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AIDS E SUAS METÁFORAS E O TEMPO NÃO PARA: INTERFACES COM A

SAÚDE E O CONVÍVIO COM DOENÇAS NA SOCIEDADE

Dominique Santos de Oliveira


DRE: 115212605

RESUMO:
O presente ensaio acadêmico tem como objetivo trazer à luz em um período tão delicado
mundialmente, a complexidade das questões relacionadas à saúde e patologias marcantes
durante os tempos dentro da sociedade. Aids como metáfora e O tempo não para, são obras que
abordam como uma doença que amedrontou o mundo afeta diretamente a vida de quem é
portador dela e como a sociedade encarou.

INTRODUÇÃO
Aids como metáfora, da escritora americana Susan Sontag discorre sobre a reflexão, o
sentido da doença e como ela é vista pela sociedade, durante muitos anos, logo assim que surgiu,
como uma sentença de morte. Paralelamente, O tempo não para, conta a história do cantor e
compositor Cazuza, grande artista brasileiro que foi acometido pelo vírus e faleceu
precocemente, após cinco anos lutando contra ela.
O vírus do HIV foi reconhecido em meados de 1981, nos EUA em um número elevado
de pessoas de um mesmo grupo. O dissabor de conviver com um vírus tão destrutivo, em um
período sombrio acerca da cura, tratamento e até mesmo sobre evolução da doença,
intrinsicamente ligado ao preconceito, ignorância de toda uma sociedade, tornou uma doença
estigmatizada.

DESENVOLVIMENTO:
Após enfrentar um câncer, escreveu o seu primeiro ensaio sobre como determinadas
doenças são verdadeiras condenações, independente de cura ou não. Ao longo da história da
humanidade, outras doenças foram estigmatizadas e entre elas a tuberculose e o HIV.
Ao abordar a doença como metáfora, a escritora manifesta o seu incômodo em tentar
demonstrar como o vírus do HIV era tratada como uma praga, principalmente por afetar
inicialmente uma parcela da sociedade que é alvo de preconceito, o comunidade LGBTQIA+.
O ensaio de Susan e o filme O tempo não para se articulam de modo que demonstra na
prática que Cazuza vivenciou o que Susan retratava em sua obra. Um jovem que como diversos
outros estava aproveitando a sua vida, o auge da sua carreira profissional, um artista genial que
se viu tendo que encarar uma doença desconhecida, a princípio.
Depois de receber seu diagnóstico, apesar de uma condição favorável e acessível ao
melhor tratamento que a época e a ciência poderiam oferecer, o estigma de ser portador desse
vírus, o levou a entender que a vida havia acabado. Por muitas vezes a recusa ao tratamento, o
isolamento e a depressão são manifestações dessas pessoas em resposta a essa suposta
condenação.

CONCLUSÃO:
Em suma, o intuito da escolha dessas obras era trazer aos tempos atuais, uma condição
existente na nossa sociedade ao longo de muitos anos. Nesse período pandêmico, muitas são as
especulações preconceituosas são relacionadas ao vírus da COVID-19.
Com milhares de mortes, omissão de governante, condições insalubres de combater um
vírus extremamente contagioso, portar o vírus é sinônimo de condenação. A desinformação de
que apenas uma parcela da população que possui comorbidade vai a óbito, coloca o restante da
população em um patamar, supostamente, inatingível.
Desde então, a população mundial e principalmente a brasileira, vive, de certa forma uma
releitura de Aids e suas metáforas, com a variação do vírus. Combater o vírus Sars-Cov-2 é
uma maneira também de combater a ignorância, o preconceito, a cegueira, a falta de empatia e
principalmente a valorização da saúde.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
SONTAG, SUSAN; Doença como metáfora: Aids e suas metáforas.
CAZUZA - O TEMPO NÃO PARA; Sandra Werneck, Walter Carvalho, 11 de
junho de 2004.

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