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O modelo IS-LM-BP, ou Modelo Mundell-Fleming, relaciona a taxa de juros e o produto

nacional, a partir da condição de equilíbrio entre oferta e demanda de bens (IS), a oferta e
demanda de moeda nacional (LM) e a oferta e demanda de moeda estrangeira (BP). Pela
análise do gráfico e da movimentação dessas curvas, é possível determinar os efeitos de
medidas fiscais, monetárias e cambiais para economias nacionais. No Brasil, uma política
monetária expansionista é permitida pelo controle de inflação a partir do regime de metas
inflacionárias, e desenvolvida pelo Banco Central do Brasil.

Em uma economia aberta com câmbio flutuante e perfeita mobilidade de capitais, uma
política monetária expansionista causa a diminuição da taxa de juros, com o Banco Central
comprando títulos em poder da população e expandindo a base monetária. Assim, aumenta-se
a oferta de moeda, provocando um deslocamento da curva LM para a direita e um estímulo ao
consumo e o investimento. Dessa maneira, com o aumento da demanda de bens, as empresas
buscam mais investimentos, supridos pela poupança, para aumentar a produção e responder à
demanda crescente, elevando, assim, a renda nacional. Corresponde, portanto, a um
deslocamento do ponto sobre a curva IS para um segundo ponto de equilíbrio na interseção
entre as curvas IS e a nova curva LM, com produto nacional maior e taxa de juros menor.

A perfeita mobilidade de capitais, por outro lado, indica que uma queda na taxa de
juros implica uma desvalorização cambial em um país com câmbio flutuante, o que se deve
pela saída de capital para mercados com retornos mais altos, observando a condição de
paridade de juros internacionais. Nessa condição, considerados os juros internos e
internacionais e o câmbio atual e o futuro, os rendimentos dos juros devem ser iguais. A partir
da desvalorização da moeda, torna-se mais caro, internamente, importar bens e serviços. Por
outro lado, tal desvalorização torna os produtos nacionais mais acessíveis no mercado
internacional, estimulando as exportações e a produção nacional. Com esse movimento, a
curva IS se desloca para a direita, voltando o ponto de equilíbrio para uma posição com maior
produto nacional e taxas de juros doméstica e internacional equivalentes, restabelecendo a
paridade de juros, na curva BP.

Antes da política monetária expansionista, o ponto de equilíbrio estava na curva BP,


indicando a condição de paridade de juros. O primeiro movimento da curva LM transfere o
equilíbrio para abaixo da curva BP, sinalizando a não paridade que leva ao desequilíbrio
externo, à fuga de capitais e à desvalorização cambial. Esse desequilíbrio causa um movimento
da curva IS que devolve o equilíbrio a um ponto na curva BP. A partir dessas mudanças,
mostra-se que, em uma economia com câmbio flutuante e perfeita mobilidade de capitais, a
política monetária é eficaz para elevar o produto nacional.

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