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869/1952
Estatuto dos Servidores Públicos do
Estado de Minas Gerais – Parte I
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEI ESTADUAL N. 869/1952
Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Minas Gerais – Parte I
Sumário
Diogo Surdi
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Minas Gerais – Parte I
Diogo Surdi
Diogo
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Art. 21. Os cargos, funções e empregos públicos são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
§ 1º A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público
de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em
lei de livre nomeação e exoneração.
§ 2º O prazo de validade do concurso público é de até dois anos, prorrogável, uma vez, por igual
período.
§ 3º Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, o aprovado em concurso públi-
co será convocado, observada a ordem de classificação, com prioridade sobre novos concursados,
para assumir o cargo ou emprego na carreira.
§ 4º A inobservância do disposto nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo implica nulidade do ato e punição
da autoridade responsável, nos termos da lei.
Perceba que o concurso público poderá ser de provas ou de provas e títulos, mas nunca,
para os servidores estaduais, poderá ser exclusivamente de títulos.
Da mesma forma, o concurso terá validade de até dois anos, e a sua prorrogação, que po-
derá ocorrer uma única vez, deverá ser pelo mesmo prazo inicialmente previsto para a validade
do certame.
Exemplo: poderá a Administração, por exemplo, realizar concurso com prazo de validade de
um ano, estabelecendo no edital que o prazo ali estabelecido poderá ser prorrogado uma única
vez, por igual período.
Assim, vencido o prazo do concurso, pode a Administração (trata-se de uma faculdade) prorro-
gar a validade do mesmo por mais um ano ou realizar um novo concurso.
“E poderá a Administração publicar edital de concurso com o prazo de validade de dois anos,
improrrogáveis?”
Perfeitamente, pois nenhuma regra foi desrespeitada. O que houve apenas foi que a Adminis-
tração, discricionariamente, optou por não estabelecer a possibilidade de prorrogação.
“E se fosse publicado um edital com prazo de um ano, estabelecendo a possibilidade de pror-
rogação por três vezes e estando, por isso mesmo, com prazo total inferior a quatro anos, seria
válido?”
Ainda que o prazo total de quatro anos não tenha sido superado (2 + 2), foi desrespeitada a
regra de uma única prorrogação, devendo o edital ser considerado nulo neste aspecto.
“E se houver um edital regulamentando um concurso e estabelecendo como prazo de valida-
de dois anos, com a possibilidade de prorrogação por um ano. Estaria a Administração, nessa
situação, respeitando a lei complementar?”
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Aqui, há uma situação interessante: uma única prorrogação e o prazo total respeitado. No
entanto, além dessas regras, não podemos nos esquecer de que a prorrogação, em todos os
casos, deve ser pelo mesmo período inicialmente previsto no edital: 1 ano + 1 ano, 2 anos + 2
anos, 6 meses + 6 meses.
Art. 16. A primeira investidura em cargo de carreira e em outros que a lei determinar efetuar-se-á
mediante concurso, precedida de inspeção de saúde.
Parágrafo único. Os concursos serão de provas e, subsidiariamente, de títulos.
Art. 17. Os limites de idade para a inscrição em concurso e o prazo de validade deste serão fixados,
de acordo com a natureza das atribuições da carreira ou cargo, na conformidade das leis e regula-
mentos e das instruções respectivas, quando for o caso.
Art. 18. Não ficarão sujeitos a limites de idade, para inscrição em concurso e nomeação, os ocupan-
tes de cargos efetivos ou funções públicas estaduais.
Art. 19. Os concursos deverão realizar-se dentro dos seis meses seguintes ao encerramento das
respectivas inscrições.
Parágrafo único. Realizado o concurso será expedido, pelo órgão competente, o certificado de ha-
bilitação.
1.2. Provimento
Realizado o concurso, é o momento de a Administração chamar os candidatos aprovados.
Tal como ocorre com o prazo de validade, uma série de regras devem ser estabelecidas pela
respectiva Administração.
Dessa forma, o provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade com-
petente, que é, no âmbito estadual, o Governador.
Art. 11. Compete ao Governador do Estado prover, na forma da lei e com as ressalvas estatuídas na
Constituição, os cargos públicos estaduais.
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• readmissão;
• reversão;
• aproveitamento.
Ainda que o texto da norma estadual preveja a transferência como uma das formas de pro-
vimento, o STF possui entendimento sumulado acerca da inconstitucionalidade do instituto.
Súmula Vinculante n. 43
É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se,
sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que
não integra a carreira na qual anteriormente investido.
De igual forma, a forma de provimento readmissão teve todos os seus artigos revogados por
normas posteriores à edição do estatuto.
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Trata-se a nomeação do modo clássico de prover o servidor no cargo público, podendo ocor-
rer nas seguintes situações:
a) em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de carreira ou isolado que, por lei, assim
deva ser provido;
b) em comissão, quando se tratar de cargo isolado que, em virtude de lei, assim deva ser
provido;
c) em substituição no impedimento legal ou temporário de ocupante de cargo isolado de
provimento efetivo ou em comissão.
No caso dos cargos efetivos, também chamados de cargo isolado de provimento efetivo
ou cargo de carreira, a nomeação, necessariamente, precisa de aprovação em concurso
público anteriormente realizado.
Nomeação
Para os cargos em comissão, uma vez que são considerados como de livre nomeação e
exoneração, tal característica nem sempre está presente.
E isso ocorre porque os cargos em comissão são destinados às funções de direção, chefia
e assessoramento, podendo, por isso mesmo, ser livremente escolhidos pela autoridade
nomeante, que pode optar por provê-los com um servidor de carreira ou com uma pessoa
até então estranha aos quadros funcionais do serviço público.
A promoção ocorre quando o servidor é elevado para outra classe no âmbito da mesma car-
reira, ocorrendo, com o provimento, a vacância no cargo de classe mais baixa e o provimento
no cargo de classe mais alta.
Como resultado, ocorre simultaneamente uma vacância e um provimento, não gerando saldo
a ser reposto pela administração.
Vejamos o seguinte exemplo: no âmbito de determinado órgão público, os cargos são estru-
turados em três classes, sendo elas denominadas de A, B e C. Cada uma dessas classes é
Promoção subdividida em padrões, de forma que o servidor, ao entrar em exercício, ocupa a classe ini-
cial A e o padrão inicial 1.
Após o período de um ano de efeito exercício, o servidor passa para o padrão subsequente,
permanecendo, contudo, na mesma classe.
No nosso caso, o servidor passou de A1 para A2. Ao chegar ao último padrão da classe a que
pertence, no entanto, há a passagem de uma classe para outra da carreira, oportunidade em
que ocorre a promoção.
Com ela, o servidor, que até então ocupava a classe A, passa a ocupar a classe B.
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Em nenhum caso poderá ser realizada a reversão sem fique provada, em inspe-
ção médica, a capacidade para o exercício da função.
De igual forma, será cassada a aposentadoria do servidor que reverter e não
Reversão
tomar posse ou entrar em exercício dentro dos prazos legais.
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A Lei Complementar n. 869/1952 não elenca a readaptação como uma forma de provimen-
to dos cargos públicos estaduais. No entanto, e considerando que a norma regulamenta tal
instituto em capítulo à parte, relacionarei, aqui, as principais características da readaptação.
Basicamente, duas são as situações que dão ensejo à readaptação.
Nos casos de perda da capacidade funcional decorrente da modificação do estado físico
ou das condições de saúde do funcionário, que não justifiquem a aposentadoria. Nessa si-
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1.3. Posse
Ocorrendo a nomeação, que deve ser publicada na imprensa oficial, o nomeado tem o pra-
zo de 30 dias para tomar posse. Tal prazo poderá ser prorrogado, por outros 30 dias, mediante
solicitação escrita e fundamentada do interessado e despacho da autoridade competente para
dar posse.
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Caso não tome posse no prazo legal, o ato de nomeação será declarado sem efeito, uma
vez que a pessoa nomeada ainda não é considerada servidora pública, fato que apenas ocorre
com a posse.
Constitui a posse, dessa forma, o momento em que os candidatos aprovados e anterior-
mente nomeados têm o primeiro contato com a Administração Pública, passando, a partir de
então, a serem servidores públicos e estando legalmente investidos em cargo público.
Nesse sentido, merece destaque os conceitos de cargo e de servidor público (funcionário
público) apresentados pela Lei Complementar n. 869/1952. Além disso, relaciono os concei-
tos de classe, carreira e quadro, uma vez que a literalidade desses artigos possui uma grande
possibilidade de ser exigida em prova.
Assim, podemos definir servidor público como a pessoa anteriormente aprovada em con-
curso público, nomeada (ato de provimento) e que dentro do prazo legal (30 dias, que podem
ser prorrogados por igual período) tomou posse perante a autoridade competente.
Ao se tornar servidor, o particular passa a ser titular de um cargo público, que é o conjunto
de responsabilidades e atribuições, definidas em lei, que o agora agente público terá na sua
carreira profissional.
Os cargos públicos, ainda que sejam, em sua maioria, providos para efetivo exercício, po-
dem também ser utilizados para provimento em comissão.
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A lei estadual apresenta, ainda, regras procedimentais sobre a forma como ocorrerá a pos-
se dos servidores públicos. Nesse sentido é o teor dos arts. 61 a 65:
Art. 61. Posse é o ato que investe o cidadão em cargo ou em função gratificada.
Parágrafo único. Não haverá posse nos casos de promoção, remoção, designação para o desempe-
nho de função não gratificada e reintegração.
Art. 62. São competentes para dar posse:
I – o Governador do Estado;
II – os Secretários de Estado;
III – os Diretores de Departamentos diretamente subordinados ao Governador;
IV – as demais autoridades designadas em regulamentos.
Art. 63. A posse verificar-se-á mediante a lavratura de um termo que, assinado pela autoridade que
a der e pelo funcionário, será arquivado no órgão de pessoal da respectiva Repartição, depois dos
competentes registros.
Parágrafo único. O funcionário prestará, no ato da posse, o compromisso de cumprir fielmente os
deveres do cargo ou da função.
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Art. 64. A posse poderá ser tomada por procuração, quando se tratar de funcionário ausente do
Estado, em missão do Governo, ou em casos especiais, a critério da autoridade competente.
Art. 65. A autoridade que der posse deverá verificar, sob pena de ser pessoalmente responsabili-
zada, se forem satisfeitas as condições estabelecidas no art. 13 e as especiais fixadas em lei ou
regulamento, para a investidura no cargo ou na função.
Observe que o art. 65 estabelece que a autoridade competente para dar posse deverá veri-
ficar, sob pena de responsabilidade, se aquele que está sendo empossado atende a determina-
dos requisitos para ocupar o cargo público em questão.
Vamos conhecer quais são esses requisitos?
Art. 13. Só poderá ser provido em cargo público quem satisfizer os seguintes requisitos:
I – ser brasileiro;
II – ter completado dezoito anos de idade;
III – haver cumprido as obrigações militares fixadas em lei;
IV – estar em gozo dos direitos políticos;
V – ter boa conduta;
VI – gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica;
VII – ter-se habilitado previamente em concurso, salvo quando se tratar de cargos isolados para os
quais não haja essa exigência;
VIII – ter atendido às condições especiais, inclusive quanto à idade, prescrita no respectivo edital
de concurso.
Frisa-se que a lista apresentada não é exaustiva, podendo ser exigidos, em virtude das
atribuições do cargo, outros requisitos estabelecidos em lei, tal como a comprovação de expe-
riência mínima no ramo de atividade e a aprovação em curso de formação.
1.4. Exercício
Ocorrendo a posse, há a investidura de mais um servidor para os quadros funcionais da
Administração Pública Estadual.
E como forma do servidor conhecer o local da repartição para onde foi nomeado e se orga-
nizar melhor com relação a mudanças, hospedagem e demais procedimentos, a Lei Comple-
mentar n. 869/1952 faculta ao servidor o prazo de 30 dias, contados da posse, para a entrada
em exercício. Esse prazo, assim como ocorre com a posse, pode ser prorrogado por igual
período mediante requerimento do interessado.
Art. 70. O exercício do cargo ou da função terá início dentro do prazo de trinta dias, contados:
I – da data da publicação oficial do ato, nos casos de promoção, remoção, reintegração e designa-
ção para função gratificada;
II – da data da posse, nos demais casos.
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§ 1º Os prazos previstos neste artigo poderão ser prorrogados, por solicitação do interessado e a
juízo da autoridade competente, desde que a prorrogação não exceda a trinta dias.
§ 2º No caso de remoção e transferência, o prazo inicial para o funcionário em férias ou licenciado,
exceto no caso de licença para tratar de interesses particulares, será contado da data em que voltar
ao serviço.
O servidor deverá apresentar ao órgão competente, após ter tomado posse e antes de en-
trar em exercício, os elementos necessários a abertura do assentamento individual.
Constitui o exercício o efetivo desempenho do cargo público ou da função de confiança.
Nos termos da norma estadual, o chefe da repartição ou do serviço para que for designado
o funcionário é a autoridade competente para dar-lhe exercício.
É durante o exercício do servidor que os demais institutos se fazem presentes, de forma
que passa o servidor a contar com uma série de direitos e de obrigações, submetendo-se a
um período de estágio probatório e adquirindo, caso cumpra os requisitos previstos em lei, a
estabilidade.
Dessa forma, vejamos as demais previsões legais relacionadas ao exercício dos servidores
públicos do Estado de Minas Gerais:
Art. 68. O início, a interrupção e o reinicio do exercício serão registrados no assentamento indivi-
dual do funcionário.
Parágrafo único. O início do exercício e as alterações que neste ocorrerem serão comunicados, pelo
chefe da repartição ou serviço em que estiver lotado o funcionário, ao respectivo serviço de pes-
soal e às autoridades, a quem caiba tomar conhecimento.
Art. 71. O funcionário nomeado deverá ter exercício na repartição cuja lotação houver vaga.
Parágrafo único. O funcionário promovido poderá continuar em exercício na repartição em que
estiver servindo.
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Art. 72. Nenhum funcionário poderá ter exercício em serviço ou repartição diferente daquele em
que estiver lotado, salvo os casos previstos neste Estatuto ou prévia autorização do Governador
do Estado.
Parágrafo único. Nesta última hipótese, o afastamento do funcionário só será permitido para fim
determinado e por prazo certo.
Art. 73. Entende-se por lotação o número de funcionários de cada carreira e de cargos isolados que
devam ter exercício em cada repartição ou serviço.
Art. 74. O funcionário deverá apresentar ao órgão competente, após ter tomado posse e antes de
entrar em exercício, os elementos necessários a abertura do assentamento individual.
Art. 75. O número de dias que o funcionário gastar em viagem para entrar em exercício será consi-
derado, para todos os efeitos, como de efetivo exercício.
Parágrafo único. Esse período de trânsito será contado da data do desligamento do funcionário.
Art. 76. Nenhum funcionário poderá ausentar-se do Estado, para estudo ou missão de qualquer
natureza, com ou sem ônus para os cofres públicos, sem autorização ou designação expressa do
Governador do Estado.
Art. 77. O funcionário designado para estudo ou aperfeiçoamento fora do Estado, com ônus para os
cofres deste, ficará obrigado a prestar serviços pelo menos por mais três anos.
Parágrafo único. Não cumprida essa obrigação indenizará os cofres públicos da importância des-
pendida pelo Estado com o custeio da viagem de estudo ou aperfeiçoamento.
Art. 78. Salvo casos de absoluta conveniência, a juízo do Governador do Estado, nenhum funcio-
nário poderá permanecer por mais de quatro anos em missão fora do Estado, nem exercer outra
senão depois de corridos quatro anos de serviço efetivo no Estado, contados da data do regresso.
Art. 79. O funcionário preso por crime comum ou denunciado por crime funcional ou, ainda, conde-
nado por crime inafiançável em processo no qual não haja pronúncia será afastado do exercício até
decisão final passada em julgado.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, o funcionário perderá, durante o tempo do afastamento, um
terço do vencimento ou remuneração, com direito à diferença, se absolvido.
§ 2º No caso de condenação, e se esta não for de natureza que determine a demissão, será o fun-
cionário afastado, na forma deste artigo, a partir da decisão definitiva, até o cumprimento total da
pena, com direito, apenas, a um terço do vencimento ou remuneração.
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• disciplina;
• eficiência.
Ainda que o texto da norma afirme que o período de estágio probatório é de dois anos, de-
ve-se ressaltar que, com a entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 19, ocorrida em 1998,
o período para aquisição da estabilidade passou a ser de três anos.
Assim, ainda que a Constituição Federal nada mencione acerca do período necessário para
a aquisição de estabilidade, o entendimento esposado por toda a doutrina majoritária é de que
o período de estágio probatório deve ser de três anos, sendo este o prazo utilizado, atualmen-
te, no âmbito do serviço público.
A avaliação do servidor que se encontra em estágio probatório deve ser periódica e de
acordo com a periodicidade prevista em regulamento de cada órgão. No âmbito estadual, as
seguintes disposições devem ser observadas com relação à avaliação do servidor:
• sem prejuízo da remessa periódica do boletim de merecimento ao serviço de pessoal, o
diretor da repartição ou serviço em que sirva o funcionário, sujeito ao estágio probatório,
quatro meses antes da terminação deste, informará reservadamente ao órgão de pesso-
al sobre o funcionário, tendo em vista os requisitos de avaliação do período de estágio
probatório;
• em seguida, o órgão de pessoal formulará parecer escrito, opinando sobre o mereci-
mento do estagiário em relação a cada um dos requisitos e concluindo a favor ou con-
tra a confirmação;
• desse parecer, se contrário à confirmação, será dada vista ao estagiário (servidor em
estágio) pelo prazo de cinco dias;
• se o despacho do Governador do Estado for favorável à permanência do funcionário, a
confirmação não dependerá de qualquer novo ato;
• a apuração dos requisitos deverá processar-se de modo que a exoneração do funcioná-
rio possa ser feita antes de findo o período de estágio.
1.6. Estabilidade
A estabilidade constitui uma das principais garantias dos servidores públicos estatutários.
Por meio dela, objetiva-se proporcionar que o servidor desempenhe suas atribuições sem a
coação das autoridades superiores, que, não fosse a estabilidade, poderiam condicionar deter-
minados comportamentos dos servidores à exoneração do cargo público.
Como anteriormente mencionado, a estabilidade ocorre no âmbito do serviço público, e
não do cargo em que o servidor se encontra investigo. Nesse sentido, merece destaque o en-
tendimento de José dos Santos Carvalho Filho:
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A estabilidade é instituto que guarda relação com o serviço, e não com o cargo. Emana daí que, se
o servidor já adquiriu estabilidade no serviço ocupando determinado cargo, não precisará de novo
estágio probatório no caso de permanecer em sua carreira, cujos patamares são alcançados nor-
malmente pelo sistema de promoções.
Não se trata a estabilidade, no entanto, de uma regra absoluta, uma vez que não existem
direitos e garantias com essa qualidade.
Caso assim o fosse, estaríamos diante de um sério risco de engessamento do serviço
público, com a possibilidade surreal de existir servidores praticando faltas graves contra a Ad-
ministração sem a possibilidade de demissão.
Para que isso não ocorra, a Constituição de Minas Gerais estabelece, no art. 35, as hipóte-
ses em que o servidor público estadual estável poderá perder o cargo:
Art. 35. É estável, após três anos de efetivo exercício, o servidor público nomeado para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,
assegurada ampla defesa.
Além delas, há, de acordo com a Constituição Federal, a possibilidade de perda do cargo
do servidor estável como decorrência da redução de despesas em virtude da não observância,
pelos entes federativos, do limite máximo de gastos com pessoal.
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1.7. Vacância
As diversas hipóteses de vacância são situações em que o servidor público deixa o cargo
público anteriormente ocupado. Tais situações podem ser de caráter definitivo, oportunidade
em que o agente estatal rompe o seu vínculo com o Poder Público, ou então tratar-se de hipó-
teses em que ocorre a simples troca dos cargos ocupados pelo servidor.
Vejamos, tal como feito com as situações de provimento, as hipóteses de vacância previs-
tas no estatuto estadual, que podem ser melhor visualizadas por meio da tabela adiante:
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A exoneração não se trata de uma forma de punição do agente público, mas sim do rompi-
mento do vínculo mantido entre o servidor e a Administração Pública. Tal forma de vacân-
cia pode ocorrer de maneira voluntária ou involuntária.
É voluntária quando a exoneração ocorre a pedido do servidor. Tratando-se de exoneração
de ofício, de iniciativa do Poder Público, estaremos diante da exoneração involuntária.
De acordo com a norma estadual, são as seguintes as hipóteses ensejadoras de vacância
no serviço público:
Exoneração a) a pedido do servidor;
b) a critério do Governo quando se tratar de ocupante de cargo em comissão ou interino
em cargo de carreira ou isolado, de provimento efetivo;
c) quando o servidor não satisfizer as condições de estágio probatório;
d) quando o servidor interino em cargo de carreira ou isolado, de provimento efetivo, não
satisfizer as exigências para a inscrição, em concurso;
e) automaticamente, após a homologação do resultado do concurso para provimento do
cargo ocupado interinamente pelo servidor.
Ao contrário da exoneração, que é a saída não punitiva do servidor, as situações que acar-
retam a demissão são hipóteses previstas em lei em que o servidor comete alguma infra-
Demissão ção disciplinar ou não observa determinadas normas previstas no estatuto funcional.
Nesse sentido, o art. 107 da Lei Complementar n. 869/1952 estabelece que “a demissão
será aplicada como penalidade”.
Com o falecimento, ocorre a vacância no cargo público, que será, após a publicação no
Falecimento
Diário Oficial, objeto de preenchimento por novo servidor público.
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Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Minas Gerais – Parte I
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Como vimos nas hipóteses de provimento, com a promoção, o servidor é alçado a uma
nova classe na carreira, de forma que o cargo anteriormente ocupado fica vago.
Promoção
Por isso mesmo, essa é uma das hipóteses em que ocorre, simultaneamente, um provi-
mento e uma vacância.
Ainda com relação à vacância, deve ser informado que, verificada a vaga em uma carreira,
serão, na mesma data, consideradas abertas todas as que decorrerem do seu preenchimento.
Nesse sentido, as vagas são consideradas abertas nos seguintes momentos:
• do falecimento do ocupante do cargo;
• da publicação do decreto que transferir, aposentar, demitir ou exonerar o ocupante do
cargo;
• da publicação da lei que criar o cargo, e conceder dotação para o seu provimento, ou da
que determinar apenas esta última medida, se o cargo estiver criado;
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• da aceitação de outro cargo pela posse do mesmo, quando desta decorra acumulação
legalmente vedada.
2. Remoção e Substituição
2.1. Remoção
A remoção pode ser entendida como o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no
âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
Do conceito legal, nota-se que a remoção (que não é uma forma de provimento em cargo
público), pode ocorrer tanto por iniciativa do servidor quanto por iniciativa do Poder Público.
Nesse mesmo sentido, poderá a remoção dar-se com ou sem a mudança da sede onde o ser-
vidor desempenha suas atribuições, podendo ocorrer em duas diferentes situações:
Art. 80. A remoção, que se processará a pedido do funcionário ou “ex officio”, dar-se-á:
I – de uma para outra repartição ou serviço;
II – de um para outro órgão de repartição, ou serviço.
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2.2. Substituição
A substituição trata-se de instituto decorrente do princípio da continuidade dos serviços
públicos. Com ela, objetiva-se que o serviço não seja interrompido em razão da ausência do
titular da função. Caso assim não fosse, a coletividade usuária do serviço prestado é que seria
prejudicada pela sua interrupção.
Todos os órgãos ou entidades possuem cargos de chefia e funções de direção, sendo que
os servidores que ocupam tais funções, além de receber um adicional pelo exercício desempe-
nhado, exercem atividades que exigem um maior nível de responsabilidade.
Assim, quando os titulares desses cargos se ausentam (como, por exemplo, nas férias,
licenças ou afastamentos), o substituto, que deve ser anteriormente designado, assume cumu-
lativamente, ou seja, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício temporário das atribuições
do titular.
Nesse sentido, inclusive, é o texto do art. 24, que apresenta a seguinte redação:
Art. 24. Haverá substituição no impedimento do ocupante de cargo isolado, de provimento efetivo
ou em comissão, e de função gratificada.
Deve ser salientado que a substituição será automática ou dependerá de ato da Admi-
nistração.
Especificamente no caso de substituição não automática, a norma estabelece a regra de
que tal forma de substituição, quando ocorrer por período igual ou inferior a 180 dias, será
feita por ato do secretário ou diretor do departamento em que estiver lotado o cargo ou se
exercer a função gratificada.
O substituto, como regra geral, perderá, durante o tempo da substituição, o vencimento ou
remuneração do cargo de que for ocupante efetivo. A exceção fica por conta da substituição
para função gratificada, quando utilizada a opção pelo recebimento do cargo efetivo.
3. Da Frequência e do Horário
O expediente normal das repartições públicas será estabelecido pelo Governo, em de-
creto, no qual a determinará o número de horas de trabalho normal para os diversos cargos
e funções.
Assim sendo, deverá o servidor permanecer na repartição durante as horas do trabalho
ordinário e as do expediente.
A frequência dos servidores públicos estaduais será apurada por meio do ponto. Nesse
sentido, podemos conceituar “ponto” como o registro pelo qual é possível verificar, diariamen-
te, as entradas e saídas dos servidores em serviço.
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Nos registros de ponto, deverão ser lançados todos os elementos necessários à apuração
da frequência.
Como não poderia ser diferente, a regra geral é a de que todos os servidores estejam su-
jeitos ao regime de ponto, sendo tal prática utilizada, inclusive, para fins de pagamento de
pessoal. Nesse sentido, a norma estabelece que “salvo nos casos expressamente previstos
em lei ou regulamento, é vedado dispensar o funcionário de registro de ponto e abonar faltas
ao serviço”.
Em determinadas situações, no entanto, os servidores estarão dispensados do registro de
ponto. Em tais casos, o mais comum é a dispensa em virtude do desempenho de atividades
de confiança, de forma que o servidor não pode ficar vinculado a uma jornada específica de
trabalho.
Para efeito de pagamento, será apurada a frequência dos servidores da seguinte forma:
• pelo ponto;
• pela forma que for determinada, quanto aos servidores não sujeitos a ponto.
Considerando que o ponto é utilizado como base para fins de pagamento de pessoal, a
norma determina que o servidor perderá:
• o vencimento ou remuneração do dia, se não comparecer ao serviço;
• um quinto do vencimento ou remuneração, quando comparecer depois da hora marcada
para início do expediente, até 55 minutos;
• o vencimento ou remuneração do dia, quando comparecer na repartição sem a obser-
vância do limite horário estabelecido no item anterior;
• quatro quintos do vencimento ou remuneração, quando se retirar da repartição no fim da
segunda hora do expediente;
• três quintos do vencimento ou remuneração, quando se retirar no período compreendido
entre o princípio e o fim da terceira hora do expediente;
• dois quintos do vencimento ou remuneração, quando se retirar no período compreendi-
do entre o princípio e o fim da quarta hora;
• um quinto do vencimento ou remuneração, quando se retirar do princípio da quinta hora
em diante.
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Sendo assim, aos servidores que sejam estudantes será possibilitada, nos termos dos re-
gulamentos, tolerância quanto ao comparecimento normal do expediente da repartição, obe-
decidas as seguintes condições:
• deverá o interessado apresentar, ao órgão de pessoal respectivo, atestado fornecido
pela secretaria do instituto de ensino comprovando ser aluno do mesmo e declarando
qual o horário das aulas;
• apresentará o interessado, mensalmente, atestado de frequência às aulas, fornecido
pela aludida secretaria da escola;
• o limite da tolerância será, no máximo, de uma hora e trinta minutos por dia;
• comprometer-se-á o interessado a manter em dia e em boa ordem os trabalhos que lhe
forem confiados, sob pena de perda da regalia.
4. Tempo de Serviço
A apuração do tempo de serviço, para efeito de aposentadoria, promoção e adicionais, será
feita em dias.
Para efeito de aposentadoria e adicionais, o número de dias será convertido em anos, con-
siderados sempre estes como de 365 dias.
Feita a conversão, os dias restantes (até 182 dias) não serão computados, arredondando-
-se para um ano quando excederem esse número.
É importante mencionar que serão considerados de efetivo exercício, para os efeitos da
contagem de tempo de serviço, os dias em que o funcionário estiver afastado do serviço em
virtude de:
• férias e férias-prêmio;
• casamento, até oito dias;
• luto pelo falecimento do cônjuge, filho, pai, mãe e irmão até oito dias;
• exercício de outro cargo estadual, de provimento em comissão;
• convocação para serviço militar;
• júri e outros serviços obrigatórios por lei;
• exercício de funções de governo ou administração em qualquer parte do território es-
tadual, por nomeação do Governador do Estado;
• exercício de funções de governo ou administração em qualquer parte do território na-
cional, por nomeação do Presidente da República;
• desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal;
• licença ao funcionário acidentado em serviço ou atacado de doença profissional;
• licença à funcionária gestante;
• missão ou estudo de interesse da Administração, noutros pontos do território nacional
ou no estrangeiro, quando o afastamento houver sido expressamente autorizado pelo
Governador do Estado.
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Para efeito de promoção por antiguidade, será computado como de efetivo exercício o período
de licença para tratamento de saúde.
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RESUMO
A Lei Complementar 869, de 1952, é a norma que institui o regime jurídico dos servidores
públicos do Estado de Minas Gerais. É por meio das disposições da mencionada lei, desta for-
ma, que os servidores estatutários encontram todos os direitos e garantias a eles conferidos,
bem como os requisitos para o seu exercício.
No entanto, as disposições da Lei Complementar em questão não se aplicam a todos os
agentes públicos, mas sim apenas aos servidores públicos civis estaduais.
Os cargos, funções e empregos públicos são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
O prazo de validade do concurso público é de até dois anos, prorrogável, uma vez, por
igual período.
A Lei Complementar estabelece diversas formas de provimento de cargo público, sendo elas:
a) Nomeação;
b) Promoção;
c) Reintegração;
d) Readmissão;
e) Reversão;
f) Aproveitamento.
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b) em comissão, quando se tratar de cargo isolado que, em virtude de lei, assim deva
ser provido;
c) em substituição no impedimento legal ou temporário de ocupante de cargo isolado de
provimento efetivo ou em comissão.
No caso dos cargos efetivos, também chamados de cargo isolado de provimento efetivo
ou cargo de carreira, a nomeação, necessariamente, precisa de aprovação em concurso pú-
blico anteriormente realizado. Para os cargos em comissão, uma vez que são considerados
como de livre nomeação e exoneração, tal característica nem sempre está presente. Na subs-
tituição, a nomeação possui um prazo determinado de tempo, sendo pautada no princípio da
continuidade do serviço público.
A promoção ocorre quando o servidor é elevado para outra classe no âmbito da mesma
carreira, ocorrendo, com o provimento, a vacância no cargo de classe mais baixa e o provimen-
to no cargo de classe mais alta.
Como resultado, tem-se que ocorre simultaneamente uma vacância e um provimento, não
gerando saldo a ser reposto pela administração.
Reversão é o ato pelo qual o aposentado reingressa no serviço público, após verificação,
em processo, de que não subsistem os motivos determinantes da aposentadoria. Tal forma
de provimento pode ocorrer de duas formas: a pedido ou de ofício. Em nenhum caso poderá
ser realizada a reversão sem fique provada, em inspeção médica, a capacidade para o exercí-
cio da função.
O aproveitamento pode ser entendido como o chamado, feito pela administração pública,
para que o servidor público em disponibilidade volte a exercer suas atividades.
A reintegração consiste no retorno do servidor anteriormente demitido ao cargo anterior-
mente ocupado ou no cargo resultante de sua transformação, com ressarcimento de todas as
vantagens. Caso o cargo já tenha sido provido ou extinto, a reintegração ocorrerá em cargo de
natureza, vencimento ou remuneração equivalentes, respeitada a habilitação profissional. Para
que ocorra a reintegração, a demissão deverá ter sido invalidada por decisão administrativa ou
judicial.
Ocorrendo a nomeação, que deve ser publicada na imprensa oficial, o nomeado tem o pra-
zo de 30 dias para tomar posse. Tal prazo poderá ser prorrogado, por outros 30 dias, mediante
solicitação escrita e fundamentada do interessado e despacho da autoridade competente para
dar posse.
Caso não tome posse no prazo legal, o ato de nomeação será declarado sem efeito, uma
vez que a pessoa nomeada ainda não é considerada servidor público, fato que apenas ocorre
com a posse.
Cargo público é o criado por lei, em número certo, com a denominação própria e pago pe-
los cofres do Estado.
Classe é um agrupamento de cargos da mesma profissão e de igual padrão de vencimento.
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A partir da data em que entra em exercício, inicia-se, para o servidor ocupante de cargo
efetivo, o estágio probatório, período de avaliação onde diversos fatores são levados em conta
para a verificação da aptidão e da capacidade do agente público.
Tais condições, de acordo com a Lei Complementar 869, são as seguintes: a) idoneidade
moral; b) assiduidade; c) disciplina; d) eficiência.
O entendimento esposado por toda a doutrina majoritária é de que o período de estágio proba-
tório deve ser de 3 anos, sendo este o prazo utilizado, atualmente, no âmbito do serviço públi-
co.
Ainda que estável, o servidor público poderá perder o cargo público nas seguintes situações:
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (IBFC/AG SEG SOC/SEDS-MG/2014) De acordo com o Estatuto dos Funcionários Públi-
cos do Estado de Minas Gerais, as atribuições de cada carreira são definidas em:
a) Portaria.
b) Lei específica.
c) Regulamento.
d) Instrução normativa.
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GABARITO
1. c
2. C
3. a
4. E
5. C
6. E
7. E
8. E
9. E
10. C
11. d
12. E
13. C
14. C
15. C
16. C
17. C
18. C
19. C
20. a
21. d
22. c
23. c
24. E
25. E
26. E
27. C
28. E
29. C
30. d
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GABARITO COMENTADO
001. (IBFC/AG SEG SOC/SEDS-MG/2014) De acordo com o Estatuto dos Funcionários Pú-
blicos do Estado de Minas Gerais, as atribuições de cada carreira são definidas em:
a) Portaria.
b) Lei específica.
c) Regulamento.
d) Instrução normativa.
De acordo com o art. 7º, “as atribuições de cada carreira serão definidas em regulamento”.
Letra c.
De acordo com o art. 86, “a readaptação será sempre ‘ex officio’ e se fará nos termos do regu-
lamento próprio”.
Letra a.
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Nos termos da lei, carreira é um conjunto de classes da mesma profissão, escalonadas segun-
do os padrões de vencimentos. Logo, o conceito apresentado está correto.
Errado.
Nos termos do art. 3º, “cargo público, para os efeitos deste estatuto, é o criado por lei em nú-
mero certo, com a denominação própria e pago pelos cofres do Estado”.
Certo.
De acordo com o art. 2º, funcionário público é a pessoa legalmente investida em cargo público,
e não, conforme informa a questão, em emprego público.
Errado.
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As atribuições de cada carreira serão definidas em regulamento, conforme expressão do art. 7º.
De acordo com a lei, os cargos isolados são os que não se podem integrar em classes e cor-
respondem a certa e determinada função.
Errado.
De acordo com o art. 8º, “quadro é um conjunto de carreiras, de cargos isolados e de funções
gratificadas”.
Certo.
Para responder à questão, temos que fazer uso das disposições do art. 47, de seguinte redação:
Art. 47. A transferência “ex officio”, no interesse da administração, será feita mediante proposta do
Secretário de Estado ou Chefe do departamento autônomo.
Letra d.
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A questão está de acordo com a previsão do art. 2º do estatuto dos servidores. Apenas re-
lembrando que o termo funcionário é chamado, nos dias atuais, de servidor.
De acordo com o art. 3º, “cargo público, para os efeitos deste estatuto, é o criado por lei em nú-
mero certo, com a denominação própria e pago pelos cofres do Estado”.
Certo.
Devemos responder à questão com base nas disposições do art. 4º da norma estadual:
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Parágrafo único. São de carreira os que se integram em classes e correspondem a uma profissão;
isolados, os que não se podem integrar em classes e correspondem a certa e determinada função.
Certo.
De acordo com o art. 5º, “classe é um agrupamento de cargos da mesma profissão e de igual
padrão de vencimento”.
Certo.
Todos os cargos públicos devem, obrigatoriamente, ser criados por lei, conforme previsão do
art. 3º da lei complementar:
Art. 3º Cargo público, para os efeitos deste estatuto, é o criado por lei em número certo, com a de-
nominação própria e pago pelos cofres do Estado.
Certo.
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Estabelece a norma que são cargos isolados aqueles que não se podem integrar em classes e
correspondem a certa e determinada função.
Certo.
A questão deve ser respondida com base no art. 2º do estatuto dos servidores, de seguin-
te redação:
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Em conformidade com o art. 19, “os concursos deverão realizar-se dentro dos seis meses se-
guintes ao encerramento das respectivas inscrições”.
Letra d.
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a “c” (acesso) não se trata de uma forma de provi-
mento em cargo público. É importante salientar que, conforme mencionado em aula, a transferên-
cia não é admita, enquanto forma de provimento, pelo STF.
Tendo sido a demissão invalidada por sentença judicial, deverá o agente retornar ao serviço
público por meio do instituto da reintegração.
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Art. 50. A reintegração, que decorrerá de decisão administrativa ou sentença judiciária passada em
julgado, é o ato pelo qual o funcionário demitido reingressa no serviço público, com ressarcimento
dos prejuízos decorrentes do afastamento.
Letra c.
Ao contrário do que afirma a questão, a classe, de acordo com as disposições do art. 5º, é um
agrupamento de cargos da mesma profissão e de igual padrão de vencimento.
Errado.
Ao passo que são de carreira os cargos que se integram em classes e correspondem a uma
profissão, a norma define como isolados os cargos que não se podem integrar em classes e
correspondem a certa e determinada função.
Errado.
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Trata-se da previsão do art. 2º, que apresenta a definição de funcionário público (termo que, na
atualidade, é denominado de servidor público).
A questão está errada, uma vez que o conceito de classe envolve o agrupamento de cargos da
mesma profissão, e não de carreiras.
De acordo com o art. 8º, “quadro é um conjunto de carreiras, de cargos isolados e de funções
gratificadas”.
Letra d.
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Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
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Estatuto dos Servidores Públicos do
Estado de Minas Gerais – Parte II
SISTEMA DE ENSINO
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Sumário
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Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Minas Gerais – Parte II
Diogo Surdi
1. Direitos e Vantagens
Além do vencimento ou da remuneração do cargo público, o servidor estadual poderá, de
acordo com a norma complementar, auferir as seguintes vantagens:
• ajuda de custo;
• diárias;
• auxílio para diferença de caixa;
• abono de família;
• gratificações;
• honorários;
• quotas-partes e percentagens previstas em lei;
• adicionais previstos em lei.
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De acordo com a norma estadual, vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo efe-
tivo exercício do cargo correspondente ao padrão fixado em lei.
Remuneração, por sua vez, pode ser conceituada como a retribuição paga ao funcionário
pelo efetivo exercício do cargo correspondente ao padrão de vencimento e mais as quotas ou
porcentagens, que, por lei, lhe tenham sido atribuídas.
É importante salientar que tanto a remuneração quanto o vencimento não poderão, como
regra geral, ser objeto de arresto, sequestro ou penhora. As exceções, ou seja, situações em
que tais medidas podem acontecer, são as seguintes:
• quando se tratar de prestação de alimentos, na forma da lei civil;
• quando se tratar de dívida à Fazenda Pública.
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As demais regras concertantes à remuneração e ao vencimento podem ser mais bem visu-
alizadas por meio dos artigos a seguir:
Art. 122. Somente nos casos previstos em lei poderá perceber vencimento ou remuneração o fun-
cionário que não estiver no exercício do cargo.
Art. 123. O funcionário nomeado para exercer cargo isolado, provido em comissão, perderá o ven-
cimento ou remuneração ao cargo efetivo, salvo opção.
Art. 125. A partir da data da publicação do decreto que o promover, ao funcionário, licenciado ou
não, ficarão assegurados os direitos e o vencimento ou a remuneração decorrentes da promoção.
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Caso não vivam em comum, o abono será concedido ao que tiver os dependentes sob
sua guarda.
Se ambos tiverem a guarda, o abono será concedido a um e outro dos pais, de acordo
com a distribuição dos dependentes.
Duas outras informações são importantes com relação ao abono de família:
a) o abono será pago mesmo nos casos em que o servidor ativo ou inativo deixar de
perceber vencimento, remuneração ou provento;
b) o abono não está sujeito a qualquer imposto ou taxa, mas servirá de base para qual-
quer contribuição ou consignação em folha, inclusive para fins de previdência social.
Ao servidor que, no desempenho de suas atribuições comuns, pagar ou receber, em
moeda corrente, poderá ser concedido um auxílio, fixado em lei, para compensar as dife-
Auxílio para diferença
renças de caixa.
de Caia
O mencionado auxílio não poderá exceder a 5% do padrão de vencimento, e só será con-
cedido dentro dos limites da dotação orçamentária.
A ajuda de custo será concedida ao servidor que, em virtude de transferência, remoção,
designação para função gratificada, passar a ter exercício em nova sede, ou quando
designado para serviço ou estudo fora do Estado.
Observa-se assim que a ajuda de custo se trata de verba que possui o objetivo de inde-
nizar o servidor das despesas de viagem e de nova instalação. Além disso, a norma
determina que o transporte do servidor e de sua família correrá por conta do Estado.
Em determinadas situações, no entanto, será vedada a concessão de ajuda de custo,
sendo elas:
a) quando o servidor se afastar da sede, ou a ela voltar, em virtude de mandato eletivo;
b) quando o servidor for posto à disposição do Governo Federal, Municipal e de outro
Estado;
Ajuda de custo
c) quando o servidor for transferido ou removido a pedido ou permuta, inclusive.
De igual forma, precisamos conhecer as situações em que o servidor, tendo recebido a
ajuda de custo, estará obrigado a restituí-la.
Nessas situações, ainda que a vantagem tenha sido recebida, o agente deixou de cum-
prir com alguma determinação para o efetivo recebimento dos valores. Logo, a restitui-
ção trata-se de uma forma de ressarcir os cofres públicos.
De acordo com a norma, a restituição deve ocorrer nas seguintes situações:
a) quando o servidor não seguir para a nova sede dentro dos prazos determinados;
b) quando o servidor, antes de terminado o desempenho da incumbência que lhe foi
cometida, regressar da nova sede, pedir exoneração ou abandonar o serviço.
“E como será que ocorre o processo de restituição?”
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Considera-se repartição competente, para tal fim, aquela que dispuser de elementos
para certificar o tempo de serviço mediante fichas oficiais, cópias de folhas de paga-
mento ou registro de ponto.
2. Gratificações
De acordo com as disposições do art. 143 do Estatuto dos Servidores, são as seguintes as
gratificações que podem ser concedidas aos servidores públicos do Estado de Minas Gerais:
• pelo exercício em determinadas zonas ou locais;
• pela execução de trabalho de natureza especial, com risco de vida ou saúde;
• pela elaboração de trabalho técnico ou científico de utilidade para o serviço público;
• de representação, quando em serviço ou estudo no estrangeiro ou no país;
• quando regularmente nomeado ou designado para fazer parte do órgão legal de delibe-
ração coletiva ou para cargo ou função de confiança;
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Considerando que o decreto apenas estabelece algumas regras gerais acerca das mencio-
nadas gratificações, relacionei tais disposições, como forma de facilitar a compreensão, por
meio do quadro a seguir:
Gratificação pelo exercício em determinadas A gratificação em questão terá os seus valores estabelecidos
zonas ou locais em decreto.
Gratificação pela execução de trabalho de A gratificação em questão terá os seus valores estabelecidos
natureza especial, com risco de vida ou saúde em decreto.
Gratificação pela elaboração de trabalho Tal gratificação será arbitrada pelo Governador do Estado,
técnico ou científico de utilidade para o serviço após a respectiva conclusão.
público
A gratificação em questão será autorizada pelo Governador do
Estado, levando em conta o vencimento e a duração certa ou
Gratificação de representação, quando em presumível do estudo e as condições locais, salvo se a lei ou
serviço ou estudo no estrangeiro ou no país regulamento já dispuser a respeito.
A gratificação terá como limite mínimo 1/3 do vencimento do
servidor.
Gratificação em virtude de nomeação ou A gratificação será fixada no limite máximo de um terço do
designação para fazer parte do órgão legal de vencimento ou remuneração.
deliberação coletiva ou para cargo ou função
de confiança
A gratificação pela prestação de serviço extraordinário, que
não poderá, em hipótese alguma, exceder ao vencimento do
servidor, será:
a) previamente arbitrada pelo Secretário de Estado ou Diretor
de Departamento diretamente subordinado ao Governador do
Gratificação pela prestação de serviço Estado;
extraordinário b) paga por hora de trabalho prorrogado ou antecipado.
Entende-se por serviço extraordinário todo e qualquer traba-
lho previsto em regimento ou regulamento, executado fora da
hora do expediente regulamentar da repartição e previamente
autorizado pelo Secretário de Estado ou Diretor de Departa-
mento diretamente subordinado ao Governador do Estado.
Os servidores que exercem as funções de direção, de chefia
ou de assessoramento fazem jus a um adicional pago com
Gratificação de função de chefia prevista em base na complexidade da atribuição desempenhada.
lei Salienta-se, contudo, que o servidor que exerce tais funções
pode ser livremente dispensado pela autoridade competência,
não havendo obrigação de motivação para a prática do ato.
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3. Férias
O direito ao gozo de férias trata-se de uma regra que não é exclusiva dos servidores públi-
cos, devendo ser exercida por todos os trabalhadores da iniciativa privada.
Decorre o direito de férias, dessa forma, de uma previsão constitucional, conforme estabe-
lece o art. 7º, XVII, da Constituição Federal:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário nor-
mal;
Tratam-se as férias de um direito social que, ainda que inicialmente previsto para os tra-
balhadores da iniciativa privada, foi estendido aos servidores públicos de todos os entes
federados.
Em todas as situações, o servidor deve receber, quando do gozo de suas férias, um adicio-
nal de 1/3 sobre o total da remuneração.
As férias dos servidores públicos, no entanto, apresentam algumas peculiaridades com
relação ao direito conferido aos demais trabalhadores.
Nesse sentido, vejamos as disposições dos arts. 152 a 155 da norma estadual:
Art. 152. O funcionário gozará, obrigatoriamente, por ano, vinte e cinco dias úteis de férias, obser-
vada a escala que for organizada de acordo com conveniência do serviço, não sendo permitida a
acumulação de férias.
§ 1º Na elaboração da escala, não será permitido que entrem em gozo de férias, em um só mês,
mais de um terço de funcionários de uma seção ou serviço.
§ 2º É proibido levar à conta de férias qualquer falta ao trabalho.
§ 3º Ingressando no serviço público estadual, somente depois do 11º mês de exercício poderá o
funcionário gozar férias.
Art. 153. Durante as férias, o funcionário terá direito ao vencimento ou remuneração e a todas as
vantagens, como se estivesse em exercício exceto a gratificação por serviço extraordinário.
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Art. 154. O funcionário promovido, transferido ou removido, quando em gozo de férias, não será
obrigado a apresentar-se antes de terminá-las.
Art. 155. É facultado ao funcionário gozar férias onde lhe convier, cumprindo-lhe, entretanto, antes
do seu início, comunicar o seu endereço eventual ao chefe da repartição ou serviço a que estiver
subordinado.
§ 3º O servidor público terá, automaticamente, contado em dobro, para fins de aposentadoria e van-
tagens dela decorrentes, o tempo de férias-prêmio não gozadas.
4. Licenças
Atendidos os requisitos legais, o servidor público estadual poderá ser licenciado nas se-
guintes hipóteses:
• para tratamento de saúde;
• quando acidentado no exercício de suas atribuições ou atacado de doença profissional;
• por motivo de doença em pessoa de sua família;
• servidora gestante;
• quando convocado para serviço militar;
• para tratar de interesses particulares;
• servidora casada com servidor.
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Ao servidor que for convocado para o serviço militar e outros encargos de segu-
rança nacional, será concedida licença (com vencimento ou remuneração e
demais vantagens) descontada mensalmente a importância que receber na qua-
lidade de incorporado.
A licença em questão será concedida mediante comunicação do servidor ao
Licença para serviço militar chefe da repartição ou do serviço, acompanhada de documento oficial de que
prove a incorporação.
Tratando-se de servidor cuja incorporação tenha perdurado, pelo menos, um ano,
o chefe da repartição ou serviço a que tiver de se apresentar o funcionário poderá
conceder-lhe o prazo de 15 dias para reassumir o exercício, sem perda de venci-
mento ou remuneração.
Após dois anos de efetivo exercício, o servidor poderá obter licença, sem venci-
mento ou remuneração, para tratar de interesses particulares.
No caso, estamos diante de uma licença discricionária, ou seja, que pode ou não
Licença para tratar de ser concedida pela Administração Pública.
interesses particulares Nesse sentido, a norma determina que “a licença poderá ser negada quando o
afastamento do funcionário for inconveniente ao interesse do serviço”.
Não será concedida licença para tratar de interesses particulares nas seguintes
situações:
a) quando o servidor for nomeado, removido ou transferido, antes de assumir o
exercício;
b) quando o servidor, a qualquer título, estiver obrigado a realizar indenização ou
devolução aos cofres públicos.
A servidora casada com agente estadual, federal ou militar, terá direito a licença,
sem vencimento ou remuneração, quando o marido for mandado servir, indepen-
Licença à servidora casada dentemente de solicitação, em outro ponto do Estado ou do território nacional ou
com funcionário no estrangeiro.
A licença em questão será concedida mediante pedido, devidamente instruído, e
vigorará pelo tempo que durar a comissão ou nova função do marido.
5. Direito de Petição
Durante toda a vida funcional, o servidor fará jus a uma série de direitos e estará obrigado
a um rol não menos importante de obrigações.
Como estamos no meio de órgãos ou entidades que possuem alto grau de hierarquia em
suas estruturas, é de extrema importância que o servidor tenha meios de pleitear os direitos
que lhe são próprios nas situações em que se sentir coagido ou em que houver descaso por
parte dos seus superiores. Tais situações são atendidas por meio do direito de petição.
Por óbvio que os servidores terão um lapso de tempo para requerer aquilo que entenderem
de direito. Nesse sentido, temos que fazer uso das regras do art. 192 do estatuto estadual:
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Art. 192. O direito de pleitear na esfera administrativa prescreverá, em geral, nos mesmos prazos
fixados para as ações próprias cabíveis no judiciário, quanto à espécie.
Parágrafo único. Se não for o caso de direito que dê oportunidade à ação judicial, prescreverá a fa-
culdade de pleitear na esfera administrativa, dentro de 120 dias a contar da data da publicação ofi-
cial do ato impugnado ou, quando este for da natureza reservada, da data da ciência do interessado.
O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou
proferido a decisão e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.
É importante salientar que os pedidos de reconsideração e os recursos não terão efeito
suspensivo. No entanto, os pedidos que forem providos darão lugar às retificações necessá-
rias, retroagindo os seus efeitos à data do ato impugnado.
Isso quando outra solução jurídica, quanto aos efeitos relativos ao passado, não seja de-
terminada pela autoridade.
O servidor que se dirigir ao Poder Judiciário ficará obrigado a comunicar essa iniciativa a
seu chefe imediato para que este providencie a remessa do processo, se houver, ao juiz com-
petente, como peça instrutiva da ação judicial.
6. Acumulação
Nos termos da Constituição Federal de 1988, a regra é a vedação à acumulação remune-
rada de dois ou mais cargos públicos.
E tal regra se aplica a todos os cargos, empregos e funções da Administração direta ou
indireta de todos os entes federados.
Assim, ainda que o texto da Lei Complementar Estadual n. 869/1952 seja direcionado ape-
nas aos servidores públicos estaduais, por força da norma constitucional, a vedação à acumu-
lação é uma regra mais ampla e que não se restringe ao ente federativo regulado pelo presen-
te estatuto.
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7. Concessões
Sem prejuízo do vencimento, remuneração ou qualquer outro direito ou vantagem legal, o ser-
vidor poderá faltar ao serviço até oito dias consecutivos por motivo de:
• casamento;
• falecimento do cônjuge, filhos, pais ou irmãos.
No âmbito das concessões, três importantes regras estão previstas no texto da Lei Com-
plementar n. 869/1952, sendo elas:
• ao servidor licenciado para tratamento de saúde poderá ser concedido transporte, in-
clusive para as pessoas de sua família, por conta do Estado, fora da sede de serviço, se
assim o exigir o laudo médico oficial;
• poderá ser concedido transporte à família do servidor, quando este falecer fora da sede
de seus trabalhos, no desempenho de serviço;
• o vencimento ou a remuneração do servidor em atividade ou em disponibilidade e o
provento atribuído ao que estiver aposentado não poderão sofrer outros descontos que
não sejam previstos em lei.
Além disso, a norma apresenta um tratamento diferenciado com relação aos servidores
estudantes. Dessa forma, ao estudante matriculado em estabelecimento de ensino será con-
cedido, sempre que possível, horário especial de trabalho que possibilite a frequência regu-
lar às aulas.
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Também poderá o servidor estudante faltar ao serviço, sem prejuízo do vencimento, remu-
neração ou vantagens decorrentes do exercício, nos dias de prova ou de exame.
Art. 209. A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou culposo, que importe em pre-
juízo da Fazenda Estadual, ou de terceiro.
§ 1º A indenização de prejuízo causado à Fazenda Estadual no que exceder as forças da fiança,
poderá ser liquidada mediante o desconto em prestações mensais não excedentes da décima parte
do vencimento ou remuneração, à míngua de outros bens que respondam pela indenização.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiro, responderá o funcionário perante a Fazenda Estadual,
em ação regressiva, proposta depois de transitar em julgado a decisão de última instância que hou-
ver condenado a Fazenda a indenizar o terceiro prejudicado.
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Art. 212. As cominações civis, penais e disciplinares poderão cumular-se, sendo umas e outras
independentes entre si, bem assim as instâncias civil, penal e administrativa.
Exemplo: servidor público que utiliza materiais da repartição em atividades particulares e que,
para evitar que o fato chegue ao conhecimento de terceiros, faz uso da extorsão e da chanta-
gem.
Nesse caso, além de ser responsabilizado administrativamente pelo ato de improbidade admi-
nistrativa e civilmente caso tenha lesado o erário, responderá o servidor, da mesma forma, na
esfera penal, pois praticou o crime de extorsão em conexão com as demais práticas ilícitas.
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com alguma obrigação por ela não estar prevista expressamente no texto da norma que rege
a sua categoria funcional.
Vejamos a seguir a lista de deveres e de proibições elencadas pela norma em estudo:
DEVERES PROIBIÇÕES
I – assiduidade; I – referir-se de modo depreciativo, em informação,
II – pontualidade; parecer ou despacho, às autoridades e atos da admi-
III – discrição; nistração pública, podendo, porém, em trabalho assi-
IV – urbanidade; nado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da
V – lealdade às instituições constitucionais e adminis- organização do serviço;
trativas a que servir; II – retirar sem prévia autorização da autoridade com-
VI – observância das normas legais e regulamentares; petente qualquer documento ou objeto da repartição;
VII – obediência às ordens superiores, exceto quando III – promover manifestações de apreço ou desapreço
manifestamente ilegais; e fazer circular ou subscrever lista de donativos no
VIII – levar ao conhecimento da autoridade superior recinto da repartição;
irregularidade de que tiver ciência em razão do cargo; IV – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em
IX – zelar pela economia e conservação do material detrimento da dignidade da função;
que lhe for confiado; V – coagir ou aliciar subordinados com objetivos de
X – providenciar para que esteja sempre em ordem no natureza partidária;
assentamento individual a sua declaração de família; VI – participar da gerência ou administração de empresa
XI – atender prontamente: comercial ou industrial, salvo os casos expressos em
a) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; lei;
b) à expedição das certidões requeridas para a defesa VII – exercer comércio ou participar de sociedade
de direito. comercial, exceto como acionista, quotista ou coman-
datário;
VIII – praticar a usura em qualquer de suas formas;
IX – pleitear, como procurador ou intermediário, junto
às repartições públicas, salvo quando se tratar de per-
cepção de vencimentos e vantagens, de parente até
segundo grau;
X – receber propinas, comissões, presentes e vanta-
gens de qualquer espécie em razão das atribuições;
XI – contar a pessoa estranha à repartição, fora dos casos
previstos em lei, o desempenho de encargo que lhe com-
petir ou a seus subordinados.
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Um instrumento formal em que a Administração Pública, tendo como suporte o jus puniendi do Es-
tado (via Poder Disciplinar, espécie do gênero Poder Administrativo), apura a existência de infrações
de natureza funcional praticadas por seus servidores e, caso o apuratório resulte pela autoria da
prática infracional, aplica a sanção adequada e prevista em instrumento legal pertinente.
Assim sendo, o inquérito pode ser compreendido como uma espécie de fase preliminar
do processo administrativo disciplinar. Tal etapa trata-se de uma averiguação sumária e sigi-
losa, devendo ser iniciado e concluído no prazo improrrogável de 30 dias a partir da data de
designação.
Ficará dispensada a fase do inquérito administrativo quando forem evidentes as provas
que demonstrem a responsabilidade do indiciado ou indiciados.
Nenhuma penalidade, exceto repreensão, multa e suspensão, poderá decorrer das conclusões
a que chegar o inquérito, que é simples fase preliminar do processo administrativo.
É correto afirmar que o processo administrativo precederá sempre à demissão do servidor.
Sendo instaurado, o processo administrativo, que será realizado por uma comissão desig-
nada pela autoridade que houver determinado a sua instauração e composta de três funcio-
nários estáveis, se desenvolverá de acordo com os seguintes procedimentos:
• o processo administrativo deverá ser iniciado dentro do prazo improrrogável de três dias,
que serão contados da data da designação dos membros da comissão. Uma vez inicia-
do, o processo deverá ser concluído no prazo de 60 dias, a contar da data de seu início.
Em caso de força maior, o prazo poderá ser prorrogado por até 30 dias;
• os membros da comissão dedicarão todo o seu tempo aos trabalhos da mesma, ficando,
por isso, automaticamente dispensados do serviço de sua repartição, sem prejuízo do
vencimento, remuneração ou vantagens decorrentes do exercício, durante a realização
das diligências que se tornarem necessárias;
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Além das regras gerais relacionadas com o processo administrativo, a norma estabelece
um breve rito a ser observado em caso de abandono de cargo ou função por parte dos servi-
dores públicos estaduais.
Sendo assim, sempre que ocorrer o abandono de cargo ou de função, deverá o presidente
da comissão publicar no órgão oficial editais de chamamento do respectivo agente público. O
prazo dos editais de chamamento é de 20 dias.
Terminado o prazo, será dado início ao processo normal. Caso o servidor não compareça,
será designado um defensor.
Não sendo o caso de abandono por motivo de força maior ou de coação ilegal, que deverá
ser devidamente provada, a comissão proporá a expedição do decreto de demissão.
Um último ponto que merece destaque refere-se à revisão do processo. Assim, o processo
disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem
fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação
da penalidade aplicada.
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Art. 235. A qualquer tempo pode ser requerida a revisão de processo administrativo, em que se im-
pôs a pena de suspensão, multa, destituição de função, demissão a bem do serviço público, desde
que se aduzam fatos ou circunstâncias susceptíveis de justificar a inocência do acusado.
Parágrafo único. Tratando-se de funcionário falecido ou desaparecido, a revisão poderá ser requeri-
da por qualquer pessoa relacionada no assentamento individual.
Art. 236. Além das peças necessárias à comprovação dos fatos arguidos, o requerimento será obri-
gatoriamente instruído com certidão do despacho que impôs a penalidade.
Parágrafo único. Não constitui fundamento para revisão a simples alegação de injustiça da penali-
dade.
Concluída a instrução do processo, será ele, dentro de 10 dias, encaminhado, com relatório
da comissão, ao Governador do Estado, que o julgará.
Para esse julgamento, o Governador do Estado terá o prazo de 20 dias, podendo antes de-
terminar diligências que entenda necessárias ao melhor esclarecimento do processo.
Julgando procedente a revisão, o Governador do Estado tornará sem efeito as penalidades
aplicadas ao acusado. Além disso, o julgamento favorável do processo implica restabeleci-
mento de todos os direitos perdidos em consequência da penalidade aplicada.
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8.4. Penalidades
De acordo com as disposições da Lei Complementar Estadual n. 869/1952 (art. 244), são
as seguintes as penalidades passíveis de aplicação aos servidores públicos estaduais:
• repreensão;
• multa;
• suspensão;
• destituição de função;
• demissão;
• demissão a bem do serviço público.
São apenas essas as penalidades que passíveis de aplicação, ou seja, trata-se de uma lista
taxativa. Assim, não poderá a autoridade competente inovar e criar uma modalidade de pena-
lidade para ser aplicada ao servidor.
Da mesma forma, antes da aplicação de toda e qualquer penalidade, devem ser garantidos
o contraditório e a ampla defesa, sob pena de ser invalidado todo o processo de aplicação.
Para que tais direitos possam ser exercidos, a norma determina, por exemplo, que o ato
que demitir o servidor mencionará sempre a disposição legal em que se fundamenta.
Vamos conhecer as situações ensejadoras de aplicação de cada uma das penalidades
previstas em lei?
A pena de repreensão será aplicada por escrito em caso de desobediência ou falta de cum-
primento de deveres.
Repreensão
Havendo dolo ou má-fé, a falta de cumprimento de deveres, será punida com a pena de sus-
pensão.
A pena de multa será aplicada na forma e nos casos expressamente previstos em lei ou regu-
lamento.
Será responsabilizado pecuniariamente, sem prejuízo da sanção disciplinar que couber, o
chefe de repartição que ordenar a prestação de serviço extraordinário, sem que disponha do
necessário crédito.
Multa
O servidor que processar o pagamento de serviço extraordinário, sem observância do dis-
posto em lei, ficará obrigado a recolher aos cofres do Estado a importância respectiva.
Comprovada a flagrante desnecessidade da antecipação ou prorrogação do período de tra-
balho, o chefe da repartição que o tiver ordenado responderá pecuniariamente pelo serviço
extraordinário.
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Ainda que a norma não elenque a cassação da aposentadoria ou disponibilidade como uma
penalidade expressamente prevista, o art. 257 do Estatuto estabelece situações que, quando
configuradas, determinam a adoção da mencionada medida:
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8.3.1. Prescrição
Ainda que a Administração possua o dever de punir todas as infrações de que tiver co-
nhecimento, cumpre informar que as penalidades devem ser aplicadas dentro de um lapso de
tempo a partir da data em que o fato se tornou conhecido.
E isso em plena consonância com o princípio da segurança jurídica, uma vez que não é
admitida, em nosso ordenamento, a possibilidade de haver punições imprescritíveis.
Em outras palavras, isso implica afirmar que, mesmo que um servidor tenha cometido uma
infração e esta seja do conhecimento da Administração, caso a repartição competente não
tome as medidas legais (aplicação da penalidade) dentro de um determinado período, não
mais poderá o fazer, uma vez que a ação disciplinar estará prescrita.
Os prazos prescricionais diferem a depender da penalidade cabível. Nesse sentido, o art.
258 da norma em estudo estabelece o prazo de prescrição para cada uma das penas passíveis
de aplicação no estatuto estadual:
A depender da penalidade que está sendo aplicada, haverá diferentes autoridades compe-
tentes para a sua aplicação.
Nota-se, da relação apresentada, que as autoridades estão escalonadas de acordo com a
gravidade da penalidade que está sendo aplicada:
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Tendo sido sancionado com alguma das penalidades previstas em lei, o servidor poderá,
após o decurso de determinado período, requerer a reabilitação administrativa, que, em linhas
gerais, consiste na retirada, dos registros funcionais, das anotações das penas de repreensão,
multa, suspensão e destituição de função.
A reabilitação administrativa estende-se ao aposentado, desde que ocorram os requisitos
a ela vinculados. No entanto, nenhum caso de reabilitação importa direito a ressarcimento,
restituição ou indenização de vencimentos ou vantagens não percebidas no período de dura-
ção da pena.
Os procedimentos para o instituto da reabilitação, que apenas poderá ser concedida uma
vez, serão definidos em decreto. Ainda assim, a norma estabelece a competência do Secretá-
rio de Administração para decidir sobre a reabilitação, que deverá ouvir, previamente, o titular
da repartição de exercício do servidor.
“Mas, e quais são os prazos a serem observados para o processo de reabilitação?”
De acordo com o Estatuto, o prazo para a solicitação da reabilitação deverá atender aos
seguintes prazos:
• três anos para as penas de suspensão compreendidas entre 60 a noventa 90 dias, bem
como para destituição de função;
• dois anos para as penas de suspensão compreendidas entre 30 e 60 dias;
• um ano para as penas de suspensão de um 1 a trinta 30 dias, bem como de repreensão
ou de multa.
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RESUMO
Além do vencimento ou da remuneração do cargo público, o servidor estadual poderá au-
ferir as seguintes vantagens:
a) ajuda de custo;
b) diárias;
c) auxílio para diferença de caixa;
d) abono de família;
e) gratificações;
f) honorários;
g) quotas-partes e percentagens previstas em lei;
h) adicionais previstos em lei.
De acordo com a norma estadual, vencimento é a retribuição paga ao funcionário pelo
efetivo exercício do cargo correspondente ao padrão fixado em lei. Remuneração, por sua vez,
pode ser conceituada como a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo
correspondente ao padrão de vencimento e mais as quotas ou porcentagens, que, por lei, lhe
tenham sido atribuídas.
Importante salientar que tanto a remuneração quanto o vencimento não poderão, como
regra geral, ser objeto de arresto, sequestro ou penhora. As exceções, ou seja, situações em
que tais medidas podem acontecer, são as seguintes:
a) quando se tratar de prestação de alimentos, na forma da lei civil;
b) quando se tratar de dívida à Fazenda Pública.
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ções de 12 meses cada uma, desde que, em exames periódicos anuais, não se tenha verifi-
cado a cura.
Decorrido o prazo em questão, o servidor será submetido a inspeção médica. Sendo consi-
derado definitivamente inválido para o serviço público em geral, será ele aposentado.
Durante a licença, o servidor poderá permanecer aonde entender melhor, ficando obrigado,
no entanto, a comunicar por escrito o seu endereço ao chefe a que estiver imediatamente
subordinado.
Durante toda a vida funcional, o servidor fará jus a uma série de direitos e estará obrigado
a um rol não menos importante de obrigações. Como estamos no meio de órgãos ou entida-
des que possuem alto grau de hierarquia em suas estruturas, é de extrema importância que
o servidor tenha meios de pleitear os direitos que lhe são próprios nas situações em que se
sentir coagido ou em que houver descaso por parte dos seus superiores. Tais situações são
atendidas por meio do direito de petição.
O fluxo do processo de direito de petição observará as seguintes regras:
1º) É assegurado ao servidor o direito de requerer ou representar. O requerimento será
dirigido à autoridade competente para decidir e encaminhado por intermédio daquela a que
estiver imediatamente subordinado o requerente.
2º) O pedido de reconsideração será dirigido à autoridade que houver expedido o ato ou
proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.
3º) O requerimento e o pedido de reconsideração deverão ser despachados no prazo de 5
dias e decididos dentro de 30 dias, sendo improrrogáveis.
4º) Poderão ser interpostos recursos nas seguintes situações:
a) do indeferimento do pedido de reconsideração;
b) das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.
O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou
proferido a decisão e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.
Nos termos da constituição federal de 1988, a regra é a vedação à acumulação remune-
rada de dois ou mais cargos públicos. E tal regra se aplica a todos os cargos, empregos e
funções da administração direta ou indireta de todos os entes federados.
As exceções, nas estritas hipóteses constitucionais, ficam ainda condicionadas à compa-
tibilidade de horário entre os dois cargos públicos ocupados, sendo elas:
• Dois cargos de professor;
• Um cargo de professor com outro, técnico ou científico;
• Dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regula-
mentadas.
• Permissão de acumulação para os vereadores, desde que atendidos os requisitos legais;
• Permissão para os juízes e membros do Ministério Público exercerem o magistério;
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Assim sendo, o inquérito pode ser compreendido como uma espécie de fase preliminar
do processo administrativo disciplinar. Tal etapa trata-se de uma averiguação sumária e sigi-
losa, devendo ser iniciado e concluído no prazo improrrogável de 30 dias a partir da data de
designação.
Ficará dispensada a fase do inquérito administrativo quando forem evidentes as provas
que demonstrem a responsabilidade do indiciado ou indiciados.
Nenhuma penalidade, exceto repreensão, multa e suspensão, poderá decorrer das conclu-
sões a que chegar o inquérito, que é simples fase preliminar do processo administrativo. Desta
forma, é correto afirmar que o processo administrativo precederá sempre à demissão do ser-
vidor.
A qualquer tempo pode ser requerida a revisão de processo administrativo, em que se im-
pôs a pena de suspensão, multa, destituição de função, demissão a bem do serviço público,
desde que se aduzam fatos ou circunstâncias susceptíveis de justificar a inocência do acusado.
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Ainda que a administração possua o dever de punir todas as infrações de que tiver conhe-
cimento, cumpre informar que as penalidades devem ser aplicadas dentro de um lapso de
tempo a partir da data em que o fato se tornou conhecido. E isso em plena consonância com
o princípio da segurança jurídica, uma vez que não é admitida, em nosso ordenamento, a pos-
sibilidade de haver punições imprescritíveis.
A depender da penalidade que está sendo aplicada, teremos diferentes autoridades com-
petentes para a sua aplicação.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (IBFC/AG SEG SOC/SEDS-MG/SEDS-MG/2014) “Destina-se a indenizar o funcionário das
despesas de viagem e de nova instalação”. Essa finalidade, prevista no Estatuto dos Funcioná-
rios Públicos Civis do Estado de Minas Gerais, diz respeito:
a) À ajuda de custo.
b) Às diárias.
c) Às gratificações.
d) Aos honorários.
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que estão sujeitos os servidores do Estado de Minas Gerais. Tal documento contém as normas
que regulamentam o processo administrativo para apuração de irregularidades e aplicação das
devidas punições. Neste sentido, é correto afirmar que a qualquer tempo pode ser requerida a
revisão de processo administrativo, em que se impôs a pena de suspensão, multa, destituição
de função, demissão a bem do serviço público, desde que se aduzam fatos ou circunstâncias
susceptíveis de justificar a inocência do acusado.
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GABARITO
1. a 11. b 21. C
2. d 12. d 22. E
3. c 13. d 23. E
4. b 14. d 24. E
5. d 15. b 25. E
6. c 16. b 26. C
7. C 17. b 27. E
8. E 18. C 28. C
9. E 19. E 29. C
10. E 20. E 30. C
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GABARITO COMENTADO
001. (IBFC/AG SEG SOC/SEDS-MG/SEDS-MG/2014) “Destina-se a indenizar o funcionário das
despesas de viagem e de nova instalação”. Essa finalidade, prevista no Estatuto dos Funcioná-
rios Públicos Civis do Estado de Minas Gerais, diz respeito:
a) À ajuda de custo.
b) Às diárias.
c) Às gratificações.
d) Aos honorários.
De acordo com o § 1º do art. 132, “a ajuda de custo destina-se a indenizar o funcionário das
despesas de viagem e de nova instalação”.
Letra a.
Apenas a “d” não reflete um dos deveres dos servidores públicos mineiros. Diversamente, a
norma determina que os agentes devem observar as normas superiores, exceto quanto mani-
festadamente ilegais.
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d) por motivo de doença em pessoa de sua família na pessoa do pai, da mãe, dos filhos ou do
cônjuge de que não esteja legalmente separado.
Apenas a “c” não se trata de uma licença que pode ser concedida aos servidores públicos de
Minas Gerais. A licença para interesses particulares, em sentido oposto, abrange apenas os
interesses do servidor, e não dos membros de sua família.
Art. 179. Depois de dois anos de exercício, o funcionário poderá obter licença, sem vencimento ou
remuneração, para tratar de interesses particulares.
Letra c.
Para responder à questão, faremos uso da regra prevista no art. 159, de seguinte redação:
Art. 159. Aos funcionários interinos e aos em comissão não será concedida licença para tratar de
interesses particulares.
Letra b.
Os servidores interinos ou em comissão não terão direito, conforme previsão do Estatuto dos
Servidores, de usufruir da licença para tratar de interesses particulares.
Art. 159. Aos funcionários interinos e aos em comissão não será concedida licença para tratar de
interesses particulares.
Letra d.
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Dentre as opções, “c” é a que não apresenta uma previsão legal. Logo, não há possibilidade,
de acordo com o estatuto, do servidor ser licenciado “para exercer atividade política, durante
o período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo
eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral”.
Letra c.
Art. 179. Depois de dois anos de exercício, o funcionário poderá obter licença, sem vencimento ou
remuneração, para tratar de interesses particulares.
Certo.
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De acordo com o art. 184, “a autoridade que houver concedido a licença poderá, a todo tempo,
desde que o exija o interesse do serviço público, cassá-la, marcando razoável prazo para que o
funcionário licenciado reassuma o exercício”.
Errado.
A licença poderá ser concedida ao servidor que tenha sido transferido. O que a norma exige,
apenas, é que a concessão ocorra após este ter assumido o exercício do cargo.
Art. 180. Não será concedida licença para tratar de interesses particulares ao funcionário nomeado,
removido ou transferido, antes de assumir o exercício.
Errado.
A licença para tratar de interesses particulares trata-se de uma medida discricionária, podendo,
por isso mesmo, ser negada quando o afastamento do funcionário for inconveniente ao inte-
resse do serviço.
Errado.
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c) Quando ao funcionário se imputar qualquer prática de crime, a autoridade a que estiver su-
bordinado o acusado deverá determinar a instauração do processo administrativo para apurar
a prática delituosa e deverá considerar a hipótese de providenciar que se instaure, posterior-
mente, o inquérito policial.
d) Quando ao funcionário se imputar qualquer prática de crime, a autoridade a que estiver su-
bordinado o acusado deverá determinar a instauração do processo administrativo para apurar
a prática delituosa e, simultaneamente, o inquérito policial.
Para responder à questão, façamos uso das regras do art. 232 do estatuto dos servidores, de
seguinte redação:
Na situação narrada, João Carlos deverá ser suspenso, conforme determinação do art. 271 do
Estatuto dos Servidores. A suspensão em questão será de 90 dias. Posteriormente, em caso
de reincidência, João será demitido.
Art. 271. Será suspenso por noventa dias, e, na reincidência demitido o funcionário que fora dos
casos expressamente previstos em lei, regulamentos ou regimentos, cometer à pessoas estranhas
às repartições, o desempenho de encargos que lhe competirem ou aos seus subordinados.
Letra d.
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a) civilmente, apenas.
b) civil e penalmente, apenas.
c) administrativamente, apenas.
d) civil, penal e administrativamente.
De acordo com o art. 208, “pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário responde
civil, penal e administrativamente”.
Letra d.
De acordo com o art. 223 da norma estadual, o processo administrativo deverá ser iniciado
dentro do prazo improrrogável de três dias. Além disso, deverá ser concluído dentro do prazo
de 60 dias. Poderá o processo, em caso de necessidade, prorrogar o prazo do processo por
mais 30 dias.
Art. 223. O processo administrativo deverá ser iniciado dentro do prazo, improrrogável, de três dias
contados da data da designação dos membros da comissão e concluído no de sessenta dias, a
contar da data de seu início.
Parágrafo único. Por motivo de força-maior, poderá a autoridade competente prorrogar os trabalhos
da comissão pelo máximo de 30 dias.
Letra d.
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A resposta para a questão está no art. 237 da norma estadual, de seguinte teor:
Art. 237. O requerimento será dirigido ao Governador do Estado, que o despachará à repartição onde
se originou o processo.
Letra b.
De acordo com o art. 231, “as decisões serão sempre publicadas no órgão oficial, dentro do
prazo de oito dias”.
Letra b.
Na situação apresentada, estamos diante de abandono de cargo, infração que enseja a aplica-
ção da penalidade de demissão.
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De acordo com o art. 159, “aos funcionários interinos e aos em comissão não será concedida
licença para tratar de interesses particulares”.
Certo.
Art. 163. As licenças concedidas dentro de sessenta dias contados da terminação da anterior serão
consideradas como prorrogação.
Errado.
Estabelece o art. 169 que “o funcionário licenciado para tratamento de saúde não poderá dedi-
car-se a qualquer atividade remunerada”.
Errado.
Art. 170. Quando licenciado para tratamento de saúde, acidente no serviço de suas atribuições, ou
doença profissional, o funcionário receberá integralmente o vencimento ou a remuneração e demais
vantagens.
Certo.
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O prazo exigido para poder fazer uso da licença para tratar de interesses particulares é de dois
anos, e não três, conforme informa a questão.
Art. 179. Depois de dois anos de exercício, o funcionário poderá obter licença, sem vencimento ou
remuneração, para tratar de interesses particulares.
Errado.
A pena de repreensão será aplicada por escrito em caso de desobediência ou falta de cumpri-
mento de deveres, conforme previsão do art. 245.
Art. 245. A pena de repreensão será aplicada por escrito em caso de desobediência ou falta de
cumprimento de deveres.
Parágrafo único. Havendo dolo ou má-fé, a falta de cumprimento de deveres, será punida com a
pena de suspensão.
Errado.
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Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Minas Gerais – Parte II
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Ao contrário do que informa a questão, o processo administrativo contará com duas fases
distintas, sendo elas:
• inquérito administrativo;
• processo administrativo propriamente dito.
Errado.
Art. 235. A qualquer tempo pode ser requerida a revisão de processo administrativo, em que se im-
pôs a pena de suspensão, multa, destituição de função, demissão a bem do serviço público, desde
que se aduzam fatos ou circunstâncias susceptíveis de justificar a inocência do acusado.
Certo.
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LEI ESTADUAL N. 869/1952
Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Minas Gerais – Parte II
Diogo Surdi
Estabelece o art. 218 que “a autoridade que tiver ciência ou notícia da ocorrência de irregula-
ridades no serviço público é obrigado a promover-lhe a apuração imediata por meio de sumá-
rios, inquérito ou processo administrativo”.
Errado.
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LEI ESTADUAL N. 869/1952
Estatuto dos Servidores Públicos do Estado de Minas Gerais – Parte II
Diogo Surdi
De acordo com o art. 221, “o processo administrativo será realizado por uma comissão, desig-
nada pela autoridade que houver determinado a sua instauração e composta de três funcioná-
rios estáveis”.
Certo.
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Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
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