Você está na página 1de 13

ATUALIDADES

POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE

Portaria nº 687, de 30 de março de 2006

Aprova a Política de Promoção da Saúde O Ministro de Estado da Saúde, no uso de


suas atribuições, e Considerando a necessidade de implantação e implementação de
diretrizes e ações para Promoção da Saúde em consonância com os princípios do SUS;
e Considerando O Pacto pela Saúde, suas diretrizes operacionais e seus componentes –
Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS –, firmado entre as
três esferas de governo para a consolidação do SUS; resolve:

Art. 1º – Aprovar a Política Nacional de Promoção da Saúde, conforme documento


disponível no seguinte endereço eletrônico: www.saude.gov.br/svs

Art. 2º – Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

OBJETIVO GERAL
Objetivo geral: Promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde
relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições de
trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços
essenciais.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Incorporar e implementar ações de promoção da saúde, com ênfase na atenção
básica;
- Ampliar a autonomia e a corresponsabilidade de sujeitos e coletividades, inclusive o
poder público, no cuidado integral à saúde e minimizar e/ou extinguir as desigualdades
de toda e qualquer ordem (étnica, racial, social, regional, de gênero, de
orientação/opção sexual, dentre outras);
-Promover o entendimento da concepção ampliada de saúde, entre os trabalhadores
em saúde, tanto das atividades-meio, como os da atividade-fim;
-Contribuir para o aumento da resolubilidade do Sistema, garantindo qualidade,
eficácia, eficiência e segurança das ações de promoção da saúde;
- Estimular alternativas inovadoras e socialmente inclusivas/contributivas no âmbito
das ações de promoção da saúde;
- Valorizar e otimizar o uso dos espaços públicos de convivência e de produção de
saúde para o desenvolvimento das ações de Promoção da Saúde;
- Favorecer a preservação do meio ambiente e a promoção de ambientes mais seguros
e saudáveis;
- Contribuir para elaboração e implementação de políticas públicas integradas que
visem à melhoria da qualidade de vida no planejamento de espaços urbanos e rurais;
- Promover o entendimento da concepção ampliada de saúde, entre os trabalhadores
em saúde, tanto das atividades-meio, como os da atividade-fim;
- Contribuir para o aumento da resolubilidade do Sistema, garantindo qualidade,
eficácia, eficiência e segurança das ações de promoção da saúde;
- Estimular alternativas inovadoras e socialmente inclusivas/contributivas no âmbito
das ações de promoção da saúde;
- Valorizar e otimizar o uso dos espaços públicos de convivência e de produção de
saúde para o desenvolvimento das ações de Promoção da Saúde;
- Favorecer a preservação do meio ambiente e a promoção de ambientes mais seguros
e saudáveis;
- Contribuir para elaboração e implementação de políticas públicas integradas que
visem à melhoria da qualidade de vida no planejamento de espaços urbanos e rurais;
- Ampliar os processos de integração baseados na cooperação, solidariedade e gestão
democrática;
- Prevenir fatores determinantes e/ou condicionantes de doenças e agravos à saúde;
- Estimular a adoção de modos de viver não-violentos e o desenvolvimento de uma
cultura de paz no país;
- Valorizar e ampliar a cooperação do setor da saúde com outras áreas de governos,
setores e atores sociais para a gestão de políticas públicas e a criação e/ou o
fortalecimento de iniciativas que signifiquem redução das situações de desigualdade.

FONTE: PORTARIA Nº 687, DE 30 DE MARÇO DE 2006

PRESIDENTE BOLSONARO E A SUA POLITICA DE SAÚDE PÚBLICA NO MEIO DE UMA


PANDEMIA

O presidente Jair Bolsonaro nomeou Antônio Élcio Franco Filho para o cargo de
secretário-executivo do Ministério da Saúde. Élcio Franco é coronel do Exército e era o
secretário-executivo substituto da pasta.
A nomeação foi confirmada em edição extra do "Diário Oficial da União" (DOU)
publicada nesta quinta-feira (4/06).
O governo vem aumentando a presença de militares no Ministério da Saúde desde a
saída de Luiz Henrique Mandetta do comando da pasta.
O primeiro foi Eduardo Pazuello, nomeado secretário-executivo do então ministro da
Saúde Nelson Teich, e que nesta quarta-feira (3/06) foi nomeado como ministro
interino, após 19 dias no cargo. Em meio à pandemia do novo coronavírus, o
Ministério da Saúde está sem titular.
Na mesma publicação nesta quarta, Pazuello também foi exonerado do cargo de
secretário-executivo adjunto da Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde.
Pasta registra queda de dois ministros em menos de um mês, com presidente exigindo
submissão de titulares em temas como promoção da cloroquina, afrouxamento
drástico do isolamento e minimização dos efeitos da pandemia.
Cloroquina, isolamento social, gravidade da covid-19. O presidente Jair Bolsonaro tem
uma visão sobre esses temas e como enfrentar a pandemia. Já seus dois últimos
ministros da Saúde tinham outra. Nesta sexta-feira (15/05), divergências sobre esses
aspectos provocaram a queda de Nelson Teich meros 27 dias após a sua nomeação.
Antes dele, Luiz Henrique Mandetta já havia deixado o cargo. A segunda queda ocorre
no momento em que o país acumula mais de 14 mil mortos por covid-19, dentro de
um ritmo que chega a 800 óbitos por dia.
Teich havia sido nomeado em abril com a expectativa de um maior alinhamento com
Bolsonaro, que contrariando o consenso científico, vem defendendo uma adoção
ampla da cloroquina no tratamento da covid-19, um isolamento parcial de grupos de
risco e minimizando a gravidade da pandemia.
O ex-ministro, um bem-sucedido médico da área privada, mas sem experiência no
setor público, não chegou a escancarar publicamente suas discordâncias com
Bolsonaro de maneira tão explícita como Mandetta. Na sua coletiva de despedida,
nem sequer explicou os motivos da saída, mas mais uma vez ficou claro que Bolsonaro
só aceita a manutenção de ministros que aceitem uma subordinação completa ao
chefe.

Fonte: https://www.dw.com/pt-br/o-que-bolsonaro-procura-em-um-novo-ministro-
da-sa%C3%BAde/a-53460403

BELÉM ANUNCIA 40% DE CONTAMINADOS EM TESTAGEM E APOSTA EM


IMUNIZAÇÃO.

Vendedor usa máscara no Mercado Ver-o-Peso, um dos locais onde foram feitos os
testes

O prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), anunciou hoje o resultado de uma


testagem em massa feita no comércio popular da cidade. Os testes são uma medida
para controlar a evolução da pandemia do Coronavírus com a flexibilização das
medidas de isolamento social. O comércio de rua foi reaberto na capital paraense
ainda no início de junho. Segundo Coutinho, a testagem avaliou 40 mil pessoas que
trabalham na região da Rua João Alfredo e também nas feiras do Mercado Ver-o-Peso.
Os testes revelaram um alto índice de contaminação, o que pode garantir a imunização
dessas pessoas

"Iniciamos uma pesquisa com 40 mil testes de Covid-19 e tivemos nos dois primeiros
espaços que averiguamos, que é a João Alfredo, a principal rua do comércio, e a feira
do Ver-o-Peso, que é a maior feira aberta da região amazônica, 40% em média de
pessoas estavam contaminadas", disse o prefeito em entrevista à CNN Brasil.

"Ou seja, é um índice bem elevado, que demonstra uma imunização alta em Belém,
que reduz também a expansão do vírus", acrescentou Coutinho, apostando na
imunidade da população contra a covid-19 para controlar a pandemia com a
reabertura das atividades comerciais.

Desde ontem (30/06), Belém liberou a volta parcial de restaurantes. Puderam voltar
funcionar estabelecimentos na parte continental da cidade, além dos comerciantes
que vendem refeições no Mercado Ver-o-Peso, conhecidos como "boieiras". Os
restaurantes devem manter somente 40% de ocupação em seus espaços.

De acordo com os números da Sesma (Secretária Municipal de Saúde), até ontem


Belém somava 1.907 mortes causadas pelo coronavírus e mais de 19.000 pessoas
contaminadas, além de 16.080 pacientes recuperados.

Fonte:

https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/07/02/belem-40-de-
contaminados-em-testagem-aposta-em-imunizacao.htm

OMS AFIRMA QUE VACINA CONTRA COVID TESTADA NO BRASIL É A MAIS


AVANÇADA ATÉ AGORA
Cientista-chefe da OMS disse que a vacina de Oxford está em uma fase avançada de
desenvolvimento, e que os resultados da fase dois devem ser divulgados em breve.

A Organização Mundial da Saúde afirmou, nesta sexta (26), que a vacina contra a
Covid-19 que começou a ser testada no Brasil é a melhor candidata até agora.
Uma repórter inglesa perguntou à cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, se a
vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford tem o maior nível de compromisso
global - tanto do ponto de vista financeiro quanto de alcance geográfico. Ela
concordou.
Disse que a vacina de Oxford está em uma fase avançada de desenvolvimento, que os
resultados da fase dois devem ser divulgados em breve e que os pesquisadores estão
planejando ampliar a fase três para muitos países. Os testes já começaram no Reino
Unido, no Brasil e na África do Sul, mas ela não fez uma previsão de conclusão.
No total há mais de 200 candidatas a vacina. A meta da OMS é garantir a entrega - até
o fim do ano que vem - de 2 bilhões de doses, metade para países de baixa e média
renda.
A OMS afirmou nesta sexta, que o projeto para acelerar o desenvolvimento e a
distribuição, não só de vacinas, mas também de testes e medicamentos precisa de
investimentos: o equivalente a mais de R$ 170 bilhões nos próximos 12 meses. Até
agora, o grupo conseguiu apenas cerca de 10% disso.
A organização lançou a iniciativa em abril, com a participação de vários países. O Brasil não
estava entre eles. Mas nesta sexta o diretor-geral, Tedros Adhanom, confirmou que o governo
brasileiro pediu para se juntar e a OMS deu as boas-vindas.
FONTE

https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/06/26/oms-afirma-que-vacina-
contra-covid-testada-no-brasil-e-a-mais-avancada-ate-agora.ghtml

PUBLICADA PORTARIA COM PROTOCOLO DE SEGURANÇA DO MEC PARA VOLTA ÀS


AULAS

O Ministério da Educação (MEC) definiu um protocolo de biossegurança para a


retomada gradual das aulas nas instituições do sistema federal de ensino, como
medida de prevenção à disseminação do novo coronavírus. A portaria foi publicada
hoje (2/07) no Diário Oficial da União e diz que o cronograma de retorno das
atividades deve ser orientado pelo governo local e pelas autoridades sanitárias.

O protocolo está disponível no portal do MEC e traz orientações sobre medidas de


prevenção individual e coletiva, como aferição de temperatura, limpeza e ventilação
de ambientes, uso de máscara, disponibilização de álcool gel 70% e respeito às regras
de etiqueta respiratória e de distanciamento social. Também deve ser feito o
escalonamento do acesso de estudantes a refeitórios e praças de alimentação.

SEGUNDO A PORTARIA:

1. CENÁRIOS (RECOMENDAÇÕES) PARA RETOMADA DAS ATIVIDADES COM


SEGURANÇA, RECOMENDA-SE À INSTITUIÇÃO DE ENSINO GARANTIR:

-A aferição da temperatura de servidores, estudantes e colaboradores, na entrada da


Instituição e de salas e ambientes fechados;

-A disponibilização de termômetro, álcool 70% e álcool em gel 70% para cada unidade
(administrativa e de ensino);

-A limpeza periódica em locais utilizados com maior fluxo de pessoas; A limpeza


intensiva de banheiros e salas de aula;

-No uso de bebedouros, deverá se evitar contato direto com a superfície, devendo ser
utilizado papel toalha com possibilidade de descarte em coletor de resíduos com
acionamento sem contato manual e posteriormente, realizar a higienização das mãos;

-Na impossibilidade do cumprimento de tais orientações, recomenda-se a interdição


dos bebedouros.

2. ÁREAS COMUNS (ESTACIONAMENTOS, VIAS DE ACESSO INTERNO, PRAÇA DE


ALIMENTAÇÃO, BIBLIOTECA, REFEITÓRIO, RESIDÊNCIA ESTUDANTIL, ETC.):

-Utilizar máscaras; Disponibilizar frascos com álcool em gel 70%;

-Aferir a temperatura no acesso às áreas comuns;


-Garantir o distanciamento social, respeitando a distância mínima de 1,5m (um metro
e meio); Manter os ambientes ventilados (janelas e portas abertas);

-Manter a limpeza de móveis, superfícies e utensílios;

-Escalonar o acesso de estudantes ao refeitório e praças de alimentação.

3. SALAS DE AULA E AUDITÓRIOS:

- Utilizar máscaras;

-Aferir a temperatura na entrada das salas e auditórios;

-Disponibilizar frascos com álcool em gel 70%; Garantir o distanciamento social,


respeitando a distância mínima de 1,5m (um metro e meio) entre mesas e cadeiras;

-Manter os ambientes ventilados (janelas e portas abertas);

-Manter a limpeza das salas e auditórios a cada troca de turma.

4. LABORATÓRIOS:

-Utilizar, obrigatoriamente, máscara e touca descartável, cobrindo todo cabelo e


orelha, sem uso de adornos;

-Utilizar, obrigatoriamente, EPIs (jaleco, máscara e touca) antes de entrar no


laboratório;

-Não manusear celulares e bolsas dentro dos laboratórios;

-Manter os ambientes ventilados (janelas abertas);

Manter o distanciamento social, respeitando a distância mínima de 1,5m (um metro e


meio);

-Disponibilizar frascos com álcool em gel 70%;

-Manter tapete com hipoclorito na entrada, renovando conforme a especificidade da


atividade;

-Aferir a temperatura na entrada do laboratório;

-Manter a limpeza e desinfecção do ambiente a cada 2 horas

FONTE:

https://www.gov.br/mec/pt-br/centrais-de-conteudo/campanhas-
1/coronavirus/CARTILHAPROTOCOLODEBIOSSEGURANAR101.pdf/view

Qual o papel da Atenção Primária à Saúde diante da pandemia provocada pela


COVID-19?
A educação prevê a interação entre as pessoas envolvidas dentro do contexto
educativo e destas com o mundo que as cerca, visando a modificação de ambas as
partes. Porém, é um processo complexo e não existe uma definição única. Já o termo
educação em saúde é um paralelo entre as duas áreas, tendo a educação ocupando-se
dos métodos pedagógicos para transformar comportamentos e a saúde dos
conhecimentos científicos capazes de intervir sobre as doenças. Educação e saúde são,
portanto, duas faces do mesmo processo, interdependentes e co-construtivas.
O termo educação em saúde vem sendo utilizado desde as primeiras décadas
do século XX, inicialmente chamada de Educação Sanitária, que surge no Brasil a partir
da necessidade do Estado brasileiro de controlar as epidemias de doenças
infectocontagiosas (MOROSINI; FONSECA; PEREIRA, 2008).
Iniciada na província de Hubei, na China, a epidemia causada por uma nova cepa viral
da família Coronaviridae (SARS-CoV-2) e que provoca a doença Covid-19 vem se
disseminando rapidamente por todos os continentes. No dia 11 de março de 2020,
pouco mais de dois meses do seu início, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
declarou estado de pandemia da doença, confirmando-se mais de 820 mil casos e mais
de 40 mil mortes em decorrência da infecção pelo SARS-CoV-2, até o dia 1 o de abril de
2020. Até aquele momento, Estados Unidos, Itália, Espanha e China eram os países
com maior número de casos, demonstrando que o vírus se expande agressivamente
em locais com distintas características sociais e econômicas.

A Atenção Primária à Saúde diante da crise

Não é trivial preparar um robusto sistema de Unidades Básicas de Saúde (UBS) para
responder com qualidade a situações de emergência pública. O Brasil apresenta um
dos maiores sistemas de saúde universal do mundo, ancorado em extensa rede de
APS, mas que apresenta problemas crônicos de financiamento, gestão, provisão de
profissionais e estruturação dos serviços. Mesmo com estes entraves, a APS brasileira
tem alcançado resultados positivos, que a destacam em âmbito internacional. Há
inúmeras evidências que demonstram influência significativa na redução de
mortalidade e desigualdades em saúde, o que tende a ser potencializado pela
combinação com políticas de transferência de renda e proteção social.

Desse modo, a APS deve ser considerada um importante pilar frente a situações
emergenciais, tais quais as epidemias de dengue, Zika, febre amarela, Chikungunya e,
também agora, a Covid-19. Apostar naquilo que é a alma da atenção primária, como o
conhecimento do território, o acesso, o vínculo entre o usuário e a equipe de saúde, a
integralidade da assistência, o monitoramento das famílias vulneráveis e o
acompanhamento aos casos suspeitos e leve, é estratégia fundamental tanto para a
contenção da pandemia, quanto para o não agravamento das pessoas com a Covid-
19 . À APS caberá também abordar problemas oriundos do isolamento social
prolongado e da precarização da vida social e econômica, como transtornos mentais,
violência doméstica, alcoolismo e agudização ou desenvolvimento de agravos crônicos,
cujas consequências são de difícil previsão, exigindo cuidados integrados longitudinais.
Tudo isso soma-se ao conjunto de problemas já vivenciados pelas pessoas e que se
apresentam no cotidiano dos serviços.
Portanto, para garantir um atendimento seguro e de qualidade neste nível de atenção,
são necessários planejamento baseado em dados, reorganização dos serviços de
acordo com as características da epidemia, alocação de recursos financeiros e
estratégias de ação específicas para o enfrentamento da pandemia em curso, tais
como: profissionais de saúde capacitados para responder com qualidade às demandas
das pessoas, já existindo algumas ações nesse sentido; testes diagnósticos em grande
número, caso se opte por testagem em massa; estrutura para solicitação de exames
complementares com resultados em tempo oportuno; espaço físico adequado para
acolher possíveis casos suspeitos que chegarem aos serviços; estoque de
medicamentos; fluxos e protocolos bem definidos – à semelhança dos já desenvolvidos
e em constante atualização pelo Ministério da Saúde,com acesso prioritário a outros
níveis e serviços de saúde, a fim de potencializar a coordenação do cuidado exercido
pela APS; apoio diagnóstico e de cuidado compartilhado com a equipe de saúde;
profissionais suficientes, incluindo Agentes Comunitários de Saúde, para o exercício da
vigilância em ambiente comunitário e domiciliar; equipamentos de proteção individual
adequados e em número suficiente para os profissionais de saúde e indivíduos
sintomáticos; e organização de processos de trabalho que articulem bem as
metodologias de acesso ao serviço, a assistência às pessoas e a produção de
informações que possam retroalimentar o serviço e o sistema em tempo oportuno,
fortalecendo o cuidado prestado à população.

A APS é potente na redução das iniquidades em saúde e deve, portanto, ser


fortalecida e estruturada como uma das principais respostas do setor saúde à
epidemia, dado seu alto grau de capilarização em território nacional e alcance de
parcelas expressivas da população expostas a riscos excessivos devido a suas
condições de vida. Pandemias como a COVID-19 colocam em xeque discursos e
práticas de redução do tamanho do Estado, flexibilização das leis trabalhistas,
desmonte do sistema de proteção social, desvalorização e desinvestimento em ciência,
tecnologia e ensino, e de precarização de serviços públicos de saúde. Logo, a crise não
se resume a uma questão sanitária, mas possui relação estreita com os campos
político, social e econômico, que exigem um conjunto de medidas que vão além da
imediata contenção da cadeia de transmissão do vírus. Em um mundo cada vez mais
complexo e imprevisível, apresenta-se o desafio de pensar qual modelo social e
sistema de saúde se almeja para a proteção da vida, sobretudo a dos mais vulneráveis.

Fonte:

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-96222020000200903

RECOMENDAÇÃO Nº 020, DE 07 DE ABRIL DE 2020 (Conselho Nacional Saúde)

Recomenda a observância do Parecer Técnico nº 128/2020, que dispõe sobre as


orientações ao trabalho/atuação dos trabalhadores e trabalhadoras, no âmbito dos
serviços de saúde, durante a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional
em decorrência Doença por Coronavírus – COVID-19.

Os trabalhadores da saúde no SUS


O SUS dispõem de um contingente muito grande de trabalhadores de saúde, que
atendem os brasileiros e brasileiras que precisam de cuidado, diariamente, e, em
alguns serviços, diuturnamente. Esse contingente está enfrentando bravamente as
iniciativas de restrições orçamentárias, as consequências da crise econômica e do
aumento das demandas dela decorrentes e, também, a pandemia, seja na
identificação do vírus (Sars-Cov-2), seja no atendimento das pessoas com sinais e
sintomas da doença (COVID-19).
A pandemia da COVID-19 e a saúde dos trabalhadores da saúde
A doença provocada pelo novo coronavírus (COVID-19) foi declarada como pandemia
pela Organização Mundial da Saúde em 11 de março de 2020. Os primeiros registros
da doença foram feitos no final de dezembro de 2019 e ela foi declarada uma
emergência de saúde pública internacional ainda em janeiro. Desde então, a doença
tem evoluído de forma muito rápida, esgotando a capacidade de resposta dos sistemas
de saúde em muitos países e gerando intervenções que alteram de forma significativa
o cotidiano das pessoas. Essas medidas atingem também os trabalhadores de saúde,
de duas maneiras: interferem na sua vida privada e familiar, por estarem sujeitos às
normas de contenção da doença válidas para todos e todas; e por sobrecarregarem o
trabalho nos sistemas e serviços de saúde. Registros de contaminações, adoecimentos,
mortes, suicídios e crises de ansiedade e pânico, assim como o agravamento de
doenças, são cada vez mais frequentes

Medidas para a proteção e preservação da saúde física e mental


A Comissão Intersetorial de Recursos Humanos e Relações do Trabalho do Conselho
Nacional de Saúde (CIRHRT/CNS), frente à prioridade dos planos de respostas
internacionais à pandemia da COVID-19, registra as seguintes medidas como
importantes para a preservação da saúde física e mental dos trabalhadores da saúde:
Os trabalhadores da saúde devem ter assegurado o acesso aos documentos e ao
treinamento adequado nas normas vigentes de manejo e tratamento dos casos de
contágio pelo SARS-CoV-2 e adoecimento pela COVID-19, embasadas nas
melhores evidências do conhecimento e nas melhores práticas internacionais,
conforme vêm divulgando o Ministério da Saúde
(https://coronavirus.saude.gov.br/), a Organização Pan-americana da Saúde
(https://www.paho.org/bra/) e a Organização Mundial da Saúde
(https://www.who.int/);
Os gestores de sistemas e serviços, os gerentes de educação e trabalho e os
trabalhadores de saúde devem se manter atualizados com normas e
procedimentos de segurança sobre a pandemia nas páginas oficiais do Ministério
da Saúde (https://coronavirus.saude.gov.br/), da Organização Pan-americana da
Saúde (https://www.paho.org/bra/) e do Conselho Nacional de Saúde
(https://conselho.saude.gov.br/). As normas e recomendações são atualizadas
com frequência e existem canais de comunicação direta com esses órgãos para
esclarecer dúvidas adicionais. As páginas das secretarias estaduais e municipais de
saúde também têm informações relevantes sobre as normas do SUS para o
enfrentamento da pandemia, inclusive com orientações para os usuários dos
serviços e da população em geral.
Os trabalhadores de saúde devem ser esclarecidos e ter assegurados os seus
direitos, papéis e responsabilidades no manejo das situações derivadas da
pandemia, incluindo as medidas de segurança e saúde no trabalho [11]. Na atenção
básica, onde a diversidade de situações é maior, é fundamental o acesso aos
protocolos oficiais para organizar de forma segura o trabalho das equipes,
inclusive dos agentes comunitários de saúde[16] [21].
Os serviços de saúde devem estar organizados e em acordo com as condições
estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa), em particular
a Nota Técnica 04/2020, com orientações para serviços de saúde, medidas de
prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos
suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2)[12]e/ou
suas atualizações posteriores.
Devem ser desenvolvidas intervenções físicas para prevenir a propagação de vírus
respiratórios[13], com práticas que são eficazes e reduzem a propagação de vírus
respiratórios, como: a lavagem frequente das mãos; a lavagem normal das mãos
com sabão, que parece ser eficaz como os virucidas ou anti-sépticos; o isolamento
em enfermarias hospitalares ou em casa, que pode ser implementada
rapidamente; o uso de máscaras, luvas e jalecos, que também podem ser
implementadas rapidamente.
Os serviços e sistemas locais de saúde devem assegurar Equipamentos de
Proteção Individual (EPI) adequados ao risco em cada modalidade de serviço de
saúde e reprogramar ações e o ambiente físico, assim como treinar
adequadamente os trabalhadores com orientações sobre estratégias de
prevenção e controle de infecção para utilizar quando houver suspeita de infecção
pelo novo coronavírus[14]. Entre as medidas, garantir triagem, reconhecimento
precoce e isolamento de pacientes com suspeita de infecção por SARS-CoV-2;
aplicação de precauções padrão para todos os pacientes, como higiene
respiratória e das mãos, uso de EPI adequado de acordo com a avaliação de riscos,
práticas de segurança de injeção, gerenciamento seguro de resíduos, roupas de
cama adequadas, limpeza ambiental e esterilização do equipamento de
atendimento ao paciente; implementar precauções adicionais que evitem a
exposição a gotículas e contatos e cuidados específicos de saúde para casos
suspeitos de infecção; implementar controles administrativos para a previsão de
suprimento adequado de insumos, distribuição suficiente de espaços e
higienização de superfícies e equipamentos e treinamento adequado dos
trabalhadores; implementar medidas de controles ambientais e de engenharia,
para garantir a ventilação adequada em todas as áreas do estabelecimento de
saúde, bem como a limpeza ambiental adequada.

Coronavírus: como funcionam as duas vacinas contra covid-19 que serão testadas em
brasileiros

Segundo a OMS, existem mais de 130 estudos de vacinas contra a covid-19 em


andamento no mundo todo, mas apenas dez estão em fases adiantadas de estudo - o
que inclui essas duas que serão testadas com voluntários brasileiros. Especialistas
indicam que essa fase pode durar seis meses, e que a fase de produção e
comercialização pode demorar ainda de 12 a 18 meses.
No Brasil, há iniciativas do próprio Instituto Butantã junto com a Fiocruz e também da
Universidade de São Paulo para criar uma vacina nacional, mas ambas ainda estão em
estágio de análise pré-clínica.

Vacina ChAdOx1 nCoV-19, de Oxford

A vacina conhecida como ChAdOx1 nCoV-19 é um dos mais avançados experimentos


científicos contra o coronavírus no mundo hoje.

Ela é feita a partir do ChAdOx1, que é uma versão mais branda de um vírus que causa
gripe em chipanzés, com modificações genéticas que impedem que ela se espalhe
entre humanos. Material genético foi acrescentado ao vírus ChAdOx1 com a presença
de uma proteína chamada glicoproteína de pico.

Essa proteína existe na superfície do coronavírus e desempenha um papel


fundamental no processo de contaminação, pois ela se liga a receptores presentes nas
células humanas para invadi-las e causar a infecção.

O objetivo da vacina de Oxford é fazer com que o sistema imunológico do corpo


humano reconheça a glicoproteína de pico e crie uma defesa contra ela.

▪ Brasil pode se tornar país com mais mortos em 29/7 se nada mudar, diz projeção
usada pela Casa Branca
▪ Com lockdown 'insustentável', Índia reabre em meio a disparada de casos e
temores de 'bomba-relógio'

Uma parcela dos voluntários vai receber uma outra vacina, usada comumente contra
meningite, que provoca sintomas parecidos. Este será o grupo de controle, usado para
comparar e contrastar as duas vacinas. Os voluntários não serão informados sobre
qual vacina estão recebendo.

Eles vão preencher pela internet um diário ao longo de sete dias relatando seus
sintomas, e serão monitorados por três semanas para qualquer mal-estar. Eles farão
exames de sangue constantes para determinar se a vacina está sendo eficaz em
produzir uma resposta imunológica.

A universidade britânica disse que o Brasil é prioridade na última fase de estudos "por
causa da sua curva ascendente de covid-19".

Além dos 2 mil brasileiros, também participam do estudo 10 mil britânicos e 30 mil
americanos.

Enquanto a universidade trabalha na ponta da pesquisa científica, ela também negocia


a parte de produção em massa da vacina. A multinacional AstraZeneca, que apoia as
pesquisas, diz que terá capacidade de produzir até 1 bilhão de doses da vacina de
Oxford, tendo já firmado convênios para produzir até 400 milhões de doses.
Fonte:

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-53027318

Brasil entra em parceria para produção de vacina contra Covid-19

País receberá a transferência de tecnologia da tecnologia mais promissora contra a


doença no mundo. Quando demonstrada segurança, serão 100 milhões de doses
O governo federal enviou resposta à embaixada Britânica e ao presidente do
laboratório AstraZeneca aceitando a proposta de acordo de cooperação no
desenvolvimento tecnológico e acesso do Brasil à vacina para Covid-19. O acordo
prevê a compra de lotes da vacina e da transferência de tecnologia. Se demonstrada
eficácia, serão 100 milhões de doses à disposição da população brasileira.

A vacina é desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca, sendo uma


das mais promissoras no mundo. No Brasil, a tecnologia será desenvolvida pela
Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), fundação do Ministério da Saúde. Para o
secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, a parceria bilateral coloca
o Brasil na liderança do desenvolvimento da vacina contra o coronavírus. “A partir do
acordo, o país reforça sua contribuição com o mundo no desenvolvimento de uma
resposta definitiva à pandemia e reafirma o seu compromisso em salvar vidas”,
destacou o secretário.

O acordo, quando celebrado, prevê a transferência de tecnologia de formulação, o


envase e o controle de qualidade. Será utilizada a previsão legal de encomenda
tecnológica prevista na lei nº 10.973, de 2004, e amparada na lei de licitações, a
8.666, de 1.993. O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos
Estratégicos, Hélio Angotti Neto, também destacou que o Ministério da Saúde
acompanha 16 estudos de ensaios clínicos relacionados à vacina da Covid-19 e que o
país poderá ter até mais vacinas se necessário. “Na nossa avaliação
técnica observamos que essa é uma das vacinas que está em processo mais
avançado. Nesse sentido avançamos na proteção e cuidado da população brasileira”,
reforçou.

O acordo tem duas etapas. Começa com uma encomenda em que o Brasil assume
também os riscos da pesquisa. Ou seja, será paga pela tecnologia mesmo não tendo
os resultados dos ensaios clínicos finais. Em uma segunda fase, caso a vacina se
mostre eficaz e segura, será ampliada a compra.

Nessa fase inicial, de risco assumido, serão 30,4 milhões de doses da vacina, no valor
total de U$ 127 milhões, incluídos os custos de transferência da tecnologia e do
processo produtivo da Fiocruz, estimados em U$ 30 milhões. Os dois lotes a serem
disponibilizados à Fiocruz, de 15,2 milhões de doses cada, deverão ser entregues em
dezembro de 2020 e janeiro de 2021.

FONTE

https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/47132-brasil-entra-em-parceria-
para-producao-de-vacina-contra-covid-19

Você também pode gostar