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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

MATO GROSSO CAMPUS CUIABÁ - BELA VISTA TÉCNICO EM MEIO


AMBIENTE INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO

MARIA APARECIDA DA COSTA SILVA

LORENA MADALENA BARCELOS AVELAR

LUDIMILA SILVANA RIATTI DIAS

PESQUISA SOBRE MACHISMO E RACISMO NO FUTEBOL.

Cuiabá
2022
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DE MATO GROSSO CAMPUS CUIABÁ - BELA VISTA TÉCNICO EM
MEIO AMBIENTE INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO

MARIA APARECIDA DA COSTA SILVA

LORENA MADALENA BARCELOS AVELAR

LUDIMILA SILVANA RIATTI DIAS

PESQUISA SOBRE MACHISMO E RACISMO NO FUTEBOL.

Projeto de pesquisa apresentado à disciplina de geografia 3, como parte do


cumprimento da disciplina.

Cuiabá
2022
Sumário

1. Introdução ……………………………………………… 04
2. Desenvolvimento ……………………………………………
3. Objetivo geral ……………………………………………..
4. Objetivos específicos …………………………………….
5. Conclusão …………………………………………….
6. Referências bibliográficas ……………………………………
1. Introdução

O futebol foi criado na Inglaterra, no século 18, mas é datado que sua chegada ao Brasil foi
no ano de 1894, e é inegável o fato de que o futebol cresceu em representatividade nos
últimos anos, entretanto podemos ver cenários que parecem muito ultrapassado ocorrendo
nos dias atuais, o Brasil é considerado o país do futebol, mesmo não tendo se originado no
país, ele despertou a paixão dos habitantes pelo esporte, tornando-o algo cultural.

O futebol está diretamente associado a homens, tornando o machismo muito recorrente neste
ambiente, mesmo após tanta luta por parte da população, o futebol feminino ainda é
sexualizado e pouco valorizado, segundo o IBGE (2019), as mulheres no Brasil ganham
22,3% a menos que os homens.

O machismo é definido como uma opinião ou atitudes que discriminam ou recusam a ideia de
igualdade dos direitos entre homens e mulheres.

Entre um dos assuntos a se tratar na esfera do futebol, há os vários casos de racismo em


campo ou fora dele, casos onde torcedores xingam jogadores negros de “macaco” entre
outros adjetivos negativos. Um dos casos que ganhou visibilidade foi o qual um torcedor do
Tottenham jogou uma casca de banana no atacante Pierre-Emerick Auameyang, do Arsenal.

O racismo é definido como, preconceito/ discriminação contra um grupo de pessoas, que


pertence a um grupo étnico ou racial que já é marginalizado.

Mas como isso afeta o futebol em geral? Isso é algo que mostraremos no decorrer da
pesquisa feita.

2.Desenvolvimento
É inegável que o machismo, o racismo, a misoginia e os diversos tipos de preconceitos
sempre existiram. E no mundo do futebol, não seria exceção. Aparentemente, estamos vendo
um aumento nos casos registrados e conhecidos, que também é fato, mas outrora, os autores
desses crimes "davam um jeito" de conter boa parte dos seus impulsos criminosos, hoje não
mais.

Segundo o treinador gaúcho Roger Machado a eleição do presidente Jair Bolsonaro, o qual
disse, enquanto deputado, a sua então colega de Câmara Maria do Rosário "só não te estupro
por que você não merece", disparou frases comparando quilombolas a gado dizendo
especificamente: “Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas
(arroba é uma medida usada para pesar gado; cada uma equivale a 15 kg). Não fazem nada.
Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com
eles”, sob risos da plateia de cerca de 300 pessoas, entre tantas outras formas de preconceitos,
acaba legitimando esse comportamento. Pois palavras importam, atitudes importam. E
quando essas atitudes são tomadas por alguém que veste a faixa da Presidência da República,
elas importam muito.

E quando tratamos de acontecimentos envolvendo racismo e machismo no futebol,


infelizmente, não faltam situações. Elas ocorrem desde sua origem, como falado na
introdução, e perdura até os dias de hoje. Temos como exemplo antigo mas sempre lembrado,
o caso do goleiro Bruno, o qual foi condenado a 17 anos e seis meses, em regime fechado,
por homicídio triplamente qualificado; três anos e três meses, em regime aberto, pelo
sequestro de Bruninho, seu filho com Eliza; e um ano e seis meses, em regime aberto, por
ocultação de cadáver em 2013, e em 2017 recebeu autorização da Justiça para deixar a prisão
e cumprir a pena em regime semiaberto. E um caso recente envolvendo o atacante Robinho,
onde ele e outros quatro brasileiros acusados participaram do estupro coletivo, agora
confirmado em todas as instâncias do Judiciário italiano, de uma jovem de origem albanesa
em uma boate na cidade de Milão, em 2013.

Mesmo com a condenação, Robinho, que está no Brasil, não poderá ser extraditado, já que a
lei não permite a extradição de brasileiros, mas a justiça italiana pode recorrer à Polícia
Internacional (Interpol) para prender o jogador caso ele viaje ao exterior. Vale ressaltar que, a
condenação do ex-jogador da Seleção Brasileira é em última instância e não cabe recurso.
Uma pesquisa realizada pelo Superesportes com 55 jogadoras que atuavam no futebol em
Pernambuco no ano de 2017. Com a garantia do anonimato, responderam questões sobre
assédio, preconceito e sexualidade.

Entre as entrevistadas, 27,3% já foram assediadas sexualmente ou moralmente por um


profissional com quem trabalharam diretamente, 32,7%, já viu acontecer com outra jogadora,
63,6% já foram alvo de preconceito por parte dos próprios familiares. 78,2% já passaram
algum constrangimento no convívio cotidiano, nas ruas. Os resultados foram:
São dados alarmantes, onde percebemos que o preconceito no futebol feminino vem de
fatores culturais, sociais, os quais precisam ser revistos, já que são fatores limitantes do
desenvolvimento não somente do futebol, mas do esporte feminino como um todo.
Necessitando assim, de apoio das instituições desportivas para a valorização das praticantes e
do meio em que vivem, para consequentemente, haver um meio futebolístico menos
preconceituoso e sexista.

Poucos episódios se transformam em denúncia, pois é o receio do fim de um sonho ou de


uma carreira inteira. Como diz em entrevista a volante Gerlane Alves: “A única solução
viável para mim era expor a situação diante da equipe, rebater na hora ou sair do time”, pois
relembrou a história do assédio inescrupuloso cometidos por treinadores e membros de
comissões técnicas que trabalham no futebol feminino. A atleta já deixou um clube por ser
cortada da lista de relacionadas depois de negar sair com o treinador. Já ouviu conversas
sobre quem “pega mais novinha” na equipe. E também que o futebol feminino não cresce por
“estar cheio de sapatão”. A modalidade teria que ficar mais atraente para os homens, sugeria
o autor da estúpida frase.

Batemos na mesma tecla quando falamos de racismo no futebol, que atinge homens e
mulheres, mas que se agrava quando o assunto é o futebol feminino.

E temos um exemplo antigo, de abril de 2005, na disputa da Copa Libertadores, entre São
Paulo e Quilmes no Morumbi, o argentino Leandro Desábato ofendeu o jogador Grafite. O
atacante tricolor foi expulso por empurrar o adversário no rosto, mas o desfecho foi pior para
o estrangeiro: recebeu voz de prisão ainda no gramado e permaneceu detido na capital
paulista por dois dias.

Em três anos, as denúncias mais que dobraram. Foram de 20, em 2014, para 43, em 2017. O
auge foi em 2019, quando 67 casos foram relatados.

No futebol feminino, temos o exemplo da jogadora Formiga, mulher, nordestina, lésbica,


negra e jogadora de futebol que defendeu a seleção brasileira por 26 anos, e viveu as piores
fases do futebol feminino e agora se tornou a primeira mulher a ter os pés gravados no
emblemático estádio do Mineirão.
E também o exemplo da atacante Cristiane e várias atletas do time feminino do Santos que
foram vítimas de racismo nas redes sociais, as quais receberam mensagens de cunho machista
e racista.

Mas diante de tanta luta, há de haver glória. Recentemente, mais precisamente no dia 22 de
fevereiro de 2022, a Federação de Futebol dos Estados Unidos anunciou que as jogadoras da
seleção feminina do país receberão o mesmo salário dos atletas da equipe masculina,
considerando que seleção feminina dos EUA é detentora de quatro títulos da Copa do Mundo
e conquistou quatro ouros olímpicos. A equipe masculina, no entanto, não jogou o Mundial
de 2018 e seu melhor resultado foi um terceiro lugar na edição de 1930, no Uruguai. No
Brasil, isso foi anunciado pela CBF em 2 de maio de 2020. Hoje, vemos incontáveis alegrias
que custaram chegar ao futebol feminino, mas que devem ser honradas e realmente vividas
dando o devido valor a luta de todas e todos que brigaram por essa causa.

Os casos de racismo, machismo e violência contra LGBTQIA+ vão aumentar e vão ser cada
vez mais registrados, mas estudos mostram que grande parte da sociedade está empenhada
em dar um basta nessas situações, e os que insistirem em tomar esse lado, terão que conviver
e render seus podres poderes para ver nascer um mundo, e consequentemente um universo
esportivo mais negro, mais feminino e sexualmente mais livre.

3. Objetivo geral

O objetivo desta pesquisa foi, aprender e analisar sobre casos de machismo e


racismo no futebol, em torno do mundo e do Brasil.

4. Objetivo específico

- Mostrar as problemáticas no futebol.


- Analisar como afeta a sociedade.
- Apontar dados importantes sobre casos do tema.

5. Conclusão

O machismo e racismo são assuntos fortemente antigos mas ao mesmo


tempo atuais. Entre os anos de 1970 e 1980 matérias relatam que as
mulheres eram convidadas a assistir os jogos como uma forma de atrair os
homens para os estádios de futebol, além disso o futebol feminino era
tratado como um espetáculo de circo servindo apenas para esquentar antes
dos jogos masculinos acontecerem. Além disso, nos anos entre 1941 e
1979 houve um decreto-lei proibindo a participação feminina no futebol
com a justificativa de que deixariam as mulheres masculinizadas e
imossibilitasas de terem filhos futuramente, o decreto-lei dizia: ” Às
mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as
condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho
Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades
desportivas do país. (Decreto-Lei nº 3.199 do Conselho Nacional de
Desportos (CND), 1941)“.

Em 1980 a prática do futebol feminino foi retomada, porém com grande


preconceito ainda, devemos ressaltar aqui que não somente as jogadoras
sofriam tal preconceito mas as torcedoras e jornalistas que acompanhavam
em especial o futebol masculino. Comentários misóginos, piadas e assédio
ainda se mostra tão presente como no passado, subestimando a capacidade
da mulher de entender o que acontece em uma partida de futebol ou até
mesmo duvidando da capacidade das jogadoras profissionais. O interesse
pela prática e pela torcida no futebol sempre existiram porém sempre
reprimido pelo machismo e pela sociedade, a internet foi uma grande
aliada para a união dessas mulheres, em diversas redes sociais foram
criados perfis para elas e por elas para unir as forças. O “Torcedoras de
Leão” é um coletivo umas das organizadoras disse “Viajamos com o
Fortaleza em caravanas, vamos em todos os jogos do nosso clube”,
explica Jack Rocha. O movimento começou a se desenhar em 2016, por
meio de uma ação que reuniu várias torcedoras de outras equipes da
Capital, como Ceará e Ferroviário.

Também é bom enfatizar que um dos nossos objetivos é demonstrar o


protagonismo das mulheres, quebrar paradigmas, dizer que estádio não
é só de homens. E que nós estamos aqui para fazer companhia, orientar
e ajudar as torcedoras da melhor forma possível. Eu mesma já sofri e
sofro por ir ao estádio, com piada de colegas e familiares. Já me
perguntaram porque ao invés disso eu não vou assistir novela. (Audrey
Oliveira, integrante do coletivo Torcedoras do Leão).

As mulheres que fazem parte desse coletivo não se juntam apenas em prol
do clube mas com o objetivo de atrair mais mulheres para os jogos com a
campanha "Estádio Sem Medo”. A ideia do projeto surgiu através de uma
torcedora que deixou uma mensagem na pagina dizendo que torcia para o
Fortaleza, que tinha vontade de torcer pelo time mas que tinha medo.
Além disso, elas organizam eventos onde possuem rodas de conversa
promovendo debates e trocas de experiências com torcedoras e que
frequentam estádios, palestras, e seminários e sobre oque deve ser
mudado nos estádios. Uma delas explica: A gente só quer ocupar um
lugar que também é nosso, mas, por causa de tanto pensamento e
atitude machista, por tanto assédio, as mulheres acabam se afastando.
Eu sinto que temos que fazer isso para que cada mulher possa estar
onde ela se sente bem. Não só no futebol, mas em qualquer outro
esporte. Minha luta diária é no futebol

Além do machismo temos o racismo que é muito forte, de 22 casos apenas


3 foram punidos com multa o Diretor executivo do Observatório da
Discriminacao Racial Marcelo Carvalho diz que essas punições ainda são
poucos, podemos citar um caso que ocorreu onde um torcedor do Boca fez
um gesto de macaco de macaco para os corintianos e acabou sendo preso,
porém foi solto logo após pagar fiança de 3 mil reais. o Diretor diz que
vários países sul-americanos foram punidos pela FIFA (Federação
Internacional de Futebol) por gritos homofóbicos e nenhuma ação de
combate ou prevenção por parte da CONMEBOL . Ao contrário, ela foi à
FIFA pedir para que as confederações não fossem punidas por que a
homofobia é uma questão cultural de cada país. O que eu vejo é que não
existe uma vontade política das entidades de combater o racismo no
futebol. Ele sugere como punição que o time tenha perda de mando de
campo ou até mesmo exclusão do torneio pois ele diz que enquanto forem
aplicadas multas com valores pequenos os cânticos vão continuar
existindo.
Portanto conclui-se que as soluções ao combate ao machismo e racismo
são através de projetos, campanhas e leis, através da luta e da
responsabilidade compartilhada entre clubes, torcedores, organizadores e
demais pessoas envolvidas em toda e qualquer área no futebol, seja no
Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo.

6. Referências bibliográficas:

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