• Conceitos básicos • Métodos de estudo • Nomenclatura anatômica aplicada • Princípios morfológicos do plano geral de organização • Conceitos anatômicos
Prof. Ludmila A. Mannarino
INTRODUÇÃO Definição • Ramo da ciência que trata da forma e estrutura dos organismos Significado (ANATOMIA → Ana= em partes, Tomein= cortar) • Cortar separando ou dissociando as partes do corpo Tipos • Macroscopica (propriamente dita) → estudo visível a olho nu • Microscopica ou histologia → estudo visível com uso de microscópico • Embriologia → estuda o desenvolvimento, até a formação de tecidos e órgãos • Ontogenia → estuda as transformações durante o desenvolvimento total do indivíduo • Filogenia → é a historia ancestral das espécies → modificações evolutivas (registros geológicos) • Veterinária → estuda a forma e a estrutura dos principais animais domésticos → geralmente para formação profissional → caráter descritivo • Comparada → descrição e a comparação dos animais → base para a classificação • Especial → descrição da estrutura de um tipo ou espécie (antropotomia – homem; cinotomia – cão; hipotomia – cavalo) Métodos de estudo • Anatomia sistemática (ou descritiva), topográfica e aplicada
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ANATOMIA SISTEMÁTICA Estuda o corpo sendo formado por órgãos que se agrupam em sistemas que estão associados para realização de certas funções Osteologia→ descrição do esqueleto (osso e cartilagem) • Função → apoiar e proteger as partes macias do corpo Sindesmologia (ou artrologia)→ descrição das articulações • Função → dar mobilidade ao esqueleto e manter os ossos unidos (ligamentos) Miologia→ descrição dos músculos e estruturas acessórias • Função → movimentar ossos e esqueleto Esplancnologia→ descrição das vísceras (incluindo os aparelhos digestivo, respiratório e urogenital, o peritônio e as glândulas endócrinas) • Função → específica de cada sistema Prof. Ludmila A. Mannarino ANATOMIA SISTEMÁTICA Angiologia→ descrição dos órgãos da circulação (coração, artérias, veias, linfáticos e baço) • Função → distribuir os líquidos corporais Neurologia→ descrição do sistema nervoso • Função → controlar e coordenar todos os outros órgãos e estruturas Estesiologia→ descrição dos órgãos dos sentidos • Função → percepção do ambiente externo → orelhas, olho... Tegumento comum (pele e anexos) → descrição do revestimento externo • Função → proteção do corpo, parte do sistema termorregulador, sensações
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ANATOMIA TOPOGRÁFICA Estudo que determina a posição relativa de cada estrutura corporal → utiliza termos topográficos para indicar com precisão a posição e a direção das partes do corpo Anatomia sistêmica + topográfica → base da prática clínica Termos topográficos → aplicados a quadrúpede na posição ereta normal • Dorsal e Ventral • Cranial e Caudal. • Plano Mediano → metades direita e esquerda • Plano Frontal → partes dorsal e ventral • Plano Transversal → partes cranial e caudal • Pode dividir uma estrutura no seu eixo mais longo
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ANATOMIA APLICADA Correlaciona o estudo anatômico com a prática de outras disciplinas → cirurgia, semiologia (exame físico = anamnese), diagnóstico por imagem...
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NOMENCLATURA ANATÔMICA APLICADA Foi editada em 1968, em Viena, pelo C.I.N.A.V (Comitê Internacional de Nomenclatura Anatômica Veterinária), com objetivo de padronizar os termos empregados em todo o mundo, onde foram descritos os seguintes princípios: • Os termos, na lista oficial, são escritos em latim, preferencialmente em um único termo, mais curto e simples possível → os anatomistas podem traduzi-los para as suas respectivas línguas • Os termos devem ser fáceis de se lembrar e devem também, antes de tudo, possuir valor instrutivo e descritivo → Aorta abdominal • As estruturas que estão relacionadas topograficamente devem possuir nomes similares → artéria femoral, veia femoral, nervo femoral → todos ligados ao osso fêmur • Os termos derivados de nomes próprios (epônimos) não devem ser usados → usar Tendão Calcanear Comum - em vez de Tendão de Aquiles.
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NOMENCLATURA ANATÔMICA APLICADA Abreviaturas para os termos gerais de Anatomia: • A= Artéria; • M= Músculo; • N= Nervo; • V= Veia; • R= Ramo; • GL= Glândula; • LIG= Ligamento; • GGL= Gânglio; • AA= Artérias; • MM= Músculos; • NN= Nervos; • VV= Veias; • RR= Ramos. Prof. Ludmila A. Mannarino PRINCÍPIOS MORFOLÓGICOS DO PLANO GERAL DE ORGANIZAÇÃO Zigomorfismo (antímeros) • Cada animal é formado por duas metades, uma direita e outra esquerda que são semelhantes morfológica e funcionalmente→ separadas pelo plano mediano → simetria bilateral • Não há simetria perfeita → causas de assimetria • Estruturas pares (homótipos) apresentam pequenas diferenças entre tamanho, localização e relação anatômica • Órgãos ímpares • Predominância do uso de um lado mais do que do outro (assimetria funcional) Metamerismo • Existência de uma homologia seriada (segmentar) de acordo com uma série linear longitudinal → permite a identificação de estruturas predominantes entre os polos • Polo cranial para caudal → cabeça, pescoço, tórax, abdome, pelve Tubulação • A coluna vertebral e os arcos ósseos formam um tubo dorsal (sistema nervoso e estruturas relacionadas) e um ventral ou visceral (parte das vísceras) → envolvidos por músculo e pele • Vasos e algumas vísceras também são tubos cilíndricos Estratificação • Demonstra que a disposição dos órgãos e suas partes possuem “camadas” Prof. Ludmila A. Mannarino CONCEITOS ANATÔMICOS Normal • É tudo aquilo que é mais frequente na maioria dos indivíduos de um determinado grupo animal, dentro de um plano geral de organização (constituição) Raridade • Quando aparece em um pequeno percentual de determinada população Homologia • Correlação entre origem e localização, podendo ter funções diferentes → asa (aves) e membros torácicos (cavalo) Analogia • Identidade de função → pulmão e guelras
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CONCEITOS ANATÔMICOS Variação anatômica → não afeta a funcionalidade • A estrutura, a arquitetura ou as características morfológicas não são uniformes entre os animais, não podendo ser padronizado • Variações entre espécies, em individuo da mesma espécie da mesma espécie, e no próprio indivíduo Anomalia • É o que difere da normalidade, com prejuízo da função Monstruosidade • Quando a anomalia é tão profunda com deformidade na construção corporal e geralmente incompatível com a vida
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VARIAÇÃO ANATÔMICA Causas gerais de variação anatômica • Idade → diferenças macro e microscópicas. Ex. • Timo → cresce até maturidade sexual, depois atrofia (diminui de tamanho) • Abrasão e modificações dentárias • Maior número de anéis no corno de bovinos (Cornos → recobertos por queratina. Chifres → geralmente ramificados e são recobertos pelo veludo – pele - vascularizado) • Redução da bolsa cloacal de aves adultas • Sexo → dimorfismo sexual. Ex. • Pelve óssea • Caninos nas éguas → quando presentes, são vestigiais • Tubérculo púbico dorsal em bovinos machos é bem desenvolvido • Plumagem de aves → em machos é mais longa e colorida • Estatura em aves → fêmea é mais baixa Prof. Ludmila A. Mannarino VARIAÇÃO ANATÔMICA • Raça → é considerada uma população em que os indivíduos além de apresentarem diferenças entre si, difere de outra em características morfológicas e funcionais, com ascendente em comum • Barbela em Bos indicus, ausente ou rudimentar em Bos taurus; direção de chifre em bovinos • Formato da cabeça, altura de membros... • Biotipo → atributos da constituição do corpo • Sejam morfológicos, fisiológicos, bioquímicos , patológicos e comportamentais • Evolução → modificações evolutivas • Equinos eram seres pequenos (período Eoceno), que evoluíram em tamanho • Meio ambiente → desenvolvimento de caracteres econômicos • Rendimento de leite, conformação de carne → pastagens e cruzamentos seletivos
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VARIAÇÃO ANATÔMICA Variabilidade e seleção → seleção e cruzamento de animais que apresentam maior variabilidade, aumentam a variação anatômica Variações específicas → características morfológicas da espécie • Ausência de vesícula biliar em cavalos • Ausência de incisivos maxilares em ruminantes • Presença de osso peniano no cão • Membrana nictante (terceira pálpebra) : desenvolvida ou rudimentar Tipos de variações • Somáticas → não hereditárias • Germinativas → hereditárias → podem favorecer o aparecimento de novas formas