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Estágio Básico I
Profª Carla Menegat
Cachoeirinha
2022/2
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1- Cabeçalho:
Nome do Observador (a): Alice Alves Leonardi
Data da Observação: 22/08/2023
Horário da Observação: 15h
Observação Número: Um
Objetivo da Observação: Observar e participar da supervisão dos estagiários profissionais
dentro do Núcleo de Famílias do Serviço Escola de Psicologia (SEP).
4 – Notas descritivas
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O ambiente em que ocorreu a observação é caracterizado por uma atmosfera de
colaboração, interação e apoio mútuo entre os alunos e a supervisora. Nesse ambiente, é
possível perceber diversos elementos que contribuem para a construção de uma comunidade
educacional positiva, sendo alguns deles a colaboração e trabalho em grupo.
Os 12 estagiários presentes na sala, sendo do profissional e do básico II,
demonstraram disposição para colaborar e trabalhar em grupo. Interagindo ativamente entre
si, discutindo tópicos relacionados à aprendizagem e compartilhando ideias. Como por
exemplo no atendimento da estagiária A, que nos trouxe o caso do Iuri, com 08 anos, ela nos
compartilha informações sobre a dificuldade de Iuri em ir à escola, mostrando que é uma
questão muito mais vinda da mãe dele, colocando esse medo em cima dele do que do próprio
menino. A supervisora Silvana desempenha um papel importante como facilitadora do
processo de aprendizagem nesse momento também. Ela incentiva a participação dos alunos,
fornecendo orientações e esclarecimentos quando necessário e cria um ambiente em que todos
se sintam à vontade para fazer perguntas e expressar suas opiniões.
Ocasionando uma sugestão da estagiária L, em passar um filme chamado “o
extraordinário”, para a família assistir junta e ver quais são as reflexões que aquela mãe traria
para a próxima sessão, mas com o objetivo de todos juntos compreenderem melhor a
superação e o enfrentamento.
Nesse momento consigo perceber o quanto todos dentro da sala de aula valorizam a
diversidade, com alunos de diferentes etapas do curso e perspectivas. O respeito à diversidade
é evidente, e os alunos se tratam com consideração e empatia, independentemente de suas
diferenças individuais. Até mesmo quando as opiniões diferem muito uma das outras.
Após o relato da estagiária A, todos da sala, junto com a supervisora, programamos
nossos horários e dias para os grupos Elo/Elinho. E dando seguimento ao caso que mais tive
interesse durante a observação, foi o da estagiária T, que compartilhou conosco informações
sobre a Kiki, também conhecida por Pedro, por se identificar como um menino Trans, mas
relata que não vê problema em ser chamado de Kiki.
Kiki trouxe para T diversas questões familiares complexas, incluindo abuso de
familiares, processos judiciais envolvidos, problemas de saúde mental da sua mãe (que
também é paciente do SEP) e poucas coisas em relação interpessoal. Nesse momento, nossa
supervisora nos mostrou que podemos ter muita confiança em nós mesmos, oferecendo apoio
e deixando que nós tomássemos a liderança do nosso processo de aprendizagem quando
conduzia diversas perguntas para nós refletirmos sobre o caso. Foi no meio dessa troca de
ideias que descobrimos que a mãe de Kiki também era paciente do SEP, e de outra colega
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estagiária no nosso núcleo. Então começamos a compartilhar as informações das duas batendo
os dados sobre quais seriam verídicos ou não. Pois em diversos momentos chegamos a achar
que Kiki estava mentindo sobre o que acontecia dentro de sua casa, por conta de que tudo era
muito confuso. Como por exemplo o fato de que seu pai abusou de uma amiga sua e também
já havia abusado de primas, além de que existem histórias de que ele está namorando uma
menina de 15 anos. Muitos fatos confusos contados por ele acabam nos confundindo, mas
com as confirmações da estagiária V e os relatos de sua mãe, de maneira mais concreta e
exata, conseguimos confirmar as veracidades.
Chegando a uma conclusão de que seria necessário que as estagiárias responsáveis
precisassem pedir para as suas pacientes serem mais focadas nelas mesmas sobre os
problemas e esquecer um pouco dos outros, fazer com que elas entendessem que o
atendimento era sobre elas, e não sobre outras pessoas a sua volta.
5 – Notas analíticas
A observação me trouxe uma atmosfera de colaboração e interação positiva no
ambiente educacional, com alunos e a supervisora trabalhando de forma conjunta. Alinhando
esse contexto com a abordagem da psicologia sistêmica, que enfatiza a importância das
interações e das relações entre os elementos de um sistema, pude perceber alguns elementos
importantes, como a colaboração e trabalho em grupo, onde "a psicologia sistêmica enfatiza a
importância das interações interpessoais e do trabalho em grupo como fatores essenciais para
o funcionamento saudável de um sistema. A colaboração e a cooperação entre os membros do
sistema são fundamentais para promover um ambiente positivo" (Bateson, 1972).
Consigo me sentir muito à vontade para falar minhas opiniões e me abrir sobre o que
enxergo dentro da supervisão, mostrando principalmente para mim mesma que eu já tenho um
conhecimento maior do que achava que tinha dentro da faculdade, até mesmo tirando um
pouco do meu medo do estágio seguinte.
Em diversos momentos me peguei rindo e me sentindo no meio de uma investigação
familiar com os relatos das colegas, tentando encaixar peças apenas com as informações que
elas trazem, o que me fez pensar que um estágio onde a observação é apenas nas supervisões,
sem contato direto com os casos dificulte um pouco a colaboração para o entendimento dos
pacientes. Pois temos apenas poucas informações sobre aquelas pessoas, e mesmo que nos de
uma base, parece que falta sempre algo.
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6 - Referência