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FOFOCAS CIENTÍFICAS

Victor Vizcarra

EXISTE O DIA DO DO PI!!! E é o 14 de Março, dia de comemoração oficial da constante matemática


π = 3, 141592653589 . . . . A primeira celebração aconteceu em 1988, pelo seu idealizador Larry Shaw,
um produtor de cinema e televisão e ex físico. A escolha da data tem a ver com a aproximação 3,14; por
isso a escolha foi 03/14, data ao estilo americano (03/14 para nós). Entenderam?
Ah, e tem mais. O horário da comemoração, como se fosse o horário do nascimento, é exatamente
à 1:59:26 PM, que são os algarismos do arredondamento até a sétima casa decimal. Mas esse horário
ainda é duvidoso, pois outro grupo defende que se há um horário de nascimento, então deve haver uma
data de nascimento; é por isso que este grupo defende a data 14 de março de 1592, às 6:53:58. O ano de
1592 não tem nada de particularidade relacionada ao número PI ou a qualquer coisa ligada à ciência ou
matemática, mas curiosamente, 14 de março é o aniversário do nascimento de Albert Einstein e da morte
de Stephen Hawking.
A letra grega π foi cunhada na matemática em 1706, por William Jones, para representar o 3,14. . . ,
mas só foi popularizado depois de 1737, quando Leonhard Euler o adotou em seus trabalhos.
O numero Pi é uma constante matemática que se encontra atrelada à geometria do círculo: é a razão
entre a circunferência de um círculo e o seu diâmetro.
f e r e
u n n
c
r

c
i

i a
C

D i â m e t r o Circunferência
π= = 3, 141592653589 . . .
R a i o Diâmetro

Como a medida do diâmetro corresponde a duas vezes a do raio, a circunferência é escrito como C =
2πR, onde R é o raio. E é essa expressão que temos usado até hoje.
Porém, Robert Palais, um professor de matemática da Universidade de Utah começou um alvoroço
ao escrever um artigo com o título π está errado! O artigo pode ser lido na íntegra neste endereço:
http://www.math.utah.edu/~palais/pi.pdf . O professor não afirma que o número π
realmente esteja errado, mas o uso desse número na definição acima. Ele propõe que usemos o τ (tau)
em vez do π, onde τ = 2π. A definição que ele propõe é

Circunferência
τ= = 6.283185307179586 . . .
Raio

pelo simples fato de que qualquer segmento circular é apenas uma parte do todo, e, em termos angulares,
corresponde a uma volta inteira do círculo. A maioria dos matemáticos estão a favor desta nova constante
porque o π “acaba obscurecendo algumas das simetrias subjacentes da matemática”, nas palavras deles.
Há muitas outras razões favoráveis para que a proposta Robert Palais seja adotado. Inclusive, já
foi escrito O manifesto tau: https://tauday.com/ , onde é descrito e defendido essas razões
para o uso da nova constante. Cada ano que passa, após as reuniões anuais ‘Pi vs Tau‘, novos adeptos

1
incorporam o volume dos defensores do τ . Vamos esperar se realmente essa tendência vai vingar nos
livros de exatas, até então, vamos comemorar o dia do Pi, em 14 de março, comendo UM bolo arredondado
às 13:59; e o dia de Tau, em 28 de junho, comendo DOIS bolos arredondados, às 18:28.

NADA ÷ NADA
0 1
A divisão faz parte das expressões indeterminadas; já a divisão é o que chamamos de indefinida.
0 0
Vamos explorar um pouco essas duas divisões usando trigonometria no contexto da definição de limite.
Faremos isso comparando áreas.

1. Área de um segmento circular. Seja uma figura circular de raio R. O cálculo de sua área é,

2π Área do círculo:

R 
R2

πR2 = 2π
2

Área do semicírculo:
π
πR2 R2
 

2 2
R

Área do quadrante:
π
πR2 R2
 
2 π
=
4 2 2
R

Perceba que há um padrão no cálculo da área: é o valor do ângulo vezes o fator (R2 /2). Então, de modo
geral, a área de um segmento circular é,
Área do segmento circular:

R2
 
θ A=θ
2
R

2. Área do triângulo. Não é segredo que qualquer triângulo é a metade de um retângulo.

Área do retângulo: Área do triângulo:


h a·h
Área = a · h Área =
2
a

2
3. Aplicando os limites. Considere um círculo de raio unitário e um triângulo inscrito no primeiro
quadrante, como mostrado na figura abaixo.

C
Definições:
D
OD = OB = 1
1 AD
= sin θ
OD
θ
OA
= cos θ
O A B OD
AD BC
=
OA OB

Perceba três figuras. Se comparamos as áreas entre elas, teremos

C
D D

1 1
≤ ≤
θ θ θ
O A O B O B

que, em termos matemáticos, escrevemos

OA · AD θ · R2 OB · BC
≤ ≤
2 2 2
Podemos eliminar o fator 2 do denominador, que é comum nas três expressões, e usar o fato que OB =
R = 1,
OA · AD ≤ θ ≤ BC
AD sin θ
Usaremos agora as relações AD = sin θ, OA = cos θ e BC = = ,
OA cos θ
sin θ
cos θ · sin θ ≤ θ ≤
cos θ
ou, dividindo tudo por sin θ,
θ 1
cos θ ≤ ≤
sin θ cos θ
É a esta relação que aplicaremos o conceito de limite.

3
O que acontece com as três figuras acima quando ‘θ → 0’? Observe bem as três figuras. Quando
‘θ → 0’, a área das figuras diminuem tanto, mas tanto, que se aproximam de zero, mas não é zero. Elas
se aproximam, na verdade, do segmento OB = 1. É por isso que escrevemos,
   
θ 1
lim (cos θ) ≤ lim ≤ lim
θ→0 θ→0 sin θ θ→0 cos θ

ou
0 1
cos 0 ≤ ≤
sin 0 cos 0
ou, usando o fato de que cos 0 = 1, temos
0 1
1≤ ≤
sin 0 1
ou
0
1≤ ≤1
sin 0
Este resultado deixa claro de que
θ 0
lim = =1
θ→0 sin θ sin 0
ou
sin θ sin 0
lim = =1
θ→0 θ 0

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