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ADMINISTRATIVO
Estatuto dos Servidores Públicos da
União
SISTEMA DE ENSINO
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Estatuto dos Servidores Públicos da União
Sumário
Diogo Surdi
Apresentação. . .................................................................................................................................. 4
Estatuto dos Servidores Públicos da União............................................................................... 5
1. Abrangência e Linha do Tempo. . ................................................................................................ 5
1.1. Concurso Público....................................................................................................................... 7
1.2. Provimento................................................................................................................................. 8
1.3. Posse........................................................................................................................................... 17
1.4. Exercício.................................................................................................................................... 20
1.5. Estágio Probatório...................................................................................................................21
1.6. Estabilidade.. ............................................................................................................................ 23
1.7. Vacância..................................................................................................................................... 24
2. Remoção, Redistribuição e Substituição.............................................................................. 26
2.1. Remoção.................................................................................................................................... 26
2.2. Redistribuição......................................................................................................................... 30
2.3. Substituição. . ........................................................................................................................... 32
3. Direitos e Vantagens................................................................................................................. 33
3.1. Vencimento e Remuneração................................................................................................. 33
3.2. Indenizações. . .......................................................................................................................... 35
3.3. Gratificações e Adicionais....................................................................................................40
3.4. Férias........................................................................................................................................44
3.5. Licenças.................................................................................................................................... 45
3.6. Afastamentos. . ........................................................................................................................ 50
3.7. Concessões.. ..............................................................................................................................51
3.8. Direito de Petição................................................................................................................... 52
4. Regime Disciplinar.. ................................................................................................................... 54
4.1. Deveres..................................................................................................................................... 54
4.2. Proibições................................................................................................................................ 55
4.3. Acumulação de Cargos. . ........................................................................................................ 59
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Apresentação
Olá, tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, estudaremos todos os detalhes sobre a Lei n. 8.112/1990, norma que es-
tabelece o Estatuto dos Servidores Públicos da União.
Obs.: Nos concursos em que a Lei n. 8.112/1990 é exigida, há uma grande chance de serem
cobrados os seguintes tópicos:
a) Formas de provimento (com a definição legal de cada um dos conceitos);
b) Prazos a serem observados para a posse e o exercício em cargo público;
c) Critérios que devem ser observados para a concessão dos direitos estabelecidos
para o servidor (como as licenças e os afastamentos);
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Para responder à questão, façamos uso das disposições dos artigos 1º e 2º da Lei 8.112:
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias,
inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.
Assim, a norma em questão estabelece o regime jurídico dos servidores públicos civis da
União (e não dos demais entes federativos). Os militares e os empregados públicos, em senti-
do oposto, não estão abrangidos pelas disposições da presente norma.
Letra a.
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Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas,
conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscri-
ção do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e
ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas.
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única
vez, por igual período.
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que
será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com
prazo de validade não expirado.
Percebam que o concurso público poderá ser de provas ou de provas e títulos, mas nunca,
para os servidores regidos pela Lei 8.112, poderá ser exclusivamente de títulos.
Da mesma forma, o concurso terá validade de até dois anos, e a sua prorrogação, que po-
derá ocorrer uma única vez, deverá ser pelo mesmo prazo inicialmente previsto para a validade
do certame.
EXEMPLO
Poderá a administração, por exemplo, realizar concurso com prazo de validade de 1 ano, esta-
belecendo no edital que o prazo ali estabelecido poderá ser prorrogado uma única vez, por
igual período.
Assim, vencido o prazo do concurso, pode a administração (trata-se de uma faculdade) prorro-
gar a validade do mesmo por mais 1 ano ou realizar um novo concurso.
E poderá a administração publicar edital de concurso com o prazo de validade de 2 anos, impror-
rogáveis?
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Perfeitamente, pois nenhuma regra foi desrespeitada. O que houve apenas foi que a adminis-
tração, discricionariamente, optou por não estabelecer a possibilidade de prorrogação.
E se fosse publicado um edital com prazo de 1 ano, estabelecendo a possibilidade de prorro-
gação por 3 vezes e estando, por isso mesmo, com prazo total inferior a 4 anos, seria válido?
Ainda que o prazo total de 4 anos não tenha sido superado (2 + 2), foi desrespeitada a regra de
uma única prorrogação, devendo o edital ser considerado nulo neste aspecto.
E se tivemos um edital regulamentando um concurso e estabelecendo como prazo de validade
2 anos, com a possibilidade de prorrogação por 1 ano. Estaria a administração, nesta situação,
respeitando a Lei 8.112?
Aqui, temos uma situação interessante: uma única prorrogação e o prazo total respeitado.
No entanto, além destas regras, não podemos nos esquecer que a prorrogação, em todos os
casos, deve ser pelo mesmo período inicialmente previsto no edital: 1 ano + 1 ano, 2 anos + 2
anos, 6 meses + 6 meses.
1.2. Provimento
Realizado o concurso, é o momento de a administração chamar os candidatos aprovados.
Tal como ocorre com o prazo de validade, uma série de regras devem ser estabelecidas pela
respectiva administração.
Desta forma, o provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade com-
petente de cada Poder, que deverá observar, conforme as regras estabelecidas no edital, um
limite mínimo de provimentos para as pessoas portadoras de deficiência.
Tal limite, atualmente, é de até 20% das vagas oferecidas no concurso.
Situação interessante ocorre com a possibilidade dos estrangeiros ocuparem cargos pú-
blicos. Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional 19, o artigo 37, I, da Constituição
Federal passou a vigorar da seguinte forma:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralida-
de, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requi-
sitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
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Claramente se percebe que o objetivo da norma federal foi incentivar a pesquisa e o de-
senvolvimento tecnológico nacional, possibilitando que profissionais qualificados de outros
países venham incrementar o desenvolvimento nacional em determinadas áreas.
002. (UFMT/ADM/UFR/2021) Em consonância com a Lei n.º 8.112/1990, que dispõe sobre o
regime jurídico dos servidores públicos civis federais, assinale a afirmativa correta acerca do
provimento de cargos nas universidades federais.
a) As universidades federais poderão prover seus cargos com professores e cientistas estran-
geiros, mas os cargos técnicos devem ser providos por brasileiros.
b) As universidades federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientis-
tas estrangeiros, de acordo com as normas e procedimentos legais.
c) Os cargos nas universidades federais são acessíveis, exclusivamente, a professores, técni-
cos e cientistas brasileiros, conforme as normas e procedimentos legais.
d) Os cargos de provimento em comissão nas universidades federais poderão ser providos por
estrangeiros, mas os de provimento efetivo são acessíveis somente aos brasileiros.
A presente questão deve ser respondida com base nas disposições do §3º do artigo 5º, de
seguinte redação:
Analisando as alternativas propostas, verifica-se que apenas a Letra B está em sintonia com as
disposições da legislação federal.
Letra b.
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A Lei 8.112/1990 estabelece diversas formas de provimento de cargo público, sendo elas
a nomeação, a promoção, a readaptação, a reversão, o aproveitamento, a reintegração e a
recondução.
Destas, apenas a nomeação é considerada forma originária de provimento, sendo que to-
das as demais são classificadas como formas de provimento derivadas.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, as formas de provimento derivado pre-
vistas no estatuto federal podem ser classificadas em vertical, horizontal ou por reingresso.
Nesta classificação, a forma de provimento derivado vertical seria aquela em que o servi-
dor, já atuando na administração pública, passa para um cargo de nível mais elevado na carrei-
ra. Trata-se, em nosso ordenamento, da promoção.
O provimento derivado horizontal, por sua vez, ocorre quando o servidor não ascende nem
é rebaixado profissionalmente, mas sim posicionado em um cargo com as mesmas atribui-
ções e responsabilidades do anteriormente ocupado. Das hipóteses da Lei 8.112, apenas a
readaptação se enquadra em tal classificação.
Por fim, temos as formas de provimento derivado por reingresso, que são aquelas em que
o servidor retorna para o serviço público após ter sido dele desligado. São classificadas nesta
categoria a reversão, a recondução, a reintegração e o aproveitamento.
Como forma de facilitar a compreensão das formas de provimento previstas na Lei 8.112,
veremos cada uma delas por meio dos gráficos a seguir:
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Inicialmente, vejamos as disposições do artigo 24 da Lei 8.112, que apresenta a regra acerca
da readaptação.
Logo, em caso de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como exce-
dente, não ficando em disponibilidade, conforme erroneamente afirmado pela questão.
Errado.
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JURISPRUDÊNCIA
Não é possível a aplicação, por analogia, do instituto da recondução previsto no art. 29,
I, da Lei 8.112/1990 a servidor público estadual na hipótese em que o ordenamento jurí-
dico do estado for omisso acerca desse direito. Isso porque a analogia das legislações
estaduais e municipais com a Lei 8.112/1990 somente é possível se houver omissão no
tocante a direito de cunho constitucional autoaplicável que seria necessário para suprir
a omissão da legislação estadual, bem como que a situação não dê azo ao aumento de
gastos.
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Por já ser estável em outro cargo público e não ter sido aprovado no estágio referente ao novo
cargo, Guilherme deverá, diferente do que afirmado, ser reconduzido ao cargo de origem.
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
Errado.
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De acordo com a Lei 8.112, em caso de reintegração, o servidor ocupará o cargo anteriormente
ocupado ou o resultante da sua transformação. Eventual ocupante do cargo, por sua vez, será
reconduzido ao cargo de origem, aproveitado ou posto em disponibilidade.
1.3. Posse
Ocorrendo a nomeação, que deve ser publicada no Diário Oficial da União, o nomeado tem
o prazo de 30 dias para tomar posse. Caso não tome posse no prazo legal, o ato de nomeação
será declarado sem efeito, uma vez que a pessoa nomeada ainda não é considerada servidor
público, fato que apenas ocorre com a posse.
Constitui a posse, dessa forma, o momento em que os candidatos aprovados e anterior-
mente nomeados têm o primeiro contato com a administração pública, passando, a partir de
então, a serem servidores públicos e estando legalmente investidos em cargo público.
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Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organi-
zacional que devem ser cometidas a um servidor.
Assim, podemos definir servidor público como a pessoa anteriormente aprovada em con-
curso público, nomeada (ato de provimento) e que dentro do prazo legal (30 dias) tomou pos-
se perante a autoridade competente.
Ao se tornar servidor, o particular passa a ser titular de um cargo público, que é o conjunto
de responsabilidades e atribuições, definidas em lei, que o agora agente público terá na sua
carreira profissional.
Os cargos públicos, ainda que sejam, em sua maioria, providos para efetivo exercício, po-
dem também ser utilizados para provimento em comissão.
O provimento em comissão é utilizado pela administração pública para as funções de dire-
ção, chefia e assessoramento, oportunidades em que as pessoas designadas poderão ou não
já ser integrantes do serviço público.
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A Lei 8.112 apresenta, ainda, regras procedimentais sobre a forma como ocorrerá a posse
dos servidores públicos. Neste sentido é o teor dos artigos 13 e 14 da norma federal:
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribui-
ções, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão
ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.
§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patri-
mônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para
o exercício do cargo.
A Lei 8.112, em seu artigo 5º, relaciona os requisitos que devem obrigatoriamente ser exi-
gidos para que possa ocorrer a investidura em cargo público. Tais requisitos devem ser com-
provados no momento da posse, sendo inconstitucional norma que estabeleça outro momento
para a sua exigência, tal como a inscrição ou a data da realização das provas.
Nos termos da lei, são os seguintes os requisitos exigidos na data da posse: I – a naciona-
lidade brasileira; II – o gozo dos direitos políticos; III – a quitação com as obrigações militares
e eleitorais; IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V – a idade mínima
de dezoito anos; VI – aptidão física e mental.
Frisa-se que a lista apresentada não é exaustiva, podendo ser exigidos, em virtude das
atribuições do cargo, outros requisitos estabelecidos em lei, tal como a comprovação de expe-
riência mínima no ramo de atividade e a aprovação em curso de formação.
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De acordo com o artigo 7º da Lei 8.112, “A investidura em cargo público ocorrerá com a posse”.
Errado.
1.4. Exercício
Ocorrendo a posse, temos a investidura de mais um servidor para os quadros funcionais
da administração pública federal. E como forma do servidor conhecer o local da repartição
para onde foi nomeado e se organizar-se melhor com relação a mudanças, hospedagem e
demais procedimentos, a Lei 8.112 faculta ao servidor o prazo de 15 dias, contados da posse,
para a entrada em exercício.
Caso o servidor anteriormente empossado não entre em exercício no prazo legal, teremos,
ao contrário do que ocorre com a nomeação, a exoneração do servidor, uma vez que, confor-
me anteriormente mencionado, a posse é o momento em que o particular passa a constar
nos assentamentos funcionais da administração, sendo considerado, a partir de então, servi-
dor público.
Com a nomeação isso não ocorre, tratando-se esta, apenas, de uma forma de “chamar” o
candidato nomeado. Por isso mesmo, caso o particular não atenda ao chamado público, o ato
apenas será tornado sem efeito, acarretando, como consequência, a nomeação do candidato
classificado na posição subsequente.
Tais institutos podem ser mais bem visualizados, com os seus respectivos efeitos, por
meio do gráfico a seguir:
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Uma forma bastante conhecida de memorizar as situações apresentadas é por meio das li-
cenças e afastamentos que não podem ser concedidas ao servidor, que, em conjunto, formam
o mnemônico “MA-TRA-CA”, ou seja, mandato classista, tratamento de interesses particulares
e capacitação.
A avaliação do servidor que se encontra em estágio probatório deve ser periódica e de acor-
do com a periodicidade prevista em regulamento de cada órgão. Quatro meses antes de findo
o período do estágio, a avaliação de desempenho do servidor, que será realizada por comissão
constituída para esta finalidade, será submetida à homologação da autoridade competente.
Tendo o servidor sido aprovado no estágio probatório, passa a adquirir a estabilidade, que,
ressalta-se, vale para todo o serviço público, e não apenas para o cargo público que o servidor
eventualmente ocupa.
Caso não seja aprovado, os efeitos, para o servidor, poderão ser dois:
a) Caso o servidor já seja estável, terá ele direito de ser reconduzido ao cargo anterior-
mente ocupado. Nesta hipótese, caso o cargo anteriormente ocupado já esteja preenchido por
outra pessoa, o servidor inabilitado será aproveitado em outro, a critério da administração.
b) Caso o servidor não seja estável, a inabilitação no estágio probatório acarreta a exone-
ração do cargo público, oportunidade em que o vínculo com o Poder Público é rompido.
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1.6. Estabilidade
A estabilidade constitui uma das principais garantias dos servidores públicos estatutários.
Por meio dela, objetiva-se proporcionar que o servidor desempenhe suas atribuições sem a
coação das autoridades superiores, que, não fosse a estabilidade, poderiam condicionar deter-
minados comportamentos dos servidores à exoneração do cargo público.
Como anteriormente mencionado, a estabilidade ocorre no âmbito do serviço público, e
não do cargo em que o servidor se encontra investigo. Neste sentido, merece destaque o en-
tendimento de José dos Santos Carvalho Filho:
A estabilidade é instituto que guarda relação com o serviço, e não com o cargo. Emana daí que, se
o servidor já adquiriu estabilidade no serviço ocupando determinado cargo, não precisará de novo
estágio probatório no caso de permanecer em sua carreira, cujos patamares são alcançados nor-
malmente pelo sistema de promoções.
Não se trata a estabilidade, no entanto, de uma regra absoluta, uma vez que não existem
direitos e garantias com esta qualidade.
Caso assim o fosse, estaríamos diante de um sério risco de engessamento do serviço
público, com a possibilidade surreal de termos servidores praticando faltas graves contra a
administração sem a possibilidade de demissão.
Para que isso não ocorra, a Lei 8.112 estabelece, em seu artigo 22, as hipóteses em que o
servidor público federal estável poderá perder o cargo:
Além delas, temos duas outras possibilidades extraídas do texto da Constituição Federal,
sendo elas o procedimento de avaliação periódica e a redução de despesas quando os entes
federativos não observarem o limite máximo de gastos com pessoal.
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1.7. Vacância
As diversas hipóteses de vacância são situações em que o servidor público deixa o cargo
público anteriormente ocupado. Tais situações podem ser de caráter definitivo, oportunidade
em que o agente estatal rompe o seu vínculo com o Poder Público, ou então tratar-se de hipó-
teses em que ocorre a simples troca dos cargos ocupados pelo servidor.
Vejamos, tal como feito com as situações de provimento, as hipóteses de vacância previs-
tas no estatuto federal, que podem ser mais bem visualizadas por meio da tabela adiante:
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Das hipóteses apresentadas pela Lei 8.112 como situações de vacância, duas delas cons-
tituem, da mesma forma, hipóteses de provimento, sendo elas a readaptação e a promoção.
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EXEMPLO
Na hipótese da remoção para acompanhar cônjuge, também servidor, que tenha sido remo-
vido no interesse da administração, objetiva-se assegurar a manutenção do núcleo familiar,
evitando-se que uma remoção de iniciativa do Poder Público torne inviável a relação até então
existente.
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JURISPRUDÊNCIA
Havendo a transferência, de ofício, do cônjuge da impetrante, empregado da Caixa Eco-
nômica Federal, para a cidade de Fortaleza/CE, tem ela, servidora ocupante de cargo no
Tribunal de Contas da União, direito líquido e certo de também ser removida, independen-
temente da existência de vagas.
No caso, estávamos diante de uma funcionária da Caixa Econômica Federal (empresa pú-
blica) que fora removida de ofício. Ainda que tal funcionária não seja regida pelas disposições
da Lei 8.112, mas sim pelas regras previstas na CLT, o seu cônjuge, que é servidor do TCU (re-
gido pelo estatuto federal) tem direito à remoção de ofício.
Tal hipótese de remoção, no entanto, não deve ser confundida com as hipóteses em que um
dos cônjuges ou companheiros é aprovado em concurso público para outro órgão ou entidade.
Nestes casos, como a quebra do vínculo familiar não deu-se em função de uma ação do
Poder Público, mas sim como decorrência da vontade de um dos membros do casal, não há
que se falar em direito à remoção para acompanhar cônjuge, conforme entendimento do STJ
(REsp 616.831):
JURISPRUDÊNCIA
Hipótese em que não há falar em deslocamento do servidor público no interesse da Admi-
nistração, uma vez que se trata de primeiro provimento de cargo e o servidor tinha conhe-
cimento de que seu exercício seria, necessariamente, no Estado do Rio de Janeiro, tendo
em vista a natureza estadual do órgão para o qual foi nomeado. Inexiste, portanto, direito
líquido e certo da recorrente à remoção.
Por fim, ainda no âmbito da remoção para acompanhar cônjuge, o STJ possui entendimen-
to de que não há direito à remoção quando o casal não morava, inicialmente, na mesma locali-
dade. Neste sentido, destaca-se a pedagógica decisão proferida no âmbito do REsp 1.209.391:
JURISPRUDÊNCIA
Servidor público federal lotado no interior do Estado da Paraíba requereu a sua remoção
para a capital do estado ou, alternativamente, a lotação provisória em qualquer outro
órgão da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional para acompanhar
a esposa, servidora pública federal, removida de ofício de Campina Grande para João
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Pessoa. Apesar de a esposa do autor ter sido removida de ofício, o apelante não faz jus à
remoção para a sede do TRE/PB, visto que o casal não residia na mesma localidade antes
da remoção da esposa. Portanto, o Estado não se omitiu do seu dever de proteger a uni-
dade familiar, que ocorre quando há o afastamento do convívio familiar direto e diário de
um dos seus integrantes.
Assim como informa a questão, o texto da Lei 8.112 elenca três situações em que o servidor
público federal poderá pedir remoção para outra localidade independente do interesse da Ad-
ministração Pública.
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Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro,
com ou sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção
III – a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no inte-
resse da Administração;
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas
e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial;
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for
superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em
que aqueles estejam lotados.
Certo.
2.2. Redistribuição
A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, esteja ou não ele ocu-
pado, e desde que tal deslocamento ocorra para outro órgão ou entidade, mas sempre no âm-
bito do mesmo Poder.
EXEMPLO
Determinado servidor foi aprovado em um concurso público da esfera federal, sendo lotado em
uma repartição onde o número de servidores que ocupavam o mesmo quadro que ele totaliza-
va 15 pessoas.
Neste órgão, as lotações são definidas com base no total de atendimentos realizados por
semestre. Assim, se a sua repartição não tiver atendido, no semestre atual, um número supe-
rior de pessoas que no semestre anterior, perderá alguns dos cargos da lotação padrão.
Nesta hipótese, teremos a redistribuição de cargos, fazendo com que certo número de cargos
pertencentes à repartição do servidor seja redistribuído para outra repartição, integrante do
mesmo Poder, que tenha realizado um maior número de atendimentos no semestre.
Para que a redistribuição seja feita, faz-se necessário, ainda, que alguns requisitos sejam
atendidos, sendo eles:
• Interesse da administração;
• Equivalência de vencimentos;
• Manutenção da essência das atribuições do cargo;
• Vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;
• Mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;
• Compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão
ou entidade;
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A redistribuição também poderá ocorrer com a finalidade de ajuste de lotação ou nos ca-
sos de reorganização e extinção do órgão ou entidade. Tratando-se de cargos efetivos que se
encontrem vagos, a realização da redistribuição deverá ser realizada em conjunto entre o SI-
PEC (Sistema de pessoal civil da administração pública) e os órgãos ou entidades envolvidos.
Caso, no entanto, ocorra a extinção de um órgão ou entidade e os servidores não sejam re-
distribuídos, deverão os mesmos ser mantidos em disponibilidade. Caso não sejam colocados
em disponibilidade, deverão ser mantidos sob responsabilidade do SIPEC até o seu adequado
aproveitamento.
Remoção Redistribuição
Não se trata de uma forma de Não se trata de uma forma de
provimento provimento
Não altera o contingente funcional Não altera o contingente funcional
Trata-se do deslocamento de servidor Trata-se do deslocamento de cargo
Destina-se a assegurar a preservação
Trata-se de uma forma de organização
de valores como a saúde do servidor e o
da administração pública
núcleo familiar
Quando ocorrer a mudança de Quando ocorrer a mudança de
Município, deve ser conferido um prazo Município, deve ser conferido um prazo
de 10 a 30 dias para a entrada em de 10 a 30 dias para a entrada em
exercício exercício
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2.3. Substituição
A substituição trata-se de instituto decorrente do princípio da continuidade dos serviços
públicos. Com ela, objetiva-se que o serviço não seja interrompido em razão da ausência do
titular da função. Caso assim não fosse, a coletividade usuária do serviço prestado é que seria
prejudicada pela sua interrupção.
Todos os órgãos ou entidades possuem cargos de chefia e funções de direção, sendo que
os servidores que ocupam tais funções, além de receber um adicional pelo exercício desempe-
nhado, exercem atividades que exigem um maior nível de responsabilidade.
Assim, quando os titulares desses cargos se ausentam (como, por exemplo, nas férias,
licenças ou afastamentos admitidos pela Lei 8.112), o substituto, que deve ser anteriormente
designado, assume cumulativamente, ou seja, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício
temporário das atribuições do titular.
Como contrapartida, recebe um adicional durante o período em que durar a substituição.
As regras acerca da substituição estão expressas nos §§ 1º e 2º do artigo 38 da Lei 8.112,
que assim dispõe:
Da análise dos dispositivos mencionados, percebe-se que o servidor, quando estiver subs-
tituindo o titular, pode, quando o período não exceder a 30 dias, optar pela remuneração que
deseja receber, se aquela do cargo em que originalmente atua ou a do servidor substituído.
Após o prazo de 30 dias, e tendo continuado a substituição, o servidor substituto passa a
receber a remuneração do titular da função, sem a possibilidade de optar por uma das duas
remunerações.
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3. Direitos e Vantagens
Os servidores regidos pela Lei 8.112 possuem uma série de prerrogativas para as mais di-
versas situações que podem ocorrem na sua vida profissional. Basicamente, são as seguintes
as classes de direitos e vantagens que o servidor público civil federal poderá ter direito:
a) vencimento e remuneração;
b) indenizações;
c) gratificações e adicionais;
d) férias;
e) licenças;
f) concessões;
g) direito de petição;
De acordo com o artigo 41, § 5º, da Lei 8.112, temos a previsão de que “nenhum servidor
receberá remuneração inferior ao salário mínimo”.
No entanto, a Súmula Vinculante n. 6 do STF criou uma exceção à regra geral ao esta-
belecer que:
Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as pra-
ças prestadoras de serviço militar inicial.
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O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exce-
to nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.
Como vimos, as parcelas recebidas pelo servidor, de caráter pecuniário, objetivam conferir
a este uma retribuição pelos serviços prestados ao Estado. Tal remuneração, entretanto, não
poderá exceder aos valores recebidos pelos detentores de Poder, em plena consonância com
a disposição constitucional que estabelece a obrigatoriedade de observância, por toda a admi-
nistração pública, do teto remuneratório.
Assim, estabelece o artigo 42 do estatuto federal a seguinte regra geral:
Inicialmente, deve-se observar que o teto remuneratório estabelecido pela Lei 8.112 não é o
mesmo daquele estabelecido pela Constituição Federal. Da mesma forma, ainda que os tetos
sejam diferentes, o limite da Lei 8.112 não é inconstitucional, haja vista que apresenta uma
regra mais restrita do que a estabelecida pela constituição.
É correto afirmar, com isso, que temos três limites remuneratórios a serem observados
pelos servidores regidos pela Lei 8.112, sendo que cada um deles toma como base um cargo
de cada um dos Poderes da República.
O motivo para tal é que as disposições da mencionada norma aplicam-se, indistintamente,
a todo o funcionalismo público civil federal, independente de estarmos diante de carreiras per-
tencentes ao Poder Executivo, ao Poder Legislativo ou ao Poder Judiciário.
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Desta forma, caso o servidor ocupe um cargo público pertencente à estrutura do Poder
Executivo, não poderá receber, a título de remuneração, importância superior aos subsídios
recebidos pelos respectivos Ministros de Estado. Caso ocupe um cargo do Poder Legislativo,
o limite remuneratório será o subsídio recebido pelos membros do Congresso Nacional (De-
putados e Senadores). Caso pertença à estrutura do Poder Judiciário, o limite utilizado como
teto será o subsídio dos Ministros do STF.
3.2. Indenizações
Duas são as principais peculiaridades das parcelas de caráter indenizatório:
a) A não incidência de imposto de renda e de contribuição previdenciária sobre os valores
recebidos, de forma que o total líquido recebido a título de indenização é idêntico ao valor es-
tabelecido em lei ou regulamento.
b) O fato destas verbas não se incorporarem ao vencimento ou ao provento do servi-
dor, sendo que o recebimento é cessado tão logo as causas que ensejaram o recebimento
desapareçam.
Tal característica é um diferencial em relação às verbas remuneratórias, tais como os adi-
cionais e as gratificações, que, nos casos e condições previstos em lei, incorporam-se ao ven-
cimento e ao provento.
Neste sentido é o teor do artigo 49 da Lei 8.112:
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:
I – indenizações;
II – gratificações;
III – adicionais.
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e con-
dições indicados em lei.
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Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de remoção previstas nos incisos II e III do pará-
grafo único do art. 36.
Ambas as possibilidades são casos de remoção a pedido do servidor público federal, con-
solidando o entendimento de que a ajuda de custo, no âmbito da remoção, apenas será devida
quando ocorrer de ofício, no interesse da administração.
A ajuda de custo é calculada com base na remuneração do servidor, não podendo exceder
a importância correspondente a três meses de remuneração.
Caso o servidor tenha sido eleito para um cargo eletivo e, com o término do mandato, re-
torne para o cargo público anteriormente ocupado, não terá direito ao recebimento de ajuda
de custo, uma vez que o retorno decorreu exclusivamente da vontade do agente, e não por
interesse do Poder Público.
Situação oposta ocorre com o servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão,
que, ainda que não integre a carreira da administração pública antes da sua nomeação, passa,
com a realização do ato, a exercer uma função pública.
Em tal situação, não há como negar que houve um “convite” por parte do Poder Público
para que o particular passasse a exercer o cargo em comissão, manifestação esta da vontade
da administração e ensejadora do direito ao recebimento da ajuda de custo.
Caso o servidor receba a ajuda de custo e não se apresente na nova sede no prazo de 30
dias, deverá devolver a quantia anteriormente recebida.
Estabelece a Lei 8.112, ainda, que “à família do servidor que falecer na nova sede são as-
segurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um)
ano, contado do óbito”(art. 53,§2º).
3.2.2. Diárias
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Em outras palavras, as situações que dão direito ao recebimento de ajuda de custo são
aquelas em que o servidor passa a ter exercício em outra sede, com caráter de definitividade.
Em sentido oposto, as hipóteses de diárias são aquelas em que o exercício da atribuição
ocorre em outro local que não o da repartição, mas de forma eventual ou transitória. Termina-
da a atividade, o servidor retorna para a sede da repartição pública.
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro
ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar
as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme
dispuser em regulamento.
§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o desloca-
mento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas
extraordinárias cobertas por diárias
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o servi-
dor não fará jus a diárias.
§ 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região metropoli-
tana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente
instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e
competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver
pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afasta-
mentos dentro do território nacional.
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado
a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o previsto para o
seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.
3.3.3. Transporte
A concessão de transporte tem como objetivo ressarcir as despesas que o servidor teve,
no desempenho de suas atividades, com a utilização de meio próprio de locomoção. Nos ter-
mos do estatuto federal, apenas um artigo faz menção a tal parcela indenizatória (art. 60):
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Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilização de
meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias
do cargo, conforme se dispuser em regulamento.
EXEMPLO
Os Oficiais de Justiça possuem, dentre as suas atribuições, a de realizar diligências externas
com a finalidade de dar cumprimento a mandados judiciais, devendo, para tal, dirigir-se, com
veículo próprio de locomoção, aos diversos Municípios que compõem a sua jurisdição.
Como utilizam meio próprio de locomoção, recebem, como contrapartida, uma parcela de cará-
ter indenizatório destinada a custear as despesas incorridas para a prestação da atividade.
3.2.4. Auxílio-Moradia
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Uma das condições para o recebimento do auxílio-moradia é que nenhuma pessoa que resida
com o servidor esteja recebendo a mencionada indenização.
Errado.
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De acordo com o §1º do artigo 49 da Lei 8.112, “As indenizações não se incorporam ao venci-
mento ou provento para qualquer efeito”. Com isso, eliminamos as Letras A, C e E.
Na Letra D, o erro está em afirmar que as indenizações são uma espécie de adicional. Tanto os
adicionais quanto as indenizações são espécies de vantagens.
No caso das indenizações, elas não se incorporam ao vencimento e devem ser pagas apenas
por um período determinado de tempo, motivo pelo qual o gabarito é a Letra B.
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:
I – indenizações;
II – gratificações;
III – adicionais.
Letra b.
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EXEMPLO
Antônio, após aprovação em concurso público, entrou em exercício no dia 12 de abril de 2014.
No dia 14 de novembro do mesmo ano, por motivos particulares, solicitou a exoneração do
cargo público.
Neste caso, além das demais verbas devidas, terá Antônio direito ao recebimento proporcional
da gratificação natalina. Para tal, devemos levar em conta os meses de efetivo exercício em
que Antônio trabalhou.
– O mês de abril é considerado mês integral, uma vez que Antônio trabalhou 19 dias (de 12/04
a 30/04).
– Os meses de maio, junho, julho, agosto, setembro e outubro também são computados como
de efetivo exercício.
–O mês de novembro, no entanto, não será computado, uma vez que Antônio trabalhou apenas
14 dias do período em questão.
Logo, o período que deverá ser levado em consideração, para efeitos de pagamento da gratifi-
cação natalina, é o de 7 meses.
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EXEMPLO
Rodrigo trabalha em um órgão público federal, sendo que a sua jornada normal de trabalho é
das 15 às 22 horas, ou seja, sem o direito à adicional noturno.
Por motivos de força maior, Rodrigo teve que trabalhar, durante alguns dias, no período das 15
às 23, dando ensejo ao recebimento tanto de horas extras quanto do adicional noturno.
Neste caso, deve a administração aplicar, inicialmente, o percentual de 50%, a título de horas
extras, sobre o valor da hora trabalhada que exceder à jornada de trabalho.
Após a aplicação do referido percentual, procede-se à aplicação do adicional noturno, que,
desta forma, incide sobre o valor da hora normal de trabalho já acrescida do percentual das
horas extraordinárias.
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O adicional de férias decorre de uma previsão constitucional, podendo ser entendido como
um percentual que será aplicado sobre a remuneração do servidor público sempre que este
desejar gozar das suas férias.
Tal percentual, de acordo com as disposições da Lei 8.112, é de 1/3 sobre o total da remu-
neração devida ao servidor. Caso o servidor exerça função de confiança ou cargo em comis-
são, o valor recebido pelo exercício das funções de direção, chefia ou assessoramento será
levado em conta para efeitos de cálculo do adicional.
A gratificação por encargo de curso ou concurso trata-se da última das gratificações insti-
tuídas para os servidores públicos federais.
Por meio dela, os servidores que se envolverem com atividades relacionadas com o inte-
resse público farão jus a uma gratificação, que incidirá, a depender da atividade, na proporção
de 1,2% ou 2,2% sobre o maior vencimento básico da administração pública federal.
Os percentuais serão calculados com base nas horas despendidas pelo servidor para o
desempenho das atividades, não podendo, como regra, exceder ao número de 120 horas por
ano. Em casos excepcionais, a autoridade máxima do órgão ou entidade poderá autorizar o
exercício de mais 120 horas.
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3.4. Férias
O direito ao gozo de férias trata-se de uma regra que não é exclusiva dos servidores públi-
cos, devendo ser exercida por todos os trabalhadores da iniciativa privada.
Decorre o direito de férias, desta forma, de uma previsão constitucional, conforme estabe-
lece o artigo 7º, XVII, da Constituição Federal:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
Tratam-se as férias de um direito social que, ainda que inicialmente previsto para os tra-
balhadores da iniciativa privada, foi estendido aos servidores públicos de todos os entes
federados.
Em todas as situações, o servidor deve receber, quando do gozo de suas férias, um adicio-
nal de 1/3 sobre o total da remuneração.
As férias dos servidores públicos, no entanto, apresentam algumas peculiaridades com
relação ao direito conferido aos demais trabalhadores. Assim, as férias dos servidores po-
dem ser parceladas em até 3 etapas, desde que requeridas pelo servidor e no interesse da
administração.
Caso ocorra o parcelamento, os valores relativos às férias serão creditados quando da uti-
lização da primeira etapa, devendo ser observada a antecedência mínima de 2 dias.
Por se tratar de direito social garantido constitucionalmente aos servidores públicos, a re-
gra é a de que as férias não podem ser interrompidas.
Os poucos casos em que é possível a interrupção são situações de extrema importância
para a continuidade do serviço público, conforme estabelece a Lei 8.112 em seu artigo 80.
As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna,
convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela auto-
ridade máxima do órgão ou entidade.
Ocorrendo a interrupção, o restante do período deve ser gozado de uma só vez (parágrafo
único do art. 80).
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No âmbito do serviço público, tal como ocorre para as demais classes de trabalhadores,
é exigido um tempo mínimo de 12 meses de exercício para que o servidor adquira o direito ao
primeiro período de férias. Os demais períodos, no entanto, serão contados por exercício, não
havendo a necessidade de ser completado um ano de trabalho para a sua fruição.
EXEMPLO
Clarissa entrou em exercício no serviço público federal em 29/10/2014. Para que ela tenha
direito ao gozo de férias, deve completar o período de 1 ano de efetivo exercício, período este
que termina em 28/10/2015. Nesta data, Clarissa passa a ter direito de usufruir de suas férias.
Para os demais períodos, no entanto, não há necessidade da observância de 1 ano de efetivo
exercício. Nesta situação, Clarissa poderia, perfeitamente, requerer suas férias para o início do
ano de 2016, uma vez que já estaríamos em um novo exercício.
Outro ponto bastante importante é sobre as férias dos servidores que operam constante-
mente com raio x ou outras substâncias radioativas. Para estes, há a expressa determinação
de que deverão gozar do período de 20 dias de férias a cada semestre de atividade profissio-
nal, sendo vedada a sua acumulação.
3.5. Licenças
Estabelece a Lei 8.112 doze diferentes tipos de licenças passíveis de utilização pelo servi-
dor público federal, sendo elas:
a) Licença por motivo de doença em pessoa da família;
b) Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
c) Licença para o serviço militar;
d) Licença para atividade política;
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Trata-se de licença para aqueles servidores que tiverem que auxiliar algum de seus fami-
liares nos casos de doença, desde que tal atividade não seja possível de ser executada conco-
mitantemente com as atividades da repartição.
Estabelece o artigo 83, §2º, do estatuto federal, o prazo máximo que tal licença poderá ser
concedida, com ou sem remuneração:
A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de
doze meses nas seguintes condições:
I – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor;
II – por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.
Trata-se de licença de caráter discricionário, ou seja, que pode ou não ser concedida pela
administração pública. O fundamento para a sua concessão está no deslocamento de cônjuge
ou companheiro para outro ponto do território nacional.
Nestas situações, a licença, se concedida, será por prazo indeterminado e sem remuneração.
No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor públi-
co, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal
direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o
seu cargo (art. 84, §2º).
A informação imprescindível sobre tal licença é que, uma vez concedida, terá o servidor,
após concluir a obrigação, um prazo de 30 dias, sem remuneração, para reassumir o exercício
do cargo público.
A licença para o serviço militar terá todas as suas condições estabelecidas em legislação
específica.
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Com a finalidade de não influenciar no pleito democrático, o servidor que estiver concorren-
do a algum cargo eletivo terá direito a esta licença, sem remuneração, a partir da sua escolha
em convenção partidária e até a véspera do registro da candidatura.
Com o registro, o servidor passa a ter direito, novamente, à licença, que irá durar do registro
da candidatura até 10 dias após as eleições. Nesta hipótese, o servidor receberá a remunera-
ção do cargo em que atua pelo prazo de 3 meses.
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Os servidores públicos, tal como diversas categorias da iniciativa privada, possuem sin-
dicatos que lutam em prol dos interesses de todos os filiados e da categoria como um todo.
Dessa forma, os servidores podem ser eleitos como representantes sindicais, possuindo man-
dato por prazo certo, nas seguintes condições:
• Entidades com até 5 mil associados: 2 servidores;
• Entidades com 5001 a 30 mil associados: 4 servidores;
• Entidades com mais de 30 mil servidores: 8 servidores.
Salienta-se que somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos de di-
reção ou de representação nas referidas entidades, bem como que o prazo de duração da
licença será o mesmo de duração do mandato, podendo ser renovado em caso de reeleição.
Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com
base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
Como regra, a licença para tratamento de saúde apenas poderá ser concedida mediante
inspeção realizada por perícia médica oficial. Quando a licença exceder o prazo de 120 dias no
período de 12 meses, deverá ser analisada por uma junta médica oficial.
Em caráter de exceção, a licença concedida por prazo inferior a 15 dias, dentro do prazo
de 1 ano, poderá ser dispensada da perícia oficial, desde que haja previsão neste sentido em
regulamento editado pelo Poder Público.
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Muito se contestava, contudo, com relação à diferença de prazo entre a licença à servidora
gestante (de 120 dias) e a licença à adotante (de 30 ou 90 dias).
Quando a questão chegou ao STF, o tribunal, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE)
778889, de 2016, decidiu que “a legislação não pode prever prazos diferenciados para conces-
são de licença-maternidade para servidoras públicas gestantes e adotantes”.
DICA
Assim, o texto da Lei 8.112 encontra-se, no que se refere à li-
cença à adotante, tacitamente revogado, sendo que dois en-
tendimentos devem ser levados para a prova:
a) O prazo das licenças à gestante e adotante deve ser o mes-
mo;
b) Como o prazo atual de licença à gestante é de 120 dias, este
é o prazo que as servidoras adotantes têm direito para fins de
licença.
No que se refere à licença paternidade, esta, inicialmente, possuía o prazo de 5 dias conse-
cutivos, sendo estes contados a partir da data do nascimento ou da adoção do filho do servidor.
Em 2016, no entanto, tivemos a edição da Lei 13.257, que estendeu o prazo da licença pa-
ternidade em mais 15 dias para as empresas que aderirem ao Programa Empresa Cidadã. Com
isso, o prazo da licença paternidade, para os trabalhadores da iniciativa privada, passou a ser,
para as empresas que aderiram ao programa, de 20 dias.
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Regulamentando a norma, foi editado, em 2016, o Decreto 8.737. Com isso, todos os ser-
vidores públicos federais regidos pelas disposições da Lei 8.112 passam a fazer jus a 20 dias
de licença paternidade.
O acidente em serviço pode ser conceituado como o dano físico ou mental sofrido pelo
servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.
De acordo com as disposições da Lei 8.112, duas situações se equiparam ao acidente em
serviço, sendo elas os danos (art. 212, parágrafo único, I e II):
a) decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do cargo;
b) sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.
Em todas estas hipóteses, o servidor será licenciado com a remuneração integral, sendo
que a prova da ocorrência do acidente deverá ser feita no prazo de 10 dias, prorrogável quando
as circunstâncias assim o exigirem.
3.6. Afastamentos
A doutrina não identifica uma diferença precisa entre os afastamentos e as licenças pas-
síveis de concessão ao servidor público federal. Em ambos os casos, estamos diante de um
direito, possibilitando que o servidor se ausente sem que, via de regra, ocorra a perda da res-
pectiva remuneração ou a cessação da contagem do tempo de afastamento como de efetivo
exercício.
De acordo com a Lei 8.112, podemos identificar os seguintes afastamentos:
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3.7. Concessões
Nos termos da Lei 8.112, o servidor público federal poderá se ausentar do serviço, sem
desconto na sua remuneração, nos seguintes casos (art. 97):
I – por 1 (um) dia, para doação de sangue;
II – pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento elei-
toral, limitado, em qualquer caso, a dois dias;
III – por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, me-
nor sob guarda ou tutela e irmãos.
Além disso, temos os casos dos servidores estudantes e deficientes.
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Quanto ao servidor estudante, a Lei 8.112 confere a ele a possibilidade de ter horário di-
ferenciado nas situações em que haja incompatibilidade entre o horário escolar e o da repar-
tição. No entanto, o servidor terá que compensar o respectivo horário, em acordo com a sua
chefia imediata.
Já para o servidor deficiente, a Lei 8.112 é mais flexível, estabelecendo a possibilidade de
horário diferenciado e não exigindo a compensação de horário. Tal regra também é aplicada
para o servidor que tenha dependente deficiente.
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4. Regime Disciplinar
A origem do regime disciplinar está intimamente ligada a alguns conceitos elementares
do Direito Administrativo, mais precisamente os relacionados com os poderes hierárquico e
disciplinar.
De acordo com a doutrina, é por meio do poder disciplinar que a administração púbica
pode punir tanto os seus agentes internos quanto os particulares que estejam ligados a ela por
algum vínculo específico.
Dessa forma, existe poder disciplinar quando a administração pública aplica a penalida-
de de advertência a um determinado servidor que se encontra a ela subordinado. Do mesmo
modo, temos uma manifestação do poder disciplinar quando um órgão público, verificando
que um licitante não cumpriu com as obrigações estipuladas em um contrato administrativo,
aplica a sanção de suspensão.
Em ambos os casos, tivemos uma penalidade sendo aplicada. No entanto, em apenas um
desses casos a pessoa punida estava subordinada à administração.
E é justamente tal característica (subordinação) a base de outro importante poder: o hie-
rárquico. Por meio dele, a administração possui as prerrogativas de delegar, avocar, fiscalizar
e aplicar sanções.
Assim, chegamos a uma importante constatação:
a) Quando a administração pune internamente os seus servidores pelas infrações por eles
cometidas, estamos diante do poder disciplinar exclusivamente interno. Esse poder, justamen-
te por ser apenas interno, deriva do poder hierárquico.
b) Quando a administração pune o particular que mantém algum tipo de vínculo específico
com o Poder Público (como uma empresa privada que tenha celebrado um contrato adminis-
trativo) também estamos diante do poder disciplinar, só que agora, ao contrário do exemplo
anterior, o mesmo aplica-se a terceiros e, por isso mesmo, não deriva do poder hierárquico.
Tudo isso nos permite afirmar que o regime disciplinar da administração pública é decor-
rência direta do poder disciplinar e indireta do poder hierárquico.
Nos termos da Lei 8.112, o regime disciplinar dos servidores está construído em cinco ca-
pítulos: deveres, proibições, acumulação, responsabilidades e penalidades.
4.1. Deveres
De acordo com o estatuto federal, temos uma série de deveres para os servidores públicos
regidos pela norma. Salienta-se que a lista de deveres apresentada não é taxativa, mas sim
meramente exemplificativa, de forma que o servidor não pode alegar que deixou de cumprir
com alguma obrigação por ela não estar prevista expressamente no texto da norma que rege
a sua categoria funcional.
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De acordo com o artigo 116 da Lei 8.112, são os seguintes os deveres do servidor públi-
co federal:
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II – ser leal às instituições a que servir;
III – observar as normas legais e regulamentares;
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V – atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas
por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situa-
ções de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de
outra autoridade competente para apuração;
VII – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X – ser assíduo e pontual ao serviço;
XI – tratar com urbanidade as pessoas;
XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
4.2. Proibições
No tocante às proibições, temos que identificar, além da lista de possibilidades estipuladas
pela Lei 8.112, qual a penalidade cabível quando do seu descumprimento.
Desta forma, duas informações são essenciais para compreendermos a relação proibição
x penalidade.
a) A reincidência da conduta anteriormente penalizada com advertência implica na pena de
suspensão.
Exemplo
Podemos citar o servidor público que deixou de cumprir algum dever funcional e foi inicialmen-
te penalizado com advertência. Caso o servidor volte a cometer a mesma infração (ainda que
a penalidade inicial seja advertência), a pena, agora, será a de suspensão.
b) Para efeito das proibições que serão elencadas daqui por diante, três penas são possí-
veis de serem aplicadas: advertência, suspensão e demissão.
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Tais penalidades obedecem a uma gradação estabelecida pelo legislador, de forma que as
infrações mais leves recebem advertência, as de nível intermediário (ou reincidências de adver-
tência) recebem suspensão e as de maior gravidade são punidas com demissão.
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EXEMPLO
Imaginemos a situação em que um servidor foi punido com suspensão. No entanto, como a
repartição em questão possui poucos servidores, seria mais danoso para o serviço público se
o servidor penalizado permanecesse sem trabalhar durante o prazo de cumprimento da pena-
lidade.
Ainda que a administração tenha o dever de punir, esta punição não poderá resultar em um
prejuízo maior à sociedade, haja vista ser esta a titular do interesse público. Assim, como meio
de penalizar o servidor e não prejudicar a população, a administração poderá converter a pena
de suspensão em uma multa, situação em que o servidor permanecerá trabalhando e receberá
apenas 50% do que ganharia por dia normal de trabalho.
Vejamos as condutas que são tipificadas com a mais grave das penalidades administrati-
vas: a demissão.
a) Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade
da função pública;
b) Participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não per-
sonificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
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c) Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tra-
tar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge
ou companheiro;
d) Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas
atribuições;
e) Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
f) Praticar usura sob qualquer de suas formas;
A usura pode ser entendida como a prática de emprestar dinheiro a alguém e cobrar juros
excessivos por tal. É a popularmente conhecida agiotagem.
g) Proceder de forma desidiosa;
h) Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;
i) Crime contra a administração pública;
j) Abandono de cargo
Estará configurado abandono de cargo quando o servidor deixar, intencionalmente, o cargo
e não retornar no prazo consecutivo de 30 dias.
k) Inassiduidade habitual
Caracteriza-se a inassiduidade habitual quando o servidor falta ao serviço, sem justificati-
va, por 60 dias, interpoladamente, durante o período de 12 meses, que são contados da data
da ocorrência da primeira falta.
l) Improbidade administrativa;
m) Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
A incontinência está relacionada com toda prática sexual no recinto da repartição, tal como
o acesso a sites eróticos e as práticas de assédio.
n) Insubordinação grave em serviço;
o) Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou
de outrem;
p) Aplicação irregular de dinheiros públicos;
q) Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
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O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter
exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atual-
mente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da
interinidade.
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4.4. Responsabilidades
De acordo com as disposições da Lei 8.112, três são as esferas de responsabilidade a que
os servidores públicos federais estão submetidos, sendo elas: civil, administrativa e penal.
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Enquadram-se no conceito de responsabilidade
civil todas as ações ou omissões do servidor público que, agindo em nome da administração,
cause algum dano ao particular ou ao próprio Poder Público.
Neste caso, considerando que vigora, em nosso ordenamento jurídico, a teoria da impu-
tação (por meio do qual todas as ações do servidor, no desempenho de suas atividades, são
atribuídas ao órgão ou à entidade no qual ele desempenha suas atribuições), caberá ao Poder
Público, inicialmente, responder pelos danos causados.
Tendo a administração indenizado o particular, verifica ela se a atuação do agente públi-
co ocorreu com dolo ou culpa. Em caso positivo, pode ajuizar uma ação regressiva contra
o servidor.
Julgada a ação regressiva e sendo o servidor condenado a restituir os cofres públicos, será
este intimado para pagar o valor devido no prazo de 30 dias. Não o fazendo e não possuindo
bens que possam garantir a execução, poderá ser deferido parcelamento, desde que o valor
das parcelas não seja inferior a 10% da remuneração, pensão ou proventos recebidos pelo
agente estatal.
A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nes-
sa qualidade, conforme previsão do artigo 123 da Lei 8.112.
A responsabilidade administrativa, por sua vez, resulta de ato omissivo ou comissivo pra-
ticado pelo servidor no desempenho do cargo ou função.
As três esferas de responsabilização são independentes, de forma que é perfeitamente
cabível que duas ou mais delas sejam acumuladas e imputadas ao servidor.
EXEMPLO
Podemos citar o servidor público que utiliza materiais da repartição em atividades particulares
e que, para evitar que o fato chegue ao conhecimento de terceiros, faz uso da extorsão e da
chantagem.
Neste caso, além de ser responsabilizado administrativamente pelo ato de improbidade admi-
nistrativa e civilmente caso tenha lesado o erário, responderá o servidor, da mesma forma, na
esfera penal, pois praticou o crime de extorsão em conexão com as demais práticas ilícitas.
A regra da acumulação de esferas, no entanto, apresenta duas exceções, que são as situa-
ções em que a absolvição na esfera penal acarreta a absolvição na esfera administrativa.
Para que isso ocorra, não basta a simples absolvição penal, mas sim que esta expressa-
mente negue a existência do fato ou de sua autoria. No primeiro caso, prova-se que o fato
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imputado ao servidor não ocorreu. No segundo, ainda que o fato tenha ocorrido, a autoria da
infração comprovadamente não é do servidor.
As três esferas de responsabilização podem ser mais bem visualizadas por meio do gráfi-
co a seguir:
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Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição crimi-
nal que negue a existência do fato ou sua autoria.
c) Errada. A responsabilidade ocorre tanto em caso de dolo quanto em caso de culpa do servi-
dor público.
d) Certa. Em caso de responsabilidade civil, deverá o Poder Público (no caso, a União) arcar,
inicialmente, com os valores devidos. Posteriormente, em caso de dolo ou culpa, a União ajuíza
uma ação regressiva de cobrança contra o servidor.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em
ação regressiva.
e) Errada. Conforme visto, o servidor também poderá ser responsabilizado na esfera penal. Além
disso, a responsabilização independe de dolo, podendo ocorrer, também, em casos de culpa.
Letra d.
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4.5. Penalidades
De acordo com as normas da Lei 8.112 (art. 127) são as seguintes as penalidades passí-
veis de aplicação aos servidores públicos federais:
I – advertência;
II – suspensão;
III – demissão;
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V – destituição de cargo em comissão;
VI – destituição de função comissionada.
São apenas estas as penalidades que passíveis de aplicação, ou seja, trata-se de uma lista
taxativa. Assim, não poderá a autoridade competente inovar e criar uma nova modalidade de
penalidade para ser aplicada ao servidor.
Da mesma forma, antes da aplicação de toda e qualquer penalidade deve ser garantido o
contraditório e a ampla defesa, sob pena de ser invalidado todo o processo de aplicação.
No que se refere às sanções de advertência e suspensão, temos que estas, depois de de-
corrido certo lapso de tempo, terão seus registros cancelados dos assentamentos funcionais
do servidor que houver sofrido a penalidade, sem que tal providência gere qualquer espécie de
direito retroativo. Neste sentido, estabelece o artigo 131 da norma federal:
EXEMPLO
Caso um servidor tenha sido penalizado com suspensão e esta, por conveniência do serviço
público, tenha sido convertida em multa de 50% por dia de trabalho, deverá o servidor, neste
período, continuar no exercício de suas atividades, oportunidade em que receberá, durante o
período da punição, apenas metade da sua remuneração.
Decorrido o prazo de 5 anos, caso o servidor não tenha incorrido em uma nova infração disci-
plinar, os registros da penalidade de suspensão serão cancelados dos registros do servidor.
Neste caso, não poderá ele requerer o recebimento da remuneração que deixou de ganhar
quando da aplicação da penalidade, uma vez que o cancelamento desta não gera direitos retro-
ativos.
014. (IBFC/SUP PESQ/IBGE/GERAL/2021) A Lei n. 8.112/1990 trata em seu artigo 127 das
denominadas “penalidades disciplinares”. Acerca das disposições da supracitada lei, assinale
a alternativa que apresente uma penalidade disciplinar.
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a) Acordo de leniência
b) Suspensão
c) Exoneração
d) Pena restritiva de direitos
e) Pena privativa de liberdade
Apenas a suspensão, dentre as opções estabelecidas pela questão, é uma penalidade estabe-
lecida na Lei 8.112/1990 para os servidores públicos federais.
Quanto à demissão, não existe a possibilidade desta ser excluída dos assentamentos fun-
cionais dos servidores. Trata-se a demissão de um ato vinculado, de forma que, quando da
sua ocorrência, não terá a administração a discricionariedade de optar pela aplicação de outra
penalidade, conforme se observa de importante entendimento do STJ (MS 12217):
JURISPRUDÊNCIA
A Administração Pública, quando se depara com situações em que a conduta do investi-
gado se amolda nas hipóteses de demissão ou cassação de aposentadoria, não dispõe
de discricionariedade para aplicar pena menos gravosa por tratar-se de ato vinculado.
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Nos termos da Lei 8.112, três são as situações que ensejam, cumulativamente, a indispo-
nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário:
a) improbidade administrativa;
b) aplicação irregular de dinheiros públicos;
c) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
d) corrupção;
b) Proibição de retornar ao serviço público federal pelo prazo de 5 anos
a) valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade
da função pública;
b) atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se
tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de côn-
juge ou companheiro;
c) Impossibilidade de retornar ao serviço público federal indefinidamente
a) crime contra a administração pública;
b) improbidade administrativa;
c) aplicação irregular de dinheiros públicos;
d) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;
e) corrupção;
4.5.1. Prescrição
Ainda que a administração possua o dever de punir todas as infrações de que tiver conhe-
cimento, cumpre informar que as penalidades devem ser aplicadas dentro de um lapso de
tempo a partir da data em que o fato se tornou conhecido. E isso em plena consonância com
o princípio da segurança jurídica, uma vez que não é admitida, em nosso ordenamento, a pos-
sibilidade de haver punições imprescritíveis.
Em outras palavras, isso implica em afirmar que, mesmo que um servidor tenha cometido
uma infração e esta seja do conhecimento da administração, caso a repartição competente
não tome as medidas legais (aplicação da penalidade) dentro de um determinado período, não
mais poderá o fazer, uma vez que a ação disciplinar estará prescrita.
Os prazos prescricionais diferem a depender da penalidade cabível. Neste sentido, o artigo
142 da Lei 8.112 estabelece o prazo de prescrição para cada uma das penas passíveis de apli-
cação no estatuto federal:
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Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas
também como crime.
A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a
decisão final proferida por autoridade competente.
A depender da penalidade que está sendo aplicada, teremos diferentes autoridades com-
petentes para a sua aplicação. Nota-se, da relação apresentada pela Lei 8.112, que as autori-
dades estão escalonadas de acordo com a gravidade da penalidade que está sendo aplicada:
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JURISPRUDÊNCIA
Possibilidade de o Presidente da República delegar aos Ministros de Estado a competên-
cia para demitir servidores de seus respectivos quadros – parágrafo único do art. 84, CF.
Um instrumento formal em que a Administração Pública, tendo como suporte o jus puniendi do Es-
tado (via Poder Disciplinar, espécie do gênero Poder Administrativo), apura a existência de infrações
de natureza funcional praticadas por seus servidores e, caso o apuratório resulte pela autoria da
prática infracional, aplica a sanção adequada e prevista em instrumento legal pertinente.
No mesmo sentido, a Lei 8.112 estabelece, em seu artigo 148, que “o processo disciplinar
é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no
exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se
encontre investido”.
Importante frisar que a autoridade competente, tendo conhecimento de alguma irregulari-
dade cometida no âmbito do serviço público, tem o dever de apurar as faltas cometidas.
Caso o conhecimento da autoridade tenha ocorrido por meio de denúncia, esta deverá con-
ter a identificação e o endereço do denunciante, além de ser formulada por escrito e confirma-
da a autenticidade. Quando a denúncia não configurar infração administrativa ou ilícito penal,
será arquivada pela autoridade competente, uma vez que, neste caso, haverá falta de objeto.
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Trata-se a apuração das irregularidades, dessa forma, de uma medida vinculada do Po-
der Público, podendo desenvolver-se por meio de sindicância ou de processo administrativo
disciplinar.
Salienta-se que a apuração não precisa, necessariamente, ser feita pela autoridade que
estiver sendo lesada com a irregularidade cometida pelo servidor. Neste sentido, a Lei 8.112
estabelece a possibilidade de delegação, para órgãos ou entidades diversos daqueles em que
a infração tenha ocorrido, das atividades de apuração.
Para que isso seja possível, a delegação deve ser feita pelas autoridades máximas dos
respectivos Poderes da República. No âmbito do Poder Executivo, caberá ao Presidente da
República; no Legislativo, aos Presidentes das respectivas Casas (Senado Federal e Câmara
de Deputados); no Judiciário, aos Presidentes dos Tribunais Federais; no âmbito do Ministério
Público da União, ao Procurador-Geral da República.
A possibilidade de delegação, contudo, não alcança todas as fases do processo adminis-
trativo ou da sindicância, mas sim apenas as etapas destinadas à apuração das irregularida-
des. O julgamento do processo, que é a etapa posterior à apuração, continua sendo de compe-
tência da autoridade legalmente prevista, sem possibilidade de delegação.
Dessa forma, ainda que estejamos estudando o PAD, temos que conhecer as disposições
acerca da sindicância, que pode ser entendida como uma investigação preliminar e mais cé-
lere com o objetivo de averiguar a ocorrência dos fatos.
A sindicância pode ser dividida em duas modalidades, sendo elas a preparatória e a punitiva.
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EXEMPLO
A sindicância representa o início das investigações. Por meio dela, a autoridade administrativa
cumpre uma série de diligências com o objetivo de coletar provas que comprovem se realmen-
te houve uma infração funcional disciplinar.
Caso a sindicância, por si só, verificar que houve uma infração punível com a penalidade de
advertência ou de suspensão até 30 dias, será ela classificada como punitiva, uma vez que não
haverá necessidade de instauração de procedimento administrativo disciplinar.
Caso, em sentido oposto, a sindicância constate que houve o cometimento de uma penalidade
mais grave que a de suspensão por 30 dias, deverá ser instaurado o PAD, classificando-se a
sindicância como preparatória.
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Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspen-
são por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade,
ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo administra-
tivo disciplinar.
Assim, o PAD será desenvolvido nas seguintes fases:
1º – Instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por
3 servidores estáveis designados pela autoridade competente. Um desses membros será o
presidente da comissão, que deverá ser ocupante de cargo de mesmo nível ou de nível su-
perior que o indiciado, ou então possuir escolaridade de mesmo nível ou de nível superior ao
investigado.
Tendo em vista que a constituição da comissão de apuração do PAD é feita por meio de
portaria, o STJ tem entendimento de que, no ato de publicação desta, não há a necessidade
expressa da descrição detalhada dos fatos, conforme verifica-se do julgado do MS 16.815:
JURISPRUDÊNCIA
Na linha da jurisprudência desta Corte, a portaria inaugural do processo disciplinar está
livre de descrever detalhes sobre os fatos da causa, tendo em vista que somente ao longo
das investigações é que os atos ilícitos, a exata tipificação e os seus verdadeiros respon-
sáveis serão revelados (...).
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Feito isso, a comissão chega ao indiciamento, que nada mais é do que a acusação ao
servidor do cometimento de determinada infração. É apenas neste momento, após realizar
todas as possíveis diligências e coletar todas as provas necessárias, que a comissão chega à
verificação da infração que eventualmente foi cometida. Com isso, ela já pode formular uma
acusação e solicitar que o agora acusado se defenda.
A defesa do acusado deverá obrigatoriamente ser escrita e ser apresentada no prazo de
10 dias. Caso haja mais de um acusado, teremos o prazo comum de 20 dias. Após a defesa, a
comissão elaborará relatório conclusivo e minucioso, onde irá resumir todas as peças produ-
zidas nos autos e apresentar todas as provas através das quais fundamentou sua conclusão.
3º – Julgamento: O relatório da comissão, obrigatoriamente, será conclusivo quanto à ino-
cência ou responsabilidade do servidor. Os autos do processo, juntamente com o relatório,
serão remetidos para a autoridade competente, que terá o prazo de 20 dias para julgar.
As fases do processo administrativo disciplinar podem ser visualizadas por meio do qua-
dro adiante:
Tendo em vista que a constituição da comissão de apuração do PAD é feita por meio de
Portaria, o STJ tem entendimento de que, no ato de publicação da mesma, não há a necessida-
de expressa da descrição detalhada dos fatos:
JURISPRUDÊNCIA
Na linha da jurisprudência desta Corte, a portaria inaugural do processo disciplinar está
livre de descrever detalhes sobre os fatos da causa, tendo em vista que somente ao longo
das investigações é que os atos ilícitos, a exata tipificação e os seus verdadeiros res-
ponsáveis serão revelados. (...) A absolvição na seara criminal interfere no resultado do
processo administrativo disciplinar apenas quando for reconhecida a efetiva inexistência
do fato ou da autoria (art. 126 da Lei n. 8.112/1990), o que não aconteceu no caso em
debate, em que a absolvição decorreu da ausência de provas. (MS 16.815/DF).
O prazo para conclusão do PAD é de 60 dias, podendo ser prorrogado, no caso de necessi-
dade, por mais 60 dias.
O relatório da comissão, obrigatoriamente, será conclusivo quanto à inocência ou respon-
sabilidade do servidor.
Outros entendimentos importantes acerca do PAD:
a) Caso entenda ser necessário, a autoridade instauradora do processo poderá solicitar o
afastamento preventivo do servidor, cujo prazo será de 60 dias, prorrogados por mais 60 em
caso de necessidade. Considerando que o afastamento é medida cautelar, tem-se que o servidor
continua recebendo sua remuneração normalmente durante o período de afastamento;
b) Caso a autoridade competente não consiga julgar o PAD dentro do prazo previsto (20
dias), não significa que todo o processo esteja anulado.
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c) Da mesma forma, o STJ já reconheceu que o excesso de prazo para concluir o PAD, por si
só, não acarreta a nulidade do processo, desde que não tenha havido prejuízo ao acusado.
Como vimos, temos três importantes institutos com prazos previstos diretamente na Lei
8.112. Vamos esquematizar os mesmos para não confundirmos na hora da prova:
Um último ponto que merece destaque refere-se à revisão do processo. Assim, o processo
disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem
fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação
da penalidade aplicada.
No caso da revisão, as mesmas regras concernentes ao PAD serão obedecidas, com for-
mação de comissão, coleta de provas e conclusão quanto à inocência ou não do servidor.
Uma vez que o PAD inicial já está julgado, a simples alegação de injustiça, por parte dos
interessados, não é motivo suficiente para instaurar um procedimento de revisão. Para que isso
ocorra, é necessário que fatos novos tenham surgido, fatos estes que, se fossem do conheci-
mento da comissão, à época do julgamento do PAD, implicariam em outro resultado.
E justamente para impedir que qualquer motivo gere a possibilidade de revisar, a Lei 8.112
afirma que o pedido será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se au-
torizar a revisão do processo, encaminhará o mesmo ao dirigente do órgão ou entidade onde o
processo originalmente tramitou.
O prazo para a conclusão da revisão é de 60 dias (a Lei 8.112 NÃO menciona a possibili-
dade de prorrogação). Concluído o relatório, a Comissão encaminhará o mesmo à autoridade
competente para julgar, que terá o prazo de 20 dias para tal.
Agora, a informação mais importante no que se refere à revisão: A impossibilidade da re-
formatio in pejus, que é estabelecida no parágrafo único do artigo 182 da Lei 8.112:
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Trata-se de característica bastante importante, uma vez que apenas a revisão (e não os
recursos) é que gozam da prerrogativa de não serem reformados para pior.
EXEMPLO
Paulo foi sancionado com a pena de advertência, pela autoridade administrativa, sob o funda-
mento de ter cometido a pessoa estranha à repartição o desempenho de atribuições que era
de sua responsabilidade.
Inconformado, Paulo apresentou recurso no prazo da lei. Uma vez apreciados, a autoridade
responsável verificou que Paulo, na verdade, cometeu as suas atribuições a outro servidor, e
não a um terceiro alheio ao serviço público.
Nesta situação, a penalidade de Paulo será agravada, passando de advertência para suspen-
são.
Caso, no entanto, Paulo conseguir provar, por intermédio de fatos novos não conhecidos no
momento da aplicação da penalidade, que o motivo de ter cometido a outro servidor as atri-
buições de seu cargo estava relacionado com uma situação de urgência, poderá ele solicitar a
revisão do processo.
E desta revisão não poderá a autoridade agravar a penalidade do servidor.
Assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá como diretriz básica
o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde e será prestada pelo Siste-
ma Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor,
ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do
valor despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou
seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento.
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2) De outros cargos alheios ao serviço público federal, ou até mesmo nas situações em que
o servidor não era servidor público. Nestas hipóteses, ocorre a mera designação da autoridade
competente, passando o detentor do cargo em comissão a ser submetido, apenas em parte,
pelas disposições da Lei 8.112.
No primeiro caso, o servidor público (justamente por ser regido por todas as disposições da
Lei 8.112) possui direito a todos os benefícios da seguridade social contemplados pela norma.
No segundo caso, considerando que o servidor apenas possui cargo em comissão, não
terá ele direito aos benefícios a seguir elencados, com exceção da assistência à saúde (que
ele tem direito).
E o que acontece com o servidor público que, estando regido pela Lei 8112, licencia-se do
cargo sem remuneração, professor?
Nesta hipótese, temos que o servidor, mesmo contribuindo com outro regime de previdên-
cia, terá suspenso o seu vínculo com o regime da Lei 8.112. Esta é a regra!
No entanto, caso seja interesse do servidor licenciado continuar fazendo jus aos benefícios
do estatuto federal, deverá ele contribuir, da mesma forma que os servidores em exercício, e
com as mesmas alíquotas que incidiam quando estava em exercício.
Assim dispõe a Lei 8112:
6.2. Benefícios
Os benefícios da Lei 8.112 podem ser divididos entre aqueles que são compreendidos ao
servidor e aqueles que são compreendidos aos respectivos dependentes:
I – quanto ao servidor:
a) aposentadoria;
b) auxílio-natalidade;
c) salário-família;
d) licença para tratamento de saúde;
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;
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6.2.1. Aposentadoria
Com relação à aposentadoria dos servidores federais, as regras que devem ser observadas
em provas de concurso público são as que constam no texto da Constituição Federal.
E de acordo com a Constituição, já de acordo com as alterações promovidas pela Reforma
da Previdência (EC 103/2019) três são as formas distintas com que o servidor público estatu-
tário poderá se aposentar:
a) por incapacidade permanente para o trabalho;
b) compulsoriamente;
c) voluntariamente;
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá ca-
ráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro
e atuarial.
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado:
I – por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insus-
cetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma
de lei do respectivo ente federativo;
II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)
anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
III – no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e
cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas,
observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do
respectivo ente federativo.
A aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho veio para substituir a antiga
aposentadoria por invalidez. Agora, de acordo com as novas regras, observa-se que a ideia do
legislador foi a de aproximar o máximo possível o procedimento adotado na iniciativa privada
para os servidores públicos.
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Desta forma, o servidor apenas será aposentado por incapacidade permanente para o tra-
balho quando a limitação ocorrida não puder dar ensejo à qualquer tipo de readaptação.
Em outros termos, uma vez diagnosticada a incapacidade permanente, deverá o servidor,
em um primeiro momento, ser readaptado. Neste mesmo sentido, inclusive, é a previsão do
§13 do artigo 37 da Constituição Federal:
Art. 37, § 13 O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de
cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido
em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a
habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do
cargo de origem.
Aposentadoria Compulsória
A aposentadoria compulsória ocorre quando o servidor público atinge a idade limite para
permanecer em exercício no serviço público.
Antes da entrada da Emenda Constitucional n. 88, ocorrida em 2015, a idade em que a
aposentadoria compulsória ocorria era aos 70 anos de idade. Com a mencionada emenda,
passamos a contar com a possibilidade de lei complementar estabelecer o prazo de 75 anos
para a aposentadoria compulsória.
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JURISPRUDÊNCIA
A Corte firmou entendimento no sentido de que a competência concorrente para legislar
sobre previdência dos servidores públicos não afasta a necessidade da edição de norma
regulamentadora de caráter nacional, cuja competência é da União.
Regulamentando a emenda constitucional, foi editada a Lei Complementar 152, que, por
trata-se de uma norma nacional, é de observância obrigatória por todos os entes federativos.
Por intermédio de tal lei, os servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios serão aposentados compulsoriamente aos 75 anos de idade.
Aposentadoria Voluntária
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Os proventos decorrentes da aposentadoria dos servidores públicos não poderão ser infe-
riores ao valor do salário mínimo, nem superiores ao limite máximo estabelecido para o Regi-
me Geral de Previdência Social. Esta, inclusive, foi uma das mudanças mais substanciais da re-
forma, haja vista que, até então, os servidores públicos que estavam no regime próprio podiam
se aposentar com valores superiores máximo estabelecido para a iniciativa privada (RGPS).
Os proventos de aposentadoria dos servidores não podem ser inferiores a 1 salário mínimo
ou superiores ao teto do Regime Geral da Previdência Social.
Como regra geral, é vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para conces-
são de benefícios em regime próprio de previdência social. No entanto, a Constituição Federal
estabelece situações excepcionais, hipóteses em que os servidores poderão ser aposentados
de acordo com critérios diferenciados de concessão. Basicamente, podemos dividir estas si-
tuações excepcionais em três diferentes hipóteses, a saber:
a) servidores professores: Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima para
a aposentadoria reduzida em 5 anos, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei
complementar do respectivo ente federativo.
Tomando como base a regra geral da idade mínima, é correto afirmar que o servidor que
desempenhe as atividades de professor irá se aposentar, sendo homem, com a idade mínima
de 60 anos. No caso de servidoras professoras, a idade mínima é de 57 anos.
Além da idade, como não poderia ser diferente, os demais requisitos devem ser observa-
dos, sendo eles:
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• 25 anos de contribuição;
• Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público;
• Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria;
Art. 40, § 4º-B Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade
e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente peni-
tenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do
art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144.
Logo, devemos identificar as classes de agentes que estão contempladas com esta possi-
bilidade, sendo elas:
• Agentes Penitenciários;
• Agentes Socioeducativos;
• Policial Legislativo da Câmara dos Deputados e do Senado Federal;
• Policiais Federais;
• Policiais Rodoviários Federais;
• Policiais Ferroviários Federais;
• Policiais Civis do Distrito Federal.
Os servidores destas categorias, para poderem se aposentar, deverão atender aos seguin-
tes requisitos: 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição e 25 anos de efetivo exercício em
cargo dessas carreiras, regras estas que são aplicadas para os servidores de ambos os sexos.
c) servidores que desempenham atividades especiais: Poderão ser estabelecidos, desde
que por meio de lei complementar do respectivo ente federativo, idade e tempo de contribuição
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva
exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação des-
ses agentes, sendo vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
Sendo servidor público federal, deverá o agente atender aos seguintes requisitos para con-
cessão da aposentadoria:
• Idade mínima de 60 anos;
• 25 anos de efetiva exposição e contribuição;
• 10 anos de efetivo exercício de serviço público;
• 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria.
Aqui, é importante destacar que as regras diferenciadas não serão aplicadas por categoria
profissional ou ocupação, mas sim por servidor. Assim, por exemplo, se estivermos diante de
um servidor cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos pre-
judiciais à saúde, isso, por si só, não implica em afirmar que todos os demais servidores da
categoria terão direito às regras diferenciadas. Em outros termos, apenas os servidores que
efetivamente tenham contato, em suas atividades, com as mencionadas substâncias químicas
é que terão direito a tal diferenciação.
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Categoria Requisitos
Idade mínima de 65 anos, se homem, e de 62 anos, se mulher;
Tempo mínimo de 25 anos de contribuição;
Regra Geral (Servidores
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público;
Públicos Federais)
Tempo mínimo de 5 anos de efetivo exercício no cargo em que for
concedida a aposentadoria;
Idade mínima de 60 anos, se homem, e de 57 anos, se mulher;
Tempo mínimo de 25 anos de contribuição;
Professores Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público;
Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a
aposentadoria;
Idade mínima de 55 anos;
Servidores da segurança Tempo mínimo de 30 anos de contribuição;
pública Tempo mínimo de 25 anos de efetivo exercício em cargo dessas
carreiras;
Idade mínima de 60 anos;
Servidores que Tempo mínimo de 25 anos de efetiva exposição e contribuição;
desempenham Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício de serviço público;
atividades especiais Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a
aposentadoria;
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público;
Servidores portadores Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em que for concedida a
de deficiência aposentadoria.
Demais regras serão estabelecidas em lei.
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6.2.2. Auxílio-Natalidade
6.2.3. Salário-Família
6.2.4. Pensão
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III – o companheiro ou companheira que comprove união estável como entidade familiar;
IV – o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguintes requisitos:
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos
b) seja inválido;
d) tenha deficiência intelectual ou mental;
V – a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor;
VI – o irmão de qualquer condição que comprove dependência econômica do servidor e atenda a
um dos requisitos previstos no inciso IV;
Tais beneficiários podem ser mais bem visualizados por meio do gráfico a seguir:
Caso seja concedida pensão ao cônjuge, ao companheiro ou aos filhos que atendam aos
requisitos legais, a concessão não poderá ocorrer para os pais ou para os irmãos do servidor.
Da mesma forma, a concessão da pensão aos pais do servidor exclui a possibilidade de
concessão simultânea aos irmãos do agente público.
Para efeitos de pensão, o enteado e o menor tutelado equiparam-se ao filho do servidor,
desde que comprovada a dependência econômica e que tenha ocorrido a declaração do servi-
dor público.
Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, o seu valor será distribuído em partes
iguais entre os beneficiários habilitados.
Ressalta-se que a pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado
que falecer, aposentado ou não, a contar de diversas datas, conforme previsão do artigo 219:
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Art. 219. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer,
aposentado ou não, a contar da data:
I – do óbito, quando requerida em até 180 (cento e oitenta dias) após o óbito, para os filhos menores
de 16 (dezesseis) anos, ou em até 90 (noventa) dias após o óbito, para os demais dependentes;
II – do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso I do caput deste artigo; ou
III – da decisão judicial, na hipótese de morte presumida.
§ 1º A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro pos-
sível dependente e a habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só
produzirá efeito a partir da data da publicação da portaria de concessão da pensão ao dependente
habilitado.
§ 2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição de dependente, este poderá requerer
a sua habilitação provisória ao benefício de pensão por morte, exclusivamente para fins de rateio
dos valores com outros dependentes, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito em
julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de decisão judicial em contrário.
§ 3º Nas ações em que for parte o ente público responsável pela concessão da pensão por morte,
este poderá proceder de ofício à habilitação excepcional da referida pensão, apenas para efeitos de
rateio, descontando-se os valores referentes a esta habilitação das demais cotas, vedado o paga-
mento da respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de
decisão judicial em contrário.
§ 4º Julgada improcedente a ação prevista no § 2º ou § 3º deste artigo, o valor retido será corrigido
pelos índices legais de reajustamento e será pago de forma proporcional aos demais dependentes,
de acordo com as suas cotas e o tempo de duração de seus benefícios.
§ 5º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão concessor da pensão por morte a cobrança
dos valores indevidamente pagos em função de nova habilitação.
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a) Caso o servidor não tenha vertido, pelo menos 18 contribuições mensais, bem com o
casamento não tenha um tempo mínimo de 2 anos, a pensão será cancelada após o decurso
de 4 meses.
b) Após comprovar o atendimento das regras acima descritas (18 contribuições vertidas e
duração do casamento de, pelo menos, 2 anos), o prazo de concessão da pensão será calculado
em razão da idade do beneficiário, de acordo com a seguinte tabela:
Na hipótese de o servidor falecido estar, na data de seu falecimento, obrigado por deter-
minação judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-compa-
nheira, a pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do óbito, caso não
incida outra hipótese de cancelamento anterior do benefício.
Por fim, ressalta-se que o exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de mi-
croempreendedor individual, não impede a concessão ou manutenção da cota da pensão de
dependente com deficiência intelectual ou mental ou com deficiência grave.
6.2.5. Auxílio-Funeral
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6.2.6. Auxílio-Reclusão
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RESUMO
A Lei 8.112/1990 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das au-
tarquias federais (inclusive as em regime especial) e das fundações públicas federais.
Trata-se a Lei 8.112, por isso mesmo, de uma lei federal, e não nacional, uma vez que des-
tinada, apenas, aos servidores públicos federais.
No entanto, as disposições da Lei 8.112 não se aplicam a todos os agentes públicos, mas
sim apenas aos servidores públicos civis federais, o que implica em dizer que os empregados
públicos federais, regidos pela CLT, não estão compreendidos dentro do campo de atuação do
estatuto federal.
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A readaptação ocorre quando o servidor sofre uma limitação em sua capacidade física
ou mental, mas ainda pode trabalhar, não sendo o caso de aposentadoria. Caso o servidor
seja considerado incapaz para o serviço público, ocorrerá a aposentadoria do respectivo agen-
te público.
Reversão é o retorno à atividade do servidor anteriormente aposentado, desde que atendi-
das as regras estabelecidas pelo Poder Executivo e desde que o servidor não tenha atingido a
idade de 70 anos.
A reversão poderá ocorrer de duas formas: a) Por invalidez, quando junta médica oficial
declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; b) No interesse da administração, desde
que, neste caso, o servidor obedeça a uma série de regras.
O aproveitamento pode ser entendido como o chamado, feito pela administração pública,
para que o servidor público em disponibilidade volte a exercer suas atividades.
Recondução é a forma de provimento em que ocorre o retorno do servidor ao cargo ante-
riormente ocupado. Duas são as hipóteses de recondução previstas para os servidores públi-
cos federais: a) inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; b) reintegração do
anterior ocupante.
A reintegração consiste no retorno do servidor anteriormente demitido ao cargo anterior-
mente ocupado ou no cargo resultante de sua transformação, com ressarcimento de todas
as vantagens. Para isso, a demissão deverá ter sido invalidada por decisão administrativa
ou judicial.
Ocorrendo a nomeação, que deve ser publicada no Diário Oficial da União, o nomeado tem
o prazo de 30 dias para tomar posse. Caso não tome posse no prazo legal, o ato de nomeação
será declarado sem efeito, uma vez que a pessoa nomeada ainda não é considerada servidor
público, fato que apenas ocorre com a posse.
Ocorrendo a posse, temos a investidura de mais um servidor para os quadros funcionais
da administração pública federal. E como forma do servidor conhecer o local da repartição
para onde foi nomeado e se organizar-se melhor com relação a mudanças, hospedagem e
demais procedimentos, a Lei 8.112 faculta ao servidor o prazo de 15 dias, contados da posse,
para a entrada em exercício.
Caso o servidor anteriormente empossado não entre em exercício no prazo legal, teremos,
ao contrário do que ocorre com a nomeação, a exoneração do servidor, uma vez que, confor-
me anteriormente mencionado, a posse é o momento em que o particular passa a constar
nos assentamentos funcionais da administração, sendo considerado, a partir de então, servi-
dor público.
A partir da data em que entra em exercício, inicia-se, para o servidor ocupante de cargo
efetivo, o estágio probatório, período de avaliação onde diversos fatores são levados em conta
para a verificação da aptidão e da capacidade do agente público. O prazo do estágio probató-
rio é de 36 meses.
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Após três anos de serviço público, o servidor adquire a estabilidade. Sendo estável, apenas
poderá perder o cargo em quatro situações: a) em virtude de sentença judicial transitada em
julgado; b) mediante processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla
defesa; c) o procedimento de avaliação periódica; d) redução de despesas quando os entes
federativos não observarem o limite máximo de gastos com pessoal.
As diversas hipóteses de vacância são situações em que o servidor público deixa o cargo
público anteriormente ocupado.
De acordo com a Lei 8.112, temos as seguintes hipóteses de vacância: exoneração, demis-
são, aposentadoria, posse em cargo inacumulável, promoção e readaptação.
A remoção pode ser entendida como o “deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no
âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede”.
A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, esteja ou não ele ocupa-
do, e desde que tal deslocamento ocorra para outro órgão ou entidade, mas sempre no âmbito
do mesmo Poder.
Remoção Redistribuição
Não se trata de uma forma de Não se trata de uma forma de
provimento provimento
Não altera o contingente funcional Não altera o contingente funcional
Trata-se do deslocamento de servidor Trata-se do deslocamento de cargo
Destina-se a assegurar a preservação
Trata-se de uma forma de organização
de valores como a saúde do servidor e o
da administração pública
núcleo familiar
Quando ocorrer a mudança de Quando ocorrer a mudança de
Município, deve ser conferido um prazo Município, deve ser conferido um prazo
de 10 a 30 dias para a entrada em de 10 a 30 dias para a entrada em
exercício exercício
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Categoria Requisitos
Idade mínima de 65 anos, se homem, e de 62
anos, se mulher;
Tempo mínimo de 25 anos de contribuição;
Regra Geral (Servidores Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício
Públicos Federais) no serviço público;
Tempo mínimo de 5 anos de efetivo
exercício no cargo em que for concedida a
aposentadoria;
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Categoria Requisitos
Idade mínima de 60 anos, se homem, e de 57
anos, se mulher;
Tempo mínimo de 25 anos de contribuição;
Professores Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício
no serviço público;
Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em
que for concedida a aposentadoria;
Idade mínima de 55 anos;
Tempo mínimo de 30 anos de contribuição;
Servidores da segurança pública
Tempo mínimo de 25 anos de efetivo exercício
em cargo dessas carreiras;
Idade mínima de 60 anos;
Tempo mínimo de 25 anos de efetiva
exposição e contribuição;
Servidores que desempenham
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício
atividades especiais
de serviço público;
Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em
que for concedida a aposentadoria;
Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício
no serviço público;
Servidores portadores de
Tempo mínimo de 5 anos no cargo efetivo em
deficiência
que for concedida a aposentadoria.
Demais regras serão estabelecidas em lei.
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MAPAS MENTAIS
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CEBRASPE/CESPE/AG POL/PC-DF/2021) Com base na Lei n.º 8.112/1990, julgue o
item a seguir.
A nomeação poderá se dar tanto em caráter efetivo quanto em comissão, dependendo, ambos
os casos, de prévia habilitação em concurso público de provas ou provas e títulos.
005. (IUDS/ADM/IF-RJ/2021) Suponha que determinado servidor público federal, após muito
se programar, pede a mão de sua noiva em casamento e organiza uma viagem de lua de mel.
Para tal, ele precisa saber quanto tempo poderia ausentar-se do serviço, sem nenhum prejuízo,
de acordo com a Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Considerando as normas legais sobre
as chamadas concessões na legislação, acima, citada, qual seria o prazo ao qual o servidor
teria direito, a título de concessão?
a) 5 dias consecutivos.
b) 10 dias consecutivos.
c) 12 dias consecutivos.
d) 8 dias consecutivos.
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010. (IUDS/ADM/IF-RJ/2021) A Lei 8.112/90 traz uma série de penalidades disciplinares que
serão aplicadas, em determinadas situações. No caso da demissão, a lei prevê sua aplica-
ção, em algumas hipóteses, estando elas previstas, abaixo, não estando correta a expressa na
alternativa:
a) inassiduidade habitual.
b) abandono de cargo.
c) ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, em qualquer situação.
d) insubordinação grave em serviço.
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c) é possível, desde que haja cargo vago e interesse da administração no retorno do requerente
à atividade.
d) é possível, independentemente do interesse da administração, pois se trata de hipótese de
ato vinculado e o requerente preencheu todos os requisitos legais.
e) é impossível, em razão do lapso temporal transcorrido desde a aposentadoria do requerente.
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a) paternidade;
b) para o serviço militar;
c) para capacitação;
d) por motivo de doença em pessoa da família;
e) para atividade política.
035. (CESPE/ATA/DPU/2016) Ainda com base no disposto na Lei n.º 8.112/1990 e na Cons-
tituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.
É permitido o exercício de mais de um cargo em comissão, desde que seja na condição
de interino.
036. (CESPE/TEC AE/DPU/2016) Em relação ao regime jurídico dos cargos, empregos e fun-
ções públicas e às disposições da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item que se segue.
Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compa-
tíveis com a limitação em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção médica,
advinda após sua posse em cargo público.
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040. (CESPE/AG ADM/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, que tra-
ta do regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: Carlos trabalha em atividade considerada insalubre e perigosa e faz jus ao
recebimento dos adicionais de insalubridade e de periculosidade.
Assertiva: Nesse caso, Carlos deverá optar por um deles, sendo-lhe vedado acumular os dois
adicionais.
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a) a indenização é devida, computada desde a data em que deveria ter ocorrido a posse.
b) tal pretensão deve ser deduzida em ação própria.
c) a indenização é devida, computada desde a data do ajuizamento da ação.
d) a indenização é devida, computada desde a data da citação da Fazenda Pública.
e) não é devida indenização, salvo em situação de flagrante arbitrariedade do ato que impe-
diu a posse.
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GABARITO
1. E 37. a
2. C 38. C
3. e 39. c
4. d 40. C
5. d 41. E
6. d 42. C
7. E 43. C
8. E 44. C
9. c 45. C
10. c 46. e
11. E 47. c
12. b 48. b
13. E 49. a
14. E 50. b
15. c
16. b
17. b
18. C
19. E
20. C
21. d
22. e
23. e
24. e
25. b
26. e
27. a
28. a
29. a
30. c
31. e
32. d
33. c
34. a
35. C
36. C
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GABARITO COMENTADO
001. (CEBRASPE/CESPE/AG POL/PC-DF/2021) Com base na Lei n.º 8.112/1990, julgue o
item a seguir.
A nomeação poderá se dar tanto em caráter efetivo quanto em comissão, dependendo, ambos
os casos, de prévia habilitação em concurso público de provas ou provas e títulos.
Apenas a nomeação realizada em caráter efetivo é que depende da aprovação prévia em con-
curso público de provas ou de provas e de títulos. Nos cargos em comissão, em sentido opos-
to, não há necessidade de aprovação em concurso público.
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de
prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de
classificação e o prazo de sua validade.
Errado.
A questão está correta, uma vez que o §2º do artigo 24 estabelece que “A readaptação será
efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade
e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exerce-
rá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga”.
Certo.
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O retorno do servidor aposentado ocorre por meio do instituto da reversão, conforme previsão
do artigo 25, de seguinte teor:
Apenas a promoção, dentre as opções elencadas, é uma hipótese de vacância em cargo público.
005. (IUDS/ADM/IF-RJ/2021) Suponha que determinado servidor público federal, após muito
se programar, pede a mão de sua noiva em casamento e organiza uma viagem de lua de mel.
Para tal, ele precisa saber quanto tempo poderia ausentar-se do serviço, sem nenhum prejuízo,
de acordo com a Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Considerando as normas legais sobre
as chamadas concessões na legislação, acima, citada, qual seria o prazo ao qual o servidor
teria direito, a título de concessão?
a) 5 dias consecutivos.
b) 10 dias consecutivos.
c) 12 dias consecutivos.
d) 8 dias consecutivos.
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Na Letra D, não há que se falar em demissão ou aplicação de qualquer outro tipo de penalidade,
uma vez que a acumulação de cargos, empregos ou funções ocorreu de forma lícita.
Nas demais alternativas, estamos diante de situações ensejadoras da aplicação da penalidade
de demissão.
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010. (IUDS/ADM/IF-RJ/2021) A Lei 8.112/90 traz uma série de penalidades disciplinares que
serão aplicadas, em determinadas situações. No caso da demissão, a lei prevê sua aplica-
ção, em algumas hipóteses, estando elas previstas, abaixo, não estando correta a expressa na
alternativa:
a) inassiduidade habitual.
b) abandono de cargo.
c) ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, em qualquer situação.
d) insubordinação grave em serviço.
O erro está na Letra C. Não é em qualquer situação que o servidor será demitido em razão de
ofensa física a outro servidor ou a particular. Em sentido oposto, a sanção não será aplicada
em caso de legítima defesa.
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Ao contrário do que informa a questão, a reintegração, de acordo com o artigo 28 da Lei 8.112,
é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante
de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judi-
cial, com ressarcimento de todas as vantagens.
Errado.
Neste caso, estaremos diante do aproveitamento, cuja previsão é o artigo 30 do estatuto federal:
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obri-
gatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
Letra b.
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Errado.
Ao contrário do que afirmado pela questão, a promoção é sim uma forma de provimento em
cargo público.
Errado.
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Neste caso, estamos diante de uma das situações ensejadoras da reversão do servidor públi-
co, conforme previsão do artigo 25:
Em conformidade com o que afirmado no artigo 7º, “a investidura em cargo público ocorrerá
com a posse”.
Letra b.
Neste caso, teremos a reintegração do servidor público estável, cuja previsão consta no artigo
28 da norma federal.
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Conforme afirma, poderão ser pagas aos servidores públicos federais, além do vencimento,
indenizações, gratificações e adicionais.
Ao passo que as indenizações não se incorporam ao vencimento, as gratificações e os adicio-
nais se incorporam, nos casos e condições previstos em lei, ao vencimento do servidor.
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:
I – indenizações;
II – gratificações;
III – adicionais.
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condi-
ções indicados em lei.
Certo.
Uma das condições para o recebimento do auxílio-moradia é que nenhuma pessoa que resida
com o servidor esteja recebendo a mencionada indenização.
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à disposição do ser-
vidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês.
Certo.
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No caso apresentado, estamos diante de uma absolvição na esfera penal que gera efeitos na
órbita administrativa. Sendo assim, se considerarmos que a decisão da ação criminal negou a
autoria do servidor em relação à subtração dos equipamentos de ar condicionado, esta deci-
são implica na absolvição automática no processo administrativo.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição crimi-
nal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Mas devemos observar que o servidor, mesmo tendo sido absolvido da conduta de subtração
dos equipamentos de ar condicionado, foi o responsável por não acionar os alarmes antifurto,
providência que era de sua exclusiva responsabilidade. Consequentemente, poderá ele ser res-
ponsabilizado pela omissão na esfera administrativa, ainda que a medida, conforme afirmado,
não seja tipificada como crime na esfera penal.
Letra d.
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a) Errada. A idade limite para a reversão ainda não foi atingida, uma vez que ocorre, de acordo
com a Lei 8.112, aos 70 anos.
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade.
b) Errada. Duas são as hipóteses de reversão, sendo elas: por invalidez, quando junta médica
oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria, ou no interesse da administração,
desde que atendidos os requisitos legais.
c) Errada. No caso apresentado, a reversão não será possível, uma vez que a aposentadoria
ocorreu há mais de 5 anos.
d) Errada. Conforme verificado, a reversão não será possível na situação apresentada, uma vez
que nem todos os requisitos foram atendidos.
e) Certa. Para que a reversão ocorra, um dos requisitos a serem observados é o lapso temporal
em que ocorreu a aposentadoria. De acordo com a lei, a reversão apenas será possível quando
a aposentadoria tiver ocorrido nos 5 anos anteriores à solicitação.
Desta forma, a reversão, na situação descrita pela questão, não será possível.
Letra e.
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Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe
ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.
Neste caso, o servidor poderá ser afastado. Como encontra-se em estágio probatório, ficará
este suspenso durante o período de afastamento. Após o término do afastamento, o estágio
voltará a transcorrer pelo prazo que faltar.
Art. 20, § 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos
nos arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de formação, e será
retomado a partir do término do impedimento.
Letra e.
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a) Errada. A demissão, para ser aplicada, independe da eventual punição anterior do servidor
com outra penalidade.
b) Errada. Não há necessidade da multa acompanhar a penalidade de advertência. A multa,
em sentido oposto, trata-se de uma faculdade da Administração Pública nos casos em que a
suspensão for aplicada.
Art. 130, § 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser
convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração,
ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
c) Errada. De acordo com o artigo 131, “As penalidades de advertência e de suspensão terão
seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício,
respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar”.
d) Errada. Caso a infração cometida pelo servidor, ainda que seja a primeira, enseje a demis-
são, esta é a que deverá ser aplicada. Logo, não existe uma penalidade que deve inicialmen-
te ser aplicada, uma vez que as sanções dependem das infrações que eventualmente forem
cometidas.
e) Certa. Uma das possibilidades de aplicação da suspensão é no caso de reincidência das
condutas anteriormente punidas com a advertência.
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência
e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão,
não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
Letra e.
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a) manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou
parente até o segundo grau civil, contanto que haja autorização superior.
b) participar nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a
União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social.
c) aliciar subordinados a se filiarem a partido político.
d) participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personi-
ficada, desde que não mantenha relações de cunho comercial com os entes públicos.
e) aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro, desde que autorizado pelo
Ministério das Relações Exteriores.
Nas alternativas A, C, D e E, estamos diante de condutas que são proibidas aos servidores pú-
blicos federais.
Na Letra B, estamos diante de uma conduta permitida, uma vez que configura exceção à veda-
ção da participação do servidor em empresas ou sociedades.
Art. 117, Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se aplica nos
seguintes casos:
I – participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União
detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa cons-
tituída para prestar serviços a seus membros; e
Letra b.
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c) responderá de forma subjetiva apenas se incluído no polo passivo da ação pelo tercei-
ro afetado.
d) responderá de forma objetiva e subsidiária em relação à autarquia.
e) responderá de forma subjetiva e por meio de ação regressiva.
A questão pode ser respondida com base no artigo 122 da Lei 8.112, de seguinte redação:
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em
ação regressiva.
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Art. 37, § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em dispo-
nibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
em outro cargo.
Posteriormente, nos termos da Lei 8.112, os servidores em disponibilidade poderão ser apro-
veitados em outro cargo público, desde que este tenha atribuições e vencimentos compatíveis
com o anteriormente ocupado
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obri-
gatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
Letra a.
Considerando que a pena de demissão foi anulada, Maria deve ser reintegrada ao cargo ante-
riormente ocupado. E como o cargo encontra-se provido por outra servidora, teremos, com a
reintegração de Maria, a recondução do ocupante para o cargo de origem ou, ainda, o aprovei-
tamento ou a disponibilidade.
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Estabelece o artigo 17 que “a promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no
novo posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor”.
Logo, deve o tempo de serviço ser contado no novo posicionamento na carreira a partir de 10
de novembro de 2016, ou seja, da data de publicação do ato que promoveu o servidor.
Letra a.
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A questão deve ser respondida de acordo com as disposições do parágrafo único do artigo 9º
da Lei 8.112, de seguinte redação:
Art. 9º, Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial po-
derá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das
atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles
durante o período da interinidade.
No caso, Magda, que já ocupa um cargo comissionado, deve, durante o período em que ocupar
o outro cargo de confiança para o qual foi designada, optar pela remuneração de um deles.
Letra c.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) o servidor ficará afastado de seu cargo para exercer o mandato eletivo, com suspensão de
sua remuneração;
b) o servidor poderá acumular funções e perceber vantagens de seu cargo desde que haja
compatibilidade de horários;
c) o servidor poderá acumular o cargo e o mandato eletivo, fazendo jus à percepção da remu-
neração mais elevada;
d) o servidor ficará afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
e) o servidor poderia permanecer em seu cargo efetivo caso fosse investido em mandato ele-
tivo para Deputado Estadual.
Tendo sido investido no mandato de Prefeito, o servidor público federal será afastado do cargo,
podendo optar pelo recebimento de uma das duas remunerações.
Dentre as licenças informadas pela questão, apenas a licença para capacitação exige um tem-
po de serviço mínimo de 5 anos.
Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administra-
ção, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses,
para participar de curso de capacitação profissional.
Letra c.
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I – Certo. Ambas as licenças podem ser concedidas aos servidores públicos federais, ensejan-
do, no período, o não recebimento da remuneração do cargo público. No entanto, para que a
concessão seja possível, o servidor não pode estar no período de estágio probatório.
II – Certo. Trata-se da previsão para a concessão da licença em virtude de doença em pessoa
da família.
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro,
dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e
conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial.
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não pu-
der ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário,
na forma do disposto no inciso II do art. 44.
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período
de doze meses nas seguintes condições:
I – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e
II – por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.
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III – Errado. O prazo mínimo de efetivo exercício exigido é de 5 anos, e não, conforme informa-
do, 3 anos.
Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administra-
ção, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses,
para participar de curso de capacitação profissional.
035. (CESPE/ATA/DPU/2016) Ainda com base no disposto na Lei n.º 8.112/1990 e na Cons-
tituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.
É permitido o exercício de mais de um cargo em comissão, desde que seja na condição
de interino.
Trata-se de regra prevista no parágrafo único do artigo 9º da norma federal, de seguinte teor:
Art. 9º, Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial po-
derá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das
atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles
durante o período da interinidade.
Certo.
036. (CESPE/TEC AE/DPU/2016) Em relação ao regime jurídico dos cargos, empregos e fun-
ções públicas e às disposições da Lei n.º 8.112/1990, julgue o item que se segue.
Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compa-
tíveis com a limitação em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção médica,
advinda após sua posse em cargo público.
A readaptação deve ser utilizada nas situações em que o servidor sofreu uma limitação em
sua capacidade física ou mental. No caso, o agente passa a desempenhar suas atribuições
em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido.
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Caso o servidor já seja estável em um cargo público federal e, em momento posterior, seja
aprovado em novo concurso público para outro cargo efetivo, terá ele direito, em caso de não
aprovação no estágio probatório relativo ao segundo cargo, de ser reconduzido ao cargo onde
adquiriu a estabilidade.
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
Letra a.
A questão apresenta corretamente o conceito de readaptação, que pode ser entendida como
a investidura do agente público em cargo compatível com as limitações (físicas ou mentais)
que tenha sofrido.
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Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âm-
bito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia aprecia-
ção do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos [...].
Letra c.
040. (CESPE/AG ADM/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.º 8.112/1990, que tra-
ta do regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: Carlos trabalha em atividade considerada insalubre e perigosa e faz jus ao
recebimento dos adicionais de insalubridade e de periculosidade.
Assertiva: Nesse caso, Carlos deverá optar por um deles, sendo-lhe vedado acumular os dois
adicionais.
Art. 68, § 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá optar
por um deles.
Certo.
Para estudo ou missão oficial, o servidor poderá ausentar-se do país pelo prazo máximo
de 4 anos.
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem autorização
do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo
Tribunal Federal.
§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido igual
período, será permitida nova ausência.
Errado.
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O enunciado apresenta uma das situações em que a remoção poderá ser concedida. No caso,
independente dos cônjuges pertencerem a diferentes Poderes da União, a remoção poderia
perfeitamente ser realizada.
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro,
com ou sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção:
III – a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no inte-
resse da Administração;
Certo.
De acordo com o artigo 13, §3º, da norma federal, “a posse poderá dar-se mediante procuração
específica”. Logo, poderá Alice constituir procurador para o ato da posse.
Certo.
Com a posse, o particular passa a ter vínculo com o Poder Público, passando a ser considera-
do, para o cargo em que foi empossado, servidor público.
Sendo assim, a regra geral é a de que o servidor, quando a posse for determinada por decisão
judicial, não faz jus, como regra geral, ao recebimento de qualquer tipo de indenização. Caso,
no entanto, estejamos diante de uma situação de flagrante arbitrariedade, aí sim a indeniza-
ção é devida.
Na situação narrada, observa-se que não estamos diante de arbitrariedade, uma vez que a
constatação de que o servidor podia tomar posse no cargo apenas ocorreu após exame peri-
cial específico.
Letra e.
De acordo com a Lei 8.112, um dos requisitos exigidos para a investidura no cargo público (que
ocorre com a posse) é o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo.
No caso específico, João não apresentou o nível de escolaridade exigido, não sendo, por isso
mesmo, empossado. Inconformado, entrou com uma ação judicial.
Nesta situação, claramente se percebe que a ação deve ser julgada improcedente, haja vista
que a comprovação do nível de escolaridade, conforme informado, é essencial para que a in-
vestidura em cargo público possa acontecer.
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Neste sentido, inclusive, merece ser destacado o entendimento do STJ, conforme observa-se
da Súmula 266:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 266, STJ
O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não
na inscrição para o concurso público.
Letra c.
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a Letra B está errada. De acordo com o artigo 24,
“Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades com-
patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em
inspeção médica”.
As demais alternativas estão corretas, em conformidade com as formas de provimento e de
movimentação estabelecidas na Lei 8.112:
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Na situação apresentada, estamos diante de um servidor que, após 10 anos de efetivo exercí-
cio, foi promovido na carreira. Observe que a questão não menciona o tempo total de efetivo
exercício do servidor, mas sim apenas que ele, após 10 anos, foi promovido.
Após 5 anos da promoção, solicitou ele a contagem de seu tempo de serviço. No entanto, a
certidão apontou que João contava com apenas 5 anos de exercício no serviço público federal.
Logo, é inegável que a certidão está incorreta (motivo pelo qual eliminamos as Letras B e D).
Na Letra C, também não podemos afirmar que João conta com 15 anos de serviço no cargo
para o qual foi promovido. O que a questão afirma, apenas, é que a promoção ocorreu após 10
anos de serviço, mas não sabemos o tempo total de efetivo exercício do servidor.
Na Letra E, o erro está em afirmar que “o tempo transcorrido após a promoção deve ser des-
considerado”, algo que não ocorre.
Na Letra A, temos a resposta da questão, que elenca uma das principais regras a serem obser-
vadas pela promoção, conforme previsão do artigo 17:
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento
na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.
Letra a.
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A situação narrada é caso típico de reintegração, ou seja, situação em que o servidor público
anteriormente demitido ganha, administrativa ou judicialmente, o direito de retornar ao cargo
público anteriormente ocupado, invalidando com isso a demissão.
Com base neste artigo, verificamos que a reintegração ocorrerá no cargo anteriormente ocu-
pado ou no cargo resultante de sua transformação, em conformidade ao que afirma a Letra B.
Letra b.
Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
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