Crenças primitivas

Chamamos de Religiões Primitivas as que vieram primeiro. Foram praticadas pro povos do
mundo inteiro e são fundamentais para o desenvolvimento de todas as religiões modernas. Algumas
delas continuam vivas até hoje.
Nossos primeiros ancestrais caçadores-coletores acreditavam que a natureza tinha um
poder sobrenatural. Para alguns, isso se manifestava na crença de que animais, plantas, objetos e
forças naturais possuíam um espirito, da mesma forma que as pessoas. Nessa visão animista do
mundo, os seres humanos são vistos como parte da natureza, e para viver em harmonia ela precisam
demonstrar respeito com os espíritos.
Os indivíduos desta época tentavam explicar o mundo por meio de associações entre
divindades e fenômenos naturais específicos. O nascer do sol, por exemplo representava a
libertação da escuridão da noite e era controlado pelo deus Sol; de modo similar, os ciclos naturais,
como fases da lua e as estações – vitais para o estilo de vida daqueles povos – eram atribuídos às
suas próprias deidades. Além de criar uma cosmologia para explicar o funcionamento do universo, a
maioria das culturas incorporou alguma história da criação em seu sistema de crenças. Essa história,
de modo geral, constituía uma analogia com a reprodução humana: uma deusa-mãe deu a à luz o
mundo, em alguns casos com a ajuda de um deus-pai. Às vezes essas divindades parentais eram
personificados como animais ou elementos da natureza – rios, mar, Mãe Terra, Pai Céu.

Ritos e rituais
Os sistemas de crença da maioria das religiões primitivas incluíam alguma forma de vida
após a morte, geralmente associada à existência de um plano da realidade separada do mundo físico,
um lugar de deuses e criaturas míticas para onde os espíritos dos mortos iriam. Em algumas
religiões, acreditava-se que era possível comunicar-se com esse outro plano e contatar espíritos
ancestrais para buscar orientação. Um tipo especifico de pessoa sagrada – o xamã ou curandeiro –
era capaz de ir lá e canalizar poderes místicos e, às vezes, sendo possuído por eles.
Os povos primitivos também contavam com ritos de passagem . Esses ritos, associados à
mudança das estações, transformaram-se em rituais vinculados a espíritos e divindades. A ideia de
agradar os deuses para ter sorte na caça ou na lavoura inspirou rituais de adoração, e, em algumas
culturas, vidas eram sacrificadas aos deuses em troca da existência que eles deram aos humanos.
O simbolismo também desempenhou um papel crucial nas práticas religiosas das primeiras
culturas. Máscaras, talismãs, ídolos e amuletos utilizados em cerimônias seriam ocupados por
espíritos. Acreditava-se que algumas áreas tinham importância religiosa, e certas comunidades
estabeleceram locais e cemitérios sagrados, enquanto outros construíram edifícios ou povoados à
imagem do cosmos. Poucas religiões primitivas sobrevivem até hoje, sustentadas por um numero
cada vez menor de comunidades tribais no mundo inteiro alheias à civilização ocidental. Foram
feitas algumas tentativas de restabelecê-las por parte da comunidades que tentam recuperar culturas
perdidas. Embora seus sistemas de crença possam parecer rudimentares à primeira vista aos olhos
modernos, vestígios daquelas religiões ainda podem ser encontradas nas principais religiões do
mundo atual ou na busca por espiritualidade.

Astor Fiegenbaum
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