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Tecnologia da Construção

Resumos

Temas Abordados
Capítulo 1 - Aspectos gerais da construção
Capítulo 2 - Técnicas de demolição 2
Capítulo 3 - Contenções periféricas 16
Capítulo 4 - Fundações directas 43
Capítulo 5 - Fundações profundas 54
Capítulo 6 - Drenagens e impermeabilizações 71
Capítulo 7 - Estruturas de edifícios de betão 88
Capítulo 8 - Soluções não tradicionais de pavimentos e escadas 10
8
Capítulo 9 - Paredes divisórias 11
8
Capítulo 10 - Coberturas de edifícios 12
8
Capítulo 11 - Revestimentos de paredes
Capítulo 12 - Revestimentos de pisos
Capítulo 2 - Técnicas de Demolição
Equipamentos Mecânicos
a) EQUIPAMENTO MANUAL
• Martelo
• Escopro
• Marreta
• Picareta
• Pé-de-cabra
• Pá
• Serra
• Baldes

- Estruturas de alvenaria e madeira


- Demolições parciais
- Demolição elemento a elemento

b) MARTELOS PNEUMÁTICOS, HIDRÁULICOS E ELÉCTRICOS


Trabalho por percussão (martelo picareta) ou por percussão e tracção (martelo
perfurador)

Rotura do betão por tracção

- Trabalhos de pequenas dimensões (espessuras até 30 cm)


- Trabalhos parciais de fragmentação (maciços, lajes de fundação, grandes
escombros)

Vantagens
- Possantes e eficazes
- Não necessitam de mão-de-obra especializada
- Portáteis (com algum esforço)
- Económicos, pouca manutenção, duráveis
- Relativamente seguros
- Limpeza e precisão
Desvantagens
- Ruidosos
- Introduzem grandes vibrações
- Equipamentos manuais - grande exigência física do manobrador
- Originam poeiras e fumos
- Propagação de fendas
- Descasque de arestas e cantos em elementos de betão
- Rendimento muito baixo em estruturas fortemente armadas
- Trabalho lento (peças pequenas)
c) BOLA DE GRANDE MASSA (ARÍETE)

- Aplicação em qualquer tipo de edifício (estrutura não muito alta Hmax = 30 m nem
com muitos metros de espessura de betão) ou na remoção de escombros

Vantagens
- Técnica Possante
- Económica
- Rápida Execução
Desvantagens
- Introduz vibrações no terreno
- Potencialmente perigosa para o pessoal
- Exige espaço livre em redor do edifício (desmonte não controlado)
- Obriga a trabalhos posteriores de fragmentação dos escombros de maiores
dimensões.
- Pouco eficaz em estruturas fortemente armadas
- Origina muita poeira
- Muito ruidosa
- Risco de danificar redes de infra-estruturas subterrâneas
- Limite de 30 m em altura
- Muito dependente do operador em termos do rendimento

d) PILÃO
Aparelho montado num veículo auto motriz ou giratória, que deixa cair de uma altura
de 1 a 3 m uma massa de várias toneladas ao ritmo de 25 a 120 pancadas por minuto.

Rotura do betão por impacto e pressão

- Pouco eficaz em betão armado


- Demolição de grandes massas de betão simples e de estradas (espessura
máxima de 90 cm)

Vantagens
- Técnica pouco ruidosa (ruído abafado)
- Elevado rendimento
- Económica
Desvantagens
- Limitações do peso da massa e da altura de elevação
- Alguns equipamentos de elevação só trabalham em superfícies quase lisas e
horizontais

e) RETROESCAVADORAS, GIRATÓRIAS, PÁS DE ARRASTO E


ACESSÓRIOS

Equipamentos hidráulicos - conjunto motriz assente em lagartas, rodados ou em


pontos localizados, com uma lança articulada à qual são ligadas ferramentas
especializadas - acessórios
(tesouras, baldes, martelos hidráulicos, garras, pás de
arrasto, power grapples, alicates, trituradores, pinças, ripper, nibbler, etc.)
Equipamentos de grande envergadura e grande custo mas que permite grande
rendimento de trabalho. Possibilidade de elevação através de grua e de localização em
locais pouco acessíveis.

- Demolições de carácter global e apoio a outras técnicas


- Técnica mais vocacionada para alvenaria que para betão armado

Equipamentos mais utilizados – retroescavadoras e giratórias, Pás de arrasto -


demolição por empuxe

- Altura do edifício não excede 2/3 da altura da máquina


- Solo consistente
- Demolição prévia de planos inclinados que possam deslizar sobre a máquina

Vantagens
- Potência e rapidez
- Boa adaptação ao trabalho
- Mobilidade em caso de perigo eminente
- Necessidade de pouco pessoal, apesar de com alguma especialização
Desvantagens
- Poeira e ruído na queda dos escombros
- Necessidade de bom suporte para as máquinas

f) TRACÇÃO DE CABOS
Cintagem com cabos de aço estrategicamente colocados - traccionados através de
guinchos ou equipamento mecânico fixo ao terreno

Colapso

- Distância de segurança
- Cabos devem ser sobredimensionados e não duplicados (evitar rotura)
- Contacto dos cabos e estrutura através de calços de madeira (evitar o corte dos
elementos)

- Aplicação em estruturas sãs

Betão armado:
Enfraquecer elementos resistentes verticais ao nível do piso térreo através de
rasgos no betão e corte das armaduras com maçarico

Alvenarias:
Altura máxima de aplicação da técnica - 20 m

Vantagens
- Baixo custo
- Rapidez de execução
Desvantagens
- Risco do cabo chicotear em caso de ruptura
- Necessidade de escorar todos os elementos instabilizados, para evitar desabamentos
pela acção do vento
g) DEMOLIÇÕES POR REBENTAMENTO INTERIOR
Uso de equipamento mecânico com o intuito de rebentar a partir do interior

Tensões de tracção no betão – fragmentação

g1) CAVILHAS MECÂNICAS


- Forma de cunha - martelada
- Forma de agulha – marretada

Vantagens
- Técnica simples e económica
Desvantagens
- Ruído elevado
- Ausência de controlo preciso da demolição
- Cunha só permite demolir espessuras pequenas de betão

g2) QUEBRADOR DE CUNHAS (“DARDA”)


Aplicação de duas contra-cunhas metálicas num furo previamente executado.
Pistão força a cunha a afastar as contra-cunhas

Rebentar o betão por tracção

g3) QUEBRADOR DE PISTÕES


Cilindro equipado com pistões hidráulicos radiais

Fractura do betão em planos perpendiculares aos pistões

- Vocacionados para betão simples e armado


- Sequência e localização dos furos é fundamental

Vantagens
- Demolição controlável
- Silencioso, seguro e económico
- Não provoca poeira ou vibrações
- Boa relação custo / produtividade
- Grande eficácia na demolição
- Boa adaptação a grandes volumes de betão
- Facilidade de manuseamento do equipamento (sem necessidade de mão de obra
especializada)
- Boa adaptação a locais exíguos ou de difícil acesso
Desvantagens
- Grande dificuldade no controlo de fendilhação e fissuração
- Necessidade de efectuar “negativo” para colocar equipamento em tensão
- Superfície de corte irregular
- Mau funcionamento em volumes com baixa compacidade
- Espessura máxima de 60 cm
- Requer equipamento auxiliar para prosseguir a demolição (seccionamento dos
volumes, corte a maçarico das armaduras) o que torna a utilização difícil em betão
muito armado
h) DEMOLIÇÕES POR ESMAGAMENTO PELO EXTERIOR

h1) PINÇAS DE TRITURAÇÃO DO BETÃO


manobradas manualmente por dois operadores

Fragmentar blocos demasiado grandes para enviar para aterro

Vantagens
- Equipamento versátil
- Não provoca ruído, vibração ou poeiras
- Equipamento de simples manutenção
Desvantagens
- Baixo rendimento
- Espessura a demolir deve ser inferior a 30 cm (podendo atingir os 50 cm com um
adaptador especial)
- Necessidade de cortar as armaduras para prosseguir o trabalho
- Superfícies de corte muito irregulares
- Necessidade de remover constantemente os produtos de demolição
- Relação custo de aquisição / produtividade muito elevada

Processos térmicos
LANÇA TÉRMICA
- oxigénio; pólvora

MAÇARICO
- oxigénio; pólvora; plasma

Aplicação nas secções a cortar da extremidade em brasa de uma barra de ferro ou


alumínio em cujo interior é enviado um jacto de oxigénio

Derreter, perfurar ou cortar aço ou betão

Tripla acção:
- Térmica (temperaturas de 2000 a 2500 ºC)
- Química (combinação de óxidos de ferro com componentes do betão)
- Cinética (pressão do jacto de oxigénio)

- Aplicação em demolição global de estruturas,


- Realização de grandes aberturas ou em reabilitação

Vantagens
- Possibilidade de cortar peças de grande espessura
- Aplicável quer em betão armado quer em pré esforçado
- Não provoca vibrações e é silenciosa
- O pessoal aprende facilmente a técnica
- O material é simples e ligeiro (excepto as reservas das garrafas de oxigénio)
- Permite trabalhar ao ar livre, no interior e até debaixo de água
- Permite trabalhar em locais de difícil acesso
- Altera pouco as propriedades do betão nas proximidades do rasgo
Desvantagens
- Pequena precisão no corte
- Origina escorrimento da escória de combustão
- Superfícies de betão em contacto com escória ficam marcadas
- Necessária boa ventilação para trabalhar no interior (provoca fumos)
- Risco de incêndio devido à projecção de materiais em fusão
- Necessidade de vestuário especial de protecção do manobrador
- Custo bastante elevado

LASER
Técnica que consiste na emissão de um feixe de luz “coerente” e monocromática

Onda única de grande densidade de energia

Irradiação encontra o betão - parte da energia é absorvida - aumento de temperatura


da zona afectada

Concentração de energia numa área muito pequena



Choque térmico do betão

Fragmentação

Vantagens
- Corte muito preciso
- Ausência de ruído, vibrações, fumos, gases tóxicos e poeiras
- Rapidez na execução
Desvantagens
- Necessidade de combinar esta técnica com outras para o corte de armaduras
- O raio é invisível, logo perigoso, podendo causar queimaduras
- Necessidade de protecções eléctricas de isolamento do aparelho
- Muito onerosa

Uso controlado de explosivos


Uso de materiais explosivos de forma controlada

Três tipos de técnicas:


- Explosões no meio ambiente - carácter global e grande escala
- Micro-explosões e processos de expansão - interior dos elementos, com carácter
localizado

Colocação de cargas explosivas em locais


escolhidos

descontinuidade na estrutura principal

Colapso global
Aplicação do mínimo de energia concentrada

remover e/ou cortar elementos críticos da estrutura
Vantagens
- Rapidez
- Economia
- Eficácia
Desvantagens
- Provoca projecção de materiais e vibrações no terreno
- Provoca ruído muito grande na detonação e no impacto da estrutura no terreno
- É uma técnica perigosa para pessoas e bens nas proximidades e para o pessoal, que
tem de ser especializado
- Pode provocar gases (sulfurosos e nitrosos) perigosos para a saúde

a) MECANISMO TELESCÓPICO
Demolição (simultânea ou não) de vários troços em altura da estrutura da torre

Queda numa área semelhante à ocupada inicialmente, numa forma semelhante ao
“fechar de um telescópio”

- Aplicação em torres de arrefecimento, tipo central termoeléctrica

b) MECANISMO TIPO DERRUBE


Derrubar a estrutura sobre uma área previamente definida, facilitando o acesso a
partir do solo das máquinas convencionais para remoção dos escombros

Vantagem
- Envolve menos trabalhos preparatórios, menos quantidade de explosivos
Desvantagem
- Pode induzir na estrutura maior fragmentação durante o colapso

- Chaminés, bunkers e estruturas de aço


- Estruturas com grande relação entre altura e
base, em situações em que não haja perigo se a
estrutura cair para um dos seus lados

c) MECANISMO TIPO IMPLOSÃO


Criar através de meios explosivos uma descontinuidade em determinados pontos da
estrutura (pilares)

Entrar em ruína e fragmentar-se durante a queda e ao atingir o solo

Colapso provocado centralmente



estrutura cede sobre si, como puxada para o centro de gravidade

Método mais apropriado para estruturas de grande porte

d) MECANISMO TIPO COLAPSO SEQUENCIAL


Colapso sequencial

Tipo “queda sequencial de peças de dominó”

Aplicação em edifícios contíguos ou com grande


desenvolvimento em comprimento

Processos abrasivos
Abrasão do betão, provocada por material em estado sólido ou líquido

Corte em blocos ou remoção de camada superficial

Aplicações na demolição global


Usos mais correntes - remodelação e reabilitação de estruturas

CORTE DIAMANTADO
Utensílios constituídos por grãos de diamante industrial retidos numa matriz
geralmente metálica.
Partículas arrancam cada uma um pouco de betão

Variam as características de acordo com:


- Tipo de aparelho
- Dimensão
- Velocidade de processamento
- Potência do motor
- Profundidade do corte
- Velocidade do corte

a) SERRA COM DISCO


- Disco metálico (que pode atingir 1 m de diâmetro) diamantado na sua periferia e
arrefecido com água, que se desloca numa calha de rolamento
- Existem versões mais leves, compactas, de menor potência
- Versatilidade - pode alterar-se o tamanho do disco com facilidade

- Aplicação em betão armado, em superfícies horizontais e verticais


- Útil na execução de aberturas de superfícies de betão existentes - blocos a remover
com grua

Vantagens
- Corta facilmente betão armado
- Elevado rendimento de corte (reduzido pela existência de armaduras)
- Manipulação simples da versão compacta
- Secção de corte muito lisa, sem necessidade de trabalhos adicionais e sem afectar o
betão adjacente
- Grande precisão do corte (com adaptação de calha)
- Sem riscos de fissuração
- Seguro para o pessoal
Desvantagens
- Exige experiência na utilização do equipamento
- Espessura de corte limitada pelo raio do disco
- Processo de instalação moroso da versão mais robusta (superfície de suporte
adequada)
- Necessidade de evacuar líquido refrigerante
- Custo elevado do equipamento e consumíveis
- Produz algum ruído e poeiras

b) SERRA COM FIO


- Equipamento consiste num grupo electrohidráulico que transmite movimento às
rodas motrizes, que impelem um cabo helicoidal diamantado (com anéis - “perlinas”)
de aço que, por abrasão no betão, realiza o corte
- A água passa na superfície de corte para arrefecer o cabo e arrastar os detritos de
corte
- Características semelhantes à serra de disco
- Necessidade de acesso às duas superfícies opostas da peça a cortar

Vantagens
- Corta facilmente betão armado
- Elevado rendimento de corte (reduzido pela existência de armaduras)
- Elevada versatilidade de adaptação ao uso e a ambientes de trabalho
- Equipamento silencioso, não provoca vibrações nem poeiras (devido à água de
arrefecimento)
- Superfície de corte lisa, sem necessidade de trabalhos adicionais e sem afectar o
betão adjacente
- Rigor e precisão de corte
- Permite cortes em todas as direcções numa amplitude de 360º
- Sem riscos de fissuração
- Seguro para o pessoal
- Preço competitivo para grandes áreas de corte
Desvantagens
- Exige experiência na utilização do equipamento
- Exige equipamento auxiliar de corte para passagem do cabo
- Processo de instalação moroso
- Custo elevado dos consumíveis
- Necessário evacuar o líquido refrigerante

c) CAROTAGEM
- Motor eléctrico - movimento de rotação a um cilindro metálico oco com uma coroa
diamantada na sua extremidade exterior
- Execução de furos tangentes delimita bloco de betão, posteriormente removido
- Necessidade de refrigeração constante
- Versátil, permite utilização em superfícies horizontais, verticais e curvas
- Eficiência aumenta proporcionalmente à relação área a demolir / perímetro da área a
demolir

- Demolição parcial de superfícies relativamente grandes

Vantagens
- Não tem riscos de fissuração
- Manipulação simples
- Equipamento silencioso não causando vibrações
- Grande precisão de corte
- Secção de corte lisa
- Permite obter secções circunscritas para concentração de tensões
Desvantagens
Furação limitada pelo comprimento e diâmetro da broca
- Baixo rendimento / preço elevado
- Processo moroso
- Necessidade de evacuar o líquido refrigerante

CORTE COM CARBORUNDO


Equipamento recorre a grãos de carborundo (carboneto de silício) fixos a um ligante
de
baquelite, rigidificado com várias camadas de nylon

Propiciam corte mais lento


Obrigam a substituição muito rápida por desgaste intenso

Aplicações idênticas às ferramentas diamantadas


- Pouca aplicação em demolições

JACTO DE ÁGUA (hidrodemolição)


Energia é fornecida por ar comprimido, que impulsiona a água através de bomba de
alta pressão

Vencer com a pressão do jacto de água a resistência da argamassa de betão à tracção



desagregada e arrastada

deixa soltos os inertes de maiores dimensões, que caem e são arrastados

Vantagens
- Ausência quase total de poeiras e vibrações
- Corte relativamente preciso
- Betão adjacente ao corte é pouco afectado
Desvantagens –
- Equipamento caro
- Corte difícil de peças armadas
- Lentidão
- Necessidade de evacuar água e detritos
- O pessoal deve estar protegido contra a projecção de detritos
- Grandes fendas nos elementos a demolir podem causar perdas de rendimento
consideráveis
- Necessidade de produzir in situ uma grande pressão

JACTO DE ÁGUA E AREIA


Solução de jacto de areia - altamente poluente - não é promissora

- Junção de areia quartzosa de granulometria de 0.5 a 1.5 mm aumenta


significativamente o poder abrasivo da hidrodemolição
- Permite cortar armaduras, sendo de evitar no caso de trabalhos de reabilitação
- Alternativa à hidrodemolição na demolição de peças de betão armado (mesmo com
taxas de armaduras muito elevadas)
- Mais onerosa que a hidrodemolição, sendo semelhantes as restantes características
Factores a considerar na selecção da técnica
de demolição
- Tipo de estrutura e restantes materiais não estruturais
- Localização do edifício (meio urbano ou rural)
- Distância e tipo de ocupação dos edifícios vizinhos
- Altura do edifício a demolir
- Tipo de terreno
- Prazo de execução
- Regulamentos municipais
- Localização das redes de infra-estruturas
- Limitação de custos
- Equipamento disponível
- …

Técnicas mais adequadas

Construções anteriores ao betão armado


- Equipamento mecânico (desde ferramentas manuais a equipamentos mais pesados
ligados a lanças articuladas), elemento a elemento, com grande incidência de mão de
obra.
Edifícios de pequeno porte
- Tracção de cabos/ bola de grande massa
Construções térreas e R/C de edifícios multi-pisos
- Pá de arrasto
Construções de betão armado
- Equipamento mecânico (mais potente) – em geral a melhor técnica
Edifícios de grande porte com espaço livre no contorno
- Explosivos
Edifícios muito pequenos
- Pá de arrasto e bola de grande massa
Demolições localizadas
- Corte diamantado / Hidrodemolição
Reabilitação / Reconversão (limitações pó, ruído, vibrações)
- Corte diamantado
- Hidrodemolição
- Lança térmica
Demolição selectiva / Reciclagem ⇩Demolição elemento a elemento
(evitar explosivos, bola de grande massa, pá de arrasto e tracção de cabos)

Ciclo de demolição
FASE 1
Escolha do Empreiteiro
FASE 2
Avaliação da situação estrutural
FASE 3
Licenças a obter
FASE 4
Corte de Serviços
FASE 5
Montagem do estaleiro
FASE 6
Estrutura de contenção da fachada
 Preservação do valor arquitectónico e patrimonial
(imposição camarária);
 Cintagem;
 Tamponamento dos vãos;
 Ligação da estrutura à fachada;
 Escoramentos.

PROCESSOS E SEQUÊNCIA DA DEMOLIÇÃO


Os elementos resistentes são demolidos por ordem inversa à da construção:
- dos pisos superiores para os pisos inferiores;
- retirando as cargas que solicitam cada elemento resistente antes de o demolir;
- retirando as cargas das lajes de forma simétrica;
- escorando os elementos em consola (caso seja necessário);
- contraventando e/ou anulando as componentes horizontais em arcos e abóbadas;
- demolindo as estruturas hiperestáticas, por forma a implicar menores flechas,
rotações e deslocamentos.

Especial atenção ao facto de serem demolidos os elementos resistentes: todos os elementos


suportantes só são retirados quando todos os elementos suportados já foram removidos ou foi
garantido novo apoio!!

Processo ideal para utilizar em edifícios antigos.

Processo de demolição manual (com a utilização de pequenas ferramentas), desmantelamento


através de equipamento mecânico, corte diamantado e processos térmicos (ideal para o betão
armado).

Estrutura de contenção da fachada e redes de protecção


Para manter a fachada, recorre-se à instalação de uma estrutura provisória de
contenção que a mantenha e impeça qualquer deslocamento horizontal
ou vertical.
A estrutura provisória desenvolve-se na vertical até atingir a altura da fachada a
conservar, sendo constituída por treliças metálicas de perfis INP.
Colocam-se ainda redes de protecção.

PROCESSOS E SEQUÊNCIA DA DEMOLIÇÃO (II)


- Retirar o equipamento industrial ou electromecânico
- Retirar todos os elementos que não fazem parte da estrutura do edifício
- Demolição de elementos salientes existentes na cobertura
- Demolição do material de revestimento na cobertura;
- Demolição da estrutura da cobertura
- Demolição dos tabiques de alvenaria de apoio da cobertura;
- Demolição do material de enchimento para formação da pendente em coberturas;
- Demolição de cabos, tirantes e escoras em coberturas.
- Demolição da laje de esteira;
- Demolição do 1.º piso habitado;
- Escoramento de consolas, arcos, abóbadas, bem como todos os elementos que
possam ameaçar colapsar ou estejam degradados.
- Demolição de revestimentos em paredes, pisos, tectos e escadas. Retirar todos os
elementos pertencentes a carpintaria e serralharia, bem como tectos falsos;
- Demolição de tabiques e/ou paredes divisórias;
- Demolição da laje do piso e das abóbadas (caso existam);
- Demolição de vigas (quando existam).
Repetição em todos os pisos, tendo em atenção que a caixa de escadas deve ser sempre o
último elemento a demolir num piso.
- Demolição dos elementos de suporte vertical
- Demolição do último troço de escada;
- Escoramento de consolas, arcos, abóbadas, bem como todos os elementos que
ameacem colapsar. Repetição do procedimento até ao último lance de escadas.
- O escoramento das construções vizinhas é feito ao nível das lajes dos pisos que
garantam o escoramento eficaz e deve ser feito quando já só restar o soalho do piso
imediatamente abaixo;
- As fundações do edifício só são retiradas em simultâneo com a execução da
escavação para a construção do novo edifício.
- Demolição de muros de suporte de terras;
- Demolição de fundações.
Antes de se começar com a escavação, é necessária a execução de micro-estacas sob
a fundação da fachada, prevenindo um possível assentamento.
Depois de tudo estar demolido, recorre-se à escavadora para carregar os entulhos nos
camiões que os levam para o vazadouro.
- ÚLTIMA OPERAÇÃO: limpeza do passeio e remoção dos últimos andaimes.

ESCORAMENTOS DOS EDIFÍCIOS VIZINHOS


Com bastante frequência os edifícios vizinhos são em alvenaria tradicional
apresentando precariedade ao nível estrutural.
- os edifícios deste tipo apresentam um estado de tensão que não é independente do
confinamento da sua envolvente;
- possibilidade de causar derrocadas localizadas ou globais, podendo provocar
acidentes;
- necessidade de prever sistemas de escoramento, mantendo as condições de apoio
que o edifício demolido garantia.

Bastante importante será evitar que as cargas no contacto entre o


sistema de escoramento e os edifícios existentes sejam pontuais.

LAJES
- Escoramento dos elementos de balanço ou com flechas excessivas. Proceder à sua
demolição assim que possível;
- Cuidados com as zonas junto a instalações sanitárias, canalizações e chaminés.
- em lajes vigadas tradicionais armadas em cruz, são efectuados por cortes, por forma
a que os blocos resultantes sejam compatíveis com a capacidade das gruas;
- os cortes começam no centro do painel (que tem de ser escorado), evoluindo para a
periferia em espiral;
- os troços são desligados de forma semelhante à efectuada nas lajes armadas numa
só direcção.

VIGAS
- Aplicam-se as mesmas regras aplicadas nas lajes vigadas tradicionais armadas numa
só direcção.
PILARES E PAREDES
- Após o corte dos elementos verticais não se devem deixar tombar com violência
sobre o pavimento.

FASE 7
Remoção de materiais para reciclagem
objectivos:
- impedir a proliferação dos depósitos de entulho;
- economia de matérias-primas;
- necessidade de proceder à selecção e separação dos materiais;
- possibilitar o reaproveitamento de certos materiais;
- apenas os materiais não recicláveis e não poluentes devem ser enviados para
aterros.
Em Portugal, os resíduos resultantes de demolição são levados, quase na
totalidade, para os denominados vazadouros. Deste modo, é fundamental abordar o
ambiente e o processo da reciclagem.
FASE 8
Trabalhos finais.
concluído o processo de demolição do edifício é necessário:
 fazer nova vistoria aos edifícios vizinhos;
 confrontar o seu estado com o relatório de inspecção feito antes da demolição;
 apurar os estragos provocados pela operação de demolição;
 os danos causados são da responsabilidade da empresa de demolições.
Capítulo 3 – Contenção Periférica
Parte da estrutura cuja função é a de conter o terreno
na periferia da construção

SÃO CADA VEZ MAIS UTILIZADAS:


• pela valorização dos terrenos nos grandes centros;
• pela obrigatoriedade de se criarem espaços para estacionamento automóvel;
• pela manutenção da circulação automóvel durante e junto à construção;
• pelo aumento da procura de espaços comerciais;
• pela maior diversidade de soluções tecnológicas.

Designação, campo de aplicação e tipologias


Designação
Elementos de contenção de grande rigidez perpendicularmente ao seu plano,
constituídos por paredes ancoradas (numa fase provisória) ou não.

CORTINAS DE ESTACAS-PRANCHA
Elementos de contenção metálicos recuperáveis pouco rígidos no seu plano (têm de
ser escorados no topo ou a vários níveis).

CORTINAS DE ESTACAS MOLDADAS:


Elementos de contenção constituídos por estacas ancoradas ou não.

PREGAGENS:
Elementos de contenção de muito pequena rigidez perpendicularmente ao seu plano,
constituídos por paredes pregadas geralmente com varões de aço ordinário.

POÇOS OU PEGÕES
Elementos de fundação de elevada secção transversal e reduzida esbelteza,
susceptíveis de serem utilizados para contenção, eventualmente servindo de
contrafortes a paredes de betão armado.

MUROS DE BERLIM
Elementos de contenção de pequena rigidez perpendicularmente ao seu plano,
constituídos por perfis verticais, em geral metálicos, entre os quais é colocada a
entivação em madeira.
MUROS DE MUNIQUE
Elementos de contenção de pequena rigidez perpendicularmente
ao seu plano, constituídos por perfis metálicos cravados no
terreno na vertical, sendo o espaço entre eles preenchido de
forma contínua com betão armado.

CONJUGAÇÃO DE SOLUÇÕES
Exemplo: Muro de suporte em betão armado e cortina de
estacas

Escolha do tipo de contenção


A escolha do tipo de parede de contenção depende de vários factores,
nomeadamente:
- características do terreno (peso específico, coesão, ângulo de atrito interno, posição
do nível freático, ...);
- necessidade de impermeabilização;
- limitações construtivas - local de implantação, análise da envolvente (construções
vizinhas e circulações de trânsito a considerar), espaço disponível para execução da
solução construtiva, meios disponíveis;
- solicitações da estrutura (contenção provisória ou definitiva);
- economia;
- tempo de execução.

PAREDES MOLDADAS
Vantagens
- método que pode ser utilizado praticamente em qualquer circunstância (mesmo com
nível freático elevado, percolação de água e/ou terrenos incoerentes ou moles)
- é possível atingir elevadas profundidades
- boa garantia de estanqueidade à passagem de água do exterior
- permite grande maleabilidade na programação da obra (painéis)
Desvantagens
- em terrenos rijos, a execução é mais difícil e conduz a menores rendimentos
- exigem equipamento e mão de obra especializados
- exige grande espaço de estaleiro
- solução relativamente onerosa - lamas bentoníticas (fabrico, recuperação e
reciclagem) / recurso a ancoragens na fase provisória)

CORTINAS DE ESTACAS-PRANCHA
Vantagens
- facilidade em trabalhar abaixo do nível freático e mesmo dentro de água
- oferecem ao terreno superfícies contínuas
- são praticamente estanques à água e a terrenos muito coerentes
- é possível recuperar as estacas
Desvantagens
- a cravação das estacas pode originar muito ruído e vibrações, assim como a
danificação da própria estaca
- têm problemas de corrosão a longo prazo
- é difícil garantir a verticalidade e as consequências da não verticalidade são difíceis
de corrigir
- não podem ser empregues em terrenos com camada ou blocos dispersos de rochas
MUROS DE SUPORTE EM BETÃO ARMADO
Vantagens
- solução económica
- não exige equipamento e mão de obra especializados
- propiciam acabamento aceitável, por serem cofrados interiormente
Desvantagens
- não permite profundidades elevadas
- mau desempenho para nível freático elevado, não garantindo por si sós,
impermeabilidade a longo prazo.
- exigem terrenos com alguma consistência
- os muros de grande porte são de difícil execução em terrenos limitados em área

CORTINA DE ESTACAS MOLDADAS


Vantagens
- é possível atingir elevadas profundidades
- pode-se dispensar o recurso a fluidos estabilizadores, caso o terreno seja coesivo
- não há vibrações importantes associadas ao processo de execução (excepto no
recurso ao trépano)
- existe uma grande variedade de diâmetros disponíveis
Desvantagens
- possibilidade de se dar estrangulamento em solos moles ou soltos
- é difícil garantir a verticalidade das estacas
- a entrada e/ou percolação de água pode causar anomalias no betão antes da presa
- exigem equipamento e mão de obra especializados

MUROS TIPO MUNIQUE


Vantagens
- economia (se as ancoragens forem substituídas por escoramentos)
- permitem em simultâneo a realização da escavação e a execução da contenção
- não exigem grande área de estaleiro nem pessoal e tecnologia especializados
- propiciam acabamento aceitável, por serem cofrados interiormente
Desvantagens
- processo muito moroso e fracos rendimentos diários em área
- mau desempenho para nível freático elevado, não garantindo por si sós,
impermeabilidade a longo prazo
- exigem terrenos com alguma consistência
- a cravação dos perfis metálicos pode produzir vibrações indesejáveis

MUROS TIPO BERLIM


Vantagens
- economia, sobretudo para contenções provisórias
- facilidade de manobrar e construir, com bons rendimentos diários em área de parede
- permite em simultâneo a realização da escavação e a execução da contenção
- não exige grande área de estaleiro nem pessoal e tecnologia especializados
Desvantagens
- mau desempenho para nível freático elevado, devido à percolação dos finos e à
erosão interna do solo; a água passa livremente entre os elementos
- exigem terrenos com alguma consistência
- estão relativamente limitadas em termos de profundidade
- a cravação dos perfis metálicos pode produzir vibrações indesejáveis
RECONHECIMENTO E PROSPECÇÃO GEOTÉCNICA
Antes do início de qualquer trabalho de fundações / contenção periférica, deve ser
efectuado o reconhecimento do terreno (estudo geológico) que permita identificar em
termos geotécnicos as formações encontradas, principalmente no que se refere a
características de resistência e deformabilidade.

Os ensaios mais frequentes são executados para determinação de


(i) coesão, (ii) ângulo de atrito interno e (iii) módulo de deformabilidade do terreno.
Os mais utilizados são:
- sondagens de furação
- ensaios de penetração (SPT – Standard Penetration Test)
- ensaios de corte

pás rotativas ou colheita de amostras para ensaios laboratoriais

- sondagens de penetração

penetrómetros dinâmicos ou estáticos tipo holandês

Os ensaios de sondagem deverão indicar a altura do nível freático. Devem ainda ser
analisadas as condições de circulação da água subterrânea, a natureza e localização
das formações aquíferas, níveis piezométricos e influência de marés de forma a poder
ser determinado o seu caudal.
Pretendendo-se executar elementos de betão enterrados, é prudente que a água
existente no solo seja analisada quimicamente para ser detectada a presença de
agentes químicos responsáveis pela deterioração do betão. Os ensaios devem ser
realizados sobre amostras colhidas no campo.

Introdução aos Muros de Berlim e Muros de


Munique
MUROS DE BERLIM
Solução de carácter provisório que surge na década de 20

MUROS DE MUNIQUE
Solução de carácter permanente que surge na década de 70

Ambos são soluções utilizadas como contenções periféricas de edifícios ou como


muros de suporte de taludes.

Muros de Berlim

CAMPOS DE APLICAÇÃO
Está muito ligado às vantagens e desvantagens relativas da técnica aliadas ao factor
custo que beneficia claramente este tipo de solução.
- solução utilizada em terrenos com alguma coerência, sem presença significativa de
água e sem edifícios susceptíveis a assentamentos na periferia da contenção;
- utiliza-se para contenção provisória, se não houver necessidade de contenção
definitiva (paredes de caves) ou se houver espaço para executar as paredes de caves
no interior da contenção, através de um processo mais económico (com cofragem
tradicional).

Vantagens
- economia;
- proporcionam espaço de manobra e permitem grandes avanços diários em termos de
área construída;
- aquando da realização das paredes definitivas, permitem dispensar as cofragens no
tardoz;
- permitem a realização da escavação em simultâneo com a execução da contenção;
- não exigem pessoal nem tecnologia muito especializada recorrendo a técnicas,
equipamento e “know-how” correntes;
- permitem uma escavação rápida e execução da superestrutura no seu interior;
- não exigem uma grande área de estaleiro ou acessos largos à obra.
Desvantagens
- apresentam um mau desempenho para nível freático elevado;
- não oferecem qualquer obstáculo à passagem da água contida no terreno a tardoz;
- exigem terrenos com alguma consistência;
- causam uma descompressão do solo, originando o assentamento das fundações das
construções vizinhas;
- a eventual cravação dos perfis metálicos pode introduzir vibrações nas construções
vizinhas;
- em termos de aproveitamento da área de implantação do edifício como área útil, a
espessura destas paredes precisa de ser somada à das paredes interiores definitivas;
- requerem cuidados na colocação dos elementos de entivação e estão limitados em
termos de profundidade.
MUROS DE BERLIM E MUROS
EQUIPAMENTO UTILIZADO
- máquina retro-escavadora para a realização da escavação;
- camiões para transporte de terras;
- trado de furação (introdução dos perfis; execução de ancoragens);
- bate-estacas para a cravação dos perfis por percussão;
- grua para a elevação e posicionamento dos perfis;
- macacos hidráulicos para a colocação em carga das ancoragens e na sua
desactivação;
- equipamento de serralharia e soldadura;
- serra eléctrica para acertos dos elementos de entivação;
- equipamento de injecção;
- ferramentas de utilização manual;
- poderá ainda ser utilizado equipamento de controlo dos processos construtivos,
nomeadamente inclinómetro, teodolito e alvos topográficos, células de carga,
extensómetros.

COMPORTAMENTO ESTRUTURAL
- inserem-se nas chamadas cortinas de entivação flexíveis, ou seja, aquelas que, pela
sua elevada deformabilidade, são influenciadas ao nível de cálculo pela interacção
solo-estrutura.

Consideram-se para o dimensionamento:


- Acções verticais e horizontais (impulsos do terreno e componentes vertical e
horizontal do pré-esforço nas ancoragens)
- Fundações (ficha dos perfis metálicos)
- o pré-esforço de cada ancoragem (e posição) é calculado através da resultante dos
impulsos do solo (determinadas pelos diagramas empíricos - Terzaghi/Peck) e da “área
de influência” da ancoragem;
- devido à existência de vigas de distribuição, a carga introduzida pelas ancoragens
nos perfis é homogénea;
- considera-se que o pré-esforço em cada ancoragem é dado pelos diagramas
empíricos, recorrendo-se a um modelo unidimensional de viga em meio elástico -
constantes dadas pelo método de Winkler;
- a ficha dos perfis metálicos cravados desde o início, contribui para a estabilidade.
Execução de muros de Berlim
TRABALHOS PREPARATÓRIOS
1. Determinação das características do solo
 terrenos suportados pela cortina e onde ela se apoia (resistência, peso
volúmico, teor de água, nível freático).
2. Projecto de contenção
 planta do terreno, definição da contenção, fases da escavação, definição das
acções de cálculo;
 relatório de reconhecimento geotécnico do local;
 levantamento de obstáculos, do estado de degradação de construções vizinhas.
3. Preocupações a implementar durante a construção
 condições meteorológicas;
 modificações do regime da água no solo;
 risco de esforços anormais;
 condições de segurança das construções vizinhas;
 interferência de trabalhos uns com os outros.

1ª FASE - Escavação geral


- Fase de preparação do terreno para todo o processo construtivo;
- Feita em toda a área do estaleiro até uma cota tão baixa quanto
as condições de fronteira o permitam, para assim definir a cota da
viga de coroamento (se viável, talude no centro).
- Tem como objectivo a regularização e limpeza do terreno;

2ª FASE - Introdução dos perfis metálicos


- Marcação (teodolito) e alinhamento do centro dos furos;
- Introdução dos perfis nos furos pré-escavados com o trado ou
através de percussão com um bate-estacas (afastados de 0.6-1.0 m);
- Várias funções: impulsos do solo, peso próprio da parede,
componente vertical da força da ancoragem.
- Limpeza do fundo do furo
- Selagem da ficha do perfil (últimos 2 m) com calda de cimento
e preenchimento da restante altura com areia.

3ª FASE - Execução da viga de coroamento


- Pelo menos um perfil horizontal a unir os perfis verticais;
- Objectivo: Assegurar a transmissão de esforços e garantir a ligação entre perfis,
evitando deslocamentos diferenciais.
- Procedimento muitas vezes ignorado (substituída pela 1ª viga de distribuição)
4ª FASE - Escavação e introdução dos elementos de entivação
- Escavação (retroescavadoras e equipamento manual):
 Vertical: entre 0.3 m a 1.5 m de altura por cada fase, consoante o terreno, a
água e as condições climatéricas;
 Horizontal: Banquetas a partir de uma certa profundidade (tirando partido do
efeito de arco)
- Colocação dos elementos de entivação (barrotes ou tábuas): à frente ou atrás do
banzo frontal, ou atrás do banzo posterior;
- A fixação pode ser feita por cunhas, atrito, aperto e engate.

5ª FASE - Execução dos escoramentos e ancoragens


- Função: controlo da deformação da parede e evitar a rotura dos perfis metálicos à
flexão;
- Sempre que possível escoramentos (solução mais económica, mas requer fronteiras
suficientemente próximas); --> Alternativa: ancoragens;
- Executa-se uma viga de distribuição, com 1 ou 2 perfis (afastados na vertical de
0.4-0.5 m) e implementa-se o método escolhido;

6ª FASE – Repetição dos passos anteriores nos diversos níveis

7ª FASE - Superestrutura e eventual remoção da entivação


- Se a superestrutura for executada encostada à contenção provisória, esta serve de
cofragem na face posterior;
- Se a superestrutura for executada afastada do muro de Berlim (tipicamente 1.0 m a
1.5 m), é necessário cofrar ambos os lados, aterrar e compactar o terreno nessa
distância;
- Pode-se ou não remover os elementos de entivação, preferindo-se a segunda devido
ao custo, tempo e perigo de causar danos no solo.

MÉTODO DE BERLIM (com sistema de ancoragem passiva)


- Cravação na vertical de um perfil metálico, o qual é ligado através de varões de aço
aos perfis metálicos da cortina
- Solução rápida e económica (prescinde dos cabos de
préesforço e de mão de obra especializada).

Variante
- Consiste em pregar espaçadores aos elementos de entivação e
ir forçando a penetração das tábuas no terreno pelo tardoz
dos perfis metálicos.
- Permite que não se perca na fase definitiva, o espaço útil
correspondente à contenção provisória
Muros de Munique
CAMPO DE APLICAÇÃO
Está muito ligado às vantagens e desvantagens relativas da técnica aliadas ao factor
custo que beneficia claramente este tipo de solução, quando comparado com algumas
das alternativas - paredes moldadas e cortinas de estacas moldadas.

- solução utilizada em terrenos com alguma coerência, sem presença significativa de


água e sem edifícios susceptíveis a assentamentos na periferia da contenção;
- se o terreno tiver uma área de implantação pequena e/ou fortes limitações de acesso
à obra.

Vantagens
- economia;
- por serem cofradas no seu interior, propiciam um acabamento aceitável, para alguns
tipos de ocupação dos pisos enterrados;
- permitem a realização da escavação em simultâneo com a execução da contenção;
- não exigem pessoal nem tecnologia muito especializada, recorrendo a técnicas,
equipamento e conhecimentos correntes;
- apresentam um bom rendimento, em termos de aproveitamento da área de
implantação do edifício como área útil;
- não exigem uma grande área de estaleiro ou acessos largos à obra.
Desvantagens
- apresentam um mau desempenho para o nível freático elevado;
- não garantem uma estanqueidade satisfatória a longo prazo;
- exigem terrenos com alguma consistência;
- causam uma descompressão do solo, originando o assentamento das fundações das
construções vizinhas;
- a eventual cravação dos perfis metálicos pode introduzir vibrações nas construções
vizinhas;
- processo muito moroso e fracos rendimentos diários em termos de área da parede.
EQUIPAMENTO UTILIZADO
- máquina retro-escavadora para a realização da escavação;
• camiões para transporte de terras;
• trado de furação (introdução dos perfis; execução de ancoragens);
• bate-estacas para a cravação dos perfis por percussão;
• grua para a elevação e posicionamento dos perfis;
• macacos hidráulicos para a colocação em carga das ancoragens e para a sua
desactivação;
• bomba e outro equipamento de injecção;
• misturadora para a preparação da calda de cimento;
• existência de estaleiro de armaduras;
• poderá ainda ser utilizado equipamento de controle dos processos construtivos,
nomeadamente inclinómetro, teodolito e alvos topográficos, células de carga,
extensómetros.

COMPORTAMENTO ESTRUTURAL
- inserem-se nas chamadas cortinas de contenção periférica flexíveis, ou seja, aquelas
que, pela sua elevada deformabilidade na fase construtiva, são influenciadas ao nível
dos esforços de cálculo pela interacção solo-estrutura.

Consideram-se para o dimensionamento: (A estrutura tem de ser dimensionada para


duas fases: provisória e definitiva.)
Acções verticais
 Fase provisória: perfis metálicos verticais dimensionados para a totalidade das
cargas;
 Fase definitiva: sapata corrida da parede dimensionada para a totalidade das
cargas;

Acções horizontais
 Fase provisória: dimensionamento da componente horizontal do pré-esforço
nas ancoragens;
 Fase definitiva: dimensionamento dos impulsos do terreno;

Viga de coroamento

Fundações
 São considerados como acções a carga vertical vinda de cima centrada com a
parede, o peso próprio da sapata e o momento na base devido aos impulsos de
terras.

- considera-se que o pré-esforço em cada ancoragem é dado pelos diagramas


empíricos, recorrendo-se a um modelo unidimensional de viga em meio elástico -
constantes dadas pelo método de Winkler;
- o pré-esforço nos diversos níveis de ancoragens varia ao longo de todo o processo
construtivo;
- se as fundações forem definitivas, têm de ser dimensionadas, normalmente com
sapata corrida ligada a vigas de fundação;
- na fase definitiva, os muros devem ser dimensionados como estruturas rígidas,
recorrendo a um modelo unidimensional e considerando o impulso em repouso.

Execução de muros de Munique


1ª FASE - Escavação geral
- Fase de preparação do terreno para todo o processo construtivo
- Tem como objectivo a regularização e limpeza do terreno
- Feita em talude (para o centro da área de implantação), até uma cota tão baixa
quanto as condições de fronteira o permitam (razões económicas), definindo a cota da
viga de coroamento.
- Importante garantir acessos ao interior da obra

2ª FASE - Introdução dos perfis metálicos


- Afastados entre si entre 1.5 m e 3.0 m, consoante o tipo de terreno, condições
climatéricas, geometria da contenção e capacidade das ancoragens adoptadas;
- “Ficha” de 2,0 m (abaixo da cota inferior das fundações);
- Verificar se o posicionamento dos perfis não coincide com os pilares;
- Orientados com a direcção principal de inércia perpendicular ao terreno para
maximizar a sua resistência à flexão nesse plano;
- Devem ficar 50 cm acima do terreno (para a ligação à viga de coroamento)
- Selagem com calda de cimento (ficha) + areia

3ª FASE - Execução da viga de coroamento


- Função: solidarização dos perfis, para que funcionem em conjunto.
- Sequência:
1. Abertura de uma vala
2. Colocação de areia no fundo
3. Colocação da armadura
4. Cofragem da face exterior
5. Betonagem
6. Descofragem

4ª FASE - Execução dos painéis primários


1. Escavação do terreno
 Largura: distância entre perfis (mais uns centímetros)
 Altura: 1 pé-direito (em geral)
 Profundidade: 4 m (em geral)
2. Aprumo da escavação e aplicação de um dreno
 Permite regularizar a superfície → diminuição do consumo de betão e menor
variabilidade do recobrimento
 Garante separação do terreno e perfil para a colocação da armadura posterior
 Dreno: manta geotêxtil filtrante
3. Colocação de uma camada de areia e terra na base do painel (posteriormente
saneada com jacto de água);
 Impede infiltração do betão no terreno
 Colocação das armaduras de espera para nível inferior
4. Preparação e colocação da armadura;
5. Cofragem do painel
6. Betonagem do painel
 Manga ligada ao balde conduz betão até ao fundo
 Vibração simultânea
7. Descofragem do painel
 Em geral, 48 horas após betonagem
5ª FASE - Execução das ancoragens dos painéis primários
1. Execução do furo;
 Com trado (eventual entubamento e injecção de água em solos mais
incoerentes ou martelo de fundo em rocha)
 No final, limpeza do fundo com ar comprimido
2. Colocação da armadura no furo
3. Selagem da ancoragem
 Aplicada por gravidade / baixa pressão
 Funções: preenche vazios do terreno e espaço entre ancoragem e paredes do
furo
 Alguma protecção à corrosão às armaduras
4. Re-injecção da calda
 24h após a selagem
 Com pressão (até 40 kgf/cm2), para criar o bolbo de selagem – sistema IRS ou
IGU
 Repetição em intervalos de 24h
5. Aplicação do pré-esforço (3 a 7 dias depois)

6ª FASE - Execução dos painéis secundários


A sua execução é em tudo semelhante à dos painéis primários
únicas diferenças:
 Se possível, maiores larguras e sem ancoragens;
 Sem cofragem lateral.

7ª FASE - Execução dos painéis terciários


- A sua execução pode ser feita antes, depois ou em simultâneo com os painéis
primários e secundários do mesmo nível;
A sua proximidade permite prescindir de ancoragens em favor de um escoramento de
canto, que é feito através de perfis metálicos, encastrados, soldados ou aparafusados
a chapas chumbadas às paredes ou chumbados directamente às paredes.

8ª FASE - Execução dos painéis dos restantes níveis


- Após conclusão do 1º nível de painéis, realizam-se os restantes até à cota da
implantação da sapata de fundação do muro de suporte
- Se as condições do terreno o permitirem e se houver disponibilidade de recursos,
pode-se trabalhar simultaneamente em mais de um nível de painéis.

9ª FASE - Execução da sapata de fundação


- Concluída a execução do muro de suporte em toda a periferia da obra, até à cota de
implantação da sapata de fundação procede-se à sua execução;
- Execução em tudo semelhante à das fundações superficiais correntes, com especial
atenção para a colocação de um tubo dreno ao nível do fundo da escavação.

10ª Fase - Execução da superestrutura


- A execução dos pisos enterrados inicia-se com as fundações, depois os elementos
verticais e, por fim, as vigas/lajes dos pisos;
- Ligações das lajes às paredes:
1. Empalme das armaduras da laje em armaduras de espera (mantidas na sua
posição durante o processo ou desdobradas à posteriori);
2. Introdução das armaduras da laje em roços criados na laje através:
2.1 do processo de betonagem (espaço entre níveis);
2.2 de negativos de esferovite;
2.3 da abertura de roços a posteriori;
3. Varões chumbados com resina epóxida;
4. Ligações metálicas (placas ou cantoneiras).

11ª Fase - Desactivação das ancoragens


- À medida que as lajes dos pisos enterrados vão sendo ligadas às paredes, as
ancoragens deixam de ser necessárias (redundantes) e, por isso, procede-se à sua
desactivação;
- A desactivação é feita através de
(i) corte com maçarico ou
(ii) com o macaco, puxando um a um os cabos de pré-esforço e retirando as
cunhas e a cabeça de ancoragem.
- Razões para desactivar as ancoragens:
 Recuperação das cabeças (caras e até 3 aplicações)
 Evitar o risco de corte no futuro o que causaria danos na parede
 Evitar efeitos inestéticos no interior dos pisos enterrados
 Evitar problemas de vibração e sonorização (cabos em tensão)

VARIANTES AO PROCESSO CONSTRUTIVO

Muros de “Lisboa”
- Apresentam painéis mais largos que os muros de Munique, por serem dimensionadas
tirando o máximo partido do “efeito de arco” absorvido pelas banquetas adjacentes ao
painel em construção.

Muros de “Coimbra”
- Nesta variante aos muros de Munique, prescinde-se totalmente os perfis metálicos, o
que o torna um método menos dispendioso;
- Só utilizável se o terreno possuir características que lhe permita suportar as acções
para as quais se utilizavam os perfis.

Paredes tipo “Paris”


- Os perfis metálicos são substituídos por elementos pré-fabricados de betão armado,
já preparados com armaduras de ligação.

Muros com perfis tubulares


- Os perfis metálicos são substituídos por perfis tubulares, pois este tipo de secção
apresenta melhor capacidade de resistir ao esforço normal e de exigir um diâmetro de
furação menor.

RESUMO COMPARATIVO - MUROS DE BERLIM / MUNIQUE

Muros de Berlim Muros de Munique


Carácter Temporal da
Estrutura temporário definitivo

Natureza dos materiais Barrotes de madeira Betão armado


Empregues
Rapidez de execução e Execução lenta e fracos
Prazos de execução grandes avanços diários rendimentos diários

Impermeabilidade
nenhuma deficiente

Preço
Muito baixo baixo

ANALOGIAS
- Ambas as soluções são utilizadas como contenções periféricas de edifícios ou como muros de
suporte de taludes
- Ambos os tipos de contenção incluem a introdução de perfis metálicos no terreno não
exigem uma grande área de estaleiro ou acessos largos à obra
- Não necessitam de pessoal ou tecnologia muito especializada, recorrendo a técnicas,
equipamentos e conhecimentos correntes
- Permitem a realização da escavação em simultâneo com a execução da contenção
- Ambas as soluções recorrem a escoramentos ou ancoragens
- Exigem terrenos com alguma consistência

PATOLOGIA
ANOMALIAS (causa-efeito)
Os principais efeitos detectados nestes dois tipos de contenção periférica são a
humidade, o apodrecimento dos elementos de entivação (no caso dos muros de
Berlim) e a rotura da estrutura que leva consequentemente a assentamentos do
terreno.

Tais efeitos devem-se sobretudo à carência de uma drenagem eficaz das águas
superficiais no tardoz deste tipo de contenções periféricas.

MÉTODOS DE PREVENÇÃO

MUROS DE BERLIM
Antes de se iniciar a escavação, o solo deverá ser drenado ou serem criados poços
drenantes no tardoz; deve-se criar um canalete de pelo menos 5 cm de altura acima
do terreno circundante para o escoamento de águas superficiais; trata-se os
elementos em madeira com químicos para evitar a sua deterioração.

MUROS DE MUNIQUE
Na execução dos painéis, antes da colocação da armadura, deve-se colocar um dreno
de tardoz da parede, constituído por uma manta geotêxtil filtrante e uma camada
drenante em nylon; durante a execução da sapata de fundação, deve ser colocado um
tubo dreno ao nível do fundo da escavação.

Paredes Moldadas
- As paredes moldadas são elementos de contenção, construídos com recurso a lamas
bentoníticas, que permitem conter as paredes da escavação durante a fase de
execução.
- Estes elementos são executados enterrados, procedendo-se posteriormente à
remoção do terreno do interior da contenção.
- Para garantir a estabilidade das paredes durante a escavação, utilizam-se
ancoragens, na maioria das vezes, provisórias.

2) CAMPO DE APLICAÇÃO
Contenção periférica
 em terrenos de fraca coesão e com o nível freático elevado
 junto de construções existentes, muito susceptíveis a deformações,
principalmente se essas estruturas introduzirem tensões importantes nas
fundações e estas se encontrarem elevadas em relação ao piso térreo da nova
construção

- As paredes moldadas constituem uma barreira à penetração da água, devido à sua


constituição:
 painéis contínuos em profundidade com uma espessura considerável (> 40 cm)
- o formato das juntas entre painéis dificulta a passagem da água para o interior da
construção

Fundação
- As barretas são fundações profundas, constituídas por troços de paredes moldadas.
- As barretas são normalmente utilizadas em conjunto com as paredes moldadas,
podendo recorrer-se a estacas moldadas em sua substituição.

3.1) VANTAGENS
- permite várias frentes de trabalho
- bom comportamento sísmico
- ruído e vibrações reduzidos
- adapta-se a diversos tipos de terreno, mesmo com nível freático elevado
- não prescinde habitualmente de acabamento interior, mesmo em zonas como
garagens
- minimização da descompressão e deformação das construções vizinhas
- pode atingir profundidades elevadas
- estanqueidade à passagem de água para o interior da estrutura

3.2) DESVANTAGENS
- solução cara, principalmente devido ao uso das lamas bentoníticas e ancoragens
- dimensionamento condicionado pela fase provisória
- espessura mínima das paredes (40 cm) condicionada pelo equipamento e garantia da
verticalidade, pode provocar sobredimensionamento em construções pouco profundas
- ocupação de parte da área útil dos pisos
- exige grande espaço em estaleiro
- exige equipamento e mão de obra especializados
- a utilização da bentonite levanta problemas ambientais
- o processo pode ter de ser abandonado se existirem rochas no terreno
- se o firme rochoso estiver a grande profundidade e se se pretender a garantia de
impermeabilidade, esta solução pode ser antieconómica
4) EQUIPAMENTOS
4.1) Escavação
- O tipo de equipamento mais utilizado na escavação é o balde de maxilas, podendo
também ser utilizado outro tipo de equipamento, a hidrofesa (escavação por
circulação).
- Quando se utilizam baldes de maxilas e se encontra rocha, recorre-se ao trépano.
4.2) Estabilização das paredes do furo
- As paredes da vala são estabilizadas através do uso de lamas bentoníticas, pelo que
é necessário montar em estaleiro o equipamento para o seu fabrico e reciclagem.
4.3) Outros equipamentos
- trémie e camiões betoneira para a betonagem dos painéis
- martelos pneumáticos para proceder ao saneamento final dos painéis
- gruas para colocação das armaduras e tubos junta
- retroescavadoras para escavação do interior da contenção;
- trado contínuo (ou outro) e macacos hidráulicos para execução das ancoragens.

5) PROCESSO CONSTRUTIVO

5.1) Trabalhos preparatórios


- Campanha geotécnica
- Montagem do estaleiro
- Corte ou desvio de serviços
- Detecção de vestígios arqueológicos
- Planeamento de recursos
- Vistoria aos edifícios vizinhos (testemunhos e alvos topográficos)
- Montagem de tapumes
- Garantia de acessos à obra
- Abastecimento de água e electricidade
- Implantação prévia da obra e desvio de instalações enterradas
 Poços de inspecção
 Demolição de fundações de construções antigas
 Atenção a cabos eléctricos no perímetro do estaleiro

5.2) Escavação prévia eventual
- escavação prévia (até à cota da plataforma de trabalho)
 Profundidade é função de:
- Profundidade e estado de conservação das construções vizinhas
- O tipo de solo à superfície;
- Nível freático (mínimo: 1 m abaixo da cota superior dos muros guia)
- Acesso de equipamento por rampas (inclinação e largura aceitáveis)

5.3) Montagem das centrais das lamas


- montagem da central de fabrico e reciclagem das lamas bentoníticas.
 Constituída por:
- Central de preparação (tanques de mistura);
- Central de desareamento e reciclagem;
- Bombas e tubagens para circulação.
- Funções das lamas bentoníticas durante a escavação:
 Estabilização da escavação;
 Manter suspensos os detritos da escavação;
 As lamas devem:
- Permitir a sua fácil substituição pela massa de betão;
- Permitir reutilização (peneiração ou sedimentação dos detritos);
- Permitir bombagem.
- Características a controlar nas lamas:
 Densidade e viscosidade;
 pH;
 Percentagem de areia.
 Resistência do gel;
 Percentagem de bentonite.
- 2 propriedades importantes das lamas:
 Tixotropia
 ”Cake”

5.4) Execução dos muros-guia


- Características dos muros-guia:
 Estruturas de betão fracamente armadas.
 Betonadas contra o terreno
 Cofrados numa das faces
 Espessura de 0,15 a 0,20 m e altura de 0,80 a 1,50 m
 Afastamento entre muros = largura do painel mais uma folga de 5 cm.
- Funções dos muros-guia:
 Guiar o equipamento de escavação;
 Suportar as cargas e resistir aos impactos causados pelos equipamentos;
 Permitem criar uma zona de oscilação do fluido estabilizador;
 Permitem apoiar as armaduras (emendas);
 Apoio para mobilizar a reacção necessária ao arranque dos tubos de junta.

EXECUÇÃO
Escavação da vala ⇩Cofragem e armadura ⇩Betonagem
A largura da vala entre os muros é igual à espessura da parede (0,4 a 1,0 m), acrescida de 5cm
por forma a facilitar a introdução do equipamento.

5.5) Escavação
1. Sequência de execução:
 Contínua ou Alternada

2. Tipo de painéis:
 Arranque
 Continuidade (simples ou duplos)
 Fecho
3. Dimensões dos troços de escavação:
 Espessura: 0,4 m a 1,0 m;
 Largura dos troços: 2,0 m a 2,8 m;
 Comprimento: Altura total dos pisos enterrados + 2,0 m a 2,5 m (“ficha”)
4. Equipamentos de escavação:
 por balde de maxilas.
 por circulação;

- À medida que se vai retirando terreno, vão sendo introduzidas lamas bentoníticas na
vala.
- Estas lamas possuem características tixotrópicas que lhes permitem estabilizar as
paredes da escavação.

BALDE DE MAXILAS
- A lama é bombeada para dentro da vala ao mesmo tempo que se escava.
- A escavação por baldes de maxilas é efectuada introduzindo o equipamento com o
balde aberto no furo, sendo este depois fechado e retirado, trazendo consigo uma
mistura de solo, água e lamas.
- Os baldes podem ser suspensos através de cabos ou de uma haste rígida “Kelly”. Em
qualquer das situações, há que ter em atenção a manutenção da verticalidade durante
a escavação.
- Na presença de rocha, é utilizado um trépano para provocar a desagregação do
terreno.

CIRCULAÇÃO
- Este tipo de escavação pode ser efectuada por circulação directa, em que a lama é
injectada sob pressão no interior da escavação, sendo recolhida junto ao fundo do furo
juntamente com os produtos da escavação.
- Uma outra possibilidade (equipamento Hidrofesa), consiste no lançamento da lama
por gravidade, sendo esta posteriormente aspirada, juntamente com os produtos da
escavação – circulação inversa.

Hidrofesa:
 Para desagregar o terreno (mesmo rocha) são utilizadas rodas de corte.
 Bomba de sucção

5.6) Colocação dos tubos-junta


- Os tubos junta funcionam como cofragem e possibilitam, através da sua forma, a
obtenção de uma parede relativamente impermeável.

- Fixação com cunhas de madeira


- Na execução em contínuo é sempre utilizado 1 tubo junta.
- Na execução em alternado são utilizados 2 tubos junta nos painéis primários e nos
painéis secundários não é necessário qualquer tubo junta.

5.7) Preparação e colocação das armaduras


- Previamente montadas no estaleiro (“gaiola”);
- Montagem a toda a altura do painel (emendas);
- Varões diagonais para rigidificar o conjunto;

- as fases de levantamento, transporte e colocação das armaduras, assim como a fase


provisória das paredes (antes de serem contraventadas pela estrutura no interior da
contenção) são condicionantes ao seu dimensionamento
- os espaçadores (forma cilíndrica) são colocados aquando da introdução da armadura
na vala
- as armaduras contêm negativos (metálicos), para posterior execução das ancoragens
e armaduras de reforço ao punçoamento
- as armaduras podem conter negativos (em geral, em esferovite) ou armaduras de
espera, para posterior ligação às lajes dos pisos;
- armaduras suspensas nos muros guia com varões
- o nível das lamas bentoníticas deve ser controlado durante a fase de introdução das
armaduras na vala

5.8) Betonagem
- Com auxílio de coluna de betonagem (trémie), de baixo para cima
- Trémie - troços metálicos com 1 a 3 m de comprimento e 15 a 25 cm de diâmetro
- Mergulhada 1 a 2 m no interior do betão – betão submerso
- Usar mais que uma trémie para larguras superiores a 5 m ou cantos
- Controlo do nível de betonagem com sonda
- Betão de elevada fluidez (facilita substituição da lama, preenche vazios nas paredes
da vala e intervalos entre varões e minimiza segregação) e com tempo de presa longo

- A betonagem é efectuada através de uma ou duas “trémies” (se a largura do painel


for superior a 5,0 m ou nas zonas dos cantos)
- O betão é compactado pelo seu peso próprio

5.9) Recuperação do tubo de junta


- Passadas 3.0 a 5.5 horas da betonagem, procede-se à recuperação do tubo de junta
com recurso a um macaco hidráulico, que reage contra os muros guia
- Todas as operações atrás descritas repetem-se ao longo do desenvolvimento da
parede

5.10) Saneamento da parte superior da parede


- Remoção do betão contaminado com lamas, terreno e água que tende a acumular-se
à superfície (40 cm)
- Para o efeito, pode ser removida, ainda com o betão fresco, a camada superficial ou
recorrer à demolição com recurso a martelos pneumáticos
- É necessário endireitar os varões

5.11) Execução da viga de coroamento


- Função: Solidarizar todos os painéis, para que “trabalhem” como um todo
- Os varões das paredes são empalmados na armadura da viga de coroamento,
devendo primeiro ser endireitados
- Cofragem escorada contra o terreno

5.12) Escavação do terreno


- A escavação é feita com retroescavadoras por fases, sendo cada uma correspondente
a um nível de ancoragem e escoramento
- As escoras são constituídas por perfis metálicos, chumbados nos painéis de canto
5.13) Execução das ancoragens e escoramentos
- Para execução das ancoragens, são feitas furos através de trado contínuo, ou por
roto-percussão através de varas e bit
- Em seguida, são colocados os cabos e é injectada (a baixa pressão) a calda de
selagem
- Quando a calda de selagem adquire a resistência necessária, é realizado o bolbo de
selagem através de um tubo plástico com manchetes - injecção com pressão -, e
aplicado pré-esforço, com recurso a macaco hidráulico
- São também colocados escoramentos, nos cantos ou entre paredes próximas, por
uma questão de economia

5.14) Construção da superestrutura


À medida que se vai construindo a estrutura no interior
da contenção, as lajes dos pisos vão servir de
contraventamento às paredes, podendo proceder-se à
desactivação das ancoragens e corte / desmontagem
dos escoramentos.

5.15) Desactivação de ancoragens


Para desactivar as ancoragens são cortados os cabos
de pré-esforço a maçarico ou puxam-se os cordões através de um macaco hidráulico,
por forma a libertar as cunhas, recuperando-se assim as cabeças da ancoragem que
podem ser reutilizadas.

5.16) Ligação das lajes à parede moldada


As ligações das lajes dos pisos enterrados às paredes podem ser fectuadas através das
seguintes formas:
 Varões de espera deixados nas armaduras da parede
 Chapas metálicas soldadas
 colocação de negativos, para posterior encastramento da armadura da laje
 execução de roços para empalme das armaduras
 selagem de varões de espera nas paredes

5.17) Pré-Fabricação
- Em alternativa às paredes tradicionais, pode-se recorrer a painéis pré-fabricados.
Estes são colocados na vala e selados na base com calda de cimento.
1. Escavação da vala com recurso a balde de maxilas e lamas bentoníticas
2. Introdução da calda através de espalhador
3. Colocação do 1º painel
4. Colocação dos restantes painéis
- A utilização deste tipo de painéis permite a aplicação de pré-esforço.
- Usadas em solos:
 Muito moles
 Com teores de água muito elevados
 Com elevada percolação

Vantagens
- Não há perdas de betão;
- Garante-se a verticalidade;
- O betão pode ser vibrado (melhora a compacidade).
Desvantagens
- Custos elevados;
- Difícil manuseamento devido ao peso do painel (cerca de 40 ton);
- Exigência de maquinaria pesada.

TIPOS DE PAINEIS PRÉ-FABRICADOS


Painéis de betão maciços
 Calda de selagem
 Colocação de um composto na face do painel
 Tratamento das juntas (water-stop)
Painéis de betão vazados
 Peso reduzido
 Necessita de betonagem.
6) PROBLEMAS CONSTRUTIVOS

6.1) Recupração de tubos junta


podem surgir problemas nesta fase dos trabalhos, devido à retirada precoce ou tardia
dos tubos junta; os tubos devem ser retirados na altura certa, de forma a que o betão
apresente uma certa resistência, mantendo-se no seu lugar e não aderindo ao tubo
junta.

6.2) Desaprumo entre painéis


Podem existir problemas de verticalidade aquando da escavação e colocação dos tubos
junta, podendo resultar no desaprumo entre painéis.
(solução pode ser manter o tubo junta no interior da parede)

6.3) Outros Problemas


- sobre-espessamento das paredes abaixo dos muros guia
- deficiente recobrimento das armaduras
- irregularidade da espessura da parede
- fissuração da parede

Cortinas de estacas moldadas


- Cortina de estacas
parede descontínua de estacas pouco distanciadas entre si (podendo mesmo intersectar-se)
- Estacas moldadas
as estacas moldadas contra o terreno são aquelas em que é o próprio terreno que enforma as
estacas, independentemente de se utilizar ou não tubo moldador.

CAMPO DE APLICAÇÃO
- Elemento resistente de contenção periférica
- Elemento de fundação de estruturas

É bastante corrente o recurso a estacas moldadas servindo numa mesma obra como
solução de contenção periférica e fundações.

TIPOLOGIAS
- Espaçadas
- Tangentes
- Secantes

FASEAMENTO CONSTRUTIVO
- preparação da plataforma de trabalho
- eventual execução de muros-guia
- execução das estacas com a profundidade necessária, recorrendo a tecnologia
adequada, a partir da cota da plataforma de trabalho
- realização de ensaios nas estacas
- demolição da parte superior das estacas em betão armado
- execução da viga de coroamento
- realização do primeiro nível de ancoragens na viga de coroamento (se aplicável)
- realização de ensaios de recepção nas ancoragens
- Escavação até cerca de 0.5 m abaixo da cota do segundo nível de ancoragens /
tirantes, compatibilizada com o projecto de betão armado e colocação de malhasol
- Execução da viga de distribuição
- Realização de ancoragens / escoramentos e realização de ensaios de recepção nas
ancoragens
- Execução dos restantes níveis de escavação, vigas de distribuição e ancoragens,
segundo o processo acima referido
- Conclusão da escavação até à cota da fundação correspondente à profundidade
máxima definida no projecto de estabilidade
- Execução de drenos sub-horizontais
- Execução do revestimento definitivo, conforme projecto (betão projectado, painéis
pré-fabricados, paredes de alvenaria, …)

3) PROCESSOS EXECUTIVOS CORRENTES


Estacas moldadas:
 Com tubo moldador
– Perdido
– Recuperável
 Sem tubo moldador
– Trado curto
– Trado contínuo
– Lamas bentoníticas

PREPARAÇÃO DA PLATAFORMA DE TRABALHO


- Desmatação e decapagem da área de implantação das estacas
- Nivelamento do terreno envolvente
- Implantação topográfica das estacas

Com tubo moldador recuperável


- Implantação do eixo da estaca
- Início do furo pelo equipamento de furação, ainda sem recurso a entubamento
- Colocação do tubo (pé de coluna) e aferição do seu posicionamento
- Continuação da furacão com trado curto ou balde suspenso na vara telescópica,
devendo o mastro da máquina estar devidamente verticalizado
- Remoção do material fragmentado resultante da furacão, por meio de baldes de
fundo rotativo (areias) ou grab
- Colocação da armadura dentro do entubamento, com recurso a meios de elevação
necessários, incluindo os espaçadores necessários
- Betonagem da estaca

Com recurso a trado contínuo


- Implantação topográfica das estacas e posicionamento da máquina
- Furacão com trado contínuo que, formado por uma hélice que se desenvolve ao
longo de um tubo central de 10 cm de diâmetro, é introduzido no terreno de uma só
vez, com saída do material escavado à superfície do solo (efeito do parafuso de
Arquimedes)
- Atingida a profundidade necessária, a betonagem é executada a partir do fundo do
furo; paralelamente, é necessário que se proceda à elevação da hélice (sem rotação)
- Terminada a betonagem, e imediatamente após a sua conclusão, procede-se à
introdução da armadura, utilizando prato e tubo acoplado a vibrador, os quais
ajudarão a descida dessa armadura pelo betão mantido ainda fluido, para além do
próprio peso da armadura.

Com recurso a lamas bentoníticas


- Montagem e instalação da central de fabrico, distribuição, recuperação e reciclagem
das lamas bentoníticas
- Após a implantação topográfica, inicia-se a furação
- Através de sucessivos movimentos de introdução e extracção do balde escavador no
furo, o terreno é progressivamente extraído
- Durante este processo a lama bentonítica é mantida no furo e estabiliza-o
- Colocação da armadura e betonagem
- O preenchimento do furo, com betão, será efectuado até à cota definida no projecto,
acrescida de cerca de um diâmetro, altura correspondente à cabeça da estaca
destinada a ser cortada e saneada para integração no maciço de encabeçamento

4) Após a execução das estacas


- Saneamento
- Viga de coroamento
- Escavação da cortina
- Ancoragens
- Drenagem
- Abóbadas de betão projectado
Estacas – prancha

- elemento de contenção geralmente metálico


- utilizadas em solos c/ níveis freáticos altos, garantindo alguma estanqueidade
- recuperáveis ou não, caso tenha carácter provisório ou definitivo
- elementos pouco rígidos no seu plano
- em situações definitivas, são usualmente escoradas / ancoradas no topo ou em
vários
Níveis

Para garantir uma boa instalação da estaca-prancha (EP), previamente é necessário:


- avaliação das condições locais (construções vizinhas, abastecimentos de energia, ..)
- avaliações da condições topográficas e geológicas e das condições do solo
- escolha das características e secção das EP

CAMPO DE APLICAÇÃO
Contenção periférica aplicável em praticamente todo o tipo de terreno,
independentemente da posição do nível freático
Em solos c/ alguma coerência, s/ ocorrência de quantidade significativa de água e acima do NF,
opta-se por contenções mais económicas, as paredes tipo Berlim

APLICAÇÕES
- Contenção de terras
- Muros de suporte
- Revestimento de taludes
- Obras hidráulicas e marítimas/fluviais (ex: ensecadeiras)
- Alinhamento da orla marítima

São normalmente utilizadas como barreiras estanques em obras marítimas, não


deixando que a água entre para o interior da obra.

A sua aplicação é limitada quando se encontram blocos de pedra, rochas duras,


grandes blocos que impedem a sua penetração / cravação.

TIPOLOGIAS

Estacas-prancha c/ elevada inércia


– utilizadas para a execução de cortinas,
podendo ser encastradas no pé ou apoiadas num
ou mais níveis de ancoragem, escoras ou tirantes
- Apresentam maior rigidez à flexão por terem
uma forma composta e não plana

Estacas-prancha de alma recta


- utilizadas para a execução de recintos fechados,
células cilíndricas ou compartimentadas, onde a
solicitação principal é de tracção e não de flexão.

Vantagens
- solução de contenção de execução rápida
- praticamente estanque nas juntas, criando uma barreira entre a água e o terreno
- união fácil entre perfis
- facilidade em trabalhar abaixo do NF e mesmo dentro de água
- a recuperação das estacas com a sua extracção quando a solução não definitiva
Desvantagens
- equipamento de cravação muito pesado
- ruído e vibrações na cravação por percussão
- solução de contenção cara
- problemas de corrosão a longo prazo
- difícil garantir a verticalidade
- a cabeça da estaca fica danificada quando cravada
- não são aplicáveis em solos com estratos rochosos

Estacas-Prancha Muros de Berlim


estacas recuperáveis caso a solução não
geralmente os perfis não são recuperáveis
seja definitiva

consegue trabalhar abaixo do NF e dentro solução usada em solos coerentes e com


de água NF profundo;

solução mais cara solução de baixo custo

oferece pouca estanqueidade nas


oferece maior estanqueidade nas juntas
juntas

3) MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
- estacas-prancha (várias secções e geometrias)
- perfis metálicos, quando a solução passa por uma cortina combinada
- ancoragens
- tirantes
- dispositivos de guiamento
- grua
- máquinas de trado
- camiões de transporte das estacas-prancha
- equipamento de topografia
- compressor
- retroescavadora e niveladora
- bomba e equipamento de injecção de água
- equipamento de cravação (sistemas de percussão, vibração ou pressão)
- passadiço de apoio, para alinhamento das estacas e circulação de operários
- mãos para transporte vertical das estacas
- peça de união, que permite a ligação entre perfis
- capacetes de cravação, que evitam a danificação da cabeça da estaca

4) PROCESSO CONSTRUTIVO

4.1) Trabalhos preparatórios


- levantamento das condições topográficas
 descrição do ambiente local
 restrições de trabalho (ruído, vibração)
 proximidade de edifícios vizinhos
 serviços enterrados (redes)
- levantamento das condições geológicas
 características verticais do estrato do solo
 variação do NF
 resistência do solo
 natureza química do solo
 peso volúmico,...
- escavação superficial e geral
 preparação e regularização do terreno ao longo da cortina
 atingir a cota para a colocação do dispositivo de guiamento
 garantia do nivelamento horizontal do terreno após escavação
Este item é suprimido para locais aquáticos, obviamente.

4.2) Transporte das estacas para o local de cravação


- transporte do camião para o estaleiro das estacas-prancha
- armazenamento segundo comprimentos e secções (a elevação das estacas-prancha é
feita em determinados locais com o auxílio da grua)
- transporte das estacas-prancha do estaleiro para o local de cravação, em quantidade
suficiente

4.3) Colocação dos sistemas de guiamento


Os dispositivos de guiamento são essenciais para garantir:
 a correcta posição vertical e horizontal da estaca-prancha, durante a cravação
 o alinhamento longitudinal da cortina
Existem dois tipos de dispositivos de guiamento:
 vigas-guia
 mastro-guia

4.4) Cravação
Métodos de cravação
- percussão
- vibração
- penetração estática
- jetting
- furação e explosão
- vibroflutuação

O método de cravação é escolhido tendo em conta:


- as características do solo de cravação
- as restrições específicas da obra
- o prazo de execução
- a secção e geometria das estacas-prancha
- o equipamento disponível

SEQUÊNCIA DE CRAVAÇÃO DAS ESTACAS-PRANCHA


Existem as seguintes sequências de cravação:
- cravação estaca a estaca
- cravação por painéis
- cravação alternada
- cravação de painéis combinados

SISTEMAS DE DETECÇÃO DE DESENCAIXE NAS JUNTAS:


utilizados apenas em condições de maior risco de desencaixe – devido, por exemplo,
às condições geotécnicas – e quando o desencaixe possa ser particularmente gravoso
– por exemplo, em obras dentro de água.

4.5) Escavação e sistemas de sustentação


Após a cravação das estacas-prancha, procede-se à escavação do terreno, quando a
solução assim o exija, excluindo por exemplo os meios aquáticos.

Existem os seguintes sistemas de sustentação:


- ancoragens
- escoramento a outra cortina
- escoramento ao solo
- sistema de tirantes

4.6) Extracção das estacas


Em obras provisórias, e por serem soluções caras, as estacas-prancha são extraídas.

Técnicas de extracção:
1. Extractores por impacto (com o uso de um martelo pilão montado ao contrário)
2. Martelos vibratórios
3. Macacos hidráulicos
Medidas antes e durante a extracção:
1. Colocação de uma membrana entre o engate das estacas para reduzir o atrito
2. Avaliação da força de puxe, tendo por base os valores de cravação de cada
estaca, iniciando a extracção pelas que apresentaram menor resistência
3. Reforçar a extremidade superior da 1º estaca a ser extraída.
4. Jetting

4.7) Estanqueidade das juntas


O encaixe simples entre as estacas-prancha pode não garantir a
estanqueidade necessária entre as juntas.

Soluções:
- Aplicação de selante betuminoso ou hidro-expansivo
- Em casos especiais: Soldadura directa entre as estacas-prancha ou
soldadura de uma chapa complementar

5) INCIDENTES NA CRAVAÇÃO E PÓS CRAVAÇÃO


- Desvios na verticalidade
- Obstáculos na cravação
- Nega prematura
- Arraste de estacas já cravadas
- Deformação das estacas-prancha
- Desligamento das estacas-prancha
Solução de Escoramento entre duas cortinas opostas

Solução de tirantes entre duas cortinas opostas

Capítulo 4 – Fundações Directas


Fundações
Conjunto de elementos estruturais das construções, cuja finalidade é a de transmitir as
cargas da superstrutura ao terreno.
Dependendo das cargas da construção e do tipo de solo em que se apoiam, as
fundações podem ser
(i) superficiais ou directas - sapatas, ensoleiramentos
(ii) semi-profundas - pegões
(iii) profundas - estacas

OBJECTIVO
- Assegurar a ligação entre qualquer estrutura e o terreno
- Transferir as cargas das estruturas para o terreno.
- Elementos fundamentais na estabilidade das estruturas.
As fundações podem ser definidas como elementos estruturais de transição entre a
estrutura de uma construção e o terreno sobre o qual ela se apoia, a fim de transmitir
com segurança as solicitações oriundas da construção.

EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS
- Segurança e fiabilidade
- Durabilidade
- Utilidade funcional
- Economia

- Profundidade adequada
- Segurança em relação à rotura
- Assentamentos aceitáveis

SOLICITAÇÕES / CARGAS ACTUANTES


- O peso próprio da fundação
- O peso da construção
- Todas aquelas que podem actuar ao longo de sua vida útil (vento, sismo, etc.)

2) TIPOS E FUNÇÕES

2.1) Tipos de classificações


- Profundidade de transmissão de cargas - superficiais e profundas
- Método construtivo - métodos correntes e especiais
- Material de construção - betão, alvenaria, madeira, metálicas

Quanto à transmissão de cargas:


(i) superficiais ou directas D < 4B
(ii) semi-profundas 4B < D < 10B
(iii) profundas ou indirectas D > 10B
B - menor dimensão em planta
D - profundidade do plano de fundação
L - comprimento da sapata

2.2) Fundações directas – superficiais


A situação mais simples de fundação directa ou superficial, é o caso de uma sapata
isolada, com um pilar:
B - menor dimensão em planta
D - profundidade do plano de fundação
L - comprimento da sapata

As solicitações (cargas) são transmitidas ao terreno exclusivamente pela face inferior


do elemento de fundação e a pequenas profundidades.

Tipos de fundações directas:


a) sapatas isoladas;
b) sapatas contínuas;
c) sapatas agrupadas por vigas de fundação;
d) grelhas de fundação;
e) ensoleiramentos gerais (com capitéis, nervurados ou não).
a) SAPATAS ISOLADAS
- centrada
- excêntrica numa direcção
- excêntrica em duas direcções

Aplicação
- terreno com características constantes
- níveis de carregamento, pequenos a médios
- superstrutura sem exigências especiais, relativas a assentamentos diferenciais
- cargas concentradas e afastadas

b) SAPATAS CONTÍNUAS / CORRIDAS


- proximidade de várias sapatas isoladas num determinado alinhamento
- sapata em que L >> B (na prática, L > 10B)
- cargas distribuídas por elementos de painel

Aplicação
- fundação de uma parede / núcleo
- fundação de um muro de suporte
- terrenos não uniformes
- níveis elevados de carregamento
- pouca capacidade resistente do terreno

c) SAPATAS AGRUPADAS POR VIGAS DE FUNDAÇÃO


- terreno não uniformes
- níveis de carregamento médios / elevados
- superstrutura com exigências especiais, relativas
a assentamentos diferenciais
- junto a sapatas excêntricas ou a muros de
suporte, cujas sapatas não estão auto-equilibradas
- em regiões sísmicas

d) GRELHAS DE FUNDAÇÃO
- Correspondem a vigas de fundação a ligar a
base dos pilares, prescindindo-se de sapatas
sob os mesmos.
- Podem constituir uma boa opção (p.e.
relativamente a sapatas agrupadas por vigas
ou aos ensoleiramentos gerais), quando as
cargas transmitidas pelos pilares são
pequenas, o nível freático é baixo e se
verifica uma (ou mais) das seguintes
situações:
 variabilidade das características do terreno de fundação
 sensibilidade da superestrutura a assentamentos diferenciais
 sismicidade da região
 existência de sapatas excêntricas ou de muros de suporte cujas sapatas não
estejam auto-equilibradas
e) ENSOLEIRAMENTO GERAL
- Correspondem a lajes de planta extensa (em geral, ocupam a área de implantação
do edifício) e espessura relativamente pequena.

Aplicação
- carregamentos muito elevados na totalidade ou em parte significativa da fundação
- terreno com características mecânicas elevadas apenas a grande profundidade
- terreno superficial fraco, mas susceptível de receber cargas

- rigidez da laje - uniformização de tensões transmitidas ao terreno


- superstrutura sensível a assentamentos diferenciais
- solução por sapatas isoladas ocupa mais de 50% da implantação
- nível freático próximo ou acima do piso térreo

Tipos de ensoleiramento geral


- espessura constante
- espessura variável
- laje aligeirada com vazios
- laje vigada (nervurada)

3) INFORMAÇÃO GEOTÉCNICA

Que tipo de fundação utilizar?


Para responder a esta pergunta torna-se necessário efectuar uma análise rigorosa ao
terreno, que terá as seguintes fases:
- reconhecimento do local e da região
- prospecção geotécnica - espessura e propriedades das diferentes formações do
terreno até uma que se saiba ter uma boa capacidade de carga; estudo dos níveis de
águas subterrâneas
- ensaios “in situ” e laboratoriais sobre amostras

 reconhecimento do local e da região


 recolha de documentação
 escolha da solução de fundação
- quando as características superficiais dos terrenos satisfazem as
exigências da natureza da obra, opta-se por fundações
directas/superficiais
- normalmente, não se usam fundações diferentes numa mesma obra.
- no entanto, dependendo das condições do terreno e do tipo da
estrutura, pode-se recorrer a soluções mistas através de juntas.

4) CRITERIOS DE SEGURANÇA
O mecanismo de interacção que ocorre entre o terreno e a estrutura de fundações
para transmitir as solicitações é considerado seguro quando se garante que:
 o solo não sofrerá rotura
 as deformações no terreno serão compatíveis com as deformações que a
construção admite
 os elementos estruturais das fundações não sofrerão colapso

A segurança de uma fundação de características correntes passa, entre outras


verificações, por:
 avaliação da carga admissível relativamente à rotura
 avaliação da carga admissível relativamente aos assentamentos

4.3) Verificação de segurança

Ensaio SPT (Standard Penetration Test)


- O SPT é um ensaio dinâmico que consiste em cravar no fundo de um furo de
sondagem, devidamente limpo, um amostrador normalizado
- O SPT foi desenvolvido em1927 e é hoje um dos ensaios mais correntemente
utilizados e o mais económico para obter informação sobre solos de fundações
- Estima-se que 85% a 90% das fundações convencionais nos EUA Usem o SPT. O
método foi estandardizado em 1958 como norma ASTM D1586

A cravação é feita recorrendo-se a um pilão com 63.5 kgf que cai livremente de uma
altura de ~76 cm, sobre um batente que por sua vez está ligado a um trem de varas,
cuja ponta é um amostrador normalizado

Fase 1
O amostrador é cravado 15 cm, registando-se o respectivo número de pancadas. A
esta fase correspondem em regra solos remexidos pelo que o valor obtido nesta fase é
meramente indicativo.

Fase 2
O amostrador é cravado mais 30 cm, sendo o resultado do ensaio SPT o número de
pancadas N obtido. Se após 60 pancadas, a penetração não atingir os 30 cm,
termina-se o ensaio medindo a penetração obtida.

Domínio de aplicação
Utilizado principalmente para a determinação das propriedades de solos arenosos.
Aplicável igualmente para argilas e siltes.
Processo Construtivo de Sapatas
1) PREPARAÇÃO DO TERRENO
- Registo de todos os elementos a preservar e eventual protecção de modo a evitar a
sua deterioração
- Limpeza do terreno e terra vegetal (decapagem), remover ou transplantar vegetação
existente.
- Recolha de informação sobre cadastro de infra-estruturas existentes, caso a obra se
localize em meio urbanizado
- Eventual desvio de instalações tais como condutas de esgotos, água ou gás, cabos
eléctricos, etc.
- Eventual demolição de construções antigas e suas fundações. Caso exista nível
freático elevado, deverão ser executados sistemas que possibilitem a execução da
futura escavação (ensecadeiras de estacas-prancha, rebaixamento do nível freático ou
congelamento da água do solo (pouco frequente))
- Caso o solo não apresente características satisfatórias para fundação ou circulação do
equipamento pesado, realizar técnicas de melhoramento de solos (adição de materiais,
compactação).

2) ESCAVAÇÃO GERAL
- Execução de escavação geral em conformidade com:
Cotas de projecto (cota de piso térreo descontada de espessura de revestimentos,
isolamentos, massame e enrocamentos)
Necessidades de acesso dos equipamentos para operações de movimentos de
terras
Equipamento: Retroescavadoras
- Pequenos acertos ou escavação localizada manual, com acessórios específicos (pá
para solos moles e martelo pneumático para solos duros) ou equipamento de pequeno
porte de maior precisão
- Deve recorrer-se a taludes para a execução da escavação para profundidades
superiores a 1.25 m.
- O ângulo dos taludes com a horizontal deverá variar com a natureza dos solos, entre
45º e 90º (rocha rija e sã).
- Para profundidades superiores a 2 m, é aconselhável a execução de patamares
intermédios com largura superior a 1 m e berma protegida para evitar
desmoronamentos.
- Na impossibilidade de realizar taludes (existência de arruamentos, edifícios vizinhos
ou pelo volume de terras a remover muito elevado) as paredes da escavação deverão
ser parcial ou totalmente entivadas e escoradas provisoriamente, deixando um espaço
livre de trabalho com 50 cm.
- É prudente contemplar sistemas de recolha e poços para recepção de águas que
afluem ao fundo da escavação para bombagem.

3) IMPLANTAÇÃO DA FUNDAÇÃO
- Colocar referencial a 1.0 - 2.0 m do
perímetro exterior. Este referencial
designa-se “cangalho periférico” e é
constituído por:
 Vigas ou tábuas de madeira,
dispostas horizontalmente e niveladas, fixadas a estacas curtas também de
madeira previamente cravadas no terreno, distanciadas entre si de cerca de 1.5
m
 Varões metálicos e tábuas ou barrotes fixos ao terreno
 Simplesmente, argamassa no terreno ou elementos já executados
- Marcação das faces dos elementos estruturais das sapatas
- Definição de alinhamentos com fios de nylon tensionados e amarrados a pregos,
cravados no cangalho
- A esquadria dos alinhamentos é garantida com teodolito, esquadro ou triângulo
- A localização no terreno é efectuada por intermédio de um fio-de-prumo, colocado na
intersecção dos fios
- Alternativa ao “cangalho” – cavaletes (tábua fixa a duas estacas de madeira cravadas no
terreno (mais erros)

4) ESCAVAÇÃO LOCAL
- Confirmar características do terreno à cota de projecto (exame visual e ensaios
normalizados)
- Escavação até cota de projecto mais 5 cm para betão limpeza
- Em função do tipo de solo:
 Escavação vertical com dimensões exactas (dispensa cofragem: rec,min = 70 mm;
rec,med = 100 mm)
 Escavação em talude deixando folga de 0.5m (exige cofragem)

5) BETÃO DE LIMPEZA
- Remoção de terreno desagregado, regularização e compactação manual ou mecânica
do fundo evita betão de limpeza em excesso
- Colocação de betão C12/15 (B15) em espessura de 5 a 10 cm
- Funções:
 Regularizar superfície do solo
 Evitar contacto directo do betão da sapata com o solo
 Criar base horizontal e limpa para colocação das armaduras e montagem das
cofragens
 Primeira barreira à humidade do solo

6) MONTAGEM DE COFRAGEM
- Cofragem perdida (alvenaria ou situações particulares em que não seja possível ou viável
recuperar o material)
- Cofragem recuperável (nota: raramente se utiliza cofragem racionalizada nova em sapatas
correntes devido à inexistência de exigências estéticas)

Cofragem corrente em sapatas:


Madeira (pinho, abeto, eucalipto)

Exigências:
- Elementos limpos e de geometria correcta, desempenados, e sem fendas ou rasgos
- Juntas suficientemente fechadas para evitar perda de material fino (a molhagem de
tábuas de madeira provoca o inchamento e a redução da dimensão das juntas)
- Resistentes/rígidas para manter a forma do elemento até ao endurecimento do betão
- Molhagem da superfície para evitar absorção de água de amassadura
- Caso se deseje a recuperação do material para reutilização deve ser aplicado óleo
descofrante (3x se desmontada e 10x caso não seja desmontada)

Montagem:
- De acordo com os projectos e detalhes de fabrico, tendo em atenção o
aproveitamento das peças de madeira
- União das peças de madeira com pregos, que deverão poder arrancar-se facilmente
quando da desmontagem
- Solidarização de painéis de cofragem opostos com esticadores (varões de f6 ou
8mm), fixados pelo exterior com castanhas (substitui e/ou complementa
escoramentos) - ponto privilegiado para a corrosão e deterioração.
- Montagem dos taipais, geralmente, efectuada no local de aplicação
- Escoras rigidamente ligadas entre si por travessas, de forma a trabalharem em
conjunto e não como elementos isolados
- Os trabalhos de cofragem devem contemplar todos os acessórios de apoio às
operações de betonagem e de garantia da integridade das armaduras

7) COLOCAÇÃO DE ARMADURAS
- Pré-montagem em estaleiro ou pré-fabricação é preferível à montagem no local
definitivo
 Diminui tempo de vala aberta e optimiza rendimentos
 Diminui detritos e inoperância do óleo descofrante
 A dobragem no local de aplicação não é permitida
 Local de aplicação: apenas execução de ligações entre armaduras ou
montagem de estribos até ao diâmetro de 12 mm
- Execução de acordo com projecto (mapa de armaduras) respeitando:
 Espaçamentos e sobreposição de varões
 Comprimentos de amarração
 Espaçamento
 Recobrimento
 Diâmetros interiores de dobragem mínimos

Pormenores:
- Espaçadores de argamassa
- Varões diagonais a rigidificar a malha de armaduras (sem amarração!)

- O transporte e armazenamento deverão ser realizados de modo que não afectem a


geometria e posicionamento dos varões.
- As armaduras deverão estar isentas de depósitos superficiais que prejudiquem a
aderência (óleo, gelo, pinturas, ferrugem solta e outros elementos).
- Para garantir o recobrimento, deverão ser previstos espaçadores solidarizados às
armaduras.
- Antes da colocação das armaduras, dever-se-á limpar o betão de limpeza de
eventuais detritos.
- Colocação de todas as armaduras de elementos contíguos ou respectivas armaduras
de espera (vigas de fundação, pilares)
- A ligação dos varões pode ser executada com arame de atar ou pontos de solda
- Os varões dos pilares poderão ser montados no local de aplicação ou na oficina do
estaleiro (transportados por grua).
- É mais simples e rápido “empalmar” o troço do pilar nas armaduras de espera
colocadas antes da betonagem da sapata. A verticalidade do pilar deve ser garantida
através de cangalho de fixação (4 elementos que confinam as 4 faces do pilar)

8) BETONAGEM
8.1) Produção de betão:
- Betão pronto
- Betão fabricado em obra

8.2) Transporte do betão em obra:


- Carros de mão - pequenas obras, distâncias pequenas;
- Carros motorizados (dumpers) – distâncias maiores, solo compacto;
- Balde (geralmente até 1 m3) transportado por grua ou outro equipamento de
elevação;
- Camiões betoneira (5 a 8 m3);
- Bombas de betão (300 m na horizontal e 35 m na vertical).

8.3) Colocação do betão:


- Precauções para não afectar posicionamento das armaduras
- Precauções por forma a evitar desprendimento de terras (caso de betonagens contra
terreno) e contaminação do betão com solo
- Temperatura preferencial entre 5ºC e 30ºC
- Evitar aplicação em queda livre para alturas elevadas (segregação)
- Colocação uniformemente distribuída (não amontoar material) em camadas
sucessivas (h < 30 cm)
- Betonagem simultânea de sapatas e vigas de fundação, e de forma geral, do maior
número de elementos possível para evitar juntas de betonagem (as juntas, quando
existam, devem existir em locais com esforços reduzidos)
- Tratar juntas de betonagem por aplicação de acessórios, raspagem de betão não
endurecido ou picagem caso o material tenha ganho presa

8.4) Compactação por vibração:


- Tem como objectivo retirar o ar contido na matriz, tornando o betão mais compacto
- Os vibradores devem ser introduzidos na vertical e a velocidade constante
- A “área de influência” considerada deve rondar os 0.5 m a 1 m
- Evitar vibrar espessuras superiores à do comprimento da agulha
- Respeitar a aproximação máxima da agulha à cofragem de cerca de 15 cm
- Tempos de vibração entre 5 a 30 s (pouco tempo introduz uma fraca compactação e
tempo excessivo provoca segregação)

9. CURA
- Cura do betão:
evita uma secagem excessivamente rápida e eventual fendilhação por retracção da
camada superficial de betão
- Técnicas:
 rega do betão (o mais corrente)
ou utilização de compostos de
cura
 protecção do betão com
membranas impermeáveis

Factores a considerar:
- Desenvolvimento de resistência do betão
(< tcura)
- Temperatura durante a cura (< tcura)
- Exposição solar (> tcura)
- Humidade relativa do ar (< tcura)
- Velocidade do vento (> tcura)

10) DESCOFRAGEM
Tempos de descofragem dependem de:
 Dimensões do elementos
 Tipo de cimento utilizado
 Condições ambientais

2 a 3 dias após betonagem é aceitável para que:


 Se evitem danos na superfície de betão durante a descofragem
 Os elementos suportem as acções a que estão sujeitos
 Não ocorram deformações excessivas

Principais regras de descofragem:


 Elementos de apoio e de aperto deverão ser aliviados ou retirados sem acções
bruscas
 Para destacar painéis utilizar cunhas de madeira (e não um pé de cabra)
 As arestas das peças betonadas deverão ser protegidas para não serem
danificadas
 Depois da descofragem, os elementos de cofragem e os elementos de fixação
deverão ser limpos de resíduos de betão

11) ATERRO
O aterro deve ser executado:
 Até à cota prevista em projecto (tendo em conta a espessura do piso térreo)
 Deverá ser precedida das operações de execução dos primeiros troços de pilar
 Solo compactado por forma a obter uma superfície nivelada e compactada

Processo construtivo de ensoleiramentos


1) ESCAVAÇÃO GERAL
2) ESCAVAÇÃO LOCAL
3) COMPACTAÇÃO DO SOLO E IMPLANTAÇÃO DE ELEMENTOS
4) CAMADA DE REGULARIZAÇÃO
5) COFRAGEM E ARMADURAS
6) BETONAGEM

Pegões
PEGÕES ou POÇOS → elementos de
fundação semi-directa
(estrato resistente a entre 6 e 10 m de
profundidade)

- elevada secção transversal


(normalmente > 1 m2)
- esbelteza reduzida (valores entre 5 e 8)
- secção transversal tipicamente quadrada ou circular

2) CAMPO DE APLICAÇÃO

2.1) Fundação
- terrenos com boa capacidade resistente a partir de entre os 6 e os 10 m de
profundidade
- preferencialmente em terrenos sem grandes dificuldades de escavação e quando não
existe nível freático
- estruturas pesadas
- quando se pretende evitar assentamentos significativos

2.2) Reforço de fundações (recalce)


- quando existe insuficiência da fundação
- intervenções sob (caves) ou perto de construções existentes.
(Abertura de poços para reforço da estrutura)

2.3. Paredes de contenção


Quando é necessário executar paredes de contenção muito próximas ou no
seguimento das paredes existentes, podem-se utilizar pegões para suporte da
estrutura, construindo-se paredes de betão armado entre estes para suporte do
terreno.

3) VANTAGENS
- Tecnologia simples
- Rapidez de execução
- Poucos ruídos / vibrações
- Facilidade em alargar a base sem pôr em causa a economia
- Dispensa maciço de fundação
- Substitui um grupo de estacas
- Grande capacidade de carga
- Percentagem diminuta de armadura
- Prescinde de revestimento ou cofragem
DESVANTAGENS
- Estrato resistente necessariamente perto da superfície (6 a 10 m)
- Desmoronamentos de vulto para o interior da escavação
- Grande movimento de terras
- Possíveis assentamentos de construções vizinhas
- Assistência técnica durante a execução
- Necessita de condições climatéricas favoráveis
- Risco não desprezável de vidas humanas no processo manual

4) MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
- Betão: ciclópico ou fluido
- Armadura: superficial (para prevenir uma eventual tendência para a fendilhação do betão
durante o seu processo de endurecimento)
- Lamas bentoníticas

Escavação: retroescavadoras, perfuradoras rotativas, tubo de revestimento, martelo


pneumático, picareta, pá de cabo curto (acerto).
Betonagem: camiões-betoneira, bomba de betão.

5) TÉCNICAS DE EXECUÇÃO

5.1) Fundação

Métodos arcaicos - Chicago


1. Escavação manual até à profundidade pretendida, com colocação de cofragem /
entivação
2. Limpeza do fundo do poço e sua compactação com um pilão manual
3. Colocação das armaduras (quando existem):
 devem ser escoradas para não sofrerem deformações durante a betonagem e
garantir um recobrimento elevado
 colocam-se também armaduras de espera para ligação à superstrutura
4. Betonagem através de tremonha que acompanha a subida do betão; a vibração
vai-se fazendo ao longo das betonagens por camadas
5. O escoramento é retirado, à medida que o betão vai assumindo uma função de
contenção do terreno

Métodos actuais
- Escavação - perfuração à rotação, com recurso a sondas rotativas de grandes
dimensões
Este método de escavação exige grande espaço de manobra, além de ser muito
dispendioso, aplicando-se apenas em grandes obras

- Contenção das paredes do furo: Recurso a tubo de revestimento ou lamas


bentoníticas para contenção das paredes do poço

5.2. Reforço de fundações (recalce)


Com aprofundamento do nível de contacto terreno-solo:
- execução de pegões com recurso a escoramento da estrutura existente.

1. Escoramento do edifício (fachada e nembos)


2. Colocação de vigas de distribuição com recurso a pré-carga para apoio dos nembos
3. Escavação com recurso a entivação dos terrenos
4. Colocação da armadura
5. Betonagem com recurso a tremonha
6. Execução da viga de transição.

5.3. Paredes de contenção


1. Escoramento da estrutura
2. Execução de poços com distâncias regulares entre si
3. Recurso (se necessário) a lintéis unindo os topos
4. Colocação de armaduras de espera para as futuras paredes
5. Escavação de forma faseada das zonas entre poços
6. Execução de paredes tipo “Munique” entre os poços
7. Se necessário, procede-se à ancoragem da parede.

Capitulo 5 – Fundações Profundas

Estacas

Processo de execução
- Cravadas
- Moldadas
 Execução sem tubo moldador
- Trado contínuo
- Trado curto
- Lamas bentoníticas
 Execução com tubo moldador
- Recuperável
- Perdido

Comportamento e modo de funcionamento


- ponta
- atrito lateral
- ponta e atrito lateral

Estacas de ponta – fundação rígida de 1ª ordem


- Mobilização de resistência na ponta da estaca, por compressão do solo;
- Terrenos atravessados pelo fuste da estaca de qualidade medíocre e terreno onde a
estaca se apoia, resistente e espesso
Estacas flutuantes
- Mobilização de resistência ao longo do fuste, por atrito ou adesão lateral;
- Resistência do terreno no apoio muito pequena relativamente ao terreno atravessado
pelo fuste da estaca (camada resistente a uma profundidade demasiado elevada);
assentamentos não desprezáveis
Estacas mistas – fundação rígida de 2ª ordem
- Mobilização de resistência ao longo do fuste e na ponta da estaca;
- Conjugação das duas situações anteriores

Perturbação do solo (estacas cravadas)


com grande perturbação (sem extracção de solo)
- pré-fabricadas maciças (betão e madeira)
- pré-fabricadas tubulares (metálicas) com ponta obturada durante a cravação;

com pequena perturbação (sem extracção de solo)


- pré-fabricadas tubulares (metálicas) sem ponta obturada durante a cravação;
- perfis metálicos (I, H);

Em geral, as estacas moldadas não causam perturbação no solo


(única excepção: utilização de tubo moldador obturado na ponta)

Material
Madeira, metálicas, betão armado, mistas
Geometria
Secção: circular, quadrada, hexagonal, Secção octogonal, tubular, H, I, composta, etc.

Posição
- estacas verticais;
- estacas inclinadas.

Disposição
- estacas isoladas;
- estacas em grupo.

Factores na escolha:
- Características da estrutura e valores das cargas a suportar
- Qualidade e durabilidade necessárias (importância da obra)
- Tipo de solos atravessados (coerência, blocos rochosos)
- Existência de água no terreno (nível freático, percolação, “dentro de água”)
- Profundidade de um estrato resistente
- Zona de implantação (meio urbano, meio rural,…)
- Possibilidade de transporte e manuseamento das estacas
- Tipo e estado de degradação das estruturas adjacentes
- Tipo de equipamento disponível
- Número de estacas a executar
- Custo

Estacas Cravadas
Processo pouco utilizado em Portugal:
- ruído, custo, vibração

VANTAGENS
- rapidez de execução
- limpeza da obra
- podem ser cravadas até à nega prevista
- o terreno na ponta fica compactado e em contacto com esta
- estáveis em terrenos sem auto-sustentação (argilas moles, lodos)
- possibilidade de serem recravadas quando sujeitas a levantamento do solo
- possibilidade de inspeccionar a estaca antes da cravação
- controlo da qualidade na execução da estaca
- resistência a ataques químicos
- o nível freático não afecta processo construtivo
- possibilidade de cravar grandes comprimentos
- possibilidade de execução através da água em estruturas marítimas
- podem ser instaladas a uma cota superior à do terreno
- podem aumentar a compacidade relativa da camada granular da fundação
- técnica de cravação e equipamento pouco dependentes das condições “in situ”

DESVANTAGENS
- mais onerosas;
- dificuldade na variação e ajuste do comprimento;
- poderem ser danificadas por excessiva energia de cravação;
- inadequadas em solos contendo elementos ou blocos duros;
- espaço em estaleiro antes da cravação;
- não poderem ser cravadas com grande diâmetro ou em condições de limitação do
pé-direito;
- provocam ruído e vibrações e deformação do terreno;
- perturbação do terreno que pode levar a reconsolidação e desenvolvimento de atrito
negativo nas estacas;
- subida (expulsão) de estacas anteriormente cravadas, quando a penetração da
ponteira destas estacas, na camada de apoio, não foi suficiente para mobilizar a
necessária resistência às forças de levantamento;
- levantamento e perturbação do terreno envolvente pode causar dificuldades e
ter repercussões nas estruturas vizinhas;

4) Estacas de Madeira

Edifícios antigos
- processo mais antigo e simples de fundações indirectas;
- Baixa Pombalina assente sobre estacas cravadas de madeira;
- utilização actual reduzida
 má qualidade do material;
 incremento das cargas nas estruturas;
- comprimentos dos troços - troncos de árvores (dificilmente > 12 m);
- posicionamento do tronco influencia a capacidade de carga da estaca:
 resistência lateral => estaca cravada com a parte mais grossa para cima;
 resistência de ponta => estaca cravada com a parte mais grossa para baixo.
- boa durabilidade e resistência ao choque;
- durabilidade influenciada pelo nível freático e humidade (fungos, insectos xilófagos -
térmitas e carunchos -, moluscos, crustáceos);
- tratamentos: produtos oleosos (creosoto), sais à base de zinco, mercúrio e cobre
(tóxicos e dissolvem-se com o tempo)

Capacidade de carga (para valores verticais)


Diâmetro Carga
(cm) (kN)

20 150
25 200
30 300
35 400
40 500

5) Estacas metálicas
- peças esbeltas
- muito resistentes
- aço laminado (I, H, tubos, etc.) ou soldado
- troços normalmente com comprimentos de 12 m
- emendas de troços por soldadura, com utilização de talas soldadas e talas
aparafusadas
- utilizados essencialmente como elementos de estruturas de contenção

VANTAGENS
- pouca perturbação do terreno (excepto secções tubulares com ponta obturada)
- fácil cravação em quase todos os tipos de terrenos
- prazos de entrega reduzidos (perfis de secção comercial)
- facilidade de transporte e manuseamento
- facilidade em executar emendas e cortes
- possibilidade de comprimentos diferenciados
- possibilidade de acoplagem de várias estacas
- elevada resistência à compressão, flexão e corte
- elevado controlo de qualidade
- profundidades de cravação elevadas
DESVANTAGENS
- encurvadura;
- ruído na cravação por percussão;
- vibração;
- reduzida resistência de ponta;
Nota: possibilidade em aumentar a área da ponta da estaca, aumentando a resistência.
- custo;
- corrosão;
Nota: Corrosão controlável por:
 decapagem e protecção com pinturas (à base de óxido de chumbo);
 sobre-espessura – em geral adopta-se 1.5mm (corrosão de 0.014mm/ano);
 protecção catódica;

6) Estacas pré-fabricadas de betão


- estacas em betão armado ou pré-esforçado;
- executadas em fábrica, sendo depois transportadas para o estaleiro;
- elevado consumo de cimento (460 a 550 kg/m3 de betão) e baixas relações a/c;
- betões de alta resistência (tipicamente, acima de B45, sendo normal B60);
- em fábrica, processo de compactação do betão por vibração (em geral) ou por
centrifugação (estacas circulares vazadas);
- dimensões das estacas de secção quadrada - de 200 mm a 400 mm.

VANTAGENS
- permitem comprimentos totais na ordem dos 50 m;
- armazenamento feito em fábrica, sendo expedidas de acordo com as necessidades da
obra;
- possibilidade de controlo da qualidade na fase de fabrico, incluindo a colocação de
armaduras e respectivos recobrimentos;
- elevada resistência a ataques químicos – durabilidade em geral;
- capacidades de carga desde 200 kN a 1500 kN;
- boa resistência tanto à compressão como à flexão (devido à armadura longitudinal);
- boa resistência ao corte (devido à armadura transversal, geralmente helicoidal);
- solução apropriada quando importantes camadas de solos de fraca consistência se
sobrepõem aos estratos escolhidos para fundação.
DESVANTAGENS
- Troços limitados a 12 m de comprimento (transporte);
- tempo de cura do betão elevado (excepção: cura acelerada por vapor);
- terrenos com seixo grosso / blocos rochosos;
- terrenos com camadas alternadas de maior e menor resistência (punçoamento);
- condicionadas pelas secções correntes;
- secções não correntes
 tempo de entrega mais elevado;
 comprimentos condicionados;
- cuidados especiais para o transporte e manuseamento (armadura condicionada pelo
transporte e não apenas pelas solicitações de cravação e de serviço da estrutura).

Execução de estacas cravadas


PROCESSOS DE CRAVAÇÃO

Percussão
- Bate-estacas com pilão de queda livre
- Martelo automático
 Pistão levantado pelo cabo do bate estacas e deixado cair, provocando o
mecanismo da bomba de combustível:
(i) Ao descer o pistão comprime o ar no interior do cilindro juntamente
com o óleo diesel
(ii) O impacto provoca a ignição do combustível e a explosão é
transmitida à estaca pela bigorna.
(iii) (iii) O pistão é então impulsionado para cima no momento do
impacto.

Vibração
Aplicação: Estacas metálicas (estacas-prancha, cravação de tubo moldador em estacas
moldadas)

- Devido às vibrações transmitidas ao solo e a obras próximas, hoje em dia a sua


utilização é restrita
Areias: auxílio de injecção de água (simples ou com bentonite) a alta pressão junto à
ponta da estaca
Argilas: pré-escavação com trados para minimizar vibrações e evitar levantamento do
terreno
Prensagem
Introdução de uma pressão na cabeça da estaca por macacos hidráulicos que reagem
contra uma plataforma com sobrecargas ou contra a própria estrutura
- Sem vibração
- Sem ruído
- Pequeno porte - maior flexibilidade de utilização
- Necessita de se fixar a um maciço ou a uma estrutura existente

NOTA: Solução inicialmente idealizada para reforço de fundações onde não havia pé-direito
disponível para instalar o bate-estacas

Estacas-Prancha
Com este equipamento o processo de cravação de uma estaca baseia-se na
reacção contra 3 estacas já cravadas. O processo de remoção inverso.

MADEIRA
- Processo de cravação
 Percussão - pilão de queda livre
 Vibração
- Pormenores construtivos
Protecção na fase de cravação
 Reforço da cabeça
 Reforço da ponta

- Emendas
(1) Assemblagem
(2) Talas de junção
(3) Anel metálico

METÁLICAS
Secções
- Peças de aço laminado ou soldado:
 perfis em I ou H
 tubos ocos
 perfis compósitos
 estacas-prancha
 carris reaproveitados das linhas férreas
- Processos de cravação
 Percussão
 Vibração
 Prensagem (estacas- prancha)

Sequência de cravação
1. Eleva-se o primeiro troço da estaca e é colocado dentro de um tubo de protecção;
2. Coloca-se o conjunto, atrás referido, em posição de cravação da estaca;
3. Crava-se a estaca;
4. No fim da cravação do primeiro troço, o segundo troço, já preparado para a
soldadura, é elevado e alinhado com o troço já cravado;
5. Executa-se a soldadura de topo;
6. Crava-se outra estaca enquanto a soldadura se processa;
7. Repete-se o processo até se atingir a profundidade desejada;
8. Verifica-se o local de cravação 24 horas depois, para verificar se houve ou não
relaxação
9. Finalmente, apara-se o topo da estaca até ao nível pretendido.

BETÃO (PRÉ-FABRICADAS)
Secções
- quadrada
- cilíndricas (maciças ou vazadas)
- hexagonal
- octogonal

Processo de fabrico estacas de secção quadrada


Acessórios
- Junta de ligação
- Protecção metálica da ponta da estaca
Armaduras
- Armadura longitudinal e cintas

1. Transporte
2. Armazenamento em obra
3. Piquetagem (negativo - local de cravação da estaca)
4. Verificação da verticalidade (aprumo)
5. Encaixe da estaca no capacete
6. Elevação da estaca
7. Cravação - bate-estacas com pilão de queda livre
8. Ligação dos troços
9. Desencabeçamento da estaca
10. Escavação para execução do maciço de
encabeçamento
11. Demolição de um troço de cerca de 50 cm
da cabeça da estaca

NOTA 1: Em areias, a cravação pode ser auxiliada pela injecção de água (simples ou com
bentonite) a alta pressão junto à ponta da estaca, aplicada através de um tubo no seu interior
ou dois tubos exteriores, de modo a desagregar o terreno e reduzir temporariamente o atrito ao
longo do fuste.
NOTA 2: Em argilas, pode ser necessário pré-escavar o furo das estacas (com trados) para
reduzir as vibrações e evitar o levantamento do terreno

Estacas Moldadas
- transmissão de cargas a grande profundidade
- têm elevada esbelteza
- apresentam secção circular, sendo executadas in-situ em betão armado
- As fundações indirectas mais utilizadas em Portugal

Recorre-se a este tipo de fundações quando:


 os terrenos não apresentam à superfície as características de resistência
adequadas para suportar as cargas impostas pela superestrutura;
 os assentamentos previsíveis com outras soluções de fundação a menor
profundidade são excessivos.

Processo Construtivo
- Trado contínuo
- Trado curto
- Lamas bentoníticas
- Tubo moldador recuperado
- Tubo moldador perdido

Factores a ter em conta para escolha do tipo de estaca a executar:


- condições geológicas e geotécnicas do solo
- posição e oscilação do nível freático
- durabilidade/qualidade exigida
- tipo e estado de degradação das estruturas adjacentes ao projecto
- profundidade do estrato rígido, capaz de suportar as cargas transmitidas às estacas
- número de estacas necessárias
- tipo de equipamento disponível
- custo total

VANTAGENS
- O dimensionamento da armadura não depende das condições de manuseamento e
cravação
- Podem ser recolhidas amostras dos solos atravessados
- Grande variedade de diâmetros disponíveis
- Atingem grandes profundidades
- Não causam vibrações importantes
- Não causam ruído
- O alargamento da base pode ir até dois a três diâmetros
- Não existe risco de levantamento do terreno

DESVANTAGENS
- Dificuldades na garantia das dimensões da secção transversal
- O betão não pode ser inspeccionado após a colocação
- Dificuldades na garantia do recobrimento das armaduras
- Dificuldade em garantir a verticalidade
- Pode existir descompressão nos solos arenosos
- Não se pode efectuar alargamento da base em terrenos sem coesão
- Pode dar-se arrastamento de finos do betão
- Existe possibilidade de estrangulamento da secção
- Há dificuldades de betonagem debaixo de água

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
- betão (fluido, normalmente B20/B25)
- armaduras
- ferro (tubo moldador)
- lamas bentoníticas

- perfuração: giratória (Kelly) com lança, trado contínuo, trado curto, trépano,
limpadeira, tubo moldador, tubo guia, acessório para alargamento da cabeça.
- betonagem: camião-betoneira, bomba de betão, “trémie”
- moldagem e colocação da armadura: máquina para moldar armaduras, prato rígido,
vibrador.
- garantia de verticalidade: tubo-guia
- contenção das paredes do furo: tubo guia, central de reciclagem para lamas
bentoníticas, tubos moldadores
- saneamento da cabeça das estacas: martelo pneumático

COMPORTAMENTO
Dimensinamento a acções horizontais:
Soluções de resistência – estacas inclinadas

CONTROLO DE QUALIDADE
Principais questões a controlar:
- consumo real de betão relativamente ao teórico (deve ser superior);
- trabalhabilidade do betão;
- qualidade das lamas bentoníticas;
- desvios de verticalidade;
- estrangulamento da secção por aderência do betão ao tubo moldador (integridade);
- destruição local da secção da estaca devida a água corrente (integridade);
- capacidade de carga: conjunto solo - estaca.
Os métodos devem ser adequados:
- ao tipo de estaca;
- ao tipo de solo;
- à detecção do defeito mais provável de ocorrer.

Execução de Estacas Moldadas


Sem tubo moldador TRADO CONTÍNUO
1. Selecção do equipamento de furação
2. Furação com o trado (Lmax = 20 m)
3. Betonagem a partir do fundo do furo (50 cm acima), utilizando betão fluido
bombeado através do tubo central do trado;
4. À medida que o betão vai subindo, o terreno ainda contido na hélice é transportado
para cima (com rotação para evitar sucção)
5. Compactação do betão nos 3 m superiores
6. Introdução da armadura (difícil a partir de 8 m de profundidade) – prato e tubo
rígido e motor vibrador
7. Saneamento da cabeça da estaca e execução do maciço de fundação.

Sem tubo moldador TRADO CURTO


1. Selecção do equipamento de furação (diâmetro do trado, trépano, limpadeira)
2. Furação (terreno com coesão)
3. Limpeza do fundo do furo (limpadeira);
4. Colocação da armadura
5. Betonagem com trémie (tecnologia do betão submerso – mangueira 2 m abaixo
do betão já colocado) e vibração dos 3 m superiores
6. Saneamento da cabeça da estaca e execução do maciço de fundação.

Sem tubo moldador LAMAS BENTONÍTICAS


- Duas Propriedades das lamas:
 Tixotropia
 “Cake”
- Parâmetros a controlar:
 Densidade, viscosidade, teor de areia, espessura de “cake”
- É um material caro, mas existe a possibilidade de reutilização, através da sua
reciclagem.

1. A furação é executada por percussão e rotação em duas fases:


 furação prévia com trado curto, para melhor posicionar e verticalizar o furo e
permitir o posicionamento do tubo guia, que permite guiar o equipamento de
escavação e conter as lamas
 continuação da furação, com recurso a uma limpadeira, numa primeira fase
sem lamas e, quando o solo o exige, com recurso às mesmas (pelo menos 1 m
acima de NF)
2. Previamente à montagem da armadura procede-se à limpeza do fundo do furo;
3. Introdução da armadura no furo preenchido com lamas bentoníticas;
 Para realizar empalmes: suspensão de armaduras com trave metálica
 Espaçadores cúbicos no fundo
4. A betonagem é efectuada directamente do camião betoneira para o funil da trémie;
5. À medida que se vai introduzindo o betão no furo, as lamas bentoníticas, por serem
menos densas que o betão, vão subindo, sendo recolhidas para reciclagem e a trémie
vai sendo desmontada por troços.
6. Escavação e saneamento da cabeça das estacas

Sem tubo moldador POLÍMEROS ESTABILIZADORES


Alternativa às lamas bentoníticas
- É uma substância com aspecto gelificado e translúcido e apresenta as seguintes
vantagens:
 é biodegradável;
 não necessita de central de reciclagem; fica apto para posterior utilização, após
deposição das impurezas da escavação (recurso a um tanque);
 tem menos problemas de contaminação dos solos;
 maior economia.
- Tem a desvantagem de não garantir a total limpeza do fundo do furo, pelo que não
substitui ainda integralmente as lamas bentoníticas.

Tubo moldador recuperável com extracção do terreno


1. Selecção do equipamento de introdução do tubo moldador e furação
2. Furação prévia (3 a 4 m de profundidade), para melhor posicionar e verticalizar o
tubo
3. Introdução do tubo moldador (rotação e pressão ou vibração) e furação simultânea
(em geral trado ou balde)
4. Limpeza do fundo do furo com limpadeira
5. Introdução da armadura
6. Betonagem com trémie e subida simultânea do tubo moldador com compactação do
betão nos 3 m superiores
7. Saneamento da cabeça das estacas e execução do maciço de encabeçamento

Tubo moldador perdido com extracção do terreno


1. Selecção do equipamento de furação (limpadeira, trépano, trado) e movimentação
do material (barcaça)
2. Cravação de um tubo de diâmetro superior ao da estaca (em obras dentro de água
facilita cravação do tubo moldador) – 1,0 a 1,5 m
3. Cravação do tubo moldador (pressão, vibração)
4. Extracção do terreno com recurso a limpadeira (trado ou trépano em solo firme –
estacas de ponta)
5. Limpeza do fundo do furo (limpadeira)
6. Colocação da armadura
7. Betonagem com trémie (a água vai sendo empurrada para o exterior por ser menos
densa que o betão)
8. Recuperação do tubo exterior, saneamento da cabeça das estacas e execução do
maciço de fundação

NOTA: Em geral, o betão do troço superior da estaca está fortemente contaminado com água
(salgada)

Micro-Estacas
“Elemento de elevada esbelteza que faz parte da estrutura e que
transmite ao solo fundamentalmente por atrito lateral mas também por
ponta, as solicitações que lhe são impostas”

Estaca de pequeno diâmetro (8 cm a 40 cm, sendo mais


utilizadas entre os 10 e 20 cm), executada in situ, com elevada
capacidade resistente (300 a 1300 kN).

CONSTITUIÇÃO
- armadura principal
- Armadura secundária
- Calda de cimento

CLASSIFICAÇÃO
Tipo I – injectadas a baixa pressão – menor aplicabilidade
- injecção da calda feita por gravidade ou baixa pressão;
- furação entubada provisoriamente;
- onde se introduz uma armadura clássica (estacas agulha) ou um varão único (estacas
raiz com injecção de ar comprimido);
- a extracção do tubo faz-se simultaneamente com a injecção da argamassa.
Tipo II – injectadas a alta pressão – maior aplicabilidade
- injecção da calda feita sob pressão, cerca de 20 a 40 bar
- técnicas de injecção
 IRS (injecção repetitiva e selectiva)
 IGU (injecção global unitária);
- maior eficiência, devido à melhor qualidade de injecção.

CAMPO DE APLICAÇÃO
- reforço de fundações;
- recalce de fundações;
- fundações de novas estruturas;
- fundações em locais de difícil acesso ou permanência;
- fundações em terrenos particularmente difíceis;
- fundações de equipamentos industriais;
- melhoria de solos e maciços rochosos;
- consolidação de terrenos;
- contenções.

Reforço de fundações
- capacidade resistente do terreno insuficiente
 erro de projecto/construção
 aumento das solicitações
- assentamentos diferenciais em edifícios contíguos;
- modificação das condições de fundação (ex: aqueduto das águas livres em Lisboa);
- em obras de arte, com limitações de vibração, condicionamentos rodo e ferroviários ;
- elementos muito esbeltos;

Reforço de fundações de estruturas diversas


- gruas;
- redes de abastecimento;
- postes de electricidade;
- obras de arte - rodoviárias e ferroviárias.

Recalce de fundações
- reforço e recalce de sapatas isoladas;
- fundação precária;
- reforço a acções horizontais (ex.: sismo).

Fundações em
locais de difícil
acesso ou
permanência
- e s p a ç o s
co
nfi
na
do
s-
áreas de trabalho reduzidas quer em superfície quer em pé
direito;
- torres de telecomunicações
- torres de linhas de alta tensão
- chaminés
- encostas íngremes
- estruturas de apoio de teleféricos.

Fundações de estruturas de contenção de fachadas

Consolidação de terrenos
- Escarpas e falésias;
- Taludes;
- Túneis (injecções);
- Muros de suporte.

Protecção de estruturas existentes

VANTAGENS
- diâmetro reduzido (10 a 20 cm)
- grande comprimento
- qualquer direcção espacial (entre 0 e 90 º)
- aplicação válida em qualquer tipo de terreno
- capacidade de carga relativamente elevada mesmo em solos de características fracas
ou impermeáveis
- funcionamento à tracção ou compressão
- excelente controlo de assentamentos
- versáteis --> campos de aplicação distintos
- equipamento de furação de baixa potência, rotativo, ligeiro, pouco volumoso e barato
- execução em espaços exíguos
- reduzidas vibrações e ruído
- perturbação mínima no terreno
- dispensa a realização de escavação
- rapidez e facilidade de execução --> economia de tempo e mão-de-obra
- possibilidade de adequada verificação / controlo de execução

DESVANTAGENS
- necessidade de recorrer a firmas especializadas com equipamento e mão-de-obra
adequados
- limitação da capacidade de carga (até 1000 a 1300 kN) em virtude dos pequenos
diâmetros
- apenas mobilizam atrito lateral em terrenos com NSPT > 40 pancadas
- reduzida capacidade para transmitir cargas por ponta
- limitação à encurvadura (elevada esbelteza), em solos com zonas ocas ou vazios

MATERIAIS E EQUIPAMENTO
- Calda de cimento
 Cimento portland
 Água
- Trado
- Varas e bit

PROCESSO CONSTRUTIVO

1) Marcação ou implantação
- Nivelamento do terreno circundante;
- Marcação no terreno do centro de cada micro-estaca a executar com base nos
elementos de projecto, com auxílio de meios topográficos.

Formas de marcação:
- cravação duma ponta de varão de aço ou madeira;
- aplicação duma tinta resistente.

2) Perfuração;
- Trado
 com tubo de revestimento
 sem tubo de revestimento
- Varas e bit
 com tubo de revestimento
 sem tubo de revestimento

Solos coerentes - sem tubo de revestimento


Solos incoerentes - com tubo de revestimento

1. Colocação da ferramenta de furação (varas e bit ou trado) na cabeça de rotação da


máquina
2. Faz-se coincidir o eixo da ferramenta de furação com o eixo do furo
3. Verifica-se o ângulo de ataque através de dois níveis perpendiculares, colocados na
torre da máquina
4. Perfuração até à cota de projecto (vários troços da ferramenta de furação vão
sendo ligados; profundidade de furação avaliada pela quantidade de troços colocados)
5. A remoção do solo é executada com jacto de água se se utilizar varas e bit (que
também efectua a limpeza) ou extraída pela rosca do trado.
6. Com a furação terminada, retiram-se as varas e bit ou o trado, numa operação
inversa à da furação, e limpa-se o furo;

3. Colocação da armadura;
1. Coloca-se a armadura principal (varas de 6 metros) com o auxílio da torre da
máquina e duas chaves de grifos
2. Colocação do troço inferior (tubo TM) e, de seguida, os troços complementares que
enroscam no anterior.

4. Injecção;
(i) Execução da calda
1. Retirar alguns sacos de cimento do estaleiro da obra e posicioná-los perto da
betoneira
2. Colocação de água na betoneira de acordo com a relação água/cimento pretendida
3. Colocação de um rasga-sacos na cabeça da misturadora e introdução do cimento na
amassadura
4. Mexer manual ou mecanicamente até obter uma mistura homogénea.

(ii) Processo de selagem


5. Com a calda de cimento homogénea, esta é colocada no balde da bomba de
injecção
6. Esta calda fica situada entre:
 solos coerentes: o terreno e a armadura principal / TM
 solos incoerentes: o tubo de revestimento e a armadura principal / TM
7. A bomba de injecção começa a introduzir calda de cimento (baixa pressão), de
baixo para cima, com o auxílio de um obturador simples ou de uma mangueira.

(iii) Processo de injecção primária


8. Com a calda de cimento homogénea, esta é colocada no balde da bomba de
injecção
9. O processo de injecção dá-se de baixo para cima ao nível das manchetes
10. O obturador (simples ou duplo) é posicionado por forma a seccionar o tubo de
manchete
11. A bomba de injecção começa a introduzir calda de cimento no interior do TM ao
nível da 1ª manchete (IRS);
12. Começa-se a injectar calda até a manchete abrir:
o manómetro de pressão vai subindo progressivamente até a manchete abrir; quando
este fenómeno ocorre, a pressão baixa repentinamente
13. Observa-se este fenómeno no manómetro de pressão instalado à saída da bomba
injectora ou na boca da micro-estaca;
14. Continua-se com a injecção até atingir a pressão de projecto;
15. Se se verificar que a pressão não sobe e que se está a gastar muito calda,
suspende-se a injecção, lava-se o furo e executa-se nova injecção no dia seguinte;
16. Com a 1ª manchete executada, registam-se os valores de pressão da abertura da
manchete e de injecção da calda, assim como a quantidade de calda;
17. Para executar a injecção da 2ª manchete, move-se o obturador duplo para a zona
a injectar e repete-se o processo.

(iv) Processo de injecção secundária


18. Colocação de calda cimentícia no interior da armadura principal, sendo preenchidos
os troços acima do tubo TM;
19. Quando a calda afluir à boca do furo limpa e sem resíduos do terreno, dá-se
por concluída a injecção.
20. Eventualmente, nesta fase, poder-se-á colocar uma armadura secundária no
interior do tubo TM.
5. Ligação à estrutura.
1. Após a execução da micro-estaca, escava-se o terreno até cota de fundação do
maciço de encabeçamento;
2. Coloca-se um betão de limpeza na base da fundação e saneia-se a micro-estaca;
3. Colocação da armadura do maciço de fundação, utilizando espaçadores para
garantir o recobrimento
4. Colocação da armadura de arranque da superestrutura
5. Betonagem do maciço.

RESUMO DA EXECUÇÃO DE MICRO-ESTACAS

solos coerentes
1. Furação até à cota prevista em projecto;
2. Retira-se o trado e introduz-se o tubo manchete (armadura principal);
3. Preenchimento do espaço entre o TM e o terreno, com calda cimentícia. A calda é
introduzida com o auxílio de uma bomba injectora e de um obturador simples;
4. Para realizar o bolbo de selagem, injecta-se calda cimentícia através das manchetes,
com o auxílio de um obturador duplo (de baixo para cima) e de uma bomba injectora.

solos incoerentes
1. Perfuração com varas e bit ou trado à roto-percussão e tubo de revestimento
2. Extracção das varas e bit ou trado e limpeza do furo
3. Introdução da armadura principal (tubo manchete - liso em zona corrente e com
manchetes na zona de selagem)
4. Selagem com calda cimentícia do espaço entre tubos (tubo moldador e TM)
5. Extracção do tubo moldador, logo após a selagem ou injecção secundária
6. Operação de injecção faseada do bolbo de selagem (IRS ou IGU)
7. Preenchimento do tubo TM com calda
8. Introdução de eventual armadura complementar ou secundária no interior do tubo.

Barretas
- As barretas são elementos de fundação profunda, executadas pelo processo das
paredes moldadas
- Têm elevada secção transversal e esbelteza média a elevada
- Resistência elevada a acções verticais e horizontais
- Podem atingir grandes profundidades (da ordem dos 100 m)

A secção transversal, disposição em planta, e profundidade do troço de parede,


dependem
(i) das propriedades da superestrutura,
(ii) das cargas a suportar
(iii) do equipamento de escavação.

O método construtivo destes elementos, permite


obter diversas disposições em planta.
CAMPO DE APLICAÇÃO
- terrenos muito brandos à superfície com substrato rochoso a
grandes profundidades
- em estruturas de grande porte susceptíveis a
assentamentos, como estruturas pré-fabricadas ou com
grandes vãos
- em estruturas altas e pesadas com bases pequenas, como
torres ou silos
- junto a construções existentes, onde seja necessário baixa
transmissão de ruído e vibrações
- Podem ser utilizadas com paredes moldadas, formando uma
parede com função tripla:
(i) fundação
(ii) contenção periférica
(iii) barreira à penetração de água.
- em túneis e esgotos de grande diâmetro.
- estruturas hidráulicas situadas sobre camadas permeáveis espessas;

VANTAGENS
- boa solução para solos pouco coesivos e de nível freático elevado
- grande capacidade de carga para cargas verticais e horizontais (por comparação com
as estacas)
- ruído e vibrações reduzidos
- sujeita a pequenos assentamentos
DESVANTAGENS
- custo elevado
- necessidade de equipamento, tecnologia e firmas especializados
- grandes dificuldades de penetração no substrato rochoso
- relativamente a um grupo de estacas, tem a desvantagem, de não conferir
redundância estrutural
- grande perda de resistência quando existem galerias no subsolo (ou condutas
abandonadas)
- descomprime o terreno, ainda que pouco (ao contrário das estacas cravadas)

PROCESSO CONSTRUTIVO
1. Exencução de muros-guia
2. Escavação
3. Limpeza do fundo do furo
- A limpeza do fundo da escavação é muito importante, uma vez que pode influenciar
a capacidade de carga de ponta da barreta.
- Furo estabilizado com lamas
4. Colocação dos tubos junta
- Dispensáveis quando a barreta é constituída por um único troço
- Os tubos junta funcionam como cofragem e possibilitam, através da sua forma, a
obtenção de uma parede relativamente impermeável.
5. Introdução da armadura
6. Betonagem do painel
- Via submersa, com extracção simultânea das lamas
7. Extracção dos tubos junta
8. Saneamento do topo da barreta
- Através de martelos pneumáticos (operação precedida da demolição dos muros guia
e escavação do terreno)
9. Ligação das barretas à restante estrutura

PAINÉIS PRÉ-FABRICADOS
Processo semelhante à colocação de paredes moldadas pré-fabricadas

SISTEMA TOP-DOWN
- Quando são executadas Barretas isoladas, nas zonas das caves, estas não podem ser
betonadas até ao nível da plataforma de trabalho.
SOLUÇÃO:
- preenchimento da altura acima da barreta por uma mistura de bentonite com
cimento, facilmente desagregável a posteriori, mas suficientemente resistente para não
permitir que as paredes da vala se desmoronem enquanto o betão da barreta faz
presa
- execução da estrutura através do sistema top-down.

Capítulo 6 – Drenagens e Impermeabilizações


Drenagem de Escavações
Conjunto de trabalhos efectuados para drenar a água existente na superfície do terreno, ou
infiltrada neste, junto a escavações, com carácter provisório ou definitivo.

Razões para efectuar a drenagem das escavações:


- Permitir trabalhar a seco no fundo da escavação (economia, comodidade e qualidade
do trabalho, etc.);
- Escoar a água da chuva, de outras origens superficiais ou de aquíferos subterrâneos;
- Reduzir os impulsos em eventuais contenções provisórias;
- Prevenir situações de acidente (ex: instabilização dos taludes), garantindo a
segurança dos trabalhadores e equipamento;
- Tornar mais improváveis fenómenos potenciais de instabilização do solo no fundo da
escavação (arraste de finos, levantamento do solo ou a liquefacção);
- Viabilizar determinadas técnicas construtivas (ex: paredes tipo Munique).

Para que a drenagem atinja os seus objectivos, devem ser cumpridas as


seguintes exigências:
- A posição do nível freático rebaixado deve ser continuamente controlada (para se
evitarem flutuações passíveis de causar a instabilidade da escavação), não devendo
baixar mais do que o necessário para a segurança da obra;
- O método escolhido deve assegurar a estabilidade dos taludes e fundo da escavação,
bem como a integridade e segurança de estruturas adjacentes;
- Nos casos em que se proceda a bombagem, devem utilizar-se filtros adequados, para
que não haja arrastamento de finos do solo.
- No dimensionamento dos sistemas de bombagem deve ter-se em conta eventuais
falhas de corrente ou outros imprevistos.
- A água retirada do terreno deve ser depositada em locais que não afectem a
escavação nem os recursos freáticos existentes (colectores de esgoto, cursos de água,
etc.)

CLASSIFICAÇÃO

Principais grupos de técnicas de drenagem de escavações


- Retenção de águas superficiais
Impedem o acesso da água superficial à escavação;
- Captação directa
Procede-se à bombagem da água que aflui à escavação;
- Rebaixamento do nível freático
Efectua-se a pré-drenagem do solo, através do rebaixamento do nível freático;
- Métodos de exclusão
Impede-se o acesso da água subterrânea à escavação, através da criação de barreiras
físicas.

Técnicas que se inserem em cada grupo


- Retenção de águas superficiais
 valas (valetas), muros e taludes.
- Captação directa
 bombagem.
- Rebaixamento do nível freático
 poços de bombagem
 agulhas filtrantes
 sistemas de ejecção
 electro-osmose
 captação horizontal
- Métodos de exclusão
 Temporários (asseguram estanqueidade apenas durante o período de
construção):
- Congelação do solo
- Paredes de lamas bentoníticas
- Estacas-prancha
 Permanentes (garantem estanqueidade a longo prazo):
- Paredes moldadas
- Cortinas de estacas
- Jet grouting
- Injection grouting
- Cortinas horizontais

TÉCNICAS DE DRENAGEM DE ESCAVAÇÕES

Retenção de águas superficiais


- Em que consiste?
Em impedir o acesso da água superficial à escavação.
- Como se coloca em prática?
Recorrendo a dispositivos (valas, muros e taludes), executados a toda a periferia da
escavação, que captem a água no exterior e a encaminhem para fora da zona de
escavação.

- Valas (valetas)
Realizadas no pé do talude, procedem à condução da água, por gravidade, até pontos
de recolha (poços), de onde esta é afastada para local de descarga adequado
(colectores de esgoto, cursos de água, etc.), por gravidade ou por bombagem.
Principais cuidados:
Evitar que o material fino do terreno seja arrastado e bombeado, de modo a minimizar
o risco de instabilizar as paredes e fundo do poço, e até os taludes, e de desgastar o
sistema de bombagem.

- Muros e taludes
Principais cuidados:
Não deixar a água acumular na sua face, afastando-a para um local de descarga
adequado.

Captação directa
- Em que consiste?
Em bombar a água que aflui à escavação para o exterior desta.
- Como se coloca em prática?
Recolhendo a água que aflui à escavação por
(i) trincheiras (solos permeáveis)
(ii) sistema de caleiras (solos impermeáveis) e conduzindo-a, por gravidade,
até pelo menos um poço de recolha (chamada), de onde é bombada para o
exterior.
Trincheiras (solos permeáveis)
- Pendente elevada e preenchimento com camada de material filtrante, para minimizar
hipóteses de entupimento.

Caleiras (solos impermeáveis)


- ½ tubos embebidos em seixo ou brita e com pequena pendente;
- Executar sistema, sempre que possível, fora da área de implantação da estrutura;
- Assim que deixem de ser necessárias, proceder ao seu preenchimento com
argamassa não retráctil.

Poços de recolha (chamada)


- Colocados em locais da escavação que não interfiram com os trabalhos no seu
interior, deverão ter uma profundidade de 0.5 - 1.0 m e um diâmetro de 0.6 -1.2 m.
Principais problemas
- Erosão interna (piping);
- Levantamento / rotura do solo (heaving).
Limitações
- Apropriada apenas para situações em que o nível freático não se encontra muito
acima da profundidade da escavação;
- Escavações de pequena extensão.

Rebaixamento do nível freático


- Em que consiste?
Em retirar a água ao solo, por gravidade ou por diferença de pressão, e bombá-la para
o exterior da escavação.
- Como se coloca em prática?
Através de captações verticais:
(i) poços de bombagem
(ii) agulhas filtrantes
(iii) sistemas de ejecção
(iv) electro-osmose
(v) captações horizontais

(I) POÇOS DE BOMBAGEM


- Quando se utilizam?
 em solos permeáveis;
 quando a profundidade a atingir é elevada e o nível freático se encontra
próximo da superfície.
- Como se coloca em prática?
Executando poços, na periferia da escavação, até à profundidade pretendida, nos
quais se insere uma tubagem envolta em filtro adequado. A bombagem é efectuada
em contínuo, por uma bomba de sucção colocada na superfície do terreno ou
através de uma bomba submersível colocada no fundo do furo.

NOTA: Se se pretender um maior rebaixamento (ou em solos menos permeáveis), os poços


podem ser selados (com bentonite e argila) junto à superfície, criando-se de seguida vácuo no
interior do poço.

Bomba de sucção
Aspectos principais:
- Dificuldades em atingir profundidades superiores a 5 - 8 m, a não ser que se conceba
um sistema por andares;
Bomba submersível
Aspectos principais:
- Consegue atingir profundidades de 15 - 30 m;
- Associada a vácuo permite drenar eficazmente solos pouco permeáveis (poço de
grande diâmetro sob vácuo).
Poço de grande diâmetro sob vácuo
- Perfuração de furo com 30 - 60 cm de diâmetro
- Colocação de tubo com 15 - 20 cm no seu interior
- Preenchimento do espaço intermédio com areia e areão de granulometria apropriada
- Vedação, com bentonite ou argila, do espaço entre o tubo e o furo (apenas na parte
superior do furo).

(II) AGULHAS FILTRANTES (well-points)


- Tubos de ferro ou de PVC, com diâmetros de 3.75 - 5 cm e comprimentos de 3 - 7
m, perfurados na ponta.
- Quando se utilizam?
 em solos pouco permeáveis;
 em obras pequenas e/ou de curta duração.
- Como se coloca em prática?
Introduzindo-as no terreno, por injecção de água através da sua ponteira, e ligando-as
por mangueiras flexíveis a um tubo colector horizontal, e este a um conjunto de
bombas de água e vácuo.
- Limitações
 Altura de rebaixamento de 5 - 6 m, passível de ser aumentada através da
instalação de vários andares de agulhas filtrantes (afastadas entre si 0.5 a 2.5
m), a profundidades sucessivas, à medida que a escavação avança.

(III) SISTEMAS DE EJECÇÃO


- Quando se utilizam?
Em todo o tipo de solos, incluindo solos finos.
- Como se coloca em prática?
(i) Bombando água, pelo tubo de ejecção, da superfície para o fundo do furo,
onde
(ii) Um estreitamento gradual de secção provoca uma diminuição da pressão;
(iii) O vácuo criado suga a água do solo para uma câmara de sucção,
juntando-a à água ejectada;
(iv) Este caudal passa por um alargamento gradual de secção, aumentando a
pressão, o que lhe permite atingir a superfície e ser encaminhado para um
ponto de descarga.

Ejectores
Compostos por um ou dois tubos, consoante caudal de ejecção circule no espaço
anelar por fora do tubo de subida (1 tubo) ou em tubo próprio (2 tubos)
Vantagens
Permite atingir profundidades de cerca de 25m
Desvantegens
A eficiência de um único ejector é reduzida

(IV) ELECTRO-OSMOSE
- Quando se utiliza?
Em solos muito pouco permeáveis.
- Como se coloca em prática?
A instalação no solo uma diferença de potencial entre dois pólos (cátodo e ânodo)
provoca o deslocamento das partículas de água para os cátodos, de onde são
bombadas para um local adequado.
Limitações
Débitos bastante baixos

(V) CAPTAÇÃO HORIZONTAL


- Quando se utiliza?
 Em escavações que se desenvolvem por longos trechos de pequena
profundidade;
 NF elevado
 Quando a permeabilidade horizontal é superior à vertical.
- Como se coloca em prática?
Utilizando tubos flexíveis perfurados, colocados mecanicamente num meio com solos
granulares homogéneos. A drenagem é feita graviticamente (quando existe pendente
suficiente) ou através de bombagem (com bombas centrífugas à superfície).

Métodos de exclusão
Inconvenientes associados ao processo de bombagem de água:
 Assentamento do solo
 Atrito negativo nas estacas
 Exposição de estacas em madeira a oxigénio
 Possibilidade de serem afectadas reservas dos aquíferos nas proximidades da
obra (redução temporária do fornecimento e qualidade da água nos poços da
região)
 Erosão do solo devido às descargas da água extraída

- Em que consistem?
Execução de barreiras estanques (verticais ou horizontais) que impedem o acesso da
água à escavação (pelo que não chega a verificar-se a sua extracção).

- Solução mais desejável


Prolongar estrutura de contenção até se atingir estrato impermeável, abaixo do fundo
da escavação, devendo esta penetrar até uma profundidade suficiente para garantir o
tamponamento horizontal da escavação.

(I) CONGELAÇÃO DO SOLO


- Em que consiste?
Na extracção do calor do solo até que a água intersticial congele, formando uma
cortina de solo congelado à volta da escavação (que veda a passagem de água para o
seu interior).
- Como se coloca em prática?
Fazendo circular salmoura (água salgada) a baixas temperaturas ou azoto líquido pelo
interior de tubos duplos, cravados em redor da escavação, em série ou em paralelo.

Tubo exterior (aço)


- Fica em contacto com o terreno, por onde se faz a troca de calor;
Tubo interior (plástico)
- Para injecção ou retorno do fluido (conforme montagem);
Salmoura
- circuito fechado
- espaçamento entre tubos de 1.2 - 1.8 m
Azoto líquido
- circuito aberto
- diâmetro e espaçamento entre tubos menor
- mais caro
- mais rápido

(II) PAREDES DE LAMAS BENTONÍTICAS


Em que consistem?
Na materialização de paredes de lama (de bentonite ou cimentobentonite) em redor de
escavações a céu aberto.
Quando se utilizam?
em solos granulares (siltes, areias, gravilhas).
Como se coloca em prática?
Bombeando a lama para o interior de trincheiras, com o avançar da escavação.
Equipamento
- Profundidades até 10 m: retroescavadoras
- Profundidades superiores (até 30 m): balde de maxilas (normalmente utilizado para a
execução de paredes moldadas)

(III) ESTACAS-PRANCHA
Em que consistem?
Em painéis metálicos (ou de madeira ou de betão armado) ancorados / escorados, ou
não, justapostos verticalmente, de modo a formar uma cortina praticamente estanque.

(IV) PAREDES MOLDADAS


Em que consistem?
Em elementos de betão armado (e = 0.4 a 1.5 m) de grande rigidez
perpendicularmente ao seu plano, ancoradas / escoradas, ou não, que funcionam
como barreira estanque.
Quando se utilizam?
- quando existem estruturas de grande importância muito susceptíveis a
assentamentos perto da nova construção;
- em terrenos arenosos ou pouco consistentes, com nível freático elevado.
- quando se pretende incorporar a parede na estrutura definitiva;
- quando se pretende que a parede seja praticamente estanque por si só;

(V) CORTINAS DE ESTACAS MOLDADAS


Em que consistem?
Estacas moldadas no solo, executadas de forma a constituírem uma cortina
praticamente estanque à passagem de água (em simultâneo com contenção de terras
no tardoz da escavação).
Quando se utilizam?
- Quando existem estruturas de médio e grande porte situadas perto da nova
construção enterrada (mas não excessivamente sensíveis a deformações);
- Em túneis, em zonas urbanas.

(VI) JET GROUTING


Em que consiste?
Na construção de barreiras estanques através de jactos, a
alta pressão, de argamassa não retráctil, que destroem
deliberadamente a estrutura do solo, substituindo-a por uma
mistura solo-argamassa, com a forma cilíndrica.
Métodos de execução
 Mistura local da argamassa directamente no solo;
 Substituição do solo escavado por argamassa misturada com solo.

(VII) INJECTION GROUTING


Em que consiste?
Injecção de argamassa, a baixa pressão, que vai sendo assimilada pelo solo.
Quando se utiliza?
 Colmatação de fissuras e vazios em rochas e elementos estruturais.
 Criação de membranas relativamente impermeáveis;

(VIII) CORTINAS HORIZONTAIS


Em que consistem?
Na selagem da base da escavação (com argamassa ou betão), de forma a reduzir o
afluxo da água a partir de um estrato permeável situado abaixo desta.
Quando se utilizam?
 Em escavações profundas;
 Quando é economicamente inviável prolongar barreiras estanques até se atingir
maciço rochoso ou estrato impermeável.

OPÇÕES DE MATERIALIZAÇÃO
- Técnica do betão imerso
(i) Escavação, sem extracção de água, até ao nível das fundações
(ii) Betonagem (através de um funil);
(iii) Adquirida a resistência, bombagem da água acima da camada de betão.
- Cortina pouco profunda, através de jactos de argamassa (ou betão,
eventualmente armado)
ancoragem com micro-estacas ou colunas mais profundas feitas com jactos de
argamassa.
- Cortina mais profunda, por injecção de argamassa no solo
- jet grouting

ANÁLISE COMPARATIVA

Retenção de águas superficiais


Método Solos possíveis Usos Vantagens Desvantagens

Valas Simples Dificultam


Escavações a
Muros todos baratos circulação
céu aberto
taludes deequipamento

Captação Directa
Solos
Método Usos Vantagens Desvantagens
Possíveis
Escavações a
céu aberto simples e erosão interna
Bombagem Areias e seixos
e superficiais barato (piping)

exige menor
levantamento/rotura
capacidade de
do solo (heaving)
bombagem
só se aplica a casos
em que NF não se
encontra muito acima
da profundidade da
escavação

Rebaixamento do nível freático


Método Solos possíveis Usos Vantagens Desvantagens

-Custo de
instalação
-Solos em que a -Custos de
elevado
-Seixos a areias f i l t r a g e m funcionamento
-Ruído de
Poço de finas correcta é aceitáveis
bombagem por
bombagem -Solos muito importante -Fácil controlo
sucção
permeáveis -Bombagens do arrastamento
-Limite com
prolongadas dos finos no solo
bomba de
sucção: 4-5m
-Sem limite de
Poço de rebaixamento
-Custo de
bombagem com Seixos a areias Escavações -Possibilita a
instalação
bomba finas profundas aplicação de
elevado
submersível vácuo
-Sem ruído
-Difícil instalação
-Escavações a
-Instalação fácil em solos
céu aberto
Agulhas Seixos a areias e rápida rochosos
-Bombagens
filtrantes siltosas -Custo de -Ruído
para curto
instalação baixo -Limite de
espaço de tempo
sucção: 5-6m
-Sem limite de -Implica o
Sistemas de Escavações rebaixamento conhecimento
Todos
ejecção profundas -Custo de das camadas de
instalação baixo solo a drenar
-Custos de
-Siltes, argilas e
-Escavações a -Único método instalação e
certas turfas
céu aberto possível em o p e r a ç ã o
Electro-osmose -Solos muito
-Consolidação de solos mais elevados
p o u c o
solos argilosos impermeáveis - P e q u e n o
permeáveis
rendimento
-Menor caudal
-Seixos a areias -Escavações com
para o mesmo - P e q u e n a
Captação finas desenvolvimento
rebaixamento profundidade de
horizontal - S o l o s em planta
- R á p i d a escavação
estratificados -NF elevado
colocação

Métodos de exclusão – Temporários


Método Solos possíveis Usos Vantagens Desvantagens

Todos ou rocha, de
- necessário tempo
Congelação do solo P r e f e r ê n c i a Sem restrição
para refrigeração
saturados - confere resistência
mecânica ao solo - custos de
instalação e da
- efectivo para central de
dentro da face da refrigeração
escavação elevados
- requer controlo
estrito
Solos granulares
Paredes de lamas
(seixos, areias ou Sem restrição - instalação rápida
bentoníticas - precisa de suporte
gravilhas)
Adequado
- solução tipo parede
moldada, mas mais
barata
- custo aumenta com
- pode ser
profundidade e
introduzida em
resistência do solo
c a m a d a
impermeável
Todos (sem
obstruções à - ruído e vibrações
Estacas-prancha Sem restrição
introdução das durante a instalação
- método bem
estacas)
estudado
- caro (caso não haja
aproveitamento das
estacas)
- instalação rápida
- possibilidade da
protecção não ser
estanque

Métodos de exclusão - Permanentes


Método Solos possíveis Usos Vantagens Desvantagens

- podem ser
colocadas muito - equipamento
perto de Relativamente
C a v e s , fundações já pesado
estacionamentos existentes - custo muito
Paredes moldadas Todos
subterrâneos, - baixo ruído e elevado (se não
docas secas vibração f o r e m
- podem ser incorporadas na
incorporadas estrutura)
na estrutura
Cortinas de Todos C a v e s , - podem ser - dificuldade em
estacas estacionamentos colocadas muito g a r a n t i r
subterrâneos, perto de estanqueidade em
docas secas fundações já todo o
existentes desenvolvimento
- baixo ruído e
vibração
- pode ser
introduzida em
c a m a d a
- Rochas fracas impermeável
Jet grouting Sem restrição - caro
- Todos - solução tipo
parede moldada,
mas mais barata
- instalação rápida
- fácil controlo de
dimensões e uso - requer uma
Preenchimento de de material b a r r e i r a
- R o c h a s
fissuras e vazios, - equipamento relativamente
Injection grouting fissuradas
para formar simples, com espessa para
-Areias e gravilhas
barreiras à água possibilidade de assegurar a
uso em espaços continuidade
confinados
- podem funcionar
como
- Piso térreo de
fundações
caves,
C o r t i n a s (ensoleiramento
Todos - estacionamentos - caras
horizontais geral)
subterrâneos,
- podem ser
docas secas
incorporadas na
estrutura

Drenagem e Impermeabilizações de Caves


Caves --> Pisos enterrados --> Paredes enterradas e laje de fundo

A presença de humidade origina um acelerado envelhecimento e degradação,


afectando:
- a eficiência construtiva
 diminuição das características resistentes dos materiais
- a funcionalidade
 aspecto estético
 perigo de insalubridade

Impermeabilização:
pretende tornar o edifício estanque, impedindo o acesso da água ao interior da
construção.

Drenagem:
Pretende encaminhar a água para longe da construção.

HUMIDADE NOS PISOS ENTERRADOS


Tipos de humidade:
(i) da construção
(ii) do terreno
(iii) de condensação
(iv) devido a fenómenos de higroscopicidade
(v) por causas fortuitas
Humidade na Construção
Origem:
 água para a confecção de argamassas e betões;
 acção directa da chuva (construção desprotegida).
Origina:
 problemas devido à evaporação;
 problemas devido aos materiais conterem um teor de água superior ao normal.

Humidade do terreno
- águas superficiais
 águas de precipitação
 afectam essencialmente as paredes situadas a cotas mais elevadas e acima do
nível freático
- águas freáticas
 afectam fundações, laje de fundo e paredes situadas abaixo do nível freático

Principal aspecto a ter em conta:


Os solos impermeáveis necessitam de maiores cuidados de impermeabilização e
drenagem por terem maior capacidade de retenção de água.

Humidade de condensação
- Condensações superficiais
 existência de pontes térmicas
 ventilação fraca
 condições de ocupação do espaço
 temperatura ambiente interior
- Condensações internas
 originam o apodrecimento dos materiais, assim como o seu destaque
 o aumento do teor de água diminui a resistência térmica

Humidade devido a fenómenos de higroscopicidade


- Existência de sais solúveis no interior das paredes
- Existência de humidade --> dissolução dos sais
- Migração para a superfície das paredes e eventual cristalização

Humidade devido a causas fortuitas


- danos em canalizações de águas e de esgotos
- águas de rega em terrenos adjacentes
- entupimento de algerozes ou tubos de queda.

Principais origens da humidade no interior dos pisos enterrados


- porosidade
- fissuras
- juntas
- condensação

MATERIAIS UTILIZADOS – IMPERMEABILIZAÇÕES

Classificação dos materiais em função da sua ligação ao suporte e composição


Materiais Sistemas

Classificação Denominação Aderente Semi-aderente Flutuante Monocapa Multicapa


Colagem Fixação
mecânica

emulsões
betuminosas X X
Manufacturados
in-situ
cimentos
especiais X X

membranas
betuminosas X X X X X

membranas
de PVC O X X X X

membranas
de EPDM O X X
Produtos
membranas
pré-fabricados
de
O X X X X
polipropileno

membranas
de
X X
polietileno

membranas
bentoníticas X X X X

X – Situação Corrente
O – Pouco Habitual

Emulsões betuminosas
Processo de aplicação:
- regularização e limpeza do suporte
- aplicação a frio, à trincha ou rolo, de duas demãos cruzadas do produto.

Cimentos especiais
Constituição:
- pó (sacos de 25 kg) --> cimentos, aditivos e areia
- líquido (embalagens de 10 l) --> resina acrílica
- água
Processo de Aplicação:
- A preparação da superfície é da maior importância. Remover com escopro e martelo
todos os excessos de alvenaria caídos sobre o piso
- Despejar o produto seco no recipiente de mistura e gradualmente adicionar o líquido
de mistura até atingir a consistência de massa espessa
- Molhar bem a superfície antes de aplicar o Revestimento para Fundações
- Aplicar com brocha o Revestimento para Fundações
- Depois da camada base estar sólida, aplicar uma segunda camada (com brocha ou
talocha conforme o objectivo)
- A fundação está agora protegida com um acabamento impermeável

Membranas betuminosas modificadas com polímeros


Constituição:
- armadura (feltro de fibra de vidro ou poliéster ou filme de polietileno)
- mistura betuminosa (impregna a armadura)
- protecção exterior (pode não estar presente)
Processo de Aplicação:
- Parede com primário de aderência.
- Soldadura das juntas entre membranas
- Tratamento das juntas com espátula
- Sobreposição das membranas
- Aplicação de segunda camada

Membranas de PVC
Constituição
• PVC (cloreto de polivinilo) plastificado
• eventual armadura (poliéster ou fibra de vidro)
• plastificantes (conferem flexibilidade)
• estabilizantes externos
• pigmentos
• aditivos
Processos de aplicação
1. Regularização do suporte (caso não seja possível, aplica-sebgeotêxtil)
2. Soldaduras entre telas efectuadas com jacto de ar quente e um pequeno rolo, ou
através de solventes (a sobreposição não deverá ser inferior a 10 cm)
3. Verificação da integridade da soldadura mediante a passagem de uma chave de
fendas ao longo da soldadura

Membranas de EPDM / Membranas de borracha butílica


Constituição:
- borracha butílica (monómero de etileno-propileno-dieno).
- membrana sem armadura, por isso, normalmente complementada com protecção de
feltro betuminoso
Aplicação:
- são ligadas por vulcanização, através de colas ou pontes de união (fita auto-adesiva)

Membranas de polipropileno
- material semelhante ao PVC com vantagens ecológicas por não conter plastificantes
- a aplicação é semelhante, embora este seja ligeiramente menos flexível.

Membranas de polietileno
- fabricadas a partir de resinas de polietileno não vulcanizado
- são mais utilizadas na selagem e impermeabilização de aterros sanitários

Membranas bentoníticas
- membranas de argila que, em contacto com a água, hidratam e expandem,
preenchendo os vazios
- são aplicadas associadas a um geotêxtil ou membrana de polietileno
- o seu custo é elevado mas apresentam óptima adaptabilidade à forma das superfícies
e podem ser perfuradas sem comprometer a impermeabilização.

Produtos impregnantes
- silicatos - formam uma camada de consistência gelatinosa que impede a entrada de
água
- silanos - formam uma camada repelente na superfície do betão (hidrofóbicos)
- cristalizadores - formam cristais nos capilares do betão, obturando-os
MATERIAIS UTILIZADOS – DRENAGEM
Objectivos dos materiais drenantes:
 melhorar as condições dos solos envolventes
 evitar a estagnação de água contra a estrutura enterrada
 facilitar a evacuação rápida da água do solo
 reduzir as pressões hidrostáticas
 proteger a impermeabilização do edifício
 conferir uma caixa de ar ao edifício

Agregados
- Brita ou godo de dimensões adequadas
- Devem ser duráveis, limpos, consistentes e compactos.
Aplicação:
- agregados de menores dimensões na parte superior do dreno e os de maiores
dimensões na parte inferior, junto da parte drenante
- parte superior do dreno recoberta com terra natural

Alvenaria
Blocos de tijolo ou betão utilizados:
 como paredes exteriores às paredes de contenção, funcionando também como
uma protecção à impermeabilização
 como valas sem enchimento, adjacentes às paredes da construção (processo
caído em desuso)

Geotêxteis
- Mantas flexíveis fabricadas em polipropileno ou polietileno de alta densidade
- Tecidos (fibras formam um ângulo recto entre si) ou não tecidos (fibras
desordenadas).

Redes drenantes / separadores


Constituídas por dois materiais colados:
 filtro em poliéster/geotêxtil colocado junto à terra;
 dreno, emaranhado de fibras sintéticas ou plástico alveolar, colocado junto à
parede.

Tubos de drenagem
- Porosos ou não porosos. No caso de serem não porosos, deverão estar completadas
as devidas perfurações e as juntas desligadas entre os troços

- Hoje em dia, só se usam praticamente tubos plásticos:


 PVC (cloreto de polivinilo)
 HDPE (polietileno de alta densidade).
VANTAGENS:
- preço
- leveza
- eficácia
- facilidade de montagem
- acomodação aos assentamentos do terreno sem se romperem
CONCEPÇÃO DOS SISTEMAS

Factores que influenciam a escolha do sistema de impermeabilização e


drenagem:
- Posição do nível freático
 elevadas inserções das caves no lençol freático exigem maiores cuidados de
impermeabilização e drenagem
- Processo construtivo das contenções periféricas
 condiciona o posicionamento do sistema em relação à parede estrutural: pelo
interior ou pelo exterior
- Permeabilidade do terreno adjacente
 caves em solos menos permeáveis exigem maiores cuidados
- Tipo de ocupação dos pisos enterrados
 a utilização dos pisos enterrados como habitação pressupõe um elevado grau
de exigência de impermeabilização e drenagem, ao invés de garagens e
arrecadações
- Cota do colector da rede de esgotos (perigo de rotura).
 quanto mais elevado estiver o colector em relação ao piso térreo, mais exigente
se tem que ser em relação à impermeabilização e drenagem.

Sistemas de impermeabilização pelo interior e pelo exterior


Vantagens de sistemas pelo exterior:
 Evitam que os elementos construtivos estejam em contacto permanente com as
águas, aumentando a sua durabilidade
 Maiores resistências às pressões hidrostáticas.
Vantagens de sistemas pelo interior:
 Podem ser executados na fase de acabamentos
 Maior facilidade de reparação
No entanto, o sistema mais vantajoso é o sistema pelo exterior, usando-se apenas o
sistemas interior em situação de recurso / reabilitação ou de impossibilidade
construtiva.

Paredes Enterradas
PAREDES MOLDADAS
 Processo utilizado em construções com elevada inserção no nível freático
 Impermeabilização e drenagem aplicada pelo interior da estrutura (o processo
construtivo impede o contrário)
 Os sistemas de impermeabilização recomendados (se directamente sobre a
parede) são cimentos especiais, devido às elevadas pressões hidrostáticas e à
humidade do suporte.
PAREDES TIPO MUNIQUE
 Impermeabilização aplicada pelo interior da estrutura (o processo construtivo
impede o contrário)
 O sistema de drenagem pode ser olocado pelo exterior, sendo constituído por
uma rede drenante envolvida por dois geotêxteis (execução difícil).
PAREDES TIPO BERLIM
 Paredes com um carácter usualmente provisório
 Podem ficar integradas na estrutura como cofragem perdida.
CORTINAS DE ESTACAS MOLDADAS
 Sistema muito deficiente no que se refere à estanqueidade
As soluções de impermeabilização e drenagem possíveis são complicadas e
pouco eficientes.
PAREDES CORRENTES / NÍVEL FREÁTICO ABAIXO DA LAJE DE FUNDO
 Situação em que não existem problemas devido ao nível freático existe apenas
necessidade de evitar os problemas das águas de escorrência
 A impermeabilização ideal nesta situação é pelo exterior, devendo-se recorrer à
impermeabilização interior apenas se as técnicas construtivas assim o exigirem.
 São os sistemas menos pesados de drenagem e impermeabilização de paredes
correntes
PAREDES CORRENTES / NÍVEL FREÁTICO ACIMA DA LAJE DE FUNDO
 A impermeabilização e drenagem das paredes deverá ser feita pelo exterior
recorrendo ao rebaixamento do nível freático (se for necessário)
 A aplicação dos materiais é feita em paredes secas
 A concepção dos sistemas será semelhante independentemente do grau de
inserção no nível freático, sendo as diferenças apenas na espessura das
camadas de cimentos especiais ou na gramagem ou número de camadas das
membranas.

Laje de Fundo
PISO TÉRREO
Estes sistemas devem contemplar duas acções distintas:
 a drenagem e impermeabilização da face inferior da laje - pretende impedir a
entrada de água por capilaridade na construção, bem como o contacto dos
elementos construtivos com a humidade
 a drenagem e impermeabilização da face superior da laje – pretende
encaminhar para fora da construção as águas que possam afluir ao interior
desta, bem como impedir o contacto dos elementos construtivos com a
humidade.

Piso térreo acima do nível freático


- a afluência de água por capilaridade é baixa
- devem ser dados maiores cuidados ao sistema
acima da laje de fundo.

Exemplos de sistemas de drenagem interiores de


pisos térreos: ---------------------------------------------->

Exemplos de sistemas de drenagem na parte inferior


da laje de fundo: enrocamento e manta drenante
Piso térreo abaixo do nível freático
- idênticas preocupações do que nos sistemas acima do nível freático no que toca à
drenagem e impermeabilização acima da laje de fundo
- no que toca à drenagem e impermeabilização abaixo da laje de fundo, a sua posição
relativamente ao nível freático faz com que sejam sistemas:
 com maiores exigências
 mais complexos

1 - Colocação das membranas de impermeabilização sobre a argamassa de


assentamento
2 - Aplicação e fixação da membrana drenante e de protecção
3 - Colocação de um massame de protecção sobre a membrana drenante
Edifícios de alvenaria tradicional

Paredes de alvenaria tradicional


- Sofrem dos mesmos problemas de humidade dos outros tipos de parede
- A impermeabilização é feita por camadas verticais e horizontais
- São preconizadas soluções tradicionais de impermeabilização e drenagem como:
 Valas drenantes
 Camadas de enrocamento
 Pinturas betuminosas

Barreira drenante
- Sistema tradicional de drenagem
- Actualmente a cair em desuso face às novas tecnologias (tecnologia limitada e
dispendiosa)

Capítulo 7 - Estruturas de edifícios de betão


Estruturas betonadas in-situ
Objectivos do projecto de estabilidade:
- Compatibilizar o processo construtivo com a solução estrutural
- Garantir a segurança
- Conseguir estruturas regulares
- Evitar erros de concepção global ou local.

Critérios da concepção estrutural:


- Localização da construção - acções de cálculo, tipo de terreno, risco de incêndio ou
de acidente, factores particulares;
- Utilização prevista - sobrecarga de utilização, vãos a adoptar, nível de segurança a
adoptar dado o carácter vital do edifício;
- Condicionalismos arquitectónicos;
- Economia;
- Garantia de segurança (regulamentos) e comportamento estrutural - acção das
cargas gravíticas, sismos, vento, neve.

Concepção das fundações:


Função do estudo geológico / geotécnico que analisa:
 Tipo de terreno - formação geológica até uma profundidade abaixo do nível
previsto que a estrutura será fundada;
 Características mecânicas - coeficiente de atrito interno, coesão e módulo de
deformabilidade dessas mesmas camadas de terreno;
 Posição do nível freático e previsão da sua evolução sazonal.

Soluções para fundações consoante o tipo de terreno e as sobrecargas


- Sapatas isoladas ou contínuas –
 se o firme estiver a uma profundidade de 3 a 4 m abaixo do piso térreo
 se os níveis de carga forem pequenos ou médios
 se a superestrutura não tiver exigências especiais relativas a assentamentos
diferenciais
 cota do fundo da sapata a 1 a 1.2 m abaixo da cota do terreno natural;
- Ensoleiramento geral –
 se o terreno ao nível da cota de soleira for de características médias a fracas e
o firme se encontrar a grande profundidade
 se o nível freático estiver acima ou muito próximo do piso térreo
 se a superestrutura for muito sensível a assentamentos diferenciais
 se existirem cargas muito elevadas na totalidade ou parte significativa da
planta do edifício
 quando a solução por sapatas ocupar mais de 50% da implantação do edifício
- Pegões ou poços –
 em desuso
- Estacas –
 se o firme estiver a uma profundidade superior a 8 metros do piso térreo
 se existirem situações claramente distintas na implantação do edifício

O projecto de estruturas vai pormenorizar:


- A geometria dos elementos estruturais;
- A disposição das armaduras;
- A composição do betão;
- O número e situação das juntas estruturais / de dilatação (caso haja necessidade).

A verificação de segurança de cada um dos elementos estruturais acompanha as peças


desenhadas e valida a solução estrutural.

subdivisão da estrutura em troços independentes



juntas estruturais de dilatação

Razões que levam à sua adopção e localização:


- Comportamento sísmico do edifício –
 as juntas são adoptadas para eliminar assimetrias e evitar grandes dimensões
do edifício
- Efeitos da temperatura e retracção do betão –
 as juntas são em geral colocadas com afastamento da ordem dos 30 m
- Efeitos das vibrações dos equipamentos
- Consideração da natureza do terreno da fundação –
 se um edifício está implantado em condições de fundações diferentes, a
localização das juntas deve procurar definir corpos de edifícios fundados com
condições semelhantes.

CLASSIFICAÇÃO
- pórtico (pilar / viga)
- mista (pórticos e paredes)
- laminar (paredes) estrutura tunel

Estrutura pórtico
Comportamento estrutural
- Cargas verticais
 As cargas verticais são transmitidas pelas lajes às vigas* e destas aos pilares
que, por sua vez, descarregam nas fundações
 existe uma ligação rígida entre pilares e vigas, pelo que os efeitos de flexão
nestas, devidos às cargas verticais, também são absorvidos pelos pilares.
- Cargas horizontais
 As cargas horizontais são suportadas exclusivamente pelas vigas e pilares
 em relação às cargas horizontais, a estrutura vai sofrer esforços transversos e
de torção.

* Válido para lajes vigadas; no caso de lajes fungiformes, as cargas verticais são
transmitidas directamente aos elementos verticais (pilares e paredes) e as lajes
participam na resistência às acções horizontais.

VANTAGENS
- Vãos do tamanho dos pórticos;
- Adaptação da estrutura à arquitectura;
- Estrutura leve.
DESVANTAGENS
- Torção da estrutura - maiores esforços nos pilares;
- Possibilidade de aparecimento de vigas ou pilares no meio de paredes de alvenaria;
- Deformação exagerada em edifícios de grande altura;
- Os elementos de canto vão ser muito solicitados.

APLICAÇÃO
- Edifícios de pequeno e médio porte ou de maior porte em zonas não sísmicas.

Estrutura mista
Comportamento estrutural
- Cargas verticais
 As cargas verticais são transmitidas pelas lajes às vigas* e destas aos pilares e
paredes
 existe uma ligação rígida entre pilares, paredes e vigas, pelo que os efeitos de
flexão nas vigas, devidos às cargas verticais,também são absorvidos pelos
pilares e paredes.
- Cargas horizontais
 As cargas horizontais são suportadas exclusivamente pelas vigas, pilares e
paredes
 a introdução de paredes resistentes permite reduzir os efeitos de torção e os
deslocamentos da estrutura

* Válido para lajes vigadas; no caso de lajes fungiformes, as cargas verticais são
transmitidas directamente aos elementos verticais (pilares e paredes) e as lajes
participam na resistência às acções horizontais.

Paredes resistentes: elementos resistentes verticais constituídos por um ou mais troços


cuja secção transversal tem uma das dimensões substancialmente superior à outra.

VANTAGENS
- Melhor resposta às forças horizontais através dos elementos parede;
- Podem-se realizar edifícios de grandes alturas;
- As paredes reduzem os efeitos de torção e os deslocamentos da estrutura.
DESVANTAGENS
- Maior dimensão dos elementos estruturais;
- Possibilidade de aparecimento de vigas ou pilares no meio de paredes de alvenaria;
- Aumento do custo da estrutura em relação ao pórtico.

APLICAÇÃO
- Edifícios de médio e grande porte em zonas sísmicas.

Estrutura laminar
Comportamento estrutural
- Cargas verticais
 As cargas verticais são transmitidas pelas lajes às paredes
 existe uma ligação rígida entre paredes e laje, pelo que os efeitos de flexão na
laje, devidos às cargas verticais, também são absorvidos pelas paredes.
- Cargas horizontais
 As cargas horizontais são suportadas exclusivamente pelas paredes
 A estrutura é bastante rígida
 no entanto, a disposição dos elementos estruturais vai influenciar o melhor ou
pior controlo dos efeitos de torção e dos deslocamentos horizontais.

VANTAGENS
- Melhor resposta às forças horizontais através dos elementos parede;
- Reduz os efeitos de torção e os deslocamentos da estrutura.
DESVANTAGENS
- Maior dimensão dos elementos estruturais;
- Aumento do custo da estrutura em relação aos pórticos;
- A inserção das instalações na cofragem implica um projecto bastante cuidado de
todas as especialidades.

APLICAÇÃO
- Vários edifícios.

Sistema túnel
- optimização da estrutura laminar (modularidade da estrutura)

VANTAGENS
- Repetição dos elementos estruturais
- Optimização do uso da cofragem
- Altos rendimentos de obra
DESVANTAGENS
- Problemas de isolamento acústico
- Não permite grandes vãos
- As cofragens são pesadas requerendo gruas de grande capacidade
- Pesa mais que as estruturas pórtico e mista
- A execução de paredes adicionais reduz o rendimento
- Alterações durante a construção vão encarecer o custo da obra
- A cofragem é cara
- O pé direito tem que ser constante
- Condiciona a arquitectura
- A inserção das instalações na cofragem implica um projecto bastante cuidado de
todas as especialidades.
APLICAÇÃO
- Vários edifícios de habitação e outros onde se verifique um sistema modular,
adequado ao uso deste tipo de estrutura.

MATERIAIS CONSTITUINTES
Elementos principais:
 cimento
 água
 agregados (grossos e finos)
Materiais:
 betão
 armaduras

EQUIPAMENTO
- para tratamento das armaduras
- para tratamento do betão

FASES CONSTRUTIVAS

Estrutura pórtico
- vigas de fundação + pilares em simultâneo
- vigas e laje
- ciclo - pilares, vigas e laje

Estrutura mista
- sapatas + vigas de fundação (em simultâneo)
- pilares e paredes
- vigas e laje
- ciclo - pilares, paredes, vigas e laje

Estrutura laminar
- sapatas e vigas de fundação
- laje
- paredes
- laje
- ciclo - paredes e laje
Estrutura laminar (sistema túnel)
- sapatas contínuas
- laje de fundação
- paredes + laje
- ciclo - parede + laje

EXECUÇÃO DE PILARES E PAREDES


- colocação das armaduras
- aplicação da cofragem
- betonagem
- descofragem

EXECUÇÃO DE LAJES

Tipos de lajes
- vigadas
 tradicionais
- apoiam-se directamente nas vigas
- espessura reduzida
- estética menos bem conseguida
 Não tradicionais*
- vigotas ou pré-lajes
- blocos de aligeiramento (cerâmicos ou betão)
- betonagem face superior da laje “in situ”
- fungiformes
 Maciças
- espessura da laje constante superior à alternativa vigada
- inexistência de vigas ⇩estética bem conseguida
- esforços elevados
 aligeiradas
- zonas menos esforçadas aligeiradas ou vazadas (betão leve, inertes de
argila expandida, blocos de esferovite ou moldes de plástico)
- armadura inferior em nervuras
- zonas mais esforçadas maciças

*
Vantagens das lajes vigadas não tradicionais
- Custo reduzido
- Cofragem reduzida (tarugos e consolas)
Desvantagens das lajes vigadas não tradicionais
- Descontinuidade entre lajes
- Mau comportamentos sísmico

Sistemas de cofragem
Cofragens recuperáveis
 Tradicionais
 Semi-racionalizadas ou tradicionais melhoradas
 Racionalizadas
- Ligeiras ou desmembráveis
- Semi-desmembráveis
- Pesadas ou monolíticas
Cofragens perdidas
 Não estruturais ou não colaborantes
- Tubos metálicos
- Abobadilhas
- Blocos de metal expandido
- Cofragens Plásticas
 Estruturais ou Colaborantes
- Pré-lajes, soluções mistas, etc.

Tradicionais
- Elementos de suporte em madeira
- Tempo de execução elevado
- Aspecto final médio / baixo
- Muita mão de obra
- Baixo custo
Semi-Racionalizadas
- Combinação de elementos de madeira e metálicos
- Elementos de suporte em metal e extensíveis
- Dimensões dos painéis estudadas
Racionalizadas – Ligeiras ou desmembráveis
- Sistema que tem maior uso, nos nossos dias
- Sistemas modulares p/ lajes planas e nervuradas
- Moldes recuperáveis
- Prumos telescópicos
Racionalizadas – Semi-desmembráveis – Sistema Mesa
- Permitem uma separação dos vários elementos
- Capacidade de “rolar” p/ lajes adjacentes
- Mais rentáveis
- Passagem p/ a laje superior c/ grua
Racionalizadas – Pesadas ou monolíticas - Sistema Túnel
- Elementos de suporte não se separam dos horizontais
- Obrigam a um planeamento rigoroso
- Incapacidade de divisão
- Pouco utilizadas em edifícios correntes

Perdidas não estruturais


- Materiais rígidos p/ aguentarem c/ algumas sobrecargas
- Sistema estanque (não permite a passagem do betão)
- Servem para aligeirar as lajes
- Economia de betão

Processo construtivo: Cofragem


1. Regularização do piso onde irão assentar os prumos
2. Colocação de prumos e lançamento de vigas de cofragem
3. Nivelar e posicionar conjunto viga / prumos
4. Colocar as vigas de escoramento transversais (verificar horizontalidade)
5. Colocar sobre estrutura vigada as tábuas de solho (incluir negativos)
6. Colocar e contraventar taipais laterais
7. Limpeza, rega ou aplicação de óleo descofrante (depende de solução adoptada)
Processo construtivo: Armadura
1. Colocação de espaçadores
2. Colocação de armadura inferior em ambas as direcções, conforme projecto
3. Atar os varões com arame
4. Colocar cavaletes para apoio da armadura superior
5. Colocar a armadura superior por um processo análogo ao da armadura inferior

Processo construtivo: Betonagem


1. Colocação do betão através de condutas rijas ou flexíveis
2. Lançar o betão em camadas horizontais, evitando amontoamentos
3. Vibrar na vertical sem tocar nas armaduras
4. Uso da bitola de varão de aço para controlar espessura de laje
5. Regularização e alisamento da superfície da laje
6. Operações de cura

- Antes da betonagem, verificar estabilidade de cofragens, garantir circulação para


descarga, distribuição, espalhamento e vibração do betão.
- Intervalo de betonagens não deve exceder 1.5 h (caso contrário, tratar juntas)

Processo construtivo: Descofragem


1. Retirar 70% do material de cofragem, após 3 dias de betonagem (REBAPE: 7 a 21
dias)
2. Manter uma viga de escoramento em cada 2 m, até aos 21 a 28 dias
3. Alinhar os prumos de diferentes pisos
4. Limpar de imediato o material descofrado

LAJES ALIGEIRADAS
Processo em tudo idêntico ao das lajes maciças, inserindo unicamente o sistema de
aligeiramento, entre o término da cofragem e a colocação das armaduras.

SOLUÇÕES NÃO TRADICIONAIS (VIGOTAS)


1. Nivelar os apoios das vigotas ⇩cofragem das vigas
2. Montar as vigotas, com escoramento provisório
3. Dispor em sentidos perpendiculares as vigotas pertencentes a diferentes lajes
4. Montar as cofragens, nas zonas maciças (tarugos e apoios)
5. Colocar os blocos de aligeiramento
6. Colocar as armaduras nas zonas maciças
7. Colocar armadura de distribuição (malhasol)
8. Criar percursos de circulação
9. Regar as vigotas e blocos de aligeiramento
10. Betonar com manga encostada à laje ou deitada e vibrar o betão na horizontal
12. Regularizar e alisar a superfície da laje
13. Operações de cura
14.Retirar os prumos em cerca de 70%, após 3 dias de betonagem
15. Retirar o restante escoramento, após 21 a 28 dias.

Caso particular: Execução de escadas


1. Montagem dos taipais e prumos
2. Colocação da armadura
3. Colocação dos moldes dos degraus
4. Betonagem
5. Descofragem
EXECUÇÃO DE PAREDES E LAJES COM SISTEMA TÚNEL
Sistema túnel - cofragem monolítica
- Permite a moldagem em simultâneo de paredes e lajes;
- Painéis agregados de cofragem de paredes e laje com a estrutura de suporte
(assente eventualmente sobre carris);
- Os túneis não são necessariamente completos: recurso também a 2 semitúneis;
- A estrutura de suporte é sempre metálica
- Os painéis podem ser de contraplacado ou metálicos;
- Na base da cofragem, existem dispositivos que permitem pequenas variações de
altura - úteis para o nivelamento e descofragem;
- Após a descofragem, mantém-se o escoramento a meio do vão com prumos
metálicos
- Paredes no mínimo com 12 cm, espessura onde se integram as caixas e as tubagens
para enfiamentos eléctricos;
- Negativos nas lajes para a passagem dos traçados verticais, tectos falsos para os
traçados horizontais
- A implantação de elementos como portas e janelas tem de ser cuidadosa, não só em
termos de resistência como pelo facto de ficarem embutidos nas paredes aquando da
betonagem
- Evitar posteriores aberturas de roços e negativos - diminuição de resistência da
estrutura.

Fases de um ciclo da construção de uma estrutura com cofragem túnel


- Marcação da localização exacta das paredes a
construir
- Execução dos muretes de arranque com a
espessura da parede a construir
- Marcação das cotas de nível do fundo da
cofragem no murete de arranque, para garantir o
nivelamento das cofragens;
- Posicionamento da cofragem túnel. os painéis são
ajustados ao murete e ligados entre si através de
peças de fixação;
- A montagem e colocação das armaduras, das caixas e tubagens de electricidade e
dos negativos para as aberturas são efectuadas durante a colocação da cofragem;
- Betonagem simultânea das paredes, lajes e muretes de arranque;
- Retirada das peças de fixação entre os painéis e através dos dispositivos de
nivelamento na base da cofragem desce-se a cofragem e afasta-se das paredes;
- Deslize da cofragem para o exterior, onde é previamente colocada uma plataforma
de trabalho;
- Colocação de prumos metálicos de escoramento a meio vão;
- Limpeza da cofragem e colocação de óleo descofrante;
- Transporte com grua para a frente de trabalho seguinte.

Variantes simplificadas do sistema túnel:


- variante mesa
- variante parede
EXECUÇÃO DE VIGAS

Sistemas de cofragem
 Tradicionais
 Semi-racionalizadas ou tradicionais
melhoradas
 racionalizadas

Processo construtivo: Cofragem


1. Regularizar o solo p/ montagem dos prumos
2. Colocar as vigas de montagem longitudinais
3. Colocar as vigas de escoramento transversais
4. Colocar os painéis inferiores e laterais
5. Aplicar os esticadores, traccionados com o macaco tensor
6. Colocar as bitolas em madeira (opcional)
7. Executar o escoramento dos painéis laterais
8. Limpar a cofragem
9. Regar a cofragem, caso se trate de madeira
10. Aplicar óleo descofrante, se se tratar de material metálico ou contraplacado
marítimo

NOTA: Pode ser deixado um painel lateral da viga por cofrar para facilitar a colocação das
armaduras e respectivas ligações a restantes elementos

Processo construtivo: Armaduras


1. Cortar os varões de aço longitudinais
2. Executar os estribos e amarração aos varões
3. Colocar os espaçadores
4. Montar a armadura, garantindo a ligação a outros elementos estruturais

NOTA: A armadura deve ser executada em estaleiro e só depois colocada na cofragem.

Processo construtivo: Betonagem


(idêntico a outros elementos)

Processo construtivo: Descofragem


1. 3 dias após a betonagem, retirar as vigas de montagem, escoramento intermédio,
painéis e prumos correspondentes;
2. Manter 1 viga de escoramento por metro linear, até aos 21 a 28 dias.

NOTA: O material descofrado deve ser limpo e reutilizado ou armazenado.


PORMENORES CONSTRUTIVOS
- a estrutura tem de permitir a passagem de tubagens provenientes dos vários
sistemas; o seu posicionamento é definido nos projectos das várias especialidades
 electricidade
 água e esgotos
 avac
 ascensores
- dependendo das dimensões
 deixar negativos na estrutura de forma
cilíndrica ou quadrangular
 tubagens inseridas na estrutura antes da
betonagem

Passagem de tubos na laje:


- Negativos (a atravessar a cofragem)
- Carotagem da laje após a betonagem

juntas de betonagem
são necessárias devido a:
- sequência construtiva
- dimensão do elemento a betonar (controlo de fissuração)

evitar o seu posicionamento em zonas com esforços


elevados

ESCORAMENTOS
O CONJUNTO DE CONSTRUÇÕES PROVISÓRIAS, EM GERAL CONSTITUÍDAS POR PEÇAS
ACOPLADAS E DEPOIS DESMONTÁVEIS, DESTINADAS A SUPORTAR O PESO DE UMA
ESTRUTURA DURANTE SUA EXECUÇÃO, ATÉ QUE ESTA SE TORNE AUTOPORTANTE.

FUNÇÕES DOS ESCORAMENTOS


- ABSORÇÃO DE CARGAS, DE EQUIPAMENTOS E PESO PRÓPRIO DE ESTRUTURAS
NAS SUAS ETAPAS CONSTRUTIVAS;
- APOIO PROVISÓRIO PARA MATERIAIS, PEÇAS ESTRUTURAIS OU EQUIPAMENTOS.
- APOIAR AS ESTRUTURAS DE BETÃO, ATÉ QUE ESTAS ADQUIRAM RESISTÊNCIA
SUFICIENTE;

ESCORAMENTO EM MADEIRA
- Prumos de eucaliptos jovens (secção circular), não devem ter falhas que reduzam a
secção ou rachas
- Prumos em pinho bravo (secção rectangular: 0.10 m x 0.07 m)

DESVANTAGENS DA MADEIRA COMO ESCORAMENTO


- DIFICULDADES DE ALINHAMENTO E APRUMO
- DIFICULDADES DE EMENDAS
- SOFRE ATAQUE DE INSECTOS
- CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS VARIÁVEIS
- CAPACIDADE DE CARGA DESCONHECIDA
- MAIOR CUSTO COM MÃO-DE-OBRA
- MAIOR GASTO DE TEMPO

ESCORAMENTO METÁLICO
- Componentes muito leves e de alta resistência;
- Reduzido número de componentes, montagem rápida e simples;
- Elevada segurança e estabilidade;
- Elevada rentabilidade
- Redução de mão-de-obra e de tempos de montagem;
- Facilmente adaptável a diferentes alturas e larguras.
- Reutilização
- Modularidade

CAMPO DE APLICAÇÃO

- QUALQUER FASE DUMA OBRA NECESSITA DE ESCORAMENTOS:


 Demolições
 Abertura de valas
 Cofragem dos elementos estruturais
 Etc.
- FUNDAÇÕES
- MUROS DE SUPORTE
- PILARES
- VIGAS
- LAJES MACIÇAS
- LAJES DE VIGOTAS
- ESCADAS
- COBERTURAS
- PONTES

Exigências funcionais
O ESCORAMENTO DEVE SER DIMENSIONADO DE FORMA A:
(i) SUPORTAR O PESO DAS COFRAGENS, ARMADURAS E DO BETÃO A SER
APLICADO, BEM COMO DAS CARGAS QUE OCORRAM DURANTE A BETONAGEM
(movimentação de pessoal, transporte do betão, etc.)
(ii) IMPEDIR DEFORMAÇÕES QUE POSSAM ALTERAR AS DIMENSÕES DA PEÇA
A BETONAR
A MONTAGEM DO ESCORAMENTO DEVE OBEDECER AO PROJECTO RESPECTIVO, DE MODO A
GARANTIR-SE O CORRECTO FUNCIONAMENTO.

OS ESCORAMENTOS DEVEM OBEDECER AOS SEGUINTES REQUISITOS:


- económico;
- resistente;
- modular;
- adaptável;
- ajustável;
- reutilizável;
- fácil de montar;
- fácil de transportar.

- AS ESCORAS DEVEM MANTER-SE DESEMPENADAS POIS QUALQUER IMPERFEIÇÃO PODE


REDUZIR DE MANEIRA SIGNIFICATIVA A SUA RESISTÊNCIA.
- CASO SEJA NECESSÁRIO, DEVEM SER DIMENSIONADOS SISTEMAS DE TRAVAMENTO PARA
PREVENIR FENÓMENOS DE INSTABILIDADE

AS FUNDAÇÕES DAS ESCORAS SÃO PONTOS CRÍTICOS


- AS TÁBUAS UTILIZADAS COMO SAPATAS DEVEM ESTAR ASSENTES SOBRE O MESMO TIPO
DE SOLO AO LONGO DO SEU PERÍMETRO.
- AS ESCORAS DEVEM APOIAR-SE EM ELEMENTOS HORIZONTAIS DE DIMENSÃO SUFICIENTE
PARA DISTRIBUIR E DIVIDIR AS CARGAS UNIFORMEMENTE .
- QUANDO AS ESCORAS ASSENTAM DIRECTAMENTE NO SOLO, ESTE DEVE SER DE BOA
CONSISTÊNCIA E SEM SER SUSCEPTÍVEL À EROSÃO OU AO DESMORONAMENTO.

OPÇÕES QUANDO O TERRENO NÃO TIVER CAPACIDADE RESISTENTE SUFICIENTE:


(i) TERRENO REGULARIZADO COM BRITA
(ii) EXECUÇÃO DE SAPATAS EM BETÃO POBRE
(iii) EXECUÇÃO DE ESTACAS

Técnicas de execução
OS ESCORAMENTOS ESTÃO INTIMAMENTE RELACIONADOS COM AS COFRAGENS E DEPENDEM
DO TIPO DESTAS PARA SE DEFINIR O MODO DE EXECUÇÃO

MONTAR O ESCORAMENTO
- TODAS AS ESCORAS E OUTROS ELEMENTOS DO ESCORAMENTO DEVEM SER APLICADOS
COM OS ESPAÇAMENTOS CORRECTOS
- TODOS OS PRUMOS E ESCORAS DEVERÃO SER ALINHADOS COM O EIXO DAS CARGA,
CONTRAVENTADOS E RIGIDAMENTE LIGADOS ENTRE SI DE MODO A TRABALHAREM EM
CONJUNTO E NÃO ISOLADAMENTE
-TODOS OS ELEMENTOS VERTICAIS DE ESCORAMENTO DEVEM APOIAR-SE EM ELEMENTOS
DE MAIOR DIMENSÃO (SAPATAS) A FIM DE DISTRIBUIR OS ESFORÇOS E GARANTIR A
FIXAÇÃO DAS BASES

RETIRAR O ESCORAMENTO
A RETIRADA DO ESCORAMENTO DEVE SER EFECTUADA SEM CHOQUES, OBEDECENDO A UM
PROGRAMA ELABORADO DE ACORDO COM O TIPO DE ESTRUTURA

SISTEMAS DE COFRAGEM
As cofragens são moldes para dar forma, garantir o confinamento do betão fluido até ao seu
endurecimento (cura do betão) e auto-sustentação, aos elementos de betão armado

Os materiais mais utilizados na superfície de contacto com o betão são:


- madeira;
- contraplacado;
- aglomerados;
- aço;
- alumínio;
- PVC;
- fibra de vidro.

CARACTERÍSTICAS EXIGIDAS ÀS COFRAGENS


- fácil betonagem e descofragem;
- permitir que o betão preencha todos os espaços vazios;
- permitir a correcta vibração do betão;
- resistência às tensões provocadas pelo processo construtivo (betonagem, vibração e
bombagem);
- manter o betão com a forma pretendida (indeformabilidade e desempeno da
superfície) até ao seu endurecimento, garantindo a integridade do elemento estrutural;
- cofragem e juntas entre placas e painéis suficientemente estanques para impedir a
perda dos finos (estanqueidade);
- se a cofragem for utilizada para produzir superfícies de betão à vista, o tratamento
da superfície da cofragem deverá ser tal que viabilize a obtenção do acabamento
prescrito.
- reutilização com poucas reparações;
- fácil limpeza dos moldes;
ASPECTOS IMPORTANTES NA EVOLUÇÃO DAS COFRAGENS
- aumento da rapidez de execução das peças (fabrico, montagem e desmontagem);
- redução da mão de obra envolvida nas operações;
- aumento da durabilidade dos materiais e elementos dos sistemas de cofragem;
- adaptação dos sistemas às necessidades de estaleiro (geométricas e resistênca);
- aumento da rotatividade do equipamento.

QUALIDADE DO PRODUTO ACABADO


A qualidade final do produto acabado (elementos de betão) é muito afectada pela
melhor ou pior concepção e utilização dos recursos associados à cofragem:
 cofragens propriamente ditas;
 respectivos escoramentos;
 agente descofrante;
 elementos secundários;
 tempo e processo de descofragem.

CLASSIFICAÇÃO
Tradicionais
Semi-racionalizadas ou tradicionais melhoradas
Ligeiras ou desmembráveis
Cofragens Racionalizadas Semi-desmembráveis
recuperáveis Pesadas ou monolíticas
Vigas de lançamento
Especiais Carro de avanço
Pneumáticas
Pré-lajes
Estruturais ou
Pavimentos aligeirados
Colaborantes
Cofragens Chapas de aço galvanizado
perdidas Abobadilhas
Não-estruturais ou
Blocos de material expandido
não-colaborantes
Cofragem plásticas
Cofragens descartáveis

2.4) Cofragens recuperáveis tradicionais


Cofragens tradicionais são as executadas integralmente com barrotes e tábuas de madeira
maciça, sem recurso a outros materiais, ainda que possam ser criadas assemblagens de tábuas
e barrotes sob a forma de taipais e estrados e também possa existir alguma normalização ao
nível das dimensões dos elementos.
VANTAGENS
 realização de peças com qualquer forma geométrica;
 versatilidade, em obras em que a sua dimensão e/ou arquitectura não
proporcionam grande facilidade para aplicação de sistemas racionalizados.
DESVANTAGENS
 pequeno número de reutilizações;
 forte incidência de mão-de-obra;
 elevados tempos de cofragem e descofragem;
 dificuldade de limpeza dos moldes.

PROPRIEDADES IMPORTANTES PARA O USO DA MADEIRA EM COFRAGENS


TRADICIONAIS
- material abundante na natureza e praticamente apta a ser utilizada;
- material com resistência significativa e leve, facilitando transporte e movimentação;
- corte e ligações fáceis;
- permite a obtenção de boas superfícies de acabamento;
- material relativamente barato;
- material com tradição em Portugal;
- garante bom isolamento térmico ao betão fresco (Inverno).

UTILIZAÇÃO:
 SAPATAS
 PILARES
 LAJES
 VIGAS
 MUROS E PAREDES
 ESCADAS

2.5) Cofragens recuperáveis semi-racionalizadas


Este sistema introduziu alguns elementos de natureza diferente dos que são utilizados nos
sistemas tradicionais

2.6) Cofragens recuperáveis racionalizadas


As cofragens racionalizadas ou modulares são constituídas por elementos normalizados,
fabricados em materiais que admitem um elevado número de reutilizações, e entre si ligados de
modo a permitirem uma fácil montagem e desmontagem.

De acordo com o peso crescente das unidades elementares que constituem os


sistemas, ter-se-á:
- Ligeiras ou desmembráveis
- Semi-desmembráveis
- Pesadas ou monolíticas

2.6.1) LIGEIRAS OU DESMEMBRÁVEIS - SISTEMA EM PAINÉIS


entre os elementos de suporte e os de cofragem, sendo que estes últimos são desmembrados
em módulos.

VANTAGENS RELATIVAMENTE AOS OUTROS SISTEMAS RACIONALIZADOS


- maior versatilidade;
- maior flexibilidade;
- facilidade de transporte;
- maior facilidade de adaptação a várias formas geométricas.

TIPOS
Dentro deste grupo de cofragens, destacam-se os seguintes subgrupos:
 Sistema em painéis para paredes, pilares e vigas;
 Sistema em painéis para lajes;

2.6.1.1) SISTEMA EM PAINÉIS PARA PAREDES, PILARES E VIGAS


Existe uma gama vasta de medidas de painéis por forma a cobrir todas as necessidades
impostas em obra.

TIPOS
Em função dos materiais utilizados no quadro de suporte e no seu revestimento, estes sistemas
podem ser classificados em:
1. Sistema de contraplacado com quadro em aço galvanizado
2. Sistema de contraplacado com quadro em alumínio
3. Sistema de contraplacado com quadro em vigas de madeira
4. Sistema de quadro e revestimento metálico

2.6.1.2) SISTEMA EM PAINÉIS PARA LAJES


Os sistemas racionalizados para a execução de lajes decompõem-se nos seguintes elementos:
- Prumos (ou CIMBRES para pés-direitos ↑)
- Longarinas (vigas principais)
- Carlingas (vigas secundárias)
- Painéis

Revelam-se sistemas extremamente económicos sobretudo na realização de lajes fungiformes


maciças ou aligeiradas devido à sua rapidez e facilidade de montagem / desmontagem.

2.6.2) SEMI-DESMEMBRÁVEIS
São sistemas em que os seus elementos de suporte e os painéis de cofragem se confundem, ou
seja, os próprios painéis de cofragem são elementos de suporte, necessitando apenas de
algumas escoras em função da altura do elemento a betonar.

TIPOS
Dentro deste grupo de cofragens, destacam-se os seguintes subgrupos:
1. SISTEMAS MESA E PAREDE
2. COFRAGEM TREPANTE
3. COFRAGEM AUTO-TREPANTE

A – SISTEMAS MESA (E PAREDE)


DEFINIÇÃO
- É constituído pela cofragem de mesa para lajes e painéis para paredes (menos correntes que
a mesa).
CARACTERÍSTICAS
- sistema versátil, pois pode ser utilizado em vários tipos de estrutura;
- alternativa ao sistema de cofragem desmembrável de lajes;
- sistema de superfície horizontal suportado por prumos ou cimbre (para grandes alturas);
- rapidez e flexibilidade na execução;
- movimentação entre pisos através de uma grua;
- movimentação horizontal recorrendo a dispositivo deslizante;
- economia de tempo e mão-de-obra;
- número elevado de utilizações.

B - COFRAGEM TREPANTE
DEFINIÇÃO
- Sistema normalmente constituído por dois painéis (um em cada face da parede a ser
betonada) que se deslocam em paralelo.
CARACTERÍSTICAS
- sistema versátil, pois pode ser utilizado em vários tipos de estrutura;
- estrutura rígida metálica que funciona em paralelo com elementos de fixação;
- ancoragem do sistema a cones de suspensão embutidos na parede;
- cofragem em altura, edifícios e barragens, pilares de pontes;
- betonagem por troços;
- painel até 7 m de altura adaptável a qualquer inclinação;
- elevação com grua;
- segurança mesmo em condições climatéricas adversas.

C - COFRAGEM AUTO-TREPANTE
DEFINIÇÃO
- Sistema semelhante ao trepante com a diferença do próprio conjunto dispor de um sistema
hidráulico capaz de o movimentar autonomamente.
CARACTERÍSTICAS
- sistema versátil, pois pode ser utilizado em vários tipos de estrutura;
- sistema vocacionado para construções em altura (atinge alturas até 400 m);
- deslocamento autónomo por sistema hidráulico;
- estrutura rígida metálica contendo 3 plataformas de trabalho: topo, meio e base;
- com a 6 a 7 plataformas, conseguem-se velocidades mais elevadas de cofragem;
- segurança mesmo em condições climatéricas adversas;
- velocidades de cofragem superiores às conseguidas com cofragens trepantes.

2.6.3. PESADAS OU MONOLÍTICAS


DEFINIÇÃO
- Sistemas cujos elementos de suporte e painéis de cofragem não se separam (único
componente) durante a montagem ou desmontagem do sistema.
TIPOS
Dentro deste grupo de cofragens, destacam-se os seguintes subgrupos:
1. SISTEMA TÚNEL
2. SISTEMA TÚNEL - VARIANTE PAREDE
3. SISTEMA TÚNEL - VARIANTE MESA
4. COFRAGENS DESLIZANTES

A - SISTEMA TÚNEL
DEFINIÇÃO
- Este sistema agrega os painéis de cofragem de paredes e de laje com a estrutura de suporte
formando túneis não necessariamente completos.
CARACTERÍSTICAS
- estrutura de suporte metálica;
- painéis de contraplacado de boa durabilidade ou metálicos;
- dispositivos (parafusos de elevação e acerto) na base das cofragens para pequenas variações
de altura;
- permite a moldagem em simultâneo de paredes e lajes, dando origem a uma estrutura
laminar;
- grande capacidade de produção associada à rapidez de construção.

B - SISTEMA TÚNEL - VARIANTE PAREDE


DEFINIÇÃO
- Corresponde ao desmembramento do sistema túnel, apenas com um objectivo: o de executar
paredes.
CARACTERÍSTICAS
- sistema composto por uma estrutura de suporte que sustenta os painéis de cofragem
interiores e exteriores das paredes;
- possui rodas na base para se deslocar até ao próximo troço a betonar.

C - SISTEMA TÚNEL - VARIANTE MESA


DEFINIÇÃO
- Tal como a variante parede do sistema túnel, a variante mesa não é mais do que uma
simplificação do sistema túnel, desta vez apenas para a realização de lajes.
CARACTERÍSTICAS
- sistema composto por uma estrutura de suporte metálica e por painéis de cofragem da laje
que estão solidários.

D - COFRAGEM DESLIZANTE
DEFINIÇÃO
- A cofragem deslizante é constituída por um tipo de cofragem que se desloca de forma
contínua e sem interrupções, à medida que se vai betonando o elemento a construir.
CARACTERÍSTICAS
- é adequada para construções verticais em betão com uma altura significativa, como é o caso
das paredes resistentes dos edifícios correntes;
- só deve ser utilizada em obras que mantenham as secções constantes em toda a altura ou
tenham pequenas variações;
- é formada por uma estrutura rígida constituída por vários elementos, que são os painéis
exteriores e interiores, as plataformas de trabalho superiores e inferiores, e os equipamentos de
suspensão e elevação da cofragem (macacos pneumáticos, hidráulicos ou eléctricos).

2.7. Cofragens recuperáveis especiais


TIPOS
Dentro deste grupo de cofragens, destacam-se os seguintes subgrupos:
1. VIGAS DE LANÇAMENTO
2. CARROS DE AVANÇO
3. COFRAGENS PNEUMÁTICAS

2.7.1. VIGAS DE LANÇAMENTO


TIPOS
As vigas de lançamento podem funcionar de duas formas diferentes :
1 - COM COLOCAÇÃO INFERIOR
funcionando sob o tabuleiro de betão e suportando em suspensão as cofragens
2 - COM COLOCAÇÃO SUPERIOR
funcionando sobre o tabuleiro de betão e recebendo sobre ele as cofragens
CARACTERÍSTICAS
- reduzido consumo de horas-homem;
- elevada resistência;
- adaptação a diferentes secções do tabuleiro;
- montagem de fácil execução.

2.7.2. CARROS DE AVANÇO


Os carros de avanço são utilizados na construção de tabuleiros de pontes pelo método dos
avanços sucessivos. No caso de tabuleiros construídos com aduelas de betão pré-fabricadas em
consola, os carros de avanço podem ser facilmente convertidos num dispositivo que permita a
elevação, posicionamento e fixação das aduelas.

2.7.3. COFRAGENS PNEUMÁTICAS


DEFINIÇÃO
- Moldes insufláveis constituídos por tecido sintético
coberto com resinas especiais.
CARACTERÍSTICAS
- permitem cerca de 200 aplicações;
- utilização em execução de canais, tubagens de grandes dimensões, aligeiramento de lajes,
construção de cúpulas semi-esféricas ou outras estruturas com formas curvas;
- utilização simples e económica.
CUIDADOS
- reduzida velocidade de betonagem;
- vibração bastante cuidada;
- pressão de enchimento do molde não superior a 0.25 bar ;
- molde limpo apenas com água;
- recobrimento das armaduras eficaz;
- sem pontas de varões em contacto com o molde;
- descofragem efectuada 12 h após a betonagem.

2.8. Cofragens perdidas colaborantes


DEFINIÇÃO
Cofragens perdidas são aquelas que após a betonagem dos elementos de betão, ficam
solidárias com os mesmos, pelo que não são reutilizadas.
CARACTERÍSTICAS DAS COFRAGENS PERDIDAS ESTRUTURAIS
- moldam o elemento enquanto o betão está fresco;
- têm uma contribuição activa para a resistência da peça após o endurecimento do betão,
contribuição essa que é tida em conta explicitamente no cálculo;
- estão circunscritas às lajes, podendo ser em betão armado (pré-lajes) ou metálicas
(geralmente em aço galvanizado).

TIPOS
Dentro deste grupo de cofragens, destacam-se os seguintes subgrupos:
1. PRÉ-LAJES
2 .PAVIMENTOS ALIGEIRADOS
3. CHAPAS DE AÇO GALVANIZADO

2.8.1. PRÉ-LAJES
DEFINIÇÃO
São elementos pré-fabricados, de betão armado (hoje caído em desuso) ou pré-esforçado, com
armadura resistente constituída por malha ortogonal de varões de aço ordinário ou fios de
pré-esforço de aço de alta resistência (estes últimos aderentes não soldados), respectivamente.
CARACTERÍSTICAS
- servem de cofragem à camada de betão complementar;
- têm função estrutural;
- servem de tecto acabado (se as exigências estéticas não forem grandes);
- têm espessuras entre 5 e 10 cm;
- apresentam larguras variáveis, sendo corrente o valor de 250 cm.

2.8.2. CHAPAS DE AÇO GALVANIZADO


DEFINIÇÃO
As chapas de aço galvanizado têm funções semelhantes às pré-lajes: cofragem, armadura e
acabamento. As suas nervuras permitem aumentar a área de armadura e a superfície de
aderência.
PROCESSO DE MONTAGEM
1 - colocação dos prumos para apoio das vigas principais;
2 - fixam-se as vigas resistentes com um espaçamento definido em projecto;
3 - os moldes de aço galvanizado são então colocados e encaixados nos rebordos das vigas
anteriormente colocadas, devendo-se sobrepor as nervuras dos moldes contíguos;
4 - colocam-se os painéis de tamponamento na extremidade dos moldes;
5 - colocação da armadura superior.

2.9. Cofragens perdidas não colaborantes


DEFINIÇÃO
As cofragens não estruturais têm geralmente apenas a função de limitar o acesso do betão
fresco a determinadas zonas, garantindo assim o aligeiramento das peças. Podem também
funcionar normalmente como molde exterior, situação em que podem conferir o acabamento
final à superfície exterior da peça.
CARACTERÍSTICAS
- têm a função de aligeiramento ou confinamento;
- são geralmente em materiais de menor resistência que o betão estrutural;
- devem apresentar um custo baixo relativamente aos outros sistemas;
- devem ser suficientemente rígidas de forma a resistir à circulação dos trabalhadores e à queda
do betão;
- devem ser estanques de modo a não permitir a entrada de água durante a betonagem.

TIPOS
Dentro deste grupo de cofragens, destacam-se os seguintes subgrupos:
 PAVIMENTOS ALIGEIRADOS
 TUBOS DE FIBROCIMENTO
 CHAPAS DE FIBROCIMENTO
 BLOCOS VAZADOS EM BETÃO VIBRADO
 BLOCOS MACIÇOS EM BETÃO AUTOCLAVADO
 BLOCOS VAZADOS EM BETÃO COM ARGILA EXPANDIDA
 BLOCOS VAZADOS E NERVURADOS INTERIORMENTE EM POLIESTIRENO EXPANDIDO
 BLOCOS VAZADOS EM POLIPROPILENO OU POLIETILENO
 CAIXOTES EM CARTÃO
 COFRAGENS PLÁSTICAS

PAVIMENTOS ALIGEIRADOS

DEFINIÇÃO
São constituídos por vigotas de betão pré-esforçado, com
comprimentos suficientes para vencer determinados vãos,
entre as quais se apoiam abobadilhas:
 CERÂMICAS
 POLIESTIRENO EXPANDIDO
 BLOCOS DE BETÃO LEVE
FUNÇÃO
Servem de cofragem à camada de betão superior, em que as vigotas desempenham uma
função estrutural e as abobadilhas / blocos apenas uma função não estrutural.

2.10. Cofragens descartáveis


DEFINIÇÃO
Este sistema de cofragem consiste em elementos que, após executarem a sua função de molde
e o betão adquirir a resistência suficiente, são rasgados e não voltam a ter qualquer função, ou
seja, são utilizados uma única vez (descartáveis).
CARACTERÍSTICAS
- os materiais utilizados devem ser leves e relativamente baratos;
- utilização confinada a situações em que a configuração da cofragem e a sua textura permitem
obter resultados muito bons em termos da superfície acabada de betão;
- é o sistema mais prático / rentável para a execução de pilares de secção circular;
- constituídos por bandas de cartão impermeável e reciclado, folha de alumínio e uma película
de polietileno que garante o acabamento perfeito ao pilar.

2.12. Óleos descofrantes


DEFINIÇÃO
Óleos descofrantes são substâncias que contêm agentes que facilitam a libertação da cofragem
da superfície betonada sem a introdução de esforços significativos, aumentando o tempo de
vida das cofragens.
TIPOS
Os óleos descofrantes podem ser:
 MINERAIS, baseados em materiais não-degradáveis (nocivos);
 DE BASE VEGETAL, baseados em materiais degradáveis.
COMPARAÇÃO DOS ÓLEOS VEGETAIS COM OS MINERAIS
- vantagens no campo económico e técnico;
- vantagens para a saúde dos trabalhadores e meio ambiente;
- baseados em fontes renováveis;
- baixas toxidade e volatilidade;
- biodegradáveis;
- não inflamáveis (ausência de risco de incêndio).
- mais caros.

2.13. Fase pós execução

2.13.1. DESCOFRAGEM E LIMPEZA DOS MOLDES


REGRAS BASE A TER EM ATENÇÃO NA DESCOFRAGEM
- o tempo de endurecimento até à descofragem é função das dimensões do elemento
betonado, do tipo de cimento e das condições de ambiente;
- a descofragem deve ser feita de maneira a que a peça seja sempre sujeita aos
esforços para a qual foi projectada;
- os elementos de aperto e de apoio (parafusos, tirantes, cunhas, pontaletes, prumos,
etc.) deverão ser aliviados ou retirados intervaladamente, sem choques bruscos;
- nunca deverão ser utilizadas alavancas metálicas entre o betão e a cofragem, o que
deixa marcas no betão; este cuidado é, naturalmente, mais relevante em obras onde
se pretende que o betão fique à vista;
- as arestas das peças acabadas de descofrar, no caso de poderem vir a ser
danificadas pelo tráfego de pessoas ou materiais, deverão ser protegidas por sarrafos.

LIMPEZA DOS MOLDES APÓS A DESCOFRAGEM


- as faces dos moldes deverão ser limpas imediatamente após a sua utilização e não só
passado um longo período de tempo;
- os elementos de madeira deverão ser limpos com escovas duras para a remoção de
crostas de betão;
- depois de limpos, os componentes dum sistema de cofragens, se não se destinarem
a imediata utilização, deverão ser armazenados.

2.13.2. TRATAMENTO E ARMAZENAMENTO

TRATAMENTO DAS SUPERFÍCIES DOS MOLDES


- as faces dos moldes que ficam em contacto com o betão devem ser tratadas com
produtos que facilitem a descofragem, geralmente com o aspecto de um óleo ou duma
pasta cremosa;
- em materiais diferentes das superfícies dos moldes (madeira, aço ou plástico),
deverão ser usados produtos descofrantes diferentes, sendo muito importante que se
use o que lhes é apropriado;
- não exagerar na quantidade de produto descofrante aplicado, facto que dá origem à
formação de manchas nas superfícies moldadas das peças de betão;
- nunca misturar entre si os produtos descofrantes de diferentes fabricantes.

ARMAZENAMENTO ORDENADO DOS MOLDES


- os painéis, individualmente identificados, devem ser armazenados em pilhas
horizontais no sistema de face com face, de tal forma que cada pilha só contenha
painéis de um dado tipo e de iguais dimensões;
- antes do armazenamento, todos os elementos metálicos deverão ser protegidos com
óleo anti-ferrugem, e os elementos de pequenas dimensões (porcas, anilhas, chaves,
etc.) devem ser arrumados separadamente em caixotes;
- para um armazenamento de longa duração, e no caso deste não ser feito sob
coberto, deverão as pilhas ser protegidas com encerado ou tela plástica que os
envolva totalmente.

Capítulo 8 - Soluções não tradicionais


Estruturas pré-fabricadas
- A necessidade de obter cada vez mais elevados ritmos de construção, sem prejuízo
das condições de segurança e qualidade, leva à procura de novas soluções
construtivas, onde a pré-fabricação desempenha um papel preponderante.
- Os elementos pré-fabricados surgiram como alternativas às soluções betonadas “in
situ”, trazendo vantagens na redução dos tempos de execução e mão-de-obra, e no
aligeiramento estrutural.
- A pré-fabricação destes elementos é uma técnica e método de construção, total ou
parcialmente executados em fábrica, segundo métodos industriais de fabrico em série.
- A possibilidade de reutilização e reciclagem destes elementos, na fase de
desconstrução ou desmantelamento de edifícios, enquadra-se na óptica da construção
sustentável.

VANTAGENS
- Rapidez de execução
- Controlo de qualidade eficaz
- Menos dependente da mão-de-obra local
- Produção alheia aos factores climatéricos
- Geometria mais precisa
- Solução mais económica

DESVANTAGENS
- Necessidade de meios de elevação mais pesados
- Condicionantes dos meios de transporte
- Localização geográfica da obra em relação à fábrica de pré-fabricação
- Vias de comunicação adequadas

2. ELEMENTOS ESTRUTURAIS PRÉ-FABRICADOS


- Sapatas
- Pilares
- Vigas
- Asnas
- Lajes
- Cobertura
- Paredes

2.1. Sapatas
A sapata pré-fabricada, consiste num pedestal saliente na face superior da fundação,
em forma de caixa, destinada a acomodar a extremidade do pilar.
Permite uma optimização do betão e da abertura dos caboucos.

2.2. Pilares
Os pilares pré-fabricados são
normalmente de secção rectangular,
podendo também ser circulares. A
dimensão mínima é de 300 mm para
acomodar a ligação viga - pilar e garantir
uma resistência ao fogo de 2 h. Podem
atingir os 12 m a 15 m de altura.

2.3. Vigas
As vigas pré-fabricadas de inércia
constante permitem vencer vãos de:
- 4 a 8 m em betão armado
- 4 a 25 m em betão pré-esforçado

2.4. Asnas
As asnas pré-fabricadas são peças de inércia
variável que permitem vencer vãos de:
- 4 a 12 m em betão armado
- 4 a 50 m em betão pré-esforçado.

2.5. Lajes
Os principais tipos de lajes pré-fabricadas são:
- Vigotas préesforçadas
- Lajes alveolares
- Lajes TT
- Pré-lajes

2.6. Escadas
As escadas pré-fabricadas são peças que permitem
vencer vãos até aos 7 m.
Existem dois tipos de vãos de escada:
- o intermédio e o inicial / final.

2.7. Painéis
Os painéis pré-fabricados são peças paralelepipédicas que podem ter até 12 m de
altura por 3 m de largura ou vice-versa.

3. SOLUÇÕES NÃO TRADICIONAIS DE PAVIMENTOS


PAVIMENTOS PRÉ-FABRICADOS Vs. BETONADOS in situ
VANTAGENS
- Maior velocidade de execução
- Ausência de cofragem
- Menos perturbações do espaço público
- Menos mão-de-obra
- Maior economia
- Menor Peso próprio
- Melhor isolamento térmico
DESVANTAGENS
- Pior isolamento acústico
- Pior comportamentio face aos sismos
- Pior comportamento face ao fogo
VIGOTAS
Estes pavimentos são constituídos por vigotas pré-fabricadas de betão, onde assentam
os blocos de cofragem, permitindo o aligeiramento do pavimento.
 COM BLOCOS VAZADOS DE BETÃO NORMAL
 COM BLOCOS VAZADOS DE BETÃO LEVE
 COM BLOCOS MACIÇOS DE BETÃO LEVE
 COM BLOCOS VAZADOS CERÂMICOS

BETÃO ARMADO

BETÃO PRÉ-ESFORÇADO

PRANCHAS
Estes pavimentos são constituídos por pranchas pré-esforçadas e préfabricadas, de
secção vazada, com espessuras constantes que variam entre 12 e 50 cm, cobrem
grandes vãos e podem suportar cargas elevadas.
 CERÂMICAS PRÉ-ESFORÇADAS
 BETÃO ARMADO
 BETÃO PRÉ-ESFORÇADO

PRÉ-LAJES
- Estes pavimentos são constituídos por lajes maciças executadas a partir de pré-lajes
de betão armado ou préesforçado, que servem de cofragem a uma camada de betão
complementar com função resistente.
- As lajes de pré-lajes são compostas por:
 pré-laje;
 fios de pré-esforço (Rm 1770 de baixa relaxação) ou armadura ordinária
(A500EL em rede electrossoldada e A400ER na armadura principal)
 armadura de distribuição;
 betão complementar;
 armadura superior de continuidade;
 armadura de suspensão e solidarização - treliça.

CAMPO DE APLICAÇÃO
Vigotas
 Moradias
Pranchas alveolares
 Edifícios de habitação
 Construções industriais e comerciais
Estruturas de betão armado “in-situ” pré-fabricadas, metálicas e mistas
 Estacionamentos
 Estádios de futebol

Pré-lajes
 Edifícios de habitação e serviços
COMPORTAMENTO
SEGURANÇA ESTRUTURAL
REDUÇÃO DO PESO PRÓPRIO PERMITE ALIGEIRAR A ESTRUTURA DE SUPORTE

VIGOTAS
 DEFICIENTE COMPORTAMENTO FACE AOS SISMOS
 MENOR CONTRAVENTAMENTO HORIZONTAL
O seu funcionamento estrutural é comparável ao de uma laje com armadura resistente
unidireccional, sendo indispensável, para que assim seja, que se assegure e mantenha a
aderência entre o betão complementar e as vigotas.

PRANCHAS ALVEOLARES
 LIMITAÇÕES AO POSICIONAMENTO DE CARGAS CONCENTRADAS SUSPENSAS
 CONTRAVENTAMENTO EFICAZ
O seu funcionamento estrutural é comparável ao de uma laje monolítica com armadura
resistente unidireccional, após uma pequena betonagem complementar.

RESISTÊNCIA AO FOGO

VIGOTAS
 PIOR COMPORTAMENTO QUE AS SOLUÇÕES TRADICIONAIS (DEVIDO AOS FIOS
PRÉ-ESFORÇADOS QUE NÃO RECUPERAM AS SUAS CARACTERÍSTICAS APÓS SUJEITOS
A TEMPERATURAS ELEVADAS)
 AS VIGOTAS E ABOBADILHAS SÃO DA CLASSE M0 (NÃO COMBUSTÍVEIS)

PRANCHAS ALVEOLARES
 PIOR COMPORTAMENTO QUE AS SOLUÇÕES TRADICIONAIS
 PLACA 15 cm Rf = 76 minutos PLACA 20 cm Rf = 126 minutos

ELEMENTOS PREFABRICADOS

ISOLAMENTO TÉRMICO --> EFICAZ


REGULAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS DE COMPORTAMENTO TÉRMICO DOS EDIFÍCIOS

ISOLAMENTO ACÚSTICO --> FRACO


ISOLAMENTO AOS SONS DE PERCUSSÃO E AÉREOS

VIGOTAS
 ABOBADILHAS FAVORECEM O ISOLAMENTO TÉRMICO
 BLOCOS CERÂMICOS E BLOCOS DE INERTES LEVES (LECA)
PRANCHAS ALVEOLARES
 VAI DEPENDER DO TIPO DE REVESTIMENTO

PRÉ-LAJES MACIÇAS
 ISOLAMENTO TÉRMICO
 ISOLAMENTO ACÚSTICO COMPORTAMENTO IDÊNTICO AO DAS LAJES
 SEGURANÇA ESTRUTURAL MACIÇAS BETONADAS IN SITU
 RESISTÊNCIAAO FOGO

PRÉ-LAJES ALIGEIRADAS (POUCO CORRENTES)


 COMPORTAMENTO VAI DEPENDER DO TIPO DE ALIGEIRAMENTO

3.5. EXECUÇÃO
VIGOTAS
3.5.1. VIGOTAS - PROCESSO DE FABRICO

PISTAS
 COMPRIMENTO - 100 m
 SAÍDAS - TOPOS E LATERAIS
 CENTRAL DE BETONAGEM
LIMPEZA DAS PISTAS
 LIMPAR IMPUREZAS
 AUTOMÁTICA: MÁQUINA COM ESCOVAS ROTATIVAS
 MANUAL: USO DE MANGUEIRA E VASSOURA
APLICAÇÃO DO ÓLEO DESCOFRANTE
 EVITAR ADERÊNCIA DO BETÃO NA PISTA
 AUTOMÁTICA: DISPOSITIVO ESPALHADOR (MÁQUINA)
 MANUAL: REGADOR
COLOCAÇÃO DOS FIOS DE AÇO
 FIOS ESTÃO ARMAZENADOS EM BOBINES
 ESTENDIDOS MANUALMENTE
 FIXAÇÃO NAS EXTREMIDADES
 MACIÇOS DE AMARRAÇÃO
APLICAÇÃO DO PRÉ-ESFORÇO
 ATRAVÉS DE MACACO HIDRÁULICO
 PAINEL DE PROTECÇÃO
 MANÓMETRO - PRESSÃO INDICADA (CABO DE AÇO)
MOLDAGEM
 MÁQUINA COM MOLDES DAS VIGOTAS RECEBE O BETÃO NA PARTE SUPERIOR
 GUIAS-FIOS (NA PARTE DA FRENTE DA MÁQUINA)
AGREGADOS (ARMAZENAGEM E DOSAGEM)
 SILOS SEPARADOS CONSOANTE CALIBRAGEM
 TAPETES ROLANTES
 CENTRAL DE BETONAGEM
CURA
 RESISTÊNCIA EXIGIDA AO BETÃO
 NATURAL - HUMIDADE ATMOSFÉRICA
 ACELERADA - VAPOR AQUECIDO
 UTILIZAÇÃO DE ADITIVOS PRÓPRIOS (BETÃO)
TRANSMISSÃO DO PRÉ-ESFORÇO
 DOS FIOS DE AÇO PARA O BETÃO (2 PROCESSOS)
- AFROUXAMENTO GRADUAL - DESAPERTAR
- CORTE DAS VIGOTAS
CORTE DAS VIGOTAS
 MÁQUINA DE CORTE COM SERRA DE DISCO
 COMPRIMENTOS PREVIAMENTE DEFINIDOS
LEVANTAMENTO E TRANSPORTE
 IDENTIFICADAS (DATA DE FABRICO E DIMENSÃO)
 PONTE ROLANTE COM PINÇAS DE FIXAÇÃO
 TRANSPORTE ATRAVÉS DE EMPILHADORAS
ARMAZENAMENTO E EXPEDIÇÃO
 SEPARADAS POR GRUPOS
 COLOCADAS UMAS POR CIMA DAS OUTRAS
 COM RIPAS DE MADEIRA A SERVIR DE APOIO
 MANTIDAS NA POSIÇÃO DE MOLDAGEM
 CARREGAMENTO PARA OBRA - EMPILHADORA
ANOMALIAS DE FABRICO
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO (BETÃO)
 FALTA DE PRODUÇÃO NACIONAL DE CIMENTOS E AGREGADOS COM
CARACTERÍSTICAS CONVENIENTES PARA ESTES BETÕES (CLASSE C 35/45)
PRÉ-ESFORÇO NAS VIGOTAS
 APLICAÇÃO DEFICIENTE
 PERDAS EXCESSIVAS DE PRÉ-ESFORÇO
POSICIONAMENTO DAS ARMADURAS
 POSICIONAMENTO DOS FIOS DE PRÉ-ESFORÇO
 AUSÊNCIA DE RECOBRIMENTO ADEQUADO
OUTROS
 PISAR A VIGOTA (QUANDO ESTA NÃO TEM CONSISTÊNCIA)
 DEIXAR CAIR A VIGOTA / EMPILHADORA
 FALHA NA MOLDAGEM (BETÃO)
 JACTO DE ÁGUA QUE DEFORMA A PEÇA
 FALTAR O BETÃO
REUTILIZAÇÃO DAS VIGOTAS
 POSTES DE VEDAÇÃO
 ENCHIMENTOS INFERIORES ÀS FUNDAÇÕES

3.5.2. BLOCOS DE COFRAGEM EM BETÃO - PROCESSO DE FABRICO


NOTA: AS ABOBADILHAS MAIS UTILIZADAS NA CONSTRUÇÃO SÃO AS CERÂMICAS

LIMPEZA DAS PRANCHAS


 EVITAR A ADERÊNCIA DO BETÃO
 LIMPAR RESÍDUOS
MÁQUINA FIXA
 COLOCAÇÃO DOS MOLDES NAS PRANCHAS
 COLOCAÇÃO DO BETÃO NOS MOLDES
 VIBRAÇÃO DAS ABOBADILHAS
 INSPECIONADOS MANUALMENTE
 ARMAZENADOS EM LOCAL HÚMIDO
 EMPILHADOS E ENVOLVIDOS POR PLÁSTICO
MÁQUINA MÓVEL
 EFECTUADO NO EXTERIOR
 MÁQUINA AUTOMÁTICA (MOLDAGEM E VIBRAÇÃO)

ANOMALIAS DE FABRICO
 Crateras devido a carbonatos
 Laminação
 Fissuras de início de secagem, de aquecimento e cozedura (zona de fogo)
 Mancha de redução
 Eflorescência de secagem, de cozedura e de armazenamento
 Outras patologias / situações de não conformidade:
- variações dimensionais das peças (≤ 5mm);
- expansão por humidade elevada (≤ 0,65 mm);
- resistência à flexão insuficiente (≤ 1 kN).
CONSTITUIÇÃO DOS PISOS
VIGOTAS
 BETÃO CLASSE C40/50 (NP ENV 206)
 FIOS DE AÇO CLASSES Rm 1670 e Rm 1770
ABOBADILHAS OU BLOCOS DE COFRAGEM
 RESSALTOS LATERAIS - APOIO NOS BANZOS (VIGOTAS)
 CERÂMICOS, BLOCOS DE AGREGADOS LEVES (LECA) E BETÃO NORMAL
BETÃO COMPLEMENTAR
 CLASSE C20/25 (NP ENV 206)
3.5.5. VIGOTAS - APLICAÇÃO EM OBRA
- RECEPÇÃO DO MATERIAL
- NIVELAMENTO DOS APOIOS
- MONTAGEM DO ESCORAMENTO PROVISÓRIO
- MONTAGEM DAS COFRAGENS
- COLOCAÇÃO DAS VIGOTAS
- COLOCAÇÃO DOS BLOCOS DE COFRAGEM
- ARMADURA DE DISTRIBUIÇÃO
- INSTALAÇÃO DE PASSADIÇOS
- REGA ABUNDANTE
- LANÇAMENTO E REGULARIZAÇÃO (BETÃO COMPLEMENTAR)
- MANUTENÇÃO DA HUMIDADE DO BETÃO

3.5.7. VIGOTAS FACE AOS PISOS TRADICIONAIS


VANTAGENS
- MELHOR ISOLAMENTO TÉRMICO
- DISPENSAM O USO DE COFRAGEM CONTÍNUA
- PERMITEM ALIGEIRAR A ESTRUTURA DE SUPORTE
- FACILIDADE E RAPIDEZ DE MONTAGEM
- MAIOR ECONOMIA (MÃO-DE-OBRA E COFRAGEM)
DESVANTAGENS
- FUNCIONAMENTO UNIDIRECCIONAL
- PIOR ISOLAMENTO ACÚSTICO
- DEFICIENTE COMPORTAMENTO FACE AOS SISMOS
- MENOR CONTRAVENTAMENTO HORIZONTAL
- CONSTITUIÇÃO HETEROGÉNEA DOS PAVIMENTOS
- SUPORTES ESPECIAIS PARA SUSPENDER CARGAS NOS TECTOS
- RESISTÊNCIA A MOMENTOS FLECTORES NEGATIVOS
- PIOR COMPORTAMENTO AO FOGO
- REQUEREM IMPERMEABILIZAÇÃO DE ALTA QUALIDADE

PRANCHAS ALVEOLARES
3.5.8. PRANCHAS ALVEOLARES - PROCESSO DE FABRICO
- PISTAS
- LIMPEZA DAS PISTAS
- APLICAÇÃO DO ÓLEO DESCOFRANTE
- COLOCAÇÃO DOS FIOS DE AÇO
- APLICAÇÃO DO PRÉ-ESFORÇO
- CENTRAL DE BETÃO
- MOLDAGEM
- CURA
- TRANSMISSÃO DO PRÉ-ESFORÇO
- CORTE DAS PRANCHAS
- LEVANTAMENTO E ARMAZENAMENTO
- TRANSPORTE E EXPEDIÇÃO

3.5.9. PRANCHAS ALVEOLARES - MONTAGEM


BETÃO
 PRÉ-ESFORÇADO POR FIOS DE AÇO ADERENTES / CLASSE C40/50 (NP ENV 206)
FIOS DE AÇO
 UTILIZADOS NO PRÉ-ESFORÇO / CLASSES Rm 1770 e Rm 1860
BETÃO COMPLEMENTAR
 APLICADO SOBRE AS PRANCHAS / CLASSE C20/25 (NP ENV 206)
3.5.10. PRANCHAS ALVEOLARES - APLICAÇÃO EM OBRA
RECEPÇÃO DO MATERIAL
 ARMAZENAMENTO EM LOCAL APROPRIADO
 MONTAGEM DAS PRANCHAS ATRAVÉS DE GRUAS
NIVELAMENTO DOS APOIOS
 PARA O ASSENTAMENTO DAS PRANCHAS
LIMPEZA E REGA DAS PRANCHAS
 PARA MELHORAR A ADESIVIDADE COM O BETÃO
COLOCAÇÃO DA ARMADURA SUPERIOR
 CASO SEJA PREVISTA A CAMADA DE BETÃO COMPLEMENTAR
BETONAGEM DAS JUNTAS DE SOLIDARIZAÇÃO
 REGA DO BETÃO COLOCADO EM OBRA
 LIMPEZA DA SUPERFÍCIE SUPERIOR
 TRATAMENTO DAS JUNTAS E DA SUPERFÍCIE INFERIOR

PORMENORES CONSTRUTIVOS
 GRANDE VERSATILIDADE
 ASSENTE EM MUROS RESISTENTES
 VIGAS / ESTRUTURAS METÁLICAS
 ENTREGA NOS APOIOS NÃO INFERIOR A 4 cm
 ABERTURAS - USO DE PEÇAS METÁLICAS ESPECIAIS
 REDE ELECTROSOLDADA
 BETÃO COMPLEMENTAR

3.5.12. PRANCHAS ALVEOLARES FACE AOS PISOS


VANTAGENS
 MAIOR RAPIDEZ DE EXECUÇÃO
 GRANDE CAPACIDADE DE FABRICO (REPETIÇÃO)
 DISPENSA A UTILIZAÇÃO DE COFRAGEM E ESCORAMENTO
 REDUÇÃO DO PESO PRÓPRIO ESTRUTURAL
 ISOLAMENTO TÉRMICO EFICAZ
 MAIOR CONTROLO DE QUALIDADE (PRÉ-FABRICAÇÃO)
 BOA RESISTÊNCIA AOS AGENTES ATMOSFÉRICOS
 CONTRAVENTAMENTO EFICAZ DA ESTRUTURA
DESVANTAGENS
 NECESSÁRIA MODULARIDADE DA ESTRUTURA
 FRACO ISOLAMENTO ACÚSTICO
 PIOR COMPORTAMENTO EM CASO DE INCÊNDIO
 LIMITAÇÕES AO POSICIONAMENTO DE CARGAS CONCENTRADAS SUSPENSAS
 EQUIPAMENTO PESADO PARA A COLOCAÇÃO
 NECESSIDADE DE MEIOS DE TRANSPORTE ADEQUADOS
 EXISTÊNCIA DE JUNTAS APARENTES
3.5.12. PRANCHAS ALVEOLARES FACE ÀS VIGOTAS
VANTAGENS
 SUPERFÍCIE INFERIOR HOMOGÉNEA
 AUTOPORTANTES
 POSSIBILIDADE DE AUSÊNCIA DE REVESTIMENTOS NA FACE INFERIOR
 MAIOR RESISTÊNCIA A CARGAS LOCALIZADAS
 EXECUÇÃO MAIS RÁPIDA
 MÃO-DE-OBRA MAIS BARATA
 BOA RESISTÊNCIA À ACÇÃO MECÂNICA E VARIAÇÕES TÉRMICAS
DESVANTAGENS
 FISSURAÇÃO DAS JUNTAS POR DIFICULDADE DE ENTRADA DO BETÃO
 MENOR ISOLAMENTO TÉRMICO
 MEIOS MECÂNICOS PESADOS (GRUA)
 PREÇO
PRÉ-LAJES
3.5.13. PRÉ-LAJES - PROCESSO DE FABRICO
- As pré-lajes são moldadas em mesas metálicas cujas faces laterais, verticais, definem
o contorno e a altura do elemento a betonar.
- As paredes das mesas de moldagem são constituídas por perfis metálicos amovíveis,
possuindo os perfis de topo rasgos que servem para posicionar a armadura
longitudinal ao nível pretendido.

PROCESSO DE FABRICO DE PRÉ-LAJES PRÉ-ESFORÇADAS


- colocação de separadores;
- colocação da armadura de pré-esforço;
- colocação da armadura transversal;
- aplicação do pré-esforço;
- colocação, espalhamento e compactação do betão;
- riscagem (durante a cura);
- corte das pré-lajes (encomendas).

3.5.14. PRÉ-LAJES - MONTAGEM


Pré-lajes armadas
 Betão de cimento Portland tipo I, com as características da classe C20/25 (B25);
 Aço de classe A500EL em rede electrossoldada;
 Aço de classe A400ER na armadura principal;
 Aço de classe A400EL na armadura de solidarização em treliça.
Pré-lajes pré-esforçadas
 Betão de cimento Portland tipo I, com as características da classe C35/45 (B40);
 Aço de pré-esforço de classe Rm 1770 de baixa relaxação;
 Aço A235 em ganchos de suspensão (4 ou 6 ganchos por pré-laje).

3.5.15. PRÉ-LAJES - APLICAÇÃO EM OBRA


Os pavimentos de lajes maciças executadas com pré-lajes devem, nos casos correntes,
seguir os procedimentos indicados nos respectivos documentos de homologação:

- Colocação e nivelamento das fiadas de escoramento junto aos apoios e na zona


central das pré-lajes, no sentido transversal destas;
- Colocação das pré-lajes, justapostas, e seu acerto;
- Montagem dos escoramentos complementares necessários, em função do vão e da
espessura total do pavimento e das sobrecargas resultantes da execução;
- Colocação das armaduras do pavimento sobre os apoios e de armaduras sobre as
juntas entre pré-lajes, para melhorar a solidarização destas e o comportamento em
caso de sismo ou de incêndio;
- Limpeza e molhagem da superfície superior das pré-lajes por meio de jacto de água,
com vista a evitar a dessecação e melhorar a aderência do betão complementar;
- Lançamento, espalhamento, regularização e compactação do betão complementar,
tendo o cuidado de assegurar a sua perfeita aderência às faces expostas das pré-lajes
e a manutenção da espessura prevista da camada de betão acima das pré-lajes;
- Manutenção da humidade do betão em obra, durante os primeiros dias do
endurecimento, por meio de rega, conservando humedecida a superfície betonada;
- Tratamento das juntas e da superfície inferior das pré-lajes em função do material de
revestimento a aplicar, após a remoção do escoramento em harmonia com os prazos
mínimos regulamentares.

3.5.17. PRÉ-LAJES FACE AOS PISOS TRADICIONAIS


VANTAGENS
 Necessitam de pequena quantidade de escoramentos e dispensam o uso de uma
cofragem contínua
 Requerem menos mão-de-obra que uma laje de betão tradicional, simplificando o
processo construtivo e tornando-o mais rápido;
 Reduzem a quantidade de armadura a colocar em obra relativamente às soluções de
pavimentos tradicionais
 Permitem um elevado controlo de qualidade do betão e do aço utilizados na fabricação
das pré-lajes
 Garantem um bom contraventamento às acções sísmicas.
DESVANTAGENS
 Necessidade de disponibilizar equipamento adequado ao manuseamento das pré-lajes;
 Poderão surgir problemas na interface betão complementar / pré-laje, devido a
eventuais acções mecânicas, vibrações ou efeitos resultantes de variações térmicas
acentuadas;
 A sua execução implica cuidados particulares de forma a garantir a ligação entre a
pré-laje e o betão complementar;
 Eventual ocorrência de fissuração nas zonas de ligação entre pré-lajes, quando existam
revestimentos de tecto contínuos;
 A rentabilidade da solução está associada à repetição de vãos.

Capítulo 9 - Paredes divisórias


- Os métodos de construção das paredes são diferentes nos diversos países, tal como
os materiais empregues na sua execução.
- No nosso país, assim como em toda a Europa, o tijolo cerâmico é o material de
construção por excelência.
- No entanto, existem outros materiais concorrentes que têm também uma ampla
aplicação em paredes:
 Blocos de betão
 Betão aplicado in situ
 Painéis pré-fabricados de vários tipos
 Painéis de gesso cartonado
 Soluções em madeira, pedra e terra.

DEFINIÇÃO DE PAREDE
Elementos opacos de tamponamento, com eventuais aberturas, com funções de
isolamento térmico e acústico, podendo ter ainda funções estruturais.

ASPECTOS RELATIVOS À EVOLUÇÃO DA CONSTRUÇÃO DE PAREDES


- aligeiramento das paredes de alvenaria;
- regularidade de dimensões dos blocos de alvenaria;
- substituição da função resistente pelo
preenchimento;
- utilização de elementos pré-fabricados;
- dimensões dos elementos pré-fabricados.

SOLUÇÕES CONSTRUTIVAS EXISTENTES EM PORTUGAL


 Paredes de taipa
 Paredes de betão armado
 Paredes de betão ciclópico
 Paredes de betão simples
 Paredes de alvenaria
- pedra natural
- adobe
- tijolos de barro vermelho
- blocos de betão simples
- betão celular autoclavado
- blocos de betão leve (argila expandida)
 Painéis pré-fabricados
- pesados
- leves

* PAREDES EM ADOBE
- Técnica de construção de paredes exteriores e interiores, com tijolos feitos de terra e
secos ao sol (adobes);
- Os adobes são fabricados com terra crua bastante argilosa por vezes com adição de
pedra miúda, cascalho, etc.; são utilizados moldes de madeira;
- As dimensões dos adobes não estão fixadas variando conforme as necessidades ou
conveniência de utilização.
* PAREDES EM TAIPA
- Técnica de construção de paredes monolíticas exteriores e interiores em terra
- Por apresentar baixa resistência à acção da água e em termos mecânicos, obriga à
realização de um embasamento;
- Caso as paredes careçam de apoio lateral, deverão ser reforçadas com elementos de
pedra ou alvenaria;
- Têm um bom isolamento térmico;
- Actualmente a taipa apresenta um problema da mão-de-obra especializada que é
muito escassa.
*PAREDES DE ALVENARIA DE PEDRA NATURAL
As paredes de alvenaria de pedra foram utilizadas durante anos, devido ao seu
material constituinte ser muito abundante. Desempenham actualmente um papel
secundário em virtude das suas desvantagens mais significativas.
* CANTARIAS (ALVENARIA DE PEDRA APARELHADA)
- Técnica de construção de paredes interiores e exteriores.
- Pedras regulares assentes em argamassa, para formar os paramentos deve-se
escolher as pedras rijas de melhor aspecto e que se aparelham numa das faces.
- Este tipo de alvenaria é muito empregue nas construções rurais, e muros de
vedação, embasamento e socos de edificações.
- Geralmente são construídas em Granito ou Xisto.
- Revestimento: Com ou sem reboco.
* PAREDES DE ENXILHARIA (ALVENARIA DE PEDRA APARELHADA)
- A enxilharia é formada por pedras aparelhadas, designadas por enxilhares ou
silhares, com forma de prismas rectangulares de dimensões variadas, e aparelho
pouco cuidado.
- A cantaria distingue-se da enxilharia por apresentar em relação a ela maior
regularidade de dimensões e, por conseguinte, na altura das fiadas.
* PAREDES DE ALVENARIA COM APARELHO RÚSTICO (ALVENARIA DE
PEDRA APARELHADA)
* PAREDES EM ALVENARIA ORDINÁRIA
- Técnica de construção de paredes interiores e exteriores;
- Pedra irregular assente com argamassa de cal hidráulica e areia, sendo o seu modo
de execução análogo ao da alvenaria aparelhada, embora mais fácil e rápido de
executar pelo facto de ser menos cuidado;
- É executada desta forma, por ser revestida com reboco;
- Geralmente são construídas em calcário, granito ou xisto;
- Revestimento: com reboco.
* PAREDES EM ALVENARIA DE PEDRA ORDINÁRIA
* PAREDES EM ALVENARIA DE PEDRA SECA
- Técnica de construção de paredes que dispensa o uso de argamassa;
- Vulgarmente é associada à alvenaria de pedra irregular;
- Requer boa execução no travamento das pedras entre si através do encaixe cuidado
das pedras e da utilização de escassilhos;
- Pode ser utilizada em muros de suporte, em paredes exteriores e interiores, em
fundações, e é muito utilizada em muros de vedação;
- Não se deverá utilizar em zonas sísmicas;
- Revestimento: aplicação de reboco no interior das casas.
* PAREDES DE TABIQUE
- Técnica de construção de paredes interiores;
- Estrutura feita com tábuas de madeira colocadas na
vertical (costaneiras) e na horizontal (travessanhos), sobre
as quais se prega eventualmente um segundo pano de
tábuas na diagonal, travadas por último com um ripado
horizontal, o fasquio;
- Revestimento: reboco (argamassa de areia e cal),
estuque e pintura.
* PAREDES DE FRONTAL TECIDO (gaiola pombalina, gaioleiros)
- Técnica de construção de paredes interiores e exteriores;
- É composta por uma estrutura de elementos de madeira que funciona como um
esqueleto bastante elástico, cujos vãos são preenchidos por alvenaria de tijolo burro
ou pedra, argamassada;
- Revestimento: reboco, estuque e pintura.
* PAREDES EM TABIQUE DE MADEIRA
- Técnica de construção de paredes interiores e exteriores, em tabique de madeira,
existente em algumas povoações do litoral - exemplo: praias de Mira;
- Podem ser executadas com tabique horizontal ou a prumo;
- Inicialmente as construções eram cobertas com estorno, actualmente em telha de
canudo;
- Revestimento: pintura a óleo, nem sempre aplicada.
* PAREDES DE ALVENARIA DE TIJOLO DE BARRO VERMELHO
- Utilizadas mais frequentemente na construção corrente;
- Desempenham funções resistentes ou de simples panos de enchimento;
- Os tijolos de barro vermelho para alvenaria devem obedecer às especificações
definidas nas Normas Portuguesas NP-80 e NP-834, pelo que devem apresentar as
seguintes dimensões:
 Tijolo de 22 x 11 x 7cm
 Tijolo de 30 x 20 x 7cm
 Tijolo de 30 x 20 x 11cm
 Tijolo de 30 x 20 x 15cm
 Tijolo de 30 x 20 x 22cm
 Tijolo de 20 x 20 x 7cm
 Tijolo de 20 x 20 x 11cm
- Os tijolos de barro vermelho são o elemento para alvenaria de maior produção no
nosso país, existindo muitas empresas cerâmicas espalhadas por todo o território
nacional.
* PAREDES DE ALVENARIA DE BLOCOS DE BETÃO
- Muito utilizadas em construção industrial e também em construção corrente nas ilhas,
onde não se fabricam tijolos.
- Podem ser:
 maciços ou perfurados.
 betão normal ou betão leve
* PAREDES DE ALVENARIA DE BLOCOS DE ARGILA EXPANDIDA
VANTAGENS
 Maior isolamento térmico;
 Maior leveza;
 Elevada resistência ao fogo;
 Dimensões uniformes e desempenadas.
* PAREDES DE ALVENARIA DE BLOCOS DE BETÃO CELULAR AUTOCLAVADO
- Blocos constituídos por uma mistura de cimento tipo portland normal, cal gorda,
areia argilosa, água e pó de alumínio, funcionando este último como aerificador.
- Têm dimensões de 60 x 10 cm, 60 x 20 cm e 60 x 30 cm, com espessuras de 10, 15,
20 e 24 cm.
* PAREDES DIVISÓRIAS LEVES
- Esta aplicação tem grande importância na actualidade
- De fácil aplicação e rapidez de execução, aliadas ao aumento do isolamento térmico,
acústico e protecção ao fogo
- As paredes devem ter no mínimo três a quatro montantes por painel o que implica
uma distância entre eles de aproximadamente 60 cm.
* PAINÉIS DIVISÓRIAS DE GESSO CARTONADO (TIPO PLADUR)
* PAINÉIS PRÉ-FABRICADOS PESADOS E LEVES
- Rápida instalação mas exigem repetitividade para serem competitivos;
- Difícil transporte e colocação em obra;
- Susceptibilidade a patologia diversa nas ligações.

3 )EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS
EXIGÊNCIAS DE SEGURANÇA
 Segurança e estabilidade estrutural;
 Segurança contra risco de incêndios (materiais incombustíveis);
 Segurança contra intrusões;
 Capacidade de permitirem suspensão de equipamentos pesados.
EXIGÊNCIAS DE SAÚDE E DE CONFORTO
 Conforto higrotérmico;
 Conforto acústico;
 Estanqueidade ao ar e à água;
 Conforto visual;
 Conforto táctil;
 Higiene.
EXIGÊNCIAS DE ECONOMIA
 Custos iniciais;
 Custos de exploração e manutenção;
 Adaptabilidade e versatilidade;
 Durabilidade e funcionalidade.
As exigências funcionais nos domínios do comportamento térmico, acústico de
segurança contra incêndios, assim como a acção da água, são diferentes nas várias
paredes de um edifício.

ESTANQUEIDADE
 Mais importante em paredes exteriores do que nas interiores;
 Reduzida em paredes de blocos de betão normal e de betão leve sem
revestimento;
 Aumenta com a aplicação de reboco;
 Aumenta com a adição de adjuvantes hidrófugos no betão de fabrico dos
blocos.
DURABILIDADE
 Superior nos blocos de betão face aos restantes materiais para paredes
divisórias;
 Reduzida em locais húmidos ou com ascensão de água por capilaridade;
 Maior nos blocos de betão celular autoclavado.
RESISTÊNCIA AO FOGO
 Betões normal, leve e celular são incombustíveis (não alimentam a propagação
de incêndio).
ECONOMIA
 Custo de execução de paredes com blocos de betão superior ao das paredes de
alvenaria de tijolo.
REACÇÃO AO FOGO DOS MATERIAIS
 M0 - não combustível
 M1 - não inflamável
 M2 - dificilmente inflamável
 M3 - moderadamente inflamável
 M4 - facilmente inflamável
NOTA: Ensaios de combustibilidade, inflamabilidade, velocidade de propagação da chama,
potencial calorífico, opacidade e toxicidade dos gases e fumos.
RESISTÊNCIA AO FOGO DOS ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO
 Elementos com função de suporte
EF - Exigência de estabilidade ao fogo
 Elementos com função de compartimentação
- PC - Exigência de estanqueidade
(ausência de chamas ou gases inflamáveis)
- CF - Exigência de estanqueidade e isolamento térmico
(limitação da temperatura)
Exemplos: EF 30, PC 60, CF 120

PAREDES DE ALVENARIA DE BLOCOS DE BETÃO NORMAL


VANTAGENS
 Bom comportamento à compressão;
 Elevada resistência ao fogo;
 Bom isolamento acústico;
 Facilidade de assentamento.
DESVANTAGENS
 Elevado peso próprio;
 Elevada absorção de humidade;
 Reduzido isolamento térmico;
 Dificuldade de abertura de roços.

PAREDES DE ALVENARIA DE BLOCOS DE BETÃO LEVE


VANTAGENS
 Elevado isolamento térmico;
 Leveza;
 Elevada resistência ao fogo;
 Facilidade de assentamento;
 Dispensa de aplicação de reboco em paredes interiores.
DESVANTAGENS
 Reduzido isolamento acústico;
 Dificuldade de abertura de roços;
 Fraca resistência ao choque;
 Elevado grau de absorção de humidade;
 Preço elevado;
 Necessidade de mão de obra especializada;
 Necessidade de revestimento mínimo de 10 mm em paredes pouco espessas
(devido a isolamento acústico).

PAREDES DE ALVENARIA DE BLOCOS DE BETÃO CELULAR AUTOCLAVADO


VANTAGENS
 Isolamento térmico excelente;
 Incombustibilidade e resistência ao fogo;
 Bom isolamento acústico;
 Fraca permeabilidade;
 Leveza e durabilidade;
 Fácil execução de roços;
 Boa resistência mecânica.
DESVANTAGENS
 Preço;
 Mão de obra especializada.

PAREDES DE ADOBE E TAIPA


VANTAGENS
 Nível económico;
 Nível energético;
 Nível ecológico;
 Nível social;
 Nível cultural.
DESVANTAGENS
 Elevado peso próprio;
 Factores de deterioração:
- mecânica;
- acção da água;
- acção química;
- acção biológica.

PAREDES DE ALVENARIA DE PEDRA


VANTAGENS
 Resistência mecânica à compressão;
 Resistência ao desgaste;
 Valor estético;
 Durabilidade;
 Isolamento aos ruídos aéreos.
DESVANTAGENS
 Exigem elevadas espessuras;
 Elevado peso próprio;
 Custos elevados;
 Execução bastante morosa;
 Mão de obra especializada;
 Limitação às dimensões;
 Parâmetros de habitabilidade.

4) ISOLAMENTOS

ISOLAMENTO ACÚSTICO
- Melhor em paredes de blocos de betão do que em paredes de tijolo;
- Pior em paredes de blocos de betão leve e celular autoclavado;
- Os blocos de betão normal split garantem níveis de isolamento acústico aceitáveis
para paredes exteriores.

ISOLAMENTO TÉRMICO
- Betão leve
- Betão normal
- Betão celular autoclavado
- Cerâmica de barro vermelho

TIPOS DE ISOLAMENTO
- lãs de rocha e de vidro
- poliuretano projectado
- poliestireno extrudido
- poliestireno expandido
- aglomerado negro de cortiça
- poliuretano injectado
- filme alveolar
- aglomerados hidráulicos de fibras de abeto

Processo Construtivo de Paredes Divisórias

2) Paredes de tijolo

2.1. Parede simples

VERIFICAÇÕES PRELIMINARES
- Estrutura (geometria, desempeno e alinhamentos)
- Eventual reparação pontual da estrutura (aguardar 3 dias após reparação)
- Limpeza e nivelamento dos pavimentos
- Ferros de espera na estrutura para ligação das alvenarias (eventualmente)
- Assegurar fornecimento de material no piso
ETAPAS DE EXECUÇÃO
1. Marcação e 1ª fiada;
2. Marcação em altura e nivelamento
3. Elevação da parede
4. Fecho superior

TÉCNICA DE EXECUÇÃO – 1ª FIADA:


- Marcação com “bate-linhas” no pavimento conforme projecto de execução
- Aplicação de uma camada de argamassa e da 1ª fiada, implantando as secções
angulosas e de extremidade (incluindo aberturas)
- Completar alinhamentos rectos
- Verificação de ortogonalidade com esquadro
TÉCNICA DE EXECUÇÃO – RESTANTES FIADAS:
- Marcação das fiadas de tijolos a realizar em “fasquias”
- Espalhamento de leito de argamassa com largura do pano na zona de assentamento
do(s) tijolo(s)
- Colocação do primeiro e último tijolos da fiada
- Apoiando nas fasquias, é esticado um fio que guia a aplicação de argamassa e
realização da respectiva fiada

ELEVAÇÃO EM ALTURA:
 Repetição sucessiva do processo atendendo aos seguintes aspectos:
 Molhagem da superfície de tijolo da camada inferior com pincel de pedreiro
 Aplicação de leito de argamassa sobre superfície humedecida da fiada inferior
 Assentamento sobre leito de argamassa da fiada inferior (junta horizontal)
“chapando” e distribuindo com colher argamassa no topo (junta vertical)
 Assentamento de tijolo sobre leito de argamassa, carregando, esfregando e
percutindo (maço ou cabo da colher), de modo a garantir o posicionamento
desejado
 Raspagem e reaproveitamento da argamassa em excesso que possa refluir
pelas juntas (reaproveitamento de argamassa para operações de assentamento
seguintes)

ASPECTOS GERAIS:
- Molhagem prévia de tijolos a assentar (evita absorção de água de amassadura),
utilizar pincel de pedreiro sobre face e topo em contacto com a argamassa
- Horizontalidade da fiada e aprumo do pano de parede já executado
- Assentamento dos tijolos da fiada, deixando entre eles um espaço de largura igual à
da junta vertical
- Se alinhamento, nivelamento e verticalidade não se verificarem, podem-se fazer
pequenas correcções percutindo o tijolo com a colher de pedreiro.
- As juntas verticais devem evoluir desencontradas

FECHO SUPERIOR DA PAREDE:


As estruturas de betão armado têm deformações:
 Elásticas (instantâneas) devido a peso próprio e cargas suportadas
 Diferidas no tempo devido ao efeito de fluência

Os pórticos podem provocar compressão das alvenarias e provocar fissurações.


Alguns autores recomendam:
 Execução de alvenarias dos piso superiores para os inferiores
 Não colocar a última fiada dos vários pisos, fechando-a antes da aplicação do
revestimento

2.2. Parede dupla

FUNÇÕES:
- Geralmente utilizadas como paredes exteriores
- Respeitar exigências funcionais de conforto higrotérmico e acústico

DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS:
- Espessura caixa-de-ar (min. 3 cm, em geral 4 a 5 cm)
- Caixa-de-ar ventilada através de duas séries de orifícios no pano exterior (base e
superior) - Área total de furação inferior a 10 cm2/ml
- Caleira - base da caixa-de-ar conformada para a recolha e o encaminhamento das
águas infiltradas para os orifícios de drenagem (base)
- Travamento de panos interior e exterior entre si com grampos não corrosivos, em
quincôncio (no máximo 90 cm hor. e 50 cm vert.)

TÉCNICA DE EXECUÇÃO:
1. Assentamento da primeira fiada do pano interior
2. Execução de caleira em argamassa afagada, geralmente em quarto de círculo,
revestida com produto betuminoso aplicado por pintura
3. Assentamento de tubos para drenagem das águas que possam passar através do
pano exterior ou resultantes de condensações internas, nas zonas mais baixas das
caleiras (saliência superior a 15mm)
4. Assentamento da primeira fiada do pano exterior (colocando elementos de
ventilação da caixa de ar).
5. Após assentamento das duas primeiras fiadas, da caleira e tubos de drenagem,
protege-se a caleira com uma régua, rolo de papel, serapilheira ou outro material
deformável que evitará que a argamassa de assentamento se deposite na caleira.
6. Execução do pano exterior em altura (apoio mínimo de 2/3 da sua base – correcção
de pontes térmicas) e reboco afagado sobre o mesmo
7. Execução de pano interior, intervalando com espaços não preenchidos na 2ª fiada

Notas:
- Impedir passagem de humidade do pano exterior para interior, evitando contacto de
argamassa ou outro material entre os dois panos
- A ordem de execução dos panos interior e exterior depende da posição e tipologia de
isolamento térmico (caixa de ar, interior ou exterior)
- O avanço de cada um dos panos depende também da eventual necessidade de ligação de
panos exterior e interior, com material não corrosivo, espaçados de 1 m na horizontal e de 60
cm na vertical, para garantir estabilidade do conjunto

8. Depois dos dois panos executados, retira-se a protecção da caleira (rolos de papel
ou serapilheira) e limpa-se completamente a caixa-de-ar
9. Por último, assentam-se os tijolos nos espaços deixados na 2ª fiada do pano
interior aquando da sua execução

2.3. Pormenores construtivos

LIGAÇÃO À ESTRUTURA:
- Juntas elásticas (compressíveis e de 10 a 20 mm)
- Ligadores metálicos

CUNHAIS E VÃOS EXTERIORES:


Zonas sujeitas às acções exteriores (vento, choques, concentrações
de deformações e esforços)
 Furação do tijolo não deve ficar virada para o exterior
 Tijolos nas regiões angulosas da parede devem ser bem
travados entre si, devendo as juntas verticais estar
desencontradas

ROÇOS:
- para alojamento de cabos e tubagens
- Realizada de acordo com as disposições previstas em projecto
- Minimizar deterioração (resistência, higrotérmica, acústica)
- Não realizar roços em paredes de espessura reduzida
- Se possível, afectando apenas 1 alvéolo do tijolo

CORRECÇÃO DE PONTES TÉRMICAS:


- O betão armado e outras zonas singulares apresentam menor resistência térmica do
que as paredes de alvenaria
- Pontes térmicas indesejáveis devido ao consumo de energia para aquecimento,
ocorrência de condensações superficiais, desenvolvimento de bolores e à degradação
dos revestimentos interiores
- Protecção de zonas com menor resistência térmica (interior ou exterior) com tijolo,
painéis de aparas de madeira, poliestireno expandido (esferovite) ou extrudido
(wallmate) e poliuretano.
ISOLAMENTO:
- colocação de materiais de isolamento na caixa-de-ar
- isolamento pelo exterior
- isolamento pelo interior (pior solução)

ISOLAMENTO NA CAIXA-DE-AR:
- Materiais rígidos (poliestireno expandido ou extrudido, com espessuras de 3 a 5 cm,
encostadas ou fixas à parede interior, constituindo uma barreira contínua)
- Materiais flexíveis (mantas lã de rocha ou de lã de vidro, com larguras de 0.60 a 1.20
m, fixadas à parede interior)
- Materiais projectados (compostos sintéticos com grande capacidade de aderência,
poros fechados e insensíveis à água – poliuretano expandido)
- Materiais a granel (solução pouco corrente e que apresenta vários condicionamentos)
- Materiais injectados (espumas de poliuretano, PVC ou poliéster, muito utilizadas em
situações de reabilitação)

ISOLAMENTO EXTERIOR:
- Aplicado sobre pano exterior, muito utilizado em situações de reabilitação
- Do ponto de vista higrotérmico é a melhor solução

3. PAREDES DE BLOCOS DE BETÃO

3.1. Técnica de execução


- Genericamente, a técnica de execução de paredes simples e duplas é semelhante à
adoptada para paredes de tijolo
NOTA: Custo de paredes de espessura idêntica aumentam na seguinte ordem: tijolo, betão
simples, betão leve, betão autoclavado

3.2. Pormenores construtivos


- Assentamento inicia-se nos cantos, depois de se estudarem dimensões dos panos e
nº de blocos a utilizar
- Realizar marcações e assentar blocos da extremidade para o centro
- Garantir argamassagem da Junta
- Realizar cortes em blocos apropriados (na impossibilidade disso, não quebrar blocos,
utilizar uma serra)
- Eventual reforço por inclusão de redes armadas, lintéis ou apoios estruturais
- Os blocos autoclavados têm equipamento especifico e são assentes com
argamassa-cola
- Outras disposições construtivas definidas pelo fabricante
Capítulo 10 – Coberturas

Coberturas em Terraço
2. CONSTITUIÇÃO DE UMA COBERTURA PLANA
- uma cobertura diz-se em terraço quando os materiais que a constituem estão
dispostos horizontalmente ou próximo dessa posição;
- essas camadas podem apelidar-se:
 estrutura resistente
 camada de forma
 suporte de impermeabilização
 revestimento de impermeabilização
 protecção da impermeabilização
 isolamento térmico
- podem ainda constituir a cobertura em terraço:
 camada de regularização
 barreira pára-vapor
 camada de dessolidarização
 camada de difusão de vapor de água

3. EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS
Segurança
 segurança estrutural
 segurança contra incêndios
 segurança contra riscos do uso normal (punçoamento; choques acidentais)
 resistência das camadas não estruturais a acções (atmosféricas; ambientes
interiores)
Habitabilidade
 estanqueidade (água; neve; poeiras; ar)
 conforto térmico (Inverno; Verão)
 conforto acústico (sons aéreos e percussão)
 conforto visual (iluminação natural; reflectividade da camada de protecção)
 disposição de acessórios e equipamento
 aspecto (exterior; interior)
Durabilidade
 conservação das qualidades (resistências mecânicas e dos materiais; acções do
uso normal)
 limpeza, manutenção e reparação
Economia
 limitação do custo global
 economia de energia
4. ESTRUTURA RESISTENTE
- o sistema construtivo das coberturas em terraço apoia-se num elemento estrutural,
que se designa de laje de cobertura;
- a função desta laje é suportar as cargas de várias naturezas que concorrem na
cobertura em terraço:
 peso próprio
- laje
- sistema construtivo sobrejacente
 sobrecargas
- utilização durante a fase de execução (depósito / armazenamento de
materiais e equipamentos)
- utilização / manutenção
- neve
- água
- vento (efeito de sucção)

Classificação segundo a estrutura resistente


- estrutura rígida
 contínua
- lajes maciças
- lajes aligeiradas
- pré-lajes
 descontínua
- pranchas vazadas
- perfis especiais
- estrutura flexível (estruturas descontínuas)
 chapas metálicas nervuradas
 pranchas de madeira ou seus derivados

Domínio de utilização
- as estruturas rígidas contínuas constituem as soluções típicas de coberturas de
edifícios correntes (edifícios de habitação, escritórios e estacionamento);
- as estruturas descontínuas rígidas e flexíveis constituem as soluções preferenciais em
coberturas de grandes vãos (unidades industriais, pavilhões e superfícies comerciais).
- É ainda importante referir que os níveis exigenciais são maiores, na maior parte dos
casos, para as coberturas de edifícios correntes - conforto térmico e estanqueidade.

5. CAMADA DE FORMA

Funções da camada de forma


- conferir o declive da cobertura;
- assentar o complexo impermeabilização / isolamento.

Constituição da camada de forma:


- betão leve de argila expandida;
- granulado de cortiça;
- betão leve de poliestireno expandido;
- betão celular.
Algumas regras de concepção e cuidados de execução em obra de camadas
de forma:
- a camada de forma deverá ser assente numa superfície limpa e rugosa, que será
previamente molhada;
- a camada de forma deverá ter uma espessura superior a 3 cm e não ultrapassar os
30 cm
- é necessário bolear todas as arestas vivas, no encontro com elementos emergentes
da cobertura;
- as juntas estruturais da edificação devem acompanhar a camada de forma;
- dever-se-á executar juntas de dilatação (15 mm em cada 15 m), incluindo nas zonas
de remates com elementos emergentes da cobertura;
- as betonagens deverão ser executadas em painéis de 3.00 m x 3.00 m,
alternadamente (fissuração por retracção);
- a camada de forma deverá apresentar-se seca, para poder receber a camada
seguinte (impermeabilização).

6. REVESTIMENTOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO
Classificação de sistemas de impermeabilização de
coberturas quanto à sua constituição
Sistemas tradicionais
 Aplicados “in situ”
- camadas múltiplas de asfalto
- camadas múltiplas de emulsões betuminosas
 Com produtos pré-fabricados
- camadas múltiplas de membranas, telas ou feltros betuminosos
Sistemas não tradicionais
 Aplicados “in situ”
- camadas múltiplas de resinas acrílicas
- camadas múltiplas de emulsões de betumes modificados
- camadas múltiplas de resinas poliméricas
- espumas de poliuretano
 Com produtos pré-fabricados
- Membranas Elastómeras
- membranas de betumes modificados (APP ou SBS)
- membranas termoplásticas (PVC)
- membranas elastoméricas
7. CAMADA DE ISOLAMENTO TÉRMICO

Cobertura de acesso
limitado sem isolamento
térmico

Cobertura de acesso
limitado com isolamento
térmico - solução
tradicional

Cobertura de acesso
limitado com isolamento
térmico - solução invertida

Cobertura acessível a
pessoas sem isolamento
térmico
Cobertura acessível a
pessoas
com isolamento térmico -
solução tradicional

Cobertura acessível a
pessoas
com isolamento térmico -
solução invertida

Cobertura acessível a veículos


sem isolamento térmico

Cobertura acessível a veículos


com isolamento térmico –
solução invertida

Cobertura ajardinada com


isolamento térmico

9. ANOMALIAS E TRATAMENTO DE
PONTOS SINGULARES

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