Você está na página 1de 5

ESPECIES VEGETAIS NATIVAS DO CERRADO

O poeta e ambientalista Nicholas Behr expressou bem ao dizer que: “Nem tudo
que é torto é errado. Veja as pernas do Garrincha e as árvores do Cerrado”.
Pois de fato, para muitos que olham o Brasil, desde a perspectiva da Floresta
Amazônica ou mesmo da Mata Atlântica, com árvores frondosas, grandes
folhas e muito verde, pode deixar de perceber as belezas que existem nos
detalhes do Cerrado, que demandam um olhar mais atento.
A grandiosidade do Cerrado se traduz por sua biodiversidade: é a savana mais
biodiversa do mundo, com aproximadamente 12 mil plantas catalogadas, das
quais mais de 4 mil são endêmicas, um percentual bastante expressivo¹¹. Por
esse motivo, o bioma é considerado um ‘hotspot’ global de biodiversidade, o
que significa que possui uma alta quantidade de espécies endêmicas ao
mesmo tempo em que se encontra seriamente ameaçado, o que o torna de
certa forma “insubstituível”¹² e o faz ser considerado prioritário para a
conservação.
No Cerrado, tem-se um clima estacional, com duas estações bem marcadas ao
longo do ano, um verão chuvoso e um inverno bastante seco. Características
essas que as plantas tiveram que contornar com suas estratégias de
sobrevivência e talvez, por esse motivo, possua uma alta taxa de endemismo.
As espécies tiveram que lidar com a realidade de secas, as quais anualmente
são submetidas, e eventuais queimadas que as atingem nesse período. Assim,
pode-se ver plantas com adaptações diversas, com o objetivo de acumular e
evitar a perda de água e de se proteger do fogo.
Dentre as adaptações, destacam-se¹³: raízes profundas capazes de explorar
regiões do solo onde há água, principalmente no período de secas; algumas
plantas entram em dormência durante esse período, o que exigem menos água
para o metabolismo; alta capacidade de armazenamento de água e nutrientes,
seja nas raízes ou troncos; características nas folhas que evitam perda
excessiva de água; dentre outras. Em relação ao fogo, muitas espécies se
recuperam rapidamente das queimadas, algumas possuem troncos com casca
espessa ou mesmo troncos subterrâneos que as protegem e, ainda, algumas
têm a floração estimulada pelo fogo. Essas características possibilitam que,
pouco tempo depois das primeiras chuvas, após um período prolongado de
secas e de fogo, o verde tome conta do bioma.
O Cerrado¹⁴, muito embora seja visto somente como aquelas paisagens de
árvores contorcidas, engloba também paisagens com aspecto florestal,
conhecidas como Cerradão, onde pode-se encontrar árvores de até 20m de
altura, e com formações campestres, os chamados campos limpos, em que há
a predominância de gramíneas. Entre esses dois tipos de paisagens há um
gradiente de fitofisionomias¹⁵ que conferem ao bioma diferentes características.
O Cerrado é, na verdade, um mosaico com muitos tipos de vegetação. Cabe
destaque as fitofisionomias próximas a fontes de água, que possuem uma
diversidade bem peculiar. São verdadeiros jardins naturais, combinando capins
e pequenos arbustos com lindas árvores e palmeiras. Ao logo de cursos
d’água, pode-se encontrar matas ciliares e matas de galeria. Além disso, há as
Veredas, que ocorrem geralmente em áreas de nascentes, cuja principal
característica é a presença de buritis, uma palmeira muito versátil, que além de
sua beleza cênica, possui usos tanto como alimento (palmito e frutos), como
para a confecção de artesanatos, móveis e cestarias (com suas palhas e
pecíolos das folhas)¹⁶.
Olhando o Cerrado como um todo, são mais de 220 espécies conhecidas para
uso medicinal e alimentício². Dentre elas destacam-se: pequi, buriti,
mangaba, cagaita, bacupari, araticum, babaçu, bacuri, cajuzinho-do-
Cerrado, coquinho-azedo, gueroba, murici, jatobá, mangaba e baru. Pequi é
uma espécie bastante conhecida, a melhor estudada e a mais consumida,
muito utilizada para fazer o famoso arroz com pequi, mas pode ser usada ainda
para fazer sorvetes, licores e ração animal. Assim como outros frutos do bioma,
é rico em nutrientes e possui, inclusive, propriedades medicinais. Veja no
site Cerratinga algumas possibilidades deliciosas com frutos do Cerrado. Não
são somente os frutos chamam a atenção. Há também uma porção de
orquídeas belíssimas e outras flores de encher os olhos de qualquer um.
Imagine se deparar com um campo repleto de chuveirinhos floridos. Ou, ainda,
encontrar canelas-de-ema, quaresminhas, calliandras do Cerrado, macelinhas,
para-tudos, ou mesmo árvores de sucupira-branca, de pequi e de cagaita
floridas. É um espetáculo a parte, capaz de tirar o ar de quem as admira. Tem
comunidades, inclusive, que vivem da colheita de flores sempre-vivas, bastante
características do artesanato no bioma. Os frutos também fazem parte do
imaginário popular.
Assim como os animais do Cerrado habitam lendas e causos, as plantas
também têm as suas histórias. Tem a lenda do pequi¹⁷ e a do buriti¹⁸. Tem festa
da colheita do capim dourado¹⁹ (um capim bastante apreciado na confecção de
peças artesanais) e também a do pequi. E, não podem ficar de lado, as
quebradeiras de coco babaçu, que na sua expressão de vida, no labor com o
babaçu, lançam suas expressões culturais, cheias de músicas, poesias e artes.
Diante da generosidade e exuberância do Cerrado, as possibilidades de uso da
flora nativa são as mais variadas. São inúmeras as espécies que podem ser
utilizadas para alimentação, artesanato, remédio, cobertura de casas, fibras,
entre muitos outros usos. Assim é a flora desse rico bioma: “quem conhece o
Cerrado intimamente não se cansa de elogiar a delicada beleza e o
surpreendente exotismo dessa vegetação tão acessível e convidativa ao
homem, em que as folhas, flores e frutos se apresentam quase sempre ao
alcance da mão ou do olhar curioso.
Acácia Mangium
Angico (Anadenanthera falcata)
Angico Vermelho (Parapitadenia rigida)
Araticum (Annona coriacea)
Araticum Cagão (Annona cacans)
Aroeira (Miracruodron urundeuva)
Bálsamo (Miroxylon peruiferum)
Barbatimão (Stryphnodendron adstringens)
Baru (Dipteryx alata)
Braúna (Schinopsis brasiliensis)
Capitão do mato (Terminalia argentea)
Cedro (Cedrela fissilis)
Copaiba (Copaifera langsdorfii)
Cuvantã (Cupania vernalis)
Dedaleiro (Lafoensia pacari)
Embaúba (Cecropia pachystachya)
Emburana (Amburana cearensis)
Falso barbatimão (Dimorphandra mollis)
Fedegoso (Senna Pendula)
Figueira Branca (Ficus guaraniticas)
Folha De Serra (Sorocea bonplandii)
Gerivá
Goiaba (Psidium guajava)
Gonçalo Alves (Astronium fraxinifolium)
Graviola (Annona crassiflora)
Guaçatunga (Casearia sylvestris)
Guapuruvu (Schizolobium parahyba)
Guatambu – amarelo e vermelho (Aspidosperma macrocarpon)
Gurucaia (Parapiptadenia rigida)
Imbiruçu (Pseudobombax grandiflorum)
Inga (Inga edulis)
Ipê amarelo (Tabebuia ochracea)
Ipê Amarelo (Tabebuia vellosoi)
Ipê Amarelo Da Serra (Handroanthus albus)
Ipê Branco (Tabebuia dura)
Ipê do Cerrado (Tabebuia chrysotricha)
Ipê Rosa (Handroanthus pentaphylla)
Ipê Rosa (Tabebuia róseo)
Ipê Roxo (Handroanthus avellanedae)
Ipê Roxo (Tabebuia avellanedae)
Ipê Roxo Sete Folhas (Handroanthus heptaphyllus)
Ipê Verde (Cybistax antisyphilitica)
Ivai (Hexachlamys edulis)
Jacarandá caroba (Jacaranda cuspidifolia)
Jacaranda De Minas (Jacaranda cuspidifolia)
Jacarandá do cerrado (Machaerium opacum)
Jambo (Syzygium malaccense)
Jatobá (Hymenaea courbaril)
Jatobá do cerrado (Hymenaea stigonocarpa)
Jenipapo (Jenipa americana)
Jequitibá (Cariniana estrellensis)
Lixeira (Aloysia virgata)
Louro Pardo (Cordia trichotoma)
Louveira (Cyclolobium vecchii)
Mamica De Porca (Zanthoxylum rhoifolium)
Mulungu (Erythrina sp.)
Murici do cerrado (Byrsonima verbacifolia)
Mutambo (Guazuma ulmifolia)
Olho de Cabra (Ormosia arborea)
Paineira Rosa (Chorisia speciosa)
Palmito Jussara (Euterpe edulis)
Papagaio (Aegiphila sellowiana)
Pata de Vaca (Bauhinia forficata)
Pau Polvora (Trema micrantha)
Pau Cigarra (Senna multijuga)
Pau D’alho (Gallesia integrifolia)
Pau de Formiga (Triplaris americana)
Pau de Leite (Sapium glandulosum)
Pau Ferro (Caesalpínia Ferrea)
Pau Formiga (Triplaris americana)
Pau terra (Qualea grandiflora)
Pimenta de macaco (Xylopia aromatica)
Pitanga (Eugenia uniflora)
Pororoca (Rapania guianensis)
Saboeiro (Sapindus saponaria)
Saguaragi (Colubrina glandulosa)
Sangra D´água (Croton Urucurana)
Sibipiruna (Caesalpinia Pluviosa)
Tamboril (Enterolobium contortisiliquum)
Taruma (Vitex montevidensis)

Você também pode gostar