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CENTRO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

PROFESSOR: TCHIAGO BRIGO


DISCIPLINA: EDUCAÇÃO FÍSICA
ENSINO MÉDIO

DATA: _____/_____/_____

TEMA: ESPORTES

ESPORTES E GÊNEROS
https://www.youtube.com/watch?v=XoZrZ7qPqio&t=16s&ab_channel=ESPNBrasil

Ao analisarmos o esporte, inicialmente como expectadores, observamos algo no mínimo curioso, o fato de
haver caracterizações masculinas e femininas pertinentes a determinadas práticas esportivas, o que acaba por
definir de maneira bem clara a escolha por atividades esportivas que se encaixem nessas características.

Sob um olhar mais profundo, nota-se que esportes praticados por homens e mulheres resvalam em questões
culturais, o que não foge as questões caracterizadoras de gênero na escolha da prática esportiva.

O reforço dado pela mídia para que haja uma dissociação da imagem de esportes para homens e mulheres é
aquela que se pode ver quando tomamos como base o futebol, que “era tido” como esporte para homens e
extremamente masculinizante, e hoje se pode ter uma ideia do tipo de igualdade que se pretende, já que o
ideal masculino sempre esteve representado pela figura do guerreiro. O atleta, sinônimo de atividade e força,
corresponde a tal ideal; enquanto que a mulher é vista como um sujeito passivo, um objeto a contemplar.
Em 1978, a socióloga canadense Ann Hall introduziu formalmente o conceito de "gênero" nos Estudos dos
Texto
Esportes, em uma monografia intitulada Sport and Gender: A Feminist Perspective ontheSociologyof Sport
(Esporte e Gênero: Uma Perspectiva Feminista sobre a Sociologia do Esporte). É a partir do trabalho de Hall
e de outros(as) pesquisadores(as), que também começaram a usar o conceito "gênero" em vez de "sexo", que
gênero começou a ser usado para rejeitar o determinismo biológico e para delinear que os padrões
comportamentais, culturais ou psicológicos tipicamente associados a um sexo, eram na verdade socialmente
construídos.
O futebol feminino nos moldes atuais é excêntrico, fora dos padrões, é sempre comparado ao futebol
praticado pelos homens, as jogadoras terão sempre que se adaptarem ao jogo masculino até possuírem uma
identidade própria, uma identidade esportiva própria, aceitando-se como jogadoras de futebol, identificadas
com seu próprio corpo, um corpo atlético, trabalhado para um esporte com características que fogem do
contexto atual do que se espera de uma mulher, envolvendo características como força, virilidade, físicos
mais desenvolvidos, etc.
Para efeitos de comparação entre gêneros nos esportes, o Enem usou dados de 2017. Marta recebia um
salário anual de U$ 400 mil dólares (R$ 2,1 milhões de reais). Verificando o seu desempenho, a jogadora
tinha 103 gols pela seleção brasileira, média de U$ 3.900 dólares (R$ 20 mil) por gol. Neymar recebia e U$
14,5 milhões de dólares anuais e tinha 50 gols pelo Brasil, média de U$ 290 mil (1,5 milhão de reais) por
gol.

ESPORTES E RACISMO
https://www.youtube.com/watch?v=vveQPx4R4Xw&ab_channel=SBTNews
O racismo no Brasil é conformado por mais de três séculos de escravidão e por teorias ultrajantes que
fizeram parte da construção da identidade nacional. Após a abolição, a ausência do Estado na integração
da população negra por meio do fornecimento de condições materiais e políticas para sua participação em
uma sociedade livre garantiu a sobrevivência e ressignificação da mentalidade e prática escravocrata nas
estruturas da república.

O racismo é o ato de discriminar, isto é, fazer distinção de uma pessoa ou grupo por associar suas
características físicas e étnicas a estigmas, estereótipos, preconceitos. Essa distinção implica um
tratamento diferenciado, que resulta em exclusão, segregação, opressão, acontecendo em diversos níveis,
como o espacial, cultural, social.

Entre 1501 e 1870, mais de 12,5 milhões de africanos foram raptados, vendidos como escravos e
transportados para o continente americano. O Brasil foi o maior território escravista do hemisfério
ocidental, foi o último a extinguir o tráfico negreiro – com a Lei Eusébio de Queirós em 1850 – e também
o último a abolir a escravidão, que ocorreu por meio da Lei Áurea, em 1888.

O IBGE de 2018, aponta que 56,10% da população brasileira declara-se como preta ou parda.

Essa representatividade é relevante nas relações sociais, a fim de reconhecer a identidade de um grupo e
reforçar o direito de igualdade em um caminho diverso. Podemos ver negros apresentando telejornais,
ocupando as universidades e influenciando pessoas por meio de livros, redes sociais, palestras e outros
cenários.

A legislação teve um papel importante nisso com dispositivos que combatem a injúria racial e o racismo
no Brasil, bem como a criação do Dia da Consciência Negra, dia 20 de novembro.

Até mesmo o esporte, que é constantemente palco de manifestações de combate ao preconceito racial e
fábrica de ídolos de pele negra, tem visto um crescimento alarmante de casos de racismo. Os atos vão
desde ofensas verbais como chamar o outro de macaco, atitudes depreciativas como atirar bananas para
dentro do campo na direção de jogadores da raça negra e até atos mais graves como a depredação de bens
pessoais em razão da cor da pele. E as atitudes racistas não ficam restritas às torcidas e às arquibancadas,
como muitos podem pensar, e acontecem também dentro de quadra ou campo, entre atletas, jogadores e
companheiro de equipe.
Há ainda quem minimize o impacto de atitudes como estas nos gramados brasileiros. Recentemente, isto
ficou bem claro na fala do consagrado técnico Vanderlei Luxemburgo, que alegou não concordar que
provocações como chamar o outro de macaco para desestabilizá-lo emocionalmente deva ser considerado
racismo. E completou dizendo que racismo puro seria apenas o que ocorreu no polêmico caso de
assassinato de George Floyd por policiais americanos.

ATIVIDADES:

1. Como a questão do racismo e de gênero entre algumas pessoas na sociedade reflete no esporte?

2. Quando a questão do gênero começou a ser discutida nos esportes e por qual razão?

3. Quais foram as principais leis que contribuíram para a abolição da escravidão? Nos dias atuais, ainda ocorrem
preconceitos por causa da cor da pele das pessoas? De que forma isso acontece?

4. Qual é a representatividade de mulheres na câmara de vereadores de Brusque atualmente? Isso reflete de


alguma maneira a diferença de gênero na sociedade?
5. Cite três nomes de grandes esportistas masculinos e três femininos e suas modalidades esportistas.

6. Existe maneira de combater o racismo e as diferenças de gênero nos esportes? Como?

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