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SÃO PAULO
2015
YGOR BERNARDO MUNHOZ
SÃO PAULO
2015
Munhoz, Ygor Bernardo.
Os Determinantes Macroeconômicos da Estrutura a Termo das Taxas de
Juros em Dólar no Brasil / Ygor Bernardo Munhoz. - 2015.
58 f.
CDU 336.781.5(81)
YGOR BERNARDO MUNHOZ
Banca Examinadora:
FGV – EESP
____________________________________
FGV – EESP
____________________________________
INSPER
AGRADECIMENTOS
Agradeço a toda a minha família pelo amor e pelo esforço que sempre fizeram em
favor do meu crescimento pessoal e profissional. Em especial à minha mãe, Vânia, e
à minha esposa e filha, Marina e Isabela, pelo apoio e compreensão.
Por fim, agradeço aos meus amigos e colegas do mercado financeiro, em especial
ao Daniel Balaban, por me auxiliar profissionalmente e intelectualmente no decorrer
da minha carreira profissional.
RESUMO
This paper proposes to model of the Brazilian term structure of the US dollar-
denominated interest rates in which the level, slope and curvature factors are driven
by observable variables as in Huse (2011). We proxy the macroeconomic conditions
by the exchange rate of the Brazilian real against the US dollar, Brazil`s 5-year Credit
Default Swap spread, the commodity price index, the 3-month dollar-denominated
rate, the 1-year LIBOR rate, the 1-year implied exchange rate volatility, and the 1-
year Brazilian breakeven inflation. The model fits the yield curve very well, explaining
95% of the variation. The dollar-denominated yield curve increases with the CDS
spread, 3-month dollar denominated rate, the LIBOR rate, commodity prices, and the
exchange rate volatility. The exchange rate depreciation is positively correlated with
shorter maturities, until 2.5 years, and negatively with back end of the curve.
Changes in the breakeven inflation have a very modest impact in the curve.
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 9
2 REVISAO DE LITERATURA ............................................................................................. 15
3 Cupom Cambial ................................................................................................................ 18
3.1 Cupom Cambial Sujo e Cupom Cambial Limpo .......................................................... 20
3.2 Formas de negociação ............................................................................................... 21
4 METODOLOGIA ............................................................................................................... 24
4.1 Cupom Cambial.......................................................................................................... 24
4.2 Dados Macroeconômicos ........................................................................................... 29
4.3 Modelo ....................................................................................................................... 33
5 RESULTADOS ................................................................................................................. 35
5.1 Análises de choques nas variáveis macroeconômicas ............................................... 47
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 55
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 56
9
1 INTRODUÇÃO
É cada vez mais comum empresas brasileiras captarem recursos no exterior com
taxas denominadas em dólar. Tais operações ocorrem na maioria das vezes por não
existirem as mesmas condições de preços e liquidez no mercado local. Boa parte
dessas empresas trazem eventualmente esses recursos para o Brasil para gestão
de projetos em moeda local. O número de empresas que atuam no mercado
internacional tem crescido não só no âmbito financeiro, mas também no comercial, e
o conhecimento sobre o cupom cambial é essencial para a gestão de seus ativos e
passivos.
80,000
70,000
60,000
50,000
40,000
30,000
20,000
10,000
Fonte: Bloomberg
Estimei a regressão através de MQO em uma estrutura de painel para três períodos
diferentes: julho de 2006 a dezembro de 2014; julho de 2006 a dezembro de 2009; e
janeiro de 2010 a dezembro de 2014. Os resultados são ótimos, já que os modelos
explicam entre 90% e 95% da variação. Além disso, ao analisar o modelo para o
período total, de 2006 a 2014, temos que aumentos no spread do CDS, na taxa de
cupom cambial de três meses, na Libor, no índice de preço de commodities, e na
11
10
TAXAS (% AO ANO)
Sobre o tema alguns poucos trabalhos foram elaborados de 2000 até hoje, mesmo
porque a liquidez era muito baixa e o mercado desse tipo de derivativo muito pouco
desenvolvido. Alguns trabalhos analisam o impacto na ETCC de eventos que
impactam diretamente a demanda por ativos e passivos em taxas de juros em dólar
futuras. Vargas (2011) analisa o impacto do fluxo de emissões corporativas
brasileiras em dólar sobre o cupom cambial, evidenciando uma diminuição no nível
das taxas de FRC de, na média, 0.01% para cada USD 100 milhões de emissões.
Além deles, Viola (2009) examina o impacto dos swaps cambiais ofertados pelo
Banco Central na estrutura a termo do cupom cambial. Ela mostra que os swaps
cambiais, o risco Brasil medido pelo EMBI, e a posição líquida de estrangeiros no
cupom cambial impactam de forma significativa a estrutura a termo de cupom
cambial. Outros trabalhos fazem análises com foco mais econométrico, como Guillen
e Araújo (2004), que ao analisar o comportamento do cupom cambial através de
uma decomposição tendência-ciclo, concluem que o cupom cambial no equilíbrio de
13
O estudo mais próximo do que está sendo feito nesse trabalho foi escrito por
Pinheiro, Almeida e Vicente (2007). Eles analisam a dinâmica da Estrutura a Termo
do Cupom Cambial através de um modelo paramétrico em que a evolução dos
fatores latentes é descrita sem e com a inclusão de variáveis macroeconômicas
(EMBI Global e expectativa de inflação). Apesar dos resultados nesse estudo
mostrarem que as variáveis macroeconômicas pouco contribuem no exercício de
previsão das taxas de cupom cambial, o modelo sem variáveis macroeconômicas
apresentou desempenho melhor para as maturidades longas, enquanto o modelo
com variáveis macroeconômicas se mostrou melhor para as maturidades curtas.
Apesar do tipo de análise ser parecido, é difícil comparar os resultados com os
apresentados nesse estudo uma vez que Pinheiro, Almeida e Vicente analisam a
ETCC apenas até a maturidade de um ano e em um período muito incipiente do
mercado futuro de taxa de juros em dólares.
Fora do tema cupom cambial, mas utilizando a mesma abordagem, Reis (2014)
analisam os determinantes macroeconômicos da estrutura a termo da taxa de juros
(ETTJ) utilizando as variáveis taxa de câmbio em reais por dólar, expectativa da taxa
14
de inflação para daqui a 12 meses, spread do Credit Default Swap com maturidade
de cinco anos, taxa de desemprego, índice de commodities e expectativa da taxa
SELIC para o final do ano corrente. Eles desenvolveram um modelo que foi capaz de
explicar 94% das mudanças na ETTJ. Thiele (2013) também utiliza o modelo
proposto por Huse e analisa os determinantes macroeconômicos da estrutura a
termo das expectativas de inflação no Brasil. O modelo desenvolvido nesse estudo
foi capaz de explicar 85.35% na mudança dessa estrutura a termo.
2 REVISAO DE LITERATURA
1 f τ = β + β e + β λe
Que pode ser reescrito somando uma constante a uma função de Laguerre:
1−e 1−e
2 y =β +β + β −e + , = 1, … ,
λ λ
16
1−e % 1−e %
3 "# =β ,$ + β ,$ + β ,$ −e % + , = 1, … , , &
λ# λ#
= 1, … , '
Huse (2011) propôs aproveitar a estrutura em painel da equação (3) para estimar a
dinâmica dos fatores como uma função de variáveis de estado observadas. A grande
vantagem é que o número de parâmetros a serem estimados na equação não
aumenta conforme o número de vértices na curva como em Evans e Marshall
(2007), nem com o período amostral como em Diebold e Li (2006). Entre variáveis
de estado observadas, Huse inclui variáveis macroeconômicas que explicam a
dinâmica da curva de juros extraída dos títulos norte-americanos para o período de
1970 a 2003. A curva de juros é descrita pela equação (4) abaixo.
1−e % 1−e %
4 "# =β ,$ +β ,$ + β ,$ −e % + , & = 1, … , '
λ# λ#
17
em que y é uma função que representa a taxa de rendimento dos títulos utilizados
para construção da curva para as maturidades , e o vetor )# = ) ,# , ) ,# , ) ,# é uma
função de variáveis macroeconômicas.
O vetor )# foi estimado via MQO para cada um dos períodos t, e o erro é
independente da maturidade. O λ# foi assumido fixo no tempo com um valor já
determinado em * = 0. 006667. A razão para fixar o λ# é o fato de não existir
significância econômica para o parâmetro, e utilizar técnicas lineares de estimação
do modelo. Além disso, a estimação do modelo utiliza os dados tanto em cortes
transversais como em séries de tempo.
18
3 Cupom Cambial
A forma atual de negociação do contrato de DI futuro – taxa anual, base 252 dias
úteis – foi introduzida pela BM&F em 18 de janeiro de 2002. Para manter
compatibilidade com o mecanismo original de preço unitário (PU), que foi a forma
adotada pela Bolsa quando do lançamento do contrato em 1991, procede-se à
transformação automática de todos os negócios efetuados em pregão para cotação
em PU. Todas as posições compradas em pregão, ou seja, compradas em taxa,
revelando expectativa de alta para a taxa de juro, são automaticamente convertidas
em posições vendidas em PU, e vice-versa (BM&F, 2010).
100.000
(5) pu =
(du / 252)
(1 + i)
19
O contrato futuro de DDI, como definido pela BM&F, é um derivativo financeiro, cujo
objeto de negociação é o Cupom cambial, ou seja, a taxa de juro obtida a partir do
cálculo da diferença entre a acumulação da taxa de DI, no período compreendido
entre a data de operação, inclusive, e a data de vencimento, exclusive, e a variação
da taxa de câmbio observada entre o dia útil anterior a data da operação, inclusive, e
a data de vencimento do contrato, exclusive. A Taxa de juro, referente à cotação, é
expressa em percentual ao ano, linear, base 360 dias corridos, com até três casas
decimais. Esse contrato pode ser negociado para os quatro primeiros meses
subsequentes ao mês em que a operação for realizada e, a partir daí, os meses que
se caracterizarem como de início de semestre.
100 .000
(6) PU =
i × n ÷ 360
20
M.G.P. & URBAN, F., 2005). Para fazer essa transferência, é negociado no mercado
via balcão, o “casado”, que é o diferencial entre o preço do dólar negociado para o
primeiro vencimento na BM&F e o preço do dólar à vista. Como a taxa de juros em
reais e o preço do dólar futuro são negociados via derivativos e já tem seus preços
definidos, ao negociar o “casado”, os bancos estão simplesmente negociando uma
taxa de juros em dólar para o primeiro dia útil do mês seguinte. Com os preços do
casado e do derivativo de dólar negociado na bolsa, temos o preço do SPOT. A
PTAX é divulgada diariamente pelo Banco Central do Brasil.
O DDI é um contrato onde uma das partes fica ativa em CDI e a outra em variação
cambial (USD) mais uma taxa, que é o cupom cambial.
4 METODOLOGIA
× (1 + txPRE
( DU 1 futuro / 252 )
SPOT )
=
1 futuro
(7) ftCupom 1 futuro
DOL 1 futuro
Em que DOL1 futuro é o preço do dólar futuro com vencimento no primeiro dia útil do
mês seguinte à data de análise; SPOT é preço do dólar à vista, calculado pela
diferença entre o preço do dólar futuro e o “casado” negociado no balcão; txPRE1 futuro
DU 1 futuro é o número de dias úteis a partir da data de negociação até o primeiro dia
CupomFRC × DCsFRC
(8) ftCupomFRC = (1 + )
360
número de dias corridos entre o primeiro dia útil do mês seguinte à data de análise e
o vencimento do FRC específico.
Ao se multiplicar os dois fatores calculados, temos o fator para o período total, entre
a data analisada e o vencimento do FRC negociado na bolsa. A partir desse fator
calculamos facilmente a taxa do cupom limpo para esse período ( CupomLimpo VctBMF
):
Enfim, de posse dos fatores calculados para cada vencimento de FRC negociado na
BM&F, calculam-se as taxas paras os períodos analisados nesta dissertação
interpolando as taxas linearmente.
2006 - 2014
Média
Desv. Padrão
Maturidade (% Mín. Max.
(meses) a.a.) (% a.a.) (% a.a) (% a.a.)
3 2.65 1.88 0.36 9.71
4 2.71 1.84 0.32 10.13
5 2.77 1.82 0.51 9.82
6 2.86 1.79 0.57 9.44
7 2.84 1.78 0.60 9.64
8 2.92 1.76 0.72 9.34
9 2.96 1.75 0.71 9.11
12 3.07 1.70 0.90 8.29
15 3.17 1.65 1.01 8.15
18 3.26 1.61 1.15 8.05
21 3.35 1.56 1.27 8.15
24 3.43 1.53 1.36 8.22
30 3.62 1.48 1.49 8.31
36 3.81 1.44 1.61 8.54
42 4.02 1.41 1.70 8.97
48 4.23 1.40 1.86 9.40
54 4.40 1.40 1.98 9.87
61 4.64 1.42 2.19 10.80
28
2006 - 2009
Desv.
Maturidade Média Padrão (% Mín. Max.
(meses) (% a.a.) a.a.) (% a.a.) (% a.a.)
3 4.11 1.96 0.74 9.71
4 4.18 1.90 0.83 10.13
5 4.24 1.86 0.92 9.82
6 4.37 1.78 1.13 9.44
7 4.30 1.82 1.02 9.64
8 4.40 1.76 1.19 9.34
9 4.44 1.73 1.29 9.11
12 4.56 1.63 1.60 8.29
15 4.65 1.53 1.84 8.15
18 4.72 1.43 2.09 8.05
21 4.80 1.35 2.33 8.15
24 4.87 1.28 2.45 8.22
30 5.03 1.16 2.63 8.31
36 5.21 1.07 2.83 8.54
42 5.40 1.00 3.08 8.97
48 5.60 0.97 3.41 9.40
54 5.78 0.96 3.68 9.87
61 6.04 0.96 3.96 10.80
29
2010 - 2014
Desv.
Maturidade Média Padrão (% Mín. Max.
(meses) (% a.a.) a.a.) (% a.a.) (% a.a.)
3 1.63 0.89 0.36 7.60
4 1.69 0.84 0.32 6.96
5 1.75 0.80 0.51 6.41
6 1.82 0.77 0.57 5.77
7 1.83 0.75 0.60 6.01
8 1.89 0.73 0.72 5.65
9 1.92 0.71 0.71 5.53
12 2.04 0.68 0.90 5.16
15 2.14 0.66 1.01 4.98
18 2.25 0.65 1.15 4.85
21 2.34 0.64 1.27 4.80
24 2.43 0.64 1.36 4.71
30 2.63 0.64 1.49 4.61
36 2.84 0.65 1.61 4.70
42 3.06 0.66 1.70 4.93
48 3.28 0.67 1.86 5.14
54 3.44 0.67 1.98 5.22
61 3.66 0.67 2.19 5.44
Essa variável foi escolhida por representar uma medida de prêmio de risco do Brasil,
uma vez que funciona como uma espécie de seguro contra o risco de calote do país.
O trabalho escolheu o vencimento com prazo de cinco anos por ser o contrato que
apresenta maior liquidez.
Essa variável foi escolhida por ser uma medida de referencia para variação do nível
de equilíbrio para a oferta e demanda de dólares no país.
• Taxa Curta
Taxa curta é a taxa de juros em dólares futura de três meses. Essa taxa é
extremamente sensível à expectativa de fluxos cambiais no mercado à vista de
câmbio, e representa o nível de taxa em que será possível aplicar ou tomar recursos
em dólares no curto prazo.
• Libor Curta
A Libor curta é a taxa de juros com cupom zero extraída dos contratos futuros
negociados no mercado norte-americano, e representa as expectativas do mercado
em alterações na política monetária tendo como principais insumos dados
macroeconômicos da economia norte-americana.
É uma medida de volatilidade futura esperada pelo mercado para a taxa de câmbio
real por dólar para daqui a um ano calculada por meio de opções no dinheiro (At the
Money options). Variações significam aumento ou diminuição do nível de incerteza
no curto prazo, e consequentemente aumento do prêmio de risco exigido pelo
mercado para operações futuras.
na curva de DI1 da BM&F e pelo juro real obtido na curva de Swap IPCA também
divulgado pela BM&F.
4.3 Modelo
Será utilizado neste trabalho o modelo de três fatores proposto por Huse (2011),
como equacionado abaixo:
1 234 1 234
(10) "# =) ,# +) ,# ∗0 6 + ) ,# ∗0 − 7 5
6+
5 5
1 234 1 234
O parâmetro * é o principal determinante das cargas 0 6e0 − 7 5
6, que
5 5
são os fatores da curva de Nelson e Siegel. Esses fatores foram calculados de forma
a maximizar o fator de curvatura na maturidade de nove meses, e o resultado obtido
foi * = 0. 006667.
A dinâmica das cargas dos três fatores se comporta como mostra a figura 4.
34
1.2
1.0
0.8
Cargas
0.6
0.4
0.2
0.0
0
3
5
8
0
3
5
8
0
3
5
8
0
3
5
8
0
3
5
8
0
0.
0.
0.
0.
1.
1.
1.
1.
2.
2.
2.
2.
3.
3.
3.
3.
4.
4.
4.
4.
5.
Duraç ão (anos)
Carga s obre Beta1 Carga s obre Beta2 Carga sobre B eta3
5 RESULTADOS
Desvio
Variável Coeficiente Padrão Estatística t p-valor
R2 Ajustado 95.55%
Desvio
Variável Coeficiente Padrão Estatística t p-valor
R2 Ajustado 91.29%
Desvio
Variável Coeficiente Padrão Estatística t p-valor
R2 Ajustado 93.41%
11
fator de nivel
10 cupom de 5 anos
2
250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000
Dia
6
fator de inclinação
cupom de 5 anos - cupom de 3 meses
4
-2
-4
-6
-8
250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000
Dia
10.0
fator de curvatura
7.5 cupom de 5 anos + cupom de 3 meses - 2 cupom de 1 ano
5.0
2.5
0.0
-2.5
-5.0
-7.5
-10.0
250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000
Dia
11
fator de nível
10 Cupom de 5 anos
3
100 200 300 400 500 600 700 800
Dia
Figura 8 – Dinâmica do fator de nível em relação à sua variável empírica.
42
4
fator de inclinação
cupom de 5 anos - cupom de 3 meses
2
-2
-4
-6
-8
100 200 300 400 500 600 700 800
Dia
Figura 9 – Dinâmica do fator de inclinação em relação à sua variável empírica.
15
fator de curvatura
cupom de 5 anos + cupom de 3 meses - 2 cupom de 1 ano
10
-5
-10
100 200 300 400 500 600 700 800
Dia
7
fator de nivel
cupom de 5 anos
6
2
250 500 750 1000 1250
Dia
Figura 11 – Dinâmica do fator de nível em relação à sua variável empírica.
44
6
fator de inc linaç ão
cupom de 5 anos - cupom de 3 m eses
4
-2
-4
-6
250 500 750 1000 1250
Dia
4
fator de curvatura
2 cupom de 5 anos + cupom de 3 meses - 2 cupom de 1 ano
-2
-4
-6
-8
-10
1 ano 2 anos
12 10
10
8
8
6
6
4
4
2
2
0 0
250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000
8 10
6 8
4 6
2 4
0 2
250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000
Di a Di a
A figura 15 apresenta a comparação das curvas para o período entre julho de 2006 e
dezembro de 2009. Para o prazo de um, dois, três e cinco anos, a correlação entre a
curva estimada e a curva realizada foi de 96,33%, 92,27%, 87,72% e 70,79%
46
respectivamente. O erro quadrático médio foi de 0.20% para 1 ano, 0.28% para 2
anos, 0.30% para 3 anos, e 0.61% para cinco anos.
1 ano 2 anos
12 12
10
10
8
8
6
6
4
4
2
0 2
100 200 300 400 500 600 700 800 100 200 300 400 500 600 700 800
10
8
8
6
6
4
4
2 2
100 200 300 400 500 600 700 800 100 200 300 400 500 600 700 800
Dia Dia
1 ano 2 anos
6 6
5
5
4
4
3
3
2
1 2
0 1
250 500 750 1000 1250 250 500 750 1000 1250
5
5
4
4
3
3
2
1 2
250 500 750 1000 1250 250 500 750 1000 1250
Dia Dia
Figura 17 – Curvas base, sem choque e curvas após choques no BRL e na Taxa Curta
impacto na inclinação para o período entre 2010 e 2014 é mais suave que nos
outros dois períodos. Esse efeito pode ser justificado pela mesma hipótese do item
anterior: o maior nível de reservas cambiais do Banco Central do Brasil no período
faz com que o mercado acredite que o equilibro entre demanda e oferta aconteça
mais rapidamente.
Também na figura 18, vê-se que um choque positivo no preço de commodities causa
um aumento nas taxas de cupom cambial. Tal relação pode ser explicada pelo fato
de que uma melhora nos preços do índice CRY, na maioria dos casos, é reflexo de
melhora da economia, o que implicaria numa expectativa de subida de juros
nominais em dólar. Analisando o período de 2010 a 2014 vemos que o impacto na
parte mais curta da curva é menor que nos outros períodos. Uma intuição para esse
resultado é que outros índices levados em consideração para mudanças na política
monetária do FED, como dados de inflação, por exemplo, não corroboraram com o
movimento do CRY, ou talvez pelo fato desse índice não refletir da melhor maneira
os termos de troca da economia brasileira. Uma sugestão para estudos futuros seria
utilizar o índice de Termos de Troca de commodities para o Brasil calculado pelo
Citibank. Para analisar o efeito das expectativas de política monetária, utilizou-se a
libor de um ano e os efeitos de choque nessa variável foram descritos a seguir.
51
Figura 18 – Curvas base, sem choque e curvas após choques na VOL e no CRY
Figura 19 – Curvas base, sem choque e curvas após choques no CDS e na Libor
4.4
curv a base, sem choque
4.2 curv a após choque na v ariáv el Inf lação Implícita
4.0
3.8
3.6
3.4
3.2
3.0
2.8
2.6
25
30
40
50
60
70
80
00
30
50
80
00
50
00
50
00
50
00
0.
0.
0.
0.
0.
0.
0.
1.
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3.
3.
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5.
Período: Julho de 2006 a Dezembro de 2009
5.8
curv a base, sem choque
5.6 curv a após choque na v ariáv el Inf lação Implícita
Cupom Cambial (%)
5.4
5.2
5.0
4.8
4.6
4.4
4.2
25
30
40
50
60
70
80
00
30
50
80
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50
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1.
1.
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3.
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4.
4.
5.
3.6
curv a base, sem choque
curv a após choque na v ariáv el Inf lação Implícita
3.2
2.8
2.4
2.0
1.6
25
30
40
50
60
70
80
00
30
50
80
00
50
00
50
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1.
1.
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4.
5.
Figura 20 – Curvas base, sem choque e curvas após choques na Inflação Implícita.
55
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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yields. Journal of econometrics, v. 130, n. 2, p. 337-364, 2006.
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