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Resumo: De acordo com Luccas (1998, p. 43), “o futebol é, e sempre foi, um espelho no qual
estão refletidas as formas pelas quais as relações sociais se estabelecem”, ou seja, ele é um
fato social e não se resume a uma prática de lazer ou de entretenimento. O futebol profissional
é um trabalho em que alguns negros ganham visibilidade, conquistam altos salários e viram
celebridades. Embora os atletas se projetem socialmente, não temos uma estatística favorável
de negros no comando do esporte. Além disso, temos visto, ao longo dos anos, sucessivos
casos de racismo no esporte em todo o mundo, o que coloca em xeque a ideia de que há uma
democracia racial nesse campo.
Clube Juventude, foi suspenso após esfregar o braço em gesto ofensivo contra o jogador negro
Jeuvânio. Em agosto de 2017, um torcedor foi preso no jogo Flamengo x Botafogo depois que
a família do jogador do Flamengo Vinicius Junior sofreu abuso racista durante o jogo. Em
2014, o jogador Tinga sofreu preconceito racial no Peru. A Confederação Brasileira de
Futebol (CBF) desenvolveu uma campanha "somos todos iguais", espalhando faixas durante
as partidas para abolir práticas racistas nos estádios.
Em entrevista a Breiller Pires em 2017, o comentarista do El Pais Marcelo Carvalho disse que
esse tipo de campanha não surte muitos efeitos e que o preconceito racial está cada vez mais
velado. Isso continua porque falta investigação e punição para quem pratica esse tipo de
comportamento preconceituoso no campo. Nesta entrevista, Marcelo Carvalho diz que nunca
viu um dirigente da CBF condenar um ato de racismo no futebol.
Como as pessoas raramente são punidas por crimes racistas, há uma redução nas vítimas que
não se sentem encorajadas a se manifestar. Ainda permanece a ideia de que vale tudo no
futebol. E essa hostilidade preconcebida 'faz parte do jogo', vendo o racismo como algo
aceitável", analisa Marcel Diego Tonini, historiador e cientista social da Universidade de São
Paulo (Pires, 2017).
Ex-jogadores de futebol tendem a seguir carreiras em clubes de futebol, seja como executivo,
treinador, comissão técnica e muito mais. Porém, no cenário dos grandes clubes brasileiros,
observa-se que são poucos os negros nessas posições. Skolaude (2015, p. 115) deixa a
pergunta: “poderíamos interpretar essa triste realidade como uma forma velada de racismo
que ainda existe nos clubes brasileiros?”
Em entrevista ao UOL Esporte, Márcio Chagas relatou vários episódios em que sofreu
racismo quando ainda era árbitro de futebol (Silva, 2019). Ele decidiu levar o caso ao
Tribunal Superior de Justiça Desportiva após sofrer uma ofensa racista ao arbitrar uma partida
de futebol. No entanto, foi desencorajado por jornalistas, alguns conhecidos seus e até mesmo
pela Federação Desportiva do Rio Grande do Sul, que até então nunca havia tido um árbitro
negro.
Desenvolvimento:
A inserção dos negros na sociedade brasileira, e a luta contra a estrutura racista que
se mantém até hoje, têm no futebol um caminho para mudanças. E claro que não é
através de campanhas que abordam o tema de forma superficial, porque a
sociedade se diz moralmente contra o racismo, mesmo reproduzindo a sua
estrutura. O futebol e seus ídolos são, e sempre foram, um meio de legitimação
cultural.
O racismo segue até hoje muito presente na cultura brasileira e mundial, e precisa
ser debatido através de suas estruturas. O racismo vai muito além do grito de
“macaco” e ele precisa ser compreendido dessa forma. Quando um atleta, além do
seu papel cultural de ídolo, se manifesta politicamente em uma causa pelo seu povo,
ele pode mudar parte dessa estrutura. Um exemplo é o de Reinaldo, nos anos 80,
mesmo durante a Ditadura Militar. Outro grande exemplo mais recente é o de Marta
e Cristiane, que se posicionam de forma mais efetiva contra o racismo e incluem a
pauta da igualdade de gênero. Atualmente, mais astros internacionais têm essa
postura: Lewis Hamilton, Serena Williams, Lebron James, Naomi Osaka, entre
outros. Recentemente, Vinicius Jr se mostrou uma importante voz e representação
do futebol contra o racismo, desafiando os racistas e xenofóbicos com seu futebol e
comemorações.
CFP (2017) afirma que os negros que fazem parte do grupo racial negro têm a
oportunidade de construir suas identidades individuais e coletivas de forma que
beneficiem sua saúde mental. Isso se deve aos estímulos e vínculos que
desenvolve no grupo, o que pode proporcionar uma perspectiva positiva sobre
sua própria identidade negra. Ao construir uma identidade racial coletiva e
pessoal, o negro dispõe de um recurso que reforça a estruturação de sua
autoestima e autoconfiança.
4. Exemplos:
1. Em 06/02/2002, durante partida contra o Fluminense, ao final do jogo,
Gabi Gol foi vaiado e chamado de “macaco” por alguém da
arquibancada enquanto ia para o vestiário no estádio Nilton Santos.
CITAÇÕES DE FILOSÓFOS:
Considerações Finais:
O racismo no futebol brasileiro é percebido principalmente através de atos de
injúria racial cometidos por torcedores contra jogadores negros.
Cantos ofensivos, gestos e imitações de macacos são algumas das formas
de racismo que jogadores têm enfrentado durante as partidas.
Infelizmente, esses incidentes representam um reflexo da intolerância e do
preconceito ainda presentes na sociedade brasileira.
A luta contra o racismo no futebol é um desafio constante, que demanda o
envolvimento de todos os agentes do esporte. A conscientização da população, a
educação dos torcedores e a aplicação de políticas de inclusão são pilares
fundamentais para a transformação desse cenário e para a construção de um futebol
mais igualitário e livre de preconceitos. A denúncia e o combate ao racismo no
futebol não podem ficar restritos às notas de repúdio, reprodução de hashtags e
venda de camisas antidiscriminação. Essa é a avaliação de Marcelo Carvalho,
idealizador e diretor-executivo do Observatório Racial do Futebol.
É uma realidade e os clubes precisam ser um pouco mais firmes. Não adianta o
clube só se posicionar dizendo, em, que o clube está à disposição das autoridades.
É preciso que se assuma a responsabilidade”,
FONTES:
COLÉGIO DA POLICIA MILITAR RÔMULO GALVÃO
1. https://pt.linkedin.com/pulse/como-o-futebol-pode-contribuir-para-uma-
educa%C3%A7%C3%A3o-?trk=pulse-article_more-articles_related-
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08/27/veja-a-posicao-de-cada-clube-sobre-a-proposta-da-cbf-de-perda-de-
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3. http://periodicos.pucminas.br/index.php/pretextos/article/view/22079
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5. https://monografias.brasilescola.uol.com.br/historia/racismo-na-televisao-
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6. https://hugogloss.uol.com.br/esportes/gabigol-e-alvo-de-ataque-racista-
durante-jogo-contra-fluminense-e-desabafa-ate-quando-assista/
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lembra-pele-e-lamenta-episodio.htm?cpVersion=instant-article
8. https://www.meionorte.com//esportes/veja-os-piores-casos-de-racismo-
sofridos-por-jogadores-futebol-brasileiros-455616/slide/102042
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10. https://www.scielo.br/j/pcp/a/DSdQCbppgCb9BQcG75htG4p/#:~:text=O%2
0racismo%20dentro%20do%20futebol,preconceito%20racial%20dentro%2
0do%20esporte.