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Aula 10

Legislação Especial p/ Agente da Polícia Federal (com videoaulas)

Professores: Marcos Girão, Paulo Guimarães


Legislação Especial p/ PF (Agente)
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AULA 10: Lei nº 6.815/1980: define a situação
jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho
Nacional de Imigração – Parte IV; Lei nº
8.072/1990: Lei dos Crimes Hediondos; Lei nº
10.446/2002: infrações penais de repercussão
interestadual ou internacional que exigem
repressão uniforme.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Lei nº 6.815/1980: define a situação jurídica do 2
estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional de
Imigração – Parte IV
2. Lei nº 8.072/1990: Lei dos Crimes Hediondos 29
3. Lei nº 10.446/2002: infrações penais de repercussão
interestadual ou internacional que exigem repressão 35
uniforme
4. Resumo do concurseiro 40
5. Questões comentadas 54
6. Lista das questões apresentadas 64

Olá, amigo concurseiro! Finalmente chegamos à última aula


do nosso curso. Hoje estudaremos a parte final do Estatuto do
Estrangeiro, e também veremos a Lei nº 8.072/1991, que dos crimes
hediondos, e a Lei nº 10.446/2002, que trata das infrações penais de
repercussão interestadual ou internacional que exigem repressão
uniforme. 10556374274

Espero que o curso esteja sendo proveitoso para você. Quero


desde já agradecer a sua confiança no nosso trabalho. Sei de toda a
expectativa que você colocou no nosso curso, mas posso tranquilizar você
no sentido de que, se você estudou nossas aulas, fez os exercícios e fizer
uma boa revisão, não há como ir mal na prova... ☺
Estudar legislação não é fácil. As matérias não são as mais
prazerosas, mas lembre-se de que a dificuldade está aí para todo mundo,
e muitos, mas muitos mesmo, desistem no meio do caminho. Um bom

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resultado na prova de legislação é um diferencial e tanto no “jogo” do
concurso.

Força! Bons estudos!

1.! LEI Nº 6.815/1980: DEFINE A SITUAÇÃO JURÍDICA DO


ESTRANGEIRO NO BRASIL, CRIA O CONSELHO NACIONAL DE
IMIGRAÇÃO – PARTE IV

1.1.! Dos Direitos e Deveres do Estrangeiro

Art. 95. O estrangeiro residente no Brasil goza de todos os direitos


reconhecidos aos brasileiros, nos termos da Constituição e das leis.
Este dispositivo deve ser encarado com parcimônia... acredito
que a intenção do legislador aqui foi deixar claro que os direitos
fundamentais são extensíveis aos estrangeiros. Estamos falando aqui de
direitos básicos, como saúde e educação, mas não de todos os direitos.
Temos, por exemplo, um grupo de direitos conhecido como
direitos políticos, que, em regra, não são extensíveis aos estrangeiros.
Estes não podem, por exemplo, candidatar-se a cargos eletivos, a não ser
que já tenham sido naturalizados.
Com relação a esse assunto, quero deixar uma coisa bem
clara desde já: brasileiro naturalizado é brasileiro. Tenha isso em
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mente para entender que a naturalização importa na aquisição da


nacionalidade brasileira. Um naturalizado, portanto, pode votar e ser
votado, mas ainda assim há algumas restrições: brasileiros naturalizados
não podem ocupar certos cargos, alguns eletivos (Presidente da
República, Vice-Presidente da República, Presidente do Senado Federal,
Presidente da Câmara dos Deputados), outros por indicação (Ministro do
Supremo Tribunal Federal) e outros acessíveis por meio de concurso
público (oficial das Forças Armadas, membro da carreira diplomática).

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Ainda no que se refere ao acesso do estrangeiro aos direitos
fundamentais, quero destacar um julgado recente, mas ainda não
definitivo, do STF. Trata-se de uma ação movida no Mato Grosso do Sul
contra uma escola pública, cuja diretora indeferiu o requerimento de
matrícula de duas alunas estrangeiras, por não terem apresentado
documento que comprovasse a regularidade de sua estada no Brasil.
A decisão do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul foi no
sentido de que o acesso à educação pública somente pode ocorrer se o
estrangeiro foi regular. Estrangeiros que estejam no Brasil ilegalmente,
portanto, não poderiam ser matriculados em instituições de ensino
públicas.
O Ministério Público, porém, recorreu ao STF, e em agosto de
2013 foi deferida uma liminar, autorizando a matrícula das duas jovens. A
tese adotada foi de que a educação é um direito fundamental, e por isso
não deve ser negado, ao menos enquanto o assunto estiver sendo
discutido no âmbito do Poder Judiciário. Ressalto que se trata apenas de
uma liminar do STF. Isso não significa que no julgamento definitivo esse
posicionamento será mantido, ok?

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O estrangeiro residente no Brasil goza de todos os direitos


reconhecidos aos brasileiros.

Muito bem, falamos dos direitos políticos, e mostrei a você


também um importante julgado a respeito do direito à educação de
estrangeiros irregulares. Mas e outros direitos? O Estatuto traz algumas
regras específicas, e algumas delas já foram estudadas por nós nas aulas
anteriores, mas vamos repeti-las, ok?

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Ainda no que se refere à educação, a matrícula em
estabelecimento de ensino é permitida ao estrangeiro, assim como o
exercício de atividade remunerada, mas apenas nos termos da lei e
do seu regulamento.
Como exemplo, posso dar uma restrição estabelecida pela
própria Constituição de 1988, que apenas permite que brasileiros natos
ou naturalizados há mais de 10 anos sejam proprietários de empresas
jornalísticas e de radiodifusão. Trata-se de uma restrição ao exercício de
atividade remunerada, não é mesmo?

O exercício de atividade remunerada e a matrícula em


estabelecimento de ensino são permitidos ao estrangeiro com as
restrições estabelecidas no Estatuto e no seu regulamento.

Ainda no que se refere ao exercício de atividade remunerada,


o Estatuto o proíbe expressamente nos seguintes casos:
a)! Titulares de visto de turista ou de trânsito;
b)! Titulares de visto temporário na condição de estudante;
c)! Dependentes de titulares de quaisquer modalidades de
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visto temporário;
d)! Titular de visto temporário na condição de
correspondente internacional, no que se refere ao
exercício de atividade remunerada por fonte brasileira.
Além dessas restrições, é proibido também ao fronteiriço
(lembra dele?) estabelecer-se com firma individual, ou exercer cargo ou
função de administrador, gerente ou diretor de sociedade comercial ou
civil, bem como inscrever-se em entidade fiscalizadora do exercício de
profissão regulamentada.

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Apenas para deixar a regra mais clara para você, relembro
que o tratamento especial conferido pelo Estatuto ao fronteiriço (art. 21)
tem a finalidade de possibilitar o exercício de atividade remunerada e o
acesso aos estabelecimentos educacionais localizados no município limite.
Por essa razão, a própria lei restringe essa atividade
profissional. Se o fronteiriço quiser exercer uma atividade regulamentada,
como a de engenheiro ou médico, por exemplo, precisará obter o visto
adequado. No caso do estrangeiro que venha ao Brasil com visto
temporário na condição de cientista, professor, técnico ou
profissional de outra categoria, sob regime de contrato ou a serviço
do Governo brasileiro, é permitida a inscrição temporária nas entidades
de fiscalização profissional.

Art. 100. O estrangeiro admitido na condição de temporário, sob


regime de contrato, só poderá exercer atividade junto à entidade pela
qual foi contratado, na oportunidade da concessão do visto, salvo
autorização expressa do Ministério da Justiça, ouvido o Ministério do
Trabalho.
Se o estrangeiro foi admitido com visto temporário em razão
de um contrato de trabalho (art. 13, V), somente poderá exercer a
atividade nos termos do seu contrato. Não é possível, portanto, que ele
“diversifique” sua atividade profissional enquanto estiver no Brasil.
O mesmo se aplica ao estrangeiro a quem foi concedido visto
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permanente condicionado. Já repetimos essa regra umas trinta vezes,


mas vou falar pela trigésima primeira para ter certeza de que você não
vai esquecer: o visto permanente pode ser concedido a estrangeiro com
condicionantes, que podem estar relacionadas à permanência em
determinado local, ou ao exercício de determinada atividade, sempre pelo
prazo máximo de 5 anos.
Nesse caso, o estrangeiro não poderá mudar de domicílio nem
de atividade profissional, ou exercê-la fora daquela região, salvo em caso

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excepcional, mediante autorização prévia do Ministério da Justiça,
ouvido o Ministério do Trabalho, quando necessário.
Mas como o Ministério da Justiça poderá acompanhar o
cumprimento dessas obrigações? Afinal de constas, quando nós mudamos
de domicílio, não somos necessariamente obrigados a informar o fato a
nenhuma autoridade pública, não é mesmo? Em regra, não. Mas o
estrangeiro é!
Qualquer estrangeiro registrado é obrigado, por força de regra
que consta no próprio Estatuto, a comunicar ao Ministério da Justiça no
prazo de 30 dias sua mudança de domicílio ou residência.
Outra obrigatoriedade no que se refere à comunicação é a que
diz respeito à aquisição de outra nacionalidade por parte do estrangeiro.
Imagine, por exemplo, que um norte-americano vem para o Brasil e aqui
estabelece sua residência.
Acontece que esse estrangeiro já há muitos anos pleiteava o
reconhecimento de sua cidadania italiana, já que é descendente de
imigrantes daquele país. Pois bem, se, enquanto ele estiver no Brasil, sua
cidadania italiana for reconhecida, ele deverá comunicar o fato em no
prazo de 90 dias, para fins de atualização de seu registro.

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O estrangeiro registrado é obrigado a comunicar ao


Ministério da Justiça no prazo de 30 dias sua mudança de domicílio
ou residência. Além disso, o estrangeiro que adquirir outra nacionalidade
deverá requerer averbação do fato em seus registros, no prazo de 90
dias.

Os documentos que comprovam a regularidade da estada do


estrangeiro em território nacional devem ser sempre apresentados por ele

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quando agentes ou autoridades públicas assim o exigirem. O Estatuto traz
ainda algumas situações em que o documento deve ser apresentado em
seu original:
a)! Alteração de nome do estrangeiro;
b)! Registro de firma na junta comercial;
c)! Registro do estrangeiro na condição de hóspede, locatário,
sublocatário ou morador em estabelecimento hoteleiro,
empresa imobiliária ou junto ao proprietário de imóvel
locado;
d)! Admissão do estrangeiro a serviço prestado por entidade
pública ou privada, ou matrícula em estabelecimento de
ensino de qualquer nível.

Art. 104. O portador de visto de cortesia, oficial ou diplomático


só poderá exercer atividade remunerada em favor do Estado estrangeiro,
organização ou agência internacional de caráter intergovernamental a
cujo serviço se encontre no País, ou do Governo ou de entidade
brasileiros, mediante instrumento internacional firmado com outro
Governo que encerre cláusula específica sobre o assunto.
Essas modalidades de visto normalmente são concedidas para
diplomatas e outras pessoas que vêm ao Brasil a serviço de seus países
ou de entidades de cooperação internacional. Por essa razão não faz
sentido que os titulares desses vistos possam exercer atividades além do
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serviço prestado ao seu país de origem ou ao organismo internacional que


representam.
O dispositivo abre ainda uma possibilidade para que, se for de
interesse do Brasil, essas pessoas possam também prestar serviços ao
governo ou a entidades brasileiras, por meio de instrumento (tratado)
internacional que faça previsão específica dessa situação.
No que se refere ao trabalho das embaixadas e consulados,
até mesmo os trabalhadores responsáveis pelos serviços domésticos
podem vir de outros países. Isso não é praxe, mas é perfeitamente

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possível, e nesse caso estarão sujeitos às mesmas limitações, apenas
podendo exercer atividade remunerada a serviço particular de titular de
visto de cortesia, oficial ou diplomático.
A legislação trabalhista brasileira também não se aplica aos
titulares de vistos oficial, diplomático ou de cortesia.

Art. 105. Ao estrangeiro que tenha entrado no Brasil na condição de


turista ou em trânsito é proibido o engajamento como tripulante em
porto brasileiro, salvo em navio de bandeira de seu país, por viagem não
redonda, a requerimento do transportador ou do seu agente, mediante
autorização do Ministério da Justiça.
Em regra, o estrangeiro que veio ao Brasil com visto de
trânsito ou de turista não pode assumir como tripulante de aeronave ou
embarcação em porto ou aeroporto brasileiro. Essa seria uma maneira de
burlar a exigência de visto temporário ou permanente para exercer
atividade remunerada no país, não é mesmo?
Há, porém uma exceção: se o navio (ou aeronave) for do país
de origem do estrangeiro e se a viagem não for redonda, ou seja, se não
for uma viagem simples de ida e volta, o transportador pode requerer ao
Ministério da Justiça que o estrangeiro seja recebido como tripulante.
Essa regra é ultra específica, e por isso acredito que não seja
muito importante para a sua prova. De qualquer forma, vamos nos
precaver, não é mesmo? 10556374274

O art. 106 traz uma lista de proibições dirigidas aos


estrangeiros. Boa parte delas tem relação com o exercício de atividades
remuneradas, e acredito que seja importante memorizar essas hipóteses.
Elas podem tranquilamente surgir na sua prova, ok? Abaixo montei um
quadro esquemático, adicionado dos meus comentários para auxiliar seu
entendimento.

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É VEDADO AO ESTRANGEIRO...
I - ser proprietário, armador ou Qualquer atividade relacionada ao transporte de
comandante de navio nacional, inclusive cargas e passageiros é considerada estratégica, e por
nos serviços de navegação fluvial e isso estrangeiros não devem exercer certas
lacustre; atividades relacionadas ao comando de navios
* Aplicável também aos portugueses nacionais. Essas atividades incluem não só a
V - ser proprietário ou explorador de propriedade e o comando dos navios, mas também
aeronave brasileira, ressalvado o disposto a atividade do armador, que é quem efetivamente
na legislação específica; opera os navios.
A regra do item I não aplica aos navios nacionais de
pesca.
VI - ser corretor de navios, de fundos São outras funções relacionadas com o comércio
públicos, leiloeiro e despachante internacional.
aduaneiro;
VIII - ser prático de barras, portos, rios, O prático é uma espécie de “manobrista” de navios.
lagos e canais; Quando um navio se aproxima do porto, ele é o
responsável por “estacionar”.
II - ser proprietário de empresa Essa vedação se encontra expressa na Constituição
jornalística de qualquer espécie, e de de 1988. Trata-se de uma regra importante porque,
empresas de televisão e de radiodifusão, numa sociedade democrática, a mídia tem um papel
sócio ou acionista de sociedade fundamental na difusão de informação.
proprietária dessas empresas;
IX - possuir, manter ou operar, mesmo Também não é possível que uma empresa jornalística
como amador, aparelho de radiodifusão, contrate um estrangeiro como consultor de conteúdo,
de radiotelegrafia e similar, salvo por exemplo.
reciprocidade de tratamento; e
III - ser responsável, orientador 10556374274

intelectual ou administrativo das


empresas mencionadas no item anterior;
* Aplicável também aos portugueses
IV - obter concessão ou autorização para
a pesquisa, prospecção, exploração e
aproveitamento das jazidas, minas e
demais recursos minerais e dos potenciais
de energia hidráulica;
VII - participar da administração ou As entidades fiscalizadoras são, além da OAB, os
representação de sindicato ou associação famosos conselhos profissionais. Hoje existem

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profissional, bem como de entidade diversos conselhos de profissões regulamentadas:
fiscalizadora do exercício de profissão engenharia, arquitetura, medicina, enfermagem,
regulamentada; fisioterapia, economia, administração, etc.
X - prestar assistência religiosa às Forças A prestação de assistência religiosa por estrangeiros
Armadas e auxiliares, e também aos poderia, em casos extremos, abrir as portas do país
estabelecimentos de internação coletiva. para organizações fundamentalistas e terroristas. As
* Aplicável também aos portugueses forças armadas são o Exército, a Marinha e a
somente no que se refere às Formas Aeronáutica. Forças auxiliares é o nome como eram
Armadas e auxiliares. chamadas as Polícias Militares e os Corpos de
Bombeiros Militares.

Você deve estar se perguntando por que apenas algumas


dessas restrições são aplicáveis aos portugueses, não é mesmo?
Vejamos!

§ 2º Ao português, no gozo dos direitos e obrigações previstos no


Estatuto da Igualdade, apenas lhe é defeso:
a) assumir a responsabilidade e a orientação intelectual e
administrativa das empresas mencionadas no item II deste artigo;
b) ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional,
inclusive de navegação fluvial e lacustre, ressalvado o disposto no
parágrafo anterior; e
c) prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares.
Esse dispositivo merece uma explicação um pouco mais
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detalhada. Temos estudado ao longo das últimas aulas várias regras


aplicáveis aos estrangeiros que vêm ao Brasil, e daqui a pouco
estudaremos como ocorre o processo de naturalização.
Pois bem, para os portugueses há algumas regras diferentes,
por força do Estatuto da Igualdade, que nada mais é do que um
tratado firmado entre Brasil e Portugal, e que garante a equivalência de
diversos direitos entre os cidadãos dos dois países, inclusive direitos
políticos!

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O Estatuto da Igualdade não está no conteúdo programático
da sua prova, então não precisa se preocupar com ele, ok? Apenas saiba
que as restrições normalmente impostas a estrangeiros são muito mais
brandas para os portugueses... ☺
Por essa razão, apenas algumas das proibições que acabamos
de estudar são aplicáveis aos portugueses.

Art. 107. O estrangeiro admitido no território nacional não pode


exercer atividade de natureza política, nem se imiscuir, direta ou
indiretamente, nos negócios públicos do Brasil, sendo-lhe especialmente
vedado:
I - organizar, criar ou manter sociedade ou quaisquer entidades de
caráter político, ainda que tenham por fim apenas a propaganda ou a
difusão, exclusivamente entre compatriotas, de idéias, programas ou
normas de ação de partidos políticos do país de origem;
II - exercer ação individual, junto a compatriotas ou não, no sentido
de obter, mediante coação ou constrangimento de qualquer natureza,
adesão a idéias, programas ou normas de ação de partidos ou facções
políticas de qualquer país;
III - organizar desfiles, passeatas, comícios e reuniões de qualquer
natureza, ou deles participar, com os fins a que se referem os itens I e II
deste artigo.
Como você já deve estar cansado de saber, no Brasil os
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estrangeiros, em geral, não gozam de direitos políticos. Isso significa


que eles não podem votar e nem candidatar-se a cargos eletivos, mas as
proibições vão muito além disso.
Na realidade, os estrangeiros não podem exercer
atividade política, em sentido amplo. Não podem criar e nem gerir
entidades de caráter político, mesmo que suas atividades sejam
direcionadas apenas a seus compatriotas.
Um norte-americano, por exemplo, não pode vir ao Brasil e
aqui fundar uma associação que defenda os ideais do Partido Republicano.

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Também não podem agir individualmente na defesa de ideais
políticos e nem participar de manifestações dessa natureza.
Por outro lado, é permitido que os estrangeiros se associem
para fins culturais, religiosos, recreativos, beneficentes ou de assistência,
ou que se filiem a clubes sociais e desportivos, bem como que participem
de eventos comemorativos de datas nacionais ou acontecimentos de
significativos para seus países de origem.
Aqui a única restrição é a seguinte: se nas entidades
mencionadas (clubes, associações, etc.) mais da metade dos associados
for composta por estrangeiros, será necessária autorização do Ministério
da Justiça para seu funcionamento.
O Estatuto também confere ao Ministro da Justiça a
prerrogativa de impedir a realização de conferências, congressos e
exibições artísticas ou folclóricas por estrangeiros, sempre que considerar
conveniente aos interesses nacionais.
Aqui uma regra importante: essas vedações não se
aplicam ao português equiparado a brasileiro por força do
Estatuto da Igualdade.

1.2.! Naturalização

A naturalização é o procedimento por meio do qual o


estrangeiro pode adquirir a nacionalidade brasileira. Quero que fique bem
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claro que brasileiro naturalizado é brasileiro! Assim, a partir do


momento em que ocorre a naturalização, o estrangeiro deixa de ser
estrangeiro, e passa a ser brasileiro para (quase) todos os efeitos, ok?
Apesar de o conteúdo programático da nossa matéria prever
apenas o estudo do Estatuto do Estrangeiro, é muito importante que você
esteja atento às regras da Constituição de 1988 acerca da naturalização.
Nossa Constituição tratou desse assunto com muito carinho, e, além
disso, lembre-se de que o Estatuto é de 1980...

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O ato que confere a naturalização é uma portaria do
Ministro da Justiça. Essa faculdade é exclusiva do Poder Executivo, não
podendo ser exercida por nenhum dos outros poderes. Não é possível,
portanto, a naturalização por meio de decisão judicial ou mesmo de outra
lei.
O ato por meio do qual se confere a naturalização também se
reveste da discricionariedade. Isso significa que, mesmo que o
estrangeiro preencha todos os requisitos legais, o pedido de naturalização
pode ser indeferido, a juízo de conveniência e oportunidade do Ministro
da Justiça.
Quais são então as condições para o estrangeiro possa obter a
naturalização? O art. 112 do Estatuto traz uma lista de requisitos, que
devem ser bem compreendidos e memorizados por você.
Antes de entrarmos no estudo dos requisitos, quero deixar
bem claro para você que os portugueses que gozam de direitos no Brasil
em razão do Estatuto da Igualdade não são naturalizados. Trata-se de
uma situação própria, em que, mesmo mantendo a nacionalidade
estrangeira, os portugueses podem gozar de diversos direitos próprios
dos brasileiros, inclusive políticos.

Art. 112. São condições para a concessão da naturalização:


I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ser registrado como permanente no Brasil;
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III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de


quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização;
IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições
do naturalizando;
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção
própria e da família;
VI - bom procedimento;

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VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou
no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão,
abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e
VIII - boa saúde.

O quadro esquemático abaixo, como de costume, contém os


requisitos e breves comentários para ajudar você a compreender cada um
dos itens.

REQUISITOS PARA CONCESSÃO DA NATURALIZAÇÃO


REQUISITOS COMENTÁRIOS
O Código Civil estabelece como idade para aquisição
I - capacidade civil, segundo a lei de capacidade civil os 18 anos completos. Além
brasileira; disso, a pessoa não pode ter sua capacidade mental
reduzida por qualquer razão.
Antes de adquirir a nacionalidade, o estrangeiro
II - ser registrado como
precisa ter residência no Brasil. É necessário,
permanente no Brasil;
portanto, o visto de permanência e o registro.

III - residência contínua no


território nacional, pelo prazo mínimo
de quatro anos, imediatamente
anteriores ao pedido de naturalização;
Já apareceu uma questão de prova que trocou “ler e
IV - ler e escrever a língua
escrever” por “falar e escrever”... apesar de eu achar
portuguesa, consideradas as
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que foi um erro da banca (até porque a questão foi


condições do naturalizando; anulada), é bom ficar esperto ☺

V - exercício de profissão ou posse


de bens suficientes à manutenção
própria e da família;
VI - bom procedimento;
VII - inexistência de denúncia, Denúncia é o ato que dá início ao processo penal.
Pronúncia é a decisão judicial que submete um réu
pronúncia ou condenação no Brasil
ao julgamento por um júri popular, nos casos de
ou no exterior por crime doloso a que

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seja cominada pena mínima de prisão, crimes dolosos contra a vida. Condenação é a
abstratamente considerada, superior a decisão judicial, que pode ser definitiva ou não, mas
apenas impede a naturalização se a pena for superior
1 (um) ano; e
a 1 ano. Se o crime for culposo também não há
impedimento.
O estrangeiro que residir no Brasil há mais de 2
VIII - boa saúde.
anos não precisa comprovar boa saúde.

A respeito do prazo de residência no Brasil para aquisição da


nacionalidade, é necessário uma explicação um pouco mais detalhada.
Primeiramente precisamos entender o que diz a Constituição de 1988
sobre o assunto.
Para os falantes de língua portuguesa, a Constituição exige
apenas 1 ano de residência ininterrupta. Além disso, os estrangeiros
que vivam no Brasil initerruptamente há mais de 15 anos e não
tenham condenação penal podem requerer sua naturalização.
Isso não significa, porém, que a naturalização não possa ser
concedida com 4 anos de residência contínua, desde que sejam
cumpridos também os outros requisitos do art. 112 do Estatuto.
O próprio Estatuto também prevê a possibilidade de
flexibilização desse prazo, quando o estrangeiro preencher uma das
seguintes condições:
a)! ter filho ou cônjuge brasileiro " residência mínima de 1
ano; 10556374274

b)! ser filho de brasileiro " residência mínima de 1 ano;


c)! haver prestado ou poder prestar serviços relevantes
ao Brasil, a juízo do Ministro da Justiça " residência
mínima de 1 ano;
d)! recomendar-se por sua capacidade profissional,
científica ou artística " residência mínima de 2 anos;
e)! ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor
seja igual, pelo menos, a mil vezes o Maior Valor de
Referência; ou ser industrial que disponha de fundos

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de igual valor; ou possuir cota ou ações
integralizadas de montante, no mínimo, idêntico, em
sociedade comercial ou civil, destinada, principal e
permanentemente, à exploração de atividade
industrial ou agrícola " residência mínima de 3 anos.

Há ainda alguns casos em que se dispensa o requisito da


residência, sedo necessária apenas a estada no Brasil por 30 dias,
quando se tratar de cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco
anos com diplomata brasileiro em atividade; ou de estrangeiro
que, empregado em Missão Diplomática ou em Repartição
Consular do Brasil, contar mais de 10 anos de serviços
ininterruptos.

TEMPO DE RESIDÊNCIA NO BRASIL PARA NATURALIZAÇÃO


1 ano ininterrupto de residência originários de países de língua portuguesa.
REGRAS DA Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil há mais de 15
CONSTITUIÇÃO anos ininterruptos e sem condenação penal, podem requerer a nacionalidade
brasileira.
Residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo
REGRA GERAL de 4 anos, imediatamente anteriores ao pedido de
naturalização
O prazo de residência poderá ser reduzido se o naturalizando
preencher quaisquer das seguintes condições:
10556374274

a)! ter filho ou cônjuge brasileiro " residência mínima de 1


REGRAS DO ano;
ESTATUTO DO b)! ser filho de brasileiro " residência mínima de 1 ano;
ESTRANGEIRO REGRAS c)! haver prestado ou poder prestar serviços relevantes
ESPECÍFICAS ao Brasil, a juízo do Ministro da Justiça " residência
mínima de 1 ano;
d)! recomendar-se por sua capacidade profissional,
científica ou artística " residência mínima de 2 anos;
e)! ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor
seja igual, pelo menos, a mil vezes o Maior Valor de

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Referência; ou ser industrial que disponha de fundos
de igual valor; ou possuir cota ou ações integralizadas
de montante, no mínimo, idêntico, em sociedade
comercial ou civil, destinada, principal e
permanentemente, à exploração de atividade
industrial ou agrícola " residência mínima de 3 anos.
Dispensa-se o requisito da residência, sedo necessária apenas
a estada no Brasil por 30 dias, quando se tratar de:
a)! cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco anos
com diplomata brasileiro em atividade; ou
b)! estrangeiro que, empregado em Missão Diplomática
ou em Repartição Consular do Brasil, contar mais de
10 anos de serviços ininterruptos.

Art. 115. O estrangeiro que pretender a naturalização deverá


requerê-la ao Ministro da Justiça, declarando: nome por extenso,
naturalidade, nacionalidade, filiação, sexo, estado civil, dia, mês e ano de
nascimento, profissão, lugares onde haja residido anteriormente no Brasil
e no exterior, se satisfaz ao requisito a que alude o artigo 112, item VII e
se deseja ou não traduzir ou adaptar o seu nome à língua portuguesa.
O estrangeiro que desejar naturalizar-se deverá iniciar o
procedimento junto ao Ministério da Justiça. Sua petição deverá ser
assinada e juntamente com ele devem ser apresentados os documentos
listados no regulamento.
Essa, porém, é mais uma regra que contém exceção: será
10556374274

admitido o requerimento apenas com apresentação do documento de


identidade para estrangeiro, atestado policial de residência contínua no
Brasil e atestado policial de antecedentes criminais nas seguintes
situações:
a)! estrangeiro admitido no Brasil até a idade de 5 anos,
definitivamente estabelecido no território nacional, desde
que requeira a naturalização até 2 anos após atingir a
maioridade;

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b)! estrangeiro que tenha vindo residir no Brasil antes de
atingida a maioridade e haja feito curso superior em
estabelecimento nacional de ensino, se requerida a
naturalização até 1 ano depois da formatura.
Uma informação importante que deve constar no
requerimento é a que diz respeito à tradução ou adaptação do nome do
estrangeiro à língua portuguesa. Essa opção é importante porque o
estrangeiro que tenha um nome muito diferente pode enfrentar
dificuldades ao se estabelecer no Brasil.
Eu mesmo já tive a oportunidade de atender um senhor
vietnamita de nascimento, naturalizado brasileiro, que teve uma enorme
dificuldade para obter vistos para alguns países porque se chamava Tran
Nguyen Hi. Na tradição vietnamita, assim como em outros países
orientais, o sobrenome vem antes do prenome, e, ao emitir seu
passaporte, a Polícia Federal não fez a inversão. Para resolver a confusão
foi necessário, depois de muita luta e vários pareceres jurídicos, mudar o
certificado de naturalização.
Numa caso como esse, em que é necessário modificar o nome
ou prenome do naturalizado posteriormente à naturalização, a mudança
só pode ser feita motivadamente, por ato do Ministro da Justiça.
Uma vez recebido o requerimento, o Ministério processará
uma sindicância sobre a vida pregressa do naturalizando e opinará quanto
à conveniência da naturalização. O dirigente do órgão do Ministério que
10556374274

trata de estrangeiros poderá ordenar outras diligências (levantamento de


documentos, por exemplo) e então o requerimento, juntamente com o
parecer, será submetido ao Ministro da Justiça para decisão.
O pedido poderá ser arquivado se o estrangeiro não preencher
algum dos requisitos que estudamos até agora. Dessa decisão pode haver
pedido de reconsideração em 30 dias, e, se a decisão não for
reconsiderada, o estrangeiro pode recorrer ao Ministro da Justiça,
também no prazo de 30 dias.

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Além disso, é importante saber também que, ao longo do
curso do processo, qualquer cidadão poderá impugnar o pedido formulado
pelo estrangeiro, desde que o faça fundamentadamente.

Art. 119. Publicada no Diário Oficial a portaria de naturalização, será


ela arquivada no órgão competente do Ministério da Justiça, que
emitirá certificado relativo a cada naturalizando, o qual será
solenemente entregue, na forma fixada em Regulamento, pelo juiz
federal da cidade onde tenha domicílio o interessado.
Honestamente, não consigo entender porque o certificado de
naturalização é entregue pelo Poder Judiciário. Na minha opinião, isso não
faz muito sentido, ao menos não do ponto de vista jurídico, mas isso não
significa que a banca não vai cobrar esse conhecimento, não é mesmo? ☺
Se na cidade do naturalizado houver mais de um Juiz Federal,
o certificado será entregue pelo titular da Primeira Vara. Uma vara nada
mais é que uma divisão da Justiça Federal. Se não houver Juiz Federal, a
entrega será feita pelo Juiz de Direito (Justiça Estadual).
A partir da entrega do certificado a naturalização passa a
produzir efeitos. A partir desse momento o naturalizado poderá gozar de
todos os direitos civis e políticos, excetuados os que a Constituição
Federal atribui exclusivamente ao brasileiro nato.

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A naturalização passa a produzir efeitos a partir da entrega


do certificado.

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Art. 116. O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros 5
(cinco) anos de vida, estabelecido definitivamente no território nacional,
poderá, enquanto menor, requerer ao Ministro da Justiça, por
intermédio de seu representante legal, a emissão de certificado
provisório de naturalização, que valerá como prova de nacionalidade
brasileira até dois anos depois de atingida a maioridade.
Aqui estamos diante da naturalização provisória. Trata-se de
um tipo especial, somente aplicável ao estrangeiro menor de idade que
tenha entrado no Brasil durante os 5 primeiros anos de vida.
Uma vez atingida a maioridade, o naturalizado provisório
poderá tornar-se definitivamente naturalizado, desde que confirme
expressamente a intenção de tornar-se brasileiro em até 2 anos, por
meio de requerimento dirigido ao Ministro da Justiça.

Art. 123. A naturalização não importa aquisição da nacionalidade


brasileira pelo cônjuge e filhos do naturalizado, nem autoriza que estes
entrem ou se radiquem no Brasil sem que satisfaçam às exigências desta
Lei.
A naturalização se dá por meio de ato administrativo dirigido a
apenas uma pessoa. O fato de um estrangeiro ter sido naturalizado não
confere a nenhum outro (mesmo seus familiares) o direito de também
obter a nacionalidade brasileira.
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1.3.! Infrações e Penalidades

Nessa parte final do Estatuto, temos diversos dispositivos que


criam infrações e estabelecem a aplicação de penalidades aos
estrangeiros. As penalidades previstas são de multa ou de detenção, e, no
caso das multas, seus valores podem ser aumentados de duas a
cinco vezes em razão de reincidência.

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Vamos então conhecer quais são essas infrações por meio de
um quadro-resumo. O problema é que o art. 125, que trata das infrações,
faz diversas remissões a outros artigos, e isso torna a leitura da lei muito
cansativa. Para ajudar você, do lado direito da tabela incluí meus
comentários e também esses outros dispositivos do Estatuto.
Muitos vão perguntar se é necessário memorizar as infrações
e as penalidades, e a resposta para essa pergunta é um sonoro NÃO. Não
quero com isso dizer que é impossível que a banca cobre o valor da
multa, pois se o examinador tiver um surto de insanidade e resolver
elaborar uma questão injusta e cruel como essa, não poderemos fazer
nada.
Entretanto, digo sem medo de errar que não vale a pena ficar
memorizando cada detalhe da lei. Você tem pouco tempo, e precisa
utilizá-lo da forma mais inteligente do ponto de vista estratégico.
Concentre-se em saber quais são as infrações, e tenha uma noção das
penalidades, mas não perca muito tempo tentando memorizar uma
enorme tabela que pode nem aparecer na sua prova...

INFRAÇÕES PREVISTAS NO ESTATUTO DO ESTRANGEIRO


I - entrar no território nacional
sem estar autorizado (clandestino):
Pena: deportação.
II - demorar-se no território
nacional após esgotado o prazo Na realidade a deportação não é uma pena. Trata-se de uma
10556374274

legal de estada: medida administrativa para retirar do território nacional o


Pena: multa de um décimo do estrangeiro que tenha entrado ou permanecido irregularmente.
Maior Valor de Referência, por dia Isso você já está cansado de saber, não é mesmo?
de excesso, até o máximo de 10
(dez) vezes o Maior Valor de
Referência, e deportação, caso não
saia no prazo fixado.
III - deixar de registrar-se no
órgão competente, dentro do prazo
estabelecido nesta Lei (artigo 30):

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Pena: multa de um décimo do
Maior Valor de Referência, por dia
de excesso, até o máximo de 10
(dez) vezes o Maior Valor de
Referência.
IV - deixar de cumprir o disposto Art. 96. Sempre que lhe for exigido por qualquer autoridade ou
nos artigos 96, 102 e 103: seu agente, o estrangeiro deverá exibir documento
Pena: multa de duas a dez vezes o comprobatório de sua estada legal no território nacional.
Maior Valor de Referência.
Art. 102. O estrangeiro registrado é obrigado a comunicar ao
Ministério da Justiça a mudança do seu domicílio ou
residência, devendo fazê-lo nos 30 (trinta) dias imediatamente
seguintes à sua efetivação.

Art. 103. O estrangeiro que adquirir nacionalidade diversa da


constante do registro (art. 30), deverá, nos noventa dias
seguintes, requerer a averbação da nova nacionalidade em
seus assentamentos.
V - deixar a empresa
transportadora de atender à
manutenção ou promover a saída
do território nacional do clandestino
ou do impedido (artigo 27):
Pena: multa de 30 (trinta) vezes o
Maior Valor de Referência, por
estrangeiro.
VI - transportar para o Brasil Art. 27. A empresa transportadora responde, a qualquer tempo,
10556374274

estrangeiro que esteja sem a pela saída do clandestino e do impedido.


documentação em ordem:
Pena: multa de dez vezes o Maior
Valor de Referência, por
estrangeiro, além da
responsabilidade pelas despesas
com a retirada deste do território
nacional.
VII - empregar ou manter a seu
serviço estrangeiro em situação

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irregular ou impedido de exercer
atividade remunerada:
Pena: multa de 30 (trinta) vezes o
Maior Valor de Referência, por
estrangeiro.
VIII - infringir o disposto nos Art. 21. Ao natural de país limítrofe, domiciliado em cidade
artigos 21, § 2º, 24, 98, 104, §§ 1º contígua ao território nacional, respeitados os interesses da
ou 2º e 105: segurança nacional, poder-se-á permitir a entrada nos municípios
Pena: deportação. fronteiriços a seu respectivo país, desde que apresente prova de
identidade.
§ 1º Ao estrangeiro, referido neste artigo, que pretenda exercer
atividade remunerada ou freqüentar estabelecimento de ensino
naqueles municípios, será fornecido documento especial que o
identifique e caracterize a sua condição, e, ainda, Carteira de
Trabalho e Previdência Social, quando for o caso.
§ 2º Os documentos referidos no parágrafo anterior não conferem
o direito de residência no Brasil, nem autorizam o afastamento dos
limites territoriais daqueles municípios.

Art. 24. Nenhum estrangeiro procedente do exterior poderá


afastar-se do local de entrada e inspeção, sem que o seu
documento de viagem e o cartão de entrada e saída hajam sido
visados pelo órgão competente do Ministério da Justiça.

Art. 98. Ao estrangeiro que se encontra no Brasil ao amparo de


visto de turista, de trânsito ou temporário de que trata o artigo 13,
item IV, bem como aos dependentes de titulares de quaisquer
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vistos temporários é vedado o exercício de atividade remunerada.


Ao titular de visto temporário de que trata o artigo 13, item VI, é
vedado o exercício de atividade remunerada por fonte brasileira.

Art. 104. O portador de visto de cortesia, oficial ou diplomático só


poderá exercer atividade remunerada em favor do Estado
estrangeiro, organização ou agência internacional de caráter
intergovernamental a cujo serviço se encontre no País, ou do
Governo ou de entidade brasileiros, mediante instrumento
internacional firmado com outro Governo que encerre cláusula
específica sobre o assunto.

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§ 1º O serviçal com visto de cortesia só poderá exercer atividade
remunerada a serviço particular de titular de visto de cortesia,
oficial ou diplomático.
§ 2º A missão, organização ou pessoa, a cujo serviço se encontra
o serviçal, fica responsável pela sua saída do território nacional, no
prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data em que cessar o vínculo
empregatício, sob pena de deportação do mesmo.

Art. 105. Ao estrangeiro que tenha entrado no Brasil na condição


de turista ou em trânsito é proibido o engajamento como
tripulante em porto brasileiro, salvo em navio de bandeira de seu
país, por viagem não redonda, a requerimento do transportador ou
do seu agente, mediante autorização do Ministério da Justiça.
IX - infringir o disposto no artigo Art. 25. Não poderá ser resgatado no Brasil, sem prévia
25: autorização do Ministério da Justiça, o bilhete de viagem do
Pena: multa de 5 (cinco) vezes o estrangeiro que tenha entrado no território nacional na condição
Maior Valor de Referência para o de turista ou em trânsito.
resgatador e deportação para o
estrangeiro.
X - infringir o disposto nos artigos Art. 18. A concessão do visto permanente poderá ficar
18, 37, § 2º, ou 99 a 101: condicionada, por prazo não-superior a 5 (cinco) anos, ao exercício
Pena: cancelamento do registro e de atividade certa e à fixação em região determinada do território
deportação. nacional.

Art. 37. O titular do visto de que trata o artigo 13, incisos V e VII,
poderá obter transformação do mesmo para permanente (art. 16),
satisfeitas às condições previstas nesta Lei e no seu Regulamento.
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[...]
§ 2º. Na transformação do visto poder-se-á aplicar o disposto no
artigo 18 desta Lei.

Art. 99. Ao estrangeiro titular de visto temporário e ao que se


encontre no Brasil na condição do artigo 21, § 1°, é vedado
estabelecer-se com firma individual, ou exercer cargo ou função de
administrador, gerente ou diretor de sociedade comercial ou civil,
bem como inscrever-se em entidade fiscalizadora do exercício de
profissão regulamentada.

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Parágrafo único. Aos estrangeiros portadores do visto de que
trata o inciso V do art. 13 é permitida a inscrição temporária em
entidade fiscalizadora do exercício de profissão regulamentada.

Art. 100. O estrangeiro admitido na condição de temporário, sob


regime de contrato, só poderá exercer atividade junto à entidade
pela qual foi contratado, na oportunidade da concessão do visto,
salvo autorização expressa do Ministério da Justiça, ouvido o
Ministério do Trabalho.

Art. 101. O estrangeiro admitido na forma do artigo 18, ou do


artigo 37, § 2º, para o desempenho de atividade profissional certa,
e a fixação em região determinada, não poderá, dentro do prazo
que lhe for fixado na oportunidade da concessão ou da
transformação do visto, mudar de domicílio nem de atividade
profissional, ou exercê-la fora daquela região, salvo em caso
excepcional, mediante autorização prévia do Ministério da Justiça,
ouvido o Ministério do Trabalho, quando necessário.
XI - infringir o disposto no artigo Art. 106. É vedado ao estrangeiro:
106 ou 107: I - ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional,
Pena: detenção de 1 (um) a 3 inclusive nos serviços de navegação fluvial e lacustre;
(três) anos e expulsão. II - ser proprietário de empresa jornalística de qualquer espécie, e
de empresas de televisão e de radiodifusão, sócio ou acionista de
sociedade proprietária dessas empresas;
III - ser responsável, orientador intelectual ou administrativo das
empresas mencionadas no item anterior;
IV - obter concessão ou autorização para a pesquisa, prospecção,
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exploração e aproveitamento das jazidas, minas e demais recursos


minerais e dos potenciais de energia hidráulica;
V - ser proprietário ou explorador de aeronave brasileira,
ressalvado o disposto na legislação específica;
VI - ser corretor de navios, de fundos públicos, leiloeiro e
despachante aduaneiro;
VII - participar da administração ou representação de sindicato ou
associação profissional, bem como de entidade fiscalizadora do
exercício de profissão regulamentada;
VIII - ser prático de barras, portos, rios, lagos e canais;
IX - possuir, manter ou operar, mesmo como amador, aparelho de

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radiodifusão, de radiotelegrafia e similar, salvo reciprocidade de
tratamento; e
X - prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares, e
também aos estabelecimentos de internação coletiva.
§ 1º O disposto no item I deste artigo não se aplica aos navios
nacionais de pesca.
§ 2º Ao português, no gozo dos direitos e obrigações previstos no
Estatuto da Igualdade, apenas lhe é defeso:
a) assumir a responsabilidade e a orientação intelectual e
administrativa das empresas mencionadas no item II deste artigo;
b) ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional,
inclusive de navegação fluvial e lacustre, ressalvado o disposto no
parágrafo anterior; e
c) prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares.

Art. 107. O estrangeiro admitido no território nacional não pode


exercer atividade de natureza política, nem se imiscuir, direta ou
indiretamente, nos negócios públicos do Brasil, sendo-lhe
especialmente vedado:
I - organizar, criar ou manter sociedade ou quaisquer entidades de
caráter político, ainda que tenham por fim apenas a propaganda
ou a difusão, exclusivamente entre compatriotas, de idéias,
programas ou normas de ação de partidos políticos do país de
origem;
II - exercer ação individual, junto a compatriotas ou não, no
sentido de obter, mediante coação ou constrangimento de
qualquer natureza, adesão a idéias, programas ou normas de ação
de partidos ou facções políticas de qualquer país;
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III - organizar desfiles, passeatas, comícios e reuniões de


qualquer natureza, ou deles participar, com os fins a que se
referem os itens I e II deste artigo.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica
ao português beneficiário do Estatuto da Igualdade ao qual tiver
sido reconhecido o gozo de direitos políticos.
XII - introduzir estrangeiro
clandestinamente ou ocultar
clandestino ou irregular:
Pena: detenção de 1 (um) a 3

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(três) anos e, se o infrator for
estrangeiro, expulsão.
XIII - fazer declaração falsa em
processo de transformação de visto,
de registro, de alteração de
assentamentos, de naturalização,
ou para a obtenção de passaporte
para estrangeiro, laissez-passer,
ou, quando exigido, visto de saída:
Pena: reclusão de 1 (um) a 5
(cinco) anos e, se o infrator for
estrangeiro, expulsão.
XIV - infringir o disposto nos Art. 45. A Junta Comercial, ao registrar firma de que participe
artigos 45 a 48: estrangeiro, remeterá ao Ministério da Justiça os dados de
Pena: multa de 5 (cinco) a 10 (dez) identificação do estrangeiro e os do seu documento de identidade
vezes o Maior Valor de Referência. emitido no Brasil.
Parágrafo único. Tratando-se de sociedade anônima, a
providência é obrigatória em relação ao estrangeiro que figure na
condição de administrador, gerente, diretor ou acionista
controlador.

Art. 46. Os Cartórios de Registro Civil remeterão, mensalmente,


ao Ministério da Justiça cópia dos registros de casamento e de
óbito de estrangeiro.

Art. 47. O estabelecimento hoteleiro, a empresa imobiliária, o


proprietário, locador, sublocador ou locatário de imóvel e o síndico
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de edifício remeterão ao Ministério da Justiça, quando requisitados,


os dados de identificação do estrangeiro admitido na condição de
hóspede, locatário, sublocatário ou morador.

Art. 48. Salvo o disposto no § 1° do artigo 21, a admissão de


estrangeiro a serviço de entidade pública ou privada, ou a
matrícula em estabelecimento de ensino de qualquer grau, só se
efetivará se o mesmo estiver devidamente registrado (art. 30).
Parágrafo único. As entidades, a que se refere este artigo
remeterão ao Ministério da Justiça, que dará conhecimento ao

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Ministério do Trabalho, quando for o caso, os dados de
identificação do estrangeiro admitido ou matriculado e
comunicarão, à medida que ocorrer, o término do contrato de
trabalho, sua rescisão ou prorrogação, bem como a suspensão ou
cancelamento da matrícula e a conclusão do curso.
XV - infringir o disposto no artigo Art. 26. O visto concedido pela autoridade consular configura
26, § 1º ou 64: mera expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o
Pena: deportação e na reincidência, registro do estrangeiro ser obstado ocorrendo qualquer dos casos
expulsão. do artigo 7º, ou a inconveniência de sua presença no território
nacional, a critério do Ministério da Justiça.
§ 1º O estrangeiro que se tiver retirado do País sem recolher a
multa devida em virtude desta Lei, não poderá reentrar sem
efetuar o seu pagamento, acrescido de correção monetária.

Art. 64. O deportado só poderá reingressar no território nacional


se ressarcir o Tesouro Nacional, com correção monetária, das
despesas com a sua deportação e efetuar, se for o caso, o
pagamento da multa devida à época, também corrigida.
XVI - infringir ou deixar de
observar qualquer disposição desta
Lei ou de seu Regulamento para a
qual não seja cominada sanção
especial:
Pena: multa de 2 (duas) a 5 (cinco)
vezes o Maior Valor de Referência.

Se a infração for punível com multa, será apurada por meio


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de processo administrativo conduzido pelo Ministério da Justiça. No


caso das infrações puníveis com prisão (reclusão ou detenção), será
aplicado o Código de Processo Penal. Quanto às penalidades de
deportação e expulsão, serão observados os procedimentos previstos
no próprio Estatuto.

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2.! LEI Nº 8.072/1990: LEI DOS CRIMES HEDIONDOS

Um crime é qualificado como hediondo porque é considerado


muito grave, repugnante, aviltante. O legislador entendeu que esses
crimes merecem uma maior reprovação por parte do Estado.
Os crimes hediondos estão no topo da pirâmide da
desvaloração axiológica criminal. São os crimes que causam mais aversão
à sociedade.
A Constituição da República menciona os crimes hediondos no
art. 5º, XLIII.

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de


graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes
e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem;
A prática de tortura, o tráfico de drogas e o terrorismo são
mencionados especificamente pela Constituição. Esses são considerados
crimes equiparados a hediondos. Axiologicamente, não há nenhuma
diferença entre eles, mas Lei nº 8.072/1990, bem como a própria
Constituição, mencionam esses crimes separadamente, de forma que não
fazem parte do conjunto dos crimes hediondos, apesar de terem muitas
vezes o mesmo tratamento. 10556374274

Os crimes hediondos e os crimes equiparados a hediondos são


inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia. A Lei dos Crimes
Hediondos menciona ainda, em seu art, 2º, a impossibilidade de
concessão de indulto:

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Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança.
A graça, o indulto e a anistia são formas de extinção da
punibilidade.
Anistia é o ato do Poder Legislativo por meio do qual se
extinguem as consequências de um fato que em tese seria punível e,
como resultado, qualquer processo sobre ele. É uma medida
ordinariamente adotada para pacificação dos espíritos após motins ou
revoluções.
A graça, diferentemente, é concedida a pessoa determinada,
enquanto o indulto tem caráter coletivo. Ambos, porém, somente podem
ser concedidos por ato do Presidente da República, sendo possível a
delegação dessa competência a Ministro de Estado, ao Advogado-Geral da
União ou ao Procurador-Geral da República.
A redação original do inciso II do art. 2º vedava também a
concessão de liberdade provisória nos casos de crimes hediondos e
equiparados. Você pode notar, entretanto, que a Constituição não fez
qualquer menção à restrição da liberdade do acusado por tais crimes.
Pelo contrário, o teor do art. 5º, LXVI, é no sentido de que
“ninguém deve ser levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir
a liberdade provisória, com ou sem fiança”. Foi por essa razão que o
10556374274

dispositivo foi alterado em 2007, e hoje os crimes hediondos e


equiparados são inafiançáveis, mas o acusado apenas pode ter sua
liberdade restringida cautelarmente quando houver decisão judicial
fundamentada, e apenas nos casos previstos em lei (art. 312 do CPP).

Mas quais são os crimes hediondos?

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Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos
tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal, consumados ou tentados:
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de
grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio
qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V);
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);
IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159,
caput, e §§ lo, 2o e 3o);
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).
VII-A – (VETADO)
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto
destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, §
1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de
1998).
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de
exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art.
218-B, caput, e §§ 1º e 2º).
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de
genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro
10556374274

de 1956, tentado ou consumado.


Antes da alteração sofrida pelos incisos V e VI em 2009, havia
uma grande discussão doutrinária acerca da inclusão ou não do estupro (e
atentado violento ao pudor) em suas formas qualificadas no rol dos
crimes hediondos, pois os dispositivos mencionados apenas tratavam do
caput dos artigos correspondentes do Código Penal. Hoje você pode notar
que os dispositivos tratam do caput e dos parágrafos do art. 213.
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CRIMES HEDIONDOS CRIMES EQUIPARADOS A
HEDIONDOS

Homicídio por grupo de


extermínio, e homicídio qualificado
Tortura
Latrocínio
Extorsão qualificada pela morte
Extorsão mediante sequestro e na
forma qualificada
Tráfico de Drogas
Estupro simples e de vulnerável
Epidemia com resultado morte
Falsificação, corrupção,
adulteração ou alteração de
produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais
Genocídio Terrorismo
Favorecimento da prostituição ou de
outra forma de exploração sexual
de criança ou adolescente ou de
vulnerável.

Já houve muita controvérsia na Doutrina acerca da


possibilidade de progressão de regime do condenado por crime
10556374274

hediondo. Com as alterações legislativas que sofreram os parágrafos do


art. 2º, a discussão foi sepultada de uma vez por todas.

§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida


inicialmente em regime fechado.
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes
previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois
quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos),
se reincidente.

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É interessante também saber que o juiz deve decidir
fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade, caso haja
condenação.
A redação anterior do §1º era de que a pena seria cumprida
integralmente em regime fechado.
O §1º foi recentemente declarado inconstitucional pelo STF,
em sede de controle difuso, no julgamento do HC 111840. Abaixo
transcrevo trecho da ementa do julgado.

Ordem concedida tão somente para remover o óbice constante do §


1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90, com a redação dada pela Lei nº
11.464/07, o qual determina que “[a] pena por crime previsto neste
artigo será cumprida inicialmente em regime fechado“. Declaração
incidental de inconstitucionalidade, com efeito ex nunc, da
obrigatoriedade de fixação do regime fechado para início do cumprimento
de pena decorrente da condenação por crime hediondo ou equiparado.
Recomendo que você tome bastante cuidado ao responder
uma eventual questão de prova sobre esse tema, pois a banca pode ainda
não ter incorporado a nova Jurisprudência. Cuidado também com
expressões que façam menção diretamente à lei. Essas são as tais
“questões blindadas”.

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É possível a progressão de regime do condenado por crime


hediondo, sendo possível quando se der o cumprimento de 2/5 da pena
(apenado primário), ou de 3/5 (reincidente).
A Lei dos Crimes Hediondos determina que a pena deve ser
cumprida inicialmente em regime fechado. Todavia, o STF já declarou
este dispositivo inconstitucional em sede de controle difuso.

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Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art.


288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
O art. 288 do Código Penal diz respeito ao crime de
quadrilha ou bando. Quando a quadrilha ou bando tiver por objeto a
prática de crimes hediondos ou equiparados a hediondos, haverá
aumento de pena: a pena cominada pelo CP é de reclusão de 1 a 3 anos,
enquanto, neste caso, será de reclusão de 3 a 6 anos.

Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à


autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento,
terá a pena reduzida de um a dois terços.
O parágrafo único traz mais uma hipótese de delação
premiada, aqui chamada de traição benéfica. É importante que você
compreenda que, quanto a crimes hediondos, a delação premiada
somente se aplica quando houver quadrilha ou bando, formada
especificamente para o fim de cometer crimes hediondos ou equiparados.
Caso um participante da quadrilha ou bando denuncie o grupo
às autoridades, levando ao seu desmantelamento, sua pena será reduzida
de 1 a 2 terços.
Um aspecto encarado pela Doutrina é o que diz respeito à
prova do desmantelamento da quadrilha ou bando. Obviamente é muito
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difícil fazer essa comprovação, e nada impede que, mesmo que todos os
componentes sejam presos, eles voltem a reunir-se no futuro para a
prática dos mesmos crimes. O Poder Judiciário deve, portanto, encarar
com parcimônia o dispositivo legal.
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DELAÇÃO PREMIADA NOS CRIMES HEDIONDOS
TRAIÇÃO BENÉFICA
-! Apenas quando houver quadrilha ou bando formado
especificamente para a prática de crimes hediondos ou equiparados
a hediondos;
-! O participante ou associado da quadrilha ou bando precisa
denunciá-la às autoridades, possibilitando seu desmantelamento;
-! A pena será reduzida de um a dois terços.

3.! LEI Nº 10.446/2002: INFRAÇÕES PENAIS DE REPERCUSSÃO


INTERESTADUAL OU INTERNACIONAL QUE EXIGEM REPRESSÃO
UNIFORME

Esta é uma lei bastante simples, que trata da possibilidade de


a Polícia Federal investigar o cometimento de infrações penais quando
houver repercussão interestadual ou internacional que exijam repressão
uniforme.

Art. 1o Na forma do inciso I do § 1o do art. 144 da Constituição,


quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija
repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do
Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de
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segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em


especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à
investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais:
I – sequestro, cárcere privado e extorsão mediante sequestro
(arts. 148 e 159 do Código Penal), se o agente foi impelido por motivação
política ou quando praticado em razão da função pública exercida pela
vítima;

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II – formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4º da Lei nº
8.137, de 27 de dezembro de 1990); e
III – relativas à violação a direitos humanos, que a República
Federativa do Brasil se comprometeu a reprimir em decorrência de
tratados internacionais de que seja parte; e
IV – furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e
valores, transportadas em operação interestadual ou internacional,
quando houver indícios da atuação de quadrilha ou bando em mais de um
Estado da Federação.
V - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto
destinado a fins terapêuticos ou medicinais e venda, inclusive pela
internet, depósito ou distribuição do produto falsificado, corrompido,
adulterado ou alterado (art. 273 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal).
Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do caput, o
Departamento de Polícia Federal procederá à apuração de outros
casos, desde que tal providência seja autorizada ou determinada pelo
Ministro de Estado da Justiça.
Primeiramente quero chamar sua atenção para o caput do art.
1º. Você já sabe que a Polícia Federal é um departamento do Ministério
da Justiça, competente para investigar certos crimes, quando estiver
configurado o interesse da União. Digo isso para deixar bem claro que a
regra geral é de que as polícias civis dos Estados investiguem a maior
10556374274

parte dos crimes, enquanto a Polícia Federal deve entrar em cena em


casos específicos.
Pois bem, para que haja a ampliação da competência da
Polícia Federal, é necessário primeiramente que os crimes mencionados
neste dispositivo tenham repercussão interestadual ou internacional que
exija repressão uniforme.
Isso significa que o crime deve ultrapassar esses limites, de
maneira que, para responsabilizar os agentes, seja necessária uma ação

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uniforme, e aí então se justificaria a ação da polícia judiciária que pode
atuar em qualquer estado da federação ou mesmo em outros países.
Nos casos previstos no dispositivo, portanto, a Polícia Federal
pode executar as atividades investigativas, sem prejuízo da
responsabilidade dos órgãos de segurança pública dos estados envolvidos.
Em seguida o dispositivo traz uma lista dos crimes que podem
ser investigados pela Polícia Federal quando tiverem repercussão
interestadual ou internacional que exija repressão uniforme. Chamo sua
atenção aqui para um detalhe: essa lista é meramente exemplificativa,
como podemos concluir pela leitura do próprio caput, que utiliza a
expressão “dentre outras” ao se referir às infrações penais listadas.
Quando aos crimes mencionados, é importante memorizar
todas as hipóteses, mas dê uma atenção especial à violação de direitos
humanos. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 109, §5º prevê a
possibilidade de deslocamento de competência da Justiça comum estadual
para a Justiça Federal nesses casos.

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o


Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou
processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça
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Federal.
Aqui estamos tratando da competência para julgar, e não
exatamente da competência para investigar. Em 2005 o STJ indeferiu um
pedido de deslocamento de competência da Justiça Estadual do Pará para
a Justiça Federal, num caso que ficou muito conhecido: o assassinato de
Dorothy Stang.
À época, o STJ reconheceu que as autoridades estaduais
estavam empenhadas na investigação do ocorrido, e, portanto, não havia
que se falar em dúvida quanto ao cumprimento dos compromissos

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internacionais assumidos pelo Brasil em matéria de direitos humanos. Por
outro lado, ao indeferir o pedido, a decisão deixou claro que não haveria
prejuízo ao inciso III do art. 1º da Lei nº 10.446/2002.
Nossa conclusão, portanto, é de que o deslocamento da
competência para julgar violações de direitos humanos previsto na
Constituição não está necessariamente relacionado à possibilidade de a
Polícia Federal investigar tais crimes.

Quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão


uniforme, poderá a Polícia Federal proceder à investigação, sem prejuízo da
responsabilidade dos órgãos de segurança, dentre outras, das seguintes
infrações penais:
INFRAÇÃO PENAL COMENTÁRIOS
Sequestro, cárcere privado e extorsão Se o agente foi impelido por motivação
mediante sequestro (arts. 148 e 159 do política ou quando praticado em razão da
Código Penal). função pública exercida pela vítima.
Formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII
do art. 4º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro
de 1990).
Infrações penais relativas à violação 10556374274
a Quando a República Federativa do Brasil se
direitos humanos. comprometeu a reprimir a infração em
decorrência de tratados internacionais de que
seja parte.
Furto, roubo ou receptação de cargas, Quando houver indícios da atuação de
inclusive bens e valores, transportadas em quadrilha ou bando em mais de um Estado da
operação interestadual ou internacional. Federação.
Falsificação, corrupção, adulteração ou
alteração de produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais e venda,
inclusive pela internet, depósito ou

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distribuição do produto falsificado,
corrompido, adulterado ou alterado (art.
273 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal).

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4.! RESUMO DO CONCURSEIRO

ESTATUTO DO ESTRANGEIRO – PARTE III

O estrangeiro residente no Brasil goza de todos os direitos


reconhecidos aos brasileiros.
!
O exercício de atividade remunerada e a matrícula em
estabelecimento de ensino são permitidos ao estrangeiro com as
restrições estabelecidas no Estatuto e no seu regulamento.
!
O estrangeiro registrado é obrigado a comunicar ao
Ministério da Justiça no prazo de 30 dias sua mudança de domicílio
ou residência. Além disso, o estrangeiro que adquirir outra nacionalidade
deverá requerer averbação do fato em seus registros, no prazo de 90
dias.
!
!
É VEDADO AO ESTRANGEIRO...
I - ser proprietário, armador ou Qualquer atividade relacionada ao transporte de
comandante de navio nacional, inclusive cargas e passageiros é considerada estratégica, e por
nos serviços de navegação fluvial e isso estrangeiros não devem exercer certas
lacustre; atividades relacionadas ao comando de navios
* Aplicável também aos portugueses nacionais. Essas atividades incluem não só a
V - ser proprietário ou explorador de propriedade e o comando dos navios, mas também
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aeronave brasileira, ressalvado o disposto a atividade do armador, que é quem efetivamente


na legislação específica; opera os navios.
A regra do item I não aplica aos navios nacionais de
pesca.
VI - ser corretor de navios, de fundos São outras funções relacionadas com o comércio
públicos, leiloeiro e despachante internacional.
aduaneiro;
VIII - ser prático de barras, portos, rios, O prático é uma espécie de “manobrista” de navios.
lagos e canais; Quando um navio se aproxima do porto, ele é o
responsável por “estacionar”.

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II - ser proprietário de empresa Essa vedação se encontra expressa na Constituição
jornalística de qualquer espécie, e de de 1988. Trata-se de uma regra importante porque,
empresas de televisão e de radiodifusão, numa sociedade democrática, a mídia tem um papel
sócio ou acionista de sociedade fundamental na difusão de informação.
proprietária dessas empresas;
IX - possuir, manter ou operar, mesmo Também não é possível que uma empresa jornalística
como amador, aparelho de radiodifusão, contrate um estrangeiro como consultor de conteúdo,
de radiotelegrafia e similar, salvo por exemplo.
reciprocidade de tratamento; e
III - ser responsável, orientador
intelectual ou administrativo das
empresas mencionadas no item anterior;
* Aplicável também aos portugueses
IV - obter concessão ou autorização para
a pesquisa, prospecção, exploração e
aproveitamento das jazidas, minas e
demais recursos minerais e dos potenciais
de energia hidráulica;
VII - participar da administração ou As entidades fiscalizadoras são, além da OAB, os
representação de sindicato ou associação famosos conselhos profissionais. Hoje existem
profissional, bem como de entidade diversos conselhos de profissões regulamentadas:
fiscalizadora do exercício de profissão engenharia, arquitetura, medicina, enfermagem,
regulamentada; fisioterapia, economia, administração, etc.
X - prestar assistência religiosa às Forças A prestação de assistência religiosa por estrangeiros
Armadas e auxiliares, e também aos poderia, em casos extremos, abrir as portas do país
estabelecimentos de internação coletiva. para organizações fundamentalistas e terroristas. As
* Aplicável também aos portugueses forças armadas são o Exército, a Marinha e a
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somente no que se refere às Formas Aeronáutica. Forças auxiliares é o nome como eram
Armadas e auxiliares. chamadas as Polícias Militares e os Corpos de
Bombeiros Militares.
!
REQUISITOS PARA CONCESSÃO DA NATURALIZAÇÃO
REQUISITOS COMENTÁRIOS
O Código Civil estabelece como idade para aquisição
I - capacidade civil, segundo a lei de capacidade civil os 18 anos completos. Além
brasileira; disso, a pessoa não pode ter sua capacidade mental
reduzida por qualquer razão.

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Antes de adquirir a nacionalidade, o estrangeiro
II - ser registrado como
precisa ter residência no Brasil. É necessário,
permanente no Brasil;
portanto, o visto de permanência e o registro.

III - residência contínua no


território nacional, pelo prazo mínimo
de quatro anos, imediatamente
anteriores ao pedido de naturalização;

IV - ler e escrever a língua Já apareceu uma questão de prova que trocou “ler e
escrever” por “falar e escrever”... apesar de eu achar
portuguesa, consideradas as
que foi um erro da banca (até porque a questão foi
condições do naturalizando; anulada), é bom ficar esperto ☺

V - exercício de profissão ou posse


de bens suficientes à manutenção
própria e da família;
VI - bom procedimento;
Denúncia é o ato que dá início ao processo penal.
VII - inexistência de denúncia,
Pronúncia é a decisão judicial que submete um réu
pronúncia ou condenação no Brasil ao julgamento por um júri popular, nos casos de
ou no exterior por crime doloso a que crimes dolosos contra a vida. Condenação é a
seja cominada pena mínima de prisão, decisão judicial, que pode ser definitiva ou não, mas
abstratamente considerada, superior a apenas impede a naturalização se a pena for superior
a 1 ano. Se o crime for culposo também não há
1 (um) ano; e
impedimento.
O estrangeiro que residir no Brasil há mais de 2
VIII - boa saúde.
anos não precisa comprovar boa saúde.
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TEMPO DE RESIDÊNCIA NO BRASIL PARA NATURALIZAÇÃO
1 ano ininterrupto de residência originários de países de língua portuguesa.
REGRAS DA Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes no Brasil há mais de 15
CONSTITUIÇÃO anos ininterruptos e sem condenação penal, podem requerer a nacionalidade
brasileira.
Residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo
REGRA GERAL de 4 anos, imediatamente anteriores ao pedido de
naturalização
O prazo de residência poderá ser reduzido se o naturalizando
preencher quaisquer das seguintes condições:
f)! ter filho ou cônjuge brasileiro " residência mínima de 1
ano;
g)! ser filho de brasileiro " residência mínima de 1 ano;
h)! haver prestado ou poder prestar serviços relevantes
ao Brasil, a juízo do Ministro da Justiça " residência
mínima de 1 ano;
i)! recomendar-se por sua capacidade profissional,
científica ou artística " residência mínima de 2 anos;
REGRAS DO
j)! ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor
ESTATUTO DO
seja igual, pelo menos, a mil vezes o Maior Valor de
ESTRANGEIRO REGRAS
Referência; ou ser industrial que disponha de fundos
ESPECÍFICAS
de igual valor; ou possuir cota ou ações integralizadas
de montante, no mínimo, idêntico, em sociedade
comercial ou civil, destinada, principal e
permanentemente, à exploração de atividade
industrial ou agrícola " residência mínima de 3 anos.
Dispensa-se o requisito da residência, sedo necessária apenas
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a estada no Brasil por 30 dias, quando se tratar de:


c)! cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco anos
com diplomata brasileiro em atividade; ou
d)! estrangeiro que, empregado em Missão Diplomática
ou em Repartição Consular do Brasil, contar mais de
10 anos de serviços ininterruptos.

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A naturalização passa a produzir efeitos a partir da entrega
do certificado.
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INFRAÇÕES PREVISTAS NO ESTATUTO DO ESTRANGEIRO
I - entrar no território nacional
sem estar autorizado (clandestino):
Pena: deportação.
II - demorar-se no território
nacional após esgotado o prazo Na realidade a deportação não é uma pena. Trata-se de uma
legal de estada: medida administrativa para retirar do território nacional o
Pena: multa de um décimo do estrangeiro que tenha entrado ou permanecido irregularmente.
Maior Valor de Referência, por dia Isso você já está cansado de saber, não é mesmo?
de excesso, até o máximo de 10
(dez) vezes o Maior Valor de
Referência, e deportação, caso não
saia no prazo fixado.
III - deixar de registrar-se no
órgão competente, dentro do prazo
estabelecido nesta Lei (artigo 30):
Pena: multa de um décimo do
Maior Valor de Referência, por dia
de excesso, até o máximo de 10
(dez) vezes o Maior Valor de
Referência.
IV - deixar de cumprir o disposto Art. 96. Sempre que lhe for exigido por qualquer autoridade ou
nos artigos 96, 102 e 103: seu agente, o estrangeiro deverá exibir documento
Pena: multa de duas a dez vezes o comprobatório de sua estada legal no território nacional.
Maior Valor de Referência.
Art. 102. O estrangeiro registrado é obrigado a comunicar ao
Ministério da Justiça a mudança do seu domicílio ou
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residência, devendo fazê-lo nos 30 (trinta) dias imediatamente


seguintes à sua efetivação.

Art. 103. O estrangeiro que adquirir nacionalidade diversa da


constante do registro (art. 30), deverá, nos noventa dias
seguintes, requerer a averbação da nova nacionalidade em
seus assentamentos.
V - deixar a empresa
transportadora de atender à
manutenção ou promover a saída

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do território nacional do clandestino
ou do impedido (artigo 27):
Pena: multa de 30 (trinta) vezes o
Maior Valor de Referência, por
estrangeiro.
VI - transportar para o Brasil Art. 27. A empresa transportadora responde, a qualquer tempo,
estrangeiro que esteja sem a pela saída do clandestino e do impedido.
documentação em ordem:
Pena: multa de dez vezes o Maior
Valor de Referência, por
estrangeiro, além da
responsabilidade pelas despesas
com a retirada deste do território
nacional.
VII - empregar ou manter a seu
serviço estrangeiro em situação
irregular ou impedido de exercer
atividade remunerada:
Pena: multa de 30 (trinta) vezes o
Maior Valor de Referência, por
estrangeiro.
VIII - infringir o disposto nos Art. 21. Ao natural de país limítrofe, domiciliado em cidade
artigos 21, § 2º, 24, 98, 104, §§ 1º contígua ao território nacional, respeitados os interesses da
ou 2º e 105: segurança nacional, poder-se-á permitir a entrada nos municípios
Pena: deportação. fronteiriços a seu respectivo país, desde que apresente prova de
identidade.
§ 1º Ao estrangeiro, referido neste artigo, que pretenda exercer
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atividade remunerada ou freqüentar estabelecimento de ensino


naqueles municípios, será fornecido documento especial que o
identifique e caracterize a sua condição, e, ainda, Carteira de
Trabalho e Previdência Social, quando for o caso.
§ 2º Os documentos referidos no parágrafo anterior não conferem
o direito de residência no Brasil, nem autorizam o afastamento dos
limites territoriais daqueles municípios.

Art. 24. Nenhum estrangeiro procedente do exterior poderá


afastar-se do local de entrada e inspeção, sem que o seu
documento de viagem e o cartão de entrada e saída hajam sido

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visados pelo órgão competente do Ministério da Justiça.

Art. 98. Ao estrangeiro que se encontra no Brasil ao amparo de


visto de turista, de trânsito ou temporário de que trata o artigo 13,
item IV, bem como aos dependentes de titulares de quaisquer
vistos temporários é vedado o exercício de atividade remunerada.
Ao titular de visto temporário de que trata o artigo 13, item VI, é
vedado o exercício de atividade remunerada por fonte brasileira.

Art. 104. O portador de visto de cortesia, oficial ou diplomático só


poderá exercer atividade remunerada em favor do Estado
estrangeiro, organização ou agência internacional de caráter
intergovernamental a cujo serviço se encontre no País, ou do
Governo ou de entidade brasileiros, mediante instrumento
internacional firmado com outro Governo que encerre cláusula
específica sobre o assunto.
§ 1º O serviçal com visto de cortesia só poderá exercer atividade
remunerada a serviço particular de titular de visto de cortesia,
oficial ou diplomático.
§ 2º A missão, organização ou pessoa, a cujo serviço se encontra
o serviçal, fica responsável pela sua saída do território nacional, no
prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data em que cessar o vínculo
empregatício, sob pena de deportação do mesmo.

Art. 105. Ao estrangeiro que tenha entrado no Brasil na condição


de turista ou em trânsito é proibido o engajamento como
tripulante em porto brasileiro, salvo em navio de bandeira de seu
país, por viagem não redonda, a requerimento do transportador ou
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do seu agente, mediante autorização do Ministério da Justiça.


IX - infringir o disposto no artigo Art. 25. Não poderá ser resgatado no Brasil, sem prévia
25: autorização do Ministério da Justiça, o bilhete de viagem do
Pena: multa de 5 (cinco) vezes o estrangeiro que tenha entrado no território nacional na condição
Maior Valor de Referência para o de turista ou em trânsito.
resgatador e deportação para o
estrangeiro.
X - infringir o disposto nos artigos Art. 18. A concessão do visto permanente poderá ficar
18, 37, § 2º, ou 99 a 101: condicionada, por prazo não-superior a 5 (cinco) anos, ao exercício
Pena: cancelamento do registro e de atividade certa e à fixação em região determinada do território

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deportação. nacional.

Art. 37. O titular do visto de que trata o artigo 13, incisos V e VII,
poderá obter transformação do mesmo para permanente (art. 16),
satisfeitas às condições previstas nesta Lei e no seu Regulamento.
[...]
§ 2º. Na transformação do visto poder-se-á aplicar o disposto no
artigo 18 desta Lei.

Art. 99. Ao estrangeiro titular de visto temporário e ao que se


encontre no Brasil na condição do artigo 21, § 1°, é vedado
estabelecer-se com firma individual, ou exercer cargo ou função de
administrador, gerente ou diretor de sociedade comercial ou civil,
bem como inscrever-se em entidade fiscalizadora do exercício de
profissão regulamentada.
Parágrafo único. Aos estrangeiros portadores do visto de que
trata o inciso V do art. 13 é permitida a inscrição temporária em
entidade fiscalizadora do exercício de profissão regulamentada.

Art. 100. O estrangeiro admitido na condição de temporário, sob


regime de contrato, só poderá exercer atividade junto à entidade
pela qual foi contratado, na oportunidade da concessão do visto,
salvo autorização expressa do Ministério da Justiça, ouvido o
Ministério do Trabalho.

Art. 101. O estrangeiro admitido na forma do artigo 18, ou do


artigo 37, § 2º, para o desempenho de atividade profissional certa,
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e a fixação em região determinada, não poderá, dentro do prazo


que lhe for fixado na oportunidade da concessão ou da
transformação do visto, mudar de domicílio nem de atividade
profissional, ou exercê-la fora daquela região, salvo em caso
excepcional, mediante autorização prévia do Ministério da Justiça,
ouvido o Ministério do Trabalho, quando necessário.
XI - infringir o disposto no artigo Art. 106. É vedado ao estrangeiro:
106 ou 107: I - ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional,
Pena: detenção de 1 (um) a 3 inclusive nos serviços de navegação fluvial e lacustre;
(três) anos e expulsão. II - ser proprietário de empresa jornalística de qualquer espécie, e

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de empresas de televisão e de radiodifusão, sócio ou acionista de
sociedade proprietária dessas empresas;
III - ser responsável, orientador intelectual ou administrativo das
empresas mencionadas no item anterior;
IV - obter concessão ou autorização para a pesquisa, prospecção,
exploração e aproveitamento das jazidas, minas e demais recursos
minerais e dos potenciais de energia hidráulica;
V - ser proprietário ou explorador de aeronave brasileira,
ressalvado o disposto na legislação específica;
VI - ser corretor de navios, de fundos públicos, leiloeiro e
despachante aduaneiro;
VII - participar da administração ou representação de sindicato ou
associação profissional, bem como de entidade fiscalizadora do
exercício de profissão regulamentada;
VIII - ser prático de barras, portos, rios, lagos e canais;
IX - possuir, manter ou operar, mesmo como amador, aparelho de
radiodifusão, de radiotelegrafia e similar, salvo reciprocidade de
tratamento; e
X - prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares, e
também aos estabelecimentos de internação coletiva.
§ 1º O disposto no item I deste artigo não se aplica aos navios
nacionais de pesca.
§ 2º Ao português, no gozo dos direitos e obrigações previstos no
Estatuto da Igualdade, apenas lhe é defeso:
a) assumir a responsabilidade e a orientação intelectual e
administrativa das empresas mencionadas no item II deste artigo;
b) ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional,
inclusive de navegação fluvial e lacustre, ressalvado o disposto no
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parágrafo anterior; e
c) prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares.

Art. 107. O estrangeiro admitido no território nacional não pode


exercer atividade de natureza política, nem se imiscuir, direta ou
indiretamente, nos negócios públicos do Brasil, sendo-lhe
especialmente vedado:
I - organizar, criar ou manter sociedade ou quaisquer entidades de
caráter político, ainda que tenham por fim apenas a propaganda
ou a difusão, exclusivamente entre compatriotas, de idéias,

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programas ou normas de ação de partidos políticos do país de
origem;
II - exercer ação individual, junto a compatriotas ou não, no
sentido de obter, mediante coação ou constrangimento de
qualquer natureza, adesão a idéias, programas ou normas de ação
de partidos ou facções políticas de qualquer país;
III - organizar desfiles, passeatas, comícios e reuniões de
qualquer natureza, ou deles participar, com os fins a que se
referem os itens I e II deste artigo.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica
ao português beneficiário do Estatuto da Igualdade ao qual tiver
sido reconhecido o gozo de direitos políticos.
XII - introduzir estrangeiro
clandestinamente ou ocultar
clandestino ou irregular:
Pena: detenção de 1 (um) a 3
(três) anos e, se o infrator for
estrangeiro, expulsão.
XIII - fazer declaração falsa em
processo de transformação de visto,
de registro, de alteração de
assentamentos, de naturalização,
ou para a obtenção de passaporte
para estrangeiro, laissez-passer,
ou, quando exigido, visto de saída:
Pena: reclusão de 1 (um) a 5
(cinco) anos e, se o infrator for
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estrangeiro, expulsão.
XIV - infringir o disposto nos Art. 45. A Junta Comercial, ao registrar firma de que participe
artigos 45 a 48: estrangeiro, remeterá ao Ministério da Justiça os dados de
Pena: multa de 5 (cinco) a 10 (dez) identificação do estrangeiro e os do seu documento de identidade
vezes o Maior Valor de Referência. emitido no Brasil.
Parágrafo único. Tratando-se de sociedade anônima, a
providência é obrigatória em relação ao estrangeiro que figure na
condição de administrador, gerente, diretor ou acionista
controlador.

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Art. 46. Os Cartórios de Registro Civil remeterão, mensalmente,
ao Ministério da Justiça cópia dos registros de casamento e de
óbito de estrangeiro.

Art. 47. O estabelecimento hoteleiro, a empresa imobiliária, o


proprietário, locador, sublocador ou locatário de imóvel e o síndico
de edifício remeterão ao Ministério da Justiça, quando requisitados,
os dados de identificação do estrangeiro admitido na condição de
hóspede, locatário, sublocatário ou morador.

Art. 48. Salvo o disposto no § 1° do artigo 21, a admissão de


estrangeiro a serviço de entidade pública ou privada, ou a
matrícula em estabelecimento de ensino de qualquer grau, só se
efetivará se o mesmo estiver devidamente registrado (art. 30).
Parágrafo único. As entidades, a que se refere este artigo
remeterão ao Ministério da Justiça, que dará conhecimento ao
Ministério do Trabalho, quando for o caso, os dados de
identificação do estrangeiro admitido ou matriculado e
comunicarão, à medida que ocorrer, o término do contrato de
trabalho, sua rescisão ou prorrogação, bem como a suspensão ou
cancelamento da matrícula e a conclusão do curso.
XV - infringir o disposto no artigo Art. 26. O visto concedido pela autoridade consular configura
26, § 1º ou 64: mera expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o
Pena: deportação e na reincidência, registro do estrangeiro ser obstado ocorrendo qualquer dos casos
expulsão. do artigo 7º, ou a inconveniência de sua presença no território
nacional, a critério do Ministério da Justiça.
§ 1º O estrangeiro que se tiver retirado do País sem recolher a
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multa devida em virtude desta Lei, não poderá reentrar sem


efetuar o seu pagamento, acrescido de correção monetária.

Art. 64. O deportado só poderá reingressar no território nacional


se ressarcir o Tesouro Nacional, com correção monetária, das
despesas com a sua deportação e efetuar, se for o caso, o
pagamento da multa devida à época, também corrigida.
XVI - infringir ou deixar de
observar qualquer disposição desta
Lei ou de seu Regulamento para a
qual não seja cominada sanção

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especial:
Pena: multa de 2 (duas) a 5 (cinco)
vezes o Maior Valor de Referência.

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!
LEI DOS CRIMES HEDIONDOS

CRIMES HEDIONDOS CRIMES EQUIPARADOS A


HEDIONDOS

Homicídio por grupo de


extermínio, e homicídio qualificado
Tortura
Latrocínio
Extorsão qualificada pela morte
Extorsão mediante sequestro e na
forma qualificada
Tráfico de Drogas
Estupro simples e de vulnerável
Epidemia com resultado morte
Falsificação, corrupção,
adulteração ou alteração de
produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais
Genocídio Terrorismo
Favorecimento da prostituição ou de
outra forma de exploração sexual 10556374274

de criança ou adolescente ou de
vulnerável.
!
É possível a progressão de regime do condenado por crime
hediondo, sendo possível quando se der o cumprimento de 2/5 da pena
(apenado primário), ou de 3/5 (reincidente).
A Lei dos Crimes Hediondos determina que a pena deve ser
cumprida inicialmente em regime fechado. Todavia, o STF já declarou
este dispositivo inconstitucional em sede de controle difuso.

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DELAÇÃO PREMIADA NOS CRIMES HEDIONDOS
TRAIÇÃO BENÉFICA
-! Apenas quando houver quadrilha ou bando formado
especificamente para a prática de crimes hediondos ou equiparados
a hediondos;
-! O participante ou associado da quadrilha ou bando precisa
denunciá-la às autoridades, possibilitando seu desmantelamento;
-! A pena será reduzida de um a dois terços.
!

LEI DAS INFRAÇÕES PENAIS DE REPERCUSSÃO INTERESTADUAL


OU INTERNACIONAL

Quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão


uniforme, poderá a Polícia Federal proceder à investigação, sem prejuízo da
responsabilidade dos órgãos de segurança, dentre outras, das seguintes
infrações penais:
INFRAÇÃO PENAL COMENTÁRIOS
Sequestro, cárcere privado e extorsão Se o agente foi impelido por motivação
mediante sequestro (arts. 148 e 159 do política ou quando praticado em razão da
Código Penal). função pública exercida pela vítima.
Formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII
do art. 4º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro
de 1990). 10556374274

Infrações penais relativas à violação a Quando a República Federativa do Brasil se


direitos humanos. comprometeu a reprimir a infração em
decorrência de tratados internacionais de que
seja parte.
Furto, roubo ou receptação de cargas, Quando houver indícios da atuação de
inclusive bens e valores, transportadas em quadrilha ou bando em mais de um Estado da
operação interestadual ou internacional. Federação.
Falsificação, corrupção, adulteração ou
alteração de produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais e venda,

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inclusive pela internet, depósito ou
distribuição do produto falsificado,
corrompido, adulterado ou alterado (art.
273 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal).

!
Agora respire um pouco, tome um copo d`água e resolva
nossas questões. Se ficar alguma dúvida ou se você precisar de alguma
ajuda, estou à sua disposição, ok? ☺

Grande abraço!

Paulo Guimarães
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5.! QUESTÕES COMENTADAS

1. TRF 4ª Região – Juiz Federal – 2010 – TRF 4ª Região. Assinale a


alternativa correta.

a) Prestar assistência religiosa a estabelecimento de internação coletiva


sujeita o estrangeiro a pena de multa e deportação.
b) Prestar assistência religiosa a estabelecimento de internação coletiva
sujeita o estrangeiro a pena de detenção e deportação.
c) Prestar assistência religiosa a estabelecimento de internação coletiva
sujeita o estrangeiro a pena de multa e expulsão.
d) Prestar assistência religiosa a estabelecimento de internação coletiva
sujeita o estrangeiro a pena de detenção e expulsão.
e) Não está prevista na legislação brasileira nenhuma sanção, mesmo
para o estrangeiro, pois a prestação de assistência religiosa não é
infração punível.

COMENTÁRIOS: Esta é uma infração prevista no art. 125, XI.

XI - infringir o disposto no artigo 106 ou 107:


Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e expulsão.

O art. 106, por sua vez, traz várias vedações ao estrangeiro, entre elas a
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de prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares, e também


aos estabelecimentos de internação coletiva.

GABARITO: D

2. OAB – I Exame de Ordem Unificado – 2010 – FGV (adaptada).


Os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos são

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automaticamente considerados brasileiros naturalizados,
independentemente de qualquer outra condição ou exigência.

COMENTÁRIOS: A assertiva está incorreta, pois esses estrangeiros, além


de atenderem ao requisito de residência ininterrupta no Brasil por mais de
15 anos, precisam requerer a naturalização.

GABARITO: E

3. RFB – Analista Tributário – 2009 – ESAF (adaptada). O


estrangeiro que tenha filho ou cônjuge brasileiro preenche
automaticamente os requisitos para a naturalização.

COMENTÁRIOS: A naturalização não constitui direito subjetivo de


nenhum estrangeiro. Além disso, o ato por meio do qual a naturalização é
concedida apenas surte efeito para aquele a quem se destina.

GABARITO: E

4. TRF 4ª Região – Juiz Federal – 2010 – TRF 4ª Região


(adaptada). O certificado provisório
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de naturalização poderá ser
concedido ao estrangeiro estabelecido definitivamente no território
nacional durante os primeiros 5 (cinco) anos de vida e valerá como prova
de nacionalidade brasileira até dois anos depois de atingir a maioridade.

COMENTÁRIOS: O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros 5


(cinco) anos de vida, estabelecido definitivamente no território nacional,
poderá, enquanto menor, requerer ao Ministro da Justiça, por intermédio
de seu representante legal, a emissão de certificado provisório de

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naturalização, que valerá como prova de nacionalidade brasileira até dois
anos depois de atingida a maioridade, nos termos do art. 116 do Estatuto.

GABARITO: C

5. OAB – Exame de Ordem – 2009 – Cespe (adaptada). A aquisição


de nacionalidade brasileira por naturalização é conferida por lei de
iniciativa do presidente da República.

COMENTÁRIOS: A naturalização é conferida por meio de portaria do


Ministro da Justiça.

GABARITO: E

6. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe. Nos termos da legislação


infraconstitucional, um estrangeiro pode adquirir a nacionalidade
brasileira mesmo que não saiba falar nem escrever em português.

COMENTÁRIOS: Essa questão gerou MUITA polêmica na época! Segundo


o Estatuto do Estrangeiro, o naturalizando precisa comprovar que saber
ler e escrever em português, mas não há nada na lei sobre a necessidade
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de saber falar. Acredito que tenha sido um erro da banca, mas para evitar
confusão, a questão terminou sendo anulada.

GABARITO: ANULADA

7. Petrobrás – Advogado – 2010 – Cesgranrio. A Constituição Federal


reconhece a condição de brasileiro naturalizado aos originários de países

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de língua portuguesa que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
brasileira, exigindo, nesse caso, apenas

a) residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.


b) residência há mais de quinze anos ininterruptos e ausência de
condenação penal.
c) residência permanente no País e reciprocidade de tratamento em favor
de brasileiros no país de origem.
d) residência na República Federativa do Brasil e opção expressa, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
e) prestação de serviço à República Federativa do Brasil e maioridade
legal.

COMENTÁRIOS: Esse é o requisito mais brando, determinado pela


Constituição para os falantes nativos de língua portuguesa: residência por
1 ano no Brasil e idoneidade moral.

GABARITO: A

8. (inédita). O estrangeiro residente no Brasil goza, em regra, dos


direitos reconhecidos ao brasileiros. Entretanto, há restrição quanto à
matrícula em estabelecimentos de ensino públicos, que só são permitidas
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para estrangeiros em casos especificamente previstos em lei.

COMENTÁRIOS: A regra é de que todos os direitos reconhecidos aos


brasileiros sejam também reconhecidos aos estrangeiros residentes no
Brasil. O exercício de atividade remunerada e a matrícula em
estabelecimento de ensino são, em regra, permitidos ao estrangeiro, com
as restrições estabelecidas na lei e nos regulamentos.

GABARITO: E

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9. (inédita). O estrangeiro não pode prestar assistência religiosa às
Forças Armadas e auxiliares, mas ao português que goza dos direitos e
obrigações previstos no Estatuto da Igualdade é permitido prestar
assistência religiosa aos estabelecimentos de internação coletiva.

COMENTÁRIOS: Apenas algumas das restrições previstas no art. 106 se


estendem aos portugueses amparados pelo Estatuto da Igualdade. São as
seguintes:
a)! assumir a responsabilidade e a orientação intelectual e
administrativa das empresas jornalísticas, de televisão e de
radiodifusão;
b)! ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional,
inclusive de navegação fluvial e lacustre;
c)! prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares.

GABARITO: C

10. (inédita). O estrangeiro que têm cônjuge ou filho brasileiro não tem
garantia de direito à naturalização. Entretanto, é possível que o prazo de
residência no Brasil seja relativizado, desde que o estrangeiro viva no
Brasil por pelo menos um ano.

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COMENTÁRIOS: Essa regra consta no art. 113 do Estatuto. O prazo


normal é de 4 anos de residência ininterrupta, mas em alguns casos esse
prazo pode ser reduzido. É importante que você tenha em mente que
hipóteses são essas.

GABARITO: C

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11. PC-BA – Delegado de Polícia – 2013 – Cespe. O indivíduo
penalmente imputável condenado à pena privativa de liberdade de vinte e
três anos de reclusão pela prática do crime de extorsão seguido de morte
poderá ser beneficiado, no decorrer da execução da pena, pela
progressão de regime após o cumprimento de dois quintos da pena, se for
réu primário, ou de três quintos, se reincidente.

COMENTÁRIOS: O crime de extorsão qualificado pela morte consta na


lista dos crimes hediondos. É importante que você tenha bem claro na sua
mente que é possível a progressão de regime do condenado por crime
hediondo. O cumprimento da pena se dará incialmente em regime
fechado, mas a progressão pode ocorrer quando se der o cumprimento de
2/5 da pena (apenado primário), ou de 3/5 (reincidente).

GABARITO: C

12. MPU – Técnico – 2010 – Cespe. Os crimes hediondos, embora


inafiançáveis e insuscetíveis de graça e indulto, podem ser anistiados.

COMENTÁRIOS: Esta questão pode ser respondida com base


exclusivamente na Constituição, que determina que os crimes hediondos,
assim como os equiparados (prática de tortura, tráfico ilícito de
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entorpecentes e drogas afins, e terrorismo) são inafiançáveis e


insuscetíveis de graça ou anistia.

GABARITO: E

13. MPU – Técnico – 2010 – Cespe. Constitui crime hediondo a


adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.

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COMENTÁRIOS: É importante que você memorize bem a lista dos crimes
hediondos, ok? A falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais consta na lista.

GABARITO: C

14. CNJ – Analista Judiciário – 2013 – Cespe. Recentemente, ocorreu


a inclusão do crime de corrupção ativa no rol dos delitos hediondos, fato
que, entre outros efeitos, tornou esse crime inafiançável e determinou
que o início do cumprimento da pena ocorra em regime fechado.

COMENTÁRIOS: Atualmente tramita na Câmara um projeto de lei nesse


sentido, mas hoje a corrupção não consta na lista da Lei dos Crimes
Hediondos.

GABARITO: E

15. TJ-AC – Técnico Judiciário – 2012 – Cespe. Considere que


Francisco, não reincidente, seja condenado, pela prática de crime
hediondo, a pena privativa de liberdade de seis anos de reclusão. Nessa
situação, Francisco deverá iniciar o cumprimento da sanção penal em
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regime semiaberto, porquanto a pena cominada é superior a quatro anos


e não excede a oito.

COMENTÁRIOS: Já dá para termos uma ideia de quais são os assuntos


que o Cespe mais cobra nas provas, não é mesmo? O cumprimento da
pena por crime hediondo, nos termos da lei, começa necessariamente no
regime fechado, mas é possível a progressão. Lembre-se, porém, que
esse dispositivo já foi declarado inconstitucional de forma incidental pelo
STF, apesar de a questão ser anterior ao julgamento.

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GABARITO: E

16. TJ-ES – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. Considere a seguinte


situação hipotética.
Maura praticou crime de extorsão, mediante sequestro, em 27/3/2008, e,
denunciada, regularmente processada e condenada, iniciou o
cumprimento de sua pena em regime fechado. Nessa situação hipotética,
após o cumprimento de um sexto da pena em regime fechado, Maura terá
direito à progressão de regime, de fechado para semiaberto.

COMENTÁRIOS: Em 2007 a redação da Lei de Crimes Hediondos foi


alterada, e agora faz menção à possibilidade de progressão de regime
quando cumpridos 2/5 da pena (condenado primário) ou 3/5 da pena
(reincidente). Esta lei é especial em relação ao Código de Processo Penal,
que estabelece a regra de progressão com 1/6 da pena cumprida.

GABARITO: E

17. DPE-PI – Defensor Público – 2009 – Cespe (adaptada). A nova


figura típica denominada estupro de vulnerável não foi incluída no rol de
delitos hediondos, fato que tem gerado várias críticas por parte da
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doutrina mais autorizada.

COMENTÁRIOS: A Lei nº 12.015/2009 incluiu no rol dos crimes


hediondos a figura do estupro de vulnerável, ao tempo em que sepultou a
discussão sobre a inclusão ou não do estupro simples na lista de crimes
hediondos. Hoje qualquer estupro é considerado crime hediondo.

GABARITO: E

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18. TJDFT – Analista Judiciário – 2008 – Cespe. O crime de homicídio
é considerado hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e quando for
qualificado.

COMENTÁRIOS: Para não haver perigo de você não lembrar da lista dos
crimes hediondos, vou repeti-la aqui, ok?

CRIMES HEDIONDOS CRIMES EQUIPARADOS A


HEDIONDOS

Homicídio por grupo de


extermínio, e homicídio qualificado
Tortura
Latrocínio
Extorsão qualificada pela morte
Extorsão mediante sequestro e na
forma qualificada
Tráfico de Drogas
Estupro simples e de vulnerável
Epidemia com resultado morte
Falsificação, corrupção,
adulteração ou alteração de
produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais
Genocídio Terrorismo
10556374274

Favorecimento da prostituição ou de
outra forma de exploração sexual
de criança ou adolescente ou de
vulnerável.

GABARITO: C

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19. DPF – Escrivão – 2013 – Cespe. No que diz respeito às infrações
penais de repercussão interestadual ou internacional (Lei n.º
10.446/2002), julgue o item seguinte.

Caso determinada contravenção penal tenha repercussão interestadual,


poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem
prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública, proceder à
sua investigação.

COMENTÁRIOS: Essa assertiva tem uma série de problemas.


Primeiramente a Lei nº 10.446/2002 nada diz acerca de contravenções
penais, mas apenas de infrações penais. Diga-se de passagem que a
Súmula nº 38 do STJ determina que “Compete à Justiça Estadual Comum,
na vigência da Constituição de 1988, o processo por contravenção penal,
ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades”. Além disso, mesmo que fosse uma infração
penal, a repercussão interestadual não é, por si só, suficiente para que a
Polícia Federal possa investigar, pois é necessário que essa repercussão
exija repressão uniforme. Por último, a menção aos demais órgãos de
segurança pública omitiu a informação de que seriam os órgãos
estaduais, em especial as polícias militares e civis dos estados envolvidos.
Por conta dessa confusão, a banca terminou anulando a questão...

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GABARITO: ANULADA

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6.! QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. TRF 4ª Região – Juiz Federal – 2010 – TRF 4ª Região. Assinale a


alternativa correta.

a) Prestar assistência religiosa a estabelecimento de internação coletiva


sujeita o estrangeiro a pena de multa e deportação.
b) Prestar assistência religiosa a estabelecimento de internação coletiva
sujeita o estrangeiro a pena de detenção e deportação.
c) Prestar assistência religiosa a estabelecimento de internação coletiva
sujeita o estrangeiro a pena de multa e expulsão.
d) Prestar assistência religiosa a estabelecimento de internação coletiva
sujeita o estrangeiro a pena de detenção e expulsão.
e) Não está prevista na legislação brasileira nenhuma sanção, mesmo
para o estrangeiro, pois a prestação de assistência religiosa não é
infração punível.

2. OAB – I Exame de Ordem Unificado – 2010 – FGV (adaptada).


Os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos são
automaticamente considerados brasileiros naturalizados,
independentemente de qualquer outra condição ou exigência.

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3. RFB – Analista Tributário – 2009 – ESAF (adaptada). O


estrangeiro que tenha filho ou cônjuge brasileiro preenche
automaticamente os requisitos para a naturalização.

4. TRF 4ª Região – Juiz Federal – 2010 – TRF 4ª Região


(adaptada). O certificado provisório de naturalização poderá ser
concedido ao estrangeiro estabelecido definitivamente no território
nacional durante os primeiros 5 (cinco) anos de vida e valerá como prova
de nacionalidade brasileira até dois anos depois de atingir a maioridade.

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5. OAB – Exame de Ordem – 2009 – Cespe (adaptada). A aquisição
de nacionalidade brasileira por naturalização é conferida por lei de
iniciativa do presidente da República.

6. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe. Nos termos da legislação


infraconstitucional, um estrangeiro pode adquirir a nacionalidade
brasileira mesmo que não saiba falar nem escrever em português.

7. Petrobrás – Advogado – 2010 – Cesgranrio. A Constituição Federal


reconhece a condição de brasileiro naturalizado aos originários de países
de língua portuguesa que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
brasileira, exigindo, nesse caso, apenas

a) residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.


b) residência há mais de quinze anos ininterruptos e ausência de
condenação penal.
c) residência permanente no País e reciprocidade de tratamento em favor
de brasileiros no país de origem.
d) residência na República Federativa do Brasil e opção expressa, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
e) prestação de serviço à República Federativa do Brasil e maioridade
legal.

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8. (inédita). O estrangeiro residente no Brasil goza, em regra, dos


direitos reconhecidos ao brasileiros. Entretanto, há restrição quanto à
matrícula em estabelecimentos de ensino públicos, que só são permitidas
para estrangeiros em casos especificamente previstos em lei.

9. (inédita). O estrangeiro não pode prestar assistência religiosa às


Forças Armadas e auxiliares, mas ao português que goza dos direitos e
obrigações previstos no Estatuto da Igualdade é permitido prestar
assistência religiosa aos estabelecimentos de internação coletiva.

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10. (inédita). O estrangeiro que têm cônjuge ou filho brasileiro não tem
garantia de direito à naturalização. Entretanto, é possível que o prazo de
residência no Brasil seja relativizado, desde que o estrangeiro viva no
Brasil por pelo menos um ano.

11. PC-BA – Delegado de Polícia – 2013 – Cespe. O indivíduo


penalmente imputável condenado à pena privativa de liberdade de vinte e
três anos de reclusão pela prática do crime de extorsão seguido de morte
poderá ser beneficiado, no decorrer da execução da pena, pela
progressão de regime após o cumprimento de dois quintos da pena, se for
réu primário, ou de três quintos, se reincidente.

12. MPU – Técnico – 2010 – Cespe. Os crimes hediondos, embora


inafiançáveis e insuscetíveis de graça e indulto, podem ser anistiados.

13. MPU – Técnico – 2010 – Cespe. Constitui crime hediondo a


adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.

14. CNJ – Analista Judiciário – 2013 – Cespe. Recentemente, ocorreu


a inclusão do crime de corrupção ativa no rol dos delitos hediondos, fato
que, entre outros efeitos, tornou esse crime inafiançável e determinou
que o início do cumprimento da pena ocorra em regime fechado.

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15. TJ-AC – Técnico Judiciário – 2012 – Cespe. Considere que


Francisco, não reincidente, seja condenado, pela prática de crime
hediondo, a pena privativa de liberdade de seis anos de reclusão. Nessa
situação, Francisco deverá iniciar o cumprimento da sanção penal em
regime semiaberto, porquanto a pena cominada é superior a quatro anos
e não excede a oito.

16. TJ-ES – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. Considere a seguinte


situação hipotética.

!∀#∃%&!∋()#&∗(+,∋∀−./&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!22!()!23!
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Maura praticou crime de extorsão, mediante sequestro, em 27/3/2008, e,
denunciada, regularmente processada e condenada, iniciou o
cumprimento de sua pena em regime fechado. Nessa situação hipotética,
após o cumprimento de um sexto da pena em regime fechado, Maura terá
direito à progressão de regime, de fechado para semiaberto.

17. DPE-PI – Defensor Público – 2009 – Cespe (adaptada). A nova


figura típica denominada estupro de vulnerável não foi incluída no rol de
delitos hediondos, fato que tem gerado várias críticas por parte da
doutrina mais autorizada.

18. TJDFT – Analista Judiciário – 2008 – Cespe. O crime de homicídio


é considerado hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e quando for
qualificado.

19. DPF – Escrivão – 2013 – Cespe. No que diz respeito às infrações


penais de repercussão interestadual ou internacional (Lei n.º
10.446/2002), julgue o item seguinte.

Caso determinada contravenção penal tenha repercussão interestadual,


poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem
prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública, proceder à
10556374274

sua investigação.

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GABARITO
1. D 11. C
2. E 12. E
3. E 13. C
4. C 14. E
5. E 15. E
6. ANULADA 16. E
7. A 17. E
8. E 18. C
9. C 19. ANULADA
10. C

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