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30/10/2023, 16:47 Injúria racial gera exclusão de times sub-11 e sub-13 de torneio em Gravataí | GZH

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FUTEBOL DE BASE / NOTÍCIA

Injúria racial gera exclusão de times sub-11 e sub-13 de torneio em Gravataí


Dois atletas foram chamados de macaco por adolescentes que torciam pelo time adversário

06/10/2023 - 16h02min

GZH

FGF e Odabá lançaram cartilha contra o preconceito para o público infantil


Vinicio Martins / Meiuca/Divulgação

Nos maiores palcos do mundo, centenas de jogadores são alvos de racismo. A lentidão em punir os ofensores aumenta o drama

da vítimas. A luta de Vinicius Junior, inclusive, foi desacreditada por autoridades nesta semana. Em atitude oposta, uma entidade
de futebol amador de Gravataí tomou uma atitude rápida e severa na intenção de combater o preconceito racial. E com recado

educativo, já que o fato envolve adolescentes.

Após casos de injúria racial num mesmo jogo do sub-13 do Campeonato Municipal da cidade da Região Metropolitana, o time Boca
São Vicente foi excluído da competição deste ano (cabe recurso). A decisão foi tomada na quarta-feira (4), quatro dias após

torcedores chamarem de "macaco" dois atletas do Vila Elisa. Os dois meninos negros têm 13 anos, ambos são goleiros e estavam
a pouco metros dos que os ofenderam.
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16:30 -- 17:30
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Os casos foram registrados em súmula e familiares dos dois meninos ofendidos fizeram boletim de ocorrência. Ninguém foi

identificado, não havia policiais no campo do São Vicente.

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Mas a consequência esportiva não tardou. E atingiu também o time sub-11.

— Nosso regulamento prevê punição para casos de racismo. Além disto, temos uma comissão disciplinar que reúne cinco
advogados. Sabemos que excluir os times em função do comportamento da torcida deixa os meninos tristes, mas as vítimas

maiores foram os dois goleiros.


goleiros. É uma medida pedagógica, uma dura lição que nunca tinha acontecido desde 1999, quando entrei
na liga – afirmou Elizeu Ramos, presidente da Liga Gravataiense de Futebol.

Apoiados por familiares, amigos e comissão técnica, os dois goleiros já treinam com os colegas. Uma foto do time com os punhos

erguidos, no ato simbólico contra o racismo,


racismo, foi postada nas redes sociais para mostrar a luta contra o preconceito racial. Mas
está presente em todos, especialmente nas famílias, a preocupação para que o trauma passe logo.

— Estamos sempre prontos para apoiar todos os envolvidos nos nossos torneios. Precisamos estar unidos para confortar as
vítimas e educar as comunidades para torcer com civilidade — contou Elizeu.

Os casos já chegarão ao conhecimento do Observatório da Discriminação Racial do Futebol. Marcelo Carvalho, presidente da
entidade, lamenta o episódio:

— Os casos que mais me abalam são os com crianças. É chocante, pois é a reprodução de um discurso racista. Eles observam que
quase nunca há punição. É também um retrato da ineficiência do Estado, das forças policiais.

Sobre a exclusão dos times, que só voltarão a jogar em 2024, Marcelo elogiou:

— Tem de ser exaltada a punição aplicada pela liga.


liga. A lição tem caráter educativo. Os atletas vão se sentir penalizados. A
expectativa é que ocorra uma mobilização no clube para evitar novos episódios.

Coincidentemente, nesta semana, a Federação Gaúcha de Futebol (FGF), com o apoio da Odabá - Associação de

Afroempreendedorismo, lançou o projeto "Protocolo Zero: Fim de Jogo para o Racismo".


Racismo". Para o projeto foi feita uma cartilha
voltada para o público infanto-juvenil. No evento, a presidente da Odabá, Kênia Aquino, saudou a parceria com a FGF:

— Estamos trazendo uma série de pessoas preparadas para fazer com que esse protocolo seja exemplar para o Brasil e para o
mundo. Que mais instituições possam encarar a doença do racismo com essa seriedade.

O Observatório, em parceira com a Ufrgs, também tem uma cartilha para ajudar no combate ao preconceito. Acesse aqui.
aqui.

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