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NO CONTEXTO AFRO-BRASILEIRO
REITOR
Silvio Luiz Oliveira Soglia
VICE-REITOR
Georgina Gonçalves
SUPERINTENDENTE
Sérgio Augusto Soares Mattos
CONSELHO EDITORIAL
Alexandre Américo Almassy Júnior
Celso Luiz Borges de Oliveira
Geovana da Paz Monteiro
Jeane Saskya Campos Tavares
Léa Araujo de Carvalho
Nadja Vladi
Sérgio Augusto Soares Mattos (presidente)
Silvana Lúcia da Silva Lima
Wilson Rogério Penteado Júnior
SUPLENTES
Carlos Alfredo Lopes de Carvalho
Robério Marcelo Ribeiro
Rosineide Pereira Mubarack Garcia
EDITORA FILIADA À
Ana Rita Santiago
Juvenal Conceição de Carvalho
Ronaldo Crispim Sena Barros
Rosangela Souza da Silva
(Organizadores)
DESCOLONIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
NO CONTEXTO AFRO-BRASILEIRO
328p.
ISBN 978-85-5971-045-8
1. Descolonialidade 2. Anticolonialidade 3. Africanidade
4.Afro-brasilidade I. Carvalho, Juvenal Conceição de II.
Barros, Ronaldo Crispim Sena III. Silva, Rosangela Souza da.
CDD 342.81085
Ficha Catalográfica elaborada por: Ivete Castro CRB/1073
Ângela Figueiredo
Dizem que santo de casa não faz milagre. Por isso, hesitei
em aceitar o convite, pois sei que o habitus acadêmico, muitas vezes,
depõe contra nós, quer dizer, de acordo com um conjunto de regras
pré-estabelecidas, a nossa produção/reflexão deve sempre ser mostra-
da e discutida fora de casa. Está prática reflete de certo modo a crença
numa desvinculação entre a produção do conhecimento e interesse
político, assim como revela uma suposta “neutralidade” na produção
do conhecimento, dois grandes mitos que procurarei desconstruir ao
longo da minha fala, pois, como afirmam as feministas, “todo conhe-
cimento é posicionado”.
Além disso, estou ciente da minha responsabilidade, já que os
Fóruns têm se constituído como um espaço importante de reflexão co-
letiva sobre as hierarquias raciais, as diferentes formas de resistência,
as articulações política e acadêmica negra no Brasil. Igualmente im-
portante é a minha responsabilidade em fazer a abertura de um evento
que, no ano passado, contou com a valorosa contribuição da ativista
dos direitos civis e professora Ângela Davis. Espero que os orixás me
iluminem nesta tarefa desafiadora.
Ingressei na UFRB como professora em julho de 2008, desde
então, tenho acompanhado o crescimento, desafios, aprendizados e os
embates teóricos e políticos que caracterizam o cotidiano de nossa uni-
versidade. A UFRB já nasceu com o sistema de cotas iniciado no Bra-
sil, desde 2002, e que reserva um percentual do número de vagas para
negros, indígenas e estudantes oriundos de escolas públicas. Mas, de
que modo a adoção desta política influencia a nossa reflexão acadêmica
e a nossa prática cotidiana? O que temos aprendido? O que fazemos
e o que ainda precisamos fazer para que a universidade cumpra o seu
papel? Como não transformar os nossos estudantes em assimilados,
Descolonização do conhecimento no contexto Afro-brasileiro 81
Referências
SANTOS , Ivanir dos & ROCHA, José Geraldo. Diversidade & Ações
Afirmativas. Rio de Janeiro, CEAP, 2007.