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Índice
Introdução -------------------------------------------------------------------------------------- p.3
Desenvolvimento ----------------------------------------------------------------------------- p.3

 O Exórdio do Chess Boxing ---------------------------------------------------------- p.3


 Objetivo do jogo ------------------------------------------------------------------------ p.4
 As regras que regem o jogo e o modo como se processa --------------------------- p.4
 Sugestão para a realização do desporto na comunidade escolar ----------------- p.6
 A minha proposta para o nosso Agrupamento ------------------------------------ p.7
Conclusão -------------------------------------------------------------------------------------- p.9
Webgrafia ------------------------------------------------------------------------------------- p.10

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 Introdução

Com a realização deste trabalho, no âmbito da disciplina de educação física,


pretendo não só dar a conhecer um dos desportos menos conhecidos, principalmente em
Portugal, como também acrescentá-lo ao meu próprio portefólio de desportos. Isto para
que me seja possível, futuramente, propor uma prática simplificada (ou não) deste
mesmo desporto a amigos ou até mesmo à própria comunidade escolar. Além disso, ao
elaborar este trabalho é também do meu interesse provar que o Desporto, em si e por si
só, é bastante dinâmico e, portanto, pode agregar mais modalidades desportivas,
aquando da sua invenção. Para não falar também da possível alteração de regras das
mais variadas modalidades desportivas. Tudo isto confere ao desporto uma tonalidade
sempre atual, o que é sem dúvida uma mais valia que acaba por tornar a prática
desportiva mais convidativa, na minha perspetiva. Nunca será demais acrescentar
desportos à nossa vida, não só por pura cultura, como também pelo bem-estar que estes
nos disponibilizam e pela alegria que a sua prática nos oferece.

 Desenvolvimento

O Exórdio do Chess Boxing


O conceito de chess boxing, ou boxe-xadrez em português,
foi lançado ao mundo em 1992, por via de um humorista gráfico
francês chamado Enki Bilal, e tem uma origem no mínimo peculiar,
uma vez que surge através de uma história criada por este mesmo
senhor, que ilustrava um mundo futurista onde se lutava boxe num
chão axadrezado. Este conceito funcionou como inspiração para o
artista holandês Iepe Rubingh, que alavancou a modalidade
desportiva, participando na organização do primeiro campeonato
mundial de chess boxing em Amesterdão, datado de 2003.
Embora possa ser visto, por muitos, como um desporto
improvável, a verdade é que tem cativado cada vez mais pessoas à
Figura 1 - Banda desenhada
sua prática. Nos dias de hoje, a modalidade já possui filiais em 9 que inspirou a criação do
países, com um total de 11 sedes, sendo duas na Alemanha e na chess boxing
Rússia, uma na Itália, Índia, Estados Unidos, México, Turquia e Irão.

Objetivo do jogo
O objetivo do chess boxing é muito semelhante ao de todos os outros desportos:
vencer o adversário. Neste caso particular, o objetivo passa por vencer o oponente tanto
nas rondas de xadrez como nas rondas de boxe, pelo que se pode fasear o objetivo, de

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forma a conseguir a melhor prestação possível tanto na parte intelectual do desporto (o
xadrez) como na parte física (o boxe). Este desporto busca ainda competidores dotados
de lógica, estratégias bem definidas, concentração, força, agilidade física e mental.

Figura 2 - Figura ilustrativa do objetivo do jogo na parte do xadrez Figura 3 – Figura ilustrativa do objetivo do jogo na parte do boxe

As regras que regem o jogo e o modo como se processa


Neste desporto, ainda pouco conhecido, a partida começa com uma ronda de
xadrez com a duração de 4 minutos, que é logo seguida por uma ronda de boxe de 3
minutos. Cada partida é realizada em 11 rounds, sendo 6 de xadrez e 5 de boxe, dando-
se, assim, alguma primazia à atividade do cérebro, clareando aquele que deve ser o
principal foco ao longo do jogo e desmistificando esta simbiose entre o esforço físico e
a destreza mental que é o chess boxing. Porém, no caso de se encontrar um vencedor
antes da 11.ª ronda, o jogo termina sem que seja necessário concluir todas as restantes
rounds. Entre as trocas de modalidades, os atletas usufruem de 1 minuto de descanso,
que serve, maioritariamente, para o atleta colocar e retirar as luvas de boxe.

Figura 4 - Figura representativa de um nocaute

Figura 5 - Figura representativa do xeque-mate

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Todos os jogadores devem utilizar fones de ouvido durante o jogo de xadrez,
para que estes não sigam os concelhos do público durante os 12 minutos
disponibilizados pelo relógio para cada jogador exclusivamente para o lado do xadrez,
que é, por esse mesmo motivo, apelidado por “xadrez rápido”. Inclusive, os árbitros têm
autorização para intervir quando um jogador persiste em atrasar a sua jogada, aplicando
uma sanção de 10 segundos.
As rondas de boxe são pontuadas de acordo com uma luta de boxe normal, por
pontos. No caso de não existir vencedor no xadrez – que é o prato do dia neste desporto
– são precisamente os pontos do boxe que determinam o vencedor da partida. Ainda
num outro cenário hipotético, se também o jogo de boxe terminar empatado, a vitória irá
para o jogador que possui as peças pretas no xadrez – justa ou não, é uma das regras
base deste desporto. Certo é que, para ganhar o jogo, deve-se alcançar o famoso xeque-
mate ou a desistência do adversário, que pode, inclusivamente, ser refém do facto de o
jogador exceder o tempo que lhe é concebido para jogar. Isto tudo apenas na parte do
xadrez. Em alternativa, para se eleger um vencedor, é necessário que um dos jogadores
consiga colocar o oponente fora de combate, com um golpe decisivo, ou atingir um
maior número de pontos. Isto no boxe, obviamente.

À semelhança do boxe, também o chess boxing é dividido em categorias e


apenas aceita competidores com idades acima dos 17 anos. Os combates são
homogéneos em termos de géneros, ou seja, apenas podem competir homens com
homens e mulheres com mulheres. Toda a partida do chess boxing é disputada dento do
ringe, tal como demonstram as figuras 2 e 3 e as categorias do deste desporto são as
seguintes:
Homens: Mulheres:
Leve: Máximo 70 kg Leve: Máximo 55 kg
Médio: Máximo 80 kg Médio: Máximo 65 kg
Meio-pesado: Máximo 90 kg Meio-pesado: Máximo 75 kg
Pesado: A partir de 90 kg Pesado: A partir de 75 kg

Figura 6 - Ringue de combate

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Sugestão para a realização do desporto na comunidade
escolar

Como se sabe, este desporto pode, eventualmente, parecer violento em excesso


aos olhos de muitos para ser abordado na comunidade escolar, porém existem várias
formas de atenuar a sua vertente mais violenta, embora isso não seja estritamente
necessário.

Figura 7

Em primeiro lugar devo salientar que os desportos de combate estão cada vez mais
presentes e
entranhados no nosso
país, tal como mostra
a figura ao lado, com
a referência ao karaté
e ao judo. Deste
modo, podemos
concluir que, de facto,
a sua prática é
absolutamente
normal.

Digo isto porque


ainda existem muitas
pessoas que olham
para este desporto
como sendo uma prática descabida e sem qualquer fundo de lógica, apenas porque
parece acender um espírito que é punível na sociedade, a violência. Porém é preciso
salientar que, embora seja difícil para muitas pessoas compreender, este é um desporto
como outro qualquer, que merece ser aceite como todos os outros.
Uma vez analisadas as suas vantagens, pormenorizadamente, parece-me que este
deporto seria uma mais valia para a comunidade escolar adotar, não só por ser uma
prática desportiva nova, mas também porque é a simbiose perfeita ente a atividade
mental e a atividade física. Este desporto não só desenvolve capacidades intelectuais, na
área do xadrez, como também desenvolve diversos grupos musculares, na parte do
boxe. Além disso, ainda na parte do boxe, esta prática também desenvolve o sistema
cardiovascular, ajuda na descompressão dos nervos e desenvolve o lado mais estratega
do desporto. Penso que todas estas vantagens devem pesar numa futura decisão da
comunidade escolar.

 A minha proposta para o nosso Agrupamento


Em seguimento de tudo aquilo que já foi mencionado, irei agora construir a
minha proposta, detalhadamente, para a adoção deste desporto no nosso agrupamento,
passando pelo 1.º ciclo e acabando no secundário.

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1. Ora, tendo plena consciência de que o 1.º ciclo é, no fundo, uma preparação dos
alunos para os anos que se seguem, e sabendo também que este desporto, na sua
íntegra, não se adequa a estas idades, parece-me que seria uma mais valia
começar, pelo menos, a construir bases. Passo a explicar: tal como propõe a
Direção Geral da Educação, a disciplina de educação física para o primeiro ciclo
deve ser, na verdade, uma simples introdução de conceitos e capacidades
motoras. Assim, penso que seria uma mais valia começar deste então a
introduzir alguns conceitos de xadrez e também os mais simples conceitos do
boxe, sem ainda introduzir, obviamente, o combate. Na minha opinião, a adoção,
ainda que parcial, deste desporto deveria começar apenas no 3.º ano,
estendendo-se a sua breve introdução até ao 4.º ano. Neste curto espaço de dois
anos, seriam apenas introduzidos conceitos básicos de xadrez e de boxe,
separadamente, dando a conhecer aos alunos esta nova modalidade desportiva.
Deste modo, aboliam-se gastos financeiros em materiais de boxe, uma vez que
apenas seriam introduzidos movimentos básicos da modalidade e, por esse
mesmo motivo, não seriam necessárias as luvas de boxe. Penso que uma semana
seria suficiente para abordar a modalidade, até para não se tornar secante para os
alunos, estendendo-se, se possível, às aulas de matemática onde seriam
desenvolvidas capacidades relativas ao xadrez, criando assim uma grande
ligação entre as disciplinas.

2. Passando agora para o 2.º ciclo, mantém-se a ideia de que este deve ser o
desporto com menos carga horária, ainda que se estenda também às aulas de
matemática onde os conceitos de xadrez são desenvolvidos e trabalhados, numa
espécie de sinfonia entre as disciplinas. Penso que duas semanas seriam
suficientes para abordar este desporto no 2.º ciclo, onde o boxe seria trabalhado
à semelhança do 1.º ciclo (tratando-se apenas da introdução de movimentos e
técnicas básicas), mas, se possível com a introdução e o auxílio de um suporte
digital. No fundo seria unir as capacidades absorvidas nos anos anteriores à
replicação da utilização desses mesmos movimentos em aulas disponíveis no
YouTube ou outras plataformas, como se pode ver na imagem abaixo. Assim, os
professores e alunos teriam acesso a aulas gratuitas disponíveis na Internet e
poderiam usufruir das mesmas de forma a tornar a introdução ao desporto ainda
mais intuitiva e divertida. Mais uma vez, não seriam necessários quaisquer
gastos financeiros associados ao desporto e, no meu ponto de vista, os alunos
iriam gostar bastante desta nova forma de lecionar as aulas, interiorizando
algumas técnicas do desporto mais facilmente. Seria uma iniciativa quase
perfeita, na medida em que não só se trazia um novo desporto para a
comunidade escolar, como também se introduzia um método diferente e mais
interativo/divertido de aprendizagem. Para não falar de todas as aptidões que
este tipo de aulas desenvolve, que são, de facto, bastante estimulantes à prática
de atividade física.

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Figura 8 - Figura ilustrativa das aulas disponíveis na Figura 9 - Figura ilustrativa das aulas propostas
3. No caso do nosso agrupamento, e como estamos a falar já do terceiro ciclo,
penso que seria uma boa opção começar as primeiras aulas de educação física
com este desporto, no pavilhão municipal e já com uma breve introdução ao
combate. Mais uma vez espera-se uma boa ligação com a disciplina de
matemática, podendo esta disponibilizar pelo menos uma aula para o
desenvolvimento das competências no xadrez. Deste modo, e se assim fosse
possível, seria já necessário um pequeno investimento na compra de algumas
luvas de boxe para o desporto. Espera-se, assim, que esta modalidade seja
abordada mais aprofundadamente do que nos anos anteriores, mas ainda com
uma carga horária inferior a todas as outras modalidades desportivas, pois não
será trabalhada na sua íntegra, na medida em que não se seguirá o boxe ao
xadrez nem serão respeitadas as rondas que o desporto exige. Além disso,
mantém-se ainda de pé a ideia das aulas interativas para aperfeiçoar
movimentos, diversificar as aulas e ainda desenvolver grupos musculares, em
conjunto com a resistência.

4. Por fim, no secundário penso que já se poderia adotar por completo este
desporto, sendo que, enquanto dois alunos disputavam uma partida seriam alvo
de avaliação e os outros alunos praticavam gestos técnicos com o suporte,
novamente, das aulas disponíveis na internet. Deste modo, todos estariam a
praticar exercício e todos passariam também por uma avaliação relativa,
especificamente, a esta modalidade. Desenvolver-se-iam aptidões físicas, tal
como é suposto para estas idades e diversificar-se-iam as aulas, fazendo assim
crescer o gosto pela disciplina ao maior número de alunos possível. Além disso
estender-se-iam os horizontes dos alunos e professores, enquanto,
simultaneamente, o agrupamento se diferenciava das demais.
Em suma, penso que seria uma excelente opção adotar este desporto e trazê-lo
para o nosso agrupamento. Seríamos, enquanto agrupamento, responsáveis pelo
crescimento da modalidade e também pelo hipotético início desta mudança nas outras
escolas. Mudança essa que é, por si só, um indicador de crescimento e evolução das
mesmas. Para a disciplina de Educação Física em si, o desporto, enquadrado,
obviamente, na proposta que fiz, traria inovação e divertimento, juntamente com uma
grande carga de exercícios de preparação física e resistência. Esta carga teria que ser,
naturalmente, gerida consoante as idades dos alunos. Em adição, e seguindo,
novamente, a proposta que lancei, criar-se-ia uma maior ligação entre as disciplinas, o
que pode ser bastante vantajoso para os alunos e professores, no sentido em que se
abulia a monotonia de cada disciplina e se começaria a perspetivar o ensino como um
todo.

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 Conclusão

Com a elaboração deste trabalho, e durante a construção do mesmo, apercebi-me


de toda a envolvência que a planeação de aulas e a aquisição de modalidades para a
disciplina escondem. Isto é, dei por mim a pensar na complexidade do processo de
integração das mais diversas modalidades na disciplina e na melhor forma de as
apresentar aos alunos. Porém, este foi também um dos motivos que me levou a gostar
tanto do trabalho, aliado ao facto de ter descoberto este e tantos outros desportos que
não conhecia, após ter pesquizado sobre o tema. A maior dificuldade que senti foi
mesmo escolher um desporto que fosse pouco conhecido, mas depois de o ter na mira
foi relativamente fácil extrair dele aspetos positivos e transformá-lo num desporto
praticável em ambiente escolar, com as adaptações que fiz na minha proposta, que não
fecha portas a possíveis correções. Não tenho dúvidas de que o que me trouxe mais
conhecimento neste trabalho de pesquiza não foi a pesquiza em si, mas sim a própria
construção da proposta que realizei para a comunidade escolar, pois foi esta que me
permitiu olhar mais profundamente para os benefícios do desporto e também para todo
o trabalho que se resguarda por detrás de aspetos banais do nosso quotidiano.

Webgrafia
https://www.rulesofsport.com/sports/chess-boxing.html
https://www.dgeec.mec.pt/np4/476/%7B$clientServletPath%7D/?
newsId=1173&fileName=IHD_1_CEB_Final.pdf
https://chessboxingnation.com/
https://www.uscannenbergmedia.com/2021/10/10/the-sports-search-chess-boxing/
https://prezi.com/p/edespyqldh39/conheca-o-chess-boxing/
https://visao.sapo.pt/atualidade/desporto/2013-12-03-chessboxing-o-desporto-que-
funde-boxe-e-xadrezf760040/

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