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RACISMO NO FUTEBOL: Medidas de Combate ao Racismo no Futebol,Análise

das Políticas e Intervenções


RACISM IN FOOTBALL: Measures to Combat Racism in Football, Analysis of
Policies and Interventions

Jeferson Marques de Aguiar Junior1


Thiago Allisson Cardoso de Jesus2

RESUMO:

O racismo desde muito tempo está enraizado em nosso povo e está presente em
qualquer lugar, no futebol ele se vincula de muitas formas como nas redes sociais e
estádios que são palcos, no qual é possível ver ódio e violência sendo disparados
contra atletas, dirigentes, torcedores e outras tantas pessoas envolvidas no mundo
esportivo. Salientamos que os constantes casos de racismo nos estádios, na Internet
e demais espaços “derrubaram” o antigo mito da democracia racial existente no Brasil
e que teve no futebol um falso exemplo de como as diversas raças conviveriam em
harmonia no nosso país, em meio há tantas incidências se fica a pregunta de como
punir tais atos e a quem deve ser dirigida essa penalidade? Esse tema tem sido
bastante discutido em várias redes de comunicação e por vários pesquisadores do
ramo esportivos por está se tornando comum no Brasil e até mesmo no exterior. O
que tem tornado mais fácil também essa propagação das ações racistas são as redes
sociais e são através dessas redes que se devem promover a conscientização de
todos. E se a conscientização não for suficiente? Como podemos punir essas
pessoas? Devemos punir o clube? São várias perguntas que precisam ser
respondidas.

PALAVRAS-CHAVE: Racismo, futebol, Criminalização, Conscientização

ABSTRACT:

Racism has long been rooted in our people and is present everywhere, in football it is
linked in many ways such as in social networks, stadiums that are stages, in which it
is possible to see hatred and violence being fired against athletes, leaders, fans and
many other people involved in the sports world. We point out that the constant cases
of racism in stadiums, on the Internet and in other spaces have “overthrown” the old
myth of racial democracy existing in Brazil and that football was a false example of
how the different races would live in harmony in our country, in the midst of so many

1
Graduando em Direito, Universidade CEUMA Renascença, e-mail: jeffmaguiar20@gmail.com
2
Advogado. Pós-Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais da Escola de Direito da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Doutor em Políticas Públicas (UFMA). Mestre
em Políticas Públicas (2012) pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do
Maranhão (Capes 6). Professor Efetivo do Curso de Direito da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e da
graduação e pós-graduação em Direito na Universidade Ceuma Email: t_allisson@hotmail.com
incidents, the question remains: how to punish such acts and to whom should this
penalty be directed? This theme has been widely discussed in various communication
networks and by several researchers in the sports field because it is becoming
common in Brazil and even abroad. What has also made this propagation of racist
actions easier are the social networks and it is through these networks that everyone's
awareness must be promoted. What if awareness isn't enough? How can we punish
these people? Should we punish the club? There are several questions that need to
be answered
KEYWORDS: Racism, football, Criminalization, Awareness

INTRODUÇÃO

Nessa pesquisa pretendo demonstrar como o racismo está estruturado dentro


futebol e a forma que ela deve ser penalizada. Vamos compreender também como os
clubes e confederações de futebol podem fazer para que respectivos atos não
ocorram dentro dos estádios ou redor dele, promovendo uma melhor socialização de
seus torcedores e o respeito entre todos sem a discriminação racial. A discussão nas
redes sociais cresceram. Times, técnicos e jogadores passaram a se posicionar. Mas
o racismo ainda é tabú. Ao mesmo tempo que aprenderam a importância de
concientizar suas torcidas, são poucos os clubes que realizaram alguma ação voltada
aos próprios jogadores – justamente os principais alvos de injúria no esporte.
Ainda esse ano o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, propôs uma punição
esportiva em situções de preconceito racial, em sua fala ele diz “Acredito que somente
com pena desportiva diretamente ao clube o racismo e o preconceito deixarão o
futebol. Sou democrático e quero que essa pena seja discutida no tribunal. Vou propor
para que o time perca ao menos um ponto na competição. Em campeonatos
disputados, como o Brasileiro, isso pode decidir um título, uma vaga em competição
e até um rebaixamento.”
Essa ideia caso seja aceita começara a vigorar a partir do próximo ano, porém
alguns pontos anda devem ser discutidos, como se deve ser realizado esse tipo de
punição, o que o clube deve fazer para não ser penalizado.
No Código Brasileiro de Justiça Desportiva já existe um dispositivo que fala
sobre a pena que deve ser aplicada aos jogadores e técnicos caso pratiquem atos
racistas, tal ordenamento está previsto no artigo 243-G que diz “praticar ato
discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de
origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de
deficiencia”. A suspensão nesses casos seria de cinco a dez jogos sem atuar pelo
time.

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Essa norma se baseia apenas as pessoas que estão ligada diretamente ao
clube, porém, no mesmo artigo, no parágrafo 2º que fala sobre a punição para os
torcedores e diz “ A pena de multa prevista neste artigo poderá ser aplicada a entidade
de pratica desportiva cuja torcida praticar os atos discriminatórios nele tipificados, e
os torcedores identificados ficarão proibidos de ingressar na respectiva praça
esportiva pelo prazo mínimo de setecentos e vinte dias.”, a CBF luta para que essas
penas possam ser mais rígidas.
O problema pode até parecer fácil de se resolver, porém, passa muito longe
disso, pois, vai muito além de apenas punir e a quem punir. É necessário que se
busque meios de conscientização que deve ser mobilizado por toda mídia esportiva,
clubes e por todas as confederações de futebol do mundo.
A conscientização deve ser feita incessantemente buscando que essa prática
não venha ocorrer e que tais sanções possam ser evitadas para que o espetáculo que
é o futebol possa a cada dia mais ser prestigiada de forma feliz como ela sempre.

1. O INICIO DO ESPORTE NO BRASIL E A ERA DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL

O futebol chegou ao Brasil com status de esporte de elite. No início do século


XX, no ano de 1895, o futebol foi popularizado pelos operários e trabalhadores. A
partir disso começou a criação de vários clubes de futebol, porém, na época só eram
aceitos branco. Porém, o esporte ganhou as ruas e adeptos da pluralidade brasileira
que em sua maioria eram pardos e negros.
Contudo sempre houve uma resistência sobre a participação de negros na
prática do esporte, além de serem proibidos de disputar as partidas sempre eram
bastantes xingados, mas mesmo passando por essas situações eles resolveram
criar os seus próprios torneios. Os jogos eram feitos de forma improvisada, não
haviam demarcação no campo e suas traves eram feitas de madeiras e cordas, não
havia árbitros, mais era assim que eles buscavam seu espaço pouco a pouco nessa
modalidade.
Com o passar do tempo, surgiu uma disputa entre negros e brancos em que
as duas raças jogavam de igual para igual, “Entre 1927 e 1939, em São Paulo, o
campeão dos negros enfrentava o campeão dos brancos, na disputa da Taça
Princesa Isabel, em uma partida que era sempre em 13 de maio.” (SOUZA, 2014).
O primeiro clube com registro de ter escalado o primeiro atleta negro ocorreu
no ano de 1905 e foi o Bangu Atlético Clube, time fundado por ingleses, mas
formado, em grande parte, pelos operários da Fábrica de Tecidos Bangu, no subúrbio
do Rio de Janeiro, otime foi o primeiro a aceitar a participação de negros, mestiços e
pobres na época, fato que se tornava histórico, pois essa decisão foi um grande
passo para a democratização do esporte.

No dia 14 de maio de 1905, rompeu barreiras e derrubou o preconceito, ao


colocar, pela primeira vez no Brasil, um jogador negro em campo, Francisco
Carregal. Em 1907, talvez como resposta a ousadia banguense, a Liga
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Metropolitana proibiu o registro de atletas negros. Entretanto, o clube se
manteve fiel aos seus princípios e acabou, por essa razão, desligado da
entidade. (BANGU, [s.d])

O clube do Bangu se tornou um símbolo na luta contra o racismo no futebol na


época e foi a partir da sua ação que o futebol brasileiro foi se adaptando cada vez
mais e a população iniciando assim a remontada da aceitação dos negros no esporte,
outro clube que entrou para a história na luta contra a discriminação racial foi o Vasco
da Gama, que incorporava no seu plantel qualquer origem étnica, sem distinção com
o único requisito que era saber jogar futebol, e isso fez o clube, além de incomodar os
outros adversários, se tornou campeão campeão carioca com vários atletas negros
em seu plantel.
O lugar que o Vasco da Gama ocupa na elite do futebol brasileiro tem a
marca gloriosa do time conhecido como os camisas negras que, em 1923,
com uma campanha arrasadora (11 vitórias, dois empates e apenas uma
derrota), conquistou o primeiro titulo de campeão carioca de sua História...,o
Vasco chegava não apenas para se transformar em um dos gigantes do
esporte nacional, mas, sobretudo, para romper preconceitos e ajudar o
futebol a ganhar dimensão nacional. (VASCO, [s.d])

O clube além de ser ter sido o primeiro a ganhar um campeonato com atletas negros
foi também o primeiro a eleger um presidente de “cor”, Cândido José de Araújo, que
ficou no cargo entre 1904 e 1906, na época o clube foi campeão novamente do torneio.
A situação gerou uma revolta em outros times como o Fluminense Football Club, O
Clube de Regatas do Flamengo e o Botafogo de Futebol e Regatas que eram clubes
que apenas os seus sócios poderiam jogar, jovens da elite brasileira o acontecimento
fez com que eles abandonassem a liga e criassem uma nova em que na qual o clube
do Vasco só poderia participar se dispensasse todos os seus atletas negros. Porém,
isso não foi possível, pois, acreditava-se que qualquer jogador, sendo ele de raça,
status social diferente poderia vestir as camisas dos grandes clubes da época.

Figura 1 – Time do vasco, campeão do campeonato carioca de 1923.

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Fonte: Site Vasco.com.br

Após muitos anos de amadorismo, em 1914 foi criada a Confederação


Brasileira de Despostos, que tinha como objetivo regulamentar toda a prática
desportiva do país. Neste período os times de São Paulo (Palestra Itália, Sport Club
Corinthians Paulista, Santos, São Paulo Futebol Clube) e os do Rio De Janeiro
(Fluminense Foot-ball Club, Botafogo Foot-ball Club, Clube de Regatas do Flamengo,
Clube Vasco da Gama) eram considerados os melhores times e os mais competitivos
no ponto de vista futebolístico. Esses dois eixos acarretaram a ideia do
profissionalismo do esporte no Brasil, porém essa relação sempre foi cercada de
rivalidades extracampo.
Essa rivalidade resultou na criação de duas novas Confederações, a Federação
Brasileira de Futebol, pelos paulistas, no dia 25 de setembro de 1915; e, por outro, da
Federação Brasileira de Esportes, pelos cariocas, em 15 de novembro do mesmo ano.
Essas entidades foram criadas para defenderem os interesses de cada região e
também tinha o objetivo de lutar pelo direito de seus clubes representarem o Brasil
em campeonatos no exterior, tal acontecimento só seria possível com a autorização
da FIFA. Porém ficou acordado que isso só seria possível caso houvesse uma
unificação das entidades.

“O documento final desse encontro estabelecia a concordância de todos com


a suspensão das atividades tanto da FBE quanto da FBF, substituídas pela
Confederação Brasileira de Desportos (CBD), cuja diretoria viria a ser
posteriormente constituída por assembleia geral das federações associadas.
Recomendava também que a LPF e a APEA se empenhassem em operar
uma fusão que viesse a garantir a unidade no comando do esporte no estado
de São Paulo. Se a ideia era acordo e união, uma decisão anunciava
problemas: até que a diretoria da CBD fosse escolhida, o representante legal
da nova entidade seria Álvaro Zamith. Era um sinal evidente de que a CBD
se instituíra a partir da FBE, e de que haveria uma continuidade entre as duas
organizações” (Sarmento, 2006).

Com isso o futebol brasileiro passou a disputar torneio internacionais, se


tornando hoje uma potência mundial.

2. A PROFISSIONALIZAÇÃO DO ESPORTE NO PAÍS

Após muitos anos no amadorismo e com a formação de alguns clubes, no ano


de 1933, marca o início da profissionalização do esporte no país, porém ainda haviam
um embate por parte da elite que acreditavam que o esporte deveria continuar apenas
como uma prática de lazer. Contudo, com o início das vendas de ingressos aos
estádios e a realização de pagamentos de bonificações que os jogadores recebiam
em seus clubes culminaram para o início do profissionalismo no esporte.

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O primeiro clube á assumir que pagava seus atletas foi o Clube de Regatas do
Vasco da Gama, em 1923. O processo que resultou na profissionalização do futebol
no Brasil foi rodeado por questões de classe social, interesses financeiros, afirmação
de identidades, racismos e preconceitos de toda a ordem. Dirigentes
conservadores e o racismo das elites fazem com que o futebol continuasse sendo
amador (AFIF, BRUNORO, 1997; BRETAS, 2006).

Há relatos datados de 1915 que jogadores de São Paulo e do Rio de Janeiro


recebiam algum dinheiro para entrar em campo, como forma de incentivo as
vitórias. Era uma gratificação, independente do resultado, isso servia de
estímulo ao jogador. Isso fazia com que o jogador se empenhasse mais,
jogasse melhor, com mais entusiasmo, mais vontade de vencer o que poderia
proporcionar a ele futuras convocações e consequentemente mais
gratificações. Óbvio que isso não caracteriza o profissionalismo, mas cria
condições para o surgimento (CALDAS, 1989)

Os estados começaram a criar federações que eram responsáveis pela a


criação de campeonatos, a APAE (Associação paulista dos Esportes Atléticos) foi a
primeira associação responsável e cobrar ingressos de seus torcedores com o
objetivo de custear o pagamento de atletas e de despesas dos clubes que antes eram
pagos pelos os mais ricos, no Rio de Janeiro criou-se a Liga Metropolitana de Sports
Athléticos que tinham mesmo objetivo da confederação paulista. Alguns especialistas
relatam que o futebol foi de grande importância para formação da identidade brasileira.

Nos anos anteriores a profissionalização do futebol o que se observava no


Brasil era a insustentabilidade do futebol amador. Os jogadores eram pagos
de maneira informal para se dedicar apenas ao futebol. Esse período ficou
conhecido como amadorismo marrom, e se caracterizava por uma briga
constante entre amadoristas e profissionalistas. (ALMEIDA,2012).

No ano de 1931, A profissão de jogador de futebol foi regulamenta pela


legislação trabalhista no governo de Getúlio Vargas. A profissionalização do futebol
no país foi um importante passo para a inclusão de pessoas negras no e esporte e
para a redução do racismo na modalidade, assim até o mercado passou a funcionar
com isonomia da forma em que a cor de pele não era levado em consideração na
contratação de atletas. Com a profissionalização iminente do futebol brasileiro se
tornou possível a realização de partidas entre estrangeiros e brasileiros, e foi no ano
de 1914, quando se foi realizado a primeira partida da seleção brasileira, quando o
Brasil derrotou por 2 a 0 a equipe inglesa do Exeter City, no estádio das Laranjeiras,
no Rio de Janeiro.
Para enfrentar os ingleses, a FBS convocou os melhores jogadores em
atividade no Rio de Janeiro e São Paulo, os grandes centros do futebol
brasileiro na época. Entre os convocados para formar a primeira Seleção
Brasileira estavam Marcos de Mendonça, Friedenreich, Abelardo De Lamare,
Rubens Salles e Sylvio Lagreca, entre outros. Ali nascia a primeira formação
da Seleção Brasileira. (CBF, [s.d])
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Com esse importante passo da modalidade do país, no ano de 1933 o esporte se
tornou profissional formalmente.

3. O BRASIL NAS COPAS E A PARTICIPAÇÃO DOS NEGROS

Outro fato importante, foi a participação do Brasil nas copas do mundo dos anos
de 1934 a 1962, em que no primeiro ano em que esteve presente não foi muito bem,
mais que foi necessária para promover as divergências que existia na época entre a
região paulista e carioca. Em 1938 A seleção teve um melhor desempenho, visto que
no ano anterior a Confederação Brasileira de Desporto estava mais consolidada. A
seleção chegou a semifinal da competição em que perdeu para Itália por 2 a 1, sem a
participação de Leônidas mais conhecido como Diamante Negro que era uns dos
jogadores com mais destaque no Brasil.
Leônidas da Silva foi uns dos grandes futebolistas da época, surgiu na transição
do esporte do amadorismo e o profissionalismo no país, bastante conhecido por ter
criado o gol de “bicicleta”, sua convocação para a seleção brasileira para a copa de
1938 foi coroada com o titulo de melhor jogador da competição sendo considerado a
primeira estrela internacional do país, Marcos Vinícius Coelho dizia que “Leônidas foi
o primeiro craque midiático do Brasil, quarenta anos antes de o futebol ser midía. E,
acima de tudo, um craque”.
No ano de 1950, o Brasil se tornou o primeiro país a sediar a Copa do Mundo
pós-guerra, outro fato bastante importante na época foi a construção do Maracanã em
que na época tinha a capacidade de 155 mil torcedores, sendo considerado uns dos
maiores estádios do mundo. A seleção na época era umas das melhores, conseguindo
ótimos resultados em suas partidas e quase se sagrou campeã se não fosse a derrota
para o Uruguai por 2 a 1, diante do Maracanã lotado. Diante da derrota sofrida e a
perca do título da Copa, três jogadores negros foram considerados culpados pela
população, o goleiro Barbosa, o zagueiro Juvenal e o lateral esquerdo Bigode.
Levantando um questionamento bastante racista, que afirmava que a mistura de raça
na seleção que havia definido a sorte da nossa seleção.
O racismo na seleção se intensificou mais ainda depois desse episodio, até o
título de 1958 os jogadores negros eram considerados como inferiores aos brancos.
Se diziam na época que mesmo os negros sendo melhores fisicamente,
emocionalmente eram frágeis e que a qualquer momento poderiam entregar a partida.
Esse pensamento fez com que os jogadores negros quase ficassem de fora do time
titular na conquista da Copa de 58, jogadores como Garrincha e Djalma dos Santos
que foram peças fundamentais só se tornaram titulares ao longo do torneio.

"Se o negro tem o espaço e o respeito que tem hoje no futebol brasileiro, foi
por causa dessa Copa, da conquista de 1958" (MENDES, 2018)

Através dessa conquista que os negros voltaram a ter prestígio no cenário


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esportivo brasileiro, além disso, nas cinco copas conquistadas pelo Brasil, sempre os
negros tiveram uma presença marcante.

A genialidade de Pelé em 1958. A habilidade de Garrincha em 1962. A


eficiência de Everaldo em 1970. O faro artilheiro de Romário em 1994. A
magia de Ronaldinho Gaúcho em 2002. (JUNIOR,2022).

Hoje a participação dos negros na seleção se tornou uma luta pela igualdade
em todos as áreas sociais, utilizando-se da sua popularidade e da utilização dos novos
meios de comunicação para expandir a luta pela causa.

“Sem estrelas”. Assim seria a camisa da seleção brasileira masculina de


futebol se jogadores negros nunca tivessem passado pelo time nacional.
(CBF, São Paulo, setembro de 2022).

Em campanha junto a CBF, o Banco Itaú busca destacar a importância dos negros
para a conquista das copas, utilizando da expressão “estrelas negras”, como forma
de demonstrar a participação crucial nas conquistas e também em estimular a todos
o debate sobre o combate de ações racistas no universo futebolístico.

4. A ATUAÇÃO DAS CONFEDERAÇÕES NO COMBATE A ATOS RACISTAS

Com o aumento constantes de atos racistas nos estádios de futebol e fora deles
o cenário esportivo e os órgãos federativos responsáveis por promover campeonatos
em seus países tem recebido bastante pressão para tomar providencias com o fim de
combater tais atos dentro da modalidade, mesmo com a ciência de que é preciso fazer
algo para que diminua os casos de racismos tem se encontrado diversas dificuldades
em relação quem deve e como devem ser punidos a discriminação racial promovidos
a maioria das vezes pelos torcedores dos clubes.
Um passo bastante importante para o início ao combate contra o racismo foi
dado pelo Brasil e sua Confederação Brasileira de Futebol (CBF), sendo o primeiro do
mundo a adotar em seu regulamento a possibilidade de punir esportivamente um
clube em casos de racismo. Com o apoio do Ministério do Esporte, clubes brasileiros
poderão perder pontos em caso de atos discriminatórios cometidos por jogadores,
comissão técnica ou torcedores nos estádios. Tal punição está presente no art.º 134
do Regulamento Geral de Competições (RGC) que diz:

Art. 134 – A inobservância ou descumprimento deste RGC, assim como dos


RECs, sem prejuízo de outras penalidades estabelecidas no presente
Regulamento, sujeitará o infrator às seguintes penalidades administrativas
que poderão ser aplicadas pela CBF, de forma cumulativa ou não, não
necessariamente nesta ordem: I – advertência; II – multa pecuniária

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administrativa, no valor de até R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), a ser
revertida em prol de causas sociais, inclusive através da dedução de cotas a
receber; III – vedação de registro ou de transferência de atletas; e. IV – Perda
de pontos, em relação a clubes por infração ao disposto no §1º e observado
o §4º. (RGC,2023)

Tal Lei entrou em vigor no dia 22 de fevereiro de 2023 na Copa do Brasil,


competição realizada pela CBF. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, destaca
que a medida promovida tem como objetivo promover a luta contra a discriminação
racial e disse “A discriminação racial é crime e nosso trabalho é jogar luz sobre o tema.
A gente espera que realmente possa ter o apoio também de todos os clubes, de todos
os torcedores, de todos os segmentos da sociedade, de todos da imprensa, para que
isso não fique apenas de uma forma decorativa”., é de grande importância a união de
todos para retirar cada vez mais esses atos de racismos, a ministra do Esporte, Ana
Moser, disse que a lei foi um importante passo para a modalidade e que tal ação
deveria se expandir para os outros esportes, "Combater o racismo e todas as formas
de preconceito é um dever de todos nós. Parabenizo a CBF pela atitude para combate
à discriminação racial".
Desde de 11 de janeiro de 2023, foi sancionado a lei que se equipara a injuria
racial ao de racismo, tendo como o agravo da pena em casos praticados dentro de
eventos esportivos.

O racismo não desapareceu nem vai desaparecer. Mas a lei pegou, sim. Há
hoje na sociedade uma consciência de que racismo é um crime. A sociedade
passou a ser menos tolerante, a exigir igualdade e a não aceitar a
discriminação. O que faz a lei pegar é a punição.” (ALBERTO, 2011)

Assim como a lei foi criada, a população em geral deve segui-la, mostrando que
com o apoio de todos será possível a diminuição da discriminação.
Em outros países a luta pelo o racismo no futebol tem se encaminhado em
passos lentos, podemos ver que as Confederações não tem tomado nenhuma atitude
para que casos parem de crescer dentro da modalidade, em uma pesquisa feita pela
emissora da Globo, através do programa esportivo Globo Esporte (GE), foram
procurados as 5 principais ligas da Europa (Bundesliga, La Liga, Ligue 1, Premier
League e Serie A), além, da UEFA, para saberem Qual o protocolo adotado e quais
as possíveis sanções a clubes, jogadores, técnicos e torcedores; Quem julga esses
casos posteriormente; Qual o número de registros de racismo nos últimos anos.
O intuito do GE quer buscar uma maior visualização dessa problemática nessas
ligas, pressionando-os para que eles possam tomar alguma atitude para que tais
práticas possam ser combatidas. A resposta de cada liga chega a ser desanimadora,
visto que nenhuma não apresenta nenhuma estatística de casos de racismo e
nenhuma delas demonstraram que sancionaria os clubes caso houvesse cenas de
preconceito racial. Os casos que tem se tornado bastante comum é contra o brasileiro,
Vinícius Junior, que atua no Real Madrid da Espanha, já chega a ser mais de nove
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denúncias apresentadas pela a La liga contra o jogador. Uns dos casos mais
emblemáticos ocorreu em um jogo entre Real Madrid contra o clube do Atlético de
Madrid em que a torcida alem de pendurar um boneco enforcado o representado,
proferiu diversas canções o chamando de macaco.
O clube apenas emitiu nota repudiando o caso, o Real Madrid publicou:
O Real Madrid CF agradece o apoio e as manifestações de carinho recebidas
após o lamentável e repugnante ato de racismo, xenofobia e ódio contra o
nosso jogador Vinícius. Manifestamos a nossa mais firme condenação a
acontecimentos que atentam contra os direitos fundamentais e a dignidade
das pessoas, e que nada têm a ver com os valores que o futebol e o desporto
representam. Estas agressões como as que sofre agora o nosso jogador, ou
as que qualquer atleta pode sofrer, não podem ter lugar numa sociedade
como a nossa. O Real Madrid está confiante de que todas as
responsabilidades daqueles que participaram de um ato tão desprezível
serão expurgadas. ( REAL MADRID, [s.d])

Esse caso mobilizou muito as redes sociais que através delas as pessoas
buscavam um sansão para o que tinha ocorrido, no Twitter subiu a “#BailaViniJr”, que
deu cada vez mais força e pressão para que algo pudesse ser resolvido, o jogador em
um comunicado falou "Aceitem, respeitem ou surtem. Eu não vou parar de bailar".
Mais parece que isso não foi o suficiente para que a Liga espanhola pudesse aplicar
alguma punição contra esses torcedores ou até mesmo ao clube, pois ele ainda
continua sofrendo ataques discriminatórios no jogo entre Real Madrid contra o
Valencia no dia 21/05/23 valido pelo campeonato espanhol, Vini Jr. escutou insultos
racistas e gritos de “macaco” vindos das arquibancadas, gritados por milhares de
torcedores.
Em nota pulicada em seu site o clube Valencia diz que “O Clube condena
veementemente este comportamento, que não tem lugar no futebol e não corresponde
aos valores do Valencia CF e da nossa torcida. O Valencia CF abriu um processo
disciplinar, aplicará o nível máximo de severidade, incluindo a proibição vitalícia do
estádio contra os torcedores envolvidos, e está trabalhando em estreita colaboração
com as autoridades”, enquanto o Real Madrid iniciou sua nota da seguinte forma “O
Real Madrid CF manifesta a sua mais forte repulsa e condena os acontecimentos
ocorridos ontem contra o nosso jogador Vinícius Junior.”

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Vinícius Jr. imita macaco para mostrar ofensas sofridas Aitor Alcalde/Getty Imagens Fonte:
ESPN

O jogador se pronunciou em suas redes sociais e disse:

“Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o


normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os
adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de
Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi, hoje é dos racistas. Uma nação
linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para
o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam,
mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E,
infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como
defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas.
Mesmo que longe daqui.” (VINICIUS JUNIOR,2023)

Na Inglaterra, a punição tem se tornado bem mais rígidas sobre a questão de


atos de preconceito racial, a equipe jurídica da liga atua de forma investigativa sobre
as denuncias realizadas com o intuito de penalizar os infratores. Uns dos grandes
responsáveis pela a luta e combate a discriminação que atua junto ao campeonato
inglês é a ONG "Kick it Out”, que é responsável por apurar os casos ocorridos na liga.

As denúncias de racismo são novamente as mais comuns, representando


54% das denúncias (329 denúncias). (Kick it Out,2022)

Segundo a ONG, houve um aumento muito significativo na temporada


2021/2022 em relação a temporada 2020/2021 (ano de pandemia de Covid), além de
atuarem com investigação dentro dos estádios a busca entre as redes e junto a
Premier League busca cobrar as empresas responsáveis por essas redes combater
os abusos discriminatórios.

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Além da Confederação, os jogadores se manifestam se ajoelhando em campo
e os clubes usam a frase “No Room for Racism" que significa “Sem Espaço para o
Racismo” em suas mangas.

A punição para ações discriminatórias por parte de jogadores, técnicos ou


membros da comissão pode chegar a 12 jogos, segundo as regras da
federação inglesa de futebol (FA). Os clubes são responsáveis pela conduta
dos torcedores (indivíduos ou grupos), e as multas variam de 20 mil a 300 mil
libras (R$ 123,5 mil a R$ 1,8 milhão). (LOIS, 2023)

Isso mostra o comprometimento no combate a discriminação no esporte, tal


regra já foi utilizada contra um torcedor do Chelsea, onde o mesmo teria sido banido
por três anos dos estádios por fazer gestos racistas para um jogador. A punição rígida
deve ser espelho para todas as outras confederações para demonstrar o apoio pela
causa.

5. O TRATO CRIMINAL DADO AO RACISMO NO FUTEBOL: ANALISES DE


JULGADOS

No Brasil, segundo os números registrados pelo STJD, no ano de 2022, cerca


de 19 casos de preconceito racial foram denunciados e que em 13 desses casos
foram solucionados com punições aplicadas que chegam no valor de 350 mil reais
em multa e cerca de 5 partidas e 370 dias para clubes que praticaram tais atos. Mais
isso ainda é pouco já que casos ainda continuam surgindo sem que a penalidade
aplicada seja direcionada apenas em âmbito desportivo.
O caso mais recente de injuria racial no futebol brasileiro ocorreu dentro de
campo, um ato que chega a ser inadmissível, ocorreu em um jogo da serie A do
Brasileirão de 2022, em que o segundo o jogador Denílson que atuava no time do
Internacional, informou que o atleta Rafael Ramos do Corinthians havia proferido as
seguintes palavras "fod*-se macaco". O caso foi julgado dando a seguinte sentença:

Embargos de declaração opostos pelo atleta Rafael Ramos nos autos do


Processo 199/2022: Recurso Voluntário – Recorrentes: Procuradoria da
Segunda Comissão Disciplinar; SC Internacional e seu atleta Edenilson
Andrade dos Santos - Recorridos: Rafael Antônio Figueiredo Ramos,
atleta do SC Corinthians Paulista e Segunda Comissão Disciplinar.
AUDITOR RELATOR: Dr. José Perdiz de Jesus.
RESULTADO: “Por unanimidade de votos conheceu-se dos embargos de
declaração e por maioria acolhe-los com efeitos infringentes e absolver
o atleta Rafael Antônio Figueiredo Ramos, divergindo o Relator e o
Auditor Dr. Jorge Ivo Amaral que não acolhiam os embargos.
(RESULTADO DO JULGAMENTO REALIZADO EM 30/03/2023 – STJD)

O ato praticado além de ser considerado crime tipificado no art.º. 140 do Código

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Penal, esta previsto também no artigo, que diz:

Art. 243-G. Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado


a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de
pessoa idosa ou portadora de deficiência. (CBJD,2009)

Dessa forma, é bem claro que além da penalidade ser aplicada no ramo
desportivo, deve ser julgado penalmente. Porém, segundo o entendimento dos
auditores do caso, não houve elementos probatórios suficientes para a condenação
do jogador denunciado, mesmo com perícia labial que constatava que havia indícios
de ofensas de cunho racial sendo cometidas.
Outro caso que aconteceu no ano de 2022, durante uma partida entre o Clube
Brasil de Pelotas e Atlético/CE, pela Série C do Brasileiro e tal ato foi narrado na
súmula do jogo em que diz:

“O Sr. José Carlos Gomes Pereira, da equipe do Athlético Cearense, me


procurou relatando ter sofrido injúria racial por parte de torcedor do Brasil de
Pelotas, junto à arquibancada próxima ao túnel de acesso ao vestiário da
equipe visitante. O atleta relatou que o torcedor fez gestos racistas em sua
direção imitando um macaco. Após o relato do jogador, entramos em contato
com o Sgt. Farias da brigada militar (polícia militar do RS) para identificar o
torcedor que supostamente fez os gestos. Tendo feito a identificação, a
brigada militar autorizou início do segundo tempo. Enquanto transcorria a
partida, a brigada militar retirou o suposto torcedor da arquibancada e levou
para a delegacia da cidade. Assim que substituído no segundo tempo, o atleta
de nº 06, o Sr. José Carlos Gomes Pereira, foi encaminhado à delegacia para
registro de BO e identificação efetiva do torcedor”. (GLOBO ESPORTE,2022)

Como narrado em sumula, é nítido a prática de injuria racial sofrido pelo atleta
e diferente do caso anterior o ato foi praticado pelo torcedor do clube rival, que acabou
gerando um processo contra o clube:

PROCESSO Nº 2139/2022 – Jogo: Brasil (RS) x Atlético Cearense (CE) -


categoria
profissional, realizado em 17 de julho de 2022 – Campeonato Brasileiro -
Série C –
Denunciados: Jose Wilker Nascimento de Sousa, ( ATLETA ), Atlético
Cearense-CE,
incurso no Art. ART. 250, §1º do CBJD ; Gremio Esportivo Brasil, ( CLUBE ),
Brasil-RS,
incurso no Art. ART. 191, III do CBJD , Art. ART. 243-G, §2º e §3º do CBJD .
– AUDITOR
RELATOR DR(A). GUSTAVO HENRIQUE CAPUTO BASTOS
RESULTADO: Jose Wilker Nascimento de Sousa: Por unanimidade de votos,
13
suspenso
por 01 partida convertida em advertência, por infração ao Art. 250,§ 1º do
CBJD.;
Gremio Esportivo Brasil: Por unanimidade de votos, multado em R$50.000,
00 reais,
mais a suspensão de 730 dias do torcedor do Estádio por infração ao Art.243-
G , § 2º e
3º do CBJD..

Nesse caso podemos perceber que houve a condenação tanto do clube como o do
torcedor, que infringiu o art. n° 243-G e 191 ambos do CBJD:
Art. 191. Deixar de cumprir, ou dificultar o cumprimento:
I - de obrigação legal;
II - de deliberação, resolução, determinação, exigência, requisição ou
qualquer ato normativo ou administrativo do CNE ou de entidade de
administração do desporto a que estiver filiado ou vinculado;
III - de regulamento, geral ou especial, de competição.

Isso levanta um questionamento que deve ser mais debatido pelos os órgãos que
regem o esporte no país, sobre estabelecer quem deve ser penalizado por tal
prática? O clube tem culpa de o fato acontecer? O torcedor além de ser punido
penalmente deve ser punido administrativamente pelo clube? São essas e outras
perguntas que surgem após casos em que o preconceito se torna atenção dento do
espetáculo que é o futebol.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O racismo no futebol é uma questão que persiste até os dias atuais, mesmo em
um país como o Brasil, que é conhecido por sua diversidade racial e cultural, “Por um
futebol e por uma sociedade antirracista!”, frase do Presidente da CBF, Ednaldo
Rodrigues Gomes que em seu mandado demonstra o seu empenho em acabar com
a discriminação racial no esporte. A história do futebol brasileiro mostra uma evolução
gradual na luta contra o racismo, desde os tempos em que o esporte era exclusivo
para a elite branca até os dias de hoje, em que há uma inclusão maior de jogadores
negros, que ao longo dos anos tem se destacado mundialmente, jogadores como
Vinícius Junior, Neymar e entre outros que usam sua visibilidade para lutar a favor do
respeito a raça negra no futebol.
É importante destacar que o futebol é uma ilha educacional da sociedade e,
portanto, o combate ao racismo na modalidade deve ser entendido como uma luta
maior pela igualdade racial e justiça social em todos os setores da sociedade, usando
de sua popularidade e visibilidade, o esporte deve sempre que possível
promover

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ações que conscientizem o público sobre a importância da inclusão de todos na pratica
de esportes.
Nesse sentido, é crucial que haja uma conscientização contínua e uma
educação sobre o racismo e suas psicologias no futebol, as manifestações racistas
no futebol mostraram-se, ao longo da pesquisa, não serem casos isolados, mas que
confirmam as evidências estruturais e históricas que permanecem enraizadas em
parte do público a promoção de políticas anti discriminatórias e a punição adequada
para aqueles que cometem atos racistas no futebol

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REFERÊNCIAS:

AFIF, A; BRUNORO, J. C. Futebol 100% profissional. São Paulo: Editora Gente,


1997.

ALBERTO, Carlos, Caó, Em entrevista ao “iG Colunistas – Poder Online”, em 3 de


abril de 2011. Disponível em < https://pdt.org.br/index.php/movimento-negro-vai-celebrar-
os-25-anos-da-lei-cao-dia-262-no-rio/ > acesso em: 22/05/2023

ALMEIDA, Marina Oliveira de. Do amadorismo à profissionalização: de 1930 até


hoje. Ludopédio, São Paulo, v. 42, n. 8, 2012. Disponível em <
https://ludopedio.org.br/arquibancada/do-amadorismo-a-profissionalizacao-de-1930-ate-hoje/
> acesso em 22/05/2023

ASSESSÓRIA DE COMUNICAÇÃO – ME, com informação da CBF, Ministério do


Esporte apoia inclusão de punição ao racismo no futebol feita pela CBF,2023.
Disponível em<https://www.gov.br/cidadania/pt-br/noticias-e-
conteudos/esporte/noticias_esporte/ministerio-do-esporte-apoia-inclusao-de-punicao-ao-
racismo-no-futebol-feita-pela-cbf >acesso em: 20/05/2023
BANGU. Suas histórias e suas glórias. Bangu Atlético Clube, [s.d]. Disponível em:
https://www.bangu.net/informacao/reportagens/20070417.php > acesso em
16/05/2023

CALDAS, Waldenyr. O pontapé inicial: memória do futebol brasileiro (1894-1933).


São Paulo: Ibrasa, 1990. Disponível em < https://ludopedio.org.br/biblioteca/o-pontape-
inicial/ > acesso em 22/05/2023

CBF, Leônidas da Silva, o Diamante Negro,2022. Disponível em <


https://observatorioracialfutebol.com.br/leonidas-da-silva-o-diamante-negro/ > acesso em:
10/05/2023

CBF, Itaú e CBF destacam importância das estrelas negras no futebol,2022.


Disponível em > https://www.cbf.com.br/selecao-brasileira/noticias/selecao-
masculina/itau-e-cbf-destacam-importancia-das-estrelas-negras-no-futebol >acesso
em: 19/05/2023

CÓDIGO BRASILEIRO DE JUSTIÇA DESPORTIVA,2009. Disponível em <


https://conteudo.cbf.com.br/cdn/201507/20150709151309_0.pdf > acesso em: 18/05/2023

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GLOBO ESPORTE, Árbitro cita na súmula relato de injúria racial de torcedor do


Brasil de Pelotas a jogador do Atlético-CE,2022. Disponível em <

16
https://ge.globo.com/rs/futebol/brasileirao-serie-c/noticia/2022/07/17/arbitro-cita-na-
sumula-relato-de-injuria-racial-de-torcedor-do-brasil-de-pelotas-a-jogador-do-atletico-
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