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Cofragem e descofragem

Medidas de Prevenção Aconselhadas

 O tipo de cofragem a utilizar deve ser seleccionado tendo em conta o elemento a ser construído e a envolvente do

local onde vai ser construído;

 A madeira e/ou os painéis de cofragem devem ser armazenados em local acessível aos meios mecânicos. O

armazenamento deve ser organizado por dimensões, os materiais devem estar correctamente alinhados e, a altura

das pilhas não deve colocar em causa a sua estabilidade (a figura 1 apresenta um exemplo de armazenamento

incorrecto de escoras, estão demasiado próximas do vão existindo risco de queda de materiais);

Figura 1 - Armazenamento incorrecto de escoras

 Devem ser usados meios mecânicos para elevação e transporte das cargas. As suspensões não devem ser feitas por

um único ponto e os elementos devem ser conduzidos com recurso a cordas guia;

 Os pregos existentes em madeira usada devem ser retirados ou batidos;

 A equipa que vai executar os trabalhos deve conhecer bem o sistema a utilizar;

 A zona de trabalho deve ser limpa, diariamente e, os desperdícios devem ser acondicionados em local apropriado e

enviados periodicamente para o exterior (a figura 2 apresenta um exemplo de má arrumação do local de trabalho,

potenciando riscos de tropeçamento e queda ao mesmo nível); @


Figura 2 - Operação de descofragem de laje

 A descofragem deve ser efectuada com recurso a «arranca pregos» ou «pés de cabra» com dimensão suficiente para

alavancar as tábuas sem risco de sobre-esforço para os trabalhadores;

 Deve ser colocada uma cobertura tipo telheiro na zona de trabalho com máquinas, assegurando, no entanto, a

luminosidade e a ventilação naturais e de modo a permitir a movimentação mecânica dos materiais;

 As bancadas devem ter dimensões que permitam uma correcta estabilização das tábuas, especialmente nas tarefas de

corte e uma altura entre os 75 e os 90 cm; O espaço da carpintaria de toscos deve ser dimensionado, de forma a que

as máquinas disponham, entre si, de espaço suficiente para manusear a madeira sem interferências;

 Os espaços de circulação e operação junto às máquinas devem manter-se desobstruídos, arrumados e limpos de

serradura e desperdícios;

 Devem ser colocados extintores na carpintaria junto das máquinas;

 As folhas de corte das serras e serrotes devem ser inspeccionadas diariamente;

 Os painéis devem ter olhais com resistência adequada ao peso dos painéis a movimentar, devendo o seu estado de

conservação ser verificado antes de iniciar a sua elevação;


 Na sua recepção, os painéis devem ser posicionados com recurso a cordas guia. Deve ser rigorosamente proibido

guiar os painéis com as mãos;

 Deve ser proibida a permanência de trabalhadores nas zonas de passagem de cargas suspensas;

 A zona de trabalhos onde se efectua a montagem (ou desmontagem) das cofragens deve ser delimitada e sinalizada,

de forma a que os restantes trabalhadores não circulem num local onde possam, potencialmente, ser atingidos pela

queda de materiais;

 A subida e descida dos trabalhadores aos elementos cofrados deve ser efectuada com recurso a escadas de mão

normalizadas. Para alturas superiores a 6 m, deve ser montada uma escada com patamares intermédios e equipada

com guarda-costas e guarda-cabeças;

 As plataformas de trabalho devem ter uma largura mínima de 80 cm, permitir a mobilidade necessária para efectuar o

trabalho em segurança e permitir a rápida evacuação no caso de surgir uma situação de emergência;

 Os ferros em espera deverão ser dobrados, cortados ou protegidos;

 O escoramento deve estar dimensionado para resistir aos esforços previstos, com uma margem de segurança de

150%. As sapatas e calços devem ter solidez para resistir aos esforços e os prumos devem estar bem verticais (a

figura 3 - apresenta uma escora correctamente colocada, a figura 4 - apresenta uma escora colocada incorrectamente

em posição não vertical);

    

Figura 3                                                    Figura 4

 A elevação e montagem de elementos e painéis de cofragem deve ser previamente combinada com o gruista;
 A movimentação mecânica dos painéis deve ser suspensa sempre que sopre vento com velocidade superior a 40 km/h

ou que o manobrador não consiga acompanhar, visualmente, a carga durante todo o seu percurso (chuva ou

nevoeiro);

 A montagem da cofragem deve ser realizada numa sequência tal que não permita que fiquem «buracos para trás». Se

for necessário deixar zonas por cofrar, devem ser protegidas com guarda-corpos ou redes;

 A desmontagem das cofragens deve ser executada com as plataformas protegidas contra quedas em altura. Em

situações não seja possível manter as protecções colectivas, os trabalhadores devem usar arnês anti-queda, amarrado

a um ponto com solidez adequada.

 Fôrmas - materiais
 Além de modelar e dar a forma a qualquer peça em concreto, as fôrmas são responsáveis
por atender a várias exigências não menos importantes:
• Garantir a geometria (dimensões e formatos)
• Garantir o posicionamento das peças (junto com o cimbramento permite a locação exata
no espaço de todas as peças estruturais)
• Manter a conformação do concreto fresco
• Permitir a obtenção de superfícies especificadas (concreto aparente, a ser revestido,
texturado etc.)
• Possibilitar o posicionamento de outros elementos nas peças (furos de passagem,
inserts, elementos de instalações elétricas e hidráulicas, espaçadores, a própria armadura
etc.)
• Proteger o concreto novo (devido à fragilidade do concreto novo, as fôrmas o protegem
contra impactos acidentais bem como contra variações bruscas da temperatura ambiente)
• Evitar a fuga de finos (as fôrmas devem ser estanques, evitando perdas de argamassa ou
nata de cimento)
• Limitar a perda de água do concreto fresco (mantendo a quantidade de água necessária
para a hidratação do cimento).
 A grande importância das fôrmas é evidente, porém, por se tratar de um elemento
provisório, que não fica incorporado ao produto final (o imóvel), as fôrmas muitas vezes
não recebem a atenção necessária.


 Materiais
 Madeira serrada
 O material tem como vantagens o seu baixo custo, facilidade de corte e montagem e sua
disponibilidade. Possui, como desvantagens, baixa durabilidade, variabilidade (que exige
cálculos muitas vezes superdimensionados) e poucos fornecedores “profissionalizados”,
além de ser um recurso natural que precisa ser explorado de maneira sustentável.
A madeira é amplamente utilizada em estruturação, travamento e muitas vezes como
complemento dos sistemas industrializados. Devido à sua facilidade de corte, é muito
utilizada também na confecção de painéis curvos. Antes do surgimento das chapas de
madeira revestidas, era utilizada também como tal, ficando em contato direto com o
concreto. Hoje, devido ao seu baixíssimo reaproveitamento neste uso, só é utilizada
quando se deseja que a superfície de concreto adquira a textura dos veios da madeira.


  
 Chapas de madeira revestidas
 Surgidas na década de 60, unem a facilidade de corte da madeira com um alto índice de
reaproveitamento. Apresentam-se principalmente com revestimento resinado, cuja
reutilização chega a aproximadamente 8 vezes, e oferecem aspecto superficial rugoso ao
concreto; e com revestimento plastificado (filme fenólico), que permite aproximadamente
18 reutilizações e deixa a superfície do concreto lisa. São utilizadas em contato com o
concreto em praticamente todos os tipos de fôrmas, desde a mais simples, passando por
fôrmas curvas (moldadas com chapas de 4 e 6 mm) até fôrmas moduladas.


  
 Aço
 Muito utilizado nas fôrmas que demandam alto índice de reaproveitamento, tanto na
forma de perfis (mais usual), que servem de estruturação e travamento dos painéis, como
na forma de chapas revestindo os painéis e proporcionando aspecto liso e uniforme ao
concreto. Devido ao seu alto custo é normalmente fornecido por empresas de locação.
  
 Alumínio
 Agrega as vantagens do aço com a leveza própria do alumínio; sua desvantagem é o alto
custo de aquisição e manutenção.


  
 Plástico
 Material bastante leve, resistente e reciclável. Cuidado especial deve ser tomado em
relação à estruturação dos painéis, devido à sua grande deformabilidade.


  
 Papelão
 Utilização basicamente em pilares de seção circular com diâmetro de até 1,0 m,
aproximadamente. Sua principal vantagem é ser uma fôrma autoestruturada, necessitando
apenas de elementos de posicionamento e prumo. A desvantagem é ser destruída no
momento da desforma, restringindo-se a apenas uma utilização.
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1. Os equipamentos a utilizar devem possuir toda a documentação necessária, desde o Manual de


Instruções (em Português) até aos registos de manutenção/inspecção;
2. Garantir uma boa coordenação entre os vários intervenientes durante a execução dos trabalhos;
3. A equipa que vai executar os trabalhos deve conhecer bem o sistema a utilizar;
4. Os acessos aos locais de trabalho devem permitir a mobilidade necessária para efectuar o
trabalho em segurança e a rápida evacuação no caso de surgir uma situação de emergência;
5. O tipo de cofragem a utilizar deve ser seleccionado tendo em conta o elemento a ser construído e
a envolvente do local onde vai ser construído;
6. Os elementos a movimentar devem ser armazenados em locais acessíveis ao equipamento de
movimentação de cargas;
7. A movimentação mecânica das cargas deve ser efectuada com os estropos adequados e,
preferencialmente, com correntes em vez de cabos de aço ou cintas. Os mesmos devem ser
fixados em pontos cujo afastamento seja suficiente para evitar deslocamentos não desejados;
8. Qualquer elemento a movimentar, nunca deverá ser suspenso por um único ponto de amarração;
9. Nos elementos a movimentar, sempre que possível, garantir que os locais de amarração sejam
preparados no sentido de conferir resistência suficiente. Verificar o seu estado de conservação
antes de se proceder às operações de elevação;
10. Garantir a utilização de cordas de retenção para auxiliar o transporte de qualquer tipo de carga a
movimentar;
11. Deve ser rigorosamente proibida a permanência de trabalhadores debaixo de cargas suspensas;
12. A movimentação mecânica de elementos deve ser suspensa sempre que sopre vento com
velocidade superior a 60 km/h ou que o manobrador não consiga acompanhar, visualmente, a
carga durante todo o seu percurso (chuva ou nevoeiro);
13. A descarga dos elementos deve ser realizada, suspendendo-os por dois pontos equidistantes e
com resistência adequada, através de um pórtico indeformável suspenso do gancho;
14. A distribuição dos elementos deve ser próximo dos locais onde vão ser utilizados, de forma a não
expor os trabalhadores a sobre-esforços. Não devem ser colocados em zonas de passagem;
15. Verificar o estado do terreno nomeadamente no que diz respeito a fissuras indicadoras de
movimentos perigosos do solo;
16. As escoras devem ser bem fixadas à cofragem;
17. Garantir que os materiais de escoramento sejam de boa qualidade;
18. O escoramento deve estar dimensionado para resistir aos esforços previstos, com uma margem
de segurança de 150 %. As sapatas e calços devem ter solidez para resistir aos esforços;
19. Deve ser efectuada uma inspecção no escoramento antes, durante e depois de cada betonagem;
20. Ter atenção à retirada acidental de escoramento de elementos a serem pré-esforçados;
21. Deve ser rigorosamente proibido trepar por elementos de construção. Efectuar o acesso
recorrendo a escadas portáteis convenientemente escoradas ou plataformas auxiliares munidas de
guarda-corpos;
22. Proceder à instalação nos painéis de cofragem, consolas que permitam assentar pranchas de
passagem para os trabalhadores. As mesmas devem possuir guarda-corpos e acessos adequados;
23. Sempre que se justificar os trabalhadores devem utilizar arnês de segurança anti-queda amarrado
a pontos com resistência nos painis de cofragem. Se necessário, criar linha de vida;
24. Utilizar dispositivo de travamento eficaz aquando da utilização de plataformas amovíveis com
rodas;
25. Em escavações com mais de 1,20 m de profundidade, durante a aplicação dos painéis de
cofragem, se não for possível entivar o terreno durante esta operação, colocar redes apropriadas
contra desprendimentos de terras;
26. Dotar as escavações com meios adequados de subida/descida. Pelo menos deverá existir uma
escada de mão em cada troço de 15 m, a qual sairá 0,90 m para fora do bordo superior;
27. As pontas dos ferros em espera devem ser cortadas ou devidamente protegidas (protecção do tipo
cogumelo);
28. Após o retirar da cofragem, a recolocação das escoras deve ser executada segundo um plano
previamente elaborado. Este procedimento deve ser inspeccionado;
29. Devem ser retiradas as escoras somente após a autorização do encarregado, o qual deve obedecer
a um plano elaborado por um técnico responsável;
30. Quando se empregarem escoras metálicas, os trabalhadores devem ser advertidos sobre o perigo
de esmagamento da mão ao afinar ou retirar escoras reguláveis;
31. Quando se empregarem escoras em madeira, as mesmas devem ser fixadas e ajustadas através de
uma cunha entre o calço e a base da escora;
32. Não devem ser deixados pregos semi-fixados no escoramento;
33. A descofragem deve ser efectuada com recurso a «arranca pregos» ou «pés de cabra» com
dimensão suficiente para retirar as tábuas sem risco de sobre-esforço para os trabalhadores;
34. A desmontagem das cofragens deve ser executada com as plataformas protegidas contra quedas
em altura;
35. Em situações não seja possível manter as protecções colectivas, os trabalhadores devem usar
arnês de segurança anti-queda, amarrado a um ponto com solidez adequada;
36. Consultar as Fichas de Análise de Riscos Profissionais sobre Equipamentos.
EPI’S

1. Capacete de protecção (uso obrigatório);


2. Luvas de protecção (uso obrigatório);
3. Óculos de protecção (uso esporádico);
4. Protectores auditivos (uso esporádico);
5. Botas com palmilha e biqueira de aço (uso obrigatório);
6. Sistema de segurança anti-queda composto por arnês corporal completo com cinta lombar,
mosquetão automático, corda com regulador de extensão e regulador de sistema de travamento
(uso esporádico).
Autores: Rui Vasco

"Cofragem permanente" é um termo que se refere a aparelhos ou moldes que são colocados no local para conter
o concreto enquanto ele se molda. Ao contrário de outros tipos de cofragens, em que ocorre a remoção depois de o
betão ser definido completamente, a cofragem permanente é deixada no lugar como um suporte adicional ou
estabilizador. Os materiais utilizados para a cofragem permanentemente podem variar, embora o aço galvanizado
seja uma opção comum por várias razões: é resistente aos danos da água e à corrosão, sendo muito durável e tem
flexão suficiente para acomodar sutis movimentos do concreto com o congelamento de materiais ou degelos.

Muitas vezes, a cofragem permanente entra em grandes folhas de papelão ondulado. As folhas são corrugadas, ou
dobradas em sulcos, para aumentar a flexibilidade e a aderência ao betão, uma vez que se define. O betão da
cofragem pode ligar-se mais firmemente por meio das ondulações, embora as cristas também proporcionem
flexibilidade suficiente para que a probabilidade de craqueamento fique reduzida. Quando a cofragem permanente
está sendo posta em prática durante o processo de concretagem, pode ser realizada por escoramento, com uma
série de varetas que seguram a cofragem no local conforme ocorre a cura de concreto.

Uma das vantagens de se utilizar a cofragem permanente se torna aparente quando despejar concreto no
chão. Sem um formulário, o concreto vai infiltrar-se no solo, levando a excesso de resíduos de concreto. Moldes são
usados para impedir que tais resíduos se acumulem; a cofragem temporária pode ser usada para criar o molde, mas
se a cofragem permanente é usada em vez disso, duas vantagens distintas tornam-se aparentes.

Escoramento
Para realizar a concretagem segura de vigas e lajes, é preciso montar adequadamente não apenas as fôrmas,
mas também o escoramento delas. É esse sistema que irá sustentar o peso do pavimento enquanto o
concreto não endurece e adquire resistência. Para que não sejam usadas peças demais ou de menos, ou em
posições erradas, engenheiros especializados fazem um projeto específico do escoramento da laje. O
desenho que chega à obra contém informações precisas sobre distâncias e cotas, peças que devem ser
usadas, além de orientações importantes para a montagem com segurança dos componentes. Como
normalmente esse projeto é feito pela própria empresa que fornece os equipamentos, pode haver pequenas
diferenças entre os desenhos de cada uma delas, mas as informações básicas sempre estão lá. Por isso, se
pintar alguma dúvida, não hesite em consultar a equipe de assistência técnica do fabricante. Faça uso também
do catálogo de produtos, que traz informações técnicas importantes sobre os componentes do sistema

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