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DISCIPLINA: LITERATURA

2ª ATIVIDADE AVALIATIVA
DISCURSIVA DIGITAL – 2ª ETAPA
TURMA: 1ª SÉRIE

DATA: 12/08/2021 VALOR: 10,0 NOTA OBTIDA:

ALUNO:

NÚMERO DE MATRÍCULA: _______________________________________________________________________

QUESTÃO 1 (2,0 PONTOS)


Leia abaixo o trecho de Deus Foi Almoçar, romance de Ferréz, publicado em 2011.

“Datas, dias, minutos e segundos, atrasos, interesses, ganhos e perdas, a vida era assim agora. Ele sor-
riu levemente, o homem é o único ser capaz de fazer uma armadilha para si mesmo. Carros, apartamentos,
pequenos bares, shoppings, tudo congestionado, tudo limitado, emparedado, fechado. A sensação de sair
dessas coisas era indescritível, se tivesse uma pena por assalto ou homicídio, tanto fazia. Prisão ou shopping
center? Não precisava olhar tudo para saber o que existia realmente, mas por mais que olhasse não saberia
dizer o que era verdade”.
FERRÉZ. Deus foi almoçar. São Paulo: Planeta, 2012.

A partir dos elementos pertencentes ao gênero narrativo, DISCUTA a crítica feita à sensação de aprisionamento
dos indivíduos nas grandes cidades em relação ao modo como o narrador expõe o protagonista do romance.

QUESTÃO 2 (2,0 PONTOS)


Leia o poema abaixo:

Mamãe vestida de rendas


Tocava piano no caos.
Uma noite abriu as asas
Cansada de tanto som,
Equilibrou-se no azul,
De tonta não mais olhou
Para mim, para ninguém!
Cai no álbum de retratos.
MENDES, Murilo. Pré-História. In: Poesia Completa e Prosa. Organização, preparação do texto e notas, por Luciana Stegagno
Picchio. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995.

Murilo Mendes, poeta brasileiro, é um dos poucos poetas nacionais efetivamente influenciados pelo Surrealismo,
que discute o significado das obras por meio da livre associação de ideias e relações com o inconsciente.
A partir da análise do poema, APRESENTE e EXPLIQUE ao menos duas passagens dos versos que possam
indicar a metáfora da lógica e a metáfora acerca da morte da mãe do “narrador” ali presente.
QUESTÃO 3 (2,0 PONTOS)
Leia, atentamente, o trecho da cena III da peça teatral O tipo brasileiro, de Joaquim França Junior:

Henrique – Chama-se isto em bom português pôr-me no andar da rua.


Henriqueta – Tu mesmo és o culpado; por que falas-lhe sempre por aquele modo?
Henrique – Eu ando cheio até aqui, (Mostra a garganta.) Henriqueta. Aborrece-me ver por toda a parte
o desprestígio de tudo o que é nosso e sinto a bílis ferver-me nas faces quando vejo o gênio brasileiro en-
carnado em teu pai. Mas tratemos de nós, só de nós. O que nos resta agora fazer?
Henriqueta – Esquece-me; és moço e inteligente e ainda podes ser muito feliz.
Henrique – Esquecer-te? Tu não me amas!
Henriqueta – Já não te disse que o meu coração só pulsa por ti?
Henrique – Então é necessário que esse inglês desapareça.
Henriqueta – Como?!
Henrique – Diante de uma pistola, de um cólera-morbus, de uma febre amarela, de um tifo...
Henriqueta – Estás louco?!
Henrique – É preciso que a todo transe se levante uma barreira entre ti e o filho da Ilha Grande. Vê se
achas um meio, anda, inspira-me.
Henriqueta – Queres porventura que te aconselhe um crime?!

De acordo com a leitura e as discussões feitas em sala de aula sobre a obra, EXPLIQUE a crítica social que
é feita, sobretudo, a partir do caráter atribuído às falas do personagem Henrique.

QUESTÃO 4 (2,0 PONTOS)

Soneto do amor total


Amo-te tanto, meu amor
Não cante o humano coração com mais verdade
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante


E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante

Amo-te como um bicho, simplesmente


De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente

E de te amar assim, muito e amiúde


É que um dia, em teu corpo, de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude
MORAES, Vinicius de. Disponível em: http://dispoetica.com/vinicius-de-moraes-soneto-do-amor-total-soneto-de-amor-total/.
Acesso em: 21 jun. 2021.

Sobre a forma e o conteúdo do soneto acima, APRESENTE ao menos duas características desse tipo de
construção poética, justificando sua resposta por meio de versos retirados do texto.
QUESTÃO 5 (2,0 PONTOS)
Ai, dona feia, foste-vos queixar
que nunca vos louvo em meu cantar;
mas agora quero fazer um cantar
em que vos louvares de qualquer modo;
e vede como quero vos louvar
dona feia, velha e maluca!
Disponível em: http://cancoesdeescarnio.blogspot.com/2010/05/uma-cancao-de-escarnio.html. Acesso em: 21 jun. 2021.

A respeito da cantiga de João Garcia de Guilhade, sabe-se que o trovador expressa um amor à mulher ama-
da, encarando-a como um objeto acessível a seus anseios, no entanto essa não é a imagem construída no
texto lido. EXPLIQUE a dimensão cômica e irônica presente na cantiga e CLASSIFIQUE-a com base em
suas características principais.

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