Você está na página 1de 13

Técnicas de Demolição

 Trabalhos efetuados para remover a estrutura existente de modo a viabilizar os trabalhos de reconstrução
 Causas das demolições
o Construções com alguns anos de utilização
 Fim da vida útil/economia
 Adaptação a novos usos e funções
 Reforço estrutural
 Deformações a longo prazo
 Imposições regulamentares
 Anomalias existentes e durabilidade dos materiais
 Catástrofes naturais (sismos) ou humanas (explosão)
o Construções recém-construídas
 Alteração do projeto
 Incompatibilidade entre projetos de diferentes especialidades
 Erros/deficiências de projeto e/ou de construção
 Acidentes

Demolições por embate, empuxe, tração ou escavação

 Equipamento manual: técnicas que recorrem a força braçal e a equipamento rudimentar. Apoio a outras
técnicas de demolição. Utilizado em estruturas de alvenaria e madeira, demolições parciais ou demolições de
elemento a elemento
o Martelo
o Escopro
o Marreta
o Picareta
o Pé-de-cabra
o Pá
o Serra
o Baldes
 Martelos (pneumáticos, hidráulicos e elétricos):
o Trabalho por percussão (martelo picareta) ou por percussão e tração (martelo perfurador) – rotura do
betão por tração (peso varia entre poucos kg e mais de 65kg) – função do trabalho a efetuar.
o Utilizados em trabalho de pequenas dimensões (espessuras até 30cm) e trabalho parciais de
fragmentação (maciços, lajes de fundação, grandes escombros)
o Vantagens
 Possantes e eficazes
 Não necessitam de mão-de-obra especializada
 Portáteis (com algum esforço)
 Económicos, pouca manutenção, duráveis
 Relativamente seguros
 Limpeza e precisão
o Desvantagens
 Ruidosos
 Introduzem grandes vibrações
 Equipamentos manuais – grande exigência física do manobrador
 Originam poeiras e fumos
 Propagação de fendas
 Descasque de arestas e cantos em elementos de betão
 Rendimento muito baixo em estruturas fortemente armadas
 Trabalho lento (peças pequenas)
 Bola de grande massa (aríete)
o Bola de grande massa (500 a 4000 kg) suspensa por cabos do braço de uma grua. Puxada para posição
elevada através do cabo de reposicionamento, e largada (em queda vertical ou na horizontal)
embatendo no elemento a demolir
o Fragmentos de grandes dimensões: operação especializada- limites definidos. Antes de iniciar a
operação, remover telhado e 50 a 75% dos pavimentos. Depois da operação, proibir a entrada no
edifício demolido
o Aplicação em qualquer tipo de edifício (estrutura não muito alta Hmax = 30m nem com muito metros de
espessura de betão) ou na remoção de escombros
o Vantagens
 Técnica possante
 Económica
 Rápida execução
o Desvantagens
 Introduz vibrações no terreno
 Potencialmente perigosa para o pessoal
 Exige espaço livre em redor do edifício (desmonte não controlado)
 Obriga a trabalhos posteriores de fragmentação dos escombros de maiores dimensões
 Pouco eficaz em estruturas fortemente armadas
 Origina muita poeira
 Muito ruidosa
 Risco de danificar redes de infraestruturas subterrâneas
 Limite de 30 m em altura
 Muito dependente do operador em termos do rendimento
 Pilão
o Aparelho montado num veículo auto motriz ou giratório, que deixa cair de uma altura de 1 a 3 m uma
massa de várias toneladas ao ritmo de 25 a 120 pancadas por minuto
o Rotura do betão por impacto e pressão
o Pouco eficaz em betão armado
o Demolição de grandes massas de betão simples e de estradas (espessura máxima de 90 cm)
o Vantagens
 Técnica pouco ruidosa (ruido abafado)
 Elevado rendimento
 Económica
o Desvantagens
 Limitações do peso da massa e da altura de elevação
 Alguns equipamentos de elevação só trabalham em superfícies quase lisas e horizontais
 Retroescavadoras, giratórias, pás de arrasto e acessórios
o Equipamentos hidráulicos – conjunto motriz assente em lagartas, rodados ou em pontos localizados,
com uma lança articulada à qual são ligadas ferramentas especializadas
o Acessórios – tesouras, baldes, martelos hidráulicos, garras, pás de arrasto, power grapples, alicates,
trituradores, pinças, ripper, nibbler, etc.
o Equipamentos de grande envergadura e grande custo mas que permite grande rendimento de trabalho
o Possibilidade de levação através de grua e de localização em locais pouco acessíveis
o Demolições de caráter global e apoio a outras técnicas. Técnica mais vocacionada para alvenaria que
para betão armado
o Pás de arrasto – demolição por empuxe
 Altura do edifício não excede 2/3 da altura da máquina
 Solo consistente
 Demolição prévia de planos inclinados que possam deslizar sobre a máquina
o Vantagens
 Potencia e rapidez
 Boa adaptação ao trabalho
 Mobilidade em caso de perigo iminente
 Necessidade de pouco pessoal, apear de com alguma especialização
o Desvantagens
 Poeira e ruido na queda dos escombros
 Necessidade de um bom suporte para as máquinas

 Tração de cabos
o Cintagem com cabos de aço estrategicamente colocados – tracionados através de guinchos ou
equipamento mecânico fixo ao terreno → COLAPSO
o Distancia de segurança
o Cabos devem ser sobredimensionados (evitar rotura); uma das formas de garantir esse
sobredimensionamento é através de duplicação dos cabos
o Contato dos cabos e estrutura através de calços de madeira (evitar o corte dos elementos)
o Aplicação em estruturas sãs
o Betão aramado – enfraquecer elementos resistentes verticais ao nível do piso térreo através de rasgos
no betão e corte das armaduras com maçarico
o Alvenarias – altura máxima de aplicação da técnica (20 m)
o Vantagens
 Baixo custo
 Rapidez de execução
o Desvantagens
 Risco de o cabo atuar como um chicote em caso de rotura
 Necessidade de escorar todos os elementos instabilizados, para evitar desabamentos pela ação
do vento

Demolições por rebentamento interior


 Uso de equipamento mecânico com o intuito de rebentar a partir do interior – tensões de tração no betão
(fragmentação)
o Cavilhas mecânicas
 Forma de cunha – martelada
 Forma de agulha – marretada
 Técnica simples e económica
 Ruido elevado
 Ausência de controlo preciso da demolição
 Cinha só permite demolir espessuras pequenas de betão
o Quebrador de cunhas (“Darda”)
 Aplicação de duas contracunhas metálicas num furo previamente executado
 Pistão força a cunha a afastar as contracunhas – rebentar o betão por tração
o Quebrador de Pistões
 Cilindro equipado com pistões hidráulicos radiais – fratura do betão em planos perpendiculares
aos pistões
 Vocacionado para betão simples e armado (espessuras entre 20 cm e 80 cm)
 Sequência e localização dos furos é fundamental
o Vantagens
 Demolição controlável
 Silencioso, seguro e económico
 Não provoca poeira ou vibrações
 Boa relação custo/produtividade
 Grande eficácia na demolição
 Boa adaptação a grandes volumes de betão
 Facilidade de manuseamento do equipamento (sem necessidade de mão de obra especializada)
 Boa adaptação a locais exíguos ou de difícil acesso
o Desvantagens
 Grande dificuldade no controlo de fendilhação e fissuração
 Necessidade de efetuar “negativo” para colocar equipamento em tensão
 Superfície de corte irregular
 Mau funcionamento em volumes com baixa compacidade
 Espessura máxima de 60 cm
 Requer equipamento auxiliar para prosseguir a demolição (seccionamento dos volumes, corte a
maçarico das armaduras) o que torna a utilização difícil em betão muito armado

Demolições por esmagamento pelo exterior

 Pinças de trituração do betão manobradas manualmente por dois operadores – fragmentar blocos demasiado
grandes para enviar para aterro
o Vantagens
 Equipamento versátil
 Não provoca ruido, vibração ou poerias
 Equipamento de simples manutenção
o Desvantagens
 Baixo rendimento
 Espessura a demolir deve ser inferior a 30 cm (podendo atingir os 50 cm com um adaptador
especial)
 Necessidade de cortar as armaduras para prosseguir o trabalho
 Superfícies de corte muito irregulares
 Necessidade de remover constantemente os produtos de demolição
 Relação custo de aquisição/produtividade muito elevada

Processos Térmicos

 Maçarico – oxigénio, pólvora, plasma


o Soldar aço
o Corte de armaduras
 Lança térmica – oxigénio, pólvora
o Aplicação nas seções a cortar de extremidade em brasa de uma barra de ferro ou alumínio em cujo
interior é enviado um jato de oxigénio - derreter, perfurar ou cortar aço ou betão
o Tripla ação
 Térmica (temperaturas de 2000 a 2500 ºC)
 Química (combinação de óxidos de ferro com componentes do betão, que acabam por fundir)
 Cinética (pressão do jato de oxigénio)
o Aplicação em demolição global de estruturas, realização de grandes aberturas ou em reabilitação
o Vantagens
 Possibilidade de cortar peças de grande espessura
 Aplicável quer em betão armado quer em pré-esforçado
 Não provoca vibrações e é silenciosa
 O pessoal aprende facilmente a técnica
 O material é simples e ligeiro (exceto as reservas das garrafas de oxigénio)
 Permite trabalhar ao ar livre, no interior e até debaixo de água
 Permite trabalhar em locais de difícil acesso
 Altera pouco as propriedades do betão nas proximidades do rasgo
o Desvantagens
 Pequena precisão no corte
 Origina escorrimento da escoria de combustão
 Superfícies de betão em contato com a escoria ficam marcadas
 Necessária boa ventilação para trabalhar no interior (provoca fumos)
 Risco de incêndio devido à projeção de materiais em fusão
 Necessidade de vestuário especial de proteção do manobrador
 Custo bastante elevado
 Laser
o Técnica que consiste na emissão de um feixe de luz “coerente” e monocromática – onda única de
grande densidade de energia
o Irradiação encontra o betão – parte da energia é absorvida – aumento de temperatura da zona afetada
o Concentração de energia numa área muito pequena – choque térmico do betão – fragmentação
o Vantagens
 Corte muito preciso
 Ausência de ruido, vibrações, fumos, gases tóxicos e poeiras
 Rapidez na execução
o Desvantagens
 Necessidade de combinar esta técnica com outras para o corte de armaduras
 O raio é invisível, logo perigoso, podendo causar queimaduras
 Necessidade de proteções elétricas e de isolamento do aparelho
 Muito onerosa

Uso controlado de explosivos

 Três tipos de técnicas


o Explosões no meio ambiente – carater global e grande escala
o Mico explosões e processos de expansão – interior dos elementos com caracter localizado
 Colocação de cargas explosivas em locais escolhidos – descontinuidade na estrutura principal – colapso global
 Aplicação do mínimo de energia concentrada – remover e/ou cortar elementos críticos da estrutura
 Vantagens
o Rapidez
o Economia global
o Eficácia
 Desvantagens
o Provoca projeção de materiais e vibrações no terreno
o Provoca ruido muito grande na detonação e no impacto da estrutura no terreno
o É uma técnica perigosa para pessoas e bens nas proximidades e para o pessoal, que tem de ser
especializado
o Pode provocar gases (sulfurosos e nitrosos) perigosos para a saude
 Mecanismo telescópio
o Demolição (simultânea ou não) de vários troços em altura da estrutura da torre – queda numa área
semelhante à ocupada inicial mente, numa forma semelhante ao “fechar de um telescópio”
o Aplicação em torres de arrefecimento, do tipo central termoelétrica
 Mecanismo tipo derrube
o Derrubar a estrutura sobre uma ares previamente definida, facilitando o acesso a partir do solo das
maquinas convencionais para remoção dos escombros
o Envolve menos trabalhos preparatórios, menos quantidade de explosivos
o Pode induzir na estrutura maior fragmentação durante o colapso
o Chaminés, bunkers, e estruturas de aço
o Estruturas com grande relação entre altura e base, em situações em que não haja perigo se a estrutura
cair para um dos seus lados
 Mecanismo tipo implosão
o Criar através de meios explosivos uma descontinuidade em determinados pontos da estrutura (pilares) –
entrar em ruina e fragmentar-se durante a queda e ao atingir o solo
o Colapso provocado centralmente – estrutura cede sobre si como puxada para o centro de gravidade
o Método mais apropriado para estruturas de grande porte
 Mecanismo tipo colapso sequencial
o Peças de dominó
o Aplicação em edifícios contíguos ou com grande desenvolvimento em comprimento

Processos abrasivos

 Abrasão do betão provocada por material em estado sólido ou liquido – corte em blocos ou remoção de camada
superficial
 Aplicações na demolição global
 Usos mais correntes (por serem caros): remodelação e reabilitação de estruturas
 Corte diamantado - Utensilio constituídos por grãos de diamante industrial retidos numa matriz geralmente
metálica. Partículas arrancam cada uma um pouco de betão
 Serra com disco
o Disco metálico (que pode atingir 1 m de diâmetro) diamantado na sua periferia e arrefecido com água,
que se desloca numa calha de rolamento
o Existem versões mais leves, compactas, de menor potência
o Versatilidade – pode alterar-se o tamanho do disco com facilidade
o Aplicação em betão armado, em superfícies horizontais e verticais
o Útil na execução de aberturas de superfícies de betão existentes – blocos a remover com grua
o Vantagens
 Corta facilmente betão armado
 Elevado rendimento de corte (reduzido pela existência de armaduras)
 Manipulação simples (na versão compacta)
 Seção de corte muito lisa, sem necessidade de trabalhos adicionais e sem afetar o betão
adjacente
 Grande precisão do corte (com adaptação de calha)
 Sem riscos de fissuração
 Seguro para o pessoal
o Desvantagens
 Exige experiência na utilização do equipamento
 Espessura de corte limitada pelo raio do disco
 Processo de instalação moroso na versão mais robusta (superfície de suporte adequada)
 Necessidade de evacuar líquido refrigerante
 Custo elevado do equipamento e consumíveis
 Produz algum ruido e poeiras
 Serra com fio
o Equipamento consiste num grupo electro-hidráulico que transmite movimento às rodas motorizes, que
impelem um cabo helicoidal diamantado de aço (com anéis – “perlinas”) que, por abrasão no betão,
realiza o corte
o A água passa na superfície de corte para arrefecer o cabo e arrastar os detritos de corte
o Características semelhantes à serra de disco
o Necessidade de acesso às duas superfícies opostas da peça a cortar
o Vantagens
 Corta facilmente betão armado
 Elevado rendimento do corte (reduzido pela existência de armaduras)
 Elevada versatilidade de adaptação ao uso e a ambientes de trabalho
 Equipamento silencioso, não provoca vibrações nem poeiras (devido à água de arrefecimento)
 Superfície de corte lisa, sem necessidade de trabalhos adicionais e sem afetar o betão adjacente
 Rigor e precisão de corte
 Permite cortes em todas as direções numa amplitude de 360º
 Sem riscos de fissuração
 Seguro para o pessoal
 Preço competitivo para grandes áreas de corte
o Desvantagens
 Exige experiência na utilização do equipamento
 Exige equipamento auxiliar de corte para passagem do cabo
 Processo de instalação moroso
 Custo elevado do consumíveis
 Necessário evacuar o líquido refrigerante
 Carotagem
o Motor elétrico – movimento de rotação a um cilindro metálico oco com uma coroa diamantada na sua
extremidade exterior
o Execução de furos tangentes delimita bloco de betão, posteriormente removido
o Necessidade de refrigeração constante
o Versátil, permite utilização em superfícies horizontais, verticais e curvas
o Eficiência aumenta proporcionalmente à relação área a demolir/perímetro da área a demolir
o Demolição parcial de superfícies relativamente grandes
o Vantagens
 Não tem riscos de fissuração
 Manipulação simples
 Equipamento silencioso não causando vibrações
 Grande precisão de corte
o Desvantagens
 Furação limitada pelo comprimento e diâmetro da broca
 Baixo rendimento/preço elevado
 Processo moroso
 Necessidade de evacuar o líquido refrigerante
 Corte com carborundo
o Equipamento recorre a grãos de carborundo (carboneto de silício) fixos a um ligante de baquelite,
rigidificado com várias camadas de nylon
o Vantagens – mais baratos do que ferramentas diamantadas
o Desvantagens
 Propiciam corte mais lento
 Não cortam peças de betão armado
 Obrigam a substituição muito rápida por desgaste intenso
o Aplicações idênticas às ferramentas diamantadas (com exceção de betão armado)
o Pouca aplicação em demolições
 Jato de água (hidrodemolição)
o Energia é fornecida por ar comprimido, que impulsiona a água através de bomba de alta pressão
o Vencer com a pressão do jato de água a resistência da argamassa de betão à tração – desagregada e
arrastada – deixa soltos os agregados de maiores dimensões que cem e são arrastados
o Vantagens
 Ausência quase total de poeiras e vibrações
 Corte relativamente preciso
 Betão adjacente ao corte é pouco afetado
o Desvantagens
 Equipamento caro
 Corte difícil de peças armadas
 Lentidão
 Necessidade de evacuar água e detritos
 O pessoal deve estar protegido contra a projeção de detritos
 Grandes fendas nos elementos a demolir podem causar perdas de rendimento consideráveis
 Necessidade de produzir in situ uma grande pressão
 Jato de água e areia
o Altamente poluente – não é promissora
o Junção de areia quartzosa de granulometria de 0.5 a 1.5 mm aumenta significativamente o poder
abrasivo da hidrodemolição
o Permite cortar armaduras, sendo de evitar no caso de trabalhos de reabilitação em que se pretenda
preservá-las
o Alternativa à hidrodemolição na demolição de peças de betão armado (mesmo com taxas de armaduras
muito elevadas)
o Mais onerosa que a hidrodemolição, sendo semelhantes as restantes características

Critérios de seleção

 Fatores a considerar
o Tipo de estrutura e restantes matérias não estruturais
o Localização do edifício (meio urbano ou rural)
o Distancia e tipo de ocupação dos edifícios vizinhos
o Altura do edifício a demolir
o Tipo de terreno
o Prazo de execução
o Regulamentos municipais
o Localização das redes de infraestruturas
o Limitação de custos
o Equipamento disponível
 Construções anteriores ao betão armado
o Equipamento mecânico (desde ferramentas manuais a martelos e equipamentos mais pesados ligados a
lanças articuladas), elemento a elemento, com grande incidência de mão de obra
o Edifícios de pequeno porte – tração de cabos/bola de grande massa
o Construções térreas e R/C de edifícios multi-pisos – pá de arrasto e giratória com balde (por empuxe)
 Construções de betão armado
o Equipamento mecânico (mais potente) – em geral, a melhor técnica (ex: lanças telescópicas de grande
envergadura ou bobcats colocados sobre a estrutura)
o Edifícios de grande porte com espaço livre no contorno: explosivos
o Edifícios muito pequenos: pá de arrasto e bola de grande massa
o Demolições localizadas: corte diamantado/hidrodemolição
 Reabilitação/reconversão (limitações pó, ruido, vibrações)
o Corte diamantado
o Hidrodemolição
o Lança térmica
 Demolição seletiva/reciclagem – demolição elemento a elemento (evitar explosivos, bola de grande massa, pá
de arrasto e tração de cabos)

Medidas Preparatórias – Ciclo de Demolição

 Escolha do empreiteiro
o Concurso ou adjudicação direta
o Programa do concurso e cadernos de encargos
o Receção de propostas e apreciação – planos de demolição e de prevenção de resíduos (método e
equipamento, prazo, mão de obra, segurança, vazadouros, técnico responsável)
o Assinatura do contrato
 Avaliação da situação estrutural
o Vistorias às construções vizinhas
o Registo de existências através de fotos e/ou vídeo
o Relatório da situação existente
o Trabalhos de escoramento
o Definição de responsabilidades em caso de estragos
o Avaliação estrutural do edifício a demolir
o Projetos e telas finais
 Licenças a obter
o Licença de obra
o Plano de segurança e ocupação da via publica
o Áreas classificadas e zonas de proteção
o Autorizações especiais (selar área circundante)
o Polícia
o Bombeiros e hospitais
 Corte de serviços
o Rede de água
o Rede de gás
o Rede de eletricidade
o Rede de telefones
 Montagem do estaleiro
o Tapumes
o Andaimes e plataformas de proteção
o Redes
o Estaleiro
o Equipamento de elevação e remoção de cargas
o Eletricidade e água
 Estrutura de contenção da fachada
o Preservação do valor arquitetónico e patrimonial (imposição camarária)
o Cintagem
o Tamponamento dos vãos
o Ligação da estrutura à fachada
o Escoramentos
 Remoção de materiais para reciclagem – objetivos:
o Impedir a proliferação dos depósitos de entulho
o Economia de matérias-primas
o Necessidade de proceder à seleção e separação dos materiais
o Possibilitar o reaproveitamento de certos materiais
o Apenas os materiais não recicláveis e não poluentes, devem ser enviados para aterros

NOTA: em Portugal, os resíduos resultantes de demolição são levados, quase na totalidade, para os denominados
vazadouros. Deste modo, é fundamental abordar o ambiente e o processo da reciclagem

 Trabalhos posteriores – é necessário:


o Fazer nova vistoria aos edifícios vizinhos
o Confrontar o seu estado com o relatório de inspeção feito antes da demolição
o Apurar os estragos provocados pela operação de demolição
o Os danos causados são da responsabilidade da empresa de demolições

NOTA: a estrutura de contenção da fachada só é retirada quando a nova construção, já ligada à fachada, lhe conferir
segurança suficiente. Alternativa: criar fachada interior ligada à original por vigas de contravenamento

Processos e Sequência da Demolição

 Os elementos resistentes são demolidos por ordem inversa à da construção


o Dos pisos superiores para os pisos inferiores
o Retirando as cargas que solicitam cada elemento resistente antes de o demolir
o Retirando as cargas das lajes de forma simétrica
o Escorando os elementos em consola (caso seja necessário)
o Contraventando e/ou anulando as componentes horizontais em arcos e abóbodas
o Demolindo as estruturas hiperstáticas, por forma a implicar menores flechas, rotações e deslocamentos
 Especial atenção ao facto de serem demolidos os elementos resistentes: todos os elementos suportantes só são
retirados quando todos os elementos suportados já foram removidos ou foi garantido no apoio
 Processo ideal para utilizar em edifícios antigos
 Processo de demolição manual (com utilização de pequenas ferramentas), desmantelamento através de
equipamento mecânico, corte diamantado e processo térmicos (ideal para o betão armado)
 Estrutura de contenção da fachada e redes de proteção
o Para manter a fachada, recorre-se à instalação de uma estrutura provisória de contenção que a
mantenha e impeça qualquer deslocamento horizontal ou vertical
o A estrutura provisória desenvolve-se na vertical até atingir a altura da fachada a conservar, sendo
constituída por treliças metálicas de perfis INP
o Colocam-se ainda redes de proteção
 Retirar o equipamento industrial ou eletromecânico (elevadores, bombas de água, sistemas de aquecimento
central, aparelhos de ar condicionado, antenas de TV, etc.)
 Retirar todos os elementos que não fazem parte da estrutura do edifício (vidros, portas, janelas, louças
sanitárias, caleiras, algerozes, tubos de queda de águas pluviais, etc.)
 Demolição de elementos salientes existentes na cobertura (chaminés, clarabóias, etc.)
 Demolição do material de revestimento na cobertura
 Demolição da estrutura da cobertura (madres, ripas e vigas de apoio)
 Demolição dos tabiques de alvenaria de apoio da cobertura
 Demolição do material de enchimento para formação da pendente em cobertura
 Demolição de cabos, tirantes e escoras em cobertura
 Demolição da laje de esteira
 Demolição do 1º piso habitado
 Escoramento de consolas, arcos, abóbadas, bem como todos os elementos que possam ameaçar colapsar ou
estejam degradados
 Demolição de revestimentos em paredes, pisos, tetos e escadas. Retirar todos os elementos pertencentes a
carpintaria e serralharia, bem com tetos falsos
 Demolição de tabiques e/ou paredes divisórias
 Demolição da laje do piso e das abóbadas (caso existam)
 Demolição de vigas (quando existam)

NOTA: o processo de demolição do último piso é repetido nos pisos inferiores, até ao piso térreo. O ultimo piso pode ter
uma diferença em relação aos restantes, caso não tenha escadas de acesso ao piso superior (sótão ou casa das
maquinas). A única diferença na demolição dos restantes pisos, será a remoção da caixa de escadas. Que deve ser
sempre o último elemento a demolir num piso

 Demolição dos elementos de suporte vertical (paredes resistentes em estruturas tradicionais, pilares e núcleos
em estruturas de betão armado)
 Demolição do último troço de escada
 Escoramento de consolas, arcos, abóbadas, bem como todos elementos que ameacem colapsar. Repetição do
procedimento até ao último lanço de escadas
 O escoramento das construções vizinhas é feito ao nível das lajes dos pisos que garantem o escoramento eficaz
e deve ser feito quando já só restar o soalho do piso imediatamente abaixo
 As fundações do edifício só são retiradas em simultâneo com a execução da escavação para a construção do
novo edifício
 Demolição de muros de suporte de terras
 Demolição de fundações
 Antes de se começar com a escavação, é necessária a execução de micro-estacas sob a fundação da fachada,
prevenindo um possível assentamento
 Depois de tudo estar demolido, recorre-se à escavadora para carregar os entulhos nos camiões que os levam
para o vazadouro
NOTA: última operação – limpeza do passeio e remoção dos últimos andaimes

 Escoramentos dos edifícios vizinhos – com bastante frequência os edifícios vizinhos são em alvenaria tradicional
apresentando precariedade ao nível estrutural
o Os edifícios deste tipo apresentam um estado de tensão que não é independente do confinamento da
sua envolvente
o Possibilidade de causar derrocadas localizadas ou globais
o Necessidade de prever um sistema de escoramento, mantendo as condições de apoio que o edifício
demolido garantia

NOTA: bastante importante será evitar que as cargas no contacto entre o sistema de escoramento e os edifícios
existentes sejam pontuais

 Aspetos particulares
o Materiais estruturais de diversas naturezas (alvenaria tradicional, madeira, tijolo maciço e perfis
metálicos)
o Processos de demolição: manual (trabalho braçal ou com equipamento manual), com equipamento
mecânico pesado, com tração de cabos e pás de arrasto
o Garantir o escoramento de entulhos para o piso térreo
o Cuidados com as paredes meeiras
o Manutenção das empenas vizinhas
 Lajes
o Só deverão ser demolidas após terem sido retirados todos os elementos que sobre elas apoiam
o Escoramento dos elementos de balanço ou com flechas excessivas e proceder à sua demolição assim
que possível
o Cuidados com as zonas junto a instalações sanitárias, canalizações e chaminés
o Em lajes vigadas tradicionais armadas em cruz, são efetuados cortes, igualmente por forma a que os
blocos resultantes sejam compatíveis com a capacidade das gruas
o Em geral, os cortes começam no centro do painel (que tem de ser escorado), evoluindo para a periferia
em espiral
o Os troços são desligados de forma semelhante à efetuada nas lajes armadas numa só direção

NOTA: demolição de uma laje vigada tradicional armada numa só direção – troços (largura) compatíveis com capacidade
da grua, escoramento do vão seguinte na sua zona central (alteração das condições de apoio)

 Lajes de vigotas
o Demolidos/retirados os blocos de aligeiramento
o Suspensão da vigota com cabos junto aos apoios
o Corte da vigota
 Vigas
o Aplicam-se as mesmas regras aplicadas nas lajes vigadas tradicionais armadas numa só direção

 Pilares e paredes
o Aplicam.se as mesmas regras gerais anteriormente referidas (demolição prévia dos elementos que neles
apoiam, etc.)
o Após o corte dos elementos verticais não se devem deixar tombar com violência sore o pavimento

Figura 1 - vigotas (aula pratica)

Você também pode gostar