo reintegrado ao cargo
que ocupava, não poderá o servidor estável ser exonerado, devendo
ser reconduzido ao cargo onde adquiriu a estabilidade.

Ressalta-se que a possibilidade de recondução não é um direito extensível, por analogia,


aos servidores estatutários das demais esferas federativas. Desta forma, para que a recon-
dução seja possível, deverão os entes estabelecer tal previsão nos respectivos estatutos fun-
cionais de seus servidores, conforme entendeu o STJ no julgamento do RMS 46.438, realiza-
do em 2015:

JURISPRUDÊNCIA
Não é possível a aplicação, por analogia, do instituto da recondução previsto no art. 29,
I, da Lei 8.112/1990 a servidor público estadual na hipótese em que o ordenamento jurí-
dico do estado for omisso acerca desse direito. Isso porque a analogia das legislações
estaduais e municipais com a Lei 8.112/1990 somente é possível se houver omissão no
tocante a direito de cunho constitucional autoaplicável que seria necessário para suprir
a omissão da legislação estadual, bem como que a situação não dê azo ao aumento de
gastos.

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005. (CEBRASPE/CESPE/ESPFAEP/DEPEN/ENFERMAGEM/2021) A respeito da adminis-


tração pública, dos servidores públicos da União e dos contratos e convênios celebrados pela
União, julgue o item a seguir.
Considere que Guilherme, servidor estável em cargo por ele anteriormente ocupado, não tenha
sido aprovado no estágio probatório do cargo público que ocupa atualmente. Nessa situação
hipotética, Guilherme deverá ser reintegrado no cargo anteriormente ocupado.

Por já ser estável em outro cargo público e não ter sido aprovado no estágio referente ao novo
cargo, Guilherme deverá, diferente do que afirmado, ser reconduzido ao cargo de origem.

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
Errado.

A reintegração consiste no retorno do servidor anteriormente demitido ao


cargo anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua transformação, com
ressarcimento de todas as vantagens.
Para isso, a demissão deverá ter sido invalidada por decisão administrativa ou
judicial.
Grande controvérsia reside nos efeitos da reintegração para o servidor
eventualmente ocupante da vaga decorrente de demissão.
Isso porque a Lei 8.112 determina que “encontrando-se provido o cargo, o seu
eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização
ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade”.
Vejamos: Um servidor X é demitido e entra com uma ação judicial de
reintegração. A administração pública nomeia o servidor Y para o cargo vago, que
Reintegração passa a exercer normalmente suas atribuições.
Posteriormente, o servidor X ganha na justiça o direito de ser reintegrado com
todas as vantagens.
E o que acontece com o servidor Y, caso este ainda não seja estável e, por isso
mesmo, não puder ser reconduzido ou posto em disponibilidade?
Durante muito tempo, a doutrina chegou a afirmar que caberia a cada ente
federativo disciplinar os efeitos desta situação, sendo que diversas Constituições
Estaduais e Leis Orgânicas afirmavam que o servidor deveria ser exonerado.
Nos dias atuais, percebe-se que a possibilidade de exoneração não é viável, haja
vista que o novo servidor é um terceiro de boa-fé que não pode ser prejudicado
por atos anteriores da administração.
Desta forma, em caso de reintegração, o eventual servidor não estável deverá ser
mantido como excedente.

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006. (FCC/TEC FAZ/MANAUS/PREF. MANAUS/2019) Diante de uma decisão de reintegra-


ção de determinado servidor ao cargo que anteriormente ocupava, aquele
a) será necessariamente colocado em disponibilidade se o cargo anterior estiver sendo ocupa-
do por outro servidor.
b) passará a ocupar cargo imediatamente superior ao que ocupava, no caso de extinção deste
ou se tiver sido provido por terceiro.
c) será automaticamente colocado em disponibilidade ou no quadro de cargos em extinção.
d) pode ser reintegrado no cargo resultante da transformação do anteriormente ocupado, caso
tenha se operado essa alteração.
e) passará a ocupar exatamente o mesmo cargo anterior, por direito subjetivo, ainda que ti-
vesse sido extinto, cabendo exoneração do servidor que estivesse ocupando referido cargo no
momento da reintegração.

De acordo com a Lei 8.112, em caso de reintegração, o servidor ocupará o cargo anteriormente
ocupado ou o resultante da sua transformação. Eventual ocupante do cargo, por sua vez, será
reconduzido ao cargo de origem, aproveitado ou posto em disponibilidade.

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no


cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administra-
tiva ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o dis-
posto nos arts. 30 e 31.
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem,
sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
Letra d.

1.3. Posse
Ocorrendo a nomeação, que deve ser publicada no Diário Oficial da União, o nomeado tem
o prazo de 30 dias para tomar posse. Caso não tome posse no prazo legal, o ato de nomeação
será declarado sem efeito, uma vez que a pessoa nomeada ainda não é considerada servidor
público, fato que apenas ocorre com a posse.
Constitui a posse, dessa forma, o momento em que os candidatos aprovados e anterior-
mente nomeados têm o primeiro contato com a administração pública, passando, a partir de
então, a serem servidores públicos e estando legalmente investidos em cargo público.

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Neste sentido, merece destaque os conceitos de cargo e de servidor público apresentados


pela Lei 8.112, conforme se observa da leitura dos artigos 2º e 3º da norma:

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organi-
zacional que devem ser cometidas a um servidor.

Assim, podemos definir servidor público como a pessoa anteriormente aprovada em con-
curso público, nomeada (ato de provimento) e que dentro do prazo legal (30 dias) tomou pos-
se perante a autoridade competente.
Ao se tornar servidor, o particular passa a ser titular de um cargo público, que é o conjunto
de responsabilidades e atribuições, definidas em lei, que o agora agente público terá na sua
carreira profissional.
Os cargos públicos, ainda que sejam, em sua maioria, providos para efetivo exercício, po-
dem também ser utilizados para provimento em comissão.
O provimento em comissão é utilizado pela administração pública para as funções de dire-
ção, chefia e assessoramento, oportunidades em que as pessoas designadas poderão ou não
já ser integrantes do serviço público.

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A Lei 8.112 apresenta, ainda, regras procedimentais sobre a forma como ocorrerá a posse
dos servidores públicos. Neste sentido é o teor dos artigos 13 e 14 da norma federal:

Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribui-
ções, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão
ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.
§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patri-
mônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para
o exercício do cargo.

A Lei 8.112, em seu artigo 5º, relaciona os requisitos que devem obrigatoriamente ser exi-
gidos para que possa ocorrer a investidura em cargo público. Tais requisitos devem ser com-
provados no momento da posse, sendo inconstitucional norma que estabeleça outro momento
para a sua exigência, tal como a inscrição ou a data da realização das provas.
Nos termos da lei, são os seguintes os requisitos exigidos na data da posse: I – a naciona-
lidade brasileira; II – o gozo dos direitos políticos; III – a quitação com as obrigações militares
e eleitorais; IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V – a idade mínima
de dezoito anos; VI – aptidão física e mental.
Frisa-se que a lista apresentada não é exaustiva, podendo ser exigidos, em virtude das
atribuições do cargo, outros requisitos estabelecidos em lei, tal como a comprovação de expe-
riência mínima no ramo de atividade e a aprovação em curso de formação.

007. (FCC/AJ/TRT-6ª/ADMINISTRATIVA/2018) Nos termos da Lei n. 8.112/1990, a investi-


dura em cargo público
a) se dará com a nomeação do servidor no cargo público.
b) somente se dará com a entrada em exercício no cargo público.
c) ocorrerá com a posse.
d) ocorrerá com a posse na hipótese de cargo efetivo e com a nomeação na hipótese de cargo
em comissão.
e) ocorrerá com a nomeação para cargo efetivo e com a entrada em exercício para cargo
em comissão.

De acordo com o artigo 7º da norma em estudo, “A investidura em cargo público ocorrerá


com a posse”.
Sendo assim, tanto os ocupantes de cargo de provimento efetivo quando os que ocupam car-
gos comissionados serão investidos em cargo público no momento da posse.
Letra c.

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008. (CEBRASPE/CESPE/ASS ADM/EBSERH/2018) Acerca do regime jurídico dos servido-


res públicos federais, julgue o item a seguir.
A investidura em cargo público ocorre com a nomeação devidamente publicada em diá-
rio oficial.

De acordo com o artigo 7º da Lei 8.112, “A investidura em cargo público ocorrerá com a posse”.
Errado.

1.4. Exercício
Ocorrendo a posse, temos a investidura de mais um servidor para os quadros funcionais
da administração pública federal. E como forma do servidor conhecer o local da repartição
para onde foi nomeado e se organizar-se melhor com relação a mudanças, hospedagem e
demais procedimentos, a Lei 8.112 faculta ao servidor o prazo de 15 dias, contados da posse,
para a entrada em exercício.
Caso o servidor anteriormente empossado não entre em exercício no prazo legal, teremos,
ao contrário do que ocorre com a nomeação, a exoneração do servidor, uma vez que, confor-
me anteriormente mencionado, a posse é o momento em que o particular passa a constar
nos assentamentos funcionais da administração, sendo considerado, a partir de então, servi-
dor público.
Com a nomeação isso não ocorre, tratando-se esta, apenas, de uma forma de “chamar” o
candidato nomeado. Por isso mesmo, caso o particular não atenda ao chamado público, o ato
apenas será tornado sem efeito, acarretando, como consequência, a nomeação do candidato
classificado na posição subsequente.
Tais institutos podem ser mais bem visualizados, com os seus respectivos efeitos, por
meio do gráfico a seguir:

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Constitui o exercício o efetivo desempenho do cargo público ou da função de confiança.


Nos termos da Lei 8.112, compete à autoridade para onde foi nomeado o servidor todas as ins-
truções e orientações necessárias para que o servidor preste suas atividades adequadamente.
É durante o exercício do servidor que todas os demais institutos se fazem presentes, de forma
que passa ele a contar com uma série de direitos e de obrigações, submetendo-se a um período
de estágio probatório e adquirindo, caso cumpra os requisitos previstos em lei, a estabilidade.

1.5. Estágio Probatório


A partir da data em que entra em exercício, inicia-se, para o servidor ocupante de cargo
efetivo, o estágio probatório, período de avaliação onde diversos fatores são levados em conta
para a verificação da aptidão e da capacidade do agente público.
O instituto do estágio probatório está intimamente ligado ao princípio da eficiência, sendo
um dos momentos em que a administração pode verificar se o servidor atende às condições
por ela exigidas.
Tais condições, de acordo com a Lei 8.112, são as seguintes: a) assiduidade; b) disciplina;
c) capacidade de iniciativa; d) produtividade; e) responsabilidade.
Ainda que o texto da Lei 8.112 afirme que o período de estágio probatório é de 24 meses,
deve-se ressaltar que, com a entrada em vigor da Emenda Constitucional 19, ocorrida em 1998,
o período para aquisição da estabilidade passou a ser de 3 anos.
Assim, ainda que a Constituição Federal nada mencione acerca do período necessário para
a aquisição de estabilidade, o entendimento esposado por toda a doutrina majoritária é de que
o período de estágio probatório deve ser de 3 anos, sendo este o prazo utilizado, atualmente,
no âmbito do serviço público federal.
Durante o estágio probatório, o servidor faz jus a uma grande quantidade de direitos, tais
como as licenças e os afastamentos. As exceções, como não poderia ser diferente, são mui-
to exigidas pelas bancas organizadoras. Para facilitar a assimilação, relaciona-se a seguir as
licenças e os afastamentos que podem ou não ser usufruídos pelos servidores públicos fede-
rais que se encontrem em estágio probatório.

Licenças e afastamentos Licenças e afastamentos que


passíveis de utilização no não podem ser utilizados no
estágio probatório estágio probatório
Licença por motivo de doença em pessoa
Licença para capacitação
da família
Licença por motivo de afastamento do Licença para tratar de interesses
cônjuge ou companheiro particulares
Licença para desempenho de mandato
Licença para o serviço militar
classista

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Licenças e afastamentos Licenças e afastamentos que


passíveis de utilização no não podem ser utilizados no
estágio probatório estágio probatório
Licença para atividade política
Afastamento para exercício de mandato
eletivo
Afastamento para estudo ou missão no
exterior
Afastamento para servir em organismo
internacional de que o Brasil participe ou
com o qual coopere

Uma forma bastante conhecida de memorizar as situações apresentadas é por meio das li-
cenças e afastamentos que não podem ser concedidas ao servidor, que, em conjunto, formam
o mnemônico “MA-TRA-CA”, ou seja, mandato classista, tratamento de interesses particulares
e capacitação.
A avaliação do servidor que se encontra em estágio probatório deve ser periódica e de acor-
do com a periodicidade prevista em regulamento de cada órgão. Quatro meses antes de findo
o período do estágio, a avaliação de desempenho do servidor, que será realizada por comissão
constituída para esta finalidade, será submetida à homologação da autoridade competente.
Tendo o servidor sido aprovado no estágio probatório, passa a adquirir a estabilidade, que,
ressalta-se, vale para todo o serviço público, e não apenas para o cargo público que o servidor
eventualmente ocupa.
Caso não seja aprovado, os efeitos, para o servidor, poderão ser dois:
a) Caso o servidor já seja estável, terá ele direito de ser reconduzido ao cargo anterior-
mente ocupado. Nesta hipótese, caso o cargo anteriormente ocupado já esteja preenchido por
outra pessoa, o servidor inabilitado será aproveitado em outro, a critério da administração.
b) Caso o servidor não seja estável, a inabilitação no estágio probatório acarreta a exone-
ração do cargo público, oportunidade em que o vínculo com o Poder Público é rompido.

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1.6. Estabilidade
A estabilidade constitui uma das principais garantias dos servidores públicos estatutários.
Por meio dela, objetiva-se proporcionar que o servidor desempenhe suas atribuições sem a
coação das autoridades superiores, que, não fosse a estabilidade, poderiam condicionar deter-
minados comportamentos dos servidores à exoneração do cargo público.
Como anteriormente mencionado, a estabilidade ocorre no âmbito do serviço público, e
não do cargo em que o servidor se encontra investigo. Neste sentido, merece destaque o en-
tendimento de José dos Santos Carvalho Filho:

A estabilidade é instituto que guarda relação com o serviço, e não com o cargo. Emana daí que, se
o servidor já adquiriu estabilidade no serviço ocupando determinado cargo, não precisará de novo
estágio probatório no caso de permanecer em sua carreira, cujos patamares são alcançados nor-
malmente pelo sistema de promoções.

Não se trata a estabilidade, no entanto, de uma regra absoluta, uma vez que não existem
direitos e garantias com esta qualidade.
Caso assim o fosse, estaríamos diante de um sério risco de engessamento do serviço
público, com a possibilidade surreal de termos servidores praticando faltas graves contra a
administração sem a possibilidade de demissão.
Para que isso não ocorra, a Lei 8.112 estabelece, em seu artigo 22, as hipóteses em que o
servidor público federal estável poderá perder o cargo:

O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de


processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

Além delas, temos duas outras possibilidades extraídas do texto da Constituição Federal,
sendo elas o procedimento de avaliação periódica e a redução de despesas quando os entes
federativos não observarem o limite máximo de gastos com pessoal.

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1.7. Vacância
As diversas hipóteses de vacância são situações em que o servidor público deixa o cargo
público anteriormente ocupado. Tais situações podem ser de caráter definitivo, oportunidade
em que o agente estatal rompe o seu vínculo com o Poder Público, ou então tratar-se de hipó-
teses em que ocorre a simples troca dos cargos ocupados pelo servidor.
Vejamos, tal como feito com as situações de provimento, as hipóteses de vacância previs-
tas no estatuto federal, que podem ser mais bem visualizadas por meio da tabela adiante:

A exoneração não se trata de uma forma de punição do agente


público, mas sim do rompimento do vínculo mantido entre o
servidor e a administração pública federal. Tal forma de vacância
pode ocorrer de maneira voluntária ou involuntária.
É voluntária quando a exoneração ocorre a pedido do servidor.
Tratando-se de exoneração de ofício, de iniciativa do Poder
Público, estaremos diante da exoneração involuntária.
De acordo com a Lei 8.112, apenas em duas situações teremos a
exoneração involuntária (de ofício) do servidor público ocupante
Exoneração
de cargo efetivo:
a) Quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
b) Quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em
exercício no prazo estabelecido, que é de 15 dias.
Quando se tratar de cargo em comissão, tendo em vista que estes
são de livre nomeação e exoneração e possuem a característica da
transitoriedade, a exoneração poderá ocorrer, a qualquer tempo,
a pedido do servidor (voluntária) ou de ofício, no interesse da
administração (involuntária).

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Ao contrário da exoneração, que é a saída não punitiva do


servidor, as situações que acarretam a demissão são hipóteses
previstas em lei em que o servidor comete alguma infração
disciplinar ou não observa determinadas normas previstas no
Demissão estatuto funcional.
A depender da gravidade da conduta, conforme será visto
oportunamente, a demissão acarretará a impossibilidade de o
servidor retornar ao serviço público dentro do prazo de 5 anos ou
até mesmo indefinidamente.

Trata-se da forma de vacância natural, onde o servidor, após


atender as condições previstas na Constituição Federal, rompe o
Aposentadoria
seu vínculo com o Poder Público, passando a receber proventos
decorrentes da inatividade.

Com o falecimento, ocorre a vacância no cargo público, que será,


Falecimento após a publicação no diário oficial, objeto de preenchimento por
novo servidor público.

A posse em cargo inacumulável trata-se da hipótese de vacância em que o


servidor público deixa de ocupar um cargo público pra ingressar, sem quebra
de vínculo com o Poder Público, em outro órgão ou entidade do mesmo ente
federativo.
Como exemplo, podemos apresentar um particular que tenha sido aprovado para
o cargo de Técnico Judiciário de um tribunal do Poder Judiciário federal.
Posteriormente, o servidor é aprovado para o cargo de Auditor-Fiscal da Receita
Posse em cargo Federal do Brasil, cargo que, ainda que integrante do Poder Executivo, pertence à
inacumulável mesma esfera federativa.
Nesta situação, como forma de não perder o tempo de serviço público prestado
como Técnico Judiciário, bem como utilizar os dias trabalhados na contagem de
férias e demais verbas acessórias, o servidor solicita vacância no órgão de origem
com base em posse em cargo inacumulável.
Caso, em sentido oposto, ele apenas tivesse solicitado exoneração, haveria a
quebra do vínculo com Poder Público, sujeitando-se o servidor às eventuais regras
instituídas antes da sua investidura no novo cargo.

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Como vimos nas hipóteses de provimento, com a promoção o


servidor é alçado a uma nova classe na carreira, de forma que o
Promoção cargo anteriormente ocupado fica vago.
Por isso mesmo, esta é uma das hipóteses em que ocorre,
simultaneamente, um provimento e uma vacância.

Da mesma forma como ocorre com a promoção, a readaptação é


uma forma tanto de provimento quanto de vacância.
Vejamos: Se o servidor sofreu uma limitação (física ou mental) e
tem que ser aproveitado em um cargo compatível com a limitação
sofrida, é certo que o cargo anteriormente ocupado pelo servidor
Readaptação
ficará vago.
Dessa forma, a administração coloca o servidor em um cargo
compatível com a limitação sofrida (provimento), ao passo que o
cargo anteriormente ocupado fica vago para ser ocupado por outra
pessoa (vacância).

Das hipóteses apresentadas pela Lei 8.112 como situações de vacância, duas delas cons-
tituem, da mesma forma, hipóteses de provimento, sendo elas a readaptação e a promoção.

2. Remoção, Redistribuição e Substituição


2.1. Remoção
A remoção pode ser entendida como o “deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício,
no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede”, conforme determina o artigo 36
da Lei 8.112.
Do conceito legal, nota-se que a remoção (que não é uma forma de provimento em cargo
público), pode ocorrer tanto por iniciativa do servidor quanto por iniciativa do Poder Público.
Neste mesmo sentido, poderá a remoção dar-se com ou sem a mudança da sede onde o servi-
dor desempenha suas atribuições.

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Na remoção de ofício, é o interesse da administração que é levado em conta, sem margem


de opção para a análise da vontade do servidor.
Na remoção a pedido, em sentido oposto, é a vontade do servidor que é levada em conta,
tratando-se de um ato, via de regra, discricionário do Poder Público. Por isso mesmo, a admi-
nistração deve levar em conta a conveniência e a oportunidade para deferir ou não o pedido
de remoção.
Em determinadas situações, no entanto, teremos a remoção por iniciativa do servidor sem
que possa a administração analisar o mérito da questão, tratando-se, por isso mesmo, de um
ato vinculado e que deve, obrigatoriamente, ser deferido pelo Poder Público.
Três são as situações, de acordo com a Lei 8.112 (art. 36, III), que ensejam o deferimento
da remoção independente da vontade da administração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi des-
locado no interesse da Administração;
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas
expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta
médica oficial;
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessa-
dos for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou
entidade em que aqueles estejam lotados.
Da análise das hipóteses de remoção, verifica-se que quando a administração, de ofício,
resolve remover o servidor, o que está sendo levado em conta é apenas a vontade do próprio
poder estatal, independente do servidor concordar ou não com tal procedimento.
Já na remoção a pedido, temos duas possibilidades: o pedido ter sido formulado pelo servi-
dor e haver a possibilidade da administração aceitar ou não tal situação, com base no interes-
se desta, e a situação em que o pedido de remoção ocorre por parte do servidor, não restando
alternativa para a administração pública que não seja o seu deferimento.
Nesta última hipótese, ou seja, quando a administração se encontra vinculada ao pedido
do servidor público, princípios basilares como a saúde e a manutenção do núcleo familiar são
levados em conta.

EXEMPLO
Na hipótese da remoção para acompanhar cônjuge, também servidor, que tenha sido remo-
vido no interesse da administração, objetiva-se assegurar a manutenção do núcleo familiar,
evitando-se que uma remoção de iniciativa do Poder Público torne inviável a relação até então
existente.

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De acordo com o entendimento do STF, não é necessário, no âmbito da remoção para


acompanhar cônjuge ou companheiro, que ambos sejam regidos pelas disposições da Lei
8.112, mas sim apenas um dos cônjuges, conforme se observa, por exemplo, do teor do Man-
dado de Segurança 23.058:

JURISPRUDÊNCIA
Havendo a transferência, de ofício, do cônjuge da impetrante, empregado da Caixa Eco-
nômica Federal, para a cidade de Fortaleza/CE, tem ela, servidora ocupante de cargo no
Tribunal de Contas da União, direito líquido e certo de também ser removida, independen-
temente da existência de vagas.

No caso, estávamos diante de uma funcionária da Caixa Econômica Federal (empresa pú-
blica) que fora removida de ofício. Ainda que tal funcionária não seja regida pelas disposições
da Lei 8.112, mas sim pelas regras previstas na CLT, o seu cônjuge, que é servidor do TCU (re-
gido pelo estatuto federal) tem direito à remoção de ofício.
Tal hipótese de remoção, no entanto, não deve ser confundida com as hipóteses em que um
dos cônjuges ou companheiros é aprovado em concurso público para outro órgão ou entidade.
Nestes casos, como a quebra do vínculo familiar não deu-se em função de uma ação do
Poder Público, mas sim como decorrência da vontade de um dos membros do casal, não há
que se falar em direito à remoção para acompanhar cônjuge, conforme entendimento do STJ
(REsp 616.831):

JURISPRUDÊNCIA
Hipótese em que não há falar em deslocamento do servidor público no interesse da Admi-
nistração, uma vez que se trata de primeiro provimento de cargo e o servidor tinha conhe-
cimento de que seu exercício seria, necessariamente, no Estado do Rio de Janeiro, tendo
em vista a natureza estadual do órgão para o qual foi nomeado. Inexiste, portanto, direito
líquido e certo da recorrente à remoção.

Por fim, ainda no âmbito da remoção para acompanhar cônjuge, o STJ possui entendimen-
to de que não há direito à remoção quando o casal não morava, inicialmente, na mesma locali-
dade. Neste sentido, destaca-se a pedagógica decisão proferida no âmbito do REsp 1.209.391:

JURISPRUDÊNCIA
Servidor público federal lotado no interior do Estado da Paraíba requereu a sua remoção
para a capital do estado ou, alternativamente, a lotação provisória em qualquer outro
órgão da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional para acompanhar
a esposa, servidora pública federal, removida de ofício de Campina Grande para João

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Pessoa. Apesar de a esposa do autor ter sido removida de ofício, o apelante não faz jus à
remoção para a sede do TRE/PB, visto que o casal não residia na mesma localidade antes
da remoção da esposa. Portanto, o Estado não se omitiu do seu dever de proteger a uni-
dade familiar, que ocorre quando há o afastamento do convívio familiar direto e diário de
um dos seus integrantes.

009. (CEBRASPE/CESPE/AJ/STM/JUDICIÁRIA/”SEM ESPECIALIDADE”/2018) Acerca das


regras aplicáveis aos servidores públicos do Poder Judiciário, e considerando o que dispõe a
Lei n.º 8.112/1990 e a Lei n.º 11.416/2006, julgue o item a seguir.
A legislação que dispõe sobre o regime estatutário prevê a possibilidade de o servidor público,
em determinadas hipóteses, pedir remoção para outra localidade, independentemente do inte-
resse da administração pública.

Assim como informa a questão, o texto da Lei 8.112 elenca três situações em que o servidor
público federal poderá pedir remoção para outra localidade independente do interesse da Ad-
ministração Pública.

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Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro,
com ou sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção
III – a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no inte-
resse da Administração;
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas
e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial;
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for
superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em
que aqueles estejam lotados.
Certo.

2.2. Redistribuição
A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, esteja ou não ele ocu-
pado, e desde que tal deslocamento ocorra para outro órgão ou entidade, mas sempre no âm-
bito do mesmo Poder.

EXEMPLO
Determinado servidor foi aprovado em um concurso público da esfera federal, sendo lotado em
uma repartição onde o número de servidores que ocupavam o mesmo quadro que ele totaliza-
va 15 pessoas.
Neste órgão, as lotações são definidas com base no total de atendimentos realizados por
semestre. Assim, se a sua repartição não tiver atendido, no semestre atual, um número supe-
rior de pessoas que no semestre anterior, perderá alguns dos cargos da lotação padrão.
Nesta hipótese, teremos a redistribuição de cargos, fazendo com que certo número de cargos
pertencentes à repartição do servidor seja redistribuído para outra repartição, integrante do
mesmo Poder, que tenha realizado um maior número de atendimentos no semestre.

Para que a redistribuição seja feita, faz-se necessário, ainda, que alguns requisitos sejam
atendidos, sendo eles:
• Interesse da administração;
• Equivalência de vencimentos;
• Manutenção da essência das atribuições do cargo;
• Vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;
• Mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;
• Compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão
ou entidade;

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A redistribuição também poderá ocorrer com a finalidade de ajuste de lotação ou nos ca-
sos de reorganização e extinção do órgão ou entidade. Tratando-se de cargos efetivos que se
encontrem vagos, a realização da redistribuição deverá ser realizada em conjunto entre o SI-
PEC (Sistema de pessoal civil da administração pública) e os órgãos ou entidades envolvidos.
Caso, no entanto, ocorra a extinção de um órgão ou entidade e os servidores não sejam re-
distribuídos, deverão os mesmos ser mantidos em disponibilidade. Caso não sejam colocados
em disponibilidade, deverão ser mantidos sob responsabilidade do SIPEC até o seu adequado
aproveitamento.

Tanto nas situações de remoção quanto de redistribuição, quando ocorrer a mudança de


Município onde o servidor passe a desempenhar as suas atribuições, deverá ser a ele assegu-
rado um prazo de trânsito para a entrada em exercício, que, nos termos da Lei 8.112, será de
no mínimo 10 dias e de no máximo 30 dias.
Os institutos da remoção e da redistribuição podem ser diferenciados por meio da se-
guinte tabela:

Remoção Redistribuição
Não se trata de uma forma de Não se trata de uma forma de
provimento provimento
Não altera o contingente funcional Não altera o contingente funcional
Trata-se do deslocamento de servidor Trata-se do deslocamento de cargo
Destina-se a assegurar a preservação
Trata-se de uma forma de organização
de valores como a saúde do servidor e o
da administração pública
núcleo familiar
Quando ocorrer a mudança de Quando ocorrer a mudança de
Município, deve ser conferido um prazo Município, deve ser conferido um prazo
de 10 a 30 dias para a entrada em de 10 a 30 dias para a entrada em
exercício exercício

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2.3. Substituição
A substituição trata-se de instituto decorrente do princípio da continuidade dos serviços
públicos. Com ela, objetiva-se que o serviço não seja interrompido em razão da ausência do
titular da função. Caso assim não fosse, a coletividade usuária do serviço prestado é que seria
prejudicada pela sua interrupção.
Todos os órgãos ou entidades possuem cargos de chefia e funções de direção, sendo que
os servidores que ocupam tais funções, além de receber um adicional pelo exercício desempe-
nhado, exercem atividades que exigem um maior nível de responsabilidade.
Assim, quando os titulares desses cargos se ausentam (como, por exemplo, nas férias,
licenças ou afastamentos admitidos pela Lei 8.112), o substituto, que deve ser anteriormente
designado, assume cumulativamente, ou seja, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício
temporário das atribuições do titular.
Como contrapartida, recebe um adicional durante o período em que durar a substituição.
As regras acerca da substituição estão expressas nos §§ 1º e 2º do artigo 38 da Lei 8.112,
que assim dispõe:

Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natu-


reza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente
designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.
O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício
do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimen-
tos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela
remuneração de um deles durante o respectivo período.
O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo
de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores
a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o
referido período.

Da análise dos dispositivos mencionados, percebe-se que o servidor, quando estiver subs-
tituindo o titular, pode, quando o período não exceder a 30 dias, optar pela remuneração que
deseja receber, se aquela do cargo em que originalmente atua ou a do servidor substituído.
Após o prazo de 30 dias, e tendo continuado a substituição, o servidor substituto passa a
receber a remuneração do titular da função, sem a possibilidade de optar por uma das duas
remunerações.

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3. Direitos e Vantagens
Os servidores regidos pela Lei 8.112 possuem uma série de prerrogativas para as mais di-
versas situações que podem ocorrem na sua vida profissional. Basicamente, são as seguintes
as classes de direitos e vantagens que o servidor público civil federal poderá ter direito:
a) vencimento e remuneração;
b) indenizações;
c) gratificações e adicionais;
d) férias;
e) licenças;
f) concessões;
g) direito de petição;

3.1. Vencimento e Remuneração


O vencimento e a remuneração são, sem dúvida alguma, duas das mais importantes van-
tagens concedidas aos servidores.
E como estamos no âmbito da administração pública, em plena consonância com o princí-
pio da legalidade, é a própria Lei 8.112 que estipula as diversas regras referentes ao assunto,
dentre as quais se destaca a que determina que “é proibida a prestação de serviços gratuitos,
salvo nos casos estipulados em lei” (art. 4º).
Devemos guardar a diferenciação existente entre vencimento e remuneração.
Vencimento é um conceito mais restrito, tratando-se da retribuição pecuniária pelo exer-
cício do cargo público.
Remuneração, por outro lato, apresenta um conceito mais amplo, compreendendo os ven-
cimentos e as vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

De acordo com o artigo 41, § 5º, da Lei 8.112, temos a previsão de que “nenhum servidor
receberá remuneração inferior ao salário mínimo”.
No entanto, a Súmula Vinculante n. 6 do STF criou uma exceção à regra geral ao esta-
belecer que:

Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as pra-
ças prestadoras de serviço militar inicial.

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Os praças militares são os indivíduos recém-incorporados ao serviço militar. Ainda que


não sejam abrangidos pela Lei 8.112, trata-se de importante entendimento do STF que já foi
cobrado diversas vezes em provas de concurso.
Frisa-se que o vencimento do servidor público federal pode perfeitamente ser inferior ao
salário mínimo. Como mencionado, o que não pode ser inferior ao salário é a remuneração,
conceito que abrange o vencimento e as vantagens de caráter permanente.
Outra importante garantia assegurada às verbas recebidas pelos servidores é a que esta-
belece a impossibilidade de termos, em regra, o arresto, o sequestro e a penhora do venci-
mento, da remuneração e dos proventos recebidos pelos servidores públicos federais. Tais
institutos, oriundos do Direito Civil, apenas poderão ser utilizados nas hipóteses de prestação
de alimentos, e ainda assim quando decorrerem de decisão judicial. Neste sentido é o teor do
artigo 48 da lei 8.112:

O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exce-
to nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.

Como vimos, as parcelas recebidas pelo servidor, de caráter pecuniário, objetivam conferir
a este uma retribuição pelos serviços prestados ao Estado. Tal remuneração, entretanto, não
poderá exceder aos valores recebidos pelos detentores de Poder, em plena consonância com
a disposição constitucional que estabelece a obrigatoriedade de observância, por toda a admi-
nistração pública, do teto remuneratório.
Assim, estabelece o artigo 42 do estatuto federal a seguinte regra geral:

Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração, importância superior à


soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos res-
pectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Ministros do
Supremo Tribunal Federal.

Inicialmente, deve-se observar que o teto remuneratório estabelecido pela Lei 8.112 não é o
mesmo daquele estabelecido pela Constituição Federal. Da mesma forma, ainda que os tetos
sejam diferentes, o limite da Lei 8.112 não é inconstitucional, haja vista que apresenta uma
regra mais restrita do que a estabelecida pela constituição.
É correto afirmar, com isso, que temos três limites remuneratórios a serem observados
pelos servidores regidos pela Lei 8.112, sendo que cada um deles toma como base um cargo
de cada um dos Poderes da República.
O motivo para tal é que as disposições da mencionada norma aplicam-se, indistintamente,
a todo o funcionalismo público civil federal, independente de estarmos diante de carreiras per-
tencentes ao Poder Executivo, ao Poder Legislativo ou ao Poder Judiciário.

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Desta forma, caso o servidor ocupe um cargo público pertencente à estrutura do Poder
Executivo, não poderá receber, a título de remuneração, importância superior aos subsídios
recebidos pelos respectivos Ministros de Estado. Caso ocupe um cargo do Poder Legislativo,
o limite remuneratório será o subsídio recebido pelos membros do Congresso Nacional (De-
putados e Senadores). Caso pertença à estrutura do Poder Judiciário, o limite utilizado como
teto será o subsídio dos Ministros do STF.

3.2. Indenizações
Duas são as principais peculiaridades das parcelas de caráter indenizatório:
a) A não incidência de imposto de renda e de contribuição previdenciária sobre os valores
recebidos, de forma que o total líquido recebido a título de indenização é idêntico ao valor es-
tabelecido em lei ou regulamento.
b) O fato destas verbas não se incorporarem ao vencimento ou ao provento do servi-
dor, sendo que o recebimento é cessado tão logo as causas que ensejaram o recebimento
desapareçam.
Tal característica é um diferencial em relação às verbas remuneratórias, tais como os adi-
cionais e as gratificações, que, nos casos e condições previstos em lei, incorporam-se ao ven-
cimento e ao provento.
Neste sentido é o teor do artigo 49 da Lei 8.112:

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:
I – indenizações;
II – gratificações;
III – adicionais.
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e con-
dições indicados em lei.

Quatro são as indenizações expressamente previstas no estatuto federal, sendo elas a


ajuda de custo, as diárias, o transporte e o auxílio-moradia.

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3.2.1. Ajuda de Custo

Trata-se a ajuda de custo de verba de caráter compensatório, cujo objetivo é ressarcir as


despesas de instalação do servidor que, por interesse da administração, passou a ter exercício
em nova sede.
E aqui temos uma grande novidade, incluída pela Lei 12.998, de 2014, que alterou o texto
da Lei 8112. De acordo com a nova redação, mais precisamente no § 3º do artigo 53, temos a
seguinte disposição:

Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de remoção previstas nos incisos II e III do pará-
grafo único do art. 36.

Ambas as possibilidades são casos de remoção a pedido do servidor público federal, con-
solidando o entendimento de que a ajuda de custo, no âmbito da remoção, apenas será devida
quando ocorrer de ofício, no interesse da administração.
A ajuda de custo é calculada com base na remuneração do servidor, não podendo exceder
a importância correspondente a três meses de remuneração.
Caso o servidor tenha sido eleito para um cargo eletivo e, com o término do mandato, re-
torne para o cargo público anteriormente ocupado, não terá direito ao recebimento de ajuda
de custo, uma vez que o retorno decorreu exclusivamente da vontade do agente, e não por
interesse do Poder Público.
Situação oposta ocorre com o servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão,
que, ainda que não integre a carreira da administração pública antes da sua nomeação, passa,
com a realização do ato, a exercer uma função pública.
Em tal situação, não há como negar que houve um “convite” por parte do Poder Público
para que o particular passasse a exercer o cargo em comissão, manifestação esta da vontade
da administração e ensejadora do direito ao recebimento da ajuda de custo.
Caso o servidor receba a ajuda de custo e não se apresente na nova sede no prazo de 30
dias, deverá devolver a quantia anteriormente recebida.
Estabelece a Lei 8.112, ainda, que “à família do servidor que falecer na nova sede são as-
segurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um)
ano, contado do óbito”(art. 53,§2º).

3.2.2. Diárias

As diárias são utilizadas com a finalidade de compensar os gastos do servidor que se


ausentar da sua sede em caráter transitório ou eventual. Nota-se, de imediato, que a principal
distinção entre a ajuda de custo e as diárias trata-se do caráter de eventualidade no exercício
da atividade desta última.

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Em outras palavras, as situações que dão direito ao recebimento de ajuda de custo são
aquelas em que o servidor passa a ter exercício em outra sede, com caráter de definitividade.
Em sentido oposto, as hipóteses de diárias são aquelas em que o exercício da atribuição
ocorre em outro local que não o da repartição, mas de forma eventual ou transitória. Termina-
da a atividade, o servidor retorna para a sede da repartição pública.

A Lei 8.112 estipula as seguintes regras para as diárias (art. 58 e 59):

Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro
ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar
as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme
dispuser em regulamento.
§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o desloca-
mento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas
extraordinárias cobertas por diárias
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o servi-
dor não fará jus a diárias.
§ 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região metropoli-
tana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente
instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e
competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver
pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afasta-
mentos dentro do território nacional.
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado
a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o previsto para o
seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.

3.3.3. Transporte

A concessão de transporte tem como objetivo ressarcir as despesas que o servidor teve,
no desempenho de suas atividades, com a utilização de meio próprio de locomoção. Nos ter-
mos do estatuto federal, apenas um artigo faz menção a tal parcela indenizatória (art. 60):

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Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilização de
meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias
do cargo, conforme se dispuser em regulamento.

EXEMPLO
Os Oficiais de Justiça possuem, dentre as suas atribuições, a de realizar diligências externas
com a finalidade de dar cumprimento a mandados judiciais, devendo, para tal, dirigir-se, com
veículo próprio de locomoção, aos diversos Municípios que compõem a sua jurisdição.
Como utilizam meio próprio de locomoção, recebem, como contrapartida, uma parcela de cará-
ter indenizatório destinada a custear as despesas incorridas para a prestação da atividade.

3.2.4. Auxílio-Moradia

O auxílio-moradia possui como objetivo ressarcir as despesas que os servidores tiveram


com o aluguel de moradia ou outro meio de hospedagem, devidamente comprovadas, e desde
que sejam atendidos diversos requisitos estabelecidos em lei.
De acordo com o artigo 60-B da Lei 8.112, temos os seguintes requisitos a serem atendidos
para que o servidor público federal faça jus ao recebimento de auxílio-moradia:

I – não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;


II – o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional;
III – o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente com-
prador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, in-
cluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, nos doze meses que antecederem
a sua nomeação;
IV – nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;
V – o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão ou função
de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza
Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes;
VI – o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se enquadre nas
hipóteses do art. 58, § 3º, em relação ao local de residência ou domicílio do servidor;
VII – o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze meses,
aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo inferior
a sessenta dias dentro desse período; e
VIII – o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para cargo
efetivo.
IX – o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.

Da análise do dispositivo, consegue-se identificar que o valor do auxílio-moradia jamais po-


derá ultrapassar 25% da remuneração do cargo em comissão ou da função de confiança. Tal
valor, da mesma forma, não poderá ultrapassar o percentual de 25% da remuneração recebida
pelos Ministros de Estado.
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No entanto, independente do cargo em comissão ou função de confiança ocupada pelo


servidor, fica garantido a todos os que preencherem os requisitos legais o ressarcimento até o
valor de R$ 1.800,00.

010. (CEBRASPE/CESPE/AJ/STJ/ADMINISTRATIVA/2018) Com base no disposto na Lei n.º


8.112/1990, julgue o item seguinte.
O auxílio-moradia poderá ser concedido a servidor público que resida com outra pessoa que
receba o mesmo benefício.

Uma das condições para o recebimento do auxílio-moradia é que nenhuma pessoa que resida
com o servidor esteja recebendo a mencionada indenização.

Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se atendidos os seguintes requisitos:


IV – nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;

Errado.

011. (FCC/AJ/TRF-4ª/APOIO ESPECIALIZADO/INFRAESTRUTURA EM TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO/2019) As indenizações previstas na Lei n. 8.112/1990
a) são espécies de vantagens passíveis de serem pagas aos servidores de forma recorrente e
reiterada, incorporando-se aos vencimentos devidos mensalmente.
b) não se incorporam aos vencimentos recebidos pelos servidores, porque constituem espé-
cies de vantagens e, como tal, não podem ser pagas por prazo indeterminado.
c) são espécies de gratificações devidas aos servidores, podendo, em alguns casos, ser incor-
poradas à remuneração mensal.
d) são adicionais devidos aos servidores em situações episódicas, mediante comprovação de
despesa prévia, não se incorporando à remuneração mensal.
e) e as gratificações são pagamentos devidos aos servidores em casos de comprovação de
despesas extraordinárias, podendo ser incorporadas aos vencimentos, mas não aos proventos.

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De acordo com o §1º do artigo 49 da Lei 8.112, “As indenizações não se incorporam ao venci-
mento ou provento para qualquer efeito”. Com isso, eliminamos as Letras A, C e E.
Na Letra D, o erro está em afirmar que as indenizações são uma espécie de adicional. Tanto os
adicionais quanto as indenizações são espécies de vantagens.
No caso das indenizações, elas não se incorporam ao vencimento e devem ser pagas apenas
por um período determinado de tempo, motivo pelo qual o gabarito é a Letra B.

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:
I – indenizações;
II – gratificações;
III – adicionais.
Letra b.

3.3. Gratificações e Adicionais


Além do vencimento e das vantagens previstas no estatuto federal, poderão ser deferidos
aos servidores regidos por tal norma as seguintes retribuições, gratificações e adicionais:
a) retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento;
b) gratificação natalina;
c) adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;
d) adicional pela prestação de serviço extraordinário;
e) adicional noturno;
f) adicional de férias;
g) outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho;
h) gratificação por encargo de curso ou concurso.

3.3.1. Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Chefia e Assessora-


mento

Os servidores que exercem as funções de direção, de chefia ou de assessoramento fazem


jus a um adicional pago com base na complexidade da atribuição desempenhada.
Salienta-se, contudo, que o servidor que exerce tais funções pode ser livremente dispensa-
do pela autoridade competência, não havendo obrigação de motivação para a prática do ato.
Nestas hipóteses, caso estejamos diante de um servidor de carreira, este voltará a desem-
penhar as atividades relativas ao seu cargo. Caso o ocupante do cargo em comissão não seja
servidor público, a dispensa da função de confiança fará com que o seu vínculo com o Poder
Público seja cessado.

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3.3.2. Gratificação Natalina

Trata-se a gratificação natalina do popularmente conhecido “13º salário”. Desta forma, a


cada mês de efetivo exercício o servidor público federal adquire o direito a 1/12 do respectivo
adicional, que deverá ser pago, obrigatoriamente, até o dia 20 de dezembro de cada ano.
Importante constar que a fração igual ou superior a 15 dias será computada como mês de
efetivo exercício, bem como que, em caso de exoneração do servidor antes da data de paga-
mento da gratificação, terá ele direito ao recebimento proporcional, que será calculada com
base nos meses de efetivo exercício.

EXEMPLO
Antônio, após aprovação em concurso público, entrou em exercício no dia 12 de abril de 2014.
No dia 14 de novembro do mesmo ano, por motivos particulares, solicitou a exoneração do
cargo público.
Neste caso, além das demais verbas devidas, terá Antônio direito ao recebimento proporcional
da gratificação natalina. Para tal, devemos levar em conta os meses de efetivo exercício em
que Antônio trabalhou.
– O mês de abril é considerado mês integral, uma vez que Antônio trabalhou 19 dias (de 12/04
a 30/04).
– Os meses de maio, junho, julho, agosto, setembro e outubro também são computados como
de efetivo exercício.
–O mês de novembro, no entanto, não será computado, uma vez que Antônio trabalhou apenas
14 dias do período em questão.
Logo, o período que deverá ser levado em consideração, para efeitos de pagamento da gratifi-
cação natalina, é o de 7 meses.

3.3.3. Adicional pelo Exercício de Atividades Insalubres, Perigosas ou Penosas

A periculosidade está relacionada com atividades que coloquem o servidor em situações


de risco de morte.
A insalubridade está relacionada com condições do ambiente de trabalho, que, ainda que
não causem um risco imediato, vão prejudicando, aos poucos, a saúde do servidor, tal como a
falta de iluminação adequada ou o contato com substâncias tóxicas.
A penosidade se relaciona com os servidores que estejam em exercício em zonas de fron-
teira ou outras localidades com baixa qualidade de vida.
Em todas estas situações, será devido aos servidores um adicional, que será pago con-
forme as disposições estabelecidas em regulamento do órgão público. Caso o servidor se
enquadre em uma das situações que enseje o pagamento, simultaneamente, do adicional de
periculosidade e de insalubridade, deverá optar pelo recebimento de um deles.

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As servidoras gestantes ou lactantes deverão, obrigatoriamente, ser afastadas das ativi-


dades exercidas em locais penosos, insalubres ou perigosos durante o período da respectiva
gestação ou lactação. Deve a administração, nestas situações, proporcionar que o trabalho da
servidora seja feito em um ambiente salubre e livre dos riscos de periculosidade e penosidade.
Importante questão refere-se aos servidores públicos que exercem as atividades de ope-
ração com raio x ou substâncias radioativas. Nestes casos, o Poder Público possui duas
obrigações:
a) manter controle permanente dos locais de trabalho, monitorando para que as doses de
radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo legalmente permitido.
b) submeter os servidores, a cada período de 6 meses de atividades, a exames médicos.

3.3.4. Adicional pela Prestação de Serviço Extraordinário

São as populares “horas extras”, cuja remuneração, em caso de exercício, é acrescida de


um adicional de 50% sobre o valor da hora normal de serviço.
Nos termos da Lei 8112, só é admitido o exercício de, no máximo, 2 horas extras por jorna-
da de trabalho.

3.3.5. Adicional Noturno

Os servidores que trabalharem no período compreendido entre as 22 horas de um dia até


as 05 horas do dia seguinte terão direito ao recebimento do adicional noturno, que será calcu-
lado sobre o valor da hora normal de trabalho.
Estabelece a Lei 8.112 que o percentual do adicional noturno será de 25% sobre o valor
normal da hora trabalhada.
Além disso, o tempo que será computado como hora de efetivo exercício, quando o servidor
estiver no período noturno, será de 52 minutos e 30 segundos. Neste mesmo sentido, em caso
de recebimento cumulativo dos adicionais noturno e de serviços extraordinários, o percentual
do adicional noturno apenas incidirá após a aplicação do percentual relativo às horas extras.

EXEMPLO
Rodrigo trabalha em um órgão público federal, sendo que a sua jornada normal de trabalho é
das 15 às 22 horas, ou seja, sem o direito à adicional noturno.
Por motivos de força maior, Rodrigo teve que trabalhar, durante alguns dias, no período das 15
às 23, dando ensejo ao recebimento tanto de horas extras quanto do adicional noturno.
Neste caso, deve a administração aplicar, inicialmente, o percentual de 50%, a título de horas
extras, sobre o valor da hora trabalhada que exceder à jornada de trabalho.
Após a aplicação do referido percentual, procede-se à aplicação do adicional noturno, que,
desta forma, incide sobre o valor da hora normal de trabalho já acrescida do percentual das
horas extraordinárias.

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3.3.6. Adicional de Férias

O adicional de férias decorre de uma previsão constitucional, podendo ser entendido como
um percentual que será aplicado sobre a remuneração do servidor público sempre que este
desejar gozar das suas férias.
Tal percentual, de acordo com as disposições da Lei 8.112, é de 1/3 sobre o total da remu-
neração devida ao servidor. Caso o servidor exerça função de confiança ou cargo em comis-
são, o valor recebido pelo exercício das funções de direção, chefia ou assessoramento será
levado em conta para efeitos de cálculo do adicional.

3.3.7. Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso

A gratificação por encargo de curso ou concurso trata-se da última das gratificações insti-
tuídas para os servidores públicos federais.
Por meio dela, os servidores que se envolverem com atividades relacionadas com o inte-
resse público farão jus a uma gratificação, que incidirá, a depender da atividade, na proporção
de 1,2% ou 2,2% sobre o maior vencimento básico da administração pública federal.

Os percentuais serão calculados com base nas horas despendidas pelo servidor para o
desempenho das atividades, não podendo, como regra, exceder ao número de 120 horas por
ano. Em casos excepcionais, a autoridade máxima do órgão ou entidade poderá autorizar o
exercício de mais 120 horas.

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3.4. Férias
O direito ao gozo de férias trata-se de uma regra que não é exclusiva dos servidores públi-
cos, devendo ser exercida por todos os trabalhadores da iniciativa privada.
Decorre o direito de férias, desta forma, de uma previsão constitucional, conforme estabe-
lece o artigo 7º, XVII, da Constituição Federal:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

Tratam-se as férias de um direito social que, ainda que inicialmente previsto para os tra-
balhadores da iniciativa privada, foi estendido aos servidores públicos de todos os entes
federados.
Em todas as situações, o servidor deve receber, quando do gozo de suas férias, um adicio-
nal de 1/3 sobre o total da remuneração.
As férias dos servidores públicos, no entanto, apresentam algumas peculiaridades com
relação ao direito conferido aos demais trabalhadores. Assim, as férias dos servidores po-
dem ser parceladas em até 3 etapas, desde que requeridas pelo servidor e no interesse da
administração.
Caso ocorra o parcelamento, os valores relativos às férias serão creditados quando da uti-
lização da primeira etapa, devendo ser observada a antecedência mínima de 2 dias.
Por se tratar de direito social garantido constitucionalmente aos servidores públicos, a re-
gra é a de que as férias não podem ser interrompidas.
Os poucos casos em que é possível a interrupção são situações de extrema importância
para a continuidade do serviço público, conforme estabelece a Lei 8.112 em seu artigo 80.

As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna,
convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela auto-
ridade máxima do órgão ou entidade.

Ocorrendo a interrupção, o restante do período deve ser gozado de uma só vez (parágrafo
único do art. 80).

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No âmbito do serviço público, tal como ocorre para as demais classes de trabalhadores,
é exigido um tempo mínimo de 12 meses de exercício para que o servidor adquira o direito ao
primeiro período de férias. Os demais períodos, no entanto, serão contados por exercício, não
havendo a necessidade de ser completado um ano de trabalho para a sua fruição.

EXEMPLO
Clarissa entrou em exercício no serviço público federal em 29/10/2014. Para que ela tenha
direito ao gozo de férias, deve completar o período de 1 ano de efetivo exercício, período este
que termina em 28/10/2015. Nesta data, Clarissa passa a ter direito de usufruir de suas férias.
Para os demais períodos, no entanto, não há necessidade da observância de 1 ano de efetivo
exercício. Nesta situação, Clarissa poderia, perfeitamente, requerer suas férias para o início do
ano de 2016, uma vez que já estaríamos em um novo exercício.

Outro ponto bastante importante é sobre as férias dos servidores que operam constante-
mente com raio x ou outras substâncias radioativas. Para estes, há a expressa determinação
de que deverão gozar do período de 20 dias de férias a cada semestre de atividade profissio-
nal, sendo vedada a sua acumulação.

3.5. Licenças
Estabelece a Lei 8.112 doze diferentes tipos de licenças passíveis de utilização pelo servi-
dor público federal, sendo elas:
a) Licença por motivo de doença em pessoa da família;
b) Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
c) Licença para o serviço militar;
d) Licença para atividade política;

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e) Licença para capacitação;


f) Licença para tratar de interesses particulares;
g) Licença para desempenho de mandato classista;
h) Licença para tratamento de saúde;
i) Licença à gestante, à adotante e paternidade;
j) Licença por acidente em serviço;
Ressalta-se que a licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da
mesma espécie será considerada como prorrogação, conforme previsão do artigo 82.

3.5.1. Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Trata-se de licença para aqueles servidores que tiverem que auxiliar algum de seus fami-
liares nos casos de doença, desde que tal atividade não seja possível de ser executada conco-
mitantemente com as atividades da repartição.
Estabelece o artigo 83, §2º, do estatuto federal, o prazo máximo que tal licença poderá ser
concedida, com ou sem remuneração:

A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de
doze meses nas seguintes condições:
I – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor;
II – por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.

3.5.2. Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge ou Companheiro

Trata-se de licença de caráter discricionário, ou seja, que pode ou não ser concedida pela
administração pública. O fundamento para a sua concessão está no deslocamento de cônjuge
ou companheiro para outro ponto do território nacional.
Nestas situações, a licença, se concedida, será por prazo indeterminado e sem remuneração.
No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor públi-
co, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal
direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o
seu cargo (art. 84, §2º).

3.5.3. Licença para o Serviço Militar

A informação imprescindível sobre tal licença é que, uma vez concedida, terá o servidor,
após concluir a obrigação, um prazo de 30 dias, sem remuneração, para reassumir o exercício
do cargo público.
A licença para o serviço militar terá todas as suas condições estabelecidas em legislação
específica.

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3.5.4. Licença para Atividade Política

Com a finalidade de não influenciar no pleito democrático, o servidor que estiver concorren-
do a algum cargo eletivo terá direito a esta licença, sem remuneração, a partir da sua escolha
em convenção partidária e até a véspera do registro da candidatura.
Com o registro, o servidor passa a ter direito, novamente, à licença, que irá durar do registro
da candidatura até 10 dias após as eleições. Nesta hipótese, o servidor receberá a remunera-
ção do cargo em que atua pelo prazo de 3 meses.

3.5.5. Licença para Capacitação

A cada 5 anos de efetivo exercício, o servidor poderá, com anuência da administração,


licenciar-se para participar de cursos e outras ações de treinamento, com remuneração, pelo
período de até 3 meses.
Tais períodos não são acumuláveis, sendo impossível, por exemplo, que o servidor, após 10
anos de exercício, queira licenciar-se pelo prazo de 6 meses consecutivos.

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3.5.6. Licença para Tratar de Interesses Particulares

A critério da administração (não é ato administrativo vinculado, mas mera discricionarieda-


de), poderá ser concedida licença ao servidor, desde que este não esteja em estágio probatório,
pelo prazo de até 3 anos consecutivos, sem remuneração, para tratar de assuntos particulares.
Uma vez concedida, a licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do ser-
vidor ou de ofício, no interesse do Poder Público.

3.5.7. Licença para Desempenho de Mandato Classista

Os servidores públicos, tal como diversas categorias da iniciativa privada, possuem sin-
dicatos que lutam em prol dos interesses de todos os filiados e da categoria como um todo.
Dessa forma, os servidores podem ser eleitos como representantes sindicais, possuindo man-
dato por prazo certo, nas seguintes condições:
• Entidades com até 5 mil associados: 2 servidores;
• Entidades com 5001 a 30 mil associados: 4 servidores;
• Entidades com mais de 30 mil servidores: 8 servidores.

Salienta-se que somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos de di-
reção ou de representação nas referidas entidades, bem como que o prazo de duração da
licença será o mesmo de duração do mandato, podendo ser renovado em caso de reeleição.

3.5.8. Licença para Tratamento de Saúde

Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com
base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
Como regra, a licença para tratamento de saúde apenas poderá ser concedida mediante
inspeção realizada por perícia médica oficial. Quando a licença exceder o prazo de 120 dias no
período de 12 meses, deverá ser analisada por uma junta médica oficial.
Em caráter de exceção, a licença concedida por prazo inferior a 15 dias, dentro do prazo
de 1 ano, poderá ser dispensada da perícia oficial, desde que haja previsão neste sentido em
regulamento editado pelo Poder Público.

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3.5.9. Licença à Gestante, à Adotante e Paternidade

A licença à gestante e a licença paternidade trata-se de direitos sociais estendidos aos


servidores públicos.
Regulamentando o tema, a Lei 8.112 estabelece, em seu artigo 211, que “será concedida
licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da re-
muneração”.
Tal licença poderá ser usufruída a partir do primeiro dia do nono mês de gestação, podendo
ser antecipada por prescrição médica. Caso ocorra o nascimento prematuro, a licença inicia-
-se, imediatamente, a partir da data do parto. Por fim, em caso de natimorto, o prazo da licença
será de 30 dias, após o qual a servidora será submetida a exame médico para verificar a sua
condição. Sendo declarada apta, retornará ao serviço público.
No caso de adoção ou de guarda judicial, a servidora terá direito à licença à adotante.
De acordo com o texto da Lei 8.112, o prazo de utilização da mencionada licença tomaria
como base a idade da criança adotada, da seguinte forma:
• Caso a criança adotada tenha até 1 ano de idade, o prazo da licença será de 90 dias;
• Caso a criança tenha mais de 1 ano de idade, o prazo da licença será de 30 dias;

Muito se contestava, contudo, com relação à diferença de prazo entre a licença à servidora
gestante (de 120 dias) e a licença à adotante (de 30 ou 90 dias).
Quando a questão chegou ao STF, o tribunal, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE)
778889, de 2016, decidiu que “a legislação não pode prever prazos diferenciados para conces-
são de licença-maternidade para servidoras públicas gestantes e adotantes”.

DICA
Assim, o texto da Lei 8.112 encontra-se, no que se refere à li-
cença à adotante, tacitamente revogado, sendo que dois en-
tendimentos devem ser levados para a prova:
a) O prazo das licenças à gestante e adotante deve ser o mes-
mo;
b) Como o prazo atual de licença à gestante é de 120 dias, este
é o prazo que as servidoras adotantes têm direito para fins de
licença.

No que se refere à licença paternidade, esta, inicialmente, possuía o prazo de 5 dias conse-
cutivos, sendo estes contados a partir da data do nascimento ou da adoção do filho do servidor.
Em 2016, no entanto, tivemos a edição da Lei 13.257, que estendeu o prazo da licença pa-
ternidade em mais 15 dias para as empresas que aderirem ao Programa Empresa Cidadã. Com
isso, o prazo da licença paternidade, para os trabalhadores da iniciativa privada, passou a ser,
para as empresas que aderiram ao programa, de 20 dias.
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Regulamentando a norma, foi editado, em 2016, o Decreto 8.737. Com isso, todos os ser-
vidores públicos federais regidos pelas disposições da Lei 8.112 passam a fazer jus a 20 dias
de licença paternidade.

3.5.4. Licença por Acidente em Serviço

O acidente em serviço pode ser conceituado como o dano físico ou mental sofrido pelo
servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.
De acordo com as disposições da Lei 8.112, duas situações se equiparam ao acidente em
serviço, sendo elas os danos (art. 212, parágrafo único, I e II):
a) decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do cargo;
b) sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.
Em todas estas hipóteses, o servidor será licenciado com a remuneração integral, sendo
que a prova da ocorrência do acidente deverá ser feita no prazo de 10 dias, prorrogável quando
as circunstâncias assim o exigirem.

3.6. Afastamentos
A doutrina não identifica uma diferença precisa entre os afastamentos e as licenças pas-
síveis de concessão ao servidor público federal. Em ambos os casos, estamos diante de um
direito, possibilitando que o servidor se ausente sem que, via de regra, ocorra a perda da res-
pectiva remuneração ou a cessação da contagem do tempo de afastamento como de efetivo
exercício.
De acordo com a Lei 8.112, podemos identificar os seguintes afastamentos:

Nesta hipótese, o servidor poderá ser cedido para ter exercício em


outro órgão ou entidade, desde que para o desempenho de alguma
Afastamento para das seguintes atribuições:
servir em outro órgão I – para exercício de cargo em comissão, função de confiança ou, no
ou entidade caso de serviço social autônomo, para o exercício de cargo de direção ou
de gerência;
II – em casos previstos em leis específicas.
Caso o servidor público seja eleito para o desempenho de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado
do cargo;
Afastamento para o II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe
exercício de mandato facultado optar pela sua remuneração;
eletivo III – investido no mandato de vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu
cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

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O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão


oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente
dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal
Federal.
A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou
Afastamento para
estudo, somente decorrido igual período, será permitida nova
estudo ou missão no
ausência.
exterior
O servidor que for beneficiado com o afastamento em questão não
poderá ser exonerado a pedido ou ter o deferimento de licença
para tratar de interesses particulares antes do prazo de concessão
do afastamento, salvo se ressarcir o Poder Público das despesas
incorridas com o seu afastamento.
Afastamento de
servidor para servir
em organismo Em tal hipótese de afastamento, o servidor perderá a remuneração
internacional de que o total durante o respectivo período de concessão.
Brasil participe ou com
o qual coopere
O servidor poderá afastar-se para participar de programa de
pós-graduação stricto sensu no país sempre que não for possível
a concessão com o desempenho das atividades do cargo ou com a
compensação de horários.
Afastamento para
Enquadram-se no conceito de pós-graduação stricto sensu os
participar de programa
programas de mestrado, doutorado e pós-doutorado.
de pós-graduação no
Após o término da concessão, o servidor deve permanecer
país
em exercício por um tempo mínimo igual ao do afastamento
concedido. Caso seja exonerado ou aposentado antes deste prazo,
deve ressarcir os cofres públicos das despesas incorridas quando
do afastamento.

3.7. Concessões
Nos termos da Lei 8.112, o servidor público federal poderá se ausentar do serviço, sem
desconto na sua remuneração, nos seguintes casos (art. 97):
I – por 1 (um) dia, para doação de sangue;
II – pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento elei-
toral, limitado, em qualquer caso, a dois dias;
III – por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, me-
nor sob guarda ou tutela e irmãos.
Além disso, temos os casos dos servidores estudantes e deficientes.

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Quanto ao servidor estudante, a Lei 8.112 confere a ele a possibilidade de ter horário di-
ferenciado nas situações em que haja incompatibilidade entre o horário escolar e o da repar-
tição. No entanto, o servidor terá que compensar o respectivo horário, em acordo com a sua
chefia imediata.
Já para o servidor deficiente, a Lei 8.112 é mais flexível, estabelecendo a possibilidade de
horário diferenciado e não exigindo a compensação de horário. Tal regra também é aplicada
para o servidor que tenha dependente deficiente.

3.8. Direito de Petição


Durante toda a vida funcional, o servidor fará jus a uma série de direitos e estará obrigado
a um rol não menos importante de obrigações.
Como estamos no meio de órgãos ou entidades que possuem alto grau de hierarquia em
suas estruturas, é de extrema importância que o servidor tenha meios de pleitear os direitos
que lhe são próprios nas situações em que se sentir coagido ou em que houver descaso por
parte dos seus superiores. Tais situações são atendidas por meio do direito de petição.
Por óbvio que os servidores terão um lapso de tempo para requerer aquilo que entenderem
de direito. Neste sentido, devemos fazer uso do artigo 110 da Lei 8.112, que estabelece o prazo
prescricional para o direito de petição do servidor público federal:

O direito de requerer prescreve:


I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibili-
dade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;
II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.

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Para entendermos como funciona a sistemática dos pedidos, reconsideração e recursos,


vamos a um esquema que nos ajudará a visualizar todo o processo:

Os artigos 111 a 115 da norma federal relacionam características do direito de petição e


conferem uma maior celeridade ao procedimento.

O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição.


A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração.
Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou documento, na repartição,
ao servidor ou a procurador por ele constituído.
A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.
São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.

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4. Regime Disciplinar
A origem do regime disciplinar está intimamente ligada a alguns conceitos elementares
do Direito Administrativo, mais precisamente os relacionados com os poderes hierárquico e
disciplinar.
De acordo com a doutrina, é por meio do poder disciplinar que a administração púbica
pode punir tanto os seus agentes internos quanto os particulares que estejam ligados a ela por
algum vínculo específico.
Dessa forma, existe poder disciplinar quando a administração pública aplica a penalida-
de de advertência a um determinado servidor que se encontra a ela subordinado. Do mesmo
modo, temos uma manifestação do poder disciplinar quando um órgão público, verificando
que um licitante não cumpriu com as obrigações estipuladas em um contrato administrativo,
aplica a sanção de suspensão.
Em ambos os casos, tivemos uma penalidade sendo aplicada. No entanto, em apenas um
desses casos a pessoa punida estava subordinada à administração.
E é justamente tal característica (subordinação) a base de outro importante poder: o hie-
rárquico. Por meio dele, a administração possui as prerrogativas de delegar, avocar, fiscalizar
e aplicar sanções.
Assim, chegamos a uma importante constatação:
a) Quando a administração pune internamente os seus servidores pelas infrações por eles
cometidas, estamos diante do poder disciplinar exclusivamente interno. Esse poder, justamen-
te por ser apenas interno, deriva do poder hierárquico.
b) Quando a administração pune o particular que mantém algum tipo de vínculo específico
com o Poder Público (como uma empresa privada que tenha celebrado um contrato adminis-
trativo) também estamos diante do poder disciplinar, só que agora, ao contrário do exemplo
anterior, o mesmo aplica-se a terceiros e, por isso mesmo, não deriva do poder hierárquico.
Tudo isso nos permite afirmar que o regime disciplinar da administração pública é decor-
rência direta do poder disciplinar e indireta do poder hierárquico.
Nos termos da Lei 8.112, o regime disciplinar dos servidores está construído em cinco ca-
pítulos: deveres, proibições, acumulação, responsabilidades e penalidades.

4.1. Deveres
De acordo com o estatuto federal, temos uma série de deveres para os servidores públicos
regidos pela norma. Salienta-se que a lista de deveres apresentada não é taxativa, mas sim
meramente exemplificativa, de forma que o servidor não pode alegar que deixou de cumprir
com alguma obrigação por ela não estar prevista expressamente no texto da norma que rege
a sua categoria funcional.

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De acordo com o artigo 116 da Lei 8.112, são os seguintes os deveres do servidor públi-
co federal:
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II – ser leal às instituições a que servir;
III – observar as normas legais e regulamentares;
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V – atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas
por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situa-
ções de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de
outra autoridade competente para apuração;
VII – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X – ser assíduo e pontual ao serviço;
XI – tratar com urbanidade as pessoas;
XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

4.2. Proibições
No tocante às proibições, temos que identificar, além da lista de possibilidades estipuladas
pela Lei 8.112, qual a penalidade cabível quando do seu descumprimento.
Desta forma, duas informações são essenciais para compreendermos a relação proibição
x penalidade.
a) A reincidência da conduta anteriormente penalizada com advertência implica na pena de
suspensão.

Exemplo
Podemos citar o servidor público que deixou de cumprir algum dever funcional e foi inicialmen-
te penalizado com advertência. Caso o servidor volte a cometer a mesma infração (ainda que
a penalidade inicial seja advertência), a pena, agora, será a de suspensão.

b) Para efeito das proibições que serão elencadas daqui por diante, três penas são possí-
veis de serem aplicadas: advertência, suspensão e demissão.

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Tais penalidades obedecem a uma gradação estabelecida pelo legislador, de forma que as
infrações mais leves recebem advertência, as de nível intermediário (ou reincidências de adver-
tência) recebem suspensão e as de maior gravidade são punidas com demissão.

4.2.1. Infrações Puníveis com Advertência

De acordo com o estatuto federal, as seguintes condutas acarretam a aplicação da penali-


dade de advertência:
a) Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;
b) Retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da
repartição;
c) Recusar fé a documentos públicos;
d) Opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução
de serviço;
e) Promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
f) Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho
de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
Destaca-se que um cuidado maior deve ser dado a esta conduta, uma vez que ela vai contra
o nível hierárquico das punições se compararmos com uma das condutas ensejadoras de sus-
pensão, que é o cometimento, a outro servidor, de atribuições estranhas ao cargo que ocupa.
Em um primeiro momento, pode parecer que cometer uma atividade estranha a um servi-
dor é bem menor grave do que cometer uma atribuição a uma pessoa estranha ao serviço pú-
blico. No entanto, não foi esta a opção adotada pelo legislador, sendo que devemos considerar,
para efeitos de prova, as seguintes penalidades:

g) Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou


sindical, ou a partido político;
h) Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companhei-
ro ou parente até o segundo grau civil;
i) Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado

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4.2.2. Infrações Puníveis com Suspensão

Três são as infrações que ensejam a aplicação da penalidade de suspensão.


Tais situações são encontradas de acordo com o critério residual, de forma que as infra-
ções que não forem punidas com demissão ou advertência serão, por exclusão, penalizadas
com suspensão.
a) Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações
de emergência e transitórias;
b) Exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função
e com o horário de trabalho;
c) Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamente,
recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, ces-
sando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
Importante sabermos que a suspensão não pode ser aplicada por prazo superior a 90 dias,
bem como que, a critério da autoridade competente, dentro das situações em que for conve-
niente para o serviço público, a pena de suspensão poderá ser substituída por multa de 50%
por dia trabalhado.

EXEMPLO
Imaginemos a situação em que um servidor foi punido com suspensão. No entanto, como a
repartição em questão possui poucos servidores, seria mais danoso para o serviço público se
o servidor penalizado permanecesse sem trabalhar durante o prazo de cumprimento da pena-
lidade.
Ainda que a administração tenha o dever de punir, esta punição não poderá resultar em um
prejuízo maior à sociedade, haja vista ser esta a titular do interesse público. Assim, como meio
de penalizar o servidor e não prejudicar a população, a administração poderá converter a pena
de suspensão em uma multa, situação em que o servidor permanecerá trabalhando e receberá
apenas 50% do que ganharia por dia normal de trabalho.

4.2.3. Infrações Puníveis com Demissão

Vejamos as condutas que são tipificadas com a mais grave das penalidades administrati-
vas: a demissão.
a) Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade
da função pública;
b) Participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não per-
sonificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;

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c) Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tra-
tar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge
ou companheiro;
d) Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas
atribuições;
e) Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
f) Praticar usura sob qualquer de suas formas;
A usura pode ser entendida como a prática de emprestar dinheiro a alguém e cobrar juros
excessivos por tal. É a popularmente conhecida agiotagem.
g) Proceder de forma desidiosa;
h) Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;
i) Crime contra a administração pública;
j) Abandono de cargo
Estará configurado abandono de cargo quando o servidor deixar, intencionalmente, o cargo
e não retornar no prazo consecutivo de 30 dias.
k) Inassiduidade habitual
Caracteriza-se a inassiduidade habitual quando o servidor falta ao serviço, sem justificati-
va, por 60 dias, interpoladamente, durante o período de 12 meses, que são contados da data
da ocorrência da primeira falta.

l) Improbidade administrativa;
m) Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
A incontinência está relacionada com toda prática sexual no recinto da repartição, tal como
o acesso a sites eróticos e as práticas de assédio.
n) Insubordinação grave em serviço;
o) Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou
de outrem;
p) Aplicação irregular de dinheiros públicos;
q) Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;

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r) Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;


s) Corrupção;
t) Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

012. (CEBRASPE/CESPE/APF/PF/2021) Determinado agente da Polícia Federal revelou um


segredo sobre uma operação policial que seria realizada para deter uma quadrilha de trafi-
cantes. Ele havia se apropriado desse segredo em razão do seu cargo. Tendo a operação fra-
cassado, a administração da Polícia recebeu uma denúncia sobre o ocorrido e abriu processo
administrativo disciplinar contra o referido servidor.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
O servidor, em razão do seu ato, está sujeito à pena de demissão.

Na situação apresentada, estamos diante da revelação de segredo do qual o servidor se


apropriou em razão do cargo. Consequentemente, a penalidade que deve ser aplicada é a
de demissão.

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:


IX – revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
Certo.

4.3. Acumulação de Cargos


Nos termos da constituição federal de 1988, a regra é a vedação à acumulação remunera-
da de dois ou mais cargos públicos.
E tal regra se aplica a todos os cargos, empregos e funções da administração direta ou
indireta de todos os entes federados. Assim, ainda que o texto da Lei 8.112 seja direciona-
do apenas aos servidores públicos federais, por força da norma constitucional, a vedação à
acumulação é uma regra mais ampla e que não se restringe ao ente federativo regulado pelo
presente estatuto.
As exceções, nas estritas hipóteses constitucionais, ficam ainda condicionadas à compa-
tibilidade de horário entre os dois cargos públicos ocupados, sendo elas:
• Dois cargos de professor;
• Um cargo de professor com outro, técnico ou científico;
• Dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regula-
mentadas.
• Permissão de acumulação para os vereadores, desde que atendidos os requisitos legais;
• Permissão para os juízes e membros do Ministério Público exercerem o magistério;

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Situação interessante ocorre com os ocupantes de cargos em comissão. Tais servidores


são pessoas que, muitas vezes, não integram o quadro funcional da entidade, sendo desig-
nados por indicação do titular da unidade para exercer as funções de direção, chefia ou as-
sessoramento.
Estes servidores, como regra, não poderão acumular dois ou mais cargos em comissão,
exceto na situação em que tiverem que exercer, internamente e temporariamente, as atribui-
ções de outro servidor que não se encontra em serviço.
Ainda assim, para esta única hipótese de acumulação de dois cargos em comissão, o ser-
vidor deverá optar, durante o período da interinidade, pela remuneração de um deles, confor-
me dispõe o parágrafo único do artigo 9º da Lei 8.112:

O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter
exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atual-
mente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da
interinidade.

A proibição de acumular é estendida ao recebimento de proventos decorrentes da aposen-


tadoria com a remuneração de outro cargo da ativa, exceto quando os dois cargos forem passí-
veis de acumulação na atividade. Com isso, evita-se a prática do servidor aposentar-se em um
cargo público e realizar concurso público com a finalidade de acumular as duas remunerações.
Não é considerada acumulação de cargos, empregos ou funções públicas a participação
do servidor público federal nos conselhos de administração e fiscal das empresas públicas
e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer em-
presas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital
social (parágrafo único do art. 119).
Ressalta-se, por fim, que quando o servidor público acumular licitamente dois cargos públi-
cos e investir-se em cargo de provimento em comissão, deverá afastar-se de ambos os cargos
efetivos, exercendo, como regra, apenas as atribuições do cargo em comissão.
Caso, no entanto, haja compatibilidade de horários para o exercício simultâneo de um car-
go efetivo com o cargo em comissão, poderá ocorrer a acumulação, desde que haja, para tal, a
declaração da compatibilidade de horários declarada pelas autoridades máximas dos órgãos
ou entidades envolvidas.

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4.4. Responsabilidades
De acordo com as disposições da Lei 8.112, três são as esferas de responsabilidade a que
os servidores públicos federais estão submetidos, sendo elas: civil, administrativa e penal.
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Enquadram-se no conceito de responsabilidade
civil todas as ações ou omissões do servidor público que, agindo em nome da administração,
cause algum dano ao particular ou ao próprio Poder Público.
Neste caso, considerando que vigora, em nosso ordenamento jurídico, a teoria da impu-
tação (por meio do qual todas as ações do servidor, no desempenho de suas atividades, são
atribuídas ao órgão ou à entidade no qual ele desempenha suas atribuições), caberá ao Poder
Público, inicialmente, responder pelos danos causados.
Tendo a administração indenizado o particular, verifica ela se a atuação do agente públi-
co ocorreu com dolo ou culpa. Em caso positivo, pode ajuizar uma ação regressiva contra
o servidor.
Julgada a ação regressiva e sendo o servidor condenado a restituir os cofres públicos, será
este intimado para pagar o valor devido no prazo de 30 dias. Não o fazendo e não possuindo
bens que possam garantir a execução, poderá ser deferido parcelamento, desde que o valor
das parcelas não seja inferior a 10% da remuneração, pensão ou proventos recebidos pelo
agente estatal.
A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nes-
sa qualidade, conforme previsão do artigo 123 da Lei 8.112.
A responsabilidade administrativa, por sua vez, resulta de ato omissivo ou comissivo pra-
ticado pelo servidor no desempenho do cargo ou função.
As três esferas de responsabilização são independentes, de forma que é perfeitamente
cabível que duas ou mais delas sejam acumuladas e imputadas ao servidor.

EXEMPLO
Podemos citar o servidor público que utiliza materiais da repartição em atividades particulares
e que, para evitar que o fato chegue ao conhecimento de terceiros, faz uso da extorsão e da
chantagem.
Neste caso, além de ser responsabilizado administrativamente pelo ato de improbidade admi-
nistrativa e civilmente caso tenha lesado o erário, responderá o servidor, da mesma forma, na
esfera penal, pois praticou o crime de extorsão em conexão com as demais práticas ilícitas.

A regra da acumulação de esferas, no entanto, apresenta duas exceções, que são as situa-
ções em que a absolvição na esfera penal acarreta a absolvição na esfera administrativa.
Para que isso ocorra, não basta a simples absolvição penal, mas sim que esta expressa-
mente negue a existência do fato ou de sua autoria. No primeiro caso, prova-se que o fato

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imputado ao servidor não ocorreu. No segundo, ainda que o fato tenha ocorrido, a autoria da
infração comprovadamente não é do servidor.

As três esferas de responsabilização podem ser mais bem visualizadas por meio do gráfi-
co a seguir:

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013. (FCC/TJ/TRF-4ª/ADMINISTRATIVA/SEGURANÇA E TRANSPORTE/2019) Os servi-


dores públicos estatutários podem ser responsabilizados, considerando o disposto na Lei n.
8.112/1990,
a) em âmbito civil, de forma solidária e em conjunto com a União, sob a modalidade objetiva.
b) em âmbito civil, administrativo e penal, sendo causa de exclusão de responsabilidade a ab-
solvição na última esfera.
c) em todas as esferas, ou seja, penal, civil e administrativa, desde que ajam com dolo.
d) civilmente, em caso de culpa ou dolo, podendo ser acionados pela União em caráter
regressivo.
e) civil e administrativamente, desde que atuem com dolo.

As esferas civil, penal e administrativa são independentes. Consequentemente, em caso de co-


metimento de alguma irregularidade, poderá o servidor ser responsabilizado nas três esferas.
a) Errada. A responsabilidade dos servidores públicos é subjetiva, dependendo da existência
de dolo ou culpa.
b) Errada. A absolvição penal apenas excluirá a responsabilidade administrativa quando negar
a existência do fato ou de sua autoria.

Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição crimi-
nal que negue a existência do fato ou sua autoria.

c) Errada. A responsabilidade ocorre tanto em caso de dolo quanto em caso de culpa do servi-
dor público.
d) Certa. Em caso de responsabilidade civil, deverá o Poder Público (no caso, a União) arcar,
inicialmente, com os valores devidos. Posteriormente, em caso de dolo ou culpa, a União ajuíza
uma ação regressiva de cobrança contra o servidor.

Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em
ação regressiva.

e) Errada. Conforme visto, o servidor também poderá ser responsabilizado na esfera penal. Além
disso, a responsabilização independe de dolo, podendo ocorrer, também, em casos de culpa.
Letra d.

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4.5. Penalidades
De acordo com as normas da Lei 8.112 (art. 127) são as seguintes as penalidades passí-
veis de aplicação aos servidores públicos federais:
I – advertência;
II – suspensão;
III – demissão;
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V – destituição de cargo em comissão;
VI – destituição de função comissionada.
São apenas estas as penalidades que passíveis de aplicação, ou seja, trata-se de uma lista
taxativa. Assim, não poderá a autoridade competente inovar e criar uma nova modalidade de
penalidade para ser aplicada ao servidor.
Da mesma forma, antes da aplicação de toda e qualquer penalidade deve ser garantido o
contraditório e a ampla defesa, sob pena de ser invalidado todo o processo de aplicação.
No que se refere às sanções de advertência e suspensão, temos que estas, depois de de-
corrido certo lapso de tempo, terão seus registros cancelados dos assentamentos funcionais
do servidor que houver sofrido a penalidade, sem que tal providência gere qualquer espécie de
direito retroativo. Neste sentido, estabelece o artigo 131 da norma federal:

As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso


de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse
período, praticado nova infração disciplinar.

EXEMPLO
Caso um servidor tenha sido penalizado com suspensão e esta, por conveniência do serviço
público, tenha sido convertida em multa de 50% por dia de trabalho, deverá o servidor, neste
período, continuar no exercício de suas atividades, oportunidade em que receberá, durante o
período da punição, apenas metade da sua remuneração.
Decorrido o prazo de 5 anos, caso o servidor não tenha incorrido em uma nova infração disci-
plinar, os registros da penalidade de suspensão serão cancelados dos registros do servidor.
Neste caso, não poderá ele requerer o recebimento da remuneração que deixou de ganhar
quando da aplicação da penalidade, uma vez que o cancelamento desta não gera direitos retro-
ativos.

014. (IBFC/SUP PESQ/IBGE/GERAL/2021) A Lei n. 8.112/1990 trata em seu artigo 127 das
denominadas “penalidades disciplinares”. Acerca das disposições da supracitada lei, assinale
a alternativa que apresente uma penalidade disciplinar.
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a) Acordo de leniência
b) Suspensão
c) Exoneração
d) Pena restritiva de direitos
e) Pena privativa de liberdade

Apenas a suspensão, dentre as opções estabelecidas pela questão, é uma penalidade estabe-
lecida na Lei 8.112/1990 para os servidores públicos federais.

Art. 127. São penalidades disciplinares:


I – advertência;
II – suspensão;
III – demissão;
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V – destituição de cargo em comissão;
VI – destituição de função comissionada.
Letra b.

Quanto à demissão, não existe a possibilidade desta ser excluída dos assentamentos fun-
cionais dos servidores. Trata-se a demissão de um ato vinculado, de forma que, quando da
sua ocorrência, não terá a administração a discricionariedade de optar pela aplicação de outra
penalidade, conforme se observa de importante entendimento do STJ (MS 12217):

JURISPRUDÊNCIA
A Administração Pública, quando se depara com situações em que a conduta do investi-
gado se amolda nas hipóteses de demissão ou cassação de aposentadoria, não dispõe
de discricionariedade para aplicar pena menos gravosa por tratar-se de ato vinculado.

Nesta linha de raciocínio, a aplicação da penalidade de demissão poderá acarretar a im-


possibilidade de o agente demitido retornar ao serviço público pelo prazo de 5 anos. Em outras
situações mais gravosas, não poderá o agente público retornar ao serviço público, independen-
te do lapso temporal. Por fim, certas condutas ensejadoras de demissão acarretam a indispo-
nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário.
a) Indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário
Nestas hipóteses, o objetivo do legislador foi o de assegurar que o patrimônio do agente
causador do dano não seja dilapidado, possibilitando assim o ressarcimento dos prejuízos
causados ao erário.

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Nos termos da Lei 8.112, três são as situações que ensejam, cumulativamente, a indispo-
nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário:
a) improbidade administrativa;
b) aplicação irregular de dinheiros públicos;
c) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
d) corrupção;
b) Proibição de retornar ao serviço público federal pelo prazo de 5 anos
a) valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade
da função pública;
b) atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se
tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de côn-
juge ou companheiro;
c) Impossibilidade de retornar ao serviço público federal indefinidamente
a) crime contra a administração pública;
b) improbidade administrativa;
c) aplicação irregular de dinheiros públicos;
d) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
e) corrupção;

4.5.1. Prescrição

Ainda que a administração possua o dever de punir todas as infrações de que tiver conhe-
cimento, cumpre informar que as penalidades devem ser aplicadas dentro de um lapso de
tempo a partir da data em que o fato se tornou conhecido. E isso em plena consonância com
o princípio da segurança jurídica, uma vez que não é admitida, em nosso ordenamento, a pos-
sibilidade de haver punições imprescritíveis.
Em outras palavras, isso implica em afirmar que, mesmo que um servidor tenha cometido
uma infração e esta seja do conhecimento da administração, caso a repartição competente
não tome as medidas legais (aplicação da penalidade) dentro de um determinado período, não
mais poderá o fazer, uma vez que a ação disciplinar estará prescrita.
Os prazos prescricionais diferem a depender da penalidade cabível. Neste sentido, o artigo
142 da Lei 8.112 estabelece o prazo de prescrição para cada uma das penas passíveis de apli-
cação no estatuto federal:

A ação disciplinar prescreverá:


I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.

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Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas
também como crime.
A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a
decisão final proferida por autoridade competente.

4.5.2. Autoridades Competentes para Aplicação das Penalidades

A depender da penalidade que está sendo aplicada, teremos diferentes autoridades com-
petentes para a sua aplicação. Nota-se, da relação apresentada pela Lei 8.112, que as autori-
dades estão escalonadas de acordo com a gravidade da penalidade que está sendo aplicada:

Presidente da República, pelos


Demissão ou cassação da aposentadoria Presidentes das Casas do Poder
ou disponibilidade Legislativo e dos Tribunais Federais e
pelo Procurador-Geral da República
Autoridades administrativas de
hierarquia imediatamente inferior
Suspensão superior a 30 dias
àquelas competentes para aplicação de
demissão ou cassação de aposentadoria
Chefe da repartição e outras
Advertência e suspensão até 30 dias autoridades na forma dos respectivos
regimentos ou regulamentos
Destituição de cargo em comissão Autoridade que houver feito a nomeação

Entretanto, pode o Presidente da República delegar, aos respectivos Ministros de Estado,


a competência para a aplicação da penalidade de demissão, conforme se observado do julga-
mento do Mandado de Segurança 7.024, da lavra do STJ:

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JURISPRUDÊNCIA
Possibilidade de o Presidente da República delegar aos Ministros de Estado a competên-
cia para demitir servidores de seus respectivos quadros – parágrafo único do art. 84, CF.

5. Processo Administrativo Disciplinar


Além das normas materiais, a Lei 8.112 estabelece uma série de procedimentos que de-
vem ser seguidos para a aplicação das penalidades nela estabelecidas.
O processo administrativo disciplinar, dessa forma, pode ser conceituado, de acordo com
a definição de Ladisael Bernardo e Sérgio Viana, da seguinte forma:

Um instrumento formal em que a Administração Pública, tendo como suporte o jus puniendi do Es-
tado (via Poder Disciplinar, espécie do gênero Poder Administrativo), apura a existência de infrações
de natureza funcional praticadas por seus servidores e, caso o apuratório resulte pela autoria da
prática infracional, aplica a sanção adequada e prevista em instrumento legal pertinente.

No mesmo sentido, a Lei 8.112 estabelece, em seu artigo 148, que “o processo disciplinar
é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no
exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se
encontre investido”.
Importante frisar que a autoridade competente, tendo conhecimento de alguma irregulari-
dade cometida no âmbito do serviço público, tem o dever de apurar as faltas cometidas.
Caso o conhecimento da autoridade tenha ocorrido por meio de denúncia, esta deverá con-
ter a identificação e o endereço do denunciante, além de ser formulada por escrito e confirma-
da a autenticidade. Quando a denúncia não configurar infração administrativa ou ilícito penal,
será arquivada pela autoridade competente, uma vez que, neste caso, haverá falta de objeto.

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Trata-se a apuração das irregularidades, dessa forma, de uma medida vinculada do Po-
der Público, podendo desenvolver-se por meio de sindicância ou de processo administrativo
disciplinar.
Salienta-se que a apuração não precisa, necessariamente, ser feita pela autoridade que
estiver sendo lesada com a irregularidade cometida pelo servidor. Neste sentido, a Lei 8.112
estabelece a possibilidade de delegação, para órgãos ou entidades diversos daqueles em que
a infração tenha ocorrido, das atividades de apuração.
Para que isso seja possível, a delegação deve ser feita pelas autoridades máximas dos
respectivos Poderes da República. No âmbito do Poder Executivo, caberá ao Presidente da
República; no Legislativo, aos Presidentes das respectivas Casas (Senado Federal e Câmara
de Deputados); no Judiciário, aos Presidentes dos Tribunais Federais; no âmbito do Ministério
Público da União, ao Procurador-Geral da República.
A possibilidade de delegação, contudo, não alcança todas as fases do processo adminis-
trativo ou da sindicância, mas sim apenas as etapas destinadas à apuração das irregularida-
des. O julgamento do processo, que é a etapa posterior à apuração, continua sendo de compe-
tência da autoridade legalmente prevista, sem possibilidade de delegação.

Dessa forma, ainda que estejamos estudando o PAD, temos que conhecer as disposições
acerca da sindicância, que pode ser entendida como uma investigação preliminar e mais cé-
lere com o objetivo de averiguar a ocorrência dos fatos.
A sindicância pode ser dividida em duas modalidades, sendo elas a preparatória e a punitiva.

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Teremos a sindicância preparatória quando a estrita finalidade da sua instauração for a de


servir como base para o processo administrativo disciplinar. A sindicância punitiva, por sua
vez, ocorre quando o procedimento, por si só, enseja a aplicação de alguma das penalidades
previstas em lei.
Nota-se, assim, que o fato que distingue as duas modalidades é um só: a punição que
será aplicada.

EXEMPLO
A sindicância representa o início das investigações. Por meio dela, a autoridade administrativa
cumpre uma série de diligências com o objetivo de coletar provas que comprovem se realmen-
te houve uma infração funcional disciplinar.
Caso a sindicância, por si só, verificar que houve uma infração punível com a penalidade de
advertência ou de suspensão até 30 dias, será ela classificada como punitiva, uma vez que não
haverá necessidade de instauração de procedimento administrativo disciplinar.
Caso, em sentido oposto, a sindicância constate que houve o cometimento de uma penalidade
mais grave que a de suspensão por 30 dias, deverá ser instaurado o PAD, classificando-se a
sindicância como preparatória.

Como resultado da sindicância, poderemos ter o arquivamento do processo, a aplicação


das penalidades de advertência ou de suspensão até 30 dias ou, no caso de constatação de
infração com maior gravidade, a instauração de processo administrativo disciplinar.

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Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspen-
são por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade,
ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo administra-
tivo disciplinar.
Assim, o PAD será desenvolvido nas seguintes fases:
1º – Instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por
3 servidores estáveis designados pela autoridade competente. Um desses membros será o
presidente da comissão, que deverá ser ocupante de cargo de mesmo nível ou de nível su-
perior que o indiciado, ou então possuir escolaridade de mesmo nível ou de nível superior ao
investigado.

Tendo em vista que a constituição da comissão de apuração do PAD é feita por meio de
portaria, o STJ tem entendimento de que, no ato de publicação desta, não há a necessidade
expressa da descrição detalhada dos fatos, conforme verifica-se do julgado do MS 16.815:

JURISPRUDÊNCIA
Na linha da jurisprudência desta Corte, a portaria inaugural do processo disciplinar está
livre de descrever detalhes sobre os fatos da causa, tendo em vista que somente ao longo
das investigações é que os atos ilícitos, a exata tipificação e os seus verdadeiros respon-
sáveis serão revelados (...).

2º – Inquérito administrativo, compreendendo as fases de instrução, defesa e de relatório.


Estando a comissão do PAD constituída, iniciam-se os trabalhos de instrução. É nesta fase
que a comissão realiza todas as acareações, depoimentos, investigações e diligências. Sendo
necessário, ela nomeará peritos especializados em assuntos de maior complexidade. Após a
inquirição de todas as testemunhas, promoverá a comissão o interrogatório do acusado.

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Feito isso, a comissão chega ao indiciamento, que nada mais é do que a acusação ao
servidor do cometimento de determinada infração. É apenas neste momento, após realizar
todas as possíveis diligências e coletar todas as provas necessárias, que a comissão chega à
verificação da infração que eventualmente foi cometida. Com isso, ela já pode formular uma
acusação e solicitar que o agora acusado se defenda.
A defesa do acusado deverá obrigatoriamente ser escrita e ser apresentada no prazo de
10 dias. Caso haja mais de um acusado, teremos o prazo comum de 20 dias. Após a defesa, a
comissão elaborará relatório conclusivo e minucioso, onde irá resumir todas as peças produ-
zidas nos autos e apresentar todas as provas através das quais fundamentou sua conclusão.
3º – Julgamento: O relatório da comissão, obrigatoriamente, será conclusivo quanto à ino-
cência ou responsabilidade do servidor. Os autos do processo, juntamente com o relatório,
serão remetidos para a autoridade competente, que terá o prazo de 20 dias para julgar.
As fases do processo administrativo disciplinar podem ser visualizadas por meio do qua-
dro adiante:
Tendo em vista que a constituição da comissão de apuração do PAD é feita por meio de
Portaria, o STJ tem entendimento de que, no ato de publicação da mesma, não há a necessida-
de expressa da descrição detalhada dos fatos:

JURISPRUDÊNCIA
Na linha da jurisprudência desta Corte, a portaria inaugural do processo disciplinar está
livre de descrever detalhes sobre os fatos da causa, tendo em vista que somente ao longo
das investigações é que os atos ilícitos, a exata tipificação e os seus verdadeiros res-
ponsáveis serão revelados. (...) A absolvição na seara criminal interfere no resultado do
processo administrativo disciplinar apenas quando for reconhecida a efetiva inexistência
do fato ou da autoria (art. 126 da Lei n. 8.112/1990), o que não aconteceu no caso em
debate, em que a absolvição decorreu da ausência de provas. (MS 16.815/DF).

O prazo para conclusão do PAD é de 60 dias, podendo ser prorrogado, no caso de necessi-
dade, por mais 60 dias.
O relatório da comissão, obrigatoriamente, será conclusivo quanto à inocência ou respon-
sabilidade do servidor.
Outros entendimentos importantes acerca do PAD:
a) Caso entenda ser necessário, a autoridade instauradora do processo poderá solicitar o
afastamento preventivo do servidor, cujo prazo será de 60 dias, prorrogados por mais 60 em
caso de necessidade. Considerando que o afastamento é medida cautelar, tem-se que o servidor
continua recebendo sua remuneração normalmente durante o período de afastamento;
b) Caso a autoridade competente não consiga julgar o PAD dentro do prazo previsto (20
dias), não significa que todo o processo esteja anulado.

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c) Da mesma forma, o STJ já reconheceu que o excesso de prazo para concluir o PAD, por si
só, não acarreta a nulidade do processo, desde que não tenha havido prejuízo ao acusado.
Como vimos, temos três importantes institutos com prazos previstos diretamente na Lei
8.112. Vamos esquematizar os mesmos para não confundirmos na hora da prova:

Um último ponto que merece destaque refere-se à revisão do processo. Assim, o processo
disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem
fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação
da penalidade aplicada.
No caso da revisão, as mesmas regras concernentes ao PAD serão obedecidas, com for-
mação de comissão, coleta de provas e conclusão quanto à inocência ou não do servidor.
Uma vez que o PAD inicial já está julgado, a simples alegação de injustiça, por parte dos
interessados, não é motivo suficiente para instaurar um procedimento de revisão. Para que isso
ocorra, é necessário que fatos novos tenham surgido, fatos estes que, se fossem do conheci-
mento da comissão, à época do julgamento do PAD, implicariam em outro resultado.
E justamente para impedir que qualquer motivo gere a possibilidade de revisar, a Lei 8.112
afirma que o pedido será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se au-
torizar a revisão do processo, encaminhará o mesmo ao dirigente do órgão ou entidade onde o
processo originalmente tramitou.
O prazo para a conclusão da revisão é de 60 dias (a Lei 8.112 NÃO menciona a possibili-
dade de prorrogação). Concluído o relatório, a Comissão encaminhará o mesmo à autoridade
competente para julgar, que terá o prazo de 20 dias para tal.
Agora, a informação mais importante no que se refere à revisão: A impossibilidade da re-
formatio in pejus, que é estabelecida no parágrafo único do artigo 182 da Lei 8.112:

Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade.

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Trata-se de característica bastante importante, uma vez que apenas a revisão (e não os
recursos) é que gozam da prerrogativa de não serem reformados para pior.

EXEMPLO
Paulo foi sancionado com a pena de advertência, pela autoridade administrativa, sob o funda-
mento de ter cometido a pessoa estranha à repartição o desempenho de atribuições que era
de sua responsabilidade.
Inconformado, Paulo apresentou recurso no prazo da lei. Uma vez apreciados, a autoridade
responsável verificou que Paulo, na verdade, cometeu as suas atribuições a outro servidor, e
não a um terceiro alheio ao serviço público.
Nesta situação, a penalidade de Paulo será agravada, passando de advertência para suspen-
são.
Caso, no entanto, Paulo conseguir provar, por intermédio de fatos novos não conhecidos no
momento da aplicação da penalidade, que o motivo de ter cometido a outro servidor as atri-
buições de seu cargo estava relacionado com uma situação de urgência, poderá ele solicitar a
revisão do processo.
E desta revisão não poderá a autoridade agravar a penalidade do servidor.

6. Seguridade Social do Servidor


6.1. Beneficiários
Como regra, todos os servidores públicos federais abrangidos pela Lei 8.112 fazem jus a
todos os benefícios disciplinados pela norma.
O servidor que apenas ocupe Cargo em Comissão (e que não seja originário de cargo efe-
tivo da Administração Pública Federal) NÃO fará jus aos benefícios concedidos pela Lei 8.112,
mas sim apenas à assistência à saúde, que compreende, para o servidor e sua família:

Assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá como diretriz básica
o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde e será prestada pelo Siste-
ma Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor,
ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do
valor despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou
seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento.

Vamos entender melhor essa situação...


Os servidores ocupantes de cargos em comissão podem ser originários de duas fontes:
1) Do próprio serviço público federal, para as situações em que forem aprovados em con-
curso público para cargo de provimento efetivo e posteriormente designados para ocupar o
cargo em comissão.

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2) De outros cargos alheios ao serviço público federal, ou até mesmo nas situações em que
o servidor não era servidor público. Nestas hipóteses, ocorre a mera designação da autoridade
competente, passando o detentor do cargo em comissão a ser submetido, apenas em parte,
pelas disposições da Lei 8.112.
No primeiro caso, o servidor público (justamente por ser regido por todas as disposições da
Lei 8.112) possui direito a todos os benefícios da seguridade social contemplados pela norma.
No segundo caso, considerando que o servidor apenas possui cargo em comissão, não
terá ele direito aos benefícios a seguir elencados, com exceção da assistência à saúde (que
ele tem direito).

E o que acontece com o servidor público que, estando regido pela Lei 8112, licencia-se do
cargo sem remuneração, professor?

Nesta hipótese, temos que o servidor, mesmo contribuindo com outro regime de previdên-
cia, terá suspenso o seu vínculo com o regime da Lei 8.112. Esta é a regra!
No entanto, caso seja interesse do servidor licenciado continuar fazendo jus aos benefícios
do estatuto federal, deverá ele contribuir, da mesma forma que os servidores em exercício, e
com as mesmas alíquotas que incidiam quando estava em exercício.
Assim dispõe a Lei 8112:

Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem remuneração a manutenção da vinculação


ao regime do Plano de Seguridade Social do Servidor Público, mediante o recolhimento mensal da
contribuição própria, no mesmo percentual devido pelos servidores em atividade, acrescida do valor
equivalente à contribuição da União, suas autarquias ou fundações, incidente sobre a remuneração
total do cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições, computando-se, para esse efeito, inclu-
sive, as vantagens pessoais.
O recolhimento deve ser efetuado até o segundo dia útil após a data do pagamento das remunera-
ções dos servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e execução dos tributos
federais quando não recolhidas na data de vencimento.

6.2. Benefícios
Os benefícios da Lei 8.112 podem ser divididos entre aqueles que são compreendidos ao
servidor e aqueles que são compreendidos aos respectivos dependentes:
I – quanto ao servidor:
a) aposentadoria;
b) auxílio-natalidade;
c) salário-família;
d) licença para tratamento de saúde;
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;
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f) licença por acidente em serviço;


g) assistência à saúde;
h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias;
II – quanto ao dependente:
a) pensão vitalícia e temporária;
b) auxílio-funeral;
c) auxílio-reclusão;
d) assistência à saúde.

6.2.1. Aposentadoria

Com relação à aposentadoria dos servidores federais, as regras que devem ser observadas
em provas de concurso público são as que constam no texto da Constituição Federal.
E de acordo com a Constituição, já de acordo com as alterações promovidas pela Reforma
da Previdência (EC 103/2019) três são as formas distintas com que o servidor público estatu-
tário poderá se aposentar:
a) por incapacidade permanente para o trabalho;
b) compulsoriamente;
c) voluntariamente;

Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá ca-
ráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro
e atuarial.
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado:
I – por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insus-
cetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma
de lei do respectivo ente federativo;
II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)
anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
III – no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e
cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas,
observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do
respectivo ente federativo.

Aposentadoria por Incapacidade Permanente para o Trabalho

A aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho veio para substituir a antiga
aposentadoria por invalidez. Agora, de acordo com as novas regras, observa-se que a ideia do
legislador foi a de aproximar o máximo possível o procedimento adotado na iniciativa privada
para os servidores públicos.
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Desta forma, o servidor apenas será aposentado por incapacidade permanente para o tra-
balho quando a limitação ocorrida não puder dar ensejo à qualquer tipo de readaptação.
Em outros termos, uma vez diagnosticada a incapacidade permanente, deverá o servidor,
em um primeiro momento, ser readaptado. Neste mesmo sentido, inclusive, é a previsão do
§13 do artigo 37 da Constituição Federal:

Art. 37, § 13 O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de
cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido
em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a
habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do
cargo de origem.

Caso a readaptação não seja possível, teremos a aposentadoria na presente modalidade.


Neste caso, e de forma completamente diferente ao que ocorria até então, na aposentadoria
por invalidez, deverá o servidor, obrigatoriamente, participar de avaliações periódicas para ve-
rificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria.

Aposentadoria Compulsória

A aposentadoria compulsória ocorre quando o servidor público atinge a idade limite para
permanecer em exercício no serviço público.
Antes da entrada da Emenda Constitucional n. 88, ocorrida em 2015, a idade em que a
aposentadoria compulsória ocorria era aos 70 anos de idade. Com a mencionada emenda,
passamos a contar com a possibilidade de lei complementar estabelecer o prazo de 75 anos
para a aposentadoria compulsória.

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Vejamos o mencionado texto constitucional, já com as alterações promovidas pela EC


88/2015 (art. 40, § 1, II):

II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)


anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;

Trata-se o artigo exposto de uma norma constitucional de eficácia limitada, carecendo de


lei complementar para a sua regulamentação. Neste sentido, importante frisar que a compe-
tência para a edição da mencionada lei é do Congresso Nacional, uma vez que o STF possui
entendimento consolidado no sentido de que cabe à União legislar sobre a previdência dos ser-
vidores públicos, conforme se observa, por exemplo, da leitura do Mandado de Injunção 1898:

JURISPRUDÊNCIA
A Corte firmou entendimento no sentido de que a competência concorrente para legislar
sobre previdência dos servidores públicos não afasta a necessidade da edição de norma
regulamentadora de caráter nacional, cuja competência é da União.

Regulamentando a emenda constitucional, foi editada a Lei Complementar 152, que, por
trata-se de uma norma nacional, é de observância obrigatória por todos os entes federativos.
Por intermédio de tal lei, os servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios serão aposentados compulsoriamente aos 75 anos de idade.

Aposentadoria Voluntária

A aposentadoria voluntária é a que mais sofreu alterações em razão da edição da Reforma


da Previdência. Antes de conhecermos as previsões, devemos compreender que as regras
estabelecidas no texto da Constituição Federal são aplicadas, em relação à idade mínima,
apenas aos servidores públicos da União.
Para os servidores dos demais entes federativos (Estado, Distrito Federal e Municípios), a
idade mínima para a aposentadoria dos servidores será definida mediante emenda às respecti-
vas Constituições e Leis Orgânicas. Com relação ao tempo de contribuição e aos demais requi-
sitos, deverão estes ser estabelecidos em lei complementar de cada um dos entes federados.
No âmbito da União, a idade mínima para se aposentar é aos 62 anos de idade, para as
mulheres, e aos 65 anos de idade, para os homens.
Além disso, devem os servidores reunir, cumulativamente, os seguintes requisitos para a
aposentadoria voluntária:
a) 25 anos de contribuição;
b) tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público;
c) tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria;

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Os proventos decorrentes da aposentadoria dos servidores públicos não poderão ser infe-
riores ao valor do salário mínimo, nem superiores ao limite máximo estabelecido para o Regi-
me Geral de Previdência Social. Esta, inclusive, foi uma das mudanças mais substanciais da re-
forma, haja vista que, até então, os servidores públicos que estavam no regime próprio podiam
se aposentar com valores superiores máximo estabelecido para a iniciativa privada (RGPS).
Os proventos de aposentadoria dos servidores não podem ser inferiores a 1 salário mínimo
ou superiores ao teto do Regime Geral da Previdência Social.
Como regra geral, é vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para conces-
são de benefícios em regime próprio de previdência social. No entanto, a Constituição Federal
estabelece situações excepcionais, hipóteses em que os servidores poderão ser aposentados
de acordo com critérios diferenciados de concessão. Basicamente, podemos dividir estas si-
tuações excepcionais em três diferentes hipóteses, a saber:
a) servidores professores: Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima para
a aposentadoria reduzida em 5 anos, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei
complementar do respectivo ente federativo.
Tomando como base a regra geral da idade mínima, é correto afirmar que o servidor que
desempenhe as atividades de professor irá se aposentar, sendo homem, com a idade mínima
de 60 anos. No caso de servidoras professoras, a idade mínima é de 57 anos.
Além da idade, como não poderia ser diferente, os demais requisitos devem ser observa-
dos, sendo eles:

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• 25 anos de contribuição;
• Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público;
• Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria;

b) servidores da segurança pública: Inicialmente, vejamos a previsão do artigo 40, §4º-B,


da Constituição Federal:

Art. 40, § 4º-B Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade
e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente peni-
tenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do
art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144.

Logo, devemos identificar as classes de agentes que estão contempladas com esta possi-
bilidade, sendo elas:
• Agentes Penitenciários;
• Agentes Socioeducativos;
• Policial Legislativo da Câmara dos Deputados e do Senado Federal;
• Policiais Federais;
• Policiais Rodoviários Federais;
• Policiais Ferroviários Federais;
• Policiais Civis do Distrito Federal.

Os servidores destas categorias, para poderem se aposentar, deverão atender aos seguin-
tes requisitos: 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição e 25 anos de efetivo exercício em
cargo dessas carreiras, regras estas que são aplicadas para os servidores de ambos os sexos.
c) servidores que desempenham atividades especiais: Poderão ser estabelecidos, desde
que por meio de lei complementar do respectivo ente federativo, idade e tempo de contribuição
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação des-
ses agentes, sendo vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
Sendo servidor público federal, deverá o agente atender aos seguintes requisitos para con-
cessão da aposentadoria:
• Idade mínima de 60 anos;
• 25 anos de efetiva exposição e contribuição;
• 10 anos de efetivo exercício de serviço público;
• 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria.

Aqui, é importante destacar que as regras diferenciadas não serão aplicadas por categoria
profissional ou ocupação, mas sim por servidor. Assim, por exemplo, se estivermos diante de
um servidor cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos pre-
judiciais à saúde, isso, por si só, não implica em afirmar que todos os demais servidores da
categoria terão direito às regras diferenciadas. Em outros termos, apenas os servidores que
efetivamente tenham contato, em suas atividades, com as mencionadas substâncias químicas
é que terão direito a tal diferenciação.

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d) servidores portadores de deficiência: De acordo com o texto da Constituição Federal,


poderão ser estabelecidos, desde que por meio de lei complementar do respectivo ente fe-
derativo, idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com
deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multi-
profissional e interdisciplinar.
Até que a lei discipline a forma como ocorrerá a aposentadoria da pessoa com deficiência,
deverão ser observados os critérios utilizados na Lei Complementar 142/2013.
Não há necessidade de adentrarmos no estudo desta lei. Para fins de prova, devemos me-
morizar que os servidores com deficiência poderão ser aposentados, desde que atendidos os
demais requisitos legais, caso tenha sido atendido o tempo mínimo de 10 anos de efetivo exer-
cício no serviço público e de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria.
Para termos uma visão geral das novas regras de aposentadoria dos servidores públicos,
iremos fazer uso do seguinte quadro:

Categoria Requisitos
Idade mínima de 65 anos, se homem, e de 62 anos, se mulher;
Tempo mínimo de 25 anos de contribuição;
Regra Geral (Servidores
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público;
Públicos Federais)
Tempo mínimo de 5 anos de efetivo exercício no cargo em que for
concedida a aposentadoria;
Idade mínima de 60 anos, se homem, e de 57 anos, se mulher;
Tempo mínimo de 25 anos de contribuição;
Professores Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público;
Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a
aposentadoria;
Idade mínima de 55 anos;
Servidores da segurança Tempo mínimo de 30 anos de contribuição;
pública Tempo mínimo de 25 anos de efetivo exercício em cargo dessas
carreiras;
Idade mínima de 60 anos;
Servidores que Tempo mínimo de 25 anos de efetiva exposição e contribuição;
desempenham Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício de serviço público;
atividades especiais Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a
aposentadoria;
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público;
Servidores portadores Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a
de deficiência aposentadoria.
Demais regras serão estabelecidas em lei.

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6.2.2. Auxílio-Natalidade

O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho, em quantia


equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de natimorto.
Na hipótese de nascer mais de um filho (parto múltiplo), o valor será acrescido de 50%
(cinquenta por cento) por nascituro.
Quando a parturiente não for servidora, mas sim cônjuge de servidor público federal, temos
que o auxílio será pago ao respectivo servidor.

6.2.3. Salário-Família

O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente econômico.


Consideram-se dependentes econômicos para efeito de percepção do salário-família:
I – o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 (vinte e um) anos de
idade ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;
II – o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia
e às expensas do servidor, ou do inativo;
III – a mãe e o pai sem economia própria.
Não se configura a dependência econômica quando o beneficiário do salário-família per-
ceber rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da
aposentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo.
Quando o pai e mãe forem servidores públicos e viverem em comum, o salário-família será
pago a um deles; quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição dos
dependentes.
Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e, na falta destes, os representantes
legais dos incapazes.
O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não acarreta a suspensão do pagamen-
to do salário-família.

6.2.4. Pensão

Ocorrendo a morte do servidor público, os dependentes elencados pelo estatuto federal


passam a fazer jus ao recebimento de pensões. Em todas as hipóteses de concessão, deverá
ser observado, por parte dos beneficiários, o teto remuneratório constitucional.
Em seu artigo 217, a norma elenca as pessoas que podem ser beneficiários das pensões:

Art. 217. São beneficiários das pensões:


I – o cônjuge;
II – o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, com percepção de pensão alimentí-
cia estabelecida judicialmente;

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III – o companheiro ou companheira que comprove união estável como entidade familiar;
IV – o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguintes requisitos:
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos
b) seja inválido;
d) tenha deficiência intelectual ou mental;
V – a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor;
VI – o irmão de qualquer condição que comprove dependência econômica do servidor e atenda a
um dos requisitos previstos no inciso IV;

Tais beneficiários podem ser mais bem visualizados por meio do gráfico a seguir:

Caso seja concedida pensão ao cônjuge, ao companheiro ou aos filhos que atendam aos
requisitos legais, a concessão não poderá ocorrer para os pais ou para os irmãos do servidor.
Da mesma forma, a concessão da pensão aos pais do servidor exclui a possibilidade de
concessão simultânea aos irmãos do agente público.
Para efeitos de pensão, o enteado e o menor tutelado equiparam-se ao filho do servidor,
desde que comprovada a dependência econômica e que tenha ocorrido a declaração do servi-
dor público.
Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, o seu valor será distribuído em partes
iguais entre os beneficiários habilitados.
Ressalta-se que a pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado
que falecer, aposentado ou não, a contar de diversas datas, conforme previsão do artigo 219:

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Art. 219. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer,
aposentado ou não, a contar da data:
I – do óbito, quando requerida em até 180 (cento e oitenta dias) após o óbito, para os filhos menores
de 16 (dezesseis) anos, ou em até 90 (noventa) dias após o óbito, para os demais dependentes;
II – do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso I do caput deste artigo; ou
III – da decisão judicial, na hipótese de morte presumida.
§ 1º A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro pos-
sível dependente e a habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só
produzirá efeito a partir da data da publicação da portaria de concessão da pensão ao dependente
habilitado.
§ 2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição de dependente, este poderá requerer
a sua habilitação provisória ao benefício de pensão por morte, exclusivamente para fins de rateio
dos valores com outros dependentes, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito em
julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de decisão judicial em contrário.
§ 3º Nas ações em que for parte o ente público responsável pela concessão da pensão por morte,
este poderá proceder de ofício à habilitação excepcional da referida pensão, apenas para efeitos de
rateio, descontando-se os valores referentes a esta habilitação das demais cotas, vedado o paga-
mento da respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de
decisão judicial em contrário.
§ 4º Julgada improcedente a ação prevista no § 2º ou § 3º deste artigo, o valor retido será corrigido
pelos índices legais de reajustamento e será pago de forma proporcional aos demais dependentes,
de acordo com as suas cotas e o tempo de duração de seus benefícios.
§ 5º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão concessor da pensão por morte a cobrança
dos valores indevidamente pagos em função de nova habilitação.

No pagamento das pensões, será levado em conta o número de beneficiários habilitados.


Caso ocorra a habilitação de apenas um beneficiário, o valor total da pensão será a ele credi-
tado. Ocorrendo mais de uma habilitação, o valor será dividido, em partes iguais, entre todos
os beneficiários habilitados.
Em determinadas situações, é muito provável que o servidor público tenha falecido, ainda
que o seu corpo não tenha sido encontrado.
Nestes casos, será concedida uma pensão por morte presumida, que terá a vigência de
5 anos. Se o servidor não for encontrado no mencionado prazo, a pensão será convertida
em efetiva.
Contudo, caso o servidor reapareça no curso dos 5 anos, o benefício deverá ser imedia-
tamente cancelado. Ressalvada a comprovação de má fé, os valores recebidos por meio da
pensão por morte presumida não precisarão ser devolvidos quando do aparecimento do servi-
dor público.
Vejamos quais as possibilidades que acarretam a concessão da pensão por morte
presumida:
a) declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente;

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b) desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente não caracterizado


como em serviço;
c) desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em missão de segurança.
Diversas são as situações que podem acarretar a perda da qualidade de beneficiário. De
acordo com o estatuto federal, temos, inicialmente, as seguintes hipóteses:

Com a entrada em vigor da Lei 13.135/2015, tivemos inúmeras modificações no texto da


Lei 8.112. Como consequência da alteração legislativa, novas hipóteses de perda da condição
de beneficiário passaram a constar no estatuto federal.
Desta forma, o cônjuge, o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato (com
percepção de pensão alimentícia estabelecida judicialmente) e o companheiro ou companhei-
ra que comprove união estável como entidade familiar, poderão perder a condição de benefici-
ários da seguinte forma:

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a) Caso o servidor não tenha vertido, pelo menos 18 contribuições mensais, bem com o
casamento não tenha um tempo mínimo de 2 anos, a pensão será cancelada após o decurso
de 4 meses.
b) Após comprovar o atendimento das regras acima descritas (18 contribuições vertidas e
duração do casamento de, pelo menos, 2 anos), o prazo de concessão da pensão será calculado
em razão da idade do beneficiário, de acordo com a seguinte tabela:

Idade do beneficiário Tempo de concessão da pensão


Menos de 21 anos de idade 3 anos
Idade entre 21 e 26 anos 6 anos
Idade entre 27 e 29 anos 10 anos
Idade entre 30 e 40 anos 15 nos
Idade entre 41 e 43 anos 20 anos
Idade de 44 anos ou mais Vitalícia

Na hipótese de o servidor falecido estar, na data de seu falecimento, obrigado por deter-
minação judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-compa-
nheira, a pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do óbito, caso não
incida outra hipótese de cancelamento anterior do benefício.
Por fim, ressalta-se que o exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de mi-
croempreendedor individual, não impede a concessão ou manutenção da cota da pensão de
dependente com deficiência intelectual ou mental ou com deficiência grave.

6.2.5. Auxílio-Funeral

O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou aposentado, em


valor equivalente a um mês da remuneração ou provento.
No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente em razão do cargo
de maior remuneração.
O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, por meio de procedimento
sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral. Caso o funeral tenha sido
custeado por terceiro, este será indenizado no prazo em questão.
Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho, inclusive no exte-
rior, as despesas de transporte do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou
fundação pública.

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6.2.6. Auxílio-Reclusão

À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valores:


I – dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou pre-
ventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;
Nesta hipótese, caso o servidor venha a ser absolvido, terá direito a integralização da remu-
neração que deixou de ser paga.
II – metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por senten-
ça definitiva, a pena que não determine a perda de cargo.
O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato àquele em que o servidor
for posto em liberdade, ainda que condicional.

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RESUMO
A Lei 8.112/1990 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das au-
tarquias federais (inclusive as em regime especial) e das fundações públicas federais.
Trata-se a Lei 8.112, por isso mesmo, de uma lei federal, e não nacional, uma vez que des-
tinada, apenas, aos servidores públicos federais.
No entanto, as disposições da Lei 8.112 não se aplicam a todos os agentes públicos, mas
sim apenas aos servidores públicos civis federais, o que implica em dizer que os empregados
públicos federais, regidos pela CLT, não estão compreendidos dentro do campo de atuação do
estatuto federal.

A Lei 8.112 é aplicada A Lei 8.112 não é aplicada


Aos servidores estatutários da Aos empregados públicos federais, que
administração direta federal são regidos pelas disposições da CLT
Aos servidores das autarquias (inclusive Aos servidores públicos dos Estados, do
as em regime especial) federais Distrito Federal e dos Municípios
Aos servidores das fundações públicas
Aos militares
federais

Para se tornar servidor público, o particular deve prestar concurso público.


O concurso público é a forma objetiva de selecionar servidores, primando pelo princípio da
impessoalidade e assegurando igualdade de condições a todos os candidatos.
O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas,
conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a
inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu
custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas.
Realizado o concurso, é o momento de a administração chamar os candidatos aprovados,
oportunidade em que fará uso da nomeação.
A Lei 8.112 estabelece diversas formas de provimento de cargo público, sendo elas a no-
meação, a promoção, a readaptação, a reversão, o aproveitamento, a reintegração e a recon-
dução. Destas, apenas a nomeação é considerada forma originária de provimento, sendo que
todas as demais são classificadas como forma de provimento derivadas.
Trata-se a nomeação do modo clássico de prover o servidor no cargo público, podendo
ocorrer tanto para os cargos efetivos quanto para os cargos em comissão.
A promoção ocorre quando o servidor é elevado para outra classe no âmbito da mesma
carreira, ocorrendo, com o provimento, a vacância no cargo de classe mais baixa e o provi-
mento no cargo de classe mais alta.

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A readaptação ocorre quando o servidor sofre uma limitação em sua capacidade física
ou mental, mas ainda pode trabalhar, não sendo o caso de aposentadoria. Caso o servidor
seja considerado incapaz para o serviço público, ocorrerá a aposentadoria do respectivo agen-
te público.
Reversão é o retorno à atividade do servidor anteriormente aposentado, desde que atendi-
das as regras estabelecidas pelo Poder Executivo e desde que o servidor não tenha atingido a
idade de 70 anos.
A reversão poderá ocorrer de duas formas: a) Por invalidez, quando junta médica oficial
declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; b) No interesse da administração, desde
que, neste caso, o servidor obedeça a uma série de regras.
O aproveitamento pode ser entendido como o chamado, feito pela administração pública,
para que o servidor público em disponibilidade volte a exercer suas atividades.
Recondução é a forma de provimento em que ocorre o retorno do servidor ao cargo ante-
riormente ocupado. Duas são as hipóteses de recondução previstas para os servidores públi-
cos federais: a) inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; b) reintegração do
anterior ocupante.
A reintegração consiste no retorno do servidor anteriormente demitido ao cargo anterior-
mente ocupado ou no cargo resultante de sua transformação, com ressarcimento de todas
as vantagens. Para isso, a demissão deverá ter sido invalidada por decisão administrativa
ou judicial.
Ocorrendo a nomeação, que deve ser publicada no Diário Oficial da União, o nomeado tem
o prazo de 30 dias para tomar posse. Caso não tome posse no prazo legal, o ato de nomeação
será declarado sem efeito, uma vez que a pessoa nomeada ainda não é considerada servidor
público, fato que apenas ocorre com a posse.
Ocorrendo a posse, temos a investidura de mais um servidor para os quadros funcionais
da administração pública federal. E como forma do servidor conhecer o local da repartição
para onde foi nomeado e se organizar-se melhor com relação a mudanças, hospedagem e
demais procedimentos, a Lei 8.112 faculta ao servidor o prazo de 15 dias, contados da posse,
para a entrada em exercício.
Caso o servidor anteriormente empossado não entre em exercício no prazo legal, teremos,
ao contrário do que ocorre com a nomeação, a exoneração do servidor, uma vez que, confor-
me anteriormente mencionado, a posse é o momento em que o particular passa a constar
nos assentamentos funcionais da administração, sendo considerado, a partir de então, servi-
dor público.
A partir da data em que entra em exercício, inicia-se, para o servidor ocupante de cargo
efetivo, o estágio probatório, período de avaliação onde diversos fatores são levados em conta
para a verificação da aptidão e da capacidade do agente público. O prazo do estágio probató-
rio é de 36 meses.

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Após três anos de serviço público, o servidor adquire a estabilidade. Sendo estável, apenas
poderá perder o cargo em quatro situações: a) em virtude de sentença judicial transitada em
julgado; b) mediante processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla
defesa; c) o procedimento de avaliação periódica; d) redução de despesas quando os entes
federativos não observarem o limite máximo de gastos com pessoal.
As diversas hipóteses de vacância são situações em que o servidor público deixa o cargo
público anteriormente ocupado.
De acordo com a Lei 8.112, temos as seguintes hipóteses de vacância: exoneração, demis-
são, aposentadoria, posse em cargo inacumulável, promoção e readaptação.
A remoção pode ser entendida como o “deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no
âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede”.
A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, esteja ou não ele ocupa-
do, e desde que tal deslocamento ocorra para outro órgão ou entidade, mas sempre no âmbito
do mesmo Poder.

Remoção Redistribuição
Não se trata de uma forma de Não se trata de uma forma de
provimento provimento
Não altera o contingente funcional Não altera o contingente funcional
Trata-se do deslocamento de servidor Trata-se do deslocamento de cargo
Destina-se a assegurar a preservação
Trata-se de uma forma de organização
de valores como a saúde do servidor e o
da administração pública
núcleo familiar
Quando ocorrer a mudança de Quando ocorrer a mudança de
Município, deve ser conferido um prazo Município, deve ser conferido um prazo
de 10 a 30 dias para a entrada em de 10 a 30 dias para a entrada em
exercício exercício

Basicamente, são as seguintes as classes de direitos e vantagens que o servidor público


civil federal poderá ter direito: a) vencimento e remuneração; b) indenizações; c) gratificações
e adicionais; d) férias; e) licenças; f) concessões; g) direito de petição;
Vencimento é um conceito mais restrito, tratando-se da retribuição pecuniária pelo exercí-
cio do cargo público. Remuneração, por outro lato, apresenta um conceito mais amplo, com-
preendendo os vencimentos e as vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. Qua-
tro são as indenizações expressamente previstas no estatuto federal, sendo elas a ajuda de
custo, as diárias, o transporte e o auxílio-moradia.

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Trata-se a ajuda de custo de verba de caráter compensatório, cujo objetivo é ressarcir as


despesas de instalação do servidor que, por interesse da administração, passou a ter exercício
em nova sede.
As diárias são utilizadas com a finalidade de compensar os gastos do servidor que se au-
sentar da sua sede em caráter transitório ou eventual.
A concessão de transporte tem como objetivo ressarcir as despesas que o servidor teve,
no desempenho de suas atividades, com a utilização de meio próprio de locomoção.
O auxílio-moradia possui como objetivo ressarcir as despesas que os servidores tiveram
com o aluguel de moradia ou outro meio de hospedagem, devidamente comprovadas, e desde
que sejam atendidos diversos requisitos estabelecidos em lei.
Além do vencimento e das vantagens previstas no estatuto federal, poderão ser deferidos
aos servidores regidos por tal norma as seguintes retribuições, gratificações e adicionais: a)
retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento; b) gratificação na-
talina; c) adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas; d) adicional
pela prestação de serviço extraordinário; e) adicional noturno; f) adicional de férias; g) outros,
relativos ao local ou à natureza do trabalho; h) gratificação por encargo de curso ou concurso.
Nos termos da Lei 8.112, o servidor público federal poderá se ausentar do serviço, sem
desconto na sua remuneração, nos seguintes casos: 1 (um) dia, para doação de sangue; pelo
período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento eleitoral, limita-
do, em qualquer caso, a dois dias; por 8 (oito) dias consecutivos em razão de: a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor
sob guarda ou tutela e irmãos.
Durante toda a vida funcional, o servidor fará jus a uma série de direitos e estará obrigado
a um rol não menos importante de obrigações. Como estamos no meio de órgãos ou entida-
des que possuem alto grau de hierarquia em suas estruturas, é de extrema importância que
o servidor tenha meios de pleitear os direitos que lhe são próprios nas situações em que se
sentir coagido ou em que houver descaso por parte dos seus superiores. Tais situações são
atendidas por meio do direito de petição.
O direito de requerer prescreve: a) em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos
resultantes das relações de trabalho; b) em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo
quando outro prazo for fixado em lei.
A origem do regime disciplinar está intimamente ligada a alguns conceitos elementares
do Direito Administrativo, mais precisamente os relacionados com os poderes hierárquico e
disciplinar.
De acordo com as disposições da Lei 8.112, três são as esferas de responsabilidade a que
os servidores públicos federais estão submetidos, sendo elas: civil, administrativa e penal.

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Estatuto dos Servidores Públicos da União
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A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que


resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Enquadram-se no conceito de responsabilidade
civil todas as ações ou omissões do servidor público que, agindo em nome da administração,
cause algum dano ao particular ou ao próprio Poder Público.
A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor.
A responsabilidade administrativa, por sua vez, resulta de ato omissivo ou comissivo pra-
ticado pelo servidor no desempenho do cargo ou função.
De acordo com as normas da Lei 8.112, são as seguintes as penalidades passíveis de
aplicação aos servidores públicos federais: I – advertência; II – suspensão; III – demissão; IV
– cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V – destituição de cargo em comissão; VI –
destituição de função comissionada.
Antes da aplicação de toda e qualquer penalidade deve ser garantido o contraditório e a
ampla defesa, sob pena de ser invalidado todo o processo de aplicação.
Ainda que a administração possua o dever de punir todas as infrações de que tiver conheci-
mento, cumpre informar que as penalidades devem ser aplicadas dentro de um lapso de tempo
a partir da data em que o fato se tornou conhecido, após o qual estarão prescritas.
A ação disciplinar prescreverá: I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comis-
são; II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à
advertência.
A depender da penalidade a ser aplicada, diferentes são as autoridades com competência
para a sua aplicação:

Presidente da República, pelos


Demissão ou cassação Presidentes das Casas do Poder
da aposentadoria ou Legislativo e dos Tribunais
disponibilidade Federais e pelo Procurador-Geral
da República
Autoridades administrativas de
hierarquia imediatamente inferior
Suspensão superior a 30 dias
àquelas competentes para aplicação de
demissão ou cassação de aposentadoria
Chefe da repartição e outras
Advertência e suspensão até 30 dias autoridades na forma dos respectivos
regimentos ou regulamentos
Destituição de cargo em comissão Autoridade que houver feito a nomeação

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Nos termos da Constituição Federal de 1988, a regra é a vedação à acumulação de dois ou


mais cargos públicos, sendo exceções (desde que haja compatibilidade de horários): a) dois
cargos de professor; b)um cargo de professor com outro, técnico ou científico; c) dois cargos
ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; d) permis-
são de acumulação para os vereadores, desde que atendidos os requisitos legais; e) permis-
são para os juízes e membros do ministério público exercerem o magistério.
O prazo para encerramento da sindicância é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais
30, e o seu resultado será: a) Arquivamento do Processo (quando não houver provas ou os fa-
tos forem infundados); b) Aplicação da penalidade de Advertência ou Suspensão até 30 dias;
c) Instauração do PAD (quando a infração se sujeitar a uma pena mais grave que a Suspensão
por 30 dias);
Como regra, todos os servidores públicos federais abrangidos pela Lei 8.112 fazem jus a
todos os benefícios disciplinados pela norma.
O servidor que apenas ocupe cargo em comissão (e que não seja originário de cargo efe-
tivo da Administração Pública Federal) não fará jus aos benefícios concedidos pela Lei 8112,
mas sim apenas a assistência à saúde.
Três são as formas distintas com que o servidor público estatutário poderá se aposentar:
a) por incapacidade permanente para o trabalho; b) compulsoriamente; c) voluntariamente;
Uma vez diagnosticada a incapacidade permanente, deverá o servidor, em um primeiro
momento, ser readaptado. Caso a readaptação não seja possível, teremos a aposentadoria
na presente modalidade. Neste caso, e de forma completamente diferente ao que ocorria até
então, na aposentadoria por invalidez, deverá o servidor, obrigatoriamente, participar de avalia-
ções periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão
da aposentadoria.
A aposentadoria compulsória ocorre quando o servidor público atinge a idade limite para
permanecer em exercício no serviço público. Atualmente, a idade limite é aos 75 anos.
Com relação à aposentadoria voluntária, as regras gerais de concessão, bem como as res-
pectivas exceções, podem ser mais bem visualizadas da seguinte forma:

Categoria Requisitos
Idade mínima de 65 anos, se homem, e de 62
anos, se mulher;
Tempo mínimo de 25 anos de contribuição;
Regra Geral (Servidores Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício
Públicos Federais) no serviço público;
Tempo mínimo de 5 anos de efetivo
exercício no cargo em que for concedida a
aposentadoria;

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Categoria Requisitos
Idade mínima de 60 anos, se homem, e de 57
anos, se mulher;
Tempo mínimo de 25 anos de contribuição;
Professores Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício
no serviço público;
Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em
que for concedida a aposentadoria;
Idade mínima de 55 anos;
Tempo mínimo de 30 anos de contribuição;
Servidores da segurança pública
Tempo mínimo de 25 anos de efetivo exercício
em cargo dessas carreiras;
Idade mínima de 60 anos;
Tempo mínimo de 25 anos de efetiva
exposição e contribuição;
Servidores que desempenham
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício
atividades especiais
de serviço público;
Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em
que for concedida a aposentadoria;
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício
no serviço público;
Servidores portadores de
Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em
deficiência
que for concedida a aposentadoria.
Demais regras serão estabelecidas em lei.

O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho, em quantia


equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de natimorto.
O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente econômico.
Consideram-se dependentes econômicos para efeito de percepção do salário-família: I –
o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade
ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade; II – o menor de
21 (vinte e um) anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia e às expensas do
servidor, ou do inativo; III – a mãe e o pai sem economia própria.

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MAPAS MENTAIS

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CEBRASPE/CESPE/AG POL/PC-DF/2021) Com base na Lei n.º 8.112/1990, julgue o
item a seguir.
A nomeação poderá se dar tanto em caráter efetivo quanto em comissão, dependendo, ambos
os casos, de prévia habilitação em concurso público de provas ou provas e títulos.

002. (QUADRIX/AUX ADM/CRQ-10/CE/2021) No que concerne ao regramento constitucional


da Administração Pública e dos servidores públicos, julgue o item a seguir.
A readaptação de servidor público pressupõe que tenha ele a habilitação necessária para o
exercício do cargo para o qual tenha sido readaptado.

003. (QUADRIX/ASS NM/CRM-MS/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2021) Suponha‐se que


determinado servidor público, aposentado há poucos meses e sabendo do interesse da Admi-
nistração Pública, tenha solicitado o retorno às atividades do cargo que desempenhava. Nesse
caso, a solicitação é de
a) recondução.
b) aproveitamento.
c) promoção.
d) reintegração.
e) reversão.

004. (UFMT/ASS ADM/UFR/2021) Em conformidade com o disposto na Lei n.º 8.112/1990, é


hipótese de vacância do cargo público:
a) Cessão.
b) Disponibilidade.
c) Remoção.
d) Promoção.

005. (IUDS/ADM/IF-RJ/2021) Suponha que determinado servidor público federal, após muito
se programar, pede a mão de sua noiva em casamento e organiza uma viagem de lua de mel.
Para tal, ele precisa saber quanto tempo poderia ausentar-se do serviço, sem nenhum prejuízo,
de acordo com a Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Considerando as normas legais sobre
as chamadas concessões na legislação, acima, citada, qual seria o prazo ao qual o servidor
teria direito, a título de concessão?
a) 5 dias consecutivos.
b) 10 dias consecutivos.
c) 12 dias consecutivos.
d) 8 dias consecutivos.

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006. (IBFC/SUP PESQ/IBGE/GERAL/2021) A Lei n. 8.112/1990 dispõe sobre o regime jurídi-


co dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais e
traz em seu artigo 132 as hipóteses em que a pena de demissão será aplicada. Sobre as hipó-
teses de aplicação da demissão, assinale a alternativa incorreta.
a) Prática de crime contra a administração pública
b) Inassiduidade habitual
c) Improbidade administrativa
d) Acumulação legal de cargos, empregos ou funções públicas
e) Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição

007. (CEBRASPE/CESPE/AGFEP/DEPEN/2021) Na pretensão de celebrar contrato adminis-


trativo com empresa fornecedora de serviço de mão de obra, João, servidor público compe-
tente de determinado órgão público, elaborou edital de licitação prevendo em uma de suas
cláusulas que a empresa contratada reserve percentual mínimo de sua mão de obra a pessoas
oriundas do sistema prisional. Tomando conhecimento do fato, o chefe de João, autoridade
máxima do órgão, sem apresentar justificativa, suspendeu o edital e determinou a contratação
direta da empresa por dispensa de licitação. Contrariado com a atitude do seu superior hierár-
quico, João foi embora para casa no meio do expediente sem autorização do seu chefe, coisa
que nunca antes fizera.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
Por se ausentar do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato,
João está sujeito a pena de suspensão.

008. (CEBRASPE/CESPE/AG POL/PC-DF/2021) João, servidor público, aliciou um dos seus


subordinados a se filiar ao sindicato da categoria a que ambos pertenciam. Em razão des-
se fato, instaurou-se processo administrativo contra João para apurar sua conduta funcional.
Concluído o procedimento, o chefe da repartição, Antônio, aplicou a pena de advertência por
escrito pelo ato praticado.
Considerando a situação hipotética precedente, o disposto na Lei n.º 8.112/1990, os requisitos
do ato administrativo e os poderes da administração pública, julgue o item a seguir.
A penalidade aplicada a João é incabível, uma vez que não há previsão legal expressa para a
punição funcional pelo ato praticado.

009. (UFMT/ADM/UFR/2021) Considere a seguinte situação hipotética.


Clementino é sócio-gerente de uma empresa do ramo varejista de confecções, constituída sob
a forma de sociedade de responsabilidade limitada, e pretende ingressar no serviço público.
Caso Clementino seja aprovado no concurso público para provimento de cargo técnico-admi-
nistrativo em educação na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), em relação ao exercí-
cio da atividade privada, a Lei n.º 8.112/1990 estabelece que ao servidor

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a) é permitido participar de gerência de sociedade privada, observada a legislação sobre con-


flito de interesses.
b) é proibido ingressar ou participar de sociedade privada, inclusive na qualidade de cotista.
c) é proibido participar de gerência ou administração de sociedade privada, exceto na qualida-
de de cotista.
d) é permitido participar da administração de sociedade privada, desde que haja compatibili-
dade de horários.

010. (IUDS/ADM/IF-RJ/2021) A Lei 8.112/90 traz uma série de penalidades disciplinares que
serão aplicadas, em determinadas situações. No caso da demissão, a lei prevê sua aplica-
ção, em algumas hipóteses, estando elas previstas, abaixo, não estando correta a expressa na
alternativa:
a) inassiduidade habitual.
b) abandono de cargo.
c) ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, em qualquer situação.
d) insubordinação grave em serviço.

011. (CEBRASPE/CESPE/AAP/PGE-PE/CALCULISTA/2019) Com base nas disposições


constitucionais relativas a cargos, empregos e funções públicas e nas disposições do Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Pernambuco, julgue o item seguinte.
Reintegração corresponde ao reingresso de servidor aposentado no serviço público, se insub-
sistentes os motivos da aposentadoria ou se houver interesse e requisição da administração,
respeitada a opção do servidor.

012. (CEBRASPE/CESPE/ANA MIN/TCE-PA/CONTROLE EXTERNO/2019) Se um servidor


em disponibilidade reingressa no serviço público, em cargo de natureza e padrão de vencimen-
to correspondentes ao que ocupava, então, nesse caso, ocorre o que se denomina
a) redistribuição.
b) aproveitamento.
c) readaptação.
d) recondução.
e) remoção.

013. (CEBRASPE/CESPE/TJ/STJ/ADMINISTRATIVA/2018) Julgue o seguinte item de acor-


do com as disposições constitucionais e legais acerca dos agentes públicos.
A reversão constitui a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, e
ocorre quando é invalidada a demissão do servidor por decisão judicial ou administrativa. Nes-
se caso, o servidor deve ser ressarcido de todas as vantagens que deixou de perceber durante
o período demissório.

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014. (CEBRASPE/CESPE/ASS ADM/EBSERH/2018) Acerca do regime jurídico dos servido-


res públicos federais, julgue o item a seguir.
A promoção não constitui forma de provimento em cargo público.

015. (CEBRASPE/CESPE/ADM/IFF/2018) João, servidor público civil federal, ainda em perío-


do de estágio probatório, sofreu um acidente vascular cerebral que o deixou com sequelas que
o levaram à aposentadoria por invalidez. Três anos depois, a administração pública, por meio
da junta médica oficial, constatou que João teria se reabilitado e que suas sequelas haviam
sido extintas, fatos que ocasionaram a declaração de insubsistência dos motivos da sua apo-
sentadoria.
Nessa situação hipotética, a determinação do retorno ao cargo anteriormente ocupado por
João configura o(a)
a) reintegração.
b) recondução.
c) reversão.
d) reaproveitamento.
e) readaptação.

016. (CEBRASPE/CESPE/ASS ALUN/IFF/2018) A investidura em cargo público ocorre-


rá com o(a)
a) nomeação.
b) posse.
c) exercício.
d) provimento.
e) classificação em todas as etapas do concurso público.

017. (CEBRASPE/CESPE/AUX ADM/IFF/2018) De acordo com a Lei n.º 8.112/1990, em caso


de servidor público estável cuja demissão tenha sido invalidada por decisão administrativa ou
judicial, deverá ocorrer a
a) recondução.
b) reintegração.
c) redistribuição.
d) readaptação.
e) reversão.

018. (CEBRASPE/CESPE/ASS ADM/EBSERH/2018) Acerca do regime jurídico dos servido-


res públicos federais, julgue o item a seguir.
Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: indenizações,
gratificações e adicionais, incorporando-se as duas últimas ao vencimento ou provento, nas
condições indicadas em lei.

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019. (CEBRASPE/CESPE/AJ/STJ/ADMINISTRATIVA/2018) Com base no disposto na Lei n.º


8.112/1990, julgue o item seguinte.
O auxílio-moradia poderá ser concedido a servidor público que resida com outra pessoa que
receba o mesmo benefício.

020. (CEBRASPE/CESPE/AUX INST/IPHAN/ÁREA 1/2018) Com base nas disposições da


Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir.
Nos casos de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição do servi-
dor ou aquisição de imóvel pelo servidor, o auxílio-moradia será pago por ainda um mês.

021. (FCC/ASS LEG/ALAP/ATIVIDADE LEGISLATIVA/ASSISTENTE LEGISLATIVO/2020)


Ricardo Reis, servidor público, foi acusado, em processo disciplinar, de haver subtraído da re-
partição um aparelho de ar condicionado, falta que ensejaria sua demissão a bem do serviço
público. Em processo criminal instaurado concomitantemente, o juiz absolveu Ricardo, con-
cluindo que Bernardo Soares, pessoa totalmente estranha à repartição, era o verdadeiro res-
ponsável pelo furto. Constatou-se, todavia, que Ricardo Reis havia se ausentado da repartição
sem acionar os alarmes antifurto, providência de sua exclusiva responsabilidade. Tal compor-
tamento não gerou punição na esfera criminal, por se tratar de conduta criminalmente atípica.
Diante do relato hipotético, conclui-se que Ricardo Reis
a) não sofrerá punições em âmbito administrativo, visto que a decisão criminal é vinculante na
esfera administrativa.
b) pode ser demitido pela subtração do equipamento, visto que as conclusões da decisão pro-
ferida na esfera criminal não vinculam a Administração.
c) será indenizado pela injusta submissão a processo disciplinar, o que é suficiente para con-
figurar dano moral.
d) será absolvido da conduta que lhe foi inicialmente imputada, mas ainda poderá ser punido
pela conduta omissiva, pois, embora considerada criminalmente atípica, pode configurar falta
disciplinar residual.
e) deve pedir a inclusão de Bernardo Soares no processo disciplinar, na qualidade de corréu, de
maneira a diminuir sua responsabilidade no incidente.

022. (FCC/AJ/TRF-4ª/JUDICIÁRIA/”SEM ESPECIALIDADE”/2019) Manuel dos Santos foi


servidor público federal estável e aposentou-se voluntariamente aos sessenta e dois anos de
idade. Após dez anos de gozo da aposentadoria, requereu sua reversão ao cargo público que
antes ocupava. Diante dessa hipótese, à luz do que dispõe a legislação federal aplicável,
a) é impossível a reversão, pois o requerente já atingiu a idade da aposentadoria compulsória.
b) é impossível a reversão, pois a lei federal apenas contempla a hipótese de reversão ex offi-
cio, pela insubsistência dos motivos que levaram à aposentadoria por invalidez.

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c) é possível, desde que haja cargo vago e interesse da administração no retorno do requerente
à atividade.
d) é possível, independentemente do interesse da administração, pois se trata de hipótese de
ato vinculado e o requerente preencheu todos os requisitos legais.
e) é impossível, em razão do lapso temporal transcorrido desde a aposentadoria do requerente.

023. (FCC/TJ/TRF-4ª/ADMINISTRATIVA/”SEM ESPECIALIDADE”/2019) Um servidor públi-


co recém nomeado para cargo efetivo na Administração direta foi convidado para represen-
tar o Brasil em conselho internacional situado no exterior, com competência deliberativa em
matéria comercial. O servidor, que conta apenas com 15 meses de cargo público, mas possui
notório conhecimento na área, o que motivou o convite,
a) não poderá representar o Brasil para a finalidade indicada, o que é permitido apenas aos
servidores titulares de cargos efetivos que já tenham sido devidamente confirmados.
b) não poderá aceitá-lo, pois o estágio probatório em curso não permite ao servidor a conces-
são de nenhuma licença ou afastamento, privativos de servidores efetivos.
c) poderá assumir a representação do Brasil, ficando antecipadamente concluído o período de
estágio probatório em razão da superioridade das funções a serem desempenhadas em nível
internacional.
d) poderá pleitear afastamento, prosseguindo com o cumprimento do estágio probatório na
localidade onde se situa o organismo internacional que passará a integrar, sendo de rigor adap-
tação dos critérios de avaliação às novas atividades desenvolvidas.
e) poderá ser afastado para desempenhar as funções no organismo internacional, operando-se
a suspensão do estágio probatório, que voltará a transcorrer após o encerramento da represen-
tação no exterior.

024. (FCC/TJ/TRF-3ª/APOIO ESPECIALIZADO/INFORMÁTICA/2019) De acordo com o pre-


visto na Lei n. 8.112/1990 para as penalidades disciplinares, a
a) demissão só pode ser aplicada para caso de servidor já apenado, ainda que por outra infra-
ção disciplinar, com suspensão.
b) advertência deve ser necessariamente acompanhada da imposição de multa pecuniária, de
caráter pedagógico.
c) advertência e a suspensão ficam registradas na ficha do servidor apenado, não podendo ser
canceladas durante a atividade.
d) primeira infração disciplinar praticada pelo servidor efetivo deve necessariamente ser ape-
nada com advertência.
e) reincidência de infrações passíveis de punição com advertência enseja aplicação de
suspensão.

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025. (FCC/TJ/TRF-3ª/ADMINISTRATIVA/SEM ESPECIALIDADE/2019) A Lei n. 8.112/1990,


que estabelece o regime jurídico aplicável aos servidores públicos federais, estatui uma série
de comportamentos proibidos e outros que são autorizados ou tolerados. Nos termos do refe-
rido diploma, é permitido ao servidor público federal
a) manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou
parente até o segundo grau civil, contanto que haja autorização superior.
b) participar nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a
União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social.
c) aliciar subordinados a se filiarem a partido político.
d) participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personi-
ficada, desde que não mantenha relações de cunho comercial com os entes públicos.
e) aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro, desde que autorizado pelo
Ministério das Relações Exteriores.

026. (FCC/TJ/TRF-3ª/ADMINISTRATIVA/SEM ESPECIALIDADE/2019) Julio exerce cargo


público efetivo de motorista em uma autarquia federal e, durante o exercício funcional, en-
volveu-se em acidente que causou danos patrimoniais a terceiros. Nesse caso, no tocante ao
regime de responsabilidade civil, o referido servidor
a) responderá de forma objetiva e solidária com a autarquia.
b) não responderá em hipótese alguma, pois se trata de hipótese de responsabilidade inte-
gral da União.
c) responderá de forma subjetiva apenas se incluído no polo passivo da ação pelo tercei-
ro afetado.
d) responderá de forma objetiva e subsidiária em relação à autarquia.
e) responderá de forma subjetiva e por meio de ação regressiva.

027. (FCC/AJ/TRT-14ª/APOIO ESPECIALIZADO/ESTATÍSTICA/2018) Suponha que deter-


minado órgão da Administração pública federal tenha sido extinto e, por força do mesmo di-
ploma legal, também extintos os cargos efetivos correspondentes. Diante de tal circunstância,
os servidores estáveis que ocupavam os referidos cargos deverão ser, conforme disposto na
Lei no 8.112/1990,
a) colocados em disponibilidade, até o seu aproveitamento em cargo de atribuições e venci-
mentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
b) readaptados, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de
vencimentos.
c) colocados em licença compulsória, com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço,
até a realocação em cargo equivalente ao extinto.

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d) redistribuídos a outros órgãos ou entidades integrantes da Administração, recebendo a re-


muneração correspondente, ainda que inferior à do cargo extinto, enquanto não sobrevier car-
go vago equivalente.
e) aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de serviço, caben-
do reversão na hipótese de vacância de cargo equivalente ao extinto, a pedido do servidor ou
ex officio.

028. (FCC/AJ/TRT-11ª/JUDICIÁRIA/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2017)


Maria, servidora estável, sofreu penalidade de demissão em janeiro de 2013. A pena foi invali-
dada por decisão judicial transitada em julgado em janeiro de 2016. Ocorre que o cargo de Ma-
ria, que é servidora pública federal, encontra-se provido pela servidora Joaquina. Nesse caso,
conforme preceitua a Lei n. 8.112/1990, Maria será
a) reintegrada ao seu cargo, sendo ressarcida de todas as vantagens referentes ao período em
que ficou fora do serviço público.
b) aproveitada em outro cargo com atribuições e vencimentos compatíveis com o anterior.
c) colocada em disponibilidade, com direito de receber todos os vencimentos e vantagens ine-
rentes ao cargo, até que seja providenciada a recolocação de Joaquina.
d) reintegrada ao seu cargo, sendo ressarcida apenas dos vencimentos referentes ao período
em que ficou fora do serviço público.
e) redistribuída, sendo observados os requisitos legais de tal instituto, como por exemplo, a
equivalência de vencimentos.

029. (FCC/TJ/TRT-11ª/ADMINISTRATIVA/2017) Flora é servidora pública federal e, por pre-


encher os requisitos legais, foi recentemente, promovida. Sua promoção foi concedida em 10
de outubro de 2016 e, um mês depois, ou seja, em 10 de novembro de 2016, ocorreu a publica-
ção do ato de promoção. Nos termos da Lei n. 8.112/1990, a promoção
a) não interrompe o tempo de exercício, que será contado no novo posicionamento na carreira
a partir de 10 de novembro de 2016.
b) interrompe o tempo de exercício, sendo contado no novo posicionamento na carreira a partir
de 10 de outubro de 2016.
c) não interrompe o tempo de exercício, que será contado no novo posicionamento na carreira
a partir de 10 de outubro de 2016.
d) interrompe o tempo de exercício, sendo contado no novo posicionamento na carreira a partir
de 10 de novembro de 2016.
e) interrompe o tempo de exercício, sendo contado no novo posicionamento na carreira a partir
de 01 de novembro de 2016, ou seja, no primeiro dia do mês seguinte à promoção.

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030. (FCC/TJ/TRE-SP/ADMINISTRATIVA/ARTES GRÁFICAS/2017) Em uma situação hipo-


tética, Magda é servidora pública do TRE-SP e ocupa cargo em comissão no âmbito do citado
Tribunal. Ocorre que Magda foi nomeada para ter exercício, interinamente, em outro cargo de
confiança, sem prejuízo das atribuições do cargo que atualmente ocupa, hipótese em que, du-
rante o período da interinidade, nos termos da Lei n. 8.112/90,
a) receberá, obrigatoriamente, a remuneração do primeiro cargo.
b) cumulará a remuneração de ambos os cargos.
c) deverá optar pela remuneração de um dos cargos.
d) receberá a remuneração do primeiro cargo, acrescida de metade do valor da remuneração
do segundo cargo.
e) receberá, obrigatoriamente, a remuneração do segundo cargo.

031. (FGV/ANA/IBGE/AUDITORIA/2016) Consoante dispõe a Lei n.º 8.112/90, sem qualquer


prejuízo, poderá um servidor civil de fundação pública federal ausentar-se do serviço:
a) por 3 (três) dias, para alistamento ou recadastramento eleitoral fora da sede onde está lotado;
b) por 15 (quinze) dias, em razão de falecimento de parente até o segundo grau;
c) por 3 (três) dias, para manifestação sindical de greve;
d) por 5 (cinco) dias consecutivos, em razão de casamento;
e) por 1 (um) dia, para doação de sangue.

032. (FGV/ANA/IBGE/RECURSOS HUMANOS/ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL/2016) A uni-


dade responsável pela gestão de recursos humanos do IBGE recebeu um informe de procedên-
cia administrativa sobre servidor efetivo que foi investido em mandato eletivo de Prefeito.
Nesse cenário, o responsável por concessão de afastamentos deve saber que:
a) o servidor ficará afastado de seu cargo para exercer o mandato eletivo, com suspensão de
sua remuneração;
b) o servidor poderá acumular funções e perceber vantagens de seu cargo desde que haja
compatibilidade de horários;
c) o servidor poderá acumular o cargo e o mandato eletivo, fazendo jus à percepção da remu-
neração mais elevada;
d) o servidor ficará afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
e) o servidor poderia permanecer em seu cargo efetivo caso fosse investido em mandato ele-
tivo para Deputado Estadual.

033. (FGV/AC/IBGE/GESTÃO E INFRAESTRUTURA/2017) Marcos é servidor público efetivo


do quadro de pessoal do IBGE. Recentemente, solicitou a concessão de determinada licença
remunerada e teve seu pedido negado pelo setor responsável, sob alegação de que precisará
cumprir 5 (cinco) anos de efetivo exercício para obter a respectiva licença.
Com base nas informações mencionadas, é correto concluir que Marcos solicitou licença:

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a) paternidade;
b) para o serviço militar;
c) para capacitação;
d) por motivo de doença em pessoa da família;
e) para atividade política.

034. (FGV/AC/IBGE/RECURSOS HUMANOS/2017) O controle da concessão de licenças é


essencial à gestão do serviço público, já que interfere na disponibilidade de pessoal, na execu-
ção dos processos de trabalho, na utilização regular dos recursos e no bom gerenciamento da
máquina pública. Em relação às licenças concedidas aos servidores públicos federais, julgue
como Verdadeiras (V) ou Falsas (F) as sentenças a seguir:
( ) A licença para desempenho de mandato classista, bem como a licença para tratar de assun-
tos particulares, podem ser concedidas ao servidor, sem remuneração, desde que o mesmo
não esteja em estágio probatório.
( ) A licença por motivo de doença em pessoa da família pode ser concedida, a cada 12 (doze)
meses, por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor.
( ) Após cada triênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração,
afastar-se do exercício do cargo efetivo para participar de curso de capacitação profissional.
( ) É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença motivada por
doença em pessoa da família.
A sequência correta é:
a) V, V, F, V;
b) V, F, V, F;
c) F, V, F, V;
d) F, F, F, V;
e) V, V, V, F.

035. (CESPE/ATA/DPU/2016) Ainda com base no disposto na Lei n.º 8.112/1990 e na Cons-
tituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.
É permitido o exercício de mais de um cargo em comissão, desde que seja na condição
de interino.

036. (CESPE/TEC AE/DPU/2016) Em relação ao regime jurídico dos cargos, empregos e fun-
ções públicas e às disposições da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item que se segue.
Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compa-
tíveis com a limitação em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção médica,
advinda após sua posse em cargo público.

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037. (CESPE/TJ/TER-PI/ADMINISTRATIVA/2016) Teobaldo, servidor público do estado do


Piauí, adquiriu sua estabilidade em 27/1/2012. Em novembro de 2012, ele foi nomeado para o
cargo de técnico judiciário no TRE/PI. Dentro do prazo legal, Teobaldo tomou posse e entrou
em exercício em seu novo cargo, após solicitar vacância por posse em outro cargo inacumu-
lável. Na avaliação de seu estágio probatório, no tribunal, Teobaldo foi reprovado, ou seja, foi
considerado inapto para o exercício do cargo ocupado no TRE/PI.
Nessa situação hipotética, a administração deve aplicar, em relação a Teobaldo, o instituto
denominado
a) recondução.
b) aproveitamento.
c) exoneração.
d) demissão.
e) readaptação.

038. (CESPE/ESP/FUNPRESP/JURÍDICA/2016) Com relação aos convênios administrativos,


aos agentes públicos e à responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir.
De acordo com a Lei n.º 8.112/1990, tendo sofrido limitação em sua capacidade física ou
mental, verificada em inspeção médica, o servidor público estará sujeito a readaptação, que
consiste na investidura em outro cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com as
do cargo por ele anteriormente ocupado.

039. (CESPE/AJ/TRT-8ª/ADMINISTRATIVA/ 2016) Conforme a Lei n.º 8.112/1990, o deslo-


camento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago, no âmbito do quadro geral de pes-
soal para outro órgão ou entidade do mesmo poder denomina-se
a) transferência.
b) substituição.
c) redistribuição.
d) remoção.
e) reintegração.

040. (CESPE/AG ADM/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, que tra-
ta do regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: Carlos trabalha em atividade considerada insalubre e perigosa e faz jus ao
recebimento dos adicionais de insalubridade e de periculosidade.
Assertiva: Nesse caso, Carlos deverá optar por um deles, sendo-lhe vedado acumular os dois
adicionais.

041. (CESPE/TEC/INSS/2016) Julgue o item conforme o disposto na Lei n.º 8.112/1990.


Em conformidade com a Lei n.º 8.112/1990, o servidor público poderá ser afastado do Brasil
para missão oficial por tempo indeterminado.

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042. (CESPE/CONTADOR/FUB/2015) Maria, servidora pública federal estável, integrante de


comissão de licitação de determinado órgão público do Poder Executivo federal, recebeu dire-
tamente, no exercício do cargo, vantagem econômica indevida para que favorecesse determi-
nada empresa em um procedimento licitatório. Após o curso regular do processo administrati-
vo disciplinar, confirmada a responsabilidade de Maria na prática delituosa, foi aplicada a pena
de demissão.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, com base na legislação aplicá-
vel ao caso.
Caso a penalidade aplicada seja posteriormente invalidada por meio de sentença judicial, Ma-
ria deverá ser reintegrada ao cargo anteriormente ocupado.

043. (CESPE/TEC/INSS/INSS/2016) Considerando que determinado servidor público federal


tenha sido removido para outra sede, situada em outro município, para acompanhar sua es-
posa, que também é servidora pública federal e foi removida no interesse da administração,
julgue o item seguinte à luz do disposto na Lei n.º 8.112/1990.
Ainda que o servidor e sua esposa sejam integrantes de órgãos pertencentes a poderes distin-
tos da União, a remoção do servidor poderia ser concedida.

044. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) Alice, aprovada em concurso público


para o cargo de técnico administrativo de um TRE, precisa acompanhar cirurgia de ente fami-
liar que ocorrerá no mesmo dia em que foi marcada sua posse. Nessa situação, Alice poderá
nomear, por procuração específica, alguém que a represente no ato da posse.

045. (CESPE/TEC AE/DPU/DPU/2016) Em relação ao regime jurídico dos cargos, empregos e


funções públicas e às disposições da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item que se segue.
A investidura em cargo público ocorre com a posse.

046. (FCC/PROC/PGE-TO/2018) Estevão Artacho, candidato em concurso público para a car-


reira policial, foi considerado inapto por exame médico oficial, realizado em 24 de março de
2017, pela constatação de que sofria de sopro no coração, isto é, uma alteração nas válvulas
coronárias. Por essa razão, não pôde tomar posse na data marcada para a investidura dos
candidatos, 11 de abril de 2017. Inconformado, Estevão ajuizou ação ordinária, questionando
o ato administrativo que o considerou inapto e pleiteou, a título de indenização, o valor corres-
pondente aos vencimentos do cargo, computados desde a data fixada para a posse. Citada a
Fazenda Estadual e contestada a pretensão, determinou-se realização de prova pericial, que
constatou, por meio de exames mais detalhados, que se tratava de variedade benigna da ano-
malia, não impeditiva do exercício da função pública. O juiz prolatou sentença de procedência,
no tocante ao pedido de empossamento no cargo público. No tocante à pretensão relativa à
indenização, a sentença seguiu a jurisprudência dominante do STF, que dispõe que

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a) a indenização é devida, computada desde a data em que deveria ter ocorrido a posse.
b) tal pretensão deve ser deduzida em ação própria.
c) a indenização é devida, computada desde a data do ajuizamento da ação.
d) a indenização é devida, computada desde a data da citação da Fazenda Pública.
e) não é devida indenização, salvo em situação de flagrante arbitrariedade do ato que impe-
diu a posse.

047. (FCC/TJ/TRT-6ª/ADMINISTRATIVA/”SEM ESPECIALIDADE”/2018) Aprovado em con-


curso público para provimento de cargo junto à Autarquia federal W, João não chegou a ser in-
vestido, pois não apresentou o diploma universitário exigido, nos termos da Lei e do edital, para
comprovar, no momento da posse, o nível de escolaridade mínimo necessário para o exercício
do referido cargo. Inconformado, recorreu ao judiciário. A ação deve ser julgada
a) procedente, pois a aprovação em concurso público gera direito adquirido à nomeação e dis-
pensa a comprovação de outros requisitos para investidura.
b) procedente, pois a comprovação do nível de escolaridade exigido para o cargo deve ser feita
no momento da inscrição no concurso, sob pena de preclusão consumativa.
c) improcedente, pois João não preencheu requisito básico para investidura no cargo, a despei-
to de sua aprovação em concurso público.
d) improcedente apenas se João tiver sido aprovado fora do número de vagas disponibilizadas
no edital, hipótese em que não há direto subjetivo à nomeação.
e) improcedente, pois João não tem habilitação legal para o exercício do cargo para o qual foi
aprovado em concurso público, mas a Administração poderá nomeá-lo para exercer cargo di-
verso, com requisito menor de escolaridade, em razão do princípio da eficiência.

048. (FCC/DPE-RS/2018) Sobre provimento e deslocamento de cargo público, é INCORRE-


TO afirmar:
a) Reintegração é o retorno do servidor estável ao cargo que ocupava e do qual foi ilegalmente
desligado.
b) Readaptação é o retorno do servidor inativo à atividade quando for constatada por perícia
médica a insubsistência dos motivos da aposentadoria.
c) Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo que ocupava por inabilitação em está-
gio probatório relativo a outro cargo público para o qual foi nomeado.
d) Aproveitamento é o retorno de servidor estável, que se encontrava em disponibilidade, ao
mesmo cargo que ocupava ou equivalente em atribuições e vencimentos.
e) Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, vago ou ocupado, para
outro órgão ou ente vinculado a um mesmo Poder.

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049. (FCC/AJ/TRT-15ª/APOIO ESPECIALIZADO/ARQUITETURA/2018) Considere hipoteti-


camente que João, servidor público federal cujo vínculo é regido pela Lei n. 8.112/90, foi pro-
movido na sua carreira após 10 anos de efetivo exercício. Solicitou, ao departamento compe-
tente, a contagem de seu tempo de serviço, passados 5 anos do ato que o promoveu, sem que
tenha se afastado do exercício de quaisquer dos cargos nesse período. A certidão foi expedida
na mesma data em que solicitada, apontado que João contava com 5 anos de exercício no
serviço público federal. A certidão
a) está incorreta, pois a promoção não interrompe o tempo de exercício, que, tão somente, é
contado no novo cargo a partir da publicação do ato que o promoveu.
b) está correta, pois a promoção suspende o tempo de exercício, cuja contagem é retomada,
com efeitos ex nunc, a partir da publicação do ato de promoção.
c) está incorreta, pois dela deveria ter constado que João contava com 15 anos de serviço no
cargo para o qual foi promovido, pois, para tanto, o tempo de exercício decorrido antes da pro-
moção deveria ter sido considerado.
d) está correta, pois, após a promoção, o tempo de serviço é zerado, contando-se apenas o
tempo de exercício decorrido no novo cargo.
e) está incorreta, pois dela deveria ter constado que João contava com 10 anos de serviço pú-
blico federal, pois a lei de regência determina que o tempo transcorrido após a promoção deve
ser desconsiderado.

050. (FCC/TJ/TRT-15ª/ADMINISTRATIVA/SEGURANÇA/2018) Considere hipoteticamente


que José, servidor público federal estável, cujo vínculo é regido pela Lei n. 8.112/1990, tenha
sido demitido após regular processo administrativo. Inconformado com a decisão, apresentou
recurso administrativo, que foi desprovido. Recorreu ao Poder Judiciário pleiteando a anula-
ção do referido ato demissório. Na ação judicial obteve êxito, tendo o judiciário anulado o ato
administrativo de demissão. Intimada para dar cumprimento à decisão judicial, a autoridade
administrativa federal competente
a) poderá reinvesti-lo no cargo anteriormente ocupado ou em outro de natureza diversa, que
esteja vago, decisão de cunho discricionário, que deve levar em conta a necessidade do servi-
ço público.
b) deverá, por ato de reintegração, reinvesti-lo no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, com ressarcimento de todas as vantagens.
c) deverá reinvesti-lo no cargo anteriormente ocupado, se este estiver vago, ou em outro de
mesma natureza ou não, na hipótese de o cargo ter sido provido.
d) deverá reinvesti-lo no cargo anteriormente ocupado, mesmo que tenha sido extinto, uma vez
que a anulação da demissão torna a extinção inexistente.
e) deverá, por ato de reintegração, reinvesti-lo no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, sem direito a ressarcimento de qualquer espécie.

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GABARITO
1. E 37. a
2. C 38. C
3. e 39. c
4. d 40. C
5. d 41. E
6. d 42. C
7. E 43. C
8. E 44. C
9. c 45. C
10. c 46. e
11. E 47. c
12. b 48. b
13. E 49. a
14. E 50. b
15. c
16. b
17. b
18. C
19. E
20. C
21. d
22. e
23. e
24. e
25. b
26. e
27. a
28. a
29. a
30. c
31. e
32. d
33. c
34. a
35. C
36. C

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GABARITO COMENTADO
001. (CEBRASPE/CESPE/AG POL/PC-DF/2021) Com base na Lei n.º 8.112/1990, julgue o
item a seguir.
A nomeação poderá se dar tanto em caráter efetivo quanto em comissão, dependendo, ambos
os casos, de prévia habilitação em concurso público de provas ou provas e títulos.

Apenas a nomeação realizada em caráter efetivo é que depende da aprovação prévia em con-
curso público de provas ou de provas e de títulos. Nos cargos em comissão, em sentido opos-
to, não há necessidade de aprovação em concurso público.

Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de
prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de
classificação e o prazo de sua validade.
Errado.

002. (QUADRIX/AUX ADM/CRQ-10/CE/2021) No que concerne ao regramento constitucional


da Administração Pública e dos servidores públicos, julgue o item a seguir.
A readaptação de servidor público pressupõe que tenha ele a habilitação necessária para o
exercício do cargo para o qual tenha sido readaptado.

A questão está correta, uma vez que o §2º do artigo 24 estabelece que “A readaptação será
efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade
e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exerce-
rá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga”.
Certo.

003. (QUADRIX/ASS NM/CRM-MS/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2021) Suponha‐se que


determinado servidor público, aposentado há poucos meses e sabendo do interesse da Admi-
nistração Pública, tenha solicitado o retorno às atividades do cargo que desempenhava. Nesse
caso, a solicitação é de
a) recondução.
b) aproveitamento.
c) promoção.
d) reintegração.
e) reversão.

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O retorno do servidor aposentado ocorre por meio do instituto da reversão, conforme previsão
do artigo 25, de seguinte teor:

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


I – por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria;
ou
II – no interesse da administração, desde que [...].
Letra e.

004. (UFMT/ASS ADM/UFR/2021) Em conformidade com o disposto na Lei n.º 8.112/1990, é


hipótese de vacância do cargo público:
a) Cessão.
b) Disponibilidade.
c) Remoção.
d) Promoção.

Apenas a promoção, dentre as opções elencadas, é uma hipótese de vacância em cargo público.

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:


I – exoneração;
II – demissão;
III – promoção;
VI – readaptação;
VII – aposentadoria;
VIII – posse em outro cargo inacumulável;
IX – falecimento.
Letra d.

005. (IUDS/ADM/IF-RJ/2021) Suponha que determinado servidor público federal, após muito
se programar, pede a mão de sua noiva em casamento e organiza uma viagem de lua de mel.
Para tal, ele precisa saber quanto tempo poderia ausentar-se do serviço, sem nenhum prejuízo,
de acordo com a Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Considerando as normas legais sobre
as chamadas concessões na legislação, acima, citada, qual seria o prazo ao qual o servidor
teria direito, a título de concessão?
a) 5 dias consecutivos.
b) 10 dias consecutivos.
c) 12 dias consecutivos.
d) 8 dias consecutivos.
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Em virtude do casamento, o servidor terá direito à concessão de 8 dias consecutivos, conforme


previsão do artigo 97:

Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:


III – por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
a) casamento;
Letra d.

006. (IBFC/SUP PESQ/IBGE/GERAL/2021) A Lei n. 8.112/1990 dispõe sobre o regime jurídi-


co dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais e
traz em seu artigo 132 as hipóteses em que a pena de demissão será aplicada. Sobre as hipó-
teses de aplicação da demissão, assinale a alternativa incorreta.
a) Prática de crime contra a administração pública
b) Inassiduidade habitual
c) Improbidade administrativa
d) Acumulação legal de cargos, empregos ou funções públicas
e) Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição

Na Letra D, não há que se falar em demissão ou aplicação de qualquer outro tipo de penalidade,
uma vez que a acumulação de cargos, empregos ou funções ocorreu de forma lícita.
Nas demais alternativas, estamos diante de situações ensejadoras da aplicação da penalidade
de demissão.

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:


I – crime contra a administração pública;
III – inassiduidade habitual;
IV – improbidade administrativa;
V – incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
Letra d.

007. (CEBRASPE/CESPE/AGFEP/DEPEN/2021) Na pretensão de celebrar contrato adminis-


trativo com empresa fornecedora de serviço de mão de obra, João, servidor público compe-
tente de determinado órgão público, elaborou edital de licitação prevendo em uma de suas
cláusulas que a empresa contratada reserve percentual mínimo de sua mão de obra a pessoas
oriundas do sistema prisional. Tomando conhecimento do fato, o chefe de João, autoridade
máxima do órgão, sem apresentar justificativa, suspendeu o edital e determinou a contratação
direta da empresa por dispensa de licitação. Contrariado com a atitude do seu superior hierár-
quico, João foi embora para casa no meio do expediente sem autorização do seu chefe, coisa
que nunca antes fizera.

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Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.


Por se ausentar do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato,
João está sujeito a pena de suspensão.

No caso apresentado, estamos diante de uma conduta ensejadora da aplicação da penalidade


de advertência, e não de suspensão.

Art. 117. Ao servidor é proibido:


I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do
art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação
ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave.
Errado.

008. (CEBRASPE/CESPE/AG POL/PC-DF/2021) João, servidor público, aliciou um dos seus


subordinados a se filiar ao sindicato da categoria a que ambos pertenciam. Em razão des-
se fato, instaurou-se processo administrativo contra João para apurar sua conduta funcional.
Concluído o procedimento, o chefe da repartição, Antônio, aplicou a pena de advertência por
escrito pelo ato praticado.
Considerando a situação hipotética precedente, o disposto na Lei n.º 8.112/1990, os requisitos
do ato administrativo e os poderes da administração pública, julgue o item a seguir.
A penalidade aplicada a João é incabível, uma vez que não há previsão legal expressa para a
punição funcional pelo ato praticado.

Diferente do que afirmado, a penalidade de advertência é perfeitamente cabível na situação


apresentada pela questão.

Art. 117. Ao servidor é proibido:


VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical,
ou a partido político;
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do
art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação
ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave.
Errado.

009. (UFMT/ADM/UFR/2021) Considere a seguinte situação hipotética.


Clementino é sócio-gerente de uma empresa do ramo varejista de confecções, constituída sob
a forma de sociedade de responsabilidade limitada, e pretende ingressar no serviço público.
Caso Clementino seja aprovado no concurso público para provimento de cargo técnico-admi-
nistrativo em educação na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), em relação ao exercí-
cio da atividade privada, a Lei n.º 8.112/1990 estabelece que ao servidor

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a) é permitido participar de gerência de sociedade privada, observada a legislação sobre con-


flito de interesses.
b) é proibido ingressar ou participar de sociedade privada, inclusive na qualidade de cotista.
c) é proibido participar de gerência ou administração de sociedade privada, exceto na qualida-
de de cotista.
d) é permitido participar da administração de sociedade privada, desde que haja compatibili-
dade de horários.

Na situação apresentada, temos que Clementino é sócio-gerente de uma empresa privada.


Caso seja aprovado em concurso público da esfera federal, Clementino não poderá permane-
cer na gerência ou na administração da organização, mas poderá, em sentido diverso, partici-
par como sócio cotista.

Art. 117. Ao servidor é proibido:


X – participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personifica-
da, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
Letra c.

010. (IUDS/ADM/IF-RJ/2021) A Lei 8.112/90 traz uma série de penalidades disciplinares que
serão aplicadas, em determinadas situações. No caso da demissão, a lei prevê sua aplica-
ção, em algumas hipóteses, estando elas previstas, abaixo, não estando correta a expressa na
alternativa:
a) inassiduidade habitual.
b) abandono de cargo.
c) ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, em qualquer situação.
d) insubordinação grave em serviço.

O erro está na Letra C. Não é em qualquer situação que o servidor será demitido em razão de
ofensa física a outro servidor ou a particular. Em sentido oposto, a sanção não será aplicada
em caso de legítima defesa.

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:


VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de
outrem;
Letra c.

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011. (CEBRASPE/CESPE/AAP/PGE-PE/CALCULISTA/2019) Com base nas disposições


constitucionais relativas a cargos, empregos e funções públicas e nas disposições do Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de Pernambuco, julgue o item seguinte.
Reintegração corresponde ao reingresso de servidor aposentado no serviço público, se insub-
sistentes os motivos da aposentadoria ou se houver interesse e requisição da administração,
respeitada a opção do servidor.

Ao contrário do que informa a questão, a reintegração, de acordo com o artigo 28 da Lei 8.112,
é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante
de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judi-
cial, com ressarcimento de todas as vantagens.
Errado.

012. (CEBRASPE/CESPE/ANA MIN/TCE-PA/CONTROLE EXTERNO/2019) Se um servidor


em disponibilidade reingressa no serviço público, em cargo de natureza e padrão de vencimen-
to correspondentes ao que ocupava, então, nesse caso, ocorre o que se denomina
a) redistribuição.
b) aproveitamento.
c) readaptação.
d) recondução.
e) remoção.

Neste caso, estaremos diante do aproveitamento, cuja previsão é o artigo 30 do estatuto federal:

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obri-
gatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
Letra b.

013. (CEBRASPE/CESPE/TJ/STJ/ADMINISTRATIVA/2018) Julgue o seguinte item de acor-


do com as disposições constitucionais e legais acerca dos agentes públicos.
A reversão constitui a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, e
ocorre quando é invalidada a demissão do servidor por decisão judicial ou administrativa. Nes-
se caso, o servidor deve ser ressarcido de todas as vantagens que deixou de perceber durante
o período demissório.

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A definição apresentada é a de reintegração, e não de reversão, conforme afirmado pela ques-


tão. Além disso, após a reintegração, o servidor terá direito ao recebimento e todas as vanta-
gens que deixou de receber.

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no


cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administra-
tiva ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

Errado.

014. (CEBRASPE/CESPE/ASS ADM/EBSERH/2018) Acerca do regime jurídico dos servido-


res públicos federais, julgue o item a seguir.
A promoção não constitui forma de provimento em cargo público.

Ao contrário do que afirmado pela questão, a promoção é sim uma forma de provimento em
cargo público.

Art. 8º São formas de provimento de cargo público:


II – promoção;

Errado.

015. (CEBRASPE/CESPE/ADM/IFF/2018) João, servidor público civil federal, ainda em perío-


do de estágio probatório, sofreu um acidente vascular cerebral que o deixou com sequelas que
o levaram à aposentadoria por invalidez. Três anos depois, a administração pública, por meio
da junta médica oficial, constatou que João teria se reabilitado e que suas sequelas haviam
sido extintas, fatos que ocasionaram a declaração de insubsistência dos motivos da sua apo-
sentadoria.
Nessa situação hipotética, a determinação do retorno ao cargo anteriormente ocupado por
João configura o(a)
a) reintegração.
b) recondução.
c) reversão.
d) reaproveitamento.
e) readaptação.

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Neste caso, estamos diante de uma das situações ensejadoras da reversão do servidor públi-
co, conforme previsão do artigo 25:

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


I – por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria;
ou
II – no interesse da administração, desde que [...].
Letra c.

016. (CEBRASPE/CESPE/ASS ALUN/IFF/2018) A investidura em cargo público ocorre-


rá com o(a)
a) nomeação.
b) posse.
c) exercício.
d) provimento.
e) classificação em todas as etapas do concurso público.

Em conformidade com o que afirmado no artigo 7º, “a investidura em cargo público ocorrerá
com a posse”.
Letra b.

017. (CEBRASPE/CESPE/AUX ADM/IFF/2018) De acordo com a Lei n.º 8.112/1990, em caso


de servidor público estável cuja demissão tenha sido invalidada por decisão administrativa ou
judicial, deverá ocorrer a
a) recondução.
b) reintegração.
c) redistribuição.
d) readaptação.
e) reversão.

Neste caso, teremos a reintegração do servidor público estável, cuja previsão consta no artigo
28 da norma federal.

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no


cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administra-
tiva ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
Letra b.

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018. (CEBRASPE/CESPE/ASS ADM/EBSERH/2018) Acerca do regime jurídico dos servido-


res públicos federais, julgue o item a seguir.
Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: indenizações,
gratificações e adicionais, incorporando-se as duas últimas ao vencimento ou provento, nas
condições indicadas em lei.

Conforme afirma, poderão ser pagas aos servidores públicos federais, além do vencimento,
indenizações, gratificações e adicionais.
Ao passo que as indenizações não se incorporam ao vencimento, as gratificações e os adicio-
nais se incorporam, nos casos e condições previstos em lei, ao vencimento do servidor.

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:
I – indenizações;
II – gratificações;
III – adicionais.
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condi-
ções indicados em lei.
Certo.

019. (CEBRASPE/CESPE/AJ/STJ/ADMINISTRATIVA/2018) Com base no disposto na Lei n.º


8.112/1990, julgue o item seguinte.
O auxílio-moradia poderá ser concedido a servidor público que resida com outra pessoa que
receba o mesmo benefício.

Uma das condições para o recebimento do auxílio-moradia é que nenhuma pessoa que resida
com o servidor esteja recebendo a mencionada indenização.

Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se atendidos os seguintes requisitos:


IV – nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;
Errado.

020. (CEBRASPE/CESPE/AUX INST/IPHAN/ÁREA 1/2018) Com base nas disposições da


Lei n.º 8.112/1990, julgue o item a seguir.
Nos casos de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição do servi-
dor ou aquisição de imóvel pelo servidor, o auxílio-moradia será pago por ainda um mês.

A questão está correta, nos termos do artigo 60-E da Lei 8.112:

Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição do ser-
vidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês.
Certo.

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021. (FCC/ASS LEG/ALAP/ATIVIDADE LEGISLATIVA/ASSISTENTE LEGISLATIVO/2020)


Ricardo Reis, servidor público, foi acusado, em processo disciplinar, de haver subtraído da re-
partição um aparelho de ar condicionado, falta que ensejaria sua demissão a bem do serviço
público. Em processo criminal instaurado concomitantemente, o juiz absolveu Ricardo, con-
cluindo que Bernardo Soares, pessoa totalmente estranha à repartição, era o verdadeiro res-
ponsável pelo furto. Constatou-se, todavia, que Ricardo Reis havia se ausentado da repartição
sem acionar os alarmes antifurto, providência de sua exclusiva responsabilidade. Tal compor-
tamento não gerou punição na esfera criminal, por se tratar de conduta criminalmente atípica.
Diante do relato hipotético, conclui-se que Ricardo Reis
a) não sofrerá punições em âmbito administrativo, visto que a decisão criminal é vinculante na
esfera administrativa.
b) pode ser demitido pela subtração do equipamento, visto que as conclusões da decisão pro-
ferida na esfera criminal não vinculam a Administração.
c) será indenizado pela injusta submissão a processo disciplinar, o que é suficiente para con-
figurar dano moral.
d) será absolvido da conduta que lhe foi inicialmente imputada, mas ainda poderá ser punido
pela conduta omissiva, pois, embora considerada criminalmente atípica, pode configurar falta
disciplinar residual.
e) deve pedir a inclusão de Bernardo Soares no processo disciplinar, na qualidade de corréu, de
maneira a diminuir sua responsabilidade no incidente.

No caso apresentado, estamos diante de uma absolvição na esfera penal que gera efeitos na
órbita administrativa. Sendo assim, se considerarmos que a decisão da ação criminal negou a
autoria do servidor em relação à subtração dos equipamentos de ar condicionado, esta deci-
são implica na absolvição automática no processo administrativo.

Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição crimi-
nal que negue a existência do fato ou sua autoria.

Mas devemos observar que o servidor, mesmo tendo sido absolvido da conduta de subtração
dos equipamentos de ar condicionado, foi o responsável por não acionar os alarmes antifurto,
providência que era de sua exclusiva responsabilidade. Consequentemente, poderá ele ser res-
ponsabilizado pela omissão na esfera administrativa, ainda que a medida, conforme afirmado,
não seja tipificada como crime na esfera penal.
Letra d.

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022. (FCC/AJ/TRF-4ª/JUDICIÁRIA/”SEM ESPECIALIDADE”/2019) Manuel dos Santos foi


servidor público federal estável e aposentou-se voluntariamente aos sessenta e dois anos de
idade. Após dez anos de gozo da aposentadoria, requereu sua reversão ao cargo público que
antes ocupava. Diante dessa hipótese, à luz do que dispõe a legislação federal aplicável,
a) é impossível a reversão, pois o requerente já atingiu a idade da aposentadoria compulsória.
b) é impossível a reversão, pois a lei federal apenas contempla a hipótese de reversão ex offi-
cio, pela insubsistência dos motivos que levaram à aposentadoria por invalidez.
c) é possível, desde que haja cargo vago e interesse da administração no retorno do requerente
à atividade.
d) é possível, independentemente do interesse da administração, pois se trata de hipótese de
ato vinculado e o requerente preencheu todos os requisitos legais.
e) é impossível, em razão do lapso temporal transcorrido desde a aposentadoria do requerente.

a) Errada. A idade limite para a reversão ainda não foi atingida, uma vez que ocorre, de acordo
com a Lei 8.112, aos 70 anos.

Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade.

b) Errada. Duas são as hipóteses de reversão, sendo elas: por invalidez, quando junta médica
oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria, ou no interesse da administração,
desde que atendidos os requisitos legais.
c) Errada. No caso apresentado, a reversão não será possível, uma vez que a aposentadoria
ocorreu há mais de 5 anos.

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


II – no interesse da administração, desde que:
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;

d) Errada. Conforme verificado, a reversão não será possível na situação apresentada, uma vez
que nem todos os requisitos foram atendidos.
e) Certa. Para que a reversão ocorra, um dos requisitos a serem observados é o lapso temporal
em que ocorreu a aposentadoria. De acordo com a lei, a reversão apenas será possível quando
a aposentadoria tiver ocorrido nos 5 anos anteriores à solicitação.

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


II – no interesse da administração, desde que:
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;

Desta forma, a reversão, na situação descrita pela questão, não será possível.
Letra e.

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023. (FCC/TJ/TRF-4ª/ADMINISTRATIVA/”SEM ESPECIALIDADE”/2019) Um servidor públi-


co recém nomeado para cargo efetivo na Administração direta foi convidado para represen-
tar o Brasil em conselho internacional situado no exterior, com competência deliberativa em
matéria comercial. O servidor, que conta apenas com 15 meses de cargo público, mas possui
notório conhecimento na área, o que motivou o convite,
a) não poderá representar o Brasil para a finalidade indicada, o que é permitido apenas aos
servidores titulares de cargos efetivos que já tenham sido devidamente confirmados.
b) não poderá aceitá-lo, pois o estágio probatório em curso não permite ao servidor a conces-
são de nenhuma licença ou afastamento, privativos de servidores efetivos.
c) poderá assumir a representação do Brasil, ficando antecipadamente concluído o período de
estágio probatório em razão da superioridade das funções a serem desempenhadas em nível
internacional.
d) poderá pleitear afastamento, prosseguindo com o cumprimento do estágio probatório na
localidade onde se situa o organismo internacional que passará a integrar, sendo de rigor adap-
tação dos critérios de avaliação às novas atividades desenvolvidas.
e) poderá ser afastado para desempenhar as funções no organismo internacional, operando-se
a suspensão do estágio probatório, que voltará a transcorrer após o encerramento da represen-
tação no exterior.

Na situação apresentada, estamos diante do afastamento para servir em organismo interna-


cional de que o Brasil participe ou com o qual coopere.

Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe
ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.

Neste caso, o servidor poderá ser afastado. Como encontra-se em estágio probatório, ficará
este suspenso durante o período de afastamento. Após o término do afastamento, o estágio
voltará a transcorrer pelo prazo que faltar.

Art. 20, § 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos
nos arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de formação, e será
retomado a partir do término do impedimento.
Letra e.

024. (FCC/TJ/TRF-3ª/APOIO ESPECIALIZADO/INFORMÁTICA/2019) De acordo com o pre-


visto na Lei n. 8.112/1990 para as penalidades disciplinares, a
a) demissão só pode ser aplicada para caso de servidor já apenado, ainda que por outra infra-
ção disciplinar, com suspensão.

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b) advertência deve ser necessariamente acompanhada da imposição de multa pecuniária, de


caráter pedagógico.
c) advertência e a suspensão ficam registradas na ficha do servidor apenado, não podendo ser
canceladas durante a atividade.
d) primeira infração disciplinar praticada pelo servidor efetivo deve necessariamente ser ape-
nada com advertência.
e) reincidência de infrações passíveis de punição com advertência enseja aplicação de
suspensão.

a) Errada. A demissão, para ser aplicada, independe da eventual punição anterior do servidor
com outra penalidade.
b) Errada. Não há necessidade da multa acompanhar a penalidade de advertência. A multa,
em sentido oposto, trata-se de uma faculdade da Administração Pública nos casos em que a
suspensão for aplicada.

Art. 130, § 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser
convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração,
ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

c) Errada. De acordo com o artigo 131, “As penalidades de advertência e de suspensão terão
seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício,
respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar”.
d) Errada. Caso a infração cometida pelo servidor, ainda que seja a primeira, enseje a demis-
são, esta é a que deverá ser aplicada. Logo, não existe uma penalidade que deve inicialmen-
te ser aplicada, uma vez que as sanções dependem das infrações que eventualmente forem
cometidas.
e) Certa. Uma das possibilidades de aplicação da suspensão é no caso de reincidência das
condutas anteriormente punidas com a advertência.

Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência
e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão,
não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
Letra e.

025. (FCC/TJ/TRF-3ª/ADMINISTRATIVA/SEM ESPECIALIDADE/2019) A Lei n. 8.112/1990,


que estabelece o regime jurídico aplicável aos servidores públicos federais, estatui uma série
de comportamentos proibidos e outros que são autorizados ou tolerados. Nos termos do refe-
rido diploma, é permitido ao servidor público federal

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a) manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou
parente até o segundo grau civil, contanto que haja autorização superior.
b) participar nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a
União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social.
c) aliciar subordinados a se filiarem a partido político.
d) participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personi-
ficada, desde que não mantenha relações de cunho comercial com os entes públicos.
e) aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro, desde que autorizado pelo
Ministério das Relações Exteriores.

Nas alternativas A, C, D e E, estamos diante de condutas que são proibidas aos servidores pú-
blicos federais.

Art. 117. Ao servidor é proibido:


VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical,
ou a partido político; (Letra C)
VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou
parente até o segundo grau civil; (Letra A)
X – participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personifica-
da, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; (Letra D)
XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; (Letra E)

Na Letra B, estamos diante de uma conduta permitida, uma vez que configura exceção à veda-
ção da participação do servidor em empresas ou sociedades.

Art. 117, Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se aplica nos
seguintes casos:
I – participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União
detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa cons-
tituída para prestar serviços a seus membros; e
Letra b.

026. (FCC/TJ/TRF-3ª/ADMINISTRATIVA/SEM ESPECIALIDADE/2019) Julio exerce cargo


público efetivo de motorista em uma autarquia federal e, durante o exercício funcional, en-
volveu-se em acidente que causou danos patrimoniais a terceiros. Nesse caso, no tocante ao
regime de responsabilidade civil, o referido servidor
a) responderá de forma objetiva e solidária com a autarquia.
b) não responderá em hipótese alguma, pois se trata de hipótese de responsabilidade inte-
gral da União.

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c) responderá de forma subjetiva apenas se incluído no polo passivo da ação pelo tercei-
ro afetado.
d) responderá de forma objetiva e subsidiária em relação à autarquia.
e) responderá de forma subjetiva e por meio de ação regressiva.

A questão pode ser respondida com base no artigo 122 da Lei 8.112, de seguinte redação:

Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em
ação regressiva.

Na situação descrita, o Poder Público será o responsável, inicialmente, pela indenização ao


particular. Posteriormente, em caso de dolo ou culpa, a Administração Pública ajuíza uma ação
regressiva contra o servidor.
E como a responsabilização do agente público depende da existência de dolo ou de culpa, é
correto afirmar que este possui responsabilidade subjetiva.
Letra e.

027. (FCC/AJ/TRT-14ª/APOIO ESPECIALIZADO/ESTATÍSTICA/2018) Suponha que deter-


minado órgão da Administração pública federal tenha sido extinto e, por força do mesmo di-
ploma legal, também extintos os cargos efetivos correspondentes. Diante de tal circunstância,
os servidores estáveis que ocupavam os referidos cargos deverão ser, conforme disposto na
Lei no 8.112/1990,
a) colocados em disponibilidade, até o seu aproveitamento em cargo de atribuições e venci-
mentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
b) readaptados, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de
vencimentos.
c) colocados em licença compulsória, com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço,
até a realocação em cargo equivalente ao extinto.
d) redistribuídos a outros órgãos ou entidades integrantes da Administração, recebendo a re-
muneração correspondente, ainda que inferior à do cargo extinto, enquanto não sobrevier car-
go vago equivalente.
e) aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de serviço, caben-
do reversão na hipótese de vacância de cargo equivalente ao extinto, a pedido do servidor ou
ex officio.

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No caso, estamos diante da extinção de cargos públicos, situação ensejadora da disponibili-


dade dos respectivos agentes públicos, conforme previsão, inclusive, da Constituição Federal.

Art. 37, § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em dispo-
nibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
em outro cargo.

Posteriormente, nos termos da Lei 8.112, os servidores em disponibilidade poderão ser apro-
veitados em outro cargo público, desde que este tenha atribuições e vencimentos compatíveis
com o anteriormente ocupado

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obri-
gatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
Letra a.

028. (FCC/AJ/TRT-11ª/JUDICIÁRIA/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/2017)


Maria, servidora estável, sofreu penalidade de demissão em janeiro de 2013. A pena foi invali-
dada por decisão judicial transitada em julgado em janeiro de 2016. Ocorre que o cargo de Ma-
ria, que é servidora pública federal, encontra-se provido pela servidora Joaquina. Nesse caso,
conforme preceitua a Lei n. 8.112/1990, Maria será
a) reintegrada ao seu cargo, sendo ressarcida de todas as vantagens referentes ao período em
que ficou fora do serviço público.
b) aproveitada em outro cargo com atribuições e vencimentos compatíveis com o anterior.
c) colocada em disponibilidade, com direito de receber todos os vencimentos e vantagens ine-
rentes ao cargo, até que seja providenciada a recolocação de Joaquina.
d) reintegrada ao seu cargo, sendo ressarcida apenas dos vencimentos referentes ao período
em que ficou fora do serviço público.
e) redistribuída, sendo observados os requisitos legais de tal instituto, como por exemplo, a
equivalência de vencimentos.

Considerando que a pena de demissão foi anulada, Maria deve ser reintegrada ao cargo ante-
riormente ocupado. E como o cargo encontra-se provido por outra servidora, teremos, com a
reintegração de Maria, a recondução do ocupante para o cargo de origem ou, ainda, o aprovei-
tamento ou a disponibilidade.

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Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no
cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administra-
tiva ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem,
sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
Letra a.

029. (FCC/TJ/TRT-11ª/ADMINISTRATIVA/2017) Flora é servidora pública federal e, por pre-


encher os requisitos legais, foi recentemente, promovida. Sua promoção foi concedida em 10
de outubro de 2016 e, um mês depois, ou seja, em 10 de novembro de 2016, ocorreu a publica-
ção do ato de promoção. Nos termos da Lei n. 8.112/1990, a promoção
a) não interrompe o tempo de exercício, que será contado no novo posicionamento na carreira
a partir de 10 de novembro de 2016.
b) interrompe o tempo de exercício, sendo contado no novo posicionamento na carreira a partir
de 10 de outubro de 2016.
c) não interrompe o tempo de exercício, que será contado no novo posicionamento na carreira
a partir de 10 de outubro de 2016.
d) interrompe o tempo de exercício, sendo contado no novo posicionamento na carreira a partir
de 10 de novembro de 2016.
e) interrompe o tempo de exercício, sendo contado no novo posicionamento na carreira a partir
de 01 de novembro de 2016, ou seja, no primeiro dia do mês seguinte à promoção.

Estabelece o artigo 17 que “a promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no
novo posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor”.
Logo, deve o tempo de serviço ser contado no novo posicionamento na carreira a partir de 10
de novembro de 2016, ou seja, da data de publicação do ato que promoveu o servidor.
Letra a.

030. (FCC/TJ/TRE-SP/ADMINISTRATIVA/ARTES GRÁFICAS/2017) Em uma situação hipo-


tética, Magda é servidora pública do TRE-SP e ocupa cargo em comissão no âmbito do citado
Tribunal. Ocorre que Magda foi nomeada para ter exercício, interinamente, em outro cargo de
confiança, sem prejuízo das atribuições do cargo que atualmente ocupa, hipótese em que, du-
rante o período da interinidade, nos termos da Lei n. 8.112/90,
a) receberá, obrigatoriamente, a remuneração do primeiro cargo.
b) cumulará a remuneração de ambos os cargos.
c) deverá optar pela remuneração de um dos cargos.
d) receberá a remuneração do primeiro cargo, acrescida de metade do valor da remuneração
do segundo cargo.
e) receberá, obrigatoriamente, a remuneração do segundo cargo.

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A questão deve ser respondida de acordo com as disposições do parágrafo único do artigo 9º
da Lei 8.112, de seguinte redação:

Art. 9º, Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial po-
derá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das
atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles
durante o período da interinidade.

No caso, Magda, que já ocupa um cargo comissionado, deve, durante o período em que ocupar
o outro cargo de confiança para o qual foi designada, optar pela remuneração de um deles.
Letra c.

031. (FGV/ANA/IBGE/AUDITORIA/2016) Consoante dispõe a Lei n.º 8.112/90, sem qualquer


prejuízo, poderá um servidor civil de fundação pública federal ausentar-se do serviço:
a) por 3 (três) dias, para alistamento ou recadastramento eleitoral fora da sede onde está lotado;
b) por 15 (quinze) dias, em razão de falecimento de parente até o segundo grau;
c) por 3 (três) dias, para manifestação sindical de greve;
d) por 5 (cinco) dias consecutivos, em razão de casamento;
e) por 1 (um) dia, para doação de sangue.

Vejamos, de acordo com as disposições da Lei 8.112, as hipóteses de concessão legalmente


previstas:

Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:


I – por 1 (um) dia, para doação de sangue;
II – pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento eleitoral, limi-
tado, em qualquer caso, a 2 (dois) dias;
III – por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob
guarda ou tutela e irmãos.
Letra e.

032. (FGV/ANA/IBGE/RECURSOS HUMANOS/ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL/2016) A uni-


dade responsável pela gestão de recursos humanos do IBGE recebeu um informe de procedên-
cia administrativa sobre servidor efetivo que foi investido em mandato eletivo de Prefeito.
Nesse cenário, o responsável por concessão de afastamentos deve saber que:

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a) o servidor ficará afastado de seu cargo para exercer o mandato eletivo, com suspensão de
sua remuneração;
b) o servidor poderá acumular funções e perceber vantagens de seu cargo desde que haja
compatibilidade de horários;
c) o servidor poderá acumular o cargo e o mandato eletivo, fazendo jus à percepção da remu-
neração mais elevada;
d) o servidor ficará afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
e) o servidor poderia permanecer em seu cargo efetivo caso fosse investido em mandato ele-
tivo para Deputado Estadual.

Tendo sido investido no mandato de Prefeito, o servidor público federal será afastado do cargo,
podendo optar pelo recebimento de uma das duas remunerações.

Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:


II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração;
Letra d.

033. (FGV/AC/IBGE/GESTÃO E INFRAESTRUTURA/2017) Marcos é servidor público efetivo


do quadro de pessoal do IBGE. Recentemente, solicitou a concessão de determinada licença
remunerada e teve seu pedido negado pelo setor responsável, sob alegação de que precisará
cumprir 5 (cinco) anos de efetivo exercício para obter a respectiva licença.
Com base nas informações mencionadas, é correto concluir que Marcos solicitou licença:
a) paternidade;
b) para o serviço militar;
c) para capacitação;
d) por motivo de doença em pessoa da família;
e) para atividade política.

Dentre as licenças informadas pela questão, apenas a licença para capacitação exige um tem-
po de serviço mínimo de 5 anos.

Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administra-
ção, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses,
para participar de curso de capacitação profissional.
Letra c.

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034. (FGV/AC/IBGE/RECURSOS HUMANOS/2017) O controle da concessão de licenças é


essencial à gestão do serviço público, já que interfere na disponibilidade de pessoal, na execu-
ção dos processos de trabalho, na utilização regular dos recursos e no bom gerenciamento da
máquina pública. Em relação às licenças concedidas aos servidores públicos federais, julgue
como Verdadeiras (V) ou Falsas (F) as sentenças a seguir:
( ) A licença para desempenho de mandato classista, bem como a licença para tratar de assun-
tos particulares, podem ser concedidas ao servidor, sem remuneração, desde que o mesmo
não esteja em estágio probatório.
( ) A licença por motivo de doença em pessoa da família pode ser concedida, a cada 12 (doze)
meses, por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor.
( ) Após cada triênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração,
afastar-se do exercício do cargo efetivo para participar de curso de capacitação profissional.
( ) É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença motivada por
doença em pessoa da família.
A sequência correta é:
a) V, V, F, V;
b) V, F, V, F;
c) F, V, F, V;
d) F, F, F, V;
e) V, V, V, F.

I – Certo. Ambas as licenças podem ser concedidas aos servidores públicos federais, ensejan-
do, no período, o não recebimento da remuneração do cargo público. No entanto, para que a
concessão seja possível, o servidor não pode estar no período de estágio probatório.
II – Certo. Trata-se da previsão para a concessão da licença em virtude de doença em pessoa
da família.

Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro,
dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e
conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial.
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não pu-
der ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário,
na forma do disposto no inciso II do art. 44.
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período
de doze meses nas seguintes condições:
I – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e
II – por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.

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III – Errado. O prazo mínimo de efetivo exercício exigido é de 5 anos, e não, conforme informa-
do, 3 anos.

Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administra-
ção, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses,
para participar de curso de capacitação profissional.

IV – Certo. Durante o período de licença em virtude de doença em pessoa da família, é vedado


o exercício de qualquer tipo de atividade remunerada.
Letra a.

035. (CESPE/ATA/DPU/2016) Ainda com base no disposto na Lei n.º 8.112/1990 e na Cons-
tituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.
É permitido o exercício de mais de um cargo em comissão, desde que seja na condição
de interino.

Trata-se de regra prevista no parágrafo único do artigo 9º da norma federal, de seguinte teor:

Art. 9º, Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial po-
derá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das
atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles
durante o período da interinidade.
Certo.

036. (CESPE/TEC AE/DPU/2016) Em relação ao regime jurídico dos cargos, empregos e fun-
ções públicas e às disposições da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item que se segue.
Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compa-
tíveis com a limitação em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção médica,
advinda após sua posse em cargo público.

A readaptação deve ser utilizada nas situações em que o servidor sofreu uma limitação em
sua capacidade física ou mental. No caso, o agente passa a desempenhar suas atribuições
em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido.

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades com-


patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em ins-
peção médica.
Certo.

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037. (CESPE/TJ/TER-PI/ADMINISTRATIVA/2016) Teobaldo, servidor público do estado do


Piauí, adquiriu sua estabilidade em 27/1/2012. Em novembro de 2012, ele foi nomeado para o
cargo de técnico judiciário no TRE/PI. Dentro do prazo legal, Teobaldo tomou posse e entrou
em exercício em seu novo cargo, após solicitar vacância por posse em outro cargo inacumu-
lável. Na avaliação de seu estágio probatório, no tribunal, Teobaldo foi reprovado, ou seja, foi
considerado inapto para o exercício do cargo ocupado no TRE/PI.
Nessa situação hipotética, a administração deve aplicar, em relação a Teobaldo, o instituto
denominado
a) recondução.
b) aproveitamento.
c) exoneração.
d) demissão.
e) readaptação.

Caso o servidor já seja estável em um cargo público federal e, em momento posterior, seja
aprovado em novo concurso público para outro cargo efetivo, terá ele direito, em caso de não
aprovação no estágio probatório relativo ao segundo cargo, de ser reconduzido ao cargo onde
adquiriu a estabilidade.

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
Letra a.

038. (CESPE/ESP/FUNPRESP/JURÍDICA/2016) Com relação aos convênios administrativos,


aos agentes públicos e à responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir.
De acordo com a Lei n.º 8.112/1990, tendo sofrido limitação em sua capacidade física ou
mental, verificada em inspeção médica, o servidor público estará sujeito a readaptação, que
consiste na investidura em outro cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com as
do cargo por ele anteriormente ocupado.

A questão apresenta corretamente o conceito de readaptação, que pode ser entendida como
a investidura do agente público em cargo compatível com as limitações (físicas ou mentais)
que tenha sofrido.

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades com-


patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em ins-
peção médica.
Certo.

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039. (CESPE/AJ/TRT-8ª/ADMINISTRATIVA/ 2016) Conforme a Lei n.º 8.112/1990, o deslo-


camento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago, no âmbito do quadro geral de pes-
soal para outro órgão ou entidade do mesmo poder denomina-se
a) transferência.
b) substituição.
c) redistribuição.
d) remoção.
e) reintegração.

A questão apresenta o conceito de redistribuição, conforme análise do artigo 37 da Lei 8.112:

Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âm-
bito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia aprecia-
ção do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos [...].
Letra c.

040. (CESPE/AG ADM/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, que tra-
ta do regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: Carlos trabalha em atividade considerada insalubre e perigosa e faz jus ao
recebimento dos adicionais de insalubridade e de periculosidade.
Assertiva: Nesse caso, Carlos deverá optar por um deles, sendo-lhe vedado acumular os dois
adicionais.

No caso, Carlos deverá optar pelo recebimento do adicional de insalubridade ou de periculosi-


dade, sendo vedado o recebimento acumulado dos dois adicionais.

Art. 68, § 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá optar
por um deles.
Certo.

041. (CESPE/TEC/INSS/2016) Julgue o item conforme o disposto na Lei n.º 8.112/1990.


Em conformidade com a Lei n.º 8.112/1990, o servidor público poderá ser afastado do Brasil
para missão oficial por tempo indeterminado.

Para estudo ou missão oficial, o servidor poderá ausentar-se do país pelo prazo máximo
de 4 anos.

Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem autorização
do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo
Tribunal Federal.
§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido igual
período, será permitida nova ausência.
Errado.

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042. (CESPE/CONTADOR/FUB/2015) Maria, servidora pública federal estável, integrante de


comissão de licitação de determinado órgão público do Poder Executivo federal, recebeu dire-
tamente, no exercício do cargo, vantagem econômica indevida para que favorecesse determi-
nada empresa em um procedimento licitatório. Após o curso regular do processo administrati-
vo disciplinar, confirmada a responsabilidade de Maria na prática delituosa, foi aplicada a pena
de demissão.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, com base na legislação aplicá-
vel ao caso.
Caso a penalidade aplicada seja posteriormente invalidada por meio de sentença judicial, Ma-
ria deverá ser reintegrada ao cargo anteriormente ocupado.

A reintegração trata-se da reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado,


ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão
administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
Certo.

043. (CESPE/TEC/INSS/INSS/2016) Considerando que determinado servidor público federal


tenha sido removido para outra sede, situada em outro município, para acompanhar sua es-
posa, que também é servidora pública federal e foi removida no interesse da administração,
julgue o item seguinte à luz do disposto na Lei n.º 8.112/1990.
Ainda que o servidor e sua esposa sejam integrantes de órgãos pertencentes a poderes distin-
tos da União, a remoção do servidor poderia ser concedida.

O enunciado apresenta uma das situações em que a remoção poderá ser concedida. No caso,
independente dos cônjuges pertencerem a diferentes Poderes da União, a remoção poderia
perfeitamente ser realizada.

Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro,
com ou sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção:
III – a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no inte-
resse da Administração;
Certo.

044. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) Alice, aprovada em concurso público


para o cargo de técnico administrativo de um TRE, precisa acompanhar cirurgia de ente fami-
liar que ocorrerá no mesmo dia em que foi marcada sua posse. Nessa situação, Alice poderá
nomear, por procuração específica, alguém que a represente no ato da posse.
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De acordo com o artigo 13, §3º, da norma federal, “a posse poderá dar-se mediante procuração
específica”. Logo, poderá Alice constituir procurador para o ato da posse.
Certo.

045. (CESPE/TEC AE/DPU/DPU/2016) Em relação ao regime jurídico dos cargos, empregos e


funções públicas e às disposições da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item que se segue.
A investidura em cargo público ocorre com a posse.

Com a posse, o particular passa a ter vínculo com o Poder Público, passando a ser considera-
do, para o cargo em que foi empossado, servidor público.

Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.


Certo.

046. (FCC/PROC/PGE-TO/2018) Estevão Artacho, candidato em concurso público para a car-


reira policial, foi considerado inapto por exame médico oficial, realizado em 24 de março de
2017, pela constatação de que sofria de sopro no coração, isto é, uma alteração nas válvulas
coronárias. Por essa razão, não pôde tomar posse na data marcada para a investidura dos
candidatos, 11 de abril de 2017. Inconformado, Estevão ajuizou ação ordinária, questionando
o ato administrativo que o considerou inapto e pleiteou, a título de indenização, o valor corres-
pondente aos vencimentos do cargo, computados desde a data fixada para a posse. Citada a
Fazenda Estadual e contestada a pretensão, determinou-se realização de prova pericial, que
constatou, por meio de exames mais detalhados, que se tratava de variedade benigna da ano-
malia, não impeditiva do exercício da função pública. O juiz prolatou sentença de procedência,
no tocante ao pedido de empossamento no cargo público. No tocante à pretensão relativa à
indenização, a sentença seguiu a jurisprudência dominante do STF, que dispõe que
a) a indenização é devida, computada desde a data em que deveria ter ocorrido a posse.
b) tal pretensão deve ser deduzida em ação própria.
c) a indenização é devida, computada desde a data do ajuizamento da ação.
d) a indenização é devida, computada desde a data da citação da Fazenda Pública.
e) não é devida indenização, salvo em situação de flagrante arbitrariedade do ato que impe-
diu a posse.

No julgamento do RE 724.347, o STF proferiu o entendimento de que “Na hipótese de posse


em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus à indenização, sob
fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo situação de arbitra-
riedade flagrante”.
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Estatuto dos Servidores Públicos da União
Diogo Surdi

Sendo assim, a regra geral é a de que o servidor, quando a posse for determinada por decisão
judicial, não faz jus, como regra geral, ao recebimento de qualquer tipo de indenização. Caso,
no entanto, estejamos diante de uma situação de flagrante arbitrariedade, aí sim a indeniza-
ção é devida.
Na situação narrada, observa-se que não estamos diante de arbitrariedade, uma vez que a
constatação de que o servidor podia tomar posse no cargo apenas ocorreu após exame peri-
cial específico.
Letra e.

047. (FCC/TJ/TRT-6ª/ADMINISTRATIVA/”SEM ESPECIALIDADE”/2018) Aprovado em con-


curso público para provimento de cargo junto à Autarquia federal W, João não chegou a ser in-
vestido, pois não apresentou o diploma universitário exigido, nos termos da Lei e do edital, para
comprovar, no momento da posse, o nível de escolaridade mínimo necessário para o exercício
do referido cargo. Inconformado, recorreu ao judiciário. A ação deve ser julgada
a) procedente, pois a aprovação em concurso público gera direito adquirido à nomeação e dis-
pensa a comprovação de outros requisitos para investidura.
b) procedente, pois a comprovação do nível de escolaridade exigido para o cargo deve ser feita
no momento da inscrição no concurso, sob pena de preclusão consumativa.
c) improcedente, pois João não preencheu requisito básico para investidura no cargo, a despei-
to de sua aprovação em concurso público.
d) improcedente apenas se João tiver sido aprovado fora do número de vagas disponibilizadas
no edital, hipótese em que não há direto subjetivo à nomeação.
e) improcedente, pois João não tem habilitação legal para o exercício do cargo para o qual foi
aprovado em concurso público, mas a Administração poderá nomeá-lo para exercer cargo di-
verso, com requisito menor de escolaridade, em razão do princípio da eficiência.

De acordo com a Lei 8.112, um dos requisitos exigidos para a investidura no cargo público (que
ocorre com a posse) é o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo.

Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:


IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

No caso específico, João não apresentou o nível de escolaridade exigido, não sendo, por isso
mesmo, empossado. Inconformado, entrou com uma ação judicial.
Nesta situação, claramente se percebe que a ação deve ser julgada improcedente, haja vista
que a comprovação do nível de escolaridade, conforme informado, é essencial para que a in-
vestidura em cargo público possa acontecer.

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Neste sentido, inclusive, merece ser destacado o entendimento do STJ, conforme observa-se
da Súmula 266:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 266, STJ
O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não
na inscrição para o concurso público.

Letra c.

048. (FCC/DPE-RS/2018) Sobre provimento e deslocamento de cargo público, é INCORRE-


TO afirmar:
a) Reintegração é o retorno do servidor estável ao cargo que ocupava e do qual foi ilegalmente
desligado.
b) Readaptação é o retorno do servidor inativo à atividade quando for constatada por perícia
médica a insubsistência dos motivos da aposentadoria.
c) Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo que ocupava por inabilitação em está-
gio probatório relativo a outro cargo público para o qual foi nomeado.
d) Aproveitamento é o retorno de servidor estável, que se encontrava em disponibilidade, ao
mesmo cargo que ocupava ou equivalente em atribuições e vencimentos.
e) Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, vago ou ocupado, para
outro órgão ou ente vinculado a um mesmo Poder.

Dentre as alternativas apresentadas, apenas a Letra B está errada. De acordo com o artigo 24,
“Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades com-
patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em
inspeção médica”.
As demais alternativas estão corretas, em conformidade com as formas de provimento e de
movimentação estabelecidas na Lei 8.112:

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no


cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administra-
tiva ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. (Letra A)
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II – reintegração do anterior ocupante. (Letra C)
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obri-
gatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. (Letra D)
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âm-
bito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia aprecia-
ção do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos (...) (Letra E)
Letra b.

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049. (FCC/AJ/TRT-15ª/APOIO ESPECIALIZADO/ARQUITETURA/2018) Considere hipoteti-


camente que João, servidor público federal cujo vínculo é regido pela Lei n. 8.112/90, foi pro-
movido na sua carreira após 10 anos de efetivo exercício. Solicitou, ao departamento compe-
tente, a contagem de seu tempo de serviço, passados 5 anos do ato que o promoveu, sem que
tenha se afastado do exercício de quaisquer dos cargos nesse período. A certidão foi expedida
na mesma data em que solicitada, apontado que João contava com 5 anos de exercício no
serviço público federal. A certidão
a) está incorreta, pois a promoção não interrompe o tempo de exercício, que, tão somente, é
contado no novo cargo a partir da publicação do ato que o promoveu.
b) está correta, pois a promoção suspende o tempo de exercício, cuja contagem é retomada,
com efeitos ex nunc, a partir da publicação do ato de promoção.
c) está incorreta, pois dela deveria ter constado que João contava com 15 anos de serviço no
cargo para o qual foi promovido, pois, para tanto, o tempo de exercício decorrido antes da pro-
moção deveria ter sido considerado.
d) está correta, pois, após a promoção, o tempo de serviço é zerado, contando-se apenas o
tempo de exercício decorrido no novo cargo.
e) está incorreta, pois dela deveria ter constado que João contava com 10 anos de serviço pú-
blico federal, pois a lei de regência determina que o tempo transcorrido após a promoção deve
ser desconsiderado.

Na situação apresentada, estamos diante de um servidor que, após 10 anos de efetivo exercí-
cio, foi promovido na carreira. Observe que a questão não menciona o tempo total de efetivo
exercício do servidor, mas sim apenas que ele, após 10 anos, foi promovido.
Após 5 anos da promoção, solicitou ele a contagem de seu tempo de serviço. No entanto, a
certidão apontou que João contava com apenas 5 anos de exercício no serviço público federal.
Logo, é inegável que a certidão está incorreta (motivo pelo qual eliminamos as Letras B e D).
Na Letra C, também não podemos afirmar que João conta com 15 anos de serviço no cargo
para o qual foi promovido. O que a questão afirma, apenas, é que a promoção ocorreu após 10
anos de serviço, mas não sabemos o tempo total de efetivo exercício do servidor.
Na Letra E, o erro está em afirmar que “o tempo transcorrido após a promoção deve ser des-
considerado”, algo que não ocorre.
Na Letra A, temos a resposta da questão, que elenca uma das principais regras a serem obser-
vadas pela promoção, conforme previsão do artigo 17:

Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento
na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.
Letra a.

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050. (FCC/TJ/TRT-15ª/ADMINISTRATIVA/SEGURANÇA/2018) Considere hipoteticamente


que José, servidor público federal estável, cujo vínculo é regido pela Lei n. 8.112/1990, tenha
sido demitido após regular processo administrativo. Inconformado com a decisão, apresentou
recurso administrativo, que foi desprovido. Recorreu ao Poder Judiciário pleiteando a anula-
ção do referido ato demissório. Na ação judicial obteve êxito, tendo o judiciário anulado o ato
administrativo de demissão. Intimada para dar cumprimento à decisão judicial, a autoridade
administrativa federal competente
a) poderá reinvesti-lo no cargo anteriormente ocupado ou em outro de natureza diversa, que
esteja vago, decisão de cunho discricionário, que deve levar em conta a necessidade do servi-
ço público.
b) deverá, por ato de reintegração, reinvesti-lo no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, com ressarcimento de todas as vantagens.
c) deverá reinvesti-lo no cargo anteriormente ocupado, se este estiver vago, ou em outro de
mesma natureza ou não, na hipótese de o cargo ter sido provido.
d) deverá reinvesti-lo no cargo anteriormente ocupado, mesmo que tenha sido extinto, uma vez
que a anulação da demissão torna a extinção inexistente.
e) deverá, por ato de reintegração, reinvesti-lo no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, sem direito a ressarcimento de qualquer espécie.

A situação narrada é caso típico de reintegração, ou seja, situação em que o servidor público
anteriormente demitido ganha, administrativa ou judicialmente, o direito de retornar ao cargo
público anteriormente ocupado, invalidando com isso a demissão.

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no


cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administra-
tiva ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

Com base neste artigo, verificamos que a reintegração ocorrerá no cargo anteriormente ocu-
pado ou no cargo resultante de sua transformação, em conformidade ao que afirma a Letra B.
Letra b.

Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

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