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COMPLEMENTAR
N. 840/2011
Regime Jurídico dos Servidores
Públicos do Distrito Federal – Parte II
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEI COMPLEMENTAR N. 840/2011
Regime Jurídico dos Servidores Públicos do Distrito Federal – Parte II
Diogo Surdi
Sumário
Regime Jurídico dos Servidores do Distrito Federal – Parte II..............................................................3
1. Férias...................................................................................................................................................................................3
2. Licenças.............................................................................................................................................................................5
3. Afastamentos.. ...............................................................................................................................................................8
4. Tempo de Serviço e Tempo de Contribuição...............................................................................................12
5. Direito de Petição......................................................................................................................................................15
6. Deveres............................................................................................................................................................................17
7. Regime Disciplinar.. ..................................................................................................................................................18
7.1. Responsabilidades................................................................................................................................................19
7.2. Infrações Disciplinares. . .....................................................................................................................................21
7.3. Sanções Disciplinares. . ...................................................................................................................................... 24
8. Processo de Apuração de Infração Disciplinar........................................................................................ 28
8.1. Sindicância. . ............................................................................................................................................................... 28
8.2. Processo Disciplinar.. .........................................................................................................................................30
8.3. Afastamento Provisório. . ..................................................................................................................................32
8.4. Comissão Processante......................................................................................................................................33
8.5. Fases Processuais.. ..............................................................................................................................................35
8.6. Revisão do Processo.. .........................................................................................................................................42
Resumo................................................................................................................................................................................45
Questões de Concurso................................................................................................................................................52
Gabarito............................................................................................................................................................................... 59
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................60
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1. Férias
O direito ao gozo de férias trata-se de uma regra que não é exclusiva dos servidores públi-
cos, devendo ser exercida por todos os trabalhadores da iniciativa privada. Decorre o direito de
férias, desta forma, de uma previsão constitucional, conforme estabelece o artigo 7º, XVII, da
Constituição Federal:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário nor-
mal;
Tratam-se as férias de um direito social que, ainda que inicialmente previsto para os tra-
balhadores da iniciativa privada, foi estendido aos servidores públicos de todos os entes
federados.
Em todas as situações, o servidor deve receber, quando do gozo de suas férias, um adicio-
nal de 1/3 sobre o total da remuneração.
As férias dos servidores públicos, no entanto, apresentam algumas peculiaridades com
relação ao direito conferido aos demais trabalhadores. Assim, as férias dos servidores po-
dem ser parceladas em até 3 etapas, desde que requeridas pelo servidor e no interesse da
administração.
Caso ocorra o parcelamento, os valores relativos às férias serão creditados quando da uti-
lização da primeira etapa, devendo ser observada a antecedência mínima de 2 dias.
Art. 125. A cada período de doze meses de exercício, o servidor faz jus a trinta dias de férias.
§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias, são exigidos doze meses de efetivo exercício.
§ 2º O disposto no § 1º não se aplica aos casos de férias coletivas, hipótese em que as primeiras
férias são proporcionais ao efetivo exercício.
§ 3º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
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§ 4º As férias podem ser acumuladas por até dois períodos, no caso de necessidade do serviço,
ressalvadas as hipóteses previstas em legislação específica.
§ 5º Mediante requerimento do servidor e no interesse da administração pública, as férias podem
ser parceladas em até três períodos, nenhum deles inferior a dez dias.
Art. 126. Até dois dias antes de as férias serem iniciadas, devem ser pagos ao servidor:
I – o adicional de férias;
II – o abono pecuniário, se deferido;
III – o adiantamento de parcela correspondente a quarenta por cento do valor líquido do subsídio ou
remuneração, desde que requerido.
Parágrafo único. O adiantamento de que trata o inciso III é descontado do subsídio ou remuneração
do servidor em quatro parcelas mensais e sucessivas de idêntico valor.
Por se tratar de direito social garantido constitucionalmente aos servidores públicos, a re-
gra é a de que as férias não podem ser interrompidas.
Os poucos casos em que é possível a interrupção são situações de extrema importância
para a continuidade do serviço público, conforme estabelece a Lei Complementar 840:
Art. 128. As férias somente podem ser suspensas por motivo de calamidade pública, comoção in-
terna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral ou por necessidade do serviço.
Parágrafo único. A suspensão das férias depende de:
I – portaria do Secretário de Estado ou autoridade equivalente, no Poder Executivo;
II – ato do Presidente da Câmara Legislativa ou do Tribunal de Contas, nos respectivos órgãos.
No âmbito do serviço público, tal como ocorre para as demais classes de trabalhadores,
é exigido um tempo mínimo de 12 meses de exercício para que o servidor adquira o direito ao
primeiro período de férias. Os demais períodos, no entanto, serão contados por exercício, não
havendo a necessidade de ser completado um ano de trabalho para a sua fruição.
Micheli entrou em exercício no serviço público em 29/10/2020. Para que ela tenha direito ao
gozo de férias, deve completar o período de 1 ano de efetivo exercício, período este que termi-
na em 28/10/2021. Nesta data, Micheli passa a ter direito de usufruir de suas férias.
Para os demais períodos, no entanto, não há necessidade da observância de 1 ano de efetivo
exercício. Nesta situação, Micheli poderia, perfeitamente, requerer suas férias para o início do
ano de 2020, uma vez que já estaríamos em um novo exercício.
Outro ponto bastante importante é sobre as férias dos servidores que operam constante-
mente com raio x ou outras substancias radioativas.
Para estes, há a expressa determinação de que deverão gozar do período de 20 dias de fé-
rias a cada semestre de atividade profissional, sendo vedada a sua acumulação. Além disso,
tais servidores não fazem jus ao abono pecuniário.
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2. Licenças
Estabelece a Lei Complementar 840/2011 uma série de licenças passíveis de utilização
pelo servidor público distrital, sendo elas:
a) por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
b) por motivo de doença em pessoa da família;
c) para o serviço militar;
d) para atividade política;
e) servidor;
f) para tratar de interesses particulares;
g) para desempenho de mandato classista;
h) paternidade;
i) maternidade;
j) médica ou odontológica.
Antes de conhecermos as características de cada uma das licenças, é importante saber-
mos que a licença concedida dentro de 60 dias do término de outra da mesma espécie é con-
siderada como prorrogação.
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O servidor que não tiver falta injustificada no ano anterior faz jus
ao abono de ponto de cinco dias.
Para aquisição do direito ao abono de ponto, é necessário que o
servidor tenha estado em efetivo exercício de 1º de janeiro a 31
de dezembro do ano aquisitivo.
O direito ao gozo do abono de ponto extingue-se em 31 de
dezembro do ano seguinte ao do ano aquisitivo.
Abono de Ponto
O gozo do abono de ponto pode ser em dias intercalados, com
a ressalva de que o número de servidores em gozo de abono
de ponto não pode ser superior a 1/5 da lotação da respectiva
unidade administrativa do órgão, autarquia ou fundação.
Ocorrendo a investidura após 1º de janeiro do período aquisitivo,
o servidor faz jus a 1 dia de abono de ponto por bimestre de
efetivo exercício, até o limite de 5 dias.
3. Afastamentos
A doutrina não identifica uma diferença precisa entre os afastamentos e as licenças pas-
síveis de concessão ao servidor público. Em ambos os casos, estamos diante de um direito,
possibilitando que o servidor se ausente sem que, via de regra, ocorra a perda da respectiva re-
muneração ou a cessação da contagem do tempo de afastamento como de efetivo exercício.
De acordo com a Lei Complementar 840/2011, podemos identificar os seguintes
afastamentos:
Pode ser concedida licença ao servidor estável para acompanhar cônjuge
ou companheiro que for deslocado para:
a) trabalhar em localidade situada fora da Região Integrada de
Licença por
Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal e Entorno – RIDE;
Motivo de
b) exercer mandato eletivo em Estado ou Município não compreendido na
Afastamento
RIDE.
do Cônjuge ou
A licença em questão será pelo prazo de até 5 anos, acarretando, durante
Companheiro
o período, a perda da remuneração ou subsídio.
No entanto, a manutenção do vínculo conjugal deve ser comprovada
anualmente, sob pena de cancelamento da licença.
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O servidor que não tiver falta injustificada no ano anterior faz jus ao
abono de ponto de cinco dias.
Para aquisição do direito ao abono de ponto, é necessário que o servidor
tenha estado em efetivo exercício de 1º de janeiro a 31 de dezembro do
ano aquisitivo.
O direito ao gozo do abono de ponto extingue-se em 31 de dezembro do
ano seguinte ao do ano aquisitivo.
Abono de Ponto
O gozo do abono de ponto pode ser em dias intercalados, com a ressalva
de que o número de servidores em gozo de abono de ponto não pode ser
superior a 1/5 da lotação da respectiva unidade administrativa do órgão,
autarquia ou fundação.
Ocorrendo a investidura após 1º de janeiro do período aquisitivo, o
servidor faz jus a 1 dia de abono de ponto por bimestre de efetivo
exercício, até o limite de 5 dias.
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I – as férias;
II – as seguintes ausências:
a) por um dia para: doar sangue ou realizar, uma
I – a falta injustificada ao serviço e a
vez por ano, exames médicos preventivos ou
não compensada na forma desta Lei
periódicos voltados ao controle de câncer de
Complementar;
próstata, de mama ou do colo de útero;
II – o período em que o servidor estiver:
b) por até dois dias, para se alistar como eleitor ou
a) licenciado ou afastado sem remuneração;
requerer transferência do domicílio eleitoral;
b) cumprindo sanção disciplinar de suspensão;
c) por oito dias consecutivos, incluído o dia
III – o período decorrido entre:
da ocorrência, em razão de casamento ou do
a) a exoneração e o exercício em outro cargo
falecimento do cônjuge, companheiro, parceiro
de provimento efetivo;
homoafetivo, pai, mãe, padrasto, madrasta, filho,
b) a concessão de aposentadoria voluntária e a
irmão, enteado ou menor sob guarda ou tutela.
reversão;
III – a licença:
c) a data de publicação do ato de reversão,
a) maternidade ou paternidade;
reintegração, recondução ou aproveitamento
b) médica ou odontológica;
e o retorno ao exercício do cargo.
c) servidor;
d) para o serviço militar obrigatório;
IV – o abono de ponto;
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Da análise das disposições legais, consegue-se observar que três são as diferentes possi-
bilidades com relação à contagem de tempo.
a) situações que são computadas como de efetivo exercício;
b) situações que não são consideradas como de efetivo exercício;
c) situações que apenas são computadas para fins de disponibilidade;
Além disso, precisamos saber que a lei em questão estabelece uma série de vedações
relacionadas com a contagem de tempo.
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Tais vedações possuem o objetivo de evitar que a contagem privilegie determinados agen-
tes públicos, gerando, com isso, benefícios indevidos aos agentes estatais. Neste sentido, é
vedado proceder:
I – ao arredondamento de dias faltantes para complementar período, ressalvados os casos
previstos nesta Lei Complementar;
II – a qualquer forma de contagem de tempo de serviço fictício;
III – à contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente:
a) em diferentes cargos do serviço público;
b) em cargo do serviço público e em emprego na administração indireta ou na iniciati-
va privada;
IV – à contagem do tempo de serviço já computado:
a) em órgão ou entidade em que o servidor acumule cargo público;
b) para concessão de aposentadoria em qualquer regime de previdência social pelo qual o
servidor receba proventos.
Em consonância com a legislação previdenciária, a Lei Complementar 840/2011 apresenta
as diversas formas como a contagem do tempo de contribuição será feito:
De contribuição
De serviço na carreira
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5. Direito de Petição
Durante toda a vida funcional, o servidor fará jus a uma série de direitos e estará obrigado
a um rol não menos importante de obrigações.
Como estamos no meio de órgãos ou entidades que possuem alto grau de hierarquia em
suas estruturas, é de extrema importância que o servidor tenha meios de pleitear os direitos
que lhe são próprios nas situações em que se sentir coagido ou em que houver descaso por
parte dos seus superiores. Tais situações são atendidas por meio do direito de petição.
Art. 168. É assegurado ao servidor o direito de petição junto aos órgãos públicos onde exerce suas
Por óbvio que os servidores terão um lapso de tempo para requerer aquilo que entenderem
de direito. Neste sentido, devemos fazer uso do artigo 175 da Lei Complementar 840, que esta-
belece o prazo prescricional para o direito de petição do servidor público distrital:
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Feita a
Servidor entra com reconsideração, a
O prazo para entrar mesma autoridade
o requerimento com o pedido de
administrativo que julgou o
reconsideração é processo
de 30 dias anteriormente terá
o prazo de 5 dias
para despachar e
30 para decidir
Tal requerimento é
direcionado à Da decisão da
autoridade que autoridade, cabe
Da decisão da
terá competência pedido de
reconsideração,
para decidir reconsideração
cabe recurso no
prazo de 30 dias
A autoridade
Quem encaminha o competente Da decisão do
requerimento é a possui o prazo de recurso, cabe
autoridade 5 dias para novo pedido de
imediatamente despachar e 30 recurso, de
superior do servidor dias para julgar acordo com a
estrutura do
órgão ou entidade
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6. Deveres
De acordo com o estatuto distrital, temos uma série de deveres para os servidores públicos
regidos pela norma.
Salienta-se que a lista de deveres apresentada não é taxativa, mas sim meramente exem-
plificativa, de forma que o servidor não pode alegar que deixou de cumprir com alguma obri-
gação por ela não estar prevista expressamente no texto da norma que rege a sua categoria
funcional.
Sendo assim, são os seguintes os deveres do servidor público distrital:
I – exercer com zelo e dedicação suas atribuições;
II – manter-se atualizado nos conhecimentos exigidos para o exercício de suas atribuições;
III – agir com perícia, prudência e diligência no exercício de suas atribuições;
IV – atualizar, quando solicitado, seus dados cadastrais;
V – observar as normas legais e regulamentares no exercício de suas atribuições;
VI – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
VII – levar ao conhecimento da autoridade superior as falhas, vulnerabilidades e as irregula-
ridades de que tiver ciência em razão do cargo público ou função de confiança;
VIII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder;
IX – zelar pela economia do material e pela conservação do patrimônio público;
X – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
XI – ser leal às instituições a que servir;
XII – ser assíduo e pontual ao serviço;
XIII – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
XIV – declarar-se suspeito ou impedido nas hipóteses previstas em lei ou regulamento;
XV – tratar as pessoas com civilidade;
XVI – atender com presteza:
a) o público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas
por sigilo;
b) os requerimentos de expedição de certidões para defesa de direito ou esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
c) as requisições para a defesa da administração pública.
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7. Regime Disciplinar
A origem do regime disciplinar está intimamente ligada a alguns conceitos elementares
do Direito Administrativo, mais precisamente os relacionado com os poderes hierárquico e
disciplinar.
De acordo com a doutrina, é por meio do poder disciplinar que a administração púbica
pode punir tanto os seus agentes internos quanto os particulares que estejam ligados a ela por
algum vínculo específico.
Dessa forma, existe poder disciplinar quando a administração pública aplica a penalida-
de de advertência a um determinado servidor que se encontra a ela subordinado. Do mesmo
modo, temos uma manifestação do poder disciplinar quando um órgão público, verificando
que um licitante não cumpriu com as obrigações estipuladas em um contrato administrativo,
aplica a sanção de suspensão.
Em ambos os casos, tivemos uma penalidade sendo aplicada. No entanto, em apenas um
desses casos a pessoa punida estava subordinada à administração.
E é justamente tal característica (subordinação) a base de outro importante poder: o hie-
rárquico. Por meio dele, a administração possui as prerrogativas de delegar, avocar, fiscalizar
e aplicar sanções.
Tudo isso nos permite afirmar que o regime disciplinar da administração pública é decor-
rência direta do poder disciplinar e indireta do poder hierárquico.
Nos termos da Lei Complementar 840/2011, o regime disciplinar dos servidores distritais
está construído em três capítulos: responsabilidades, infrações disciplinares e sanções dis-
ciplinares.
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7.1. Responsabilidades
De acordo com as disposições da lei em estudo, três são as esferas de responsabilidade a
que os servidores públicos estão submetidos, sendo elas: civil, administrativa e penal.
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Enquadram-se no conceito de responsabilidade
civil todas as ações ou omissões do servidor público que, agindo em nome da administração,
cause algum dano ao particular ou ao próprio Poder Público.
Neste caso, considerando que vigora, em nosso ordenamento jurídico, a teoria da impu-
tação (por meio do qual todas as ações do servidor, no desempenho de suas atividades, são
atribuídas ao órgão ou à entidade no qual ele desempenha suas atribuições), caberá ao Poder
Público, inicialmente, responder pelos danos causados.
Tendo a administração indenizado o particular, verifica ela se a atuação do agente públi-
co ocorreu com dolo ou culpa. Em caso positivo, pode ajuizar uma ação regressiva contra
o servidor.
A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor.
A responsabilidade administrativa, por sua vez, resulta de ato omissivo ou comissivo pra-
ticado pelo servidor no desempenho do cargo ou função.
A responsabilidade administrativa perante a administração pública não exclui a competên-
cia do Tribunal de Contas prevista na Lei Orgânica do Distrito Federal.
As três esferas de responsabilização são independentes, de forma que é perfeitamente
cabível que duas ou mais delas sejam acumuladas e imputadas ao servidor.
Como exemplo, podemos citar o servidor público que utiliza materiais da repartição em ativi-
dades particulares e que, para evitar que o fato chegue ao conhecimento de terceiros, faz uso
da extorsão e da chantagem.
Neste caso, além de ser responsabilizado administrativamente pelo ato de improbidade admi-
nistrativa e civilmente caso tenha lesado o erário, responderá o servidor, da mesma forma, na
esfera penal, pois praticou o crime de extorsão em conexão com as demais práticas ilícitas.
A regra da acumulação de esferas, no entanto, apresenta duas exceções, que são as situ-
ações em que a absolvição na esfera penal acarreta a absolvição na esfera administrativa.
Para que isso ocorra, não basta a simples absolvição penal, mas sim que esta expressa-
mente negue a existência do fato ou de sua autoria.
No primeiro caso, prova-se que o fato imputado ao servidor não ocorreu. No segundo, ain-
da que o fato tenha ocorrido, a autoria da infração comprovadamente não é do servidor.
Em ambas as situações, a decisão na órbita penal apenas exercerá influência na esfera
administrativa caso tenha transitado em julgado, ou seja, quando não puder mais ser objeto
de recursos.
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A norma complementar apresenta, ainda, uma série de regras relacionadas com a respon-
sabilidade do servidor público distrital.
Art. 184. A responsabilidade perante o Tribunal de Contas decorre de atos sujeitos ao controle ex-
terno, nos termos da Lei Orgânica do Distrito Federal.
Art. 185. A perda do cargo público ou a cassação de aposentadoria determinada em decisão judi-
cial transitada em julgado dispensa a instauração de processo disciplinar e deve ser declarada pela
autoridade competente para fazer a nomeação.
Art. 186. A responsabilidade administrativa, apurada na forma desta Lei Complementar, resulta de
infração disciplinar cometida por servidor no exercício de suas atribuições, em razão delas ou com
elas incompatíveis.
§ 1º A responsabilidade administrativa do servidor, observado o prazo prescricional, permanece em
relação aos atos praticados no exercício do cargo:
I – após a exoneração;
II – após a aposentadoria;
III – após a vacância em razão de posse em outro cargo inacumulável;
IV – durante as licenças, afastamentos e demais ausências previstos nesta Lei Complementar.
§ 2º A aplicação da sanção cominada à infração disciplinar decorre da responsabilidade adminis-
trativa, sem prejuízo:
I – de eventual ação civil ou penal;
II – do ressarcimento ao erário dos valores correspondentes aos danos e aos prejuízos causados à
administração pública;
III – da devolução ao erário do bem ou do valor público desviado, nas mesmas condições em que
se encontravam quando da ocorrência do fato, com a consequente indenização proporcional à de-
preciação.
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LEI COMPLEMENTAR N. 840/2011
Regime Jurídico dos Servidores Públicos do Distrito Federal – Parte II
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A infrações médias são subdivididas em dois grupos, sendo eles o grupo I e o grupo II.
Infrações Médias do Grupo I Infrações Médias do Grupo II
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Regime Jurídico dos Servidores Públicos do Distrito Federal – Parte II
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Assim como ocorre com as infrações médias, as infrações graves também são divididas
em dois diferentes grupos:
Infrações Graves do Grupo I Infrações Graves do Grupo II
I – incorrer na hipótese de:
a) abandono de cargo;
b) inassiduidade habitual;
II – acumular ilegalmente cargos, empregos, funções
públicas ou proventos de aposentadoria, salvo se for
feita a opção na forma desta Lei Complementar;
III – proceder de forma desidiosa, incorrendo
repetidamente em descumprimento de vários
I – praticar, dolosamente, ato definido
deveres e atribuições funcionais;
em lei como:
IV – acometer-se de incontinência pública ou ter
a) crime contra a administração pública;
conduta escandalosa na repartição que perturbe a
b) improbidade administrativa;
ordem, o andamento dos trabalhos ou cause dano à
II – usar conhecimentos e informações
imagem da administração pública;
adquiridos no exercício de suas
V – cometer insubordinação grave em serviço,
atribuições para violar ou tornar
subvertendo a ordem hierárquica de forma ostensiva;
vulnerável a segurança, os sistemas de
VI – dispensar licitação para contratar pessoa
informática, sites ou qualquer outra
jurídica que tenha, como proprietário, sócio ou
rotina ou equipamento da repartição;
administrador:
III – exigir, solicitar, receber ou aceitar
a) pessoa de sua família ou outro parente, por
propina, gratificação, comissão,
consanguinidade até o terceiro grau, ou por
presente ou auferir vantagem indevida
afinidade;
de qualquer espécie e sob qualquer
b) pessoa da família de sua chefia mediata ou
pretexto. Destaca-se que não se
imediata ou outro parente dela, por consanguinidade
considera presente o brinde definido na
até o terceiro grau, ou por afinidade;
legislação.
VII – dispensar licitação para contratar pessoa física
IV – valer-se do cargo para obter
de família ou parente;
proveito indevido para si ou para
VIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de
outrem, em detrimento da dignidade da
estado estrangeiro;
função pública;
IX – exercer o comércio, exceto na qualidade de
V – utilizar-se de documento
acionista, cotista ou comanditário;
sabidamente falso para prova de fato ou
X – participar de gerência ou administração de
circunstância que crie direito ou extinga
sociedade ou empresa privada, personificada ou não
obrigação perante a administração
personificada, salvo:
pública distrital.
a) nos casos previstos na norma complementar;
b) nos períodos de licença ou afastamento do cargo
sem remuneração, desde que não haja proibição em
sentido contrário, nem incompatibilidade;
c) em instituições ou entidades beneficentes,
filantrópicas, de caráter social e humanitário e sem
fins lucrativos, quando compatíveis com a jornada de
trabalho.
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Imaginemos a situação onde um servidor foi punido com suspensão. No entanto, como a repar-
tição em questão possui poucos servidores, seria mais danoso para o serviço público se o ser-
vidor penalizado permanecesse sem trabalhar durante o prazo de cumprimento da penalidade.
Ainda que a administração tenha o dever de punir, esta punição não poderá resultar em um
prejuízo maior à sociedade, haja vista ser esta a titular do interesse público.
Assim, como meio de penalizar o servidor e não prejudicar a população, a administração poderá
converter a pena de suspensão em uma multa, situação em que o servidor permanecerá traba-
lhando e receberá apenas 50% do que ganharia por dia normal de trabalho.
No que se refere às sanções de advertência e suspensão, temos que estas, depois de de-
corrido certo lapso de tempo, terão seus registros cancelados dos assentamentos funcionais
do servidor que houver sofrido a penalidade, sem que tal providência gere qualquer espécie de
direito retroativo. Neste sentido, estabelece o artigo 201 da norma distrital:
Art. 201. A advertência e a suspensão têm seus registros cancelados, após o decurso de três e
cinco anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado
nova infração disciplinar, igual ou diversa da anteriormente cometida.
§ 1º O cancelamento da sanção disciplinar não surte efeitos retroativos e é registrado em certidão
formal nos assentamentos funcionais do servidor.
§ 2º Cessam os efeitos da advertência ou da suspensão, se lei posterior deixar de considerar como
infração disciplinar o fato que as motivou.
§ 3º A sanção disciplinar cancelada nos termos deste artigo não pode ser considerada para efeitos
de reincidência.
A demissão é a sanção pelas infrações disciplinares graves, pela qual se impõe ao servidor
efetivo a perda do cargo público por ele ocupado, podendo ser cominada com o impedimento
de nova investidura em cargo público.
A demissão também será aplicada quando a infração grave for cometida por servidor efe-
tivo no exercício de cargo em comissão ou função de confiança do Poder Executivo ou Legis-
lativo do Distrito Federal.
Além disso, a norma determina a aplicação de demissão nas situações de reincidência das
infrações médias do grupo II.
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A cassação de aposentadoria é a sanção por infração disciplinar que houver sido cometida
pelo servidor em atividade, pela qual se impõe a perda do direito à aposentadoria, podendo ser
cominada com o impedimento de nova investidura em cargo público.
A cassação de disponibilidade é a sanção por infração disciplinar que houver sido come-
tida em atividade, pela qual se impõe a perda do cargo público ocupado e dos direitos decor-
rentes da disponibilidade, podendo ser cominada com o impedimento de nova investidura em
cargo público.
A destituição do cargo em comissão é a sanção por infração disciplinar média ou grave,
pela qual se impõe ao servidor sem vínculo efetivo com o Distrito Federal a perda do cargo em
comissão por ele ocupado, podendo ser cominada com o impedimento de nova investidura em
outro cargo efetivo ou em comissão.
DICA
A demissão, a cassação de aposentadoria ou disponibilidade
ou a destituição de cargo em comissão, quando motivada por
infração disciplinar grave do grupo II, implica na incompatibili-
zação para nova investidura em cargo público do Distrito Fede-
ral pelo prazo de 10 anos, sem prejuízo de ação cível ou penal
e das demais medidas administrativas.
Ainda que a administração possua o dever de punir todas as infrações de que tiver conheci-
mento, cumpre informar que as penalidades devem ser aplicadas dentro de um lapso de tempo
a partir da data em que o fato se tornou conhecido.
E isso em plena consonância com o princípio da segurança jurídica, uma vez que não é
admitida, em nosso ordenamento, a possibilidade de haver punições imprescritíveis.
Em outras palavras, isso implica em afirmar que, mesmo que um servidor tenha cometido
uma infração e esta seja do conhecimento da administração, caso a repartição competente
não tome as medidas legais (aplicação da penalidade) dentro de um determinado período, não
mais poderá o fazer, uma vez que a ação disciplinar estará prescrita.
Os prazos prescricionais diferem a depender da penalidade cabível. Neste sentido, o artigo
208 da Lei Complementar 840 estabelece o prazo de prescrição para cada uma das penas
passíveis de aplicação no estatuto distrital:
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§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da primeira data em que o fato ou ato se tornou conhe-
cido pela chefia da repartição onde ele ocorreu, pela chefia mediata ou imediata do servidor, ou pela
autoridade competente para instaurar sindicância ou processo disciplinar.
§ 2º A instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, uma única vez.
§ 3º Interrompida a prescrição, sua contagem é reiniciada depois de esgotados os prazos para
conclusão do processo disciplinar, previstos nesta Lei Complementar, incluídos os prazos de pror-
rogação, se houver.
§ 4º O prazo de prescrição fica suspenso enquanto a instauração ou a tramitação do processo dis-
ciplinar ou a aplicação de sanção disciplinar estiver obstada por determinação judicial.
§ 5º Os prazos de prescrição previstos na lei penal, havendo ação penal em curso, aplicam-se às
infrações disciplinares capituladas também como crime.
• Demissão
• Cassação de aposentadoria ou disponibilidade
5 anos • Destituição de cargo em comissão
• Suspensão
2 anos
• Advertência
1 ano
Nos artigos 209 e 210, encontramos situações em que o servidor não é punido ou, alterna-
tivamente, fica isento da respectiva sanção disciplinar.
Não será punido Ficará isento da sanção disciplinar
O servidor que, ao tempo da infração
disciplinar, era inteiramente incapaz O servidor cuja conduta funcional,
de entender o caráter ilícito do fato ou classificada como erro de procedimento,
de determinar-se de acordo com esse seja caracterizada, cumulativamente, pela:
entendimento, devido a: a) ausência de dolo;
a) insanidade mental, devidamente b) eventualidade do erro;
comprovada por laudo de junta médica oficial; c) ofensa ínfima aos bens jurídicos
b) embriaguez completa, proveniente de caso tutelados;
fortuito ou força maior. d) prejuízo moral irrelevante;
A punibilidade não se exclui pela embriaguez, e) reparação de eventual prejuízo material
voluntária ou culposa, por álcool, antes de se instaurar sindicância ou
entorpecente ou substância de efeitos processo disciplinar.
análogos.
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Um instrumento formal em que a Administração Pública, tendo como suporte o jus puniendi do Es-
tado (via Poder Disciplinar, espécie do gênero Poder Administrativo), apura a existência de infrações
de natureza funcional praticadas por seus servidores e, caso o apuratório resulte pela autoria da
prática infracional, aplica a sanção adequada e prevista em instrumento legal pertinente.
Sendo assim, sempre que a Administração Pública estiver diante de indícios de infração
disciplinar, ou diante de representação, deverá ela determinar a instauração de sindicância ou
de processo disciplinar para apurar os fatos e, se for o caso, aplicar a sanção disciplinar.
Salienta-se que a representação sobre infração disciplinar cometida por servidor deve ser
formulada por escrito e conter a identificação e o endereço do denunciante.
Nada impede, no entanto, que a investigação seja motivada por denúncias anônimas.
Quando isso ocorrer, a Administração Pública pode iniciar reservadamente investigações para
coleta de outros meios de prova necessários para a instauração de sindicância ou processo
disciplinar.
A regra geral é de que a autoridade administrativa determine, previamente, a instauração de
sindicância, que trata-se do instrumento que irá subsidiar um futuro processo administrativo
disciplinar.
Entretanto, quando estivermos diante de indícios suficientes quanto à autoria e à mate-
rialidade da infração disciplinar, a autoridade administrativa pode instaurar imediatamente o
processo disciplinar, dispensada a instauração de sindicância.
8.1. Sindicância
Nos termos da norma complementar, temos duas diferentes espécies de sindicância, sen-
do elas a sindicância ordinária (ou simplesmente sindicância) e a sindicância patrimonial.
A sindicância ordinária pode ser dividida em duas modalidades, sendo elas a preparatória
e a punitiva.
Teremos a sindicância preparatória quando a estrita finalidade da sua instauração for a de
servir como base para o processo administrativo disciplinar. A sindicância punitiva, por sua
vez, ocorre quando o procedimento, por si só, enseja a aplicação de alguma das penalidades
previstas em lei.
Nota-se, assim, que o fato que distingue as duas modalidades é um só: a punição que
será aplicada.
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A sindicância representa o início das investigações. Por meio dela, a autoridade administrativa
cumpre uma série de diligências com o objetivo de coletar provas que comprovem se realmen-
te houve uma infração funcional disciplinar.
Caso a sindicância, por si só, verificar que houve uma infração punível com a penalidade de
advertência ou de suspensão até 30 dias, será ela classificada como punitiva, uma vez que não
haverá necessidade de instauração de procedimento administrativo disciplinar.
Caso, em sentido oposto, a sindicância constate que houve o cometimento de uma penalidade
mais grave que a de suspensão por 30 dias, deverá ser instaurado o PAD, classificando-se a
sindicância como preparatória.
Arquivamento
Aplicação das
penas de
advertência ou
Sindicância suspensão até
30 dias
Instauração de
processo
administrativo
disciplinar
Diversamente, sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalida-
de de suspensão por mais de 30 dias ou, ainda, de outra sanção mais gravosa, será obrigatória
a instauração de processo administrativo disciplinar.
DICA
A sindicância deverá ser concluída no prazo de 30 dias, prazo
este que poderá ser prorrogado por igual período, a critério da
autoridade competente.
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A sindicância patrimonial, por sua vez, trata-se do procedimento adotado quando estiver-
mos diante de fundados indícios de enriquecimento ilícito ou de evolução patrimonial incom-
patível com a remuneração ou subsídio recebida pelo servidor público.
Ao contrário do que ocorre com a sindicância ordinária, a sindicância patrimonial trata-se
de procedimento exclusivamente investigativo.
Em outros termos, não poderemos ter, como resultado da sindicância patrimonial, a apli-
cação de uma penalidade administrativa, mas sim apenas a investigação que servirá de base
para a instauração do processo administrativo disciplinar.
Desta forma, concluídos os trabalhos da sindicância patrimonial, a comissão responsável
deve elaborar relatório sobre os fatos apurados, concluindo pelo arquivamento ou pela instau-
ração de processo disciplinar.
São competentes para determinar a instauração de sindicância patrimonial:
a) o Presidente da Câmara Legislativa ou do Tribunal de Contas, nos respectivos órgãos;
b) o Governador ou o titular do órgão central de sistema de correição, no Poder Executivo.
Assim como acontece com a sindicância ordinária, a sindicância patrimonial deve ser con-
cluída no prazo de 30 dias, podendo o prazo ser prorrogado por igual período.
Além disso, a norma estabelece que o procedimento de sindicância patrimonial é conduzi-
do por comissão composta por três servidores estáveis.
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Obs.: Mas atenção! Todos os prazos nos processos administrativos disciplinares no Distri-
to Federal, ainda que regidos por leis especiais, ficam suspensos no período de 20 de
dezembro a 20 de janeiro, inclusive.
Os atos do processo disciplinar não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente o exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, preencham
sua finalidade essencial.
Para que não haja nulidade na sindicância ou no processo disciplinar, as garantias do con-
traditório e da ampla defesa devem ser observadas. Ainda que boa parte da doutrina trate os
dois institutos como sinônimos, merece destaque a diferenciação entre ambos.
Por intermédio do contraditório, as partes do processo têm o direito de saber, com antece-
dência, as datas em que ocorrerá a produção das provas, a finalidade das mesmas e o funda-
mento para a sua produção.
Implica o contraditório, desta forma, na garantia que qualquer uma das partes proces-
suais possui em ter ciência de tudo que será levado em consideração quando da decisão
do processo.
Por meio da ampla defesa, as partes têm o direito de contestar e de reagir contra aquilo
que está sendo apresentado contra a sua pessoa.
Implica a ampla defesa em uma garantia positiva, ao passo que confere ao indiciado a pos-
sibilidade não apenas de ter conhecimento daquilo que é produzido contra ele, como também
de defender-se por todos os meios de provas existentes.
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Art. 227. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do servidor acusado, a comissão pro-
cessante deve propor à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica
oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental deve ser processado em autos apartados e apenso
ao processo principal, após a expedição do laudo pericial.
Art. 228. Estando preso o servidor acusado, aplica-se o seguinte:
I – a citação inicial e a intimação para defesa escrita são promovidas onde ele estiver recolhido;
II – o acompanhamento do processo disciplinar é promovido por procurador por ele designado ou,
na ausência, por defensor dativo;
III – o interrogatório é realizado em local apropriado, na forma previamente acordada com a autori-
dade competente.
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Objetiva-se, com o afastamento, que o servidor não dificulte os trabalhos da comissão, que
terá, com a ausência do servidor, uma maior liberdade de atuação para averiguar documentos
e eventuais provas do cometimento da irregularidade.
Considerando que o afastamento é medida cautelar, tem-se que o servidor continua rece-
bendo sua remuneração normalmente durante o período de afastamento.
Salvo motivo de caso fortuito ou força maior, o servidor afastado não pode comparecer à
repartição de onde foi afastado, exceto quanto autorizado pela autoridade competente ou pela
comissão processante.
Como vimos, temos três importantes institutos com prazos previstos diretamente na Lei
Complementar 840/2011. Desta forma, vamos esquematizar os prazos, evitando uma possível
confusão no momento da prova:
• Prazo de 30 dias
Sindicância • Prorrogável por mais 30
• Prazo de 60 dias
PAD • Prorrogável por mais 60
Salvo quando autorizado pela autoridade instauradora, é vedado deferir ao servidor acusa-
do, desde a instauração do processo disciplinar até a conclusão do prazo para defesa escrita:
a) gozo de férias;
b) licença ou afastamento voluntários;
c) exoneração a pedido;
d) aposentadoria voluntária.
Art. 229. A sindicância ou o processo disciplinar é conduzido por comissão processante, de caráter
permanente ou especial.
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§ 1º A comissão é composta de três servidores estáveis designados pela autoridade competente.
§ 2º Os membros da comissão processante são escolhidos pela autoridade competente entre os
ocupantes de cargo para o qual se exija escolaridade igual ou superior à do servidor acusado.
§ 3º Nos casos de carreira organizada em nível hierárquico, os membros da comissão devem ser
ocupantes de cargo efetivo superior ou do mesmo nível do servidor acusado.
§ 4º Compete ao presidente da comissão manter a ordem e a segurança das audiências, podendo
requisitar força policial, se necessária.
§ 5º A Comissão tem como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a indicação
recair em um de seus membros.
§ 6º A comissão processante, quando permanente, deve ser renovada, no mínimo, a cada dois anos,
vedado ao mesmo membro servir por mais de quatro anos consecutivos.
§ 7º Nas licenças, afastamentos, férias e demais ausências de membro da comissão processante,
a autoridade competente pode designar substituto eventual.
§ 8º O local e os recursos materiais para o funcionamento dos trabalhos da comissão processante
devem ser fornecidos pela autoridade instauradora da sindicância ou do processo disciplinar.
§ 9º Podem participar como membros da comissão processante servidores integrantes de outros
órgãos da administração pública, distintos daquele onde ocorreram as infrações disciplinares, se
conveniente para o interesse público.
§ 10. A comissão funciona com a presença de todos os seus membros.
O servidor não pode participar de comissão processante quando o servidor acusado for
pessoa de sua família, seu padrasto, madrasta, enteado ou parente, na forma da lei civil.
Além destas situações de impedimento, a norma determina que também não pode partici-
par de comissão processante o servidor que:
a) seja amigo íntimo ou inimigo capital, credor ou devedor, tutor ou curador do servi-
dor acusado;
b) seja testemunha ou perito no processo disciplinar;
c) tenha sido autor de representação objeto da apuração;
d) tenha atuado em sindicância, auditoria ou investigação da qual resultou a sindicância ou
o processo disciplinar;
e) atue ou tenha atuado como procurador do servidor acusado;
f) tenha interesse em decisão administrativa a ser tomada pelo servidor acusado;
g) tenha interesse no assunto que resultou na instauração da sindicância ou do processo
disciplinar;
h) esteja litigando, judicial ou administrativamente, com o servidor sindicado, acusado ou
indiciado, ou com o respectivo cônjuge ou companheiro;
i) responda a sindicância ou processo disciplinar;
j) tenha sido punido por qualquer infração disciplinar, ressalvada a hipótese de cancelamento
dos registros de advertência e suspensão.
k) seja cônjuge, companheiro, padrasto, madrasta, enteado ou parente, na forma da lei civil,
de outro membro da mesma comissão processante.
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Como não poderia ser diferente, a comissão deve exercer suas atribuições com indepen-
dência e imparcialidade. Sendo assim, é assegurado o acesso, nas repartições públicas, a
informações, documentos e audiências necessários à elucidação do fato em apuração.
As reuniões da comissão processante serão registradas em ata, da qual deve constar o
detalhamento das deliberações adotadas. Além disso, sempre que necessário, a comissão
processante deve dedicar tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispen-
sados das atividades na repartição de origem até a entrega do relatório final.
DICA
São asseguradas passagens e diárias aos membros da comis-
são e ao servidor acusado, nos casos de atos processuais se-
rem praticados fora do território da RIDE.
8.5.1. Instauração
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Além disso, sempre que o servidor mudar de residência, deve ele comunicar tal fato à co-
missão processante.
Todas as medidas previstas possuem a finalidade de proporcionar que o servidor acom-
panhe o processo administrativos disciplinar em todas as suas fases, evitando a arguição
de nulidade em virtude do não conhecimento de determinada prática por parte da comissão
processante.
8.5.2. Instrução
Art. 239. Na fase da instrução, a comissão processante deve promover tomada de depoimentos,
acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando
necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
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Concluída a inquirição das testemunhas e a coleta das demais provas, chega o momento
em que a comissão processante deve promover o interrogatório do servidor acusado.
No caso de mais de um servidor acusado, o interrogatório é feito em separado e, havendo
divergência entre suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, pode ser promovida a aca-
reação entre eles.
O procurador do servidor acusado pode assistir ao interrogatório, sendo-lhe, no entanto, ve-
dado interferir nas perguntas e nas respostas. Poderá o procurador, em sentido oposto, propor
perguntas, por intermédio do presidente da comissão processante, após a inquirição oficial.
Encerrada a instrução e tipificada a infração disciplinar, deve ser formulada a indiciação do
servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.
A indiciação é o momento em que a comissão conclui que houve o cometimento ou não de
uma infração administrativa.
Consequentemente, apenas teremos a indiciação em caso de cometimento de uma irregu-
laridade funcional, conforme previsão do artigo 244, §1º, da Lei Complementar 840:
Art. 244, § 1º Não cabe a indiciação do servidor se, com as provas colhidas, ficar comprovado que:
I – não houve a infração disciplinar;
II – o servidor acusado não foi o autor da infração disciplinar;
III – a punibilidade esteja extinta.
§ 2º Ocorrendo a hipótese do § 1º, a comissão processante deve elaborar o seu relatório, concluindo
pelo arquivamento dos autos.
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8.5.3. Defesa
O servidor, uma vez indiciado, deve ser intimado para apresentar defesa escrita no prazo de
10 dias. Em caso de dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 dias.
O prazo de defesa poderá, em caso de necessidade de realização de diligências reputadas
indispensáveis, ser prorrogado pelo dobro.
A intimação para defesa será realizada pessoalmente por mandado expedido pelo presi-
dente da comissão processante.
Vejamos as demais regras relacionadas com a defesa no âmbito no processo administra-
tivo disciplinar:
Art. 246. Quando, por duas vezes, o membro ou o secretário da comissão processante houver pro-
curado o servidor indiciado, em seu domicílio, residência, ou repartição de exercício, sem o encon-
trar, deve, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família ou, em sua falta, a
qualquer vizinho, que voltará em dia e hora designados, a fim de efetuar a intimação.
§ 1º No dia e hora designados, o membro ou o secretário da comissão processante deve compare-
cer ao domicílio ou à residência do servidor indiciado, a fim de intimá-lo.
§ 2º Se o servidor indiciado não estiver presente, o membro ou o secretário da comissão proces-
sante deve:
I – informar-se das razões da ausência e dar por feita a citação, lavrando de tudo a respectiva cer-
tidão;
II – deixar cópia do mandado de intimação com pessoa da família do servidor indiciado ou com
qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.
Art. 247. Junto à intimação para apresentar a defesa escrita, deve ser apresentada ao servidor acu-
sado cópia da indiciação.
Art. 248. O servidor indiciado que se encontrar em lugar incerto e não sabido deve ser intimado por
edital para apresentar defesa.
§ 1º O edital de citação deve ser publicado no Diário Oficial do Distrito Federal e em jornal de grande
circulação no Distrito Federal.
§ 2º Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa é de quinze dias, contados da última publicação
do edital.
Art. 249. Considera-se revel o servidor indiciado que, regularmente intimado, não apresentar defesa
no prazo legal.
§ 1º A revelia deve ser declarada em termo subscrito pelos integrantes da comissão processante
nos autos do processo disciplinar.
§ 2º Para defender o servidor revel, a autoridade instauradora do processo deve designar um ser-
vidor estável como defensor dativo, ocupante de cargo de nível igual ou superior ao do servidor
indiciado, preferencialmente com formação em Direito.
Uma vez tendo sido cumpridas eventuais diligências requeridas na defesa escrita, a comis-
são processante deve declarar encerradas as fases de instrução e defesa.
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8.5.4. Relatório
8.5.5. Julgamento
Tendo recebido o relatório, a autoridade competente irá realizar, com base nos autos do
processo administrativo disciplinar, o julgamento.
Você sabe quem são as autoridades competentes para o julgamento dos servidores?
A resposta nos é dada pelo artigo 255 da Lei Complementar 840, de forma que a competên-
cia depende de dois fatores: a infração cometida e o local de exercício do servidor.
Art. 255. Salvo disposição legal em contrário, o julgamento do processo disciplinar e a aplicação
da sanção disciplinar, observada a subordinação hierárquica ou a vinculação do servidor, são da
competência:
I – no Poder Legislativo, do Presidente da Câmara Legislativa ou do Tribunal de Contas;
II – no Poder Executivo:
a) do Governador, quando se tratar de demissão, destituição de cargo em comissão ou cassação de
aposentadoria ou disponibilidade;
b) de Secretário de Estado ou autoridade equivalente, quando se tratar de suspensão superior a
trinta dias ou, ressalvado o disposto na alínea a, das demais sanções a servidor que a ele esteja
imediatamente subordinado;
c) de administrador regional, dirigente de órgão relativamente autônomo, subsecretário, diretor re-
gional ou autoridade equivalente a que o servidor esteja mediata ou imediatamente subordinado,
quando se tratar de sanção não compreendida nas alíneas a e b.
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§ 1º No caso de servidor de autarquia ou fundação do Poder Executivo, o julgamento do processo
disciplinar e a aplicação da sanção disciplinar são da competência:
I – do Governador, quando se tratar de demissão, destituição de cargo em comissão ou cassação de
aposentadoria ou disponibilidade;
II – do respectivo dirigente máximo, quanto se tratar de sanção disciplinar não compreendida no
inciso I deste parágrafo.
§ 2º No caso de servidor de conselho ou outro órgão de deliberação coletiva instituído no Poder
Executivo, o julgamento do processo disciplinar e a aplicação da sanção disciplinar são da compe-
tência:
I – do Governador, quando se tratar de demissão, destituição de cargo em comissão ou cassação de
aposentadoria ou disponibilidade;
II – de Secretário de Estado ou autoridade equivalente a cuja Secretaria de Estado o conselho ou o
órgão esteja vinculado, quando se tratar de suspensão;
III – do respectivo presidente, quando se tratar de advertência.
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Art. 257. A autoridade julgadora deve decidir, motivadamente, conforme as provas dos autos.
§ 1º A autoridade julgadora pode converter o julgamento em diligência para repetição de atos pro-
cessuais ou coleta de novas provas, caso seja necessário para a elucidação completa dos fatos.
§ 2º Em caso de divergência com as conclusões do relatório da comissão processante, a autoridade
julgadora pode agravar a sanção disciplinar proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsa-
bilidade.
§ 3º A autoridade competente para aplicar a sanção disciplinar mais grave é também competente
para aplicar sanção disciplinar mais branda ou isentar o servidor de responsabilidade, nas hipóteses
previstas no § 2º.
§ 4º Se discordar da proposta de absolvição ou da inocência do servidor acusado não anteriormente
indiciado, a autoridade julgadora deve designar nova comissão processante para elaborar a indicia-
ção e praticar os demais atos processuais posteriores.
§ 5º Verificada a existência de vício insanável, a autoridade julgadora deve declarar a nulidade total
ou parcial do processo disciplinar e ordenar, conforme o caso:
I – a realização de diligência;
II – a reabertura da instrução processual;
III – a constituição de outra comissão processante, para instauração de novo processo.
§ 6º Os atos não contaminados pelo vício devem ser reaproveitados.
§ 7º Nenhum ato é declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a apuração dos fatos,
para a defesa ou para a conclusão do processo.
§ 8º O vício a que o servidor acusado ou indiciado tenha dado causa não obsta o julgamento do
processo.
Art. 258. O ato de julgamento do processo disciplinar deve:
I – mencionar sempre o fundamento legal para imposição da penalidade;
II – indicar a causa da sanção disciplinar;
III – ser publicado no Diário Oficial do Distrito Federal.
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Obs.: Uma vez que o PAD inicial já está julgado, a simples alegação de injustiça, por parte
dos interessados, não é motivo suficiente para instaurar um procedimento de revisão.
Obs.: Para que isso ocorra, é necessário que fatos novos tenham surgido, fatos estes que,
se fossem do conhecimento da comissão, à época do julgamento do PAD, implicariam
em um outro resultado.
Art. 265. A competência para julgamento do pedido de revisão é da autoridade administrativa que
aplicou, originariamente, a sanção disciplinar.
Parágrafo único. O prazo para julgamento é de vinte dias, contados do recebimento dos autos do
processo disciplinar, durante o qual a autoridade julgadora pode determinar diligências.
Art. 266. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada.
Julgamento
• 60 dias
• 20 dias
Prazo da
revisão
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Art. 267. Da revisão do processo não pode resultar agravamento de sanção disciplinar.
Desta forma, a revisão do processo administrativo disciplinar não poderá agravar a penali-
dade inicialmente aplicada.
Ressalta-se que tal peculiaridade é exclusiva da revisão do processo administrativo
disciplinar.
Em sentido oposto, os diversos recursos que podem ser impetrados contra a decisão de
aplicou uma penalidade ao servidor podem perfeitamente ter a sua decisão agravada pela au-
toridade responsável pelo julgamento do recurso.
Paulo foi sancionado com a pena de advertência, pela autoridade administrativa, sob o funda-
mento de ter cometido a pessoa estranha à repartição o desempenho de atribuições que era
de sua responsabilidade.
Inconformado, Paulo apresentou recurso no prazo da lei. Uma vez apreciados, a autoridade
responsável verificou que Paulo, na verdade, cometeu as suas atribuições a outro servidor, e
não a um terceiro alheio ao serviço público.
Nesta situação, a penalidade de Paulo será agravada, passando de advertência para suspen-
são.
Caso, no entanto, Paulo conseguir provar, por intermédio de fatos novos não conhecidos no
momento da aplicação da penalidade, que o motivo de ter cometido a outro servidor as atri-
buições de seu cargo estava relacionado com uma situação de urgência, poderá ele solicitar a
revisão do processo.
E desta revisão não poderá a autoridade agravar a penalidade do servidor.
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RESUMO
Tratam-se as férias de um direito social que, ainda que inicialmente previsto para os tra-
balhadores da iniciativa privada, foi estendido aos servidores públicos de todos os entes
federados.
Em todas as situações, o servidor deve receber, quando do gozo de suas férias, um adicio-
nal de 1/3 sobre o total da remuneração.
As férias dos servidores públicos, no entanto, apresentam algumas peculiaridades com
relação ao direito conferido aos demais trabalhadores. Assim, as férias dos servidores po-
dem ser parceladas em até 3 etapas, desde que requeridas pelo servidor e no interesse da
administração.
Caso ocorra o parcelamento, os valores relativos às férias serão creditados quando da uti-
lização da primeira etapa, devendo ser observada a antecedência mínima de 2 dias.
Ponto bastante importante é sobre as férias dos servidores que operam constantemente
com raio x ou outras substancias radioativas. Para estes, há a expressa determinação de que
deverão gozar do período de 20 dias de férias a cada semestre de atividade profissional, sen-
do vedada a sua acumulação. Além disso, tais servidores não fazem jus ao abono pecuniário.
A licença concedida dentro de 60 dias do término de outra da mesma espécie é conside-
rada como prorrogação.
Pode ser concedida licença ao servidor estável para acompanhar cônjuge ou companheiro
que for deslocado para:
a) trabalhar em localidade situada fora da Região Integrada de Desenvolvimento Econômi-
co do Distrito Federal e Entorno – RIDE;
b) exercer mandato eletivo em Estado ou Município não compreendido na RIDE.
A licença em questão será pelo prazo de até 5 anos, acarretando, durante o período, a
perda da remuneração ou subsídio.
Pode ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro,
padrasto ou madrasta, ascendente, descendente, enteado e colateral consanguíneo ou afim
até o segundo grau civil, mediante comprovação por junta médica oficial.
Após cada quinquênio (5 anos) de efetivo exercício, o servidor ocupante de cargo efetivo
fará jus a 3 meses de licença-servidor, sem prejuízo de sua remuneração, inclusive da retri-
buição do cargo em comissão, função de confiança ou função gratificada escolar - FGE que
eventualmente exerça.
O número de servidores afastados em virtude de licença-servidor não pode ser superior a
1/3 da lotação da respectiva unidade administrativa do órgão, autarquia ou fundação. De igual
forma, a Administração Pública tem o prazo de até 120 dias, contado da data de requerimento
do pedido pelo servidor, para definir o período de gozo da licença.
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De contribuição
No serviço público
Será feita, na forma da
legislação
previdenciária, a
contagem do tempo De serviço no cargo
efetivo
De serviço na carreira
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As seguintes sanções disciplinares podem ser aplicadas aos servidores públicos do Distri-
to Federal:
a) advertência;
b) suspensão;
c) demissão;
d) cassação de aposentadoria ou de disponibilidade;
e) destituição do cargo em comissão.
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São apenas estas as penalidades que passíveis de aplicação, ou seja, trata-se de uma lista
taxativa. Assim, não poderá a autoridade competente inovar e criar uma nova modalidade de
penalidade para ser aplicada ao servidor.
Da mesma forma, antes da aplicação de toda e qualquer penalidade deve ser garantido o
contraditório e a ampla defesa, sob pena de ser invalidado todo o processo de aplicação.
A advertência é a sanção por infração disciplinar leve, por meio da qual se reprova por
escrito a conduta do servidor. No lugar da advertência, poderá ser aplicada, motivadamente, a
suspensão até 30 dias, se as circunstâncias assim o justificarem.
A suspensão é a sanção por infração disciplinar média pela qual se impõe ao servidor o
afastamento compulsório do exercício do cargo efetivo, com perda da remuneração ou sub-
sídio dos dias em que estiver afastado. Quando a infração média for do grupo I, a penalidade
de suspensão não poderá exceder a 30 dias. Quando a infração média for do grupo II, a pena-
lidade de suspensão não poderá exceder a 90 dias. Em caso de reincidência no cometimento
de uma infração leve, o servidor deverá ser sancionado com a suspensão até 30 dias. Por fim,
em caso de reincidência no cometimento de infração média do grupo I, a sanção será a de
suspensão por até 90 dias.
A suspensão não pode ser aplicada por prazo superior a 90 dias, bem como que, a critério
da autoridade competente, dentro das situações em que for conveniente para o serviço públi-
co, a pena de suspensão poderá ser substituída por multa de 50% por dia trabalhado.
A demissão é a sanção pelas infrações disciplinares graves, pela qual se impõe ao servidor
efetivo a perda do cargo público por ele ocupado, podendo ser cominada com o impedimento
de nova investidura em cargo público. A demissão também será aplicada quando a infração
grave for cometida por servidor efetivo no exercício de cargo em comissão ou função de con-
fiança do Poder Executivo ou Legislativo do Distrito Federal. Além disso, a norma determina a
aplicação de demissão nas situações de reincidência das infrações médias do grupo II.
A cassação de aposentadoria é a sanção por infração disciplinar que houver sido cometida
pelo servidor em atividade, pela qual se impõe a perda do direito à aposentadoria, podendo ser
cominada com o impedimento de nova investidura em cargo público.
A cassação de disponibilidade é a sanção por infração disciplinar que houver sido come-
tida em atividade, pela qual se impõe a perda do cargo público ocupado e dos direitos decor-
rentes da disponibilidade, podendo ser cominada com o impedimento de nova investidura em
cargo público.
A destituição do cargo em comissão é a sanção por infração disciplinar média ou grave,
pela qual se impõe ao servidor sem vínculo efetivo com o Distrito Federal a perda do cargo em
comissão por ele ocupado, podendo ser cominada com o impedimento de nova investidura em
outro cargo efetivo ou em comissão.
A ação disciplinar prescreve em:
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• Demissão
• Cassação de aposentadoria ou disponibilidade
5 anos • Destituição de cargo em comissão
• Suspensão
2 anos
• Advertência
1 ano
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Arquivamento
Aplicação das
penas de
advertência ou
Sindicância suspensão até
30 dias
Instauração de
processo
administrativo
disciplinar
Diversamente, sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalida-
de de suspensão por mais de 30 dias ou, ainda, de outra sanção mais gravosa, será obrigatória
a instauração de processo administrativo disciplinar.
A sindicância patrimonial, por sua vez, trata-se do procedimento adotado quando estiver-
mos diante de fundados indícios de enriquecimento ilícito ou de evolução patrimonial incom-
patível com a remuneração ou subsídio recebida pelo servidor público. Ao contrário do que
ocorre com a sindicância ordinária, a sindicância patrimonial trata-se de procedimento exclusi-
vamente investigativo. Em outros termos, não poderemos ter, como resultado da sindicância
patrimonial, a aplicação de uma penalidade administrativa, mas sim apenas a investigação
que servirá de base para a instauração do processo administrativo disciplinar.
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• Prazo de 30 dias
Sindicância • Prorrogável por mais 30
• Prazo de 60 dias
PAD • Prorrogável por mais 60
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CEBRASPE (CESPE)/AJ (PGDF)/PG DF/ADMINISTRAÇÃO/2021) Considerando o Re-
gime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Distrito Federal, das Autarquias e das Funda-
ções Públicas Distritais, julgue o item a seguir.
Servidor público ocupante de cargo efetivo faz jus a três meses de licença- servidor a cada cin-
co anos de efetivo serviço; porém, se o servidor faltar por mais de trinta dias durante o período
aquisitivo, sem apresentar justificativa, a contagem do prazo para aquisição é interrompida,
retardando-se a concessão do benefício na proporção de um dia para cada falta que exceder
a esse período.
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Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão por infração discipli-
nar poderá ser convertida em multa no valor da remuneração diária, por dia de suspensão, e o
servidor ficará obrigado a cumprir integralmente a jornada de trabalho.
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013. (CESPE/TEC APU (TC-DF)/TC-DF/2014) No que se refere aos agentes públicos e aos
dispositivos da Lei Complementar n. 840/2011, julgue o seguinte item.
Considere que determinado servidor estável do TJDFT, no decorrer de processo administrativo
disciplinar instaurado contra ele pelo cometimento de infração disciplinar, tenha tomado pos-
se, em um tribunal federal, em razão de aprovação em concurso público, tendo deixado o car-
go anterior vago. Nessa situação, estando o referido servidor em exercício em órgão de outro
ente da Federação, o processo administrativo disciplinar deverá ser arquivado, sem prejuízo de
eventuais ações nas esferas penal e cível.
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disciplinar que houver sido cometida pelo servidor quando ainda em atividade, pela qual se
impõe a perda do direito à aposentadoria, vedada, nesse caso, a cominação de impedimento
de nova investidura em cargo público.
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a requerimentos de expedição de certidões, desde que não sejam para defesa de direito ou
esclarecimento de situações de interesse pessoal.
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GABARITO
1. E
2. C
3. E
4. c
5. E
6. E
7. E
8. E
9. E
10. E
11. E
12. C
13. E
14. C
15. C
16. C
17. E
18. E
19. E
20. E
21. E
22. E
23. E
24. c
25. E
26. E
27. E
28. e
29. E
30. e
31. E
32. C
33. E
34. E
35. E
36. d
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GABARITO COMENTADO
001. (CEBRASPE (CESPE)/AJ (PGDF)/PG DF/ADMINISTRAÇÃO/2021) Considerando o Re-
gime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Distrito Federal, das Autarquias e das Funda-
ções Públicas Distritais, julgue o item a seguir.
Servidor público ocupante de cargo efetivo faz jus a três meses de licença- servidor a cada cin-
co anos de efetivo serviço; porém, se o servidor faltar por mais de trinta dias durante o período
aquisitivo, sem apresentar justificativa, a contagem do prazo para aquisição é interrompida,
retardando-se a concessão do benefício na proporção de um dia para cada falta que exceder
a esse período.
Art. 140. A contagem do prazo para aquisição da licença-servidor é interrompida quando o servidor,
durante o período aquisitivo:
I – sofrer sanção disciplinar de suspensão;
II – licenciar-se ou afastar-se do cargo sem remuneração.
Parágrafo único. As faltas injustificadas ao serviço retardam a concessão da licença prevista neste
artigo, na proporção de um mês para cada falta.
Errado.
Se o cargo ou emprego público for acumulável, não há qualquer impedimento no seu exercício
por parte do servidor que esteja em licença para tratar de assuntos particulares. O que a norma
veda é o exercício de cargo ou emprego público inacumulável durante a mencionada licença.
Art. 144. A critério da administração pública, pode ser concedida ao servidor estável licença para
tratar de assuntos particulares, pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração, desde
que:
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§ 2º O servidor não pode exercer cargo ou emprego público inacumulável durante a licença de que
trata este artigo.
Certo.
O abandono de cargo (e não emprego) ocorre quando o servidor faltar injustificadamente por
mais de trinta dias consecutivos.
a) Errada. Tanto atos comissivos quanto omissivos podem ser enquadrados como infrações
disciplinares.
b) Errada. Os antecedentes serão sim considerados para fins de aplicação das sanções dis-
ciplinares.
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d) Errada. O prazo prescricional de 5 anos apenas deve ser observado para as penalidades
de demissão, destituição de cargo em comissão ou cassação de aposentadoria ou dispo-
nibilidade.
O que a norma estabelece é que a multa é de cinquenta por cento do valor diário da remunera-
ção ou subsídio, por dia de suspensão.
Art. 200, § 3º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão pode ser
convertida em multa, observado o seguinte:
I – a multa é de cinquenta por cento do valor diário da remuneração ou subsídio, por dia de suspen-
são;
II – o servidor fica obrigado a cumprir integralmente a jornada de trabalho a que está submetido.
Errado.
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Nos termos da Lei Complementar 840, o prazo para a conclusão do processo administrativo
disciplinar é de 60 dias, prazo este que pode ser prorrogado por igual período.
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As fases nas quais o processo administrativo disciplinar se desenvolve estão previstas no ar-
tigo 235 da norma em questão, de seguinte redação:
No caso narrado, caso a infração tivesse sido cometida no âmbito da Administração Pública
Distrital, a conduta seria classificada como infração grave do grupo I:
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Art. 183. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiro.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responde o servidor perante a Fazenda Pública, em
ação regressiva.
Errado.
A questão elenca, de forma correta, sanções que podem ser aplicadas aos servidores públicos
regidos pelas disposições da Lei Complementar 840:
013. (CESPE/TEC APU (TC-DF)/TC-DF/2014) No que se refere aos agentes públicos e aos
dispositivos da Lei Complementar n. 840/2011, julgue o seguinte item.
Considere que determinado servidor estável do TJDFT, no decorrer de processo administrativo
disciplinar instaurado contra ele pelo cometimento de infração disciplinar, tenha tomado pos-
se, em um tribunal federal, em razão de aprovação em concurso público, tendo deixado o car-
go anterior vago. Nessa situação, estando o referido servidor em exercício em órgão de outro
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ente da Federação, o processo administrativo disciplinar deverá ser arquivado, sem prejuízo de
eventuais ações nas esferas penal e cível.
No caso, o servidor deixou o cargo onde o processo administrativo disciplinar havia sido ins-
taurado e passou a ter exercício em outro cargo público.
Ainda assim, nos termos da Lei Complementar 840, o processo administrativo deverá continu-
ar, haja vista que a responsabilidade administrativa do servidor, dentro do prazo prescricional,
permanece.
Art. 186. A responsabilidade administrativa, apurada na forma desta Lei Complementar, resulta de
infração disciplinar cometida por servidor no exercício de suas atribuições, em razão delas ou com
elas incompatíveis.
§ 1º A responsabilidade administrativa do servidor, observado o prazo prescricional, permanece em
relação aos atos praticados no exercício do cargo:
I – após a exoneração;
II – após a aposentadoria;
III – após a vacância em razão de posse em outro cargo inacumulável;
IV – durante as licenças, afastamentos e demais ausências previstos nesta Lei Complementar.
Errado.
A revisão do processo trata-se de medida que encontra previsão no texto do artigo 259 da Lei
Complementar 840:
Art. 259. O processo disciplinar pode ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando
forem aduzidos fatos novos ou circunstâncias não apreciadas no processo originário, suscetíveis
de justificar a inocência do servidor punido ou a inadequação da sanção disciplinar aplicada, obser-
vado o disposto no art. 175, II.
Certo.
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Como medida cautelar, o servidor processado pela prática de irregularidade administrativa po-
derá ser afastado preventivamente do cargo que ocupa na administração pública do DF pela
autoridade instauradora do processo disciplinar, pelo prazo de até 60 dias, sem prejuízo da
remuneração.
Art. 222. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da infração
disciplinar, a autoridade instauradora do processo disciplinar pode determinar o seu afastamento do
exercício do cargo, pelo prazo de até sessenta dias, sem prejuízo da remuneração.
Certo.
Temos aqui um dos deveres elencados para os servidores públicos do Distrito Federal, confor-
me previsão do artigo 180:
Questão que deve pode ser resolvida com o bom senso. Se considerarmos que os servidores
públicos agem em nome do órgão ou repartição competente, devem eles, sempre, agir com
decoro e com urbanidade no desempenho de suas atribuições.
Errado.
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Havendo ação penal em curso, os prazos de prescrição da lei penal serão aplicados, também,
às infrações disciplinares capituladas como crime.
Art. 208, § 5º Os prazos de prescrição previstos na lei penal, havendo ação penal em curso, aplicam-
-se às infrações disciplinares capituladas também como crime.
Errado.
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O servidor deve, ao contrário do que afirma a questão, com perícia, prudência e diligência no
exercício de suas atribuições.
Nos termos do artigo 208, § 2º, “a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição,
uma única vez”.
Errado.
Ao contrário do que informa a questão, a cassação de aposentadoria pode ser aplicada com a
cominação de impedimento de nova investidura em cargo público.
Art. 203. A cassação de aposentadoria é a sanção por infração disciplinar que houver sido cometi-
da pelo servidor em atividade, pela qual se impõe a perda do direito à aposentadoria, podendo ser
cominada com o impedimento de nova investidura em cargo público.
Parágrafo único. A cassação de aposentadoria é aplicada por infração disciplinar punível com de-
missão.
Errado.
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Assim como afirma o enunciado, poderemos ter, em determinadas situações, isenção da apli-
cação da sanção disciplinar.
Art. 210. Fica isento de sanção disciplinar o servidor cuja conduta funcional, classificada como erro
de procedimento, seja caracterizada, cumulativamente, pela:
I – ausência de dolo;
II – eventualidade do erro;
III – ofensa ínfima aos bens jurídicos tutelados;
IV – prejuízo moral irrelevante;
V – reparação de eventual prejuízo material antes de se instaurar sindicância ou processo discipli-
nar.
Certo.
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O desconhecimento justificável de norma administrativa pode ser alegado pelo servidor como
circunstância atenuante.
o prazo de prescrição começa a correr da primeira data em que o fato ou ato se tornou conhecido
pela chefia da repartição onde ele ocorreu, pela chefia mediata ou imediata do servidor, ou pela au-
toridade competente para instaurar sindicância ou processo disciplinar.
Logo, o prazo de prescrição, no caso apresentado, começa a correr a partir da data em que o
fato se tornou conhecido por João, por Pedro ou por Paulo, o que acontecer primeiro.
Letra e.
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Diferentemente do que afirma o enunciado, o servidor deve atender, com presteza, os requeri-
mentos de expedição de certidões para defesa de direito ou esclarecimento de situações de
interesse pessoal.
O prazo para apresentação de defesa, quando estivermos diante de apenas um servidor indi-
ciado e não houver diligências reputadas indispensáveis, é de 10 dias.
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Art. 200, § 3º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão pode ser
convertida em multa, observado o seguinte:
I – a multa é de cinquenta por cento do valor diário da remuneração ou subsídio, por dia de suspen-
são;
Errado.
A questão está correta, nos termos do artigo 200, § 4º, da norma distrital:
Art. 200. A suspensão é a sanção por infração disciplinar média pela qual se impõe ao servidor o
afastamento compulsório do exercício do cargo efetivo, com perda da remuneração ou subsídio dos
dias em que estiver afastado.
§ 4º É aplicada multa ao servidor inativo que houver praticado na atividade infração disciplinar pu-
nível com suspensão.
Certo.
Art. 199. A advertência é a sanção por infração disciplinar leve, por meio da qual se reprova por
escrito a conduta do servidor.
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Parágrafo único. No lugar da advertência, pode ser aplicada, motivadamente, a suspensão até trinta
dias, se as circunstâncias assim o justificarem.
Errado.
A suspensão é, nos termos do artigo 200, a sanção aplicável pelo cometimento de infrações
disciplinares médias, e não por infrações graves.
Art. 200. A suspensão é a sanção por infração disciplinar média pela qual se impõe ao servidor o
afastamento compulsório do exercício do cargo efetivo, com perda da remuneração ou subsídio dos
dias em que estiver afastado.
Errado.
O erro da questão está em afirmar que a multa, no caso de conversão da penalidade de sus-
pensão, será de até 50%. O correto, de acordo com a norma distrital, é a fixação da multa, no
caso, em exatamente 50%.
Art. 200, § 3º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão pode ser
convertida em multa, observado o seguinte:
I – a multa é de cinquenta por cento do valor diário da remuneração ou subsídio, por dia de suspen-
são;
Errado.
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prazo no qual haverá incompatibilização para nova investidura em cargo público do Distrito
Federal no caso de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade ou destituição de
cargo em comissão, motivada por infração disciplinar grave do grupo II do referido estatuto.
a) Um ano.
b) Três anos.
c) Cinco anos.
d) Dez anos.
e) Nesse caso, o servidor não mais poderá retornar ao serviço público distrital.
Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
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