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MINHA DESGRAÇA IDEIAS ÍNTIMAS Perfumada visão romper a nuvem,

Álvares de Azevedo (1853) Álvares de Azevedo (1853) Sentar-se junto a mim, nas minhas pálpebras
O alento fresco e leve como a vida
Minha desgraça, não, não é ser poeta, IX Passar delicioso... Que delírios!
Nem na terra de amor não ter um eco, Acordo palpitante... inda a procuro:
Oh! ter vinte anos sem gozar de leve
E meu anjo de Deus, o meu planeta Embalde a chamo, embalde as minhas lágrimas
A ventura de uma alma de donzela!
Tratar-me como trata-se um boneco.... E sem na vida ter sentido nunca Banham meus olhos, e suspiro e gemo...
Na suave atração de um róseo corpo Imploro uma ilusão... tudo é silêncio!
Não é andar de cotovelos rotos, Meus olhos turvos se fechar de gozo! Só o leito deserto, a sala muda!
Ter duro como pedra o travesseiro.... Oh! nos meus sonhos, pelas noites minhas Amorosa visão, mulher dos sonhos,
Eu sei.... O mundo é um lodaçal perdido Passam tantas visões sobre meu peito! Eu sou tão infeliz, eu sofro tanto!
Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro.... Palor de febre meu semblante cobre, Nunca virás iluminar meu peito
Bate meu coração com tanto fogo! Com um raio de luz desses teus olhos?
Minha desgraça, ó cândida donzela, Um doce nome os lábios meus suspiram,
O que faz que o meu peito assim blasfema, Um nome de mulher... e vejo lânguida
É ter para escrever todo um poema, No véu suave de amorosas sombras
E não ter um vintém para uma vela. Seminua, abatida, a mão no seio,

MINHA DESGRAÇA IDEIAS ÍNTIMAS Perfumada visão romper a nuvem,


Álvares de Azevedo (1853) Álvares de Azevedo (1853) Sentar-se junto a mim, nas minhas pálpebras
O alento fresco e leve como a vida
Minha desgraça, não, não é ser poeta, IX Passar delicioso... Que delírios!
Nem na terra de amor não ter um eco, Acordo palpitante... inda a procuro:
Oh! ter vinte anos sem gozar de leve
E meu anjo de Deus, o meu planeta Embalde a chamo, embalde as minhas lágrimas
A ventura de uma alma de donzela!
Tratar-me como trata-se um boneco.... E sem na vida ter sentido nunca Banham meus olhos, e suspiro e gemo...
Na suave atração de um róseo corpo Imploro uma ilusão... tudo é silêncio!
Não é andar de cotovelos rotos, Meus olhos turvos se fechar de gozo! Só o leito deserto, a sala muda!
Ter duro como pedra o travesseiro.... Oh! nos meus sonhos, pelas noites minhas Amorosa visão, mulher dos sonhos,
Eu sei.... O mundo é um lodaçal perdido Passam tantas visões sobre meu peito! Eu sou tão infeliz, eu sofro tanto!
Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro.... Palor de febre meu semblante cobre, Nunca virás iluminar meu peito
Bate meu coração com tanto fogo! Com um raio de luz desses teus olhos?
Minha desgraça, ó cândida donzela, Um doce nome os lábios meus suspiram,
O que faz que o meu peito assim blasfema, Um nome de mulher... e vejo lânguida
É ter para escrever todo um poema, No véu suave de amorosas sombras
E não ter um vintém para uma vela. Seminua, abatida, a mão no seio,

MINHA DESGRAÇA IDEIAS ÍNTIMAS Perfumada visão romper a nuvem,


Álvares de Azevedo (1853) Álvares de Azevedo (1853) Sentar-se junto a mim, nas minhas pálpebras
O alento fresco e leve como a vida
Minha desgraça, não, não é ser poeta, IX Passar delicioso... Que delírios!
Nem na terra de amor não ter um eco, Acordo palpitante... inda a procuro:
Oh! ter vinte anos sem gozar de leve
E meu anjo de Deus, o meu planeta Embalde a chamo, embalde as minhas lágrimas
A ventura de uma alma de donzela!
Tratar-me como trata-se um boneco.... E sem na vida ter sentido nunca Banham meus olhos, e suspiro e gemo...
Na suave atração de um róseo corpo Imploro uma ilusão... tudo é silêncio!
Não é andar de cotovelos rotos, Meus olhos turvos se fechar de gozo! Só o leito deserto, a sala muda!
Ter duro como pedra o travesseiro.... Oh! nos meus sonhos, pelas noites minhas Amorosa visão, mulher dos sonhos,
Eu sei.... O mundo é um lodaçal perdido Passam tantas visões sobre meu peito! Eu sou tão infeliz, eu sofro tanto!
Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro.... Palor de febre meu semblante cobre, Nunca virás iluminar meu peito
Bate meu coração com tanto fogo! Com um raio de luz desses teus olhos?
Minha desgraça, ó cândida donzela, Um doce nome os lábios meus suspiram,
O que faz que o meu peito assim blasfema, Um nome de mulher... e vejo lânguida
É ter para escrever todo um poema, No véu suave de amorosas sombras
E não ter um vintém para uma vela. Seminua, abatida, a mão no seio,

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