Lições de célula 23

A vida
de
Jesus

Lições de Célula
jul – out ⁄ 23

@central.online #1
Lições de célula
A vida de Jesus
Lições de Célula – julho a outubro de 2023
Queridos Líderes de Célula,
Existe uma pessoa que é a mais importante
de todas para nós e está no centro de tudo
o que somos e fazemos: essa pessoa é
Jesus! Ele é a razão de existir da Central,
nosso foco é honrar o seu nome e servi-lo.
Jesus é a pessoa mais incrível, sábia, poderosa,
profunda, amorosa e instigante que já andou
por essa terra. Conhecê-lo e imitá-lo é a nossa
maior inspiração. Queremos ser discípulos cada
vez melhores e parecidos com o mestre.
Por isso, preparamos este material tão especial
por meio do qual vamos nos dedicar, ao
longo de algumas semanas, a mergulhar
na vida de Jesus. Do seu nascimento à sua
ressurreição, vamos nos aprofundar em
conhecer a vida daquele que dividiu a história.
Queremos que toda a Central se veja como
aquele grupo de discípulos que andou com Jesus
1.
ao longo do seu ministério. Viveremos semanas
inesquecíveis. E, ao final, não seremos mais os
mesmos. Anime-se! Envolva a sua célula. Vamos
juntos nessa jornada sobre a vida de Jesus.
Com carinho,
Pastores da Central.
1. Objetivo da série
Nas próximas semanas vamos nos dedicar
a essa incrível série sobre a vida de Jesus.
Nosso objetivo é nivelar toda a Central em sua
espiritualidade, a fim de que todos conheçam
mais profundamente nosso Senhor Jesus e se
esmerem em imita-lo. Nossa expectativa é que
as pessoas da sua célula cresçam muito em
sua fé e em seu relacionamento com o Cristo.
Considere os textos bíblicos abaixo:
Sejam praticantes da palavra, e não apenas
ouvintes, enganando-se a si mesmos. Aquele
que ouve a palavra, mas não a põe em prática,
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é semelhante a um homem que olha a sua face
num espelho e, depois de olhar para si mesmo, sai
e logo esquece a sua aparência. Mas o homem
que observa atentamente a lei perfeita que traz
a liberdade, e persevera na prática dessa lei,
não esquecendo o que ouviu mas praticando-o,
será feliz naquilo que fizer. De que adianta,
meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não
tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo? Assim
também a fé, por si só, se não for acompanhada
de obras, está morta. Assim como o corpo sem
o espírito está morto, também a fé sem obras
está morta. Tiago 1: 22-25 e Tiago 2: 14, 17 e 26
Este trecho nos mostra algo fundamental: não
adianta declarar determinada fé e viver de uma
maneira incondizente. Precisamos olhar a vida de
Jesus não para achar bonito e inspirador. A vida
de Jesus precisa gerar um transformação prática.
Daí, extraímos os principais objetivos da série:
• Conduzir toda a Central ao mesmo
nível de conhecimento e bases de
fé sobre a vida de Jesus;
• Ativar ou renovar o relacionamento de todos
os participantes da Central com Jesus;
• Desafiar as pessoas a viverem uma vida
prática coerente com a fé que professam.
Será uma jornada poderosa, pois quem
conhece pouco sobre Jesus vai se encantar.
Quem conhece bastante, poderá renovar-se
espiritualmente e será desafiado a checar se está
verdadeiramente vivendo o que acredita. Vamos
todos juntos conhecer, amar e viver Jesus!
2.
2. Aproveite seu livro ao máximo
Este e-book será utilizado em nossas
células por mais de três meses. Serão
semanas incríveis de muito aprendizado
e ativação espiritual. Lembre-se:
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino (E), para a repreensão (R), para a correção
(C) e para a instrução (I) na justiça, para que o
homem de Deus seja apto (A) e plenamente
preparado para toda boa obra. 2 Timóteo 3:16,17
#2
Lições de célula
A Palavra de Deus é viva e nos mostra
um caminho de profunda transformação.
Paulo apresenta ao seu discípulo Timóteo,
como esse processo funciona:
Condição Atual
Repreensão (R)
Quais as Qualo o Quais ferra-
+ +
correções (C) plano (I) mentas (A)
Alvo Qual a verdade
/ensino? (E)
O gráfico acima, inspirado no versículo de 2
Timóteo 3:16 e 17, nos convida a mudar de vida.
A verdade das escrituras nos mostra um alvo,
nos ensina (E) um modelo de vida a ser imitado.
A palavra de Deus apresenta uma repreensão
(R) que nos impele a sair da condição atual,
buscando mudanças, rumo ao alvo; rumo
à verdade. Para trilhar essa jornada, a bíblia
também nos conduz às correções (C) de rumo
necessárias, ao plano de transformação (I), além
de nos fornecer as ferramentas e aptdões (A)
que nos capacitam a viver a vontade de Deus.
A partir desse modelo de aprendizado, em
cada capítulo deste livro, procure conduzir sua
célula por este caminho. Definam juntos:
• Qual o principal ensino (E) do capítulo? Qual
a verdade que preciso aplicar em minha vida?
• Qual a repreensão (R)? O que da
minha condição de vida atual está
desalinhado com a vontade de Deus?
• Quais as correções (C) de rumo? Quais
as instruções (I) e planos de ação preciso
colocar em prática? Quais as ferramentas
e aptidões (A) preciso desenvolver?
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Como dissemos, não queremos um evangelho
3.
teórico. Mas um evangelho real, prático,
transformador. Que cada participante das células
da Central, viva os ensinamentos de Jesus
que vamos aprender nas próximas semanas.
Olhe para Jesus. Aprenda com Ele. Coloque
em prática mudanças em sua vida e desafie
todos da sua célula a fazerem o mesmo.
3. Cronograma
Preparamos uma sugestão de cronograma
para você utilizar em sua célula.
Indicamos três semanas livres dentro do
calendário para que você consiga lidar
com eventuais quebras e feriados.
Você não precisa necessariamente usar
essas semanas livres nas datas exatas que
foram sugeridas. Apenas saiba que vamos
começar a usar este material no início de
julho e seguimos com ele até outubro.
Caucule o número de capítulos e a
quantidade de semanas. Tenha sabedoria e
flexibilidade para desenvolver o calendário
da sua célula. Assim, você poderá trabalhar
todos os capítulos do e-book e estará
preparado para concluir até outubro.
• Lembre-se de delegar! Envolva o maior
número possível de pessoas da sua célula
para ministrar as lições com você.
• Delegue também os demais momentos
da reunião: louvor, oração, quebra-
gelo, avisos, organização.
Uma célula viva e frutífera é uma célula onde
todos se sentem importantes e atuantes. O líder
não é o centro da célula, mas um facilitador
que extraí o melhor de cada participante.
Fique ligado no nosso calendário a vamos
juntos nessa jornada sobre “A Vida de Jesus”!
Calendário | Índice
#3
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Semana Tema Página

3 – 8 jul Capítulo 1 – O Nascimento de Jesus

10 – 15 jul Capítulo 2 – O Batismo e a Tentação de Jesus

17 – 22 jul Capítulo 3 – Jesus começa o seu Ministério

24 – 29 jul LIVRE

31 jul – 5 ago Capítulo 4 – O Chamado dos Primeiros Discípulos

7 – 12 ago Capítulo 5 – Conflitos com as Autoridades Religiosas

14 – 19 ago Capítulo 6 – O poder de Jesus sobre a doença e a morte.

21 – 26 ago LIVRE

28 ago – 2 set Capítulo 7 – Jesus, o Messias

4 – 9 set Capítulo 8 – A Transfiguração

11 – 16 set Capítulo 9 – A Ceia do Senhor

18 – 23 set Capítulo 10 – Getsêmani

25 – 30 set LIVRE

2 a 7 out Capítulo 11 – Jesus diante de Pilatos

9 – 14 out Capítulo 12 – A Crucificação

16 – 21 out Capítulo 13 – A ressurreição

O presente material foi elaborado

a partir do livro:

Ministério de Jesus Cristo – Andando

nos passos de Jesus | Estudando a
Bíblia em grupo | Editora Sepal

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A vida
de
Jesus

Capítulo 1 –
O nascimento de Jesus
Julho Semana 1 (03 a 08/07)

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Capítulo 1 –
O nascimento de Jesus
Quebra-gelo
Questões para compartilhar (15 minutos):
• Você já teve dificuldade em encontrar
acomodações em um hotel ou
pousada? O que aconteceu?
• O que você ouviu dizer sobre a época do seu
nascimento? Como era o ambiente em sua
família quando sua mãe ficou grávida de você?
Introdução
A história de Jesus começa com seu nascimento.
Como indicado por Lucas em seu relato, este
não foi um nascimento comum. Deus estava
prestes a visitar este planeta. É admirável que
dentre todas as maneiras que poderia ter vindo
– como o Rei invencível num carro de fogo;
como a Voz da Declaração feita nos céus; como
o grande Ser de Luz – Ele tivesse escolhido vir
como uma criança indefesa, nascido de mulher.
A História começa então com a encarnação
de Deus: o Verbo eterno, preexistente de Deus
se faz carne e vive durante algum tempo entre
nós (João 1:14). Um anjo declara a majestade
e a glória de Jesus e sua missão aos homens
e mulheres humildes, de baixa posição
social. O Senhor do Universo nasce em um
estábulo, como filho de uma camponesa.
Questões para discussão em grupo:
• Grávida antes do casamento, pobre e sem
teto. De modo geral, que esperança você daria
a um relacionamento como o de Maria e José?
• Você acha que o humilde começo do
casamento de José e Maria e o nascimento
de Jesus foram coincidência? Ou faziam
parte do plano e propósito de Deus?
Leitura Bíblica – Lucas 2.1-20
Naqueles dias César Augusto publicou um decreto
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ordenando o recenseamento de todo o império
romano. Este foi o primeiro recenseamento feito
quando Quirino era governador da Síria. E todos
iam para a sua cidade natal, a fim de alistar-se.
Assim, José também foi da cidade de Nazaré da
Galiléia para a Judéia, para Belém, cidade de Davi,
porque pertencia à casa e à linhagem de Davi. Ele
foi a fim de alistar-se, com Maria, que lhe estava
prometida em casamento e esperava um filho.
Enquanto estavam lá, chegou o tempo
de nascer o bebê, e ela deu à luz o seu
primogênito. Envolveu-o em panos e o
colocou numa manjedoura, porque não
havia lugar para eles na hospedaria.
Havia pastores que estavam nos campos
próximos e durante a noite tomavam conta
dos seus rebanhos. E aconteceu que um
anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória
do Senhor resplandeceu ao redor deles; e
ficaram aterrorizados. Mas o anjo lhes disse:
“Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas
novas de grande alegria, que são para todo
o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu
o Salvador que é Cristo, o Senhor. Isto lhes
servirá de sinal: encontrarão o bebê envolto
em panos e deitado numa manjedoura”.
De repente, uma grande multidão do exército
celestial apareceu com o anjo, louvando a Deus
e dizendo: “Glória a Deus nas alturas, e paz
na terra aos homens aos quais ele concede
o seu favor”. Quando os anjos os deixaram e
foram para o céu, os pastores disseram uns aos
outros: “Vamos a Belém, e vejamos isso que
aconteceu, e que o Senhor nos deu a conhecer”.
Então correram para lá e encontraram Maria e
José, e o bebê deitado na manjedoura. Depois
de o verem, contaram a todos o que lhes fora
dito a respeito daquele menino, e todos os
que ouviram o que os pastores diziam ficaram
admirados. Maria, porém, guardava todas
essas coisas e sobre elas refletia em seu
coração. Os pastores voltaram glorificando e
louvando a Deus por tudo o que tinham visto
e ouvido, como lhes fora dito. Lucas 2:1-20
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Lições de célula 23

Destaques seja o caso, não havia espaço disponível

para o casal nos alojamentos comuns.
2.1 – César Augusto. Lucas insere
firmemente na História o nascimento de Pergunta: Você e a sua família já passaram por
Cristo, pois é sabido que Augusto governou situações difíceis ou constrangedoras?
o Império Romano de 30 AC a 14 DC.
2.8 – Pastores. Os pastores eram considerados
social, econômica e religiosamente como
O Censo. A partir de 30 AC, os Césares
pessoas da “classe baixa”. As autoridades do
ordenavam que o povo, das diversas
templo mantinham rebanhos de ovelhas para
províncias, se apresentasse de tempos em
os sacrifícios nos pastos perto de Belém e é
tempos para um recenseamento, com a
possível que os pastores desses rebanhos
finalidade conhecer a população do império
tenham sido visitados pelos anjos. A grande
e organizar o pagamento de impostos.
notícia, a novidade mais importante de todos
os tempos, não foi anunciada aos reis ou aos
2.3 – Todos iam para a sua cidade Natal. sacerdotes, mas àqueles simples pastores.
Seguindo o fluxo natural, Maria teria seu filho em
Nazaré, onde residia com José. Mas forçados
2.9 – Um anjo do Senhor. Um anjo é um ser
pelo decreto do imperador, com a gravidez já
celestial enviado por Deus para lidar com
avançada, tiveram que se dirigir a Belém, cidade
as pessoas como seu agente ou porta-voz
natal de José, pois este pertencia à linhagem do
especial. Em Hebreus encontramos a seguinte
rei Davi. O formato deste censo foi providencial
definição: “Os anjos não são, todos eles,
para o cumprimento das profecias sobre o local
espíritos ministradores enviados para servir
do nascimento do messias. Muitas vezes não
aqueles que hão de herdar a salvação?” Hebreus
compreendemos os fatos históricos e a condução
1:14. O pensamento popular constantemente
dos governantes, mas sabemos que Deus age na
representa os anjos com aspecto infantilizado,
História para realizar a sua vontade. Assim como
mas a Bíblia geralmente apresenta os anjos
as profecias sobre a primeira vinda do messias
como criaturas sobrenaturais de enorme
se cumpriram integralmente, as profecias sobre
poder e majestade, como agentes de
a segunda vinda de Cristo estão se cumprindo
Deus para instrução, juízo e livramento.
a todo vapor e continuarão a se cumprir.
A glória do Senhor. Esta é a luz
2.4 – Belém. Belém fica aproximadamente 150
magnificente, poderosa, que acompanha
km de Nazaré, ou seja, cerca de cinco dias de
a presença de Deus (Sl 104.1-2; Ez 1).
caminhada percorridos a pé por José e Maria.
O nascimento de Jesus em Belém confirmou
Ficaram aterrorizados. Vários textos bíblicos
a profecia registrada em Miquéias 5.2: “Mas tu,
relatam a reação de medo das pessoas diante
Belém-Efrata, embora pequena entre os clãs
de anjos e diante da glória do Senhor (Lc
de Judá, de ti virá para mim aquele que será
1.29-30; Lc 24.4,5; Ex 3.2-6; Dn 10.7). Você já
o governante sobre Israel. Suas origens estão
imaginou como seria a sua reação diante de
no passado distante, em tempos antigos”.
uma experiência tão sobrenatural e poderosa?

2.7 – Primogênito. O primeiro filho de cada

2.10 – Não tenham medo. O anjo logo acalma
família judia era dedicado a Deus de maneira
aqueles pastores, afirmando ”estou lhes trazendo
muito especial (Ex 13.12; Lc 2.22-24).
boas novas de grande alegria”. Aquela era
de fato a melhor notícia de todos os tempos,
Manjedoura. Comedouro para animais.
pois o filho de Deus acabara de nascer na
terra com a missão de liberar a salvação.
Hospedaria. A palavra pode significar um prédio
para acomodação de viajantes ou um quarto
Para todo o povo. Fica claro que a salvação
desocupado numa casa particular. Qualquer

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está disponível, não só aos judeus, mas a todas
as pessoas. O Novo Testamento todo mostra
que a misericórdia de Deus inclui os gentios e
que o Evangelho (Boas Novas) é universal.
2.11 – O Salvador… Cristo, o Senhor. O
anjo dá uma descrição completa de quais
papéis Jesus veio desempenhar:
Salvador. No Antigo Testamento este termo só se
aplicava a Deus (Is 43.3,11). Este título tem como
propósito dar honra a Deus como aquele que
resgata seu povo de um inimigo imbatível. Este
título é atribuido a Jesus como o único capaz
de salvar as pessoas do pecado e da morte.
Cristo. Este é o termo grego para o título hebraico,
Messias. Ambos os termos significam “O Ungido”.
No pensamento judaico, o Cristo prometido
por Deus e anunciado em várias profecias do
Antigo Testamento seria o Grande Profeta, o
Eterno Sacerdote e o Supremo Rei; o Libertador
tão aguardado que seria ungido por Deus para
realizar um grande propósito (Lc 4:18-21).
Senhor. Este é um título muito comum usado
para referir-se a Deus no Antigo Testamento.
Ele abrange sua autoridade absoluta e sua
divindade. No Novo Testamento, o termo
passa a ser utilizado para falar sobre Jesus,
enfatizando sua divindade e autoridade.
Pergunta: Quais papéis Jesus desempenha em
sua vida? Você tem segurança em afirmar que
Jesus é o seu salvador, o Cristo prometido por
Deus e o seu Senhor?
2.12 – Sinal. No AT, Deus algumas vezes
fazia sinais que provavam ao povo a
confiabilidade da sua palavra.
2.13 – Uma grande multidão do exército
celestial. José e Maria estavam distantes da
cidade onde residiam e isolados da sua família.
Havia rumores de que o filho era ilegítimo e
o jovem casal estava enfrentando grandes
desafios. Embora as circunstâncias terrenas
não fossem as mais favoráveis, o nascimento
de Jesus foi celebrado por uma multidão de
anjos. Sem dúvida é muito melhor contar
com a aprovação do céu e ser canal para
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o cumprimento dos propósitos de Deus.
Pergunta: Você tem cooperado para o
cumprimento dos propósitos celestiais em sua
geração? Olhando para a sua vida hoje, você tem
buscado mais a aprovação do céu ou a aprovação
da terra?
2.14 – Glória a Deus nas alturas. O coro dos
anjos canta para anunciar que o nascimento de
Jesus dará honra a Deus. E de fato, ao longo de
todo o ministério de Jesus vemos ele afirmar que
veio para fazer a vontade do Pai. Você consegue
pensar algo que dá mais glória ao nome de um
pai do que um filho obediente e bem sucedido
em seu propósito de mudar o mundo?
Paz na terra aos homens. Se na perspectiva do
céu a vinda de Jesus glorifica o nome de Deus, na
terra a chegada de Jesus mostra o amor de Deus
pelas pessoas e a graça de Deus sendo liberada.
A inimizade existente entre a humanidade
pecadora e um Deus santo, agora encontra um
caminho de paz aberto pelo próprio Deus que
revela uma disposição favorável de perdão e
reconciliação (2 Co 5). Jesus é a materialização
da graça e do favor de Deus para a humanidade.
2.16 a 20 – Reações ao nascimento
de Jesus. Lucas registra as reações de
algumas pessoas ou grupo de pessoas:
2.17 – Contaram a todos. Os pastores tiveram
uma experiência, para dizer bem pouco,
impactante. Receberam a visita de um anjo
que anunciou o nascimento do filho de Deus e
lhes deu um sinal para comprovar a verecidade
daquela palavra. Em seguida, viram o exército
de anjos cantando o louvor mais maravilhoso
que já se teve notícia. Após visitarem o bebê,
aqueles pastores atônitos anunciaram a todos
sobre o nascimento do filho de Deus. Assim
são as pessoas que tem uma experiência
genuína com Deus, elas não param de contar
às pessoas o que experimentaram.
2.18 – Ficaram admirados. Quem ouve um
testemunho de Jesus transformando a vida
de uma pessoa fica admirado e pensativo.
O nascimento de Jesus leva cada um a um
posicionamento. Será que isso é mesmo verdade?
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Lições de célula 23

Haveria explicação racional para estes fatos?
Será que milagres realmente existem? Deus
poderia se encarnar em forma de um bebê?
2.19 – Refletia em seu coração. Maria ficou
pensativa e reflexiva. Ela havia gerado o filho
de Deus em seu ventre. E diante dela estava
o desafio de nutrir, proteger e educar aquele
bebê. Maria literalmente entregou seu corpo,
seus sonhos, sua vida para que Deus cumprisse
os planos dele. São grandes as implicações
de ser um canal para o agir de Deus. Deus
encontrará em nossa geração pessoas
dispostas a dizerem um sim radical para que
o Senhor cumpra os propósitos dele?
sonhos e projetos pessoais. José creu na palavra
que recebeu do anjo e aceitou ser pai adotivo do
filho de Deus. Aquele jovem casal creu em Deus
e no seu poder. Suas vidas foram mudadas para
sempre e através deles Deus mudou a história.
Pergunta: E você? Vai deixar Jesus nascer em seu
coração? Decide deixar seus projetos de lado para
Jesus governar sua vida?
Aplicação
Considerando o modelo de aprendizado
apresentado na introdução do livro, o que o
capítulo 1 – O Nascimento de Jesus – pode
nos revelar? Discuta com a sua célula:

Pergunta: Olhando para as reações ao • Qual o principal ensino (E) do capítulo? Qual
nascimento de Jesus, a sua reação se parece com
a verdade que preciso aplicar em minha vida?
qual destes grupos de pessoas?

2.20 – Os pastores voltaram glorificando • Qual a repreensão (R)? O que da

e louvando a Deus. A reação dos minha condição de vida atual está
pastores é semelhante à dos discípulos desalinhado com a vontade de Deus?
depois da ressurreição (Lc 24.52).
• Quais as correções (C) de rumo? Quais
Nascido de uma virgem as instruções (I) e planos de ação preciso
colocar em prática? Quais as ferramentas
José e Maria estavam prometidos em casamento, e aptidões (A) preciso desenvolver?
mas ainda não haviam consumado sua união.
José fica tão triste com a notícia da gravidez Encerramento e oração
que decide cancelar o casamento. Entretanto
um anjo lhe aparece em sonho e garante a Use as perguntas abaixo para nortear um
virgindade preservada de sua noiva. O evangelho tempo de oração com os participantes
afirma categoricamente que Jesus não era da sua célula (15 minutos):
filho biológico de José e que foi gerado no
ventre de Maria sem o intercurso humano. • Você gostaria de ser apresentado
em oração essa semana?
Os que buscam explicar naturalmente todas
as coisas tentam descartar a possbilidade • Quem você gostaria de convidar
de uma concepção milagrosa e insistem em para participar da nossa célula?
dizer que Lucas e os demais autores bíblicos
estão equivocados. A verdade é que Jesus,
desde o seu nascimento, não nos deixa muitas
escolhas. Ou você descarta a veracidade do
relato bíblico ou você aceita que Deus está ativo
e realizando milagres. Quem não pode aceitar
a concepção de Jesus sem a presença de um
pai humano, vai ter problemas com grande parte
da história de Jesus e, de fato, com a fé cristã.

Maria disse sim para Deus e abriu mão dos seus

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A vida
de
Jesus.

Capítulo 2 –
O batismo e a tentação de Jesus
Julho Semana 2 (10 a 15/07)

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Capítulo 2 –
O batismo e a tentação de Jesus
Quebra-gelo
Questões para compartilhar (15 minutos):
• Considerando a época da sua
adolescência, no que você era (ou é)
bom e no que não era tão bom?
• O que tenta você que é pecado,
custa caro ou engorda?
Introdução
Pouco se sabe da infância de Jesus, exceto
pela história da sua visita ao templo com os
pais quando tinha 12 anos (Lc 2.41-52). Não
sabemos nada, além disso. Nos evangelhos,
a história de Jesus salta diretamente do
seu nascimento para o seu ministério.
Mateus, Lucas e Marcos começam com
o ministério público de Jesus e com o seu
batismo e tentação. No seu batismo, Ele é
confirmado como o filho amado de Deus.
Na tentação, Ele é retratado como o servo
verdadeiro de Deus. Ele permanece fiel aos
caminhos de Deus, ao contrário dos israelitas
que se rebelaram contra o Senhor durante
os quarenta anos que permaneceram no
deserto depois do Êxodo (Dt 1.19-46).
Pergunta: Antes de Jesus ser batizado, uma voz
vinda do céu afirmou que ele era o filho amado
de Deus. Quem precisava ouvir aquela afirmação
divina em alto e claro som? Os céticos? Todo o
povo? Jesus - como todos os demais - precisa da
afirmação de Deus?
Leitura bíblica - Mateus 3.13-17, 4.1-11:
Então Jesus veio da Galileia ao Jordão para ser
batizado por João. João, porém, tentou impedi-
lo, dizendo: “Eu preciso ser batizado por ti, e tu
vens a mim? “ Respondeu Jesus: “Deixe assim
por enquanto; convém que assim façamos, para
cumprir toda a justiça”. E João concordou.
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Assim que Jesus foi batizado, saiu da água.
Naquele momento os céus se abriram,
e ele viu o Espírito de Deus descendo
como pomba e pousando sobre ele. Então
uma voz dos céus disse: “Este é o meu
Filho amado, em quem me agrado”.
Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto,
para ser tentado pelo diabo. Depois de jejuar
quarenta dias e quarenta noites, teve fome. O
tentador aproximou-se dele e disse: “Se você
é o Filho de Deus, mande que estas pedras se
transformem em pães”. Jesus respondeu: “Está
escrito: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de
toda palavra que procede da boca de Deus’”.
Então o diabo o levou à cidade santa, colocou-o
na parte mais alta do templo e lhe disse: “Se você
é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo.
Pois está escrito: ‘Ele dará ordens a seus anjos
a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão,
para que você não tropece em alguma pedra’”.
Jesus lhe respondeu: “Também está escrito:
‘Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus’”.
Depois, o diabo o levou a um monte muito alto e
mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu
esplendor. E lhe disse: “Tudo isto lhe darei, se
você se prostrar e me adorar”. Jesus lhe disse:
“Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o
Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’”. Então
o diabo o deixou, e anjos vieram e o serviram.
Destaques
3.13 – Então Jesus veio. Mateus conta a história
de João Batista, um profeta que convocava os
judeus a se arrependerem e se prepararem para
a vinda do Senhor. Como sinal de arrependimento,
ele pediu ao povo que fosse batizado. Essa
era uma exigência radical. Naquela época, só
os gentios convertidos ao judaísmo tinham
que ser batizados (a fim de lavar a “impureza
gentia” com a qual eram associados).
O pedido de João indicava que os judeus
precisavam tanto da purificação e do
arrependimento quanto qualquer gentio. Em
Mateus 3.11,12, João anuncia que o seu ministério
é simplesmente o prelúdio daquele que estava
#11
Lições de célula 23
para vir, quem batizaria o povo com o Espírito
Santo e o fogo do juízo de Deus. Imediatamente
após este testemunho, Jesus apareceu. João
havia estado apontando exatamente para Ele.
Da Galileia ao Jordão. Esta era uma viagem
de poucos dias. A província da Galileia
ficava ao norte do rio Jordão, onde João
estava batizando na província da Judéia.
Para ser batizado. Ao pedir para ser batizado,
Jesus se identifica com o pecado do seu povo,
prefigurando sua morte para o pecado que
aconteceria alguns anos depois. Jesus proclama
sua lealdade e obediência a Deus, agindo com
humildade e nos chamando a seguir seus passos.
Paulo explica claramente o significado do
batismo, uma cerimônia pública que Jesus
chama todos os seus discípulos a participar:
Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos
batizados em Cristo Jesus, fomos batizados em
sua morte? Portanto, fomos sepultados com ele
na morte por meio do batismo, a fim de que, assim
como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante
a glória do Pai, também nós vivamos uma vida
nova. Se dessa forma fomos unidos a ele na
semelhança da sua morte, certamente o seremos
também na semelhança da sua ressurreição.
Pois sabemos que o nosso velho homem foi
crucificado com ele, para que o corpo do pecado
seja destruído, e não mais sejamos escravos
do pecado; pois quem morreu, foi justificado do
pecado. Ora, se morremos com Cristo, cremos
que também com ele viveremos. Romanos 6:3-8
Pergunta: Você crê que Jesus é o filho de
Deus e que ele morreu para perdoar os seus
pecados? Você já se batizou a fim de comprovar
publicamente sua aliança com Jesus?
3.14 – Eu preciso ser batizado por ti. No
evangelho de João capítulo 1, vemos como João
Batista descobriu que Jesus era o Messias. Deus
havia dado a João Batista um sinal antes de Jesus
chegar para ser batizado:
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Então João deu o seguinte testemunho: “Eu
vi o Espírito descer do céu como pomba e
permanecer sobre ele. Eu não o teria reconhecido,
se aquele que me enviou para batizar com água
não me tivesse dito: ‘Aquele sobre quem você vir o
Espírito descer e permanecer, esse é o que batiza
com o Espírito Santo’. Eu vi e testifico que este é o
Filho de Deus”. João 1:32-34
3.15 – Para cumprir toda a justiça.
A palavra ‘justiça’ se refere à retidão de vida
exigida daqueles que aceitavam o batismo; ao
sujeitar-se ao batismo de João, Jesus reconheceu
que irá cumprir toda a justiça, obedecendo toda
a lei e cumprindo cada profecia a respeito
do Messias.
3.16 – Como pomba. Os evangelhos usam o
símbolo da pomba para comunicar a vinda do
Espírito Santo. Esse não era um símbolo comum
em Israel no primeiro século, mas o sentido do
evento é claro: esta é a unção prometida do
Messias com o Espírito Santo (Isaías 11.2; 41.1; 61.1).
3.17 – Uma voz. As palavras da voz vinda do
céu, combinam várias passagens do AT que
demonstram o papel de Jesus: o verdadeiro
filho de Deus (Sl 2.7), seu relacionamento de
proximidade e amor com Deus (Gn 22.2) e sua
missão como servo escolhido de Deus (Is 42.1).
As palavras ditas na ocasião do batismo de
Jesus são uma afirmação irrestrita a respeito da
sua identidade como filho de Deus. Após aquela
experiência, Jesus inicia seu ministério público.
A partir dali ele se dedica a revelar a Israel sua
identidade e missão, mas não antes de ser
reconhecido pelo Pai.
Meu Filho Amado. Antes mesmo de começar o
seu ministério Jesus ouviu essa forte afirmação:
meu filho amado. Jesus não tinha feito nenhuma
obra, nenhum milagre, ensino ou cura, nem
tampouco morrido na cruz. Essa afirmação do
Pai antes de Jesus realizar sua obra mostra que
independente do que Ele fizesse a partir daquele
momento, continuaria sendo filho e continuaria
sendo amado.
#12
Lições de célula 23
Em quem me agrado. Esta frase é tomada de
empréstimo de Isaías 42.1, que fala do prazer de
Deus em seu servo. O servo tão esperado que
seria cheio do Espírito de Deus, seria sustentado
pelo Pai, já que foi escolhido para servir e trazer
justiça (justificação).
Pergunta: Você foi adotado como filho de Deus
e crê que é seu filho amado? Você é cheio do
Espírito Santo e tem servido ao Pai como forma de
gratidão e honra?
4.1-11 – Um grande contraste. Quando Israel
foi liberta do Egito, o povo pecou no deserto. Os
israelitas deixaram de confiar em que Deus os
alimentaria (Ex 16.1-3). Provaram a Deus por não
acreditarem no Seu cuidado (Ex 17.1-7). Adoraram
outros deuses na esperança de encontrar um
meio mais fácil (Ex 32). A história da tentação de
Jesus contrasta a Sua experiência ao ser provado
com a de Israel, demonstrando a Sua fidelidade
em comparação com a desobediência de Israel.
“Em seu confronto com Satanás, Jesus triunfa
sobre as tentações às quais Israel sucumbiu no
deserto, e toma sobre Si o destino de Israel, de
levá-lo ao seu cumprimento. Ao agir desse modo,
Ele prova ser o Messias, o Filho de Deus” (Hill).
Pergunta: Quais são as tentações mais difíceis
para você hoje? Quando você fica mais vulnerável
a elas?
4.1 – Levado pelo Espírito. O mesmo Espírito que
viera sobre Jesus com tal poder de afirmação,
agora o envia para o Seu período de provação.
Tentado. Esta palavra sempre significa “prova”,
em Mateus. Esta foi a prova de resistência, com a
qual Satanás procurou fazer Jesus renunciar à Sua
identidade como o Ungido de Deus.
4.2 – Quarenta dias. Moisés jejuou
quarenta dias no Monte Sinai enquanto recebia os
mandamentos (Ex 34.28) e Israel ficou no deserto
quarenta anos (Dt 8.2). Mateus retrata Jesus como
sendo o novo Moisés e a nova Israel.
Pergunta: Qual o apelo das três tentações? Como
Jesus reagiu?
@central.online
4.3 – 0 tentador aproximou-se. O Espirito levou
Jesus para o deserto, mas é Satanás quem o
prova. Seus desafios a Jesus são feitos só depois
dEle ter enfraquecido fisicamente.
Se tu és Filho de Deus. A palavra “Se” é uma
semente de dúvida, sendo lançada no coração
de Jesus a respeito da sua identidade e filiação.
Apesar de poucos dias atrás uma voz do seu
afirmar claramente que Jesus é filho de Deus,
agora isso está sendo questionado. “Se Deus
é seu Pai, por que você está passando essa
situação? Se você é quem pensa que é, porque
não prova fazendo um milagre?”. A mesma frase
foi dita a Jesus pelos fariseus alguns anos mais
tarde: “Desça da cruz, se é filho de Deus”
(Mt 27.40).
Pedras em pães. Jesus é tentado a usar seu
poder para se satisfazer. Jesus de fato gera pão
para alimentar uma multidão na primeira e na
segunda multiplicação de pães, mas se recusa e
fazer isso em benefício próprio.
4.4 – Nem só de pão. O versículo de
Deuteronômio 8.3, citado por Jesus, era
originalmente uma reflexão sobre o significado
do maná no deserto. A verdadeira vida não é
encontrada no alimento, mas em toda palavra
de Deus. Jesus não dará atenção a Satanás, mas
só ouvirá o Pai. Deus, que deu o maná a Israel,
também os fez ter fome para que aprendessem a
depender só dEle. Esta foi também a razão para a
permanência de Jesus no deserto. Israel queixou-
se, mas Jesus confiará na provisão de Deus na
hora adequada.
4.6 – Pois está escrito. Satanás cita agora o
Salmo 91.11-12 para provar o seu caso. A diferença
no uso da Escritura feito por Satanás e Jesus é
instrutiva. Jesus emprega citações que resumem
verdades centrais em toda a Escritura do AT.
Satanás remove a citação do seu contexto, a fim
de manipulá-la para significar algo muito diferente.
O Salmo 91.11-12 é uma promessa de que Deus
estará com o Seu povo nas épocas de crise.
Satanás aplica mal esta promessa, a fim de tentar
Jesus a fazer algo que seria insensato, numa
tentativa de forçar Deus a agir.
#13
Lições de célula 23

4.7 – Também está escrito. Jesus reconhece a tática Aplicação

manipuladora de Satanás e responde a ele com
uma citação de Deuteronômio 6.16. Este versículo
se refere a um incidente de Êxodo 17.1-7, no qual
o povo dá um ultimato a Moisés para provar se
“o Senhor está ou não está entre nós”. Jesus se
recusa a questionar a presença e proteção de
Deus como fez Israel.
4.8-9 – Tudo isto te darei. A última tentação é para
que Ele receba os reinos do mundo sem sofrer
futuramente as agonias da cruz. Satanás oferece
a Jesus um caminho sem dor, imediato, para o
poder e a fama. Mas, pela Sua obediência ao Pai,
Jesus se tornaria de fato o Rei dos reis, possuidor
de toda autoridade e poder (SI 2.8; Dn 7.14).
Se te prostrares e me adorares. Isto envolveria o
afastamento definitivo de Deus e a rendição a
Satanás. Embora Israel se voltasse para os ídolos
no deserto (Ex 32), Jesus se recusa a afastar-se
de Deus.
4.10 – Jesus cita Deuteronômio 6.13 para
afirmar a Sua fidelidade a Deus e rejeitar a
oferta de Satanás. Tal lealdade excluía qualquer
consideração dos meios satânicos para
alcançar esse poder. Satanás havia apelado
para necessidades legítimas de Jesus (v.3), Suas
inseguranças (vv.6-7), e Suas ambições (v.8), mas
não conseguiu vencer a fidelidade de Jesus a
Deus. Em face dessa decisão, Satanás não pôde
dissuadir Jesus.
Considerando o modelo de aprendizado
apresentado na introdução do livro, o que o
capítulo 2 – O Batismo e a Tentação de Jesus
– pode nos revelar? Discuta com a sua célula:
• Qual o principal ensino (E) do capítulo? Qual
a verdade que preciso aplicar em minha vida?
• Qual a repreensão (R)? O que da
minha condição de vida atual está
desalinhado com a vontade de Deus?
• Quais as correções (C) de rumo? Quais
as instruções (I) e planos de ação preciso
colocar em prática? Quais as ferramentas
e aptidões (A) preciso desenvolver?
Encerramento e oração
Use as perguntas abaixo para nortear um
tempo de oração com os participantes
da sua célula (15 minutos):
• Como você se sente ao compartilhar
seus problemas e tentações com a nossa
célula? À vontade ou constrangido?
• Você tem enfrentado alguma tentação
atualmente? Como podemos ajudá-
lo em oração essa semana?

4.11 – Anjos vieram e o serviram. Uma função dos

anjos é levar consolo e ajuda ao povo de Deus
(Hb 1.14). Após enfrentar duríssima tentação e sair
aprovado, Deus envia anjos para servirem Jesus.
Preparado assim pelo seu batismo e sua tentação,
Ele começa o seu ministério (4.12-17).

Pergunta: Quando você esteve no deserto, sendo

severamente tentado? Você foi aprovado ou
cedeu às tentações?

@central.online #14
Lições de célula 23

A vida
de
Jesus

Capítulo 3 –
Jesus começa o seu ministério
Julho Semana 3 (17 a 22/07)

@central.online #15
Lições de célula 23
Capítulo 3 –
Jesus começa o seu ministério
Quebra-gelo
Questões para compartilhar (15 minutos):
• Do que você gosta mais na comunidade/
ambiente em que cresceu?
• Do que gosta menos nessa comunidade/
ambiente em que viveu sua infância?
• Diga uma qualidade, no passado ou no
presente, que os outros invejam em você?
Introdução
Após declarar sua lealdade e fidelidade a Deus,
de um modo que Israel não pudera fazer, Jesus
saiu do deserto capacitado pelo Espírito de Deus
para começar o Seu ministério. Em contraste
à sua experiência de 40 dias, a rebelião de
Israel, no deserto, resultou em quarenta anos
de peregrinação como um castigo de Deus.
No encontro de hoje, vamos ver sobre o início
ministério de Jesus. Segundo o texto de Lucas
4, a reação ao ministério de Jesus foi mista.
Por um lado, alcançou grande popularidade
junto às multidões, como seria de esperar
numa época em que havia pouca assistência
médica confiável (Jesus curou várias doenças);
em que pouco podia ser feito com relação
à possessão demoníaca (Jesus realmente
expulsou toda sorte de demônios); e na qual
os ensinamentos dos rabis eram professorais
e aborrecidos (enquanto Jesus era elogiado
como um mestre poderoso). Por outro lado, o
povo de sua cidade se opôs a Ele (zombaram
d’Ele por pretender - segundo pensavam - ser
alguém que jamais poderia ser), assim como
os líderes religiosos (que temiam Jesus porque
não procedia como eles - veja o Capítulo 5).
Leitura Bíblica – Lucas 4.14-30:
Jesus voltou para a Galileia no poder do Espírito,
e por toda aquela região se espalhou a sua fama.
Ensinava nas sinagogas, e todos o elogiavam.
@central.online
Ele foi a Nazaré, onde havia sido criado, e no dia
de sábado entrou na sinagoga, como era seu
costume. E levantou-se para ler. Foi-lhe entregue
o livro do profeta Isaías. Abriu-o e encontrou o
lugar onde está escrito: “O Espírito do Senhor está
sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas
novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar
liberdade aos presos e recuperação da vista aos
cegos, para libertar os oprimidos e proclamar
o ano da graça do Senhor”. Então ele fechou o
livro, devolveu-o ao assistente e assentou-se.
Na sinagoga todos tinham os olhos fitos nele;
e ele começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu
a Escritura que vocês acabaram de ouvir”.
Todos falavam bem dele, e estavam admirados
com as palavras de graça que saíam de seus
lábios. Mas perguntavam: “Não é este o filho
de José? “ Jesus lhes disse: “É claro que vocês
me citarão este provérbio: ‘Médico, cura-te a ti
mesmo! ’ Faze aqui em tua terra o que ouvimos
que fizeste em Cafarnaum”. Continuou ele: “Digo-
lhes a verdade: nenhum profeta é aceito em sua
terra. Asseguro-lhes que havia muitas viúvas em
Israel no tempo de Elias, quando o céu foi fechado
por três anos e meio, e houve uma grande fome
em toda a terra. Contudo, Elias não foi enviado a
nenhuma delas, senão a uma viúva de Sarepta, na
região de Sidom. Também havia muitos leprosos
em Israel no tempo de Eliseu, o profeta; todavia,
nenhum deles foi purificado: somente Naamã, o
sírio”. Todos os que estavam na sinagoga ficaram
furiosos quando ouviram isso. Levantaram-se,
expulsaram-no da cidade e o levaram até ao
topo da colina sobre a qual fora construída a
cidade, a fim de atirá-lo precipício abaixo. Mas
Jesus passou por entre eles e retirou-se.
Destaques
4.14 – Galileia. De 4.14 a 9.50,
Lucas registra o ministério de Jesus na
Galileia, uma província de cerca de 80km
de comprimento por 40km de largura ao
Norte da Palestina. No poder do Espírito.
Da mesma forma que o Espírito guiou Jesus
para o seu período de provação (Mt 4.1; Lc 4.1),
Ele agora capacita o ministério de Jesus. Lucas
enfatiza especialmente o papel de Jesus como
portador do Espírito de Deus em sua plenitude.
#16
Lições de célula 23
Se espalhou sua fama. O ministério de cura,
exorcismo e ensino de Jesus, recebeu no início
(Mc 1.21-39) grande apoio popular na Galileia.
Pergunta: Jesus foi levado pelo Espírito Santo
para ser tentado no deserto. Qual foi o papel do
Espírito agora que Jesus estava começando o seu
ministério público?
4.15 – Sinagogas. Embora o templo de Jerusalém
fosse o centro religioso para todos os judeus, a
sinagoga da comunidade era o ponto-chave da
adoração e ensino semanal. Jesus iniciou Seu
ministério como pregador itinerante ensinando
nas sinagogas de toda a Galileia e sendo bem
recebido nelas. Ele chegou à cidade de Nazaré
seguido pelas histórias das Suas curas e
ensinamentos.
4.16-30 – Marcos e Mateus registram uma visita
similar a Nazaré, ocorrida mais tarde durante o
ministério de Jesus na Galileia (Mc 6.1; Mt 13.54).
Isso, além das sugestões internas, tais como,
a referência a um ministério anterior na região
(vv.14-15,23), indicam que Lucas não pretende
que esta cena seja entendida como a primeira
visita de Jesus à Galileia, mas ele a utiliza para
introduzir temas importantes do ministério de
Jesus que serão desenvolvidos em todo
o Evangelho. Três desses temas se destacam:
(1) A natureza da missão de Jesus ao proclamar
que Ele é o agente mediante o qual o livramento
do povo de Deus será realizado (vv.18-21); (2) A
rejeição que Jesus receberá de muitos (vv.28-29);
e (3) O fato da mensagem do Reino de Deus não
ficar restrita a Israel, mas incluir todo tipo
de pessoas (vv.24-27).
4.16 – Nazaré. Nazaré, uma cidade de cerca de
20 mil habitantes, localizada numa depressão
cercada por montanhas.
Sábado. Os judeus se reuniam todos os
sábados na sinagoga para um serviço de
adoração e ensino das Escrituras. Havia uma
ordem estabelecida para a leitura das passagens
da Lei e a mesma talvez se aplicasse também
à leitura dos Profetas. A sinagoga não tinha
um corpo formal de clérigos e, portanto, vários
@central.online
homens aprovados pelos anciãos da sinagoga
liam e ensinavam a Escritura. Em vista da
reputação em alta de Jesus, não é de
surpreender que pedissem a Ele para ler
e ensinar.
E levantou-se para ler. Como sinal de
reverência a Deus, os homens ficavam de
pé para ler a Escritura, mas se assentavam
para ensiná-la (v.20).
O livro. Desde que Nazaré era um pequeno
povoado, é improvável que a sinagoga tivesse
condições de comprar rolos completos do AT. O
livro de Isaías era sem dúvida um bem precioso
da sinagoga.
4.18 – Jesus leu a passagem de Isaías 61.1-2
(com a adição de uma frase de 58.6). Usando
metáforas sobre prisioneiros, cegos e escravos,
o profeta fala da sua missão dada por Deus para
proclamar a libertação dos que estavam sendo
oprimidos e sobrecarregados. Jesus afirma ser
o Messias, o ungido do Senhor, aquele que tem
sobre si o Espírito do Senhor que o capacita
para pregar boas novas, proclamar liberdade e
recuperação da vista.
4.19 – O ano da graça do Senhor. Isto se refere
especificamente ao Ano do Jubileu de Levítico 25.
A cada 50 anos, os judeus deviam libertar seus
escravos, cancelar todas as dívidas e devolver
a terra às famílias de seus proprietários originais.
Embora não haja registro de que os judeus
tenham obedecido a essa lei, ela se tornou um
símbolo de libertação e da nova ordem de justiça
que Deus queria introduzir quando corrigisse
os erros cometidos contra o Seu povo
(veja Lc 1.51-55).
4.21 – Hoje se cumpriu a Escritura. A frase
lembra Marcos 1.15, onde ele declara que o reino
de Deus está “próximo”. Em ambos os casos,
Jesus afirma que a nova era predita por Isaías
já começou com a Sua vinda. A linguagem de
Isaías sobre a restauração da vista e libertação
do cativeiro era figurada. As curas e exorcismos
de Jesus (que o tornaram tão popular) eram
#17
Lições de célula 23
indicadores literais da verdade de que a nova era
do livramento de Deus se iniciara e se realizaria
por meio dEle.
Pergunta: Conforme a citação de Isaías lida na
sinagoga, quais são as cinco partes da missão
de Jesus?
4.22 – Todos falavam bem dele. O termo grego
martureo, traduzido no sentido positivo neste
versículo, pode ser também traduzido como
“condenar” ou “falar contra”, dependendo do
contexto (compare At 13.22 com Mt 23.31)! A
resposta violenta mais tarde nesta história (v.28)
mostra que a reação final em (21) relação a Jesus
foi decididamente negativa. Quer houvesse ou
não uma reação positiva, a congregação logo se
escandaliza com a maneira de Jesus aplicar esta
passagem a si mesmo.
Filho de José. Isto pode ter sido uma calúnia,
aludindo aos boatos sobre a ilegitimidade de
Jesus (veja também Mc 6.3). Em pleno contraste
com a declaração do próprio Deus em 3.22
(também Mt 3.17) de que Jesus é Filho de Deus, o
povo da cidade só via Jesus como o filho de José.
Quem esse filho do carpinteiro pensava que
era afinal?
Pergunta: Como você lida com os sentimentos
de rejeição? Recua e desanima? Fica calejado
e indiferente? Revida? Tenta levar tudo na
brincadeira? Fala deles? Ora por eles? Outros?
4.23 – Médico, cura-te a ti mesmo. O provérbio
tem um paralelo grego e arábico. A dúvida e o
cinismo dos conterrâneos são confirmados pelo
fato de não crerem no que ouviram em outros
lugares exceto caso vissem maiores evidências.
É provável que os sinais já feitos por Jesus não
fossem respeitados.
Cafarnaum. Segundo o evangelho de Marcos,
este é o povoado no qual Jesus começou a
ensinar e curar (Mc 1.21). Conhecida como a
cidade de Jesus, foi o seu ponto de apoio desde
o momento em que começou o seu ministério.
4.24 – Nenhum profeta é bem recebido na sua própria
terra. Este provérbio (Mc 6.4; Jo 4.44) também tem
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paralelos gregos. Ele simplesmente observa que o lugar
mais difícil para alguém famoso ser respeitado é entre
as pessoas com as quais cresceu.
4.25-27 – Essas histórias, encontradas em 1 Reis
17.1-18.1 e 2 Reis 5.1-27, mostram milagres únicos
feitos por Elias e Eliseu beneficiando pessoas que
não faziam parte do povo Hebreu. Esses exemplos
ilustram que Deus nunca limitou a Sua graça
apenas a Israel. Elas enfatizam igualmente a ideia
de que se Nazaré (por extensão, os judeus como
um todo) não receber Jesus com fé, há
então muitos outros (inclusive os gentios)
que irão recebê-Lo. Essa era uma
linguagem revolucionária!
Pergunta: Onde você acha que é mais
difícil ser aceito como uma pessoa digna
e de valor especial?
4.28-29 – As palavras fortes de Jesus, implicando
que os gentios eram mais merecedores da
graça de Deus do que o povo da cidade de
Jesus, provocou tamanho conflito que a multidão
resolveu matá-Lo.
4.30 – Ele passou por entre eles e retirou-se,
recebendo um livramento e proteção de Deus.
Isto ilustra o cumprimento do Salmo 91.11-12,
distorcido por Satanás em sua tentação de
Jesus (Lc 4.10-11).
Conclusão
Desde o início do seu ministério, Jesus sempre
foi muito claro ao se apresentar como o Messias
e comprovou sua identidade com autoridade e
poder. O posicionamento de Jesus gerou reações
fortes nas pessoas e muitos, sobretudo os seus
conterrâneos, o rejeitaram e zombaram dele.
Pergunta: O que a passagem que estudamos
ensina sobre a missão de Jesus e Sua resposta
à rejeição?
Apesar dos desafios, Jesus não se deixou abalar
pelas críticas e pela rejeição. Ele foi obediente
e perseverante, cumprindo integralmente a sua
missão. Jesus ensinou que seus discípulos seriam
criticados e perseguidos, como Ele foi, mas que
#18
Lições de célula 23
não deviam permitir que nada os abalasse, que
seguissem com fé e bom ânimo.
Pergunta: Desde que os seguidores de Cristo são
chamados para continuar o seu ministério, como
você compreende e aplica essas cinco fases da
missão de Jesus para a igreja de hoje? Qual você
tende a enfatizar? E qual, a negligenciar?
Aplicação
Considerando o modelo de aprendizado
apresentado na introdução do livro, o que o
capítulo 3 – Jesus começa o seu ministério –
pode nos revelar? Discuta com a sua célula:
• Qual o principal ensino (E) do capítulo? Qual a
verdade que preciso aplicar em minha vida?
• Qual a repreensão (R)? O que da minha
condição de vida atual está desalinhado com a
vontade de Deus?
• Quais as correções (C) de rumo? Quais as
@central.online
instruções (I) e planos de ação preciso colocar
em prática? Quais as ferramentas e aptidões
(A) preciso desenvolver?
Encerramento e oração
Use as perguntas abaixo para nortear um tempo
de oração com os participantes da sua célula (15
minutos):
• Como a nossa célula pode continuar o ministério
iniciado por Jesus?
• Como os sentimentos de rejeição afetam a sua
participação num grupo como este? Como os
seus irmãos e irmãs podem ajudá-lo?
• Quem você convidou para participar da nossa
célula recentemente? Vamos orar juntos pelos
seus convidados?
#19
Lições de célula 23

A vida
de
Jesus

Capítulo 4 –
O chamado dos primeiros discípulos
Julho Semana 4 (31 a 05/8)

@central.online #20
Lições de célula 23
Capítulo 4 –
O chamado dos primeiros discípulos
Quebra-gelo
Questões para compartilhar (15 minutos):
• Quando criança, até que ponto você
estava disposto a crer em tudo que
seu irmão ou irmã lhe dizia?
• Qual a viagem ou passeio mais
impulsivo de que se lembra?
• Quando você recebe boas notícias,
quais as duas primeiras pessoas a
quem deseja contá-las? Por quê?
Introdução
Jesus não realizou sozinho o Seu ministério.
Ele chamou doze homens para serem seus
companheiros íntimos. Outros também se
tornaram seus discípulos como, por exemplo,
os 72 que enviou adiante dele para as cidades e
lugares que planejava visitar (Lc 10.1-12). Certas
mulheres se tornaram também discípulas, o
que era surpreendente numa época em que as
mulheres eram tratadas como propriedade e não
eram levadas a sério nas questões religiosas (Jo
11.21-27). Na passagem a seguir, Jesus encontra
alguns homens que irá chamar mais tarde para
serem seus discípulos (veja Mc 1.16-20; 3.13-19).
Leitura Bíblica – Lucas 4.14-30:
No dia seguinte João estava ali novamente com
dois dos seus discípulos. Quando viu Jesus
passando, disse: “Vejam! É o Cordeiro de Deus!”
Ouvindo-o dizer isso, os dois discípulos seguiram
a Jesus. Voltando-se e vendo Jesus que os
dois o seguiam, perguntou-lhes: “O que vocês
querem?” Eles disseram: “Rabi”, (que significa
Mestre), “onde estás hospedado?” Respondeu
ele: “Venham e verão”. Então foram, por volta
das quatro horas da tarde, viram onde ele estava
hospedado e passaram com ele aquele dia.
@central.online
André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que
tinham ouvido o que João dissera e que haviam
seguido a Jesus. O primeiro que ele encontrou
foi Simão, seu irmão, e lhe disse: “Achamos o
Messias” (isto é, o Cristo). E o levou a Jesus. Jesus
olhou para ele e disse: “Você é Simão, filho de
João. Será chamado Cefas” (que significa Pedro).
No dia seguinte Jesus decidiu partir para a Galileia.
Quando encontrou Filipe, disse-lhe: “Siga-me”.
Filipe, como André e Pedro, era da cidade de
Betsaida. Filipe encontrou Natanael e lhe disse:
“Achamos aquele sobre quem Moisés escreveu
na Lei, e a respeito de quem os profetas também
escreveram: Jesus de Nazaré, filho de José”.
Perguntou Natanael: “Nazaré? Pode vir alguma
coisa boa de lá?” Disse Filipe: “Venha e veja”.
Ao ver Natanael se aproximando, disse Jesus:
“Aí está um verdadeiro israelita, em quem não
há falsidade”. Perguntou Natanael: “De onde me
conheces?” Jesus respondeu: “Eu o vi quando
você ainda estava debaixo da figueira, antes de
Filipe o chamar”. Então Natanael declarou: “Mestre,
tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!” Jesus
disse: “Você crê porque eu disse que o vi debaixo
da figueira. Você verá coisas maiores do que
essa!” E então acrescentou: “Digo-lhes a verdade:
Vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus
subindo e descendo sobre o Filho do homem”.
Pergunta: No texto bíblico que acabamos de ler,
João atribui a Jesus sete títulos que revelam sua
identidade. Quais são esses sete títulos?
À primeira vista, essa passagem parece estar
cheia de conversas bem triviais. Mas há muitas
alusões sobre o significado do discipulado e a
identidade de Jesus. Em toda a passagem de João
1.29-51, a identidade de Jesus é progressivamente
revelada mediante uma série de títulos. Ele é
chamado de Cordeiro de Deus (vv.29,36); doador
do Espírito de Deus (v.33); Filho de Deus (v.34);
Rabi (v.38); o Messias (YA); o Rei de Israel (v.49); e
o Filho do Homem (v.51).
Os outros evangelhos tornam claro que
a verdadeira identidade de Jesus não foi
reconhecida no começo do seu ministério. Isso
salienta que a intenção do escritor aqui não é
tanto fazer um relato cronológico dos primeiros
dias do ministério de Jesus, mas declarar
#21
Lições de célula 23
claramente a identidade d’Ele aos leitores,
desde o início. O restante do Evangelho, por meio
dos milagres de Jesus e de seus ensinamentos,
mostra a razão desses títulos serem apropriados.
Destaques
1.35 – João. Este é João Batista. Não é o
mesmo João que é o apóstolo, autor do livro
de onde a passagem bíblica foi tirada.
Ali. Esta era “em Betânia, do outro lado do
Jordão, onde João estava batizando”. O local
onde João comumente batizava ficava perto
de Jericó, do outro lado do rio Jordão e não é
a mesmo cidade, também chamada Betânia,
que fica próxima a Jerusalém, onde residiam
Marta, Maria e Lázaro, amigos de Jesus.
Dois dos seus discípulos. Um discípulo era
simplesmente uma pessoa que aceitava os
ensinamentos de um determinado rabino
ou professor inspirado. João Batista tinha
enorme aceitação popular e havia reunido
inúmeros discípulos, vindos de cidades
distantes desde Alexandria no Egito, até
Éfeso, na atual Turquia (At 18.24-19.3).
1.36 – Quando viu Jesus. Segundo a
narrativa do Evangelho, Jesus, fora batizado
por João Batista no dia anterior (1.29-31).
Pergunta: O que João Batista estava
dizendo sobre Jesus quando O descreveu
como o “Cordeiro de Deus”?
O Cordeiro de Deus. Este título para Jesus só
ocorre nessa passagem de João e em 1 Pedro
1.19. O comentarista Raymond Brown nota que
o autor pode pretender duas possíveis alusões:
(1) Ao ritual da Páscoa, no qual um cordeiro era
morto para que a ira de Deus “passasse” por
sobre a casa dos israelitas no Egito (Ex 12V-
23); ou (2) ao servo sofredor de Isaías “como
cordeiro foi levado ao matadouro” quando “tomou
sobre si as nossas enfermidades” (Is 53.7,4).
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1.38 – Que vocês querem? A motivação dos que
querem segui-Lo é uma preocupação de Jesus
(2.24; 6.26). O discipulado requer um indivíduo
que declare claramente as suas intenções.
Rabi. Os rabinos eram professores que reuniam
discípulos ao seu redor. Este é o reconhecimento
da autoridade de Jesus para ensinar.
Pergunta: Você é um discípulo de Jesus?
O que te atraiu e levou você a segui-lo?
1.39 – Venham e verão. O evangelho de João
contém várias frases com duplo sentido. De um
lado, este parece ser um simples convite para
que eles acompanhassem Jesus até sua casa. De
outro lado, com esta declaração Jesus convida
esses seguidores a participarem da jornada
de discipulado com Ele. Só quando tomarem o
compromisso de O seguirem é que irão perceber
a natureza do Seu verdadeiro lar e identidade.
1.41 – Achamos o Messias. Este é outro
título que o escritor usa para identificar Jesus.
O Messias era aquele que o povo de Israel
esperava que seria enviado por Deus para livrá-lo
da opressão romana e restaurar Israel à sua antiga
grandeza como nação. Ele seria como o rei Davi
da antiguidade, um rei poderoso que reuniria o
seu povo numa batalha pela liberdade. Jesus deu,
porém, outro sentido à palavra. Ele ensinou que
o livramento que viera trazer era a libertação do
pecado, introduzindo assim o Reino de Deus.
1.42 – Cefas. O nome aramaico, Cefas, e o grego,
Pedro, ambos significam “rocha”. Embora Pedro
algumas vezes parecesse inconsistente e incerto
durante o período em que Jesus esteve com ele
(Jo 18.115-17,25-227), este discípulo tornou-se o
principal porta-voz dos apóstolos depois que
Jesus voltou aos céus, recebendo também
o Espírito Santo no Pentecostes (At 2.14). A
implicação é que a decisão de aceitar Jesus
irá transformar a pessoa de dentro para fora,
produzindo um novo caráter.
Pergunta: Como você era quando começou a
seguir Jesus? O que caminhar com Jesus mudou
em seu caráter, personalidade e estilo de vida?
#22
Lições de célula 23
1.43-51 – Esta segunda seção usa o chamado
de outros dois discípulos como uma estrutura
para demonstrar novos discernimentos sobre a
identidade de Jesus.
1.43 – Galileia. Até este ponto a história se
concentrou na Judeia. A Galileia, onde Jesus
passou a infância, era uma província que ficava a
cerca de 96km ao norte de Jerusalém. Uma das
razões para os fariseus rejeitarem a reivindicação
de Jesus no messiado era por suporem que Ele
nascera na Galileia. Com base em Miquéias 5.2,
eles esperavam que Cristo nascesse em Belém
(7.41,52). E de fato Jesus nasceu em Belém, como
vimos no capítulo 1.
1.45 – Natanael. Da mesma forma que André, a
reação de Filipe ao encontrar Jesus foi contar aos
outros. Embora Filipe conste na lista de apóstolos
mencionada nos outros evangelhos, Natanael não
faz parte dela. Pode ser que ele fosse também
chamado de Bartolomeu, desde que nos outros
evangelhos Filipe e Bartolomeu são mencionados
juntos (veja Mc 3,18). E também possível que ele
não tenha sido absolutamente um apóstolo.
Moisés e os profetas. Filipe é muito claro ao
apresentar Jesus como o messias para Natanael:
“Achamos aquele sobre quem Moisés escreveu
na Lei e a respeito de quem os profetas também
escreveram”. O próprio Moisés profetizou (Dt 18.18)
que um dia Deus enviaria um líder para libertar
seu povo e ao longo de todo o AT várias profecias
eram aguardadas sobre a chegada do messias
que viria trazer salvação (veja Is 11.1-9, Mq 5.2). Ao
apresentar Jesus, ele não é colocado com um
mestre ou um profeta qualquer, mas identificado
claramente como o messias aguardado, o filho
de Deus. Assim devemos considerar Jesus e
assim devemos apresentá-lo às pessoas.
Pergunta: André trouxe Pedro até Jesus. Filipe
trouxe Natanael. Quem apresentou Jesus para
você? E quem você já trouxe a Jesus?
1.47 – Um verdadeiro israelita. O povo de Israel
é um povo extremamente patriota e dedicado
à sua nação. Ao dizer isso, Jesus provavelmente
estava reconhecendo que Natanael é um homem
zeloso. Um elogio de Jesus para alguém que
possui o espírito, a piedade e a integridade de um
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judeu, que teme a Deus e obedece à sua lei. Um
israelita em quem não há falsidade, sem engano,
sem fraude, sem hipocrisia. Ele é realmente o que
ele professa ser – um judeu, um descendente
do patriarca Jacó, temendo e servindo a Deus.
Jesus não diz que Natanael estava sem culpa ou
pecado, mas que ele não tinha disfarce, truque ou
engano – ele era sincero e correto.
1.48 – Eu o vi debaixo da figueira. Essa fala de
Jesus enfatiza o seu conhecimento sobrenatural.
A Bíblia não diz o que Natanael fazia debaixo
da figueira, mas o contexto deixa entender
que ele estava sozinho. Como nas casas não
havia iluminação suficiente, nem privacidade e
silêncio, era costume dos judeus ficar debaixo
de figueiras para estudar e para orar. Pode-se
especular que Natanael estava em um momento
de busca pessoal por Deus, quando Jesus o viu.
Essa afirmação de Jesus tocou profundamente
Natanael, que logo o reconheceu como o
messias esperado. Natanael era um homem
religioso e piedoso, mas algo faltava em sua vida.
Ele encontrou o que buscava quando teve seu
encontro com Jesus.
Pergunta: Você já tentou encontrar Deus por meio
de dedicação, piedade e religiosidade? Você já
teve a experiência de ser encontrado por Deus,
através do seu filho Jesus?
1.49 – Após seu encontro com Jesus, Natanael
proclama aqui a natureza fundamental da
identidade e missão de Jesus.
Filho de Deus. Este titulo enfoca a sua autoridade
e intimidade especial com o Pai. Ao longo de todo
o evangelho de João, Jesus é revelado claramente
como filho de Deus e participante da sua natureza
(Jo 1.1-4; Jo 5.20-24; Jo 8.54-58).
Rei de Israel. Mesmo durante o período dos reis,
Deus foi sempre considerado o verdadeiro Rei de
Israel (S1 95.3; Is 44.6). Jesus veio para levar Israel
a cumprir os planos de Deus para o seu povo e
veio para implantar o Reino de Deus, que não
é terreno.
#23
Lições de célula 23

1.50 – Coisas maiores. Esta é provavelmente Encerramento e oração

uma alusão aos milagres que Jesus irá operar
como sinais da sua divindade, culminados pelo
grande milagre da ressurreição.
1.51 – Isto faz lembrar o sonho de Jacó
(Gn 18.10-12), com a significativa diferença de
que Jesus toma o lugar da escada como meio
de comunicação entre o céu e a terra.
O Filho do Homem. Dentre todos os títulos para
Jesus neste capitulo, este é o que Jesus utiliza
para si. Daniel 7.13 fornece o pano de fundo. O
Filho do Homem é alguém investido de autoridade
divina para governar a Terra, mas este não era um
termo geralmente usado para o Messias na época
de Jesus. Ele pode ter empregado o mesmo
exatamente por não invocar os estereótipos
estreitos e nacionalistas do Messias.
Use as perguntas abaixo para nortear um tempo
de oração com os participantes da sua célula
(15 minutos):
• A nota no v.51 explica que Jesus é a nova
“escada” entre o Céu e a Terra. Como está o seu
relacionamento com o Senhor? O que o impede
de subir a “escada”? Como os seus companheiros
de discipulado aqui da célula podem orar a
seu favor?
• Quem é o Pedro ou Natanael que você espera
apresentar a Jesus? Você tem orado por eles?
Já os convidou para participar da nossa célula?

Pergunta: Quanto você sabia de Jesus quando

começou a segui-Lo? Quanto mais aprendeu
desde então? Quem foi o primeiro a desafiá-lo
para, de fato, considerar a ideia de seguir Jesus,
André ou Filipe?

Aplicação

Considerando o modelo de aprendizado

apresentado na introdução do livro, o que o
capítulo 4 – O chamado dos primeiros discípulos
– pode nos revelar? Discuta com a sua célula:

• Qual o principal ensino (E) do capítulo? Qual

a verdade que preciso aplicar em minha vida?

• Qual a repreensão (R)? O que da minha condição de

vida atual está desalinhado com a vontade de Deus?

• Quais as correções (C) de rumo? Quais as instruções

(I) e planos de ação preciso colocar em prática?
Quais as ferramentas e aptidões (A)
preciso desenvolver?

@central.online #24
Lições de célula 23

A vida
de
Jesus

Capítulo 5 –
Conflitos com as autoridades religiosas
AGOSTO Semana 5 (07 a 12/8)

@central.online #25
Lições de célula 23
Capítulo 5 –
Conflitos com as autoridades religiosas
Quebra-gelo
Questões para compartilhar (15 minutos):
• Você já foi a uma festa em que não se sentiu
à vontade? Como lidou com essa situação?
• Como se sente depois de uma
situação muito esperada, por exemplo,
Natal, aniversário, férias, etc.?
Introdução
Apesar das críticas, Jesus não se importava
com as opiniões das lideranças religiosas ou
da sociedade. Ele estava focado em chamar
os pecadores ao arrependimento e à salvação.
Por isso, ele se encontrava com todo tipo de
pessoas, dos mais marginalizados aos mais
poderosos, convidando-os a segui-lo.
Leitura Bíblica - Marcos 2.13-22, 3.1-6:
Jesus saiu outra vez para beira-mar. Uma grande
multidão aproximou-se, e ele começou a ensiná-
los. Passando por ali, viu Levi, filho de Alfeu,
sentado na coletoria, e disse-lhe: “Siga-me”. Levi
levantou-se e o seguiu. Durante uma refeição na
casa de Levi, muitos publicanos e “pecadores”
estavam comendo com Jesus e seus discípulos,
pois havia muitos que o seguiam. Quando os
mestres da lei que eram fariseus o viram comendo
com “pecadores” e publicanos, perguntaram
aos discípulos de Jesus: “Por que ele come com
publicanos e ‘pecadores’? “Ouvindo isso, Jesus
lhes disse: “Não são os que têm saúde que
precisam de médico, mas sim os doentes. Eu
não vim para chamar justos, mas pecadores”.
Os discípulos de João e os fariseus estavam
jejuando. Algumas pessoas vieram a Jesus e lhe
perguntaram: “Por que os discípulos de João e
os dos fariseus jejuam, mas os teus não?” Jesus
respondeu: “Como podem os convidados do
noivo jejuar enquanto este está com eles? Não
podem, enquanto o têm consigo. Mas virão dias
quando o noivo lhes será tirado; e nesse tempo
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jejuarão. “Ninguém põe remendo de pano novo
em roupa velha, pois o remendo forçará a roupa,
tornando pior o rasgo. E ninguém põe vinho novo
em vasilhas de couro velhas; se o fizer, o vinho
rebentará as vasilhas, e tanto o vinho quanto as
vasilhas se estragarão. Pelo contrário, põe-se
vinho novo em vasilhas de couro novas”.
Noutra ocasião ele entrou na sinagoga, e estava ali
um homem com uma das mãos atrofiada.Alguns
deles estavam procurando um motivo para acusar
Jesus; por isso o observavam atentamente, para
ver se ele iria curá-lo no sábado. Jesus disse ao
homem da mão atrofiada: “Levante-se e venha
para o meio”. Depois Jesus lhes perguntou: “O
que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal,
salvar a vida ou matar? “Mas eles permaneceram
em silêncio. Irado, olhou para os que estavam
à sua volta e, profundamente entristecido por
causa dos seus corações endurecidos, disse ao
homem: “Estenda a mão”. Ele a estendeu, e ela foi
restaurada. Então os fariseus saíram e começaram
a conspirar com os herodianos contra Jesus,
sobre como poderiam matá-lo.
O trecho que acabamos de ler relata três histórias
contadas por Marcos para mostrar a natureza de
Jesus e a oposição que ele enfrentava dos líderes
religiosos. Essas histórias ilustram a popularidade
do Messias entre o povo e suas ações em defesa
dos oprimidos.
Vamos observar em detalhes as passagens para
compreendermos melhor o posicionamento
de Jesus:
Pergunta: Por que os líderes religiosos e o povo
comum criticavam o fato de Jesus ter convidado
Levi para ser Seu discípulo?
2.13-14 - Jesus convida Levi, um cobrador
de impostos, para ser seu discípulo.
Isso gerou polêmica, uma vez que os
cobradores de impostos eram considerados
traidores pelos judeus por colaborarem com
as autoridades romanas.
Pergunta: Por que Jesus compareceu a um jantar
com cobradores de impostos e “pecadores”? Qual
era o propósito desse encontro?
2.15-16 – Jesus e os pecadores. Jesus teve a
#26
Lições de célula 23
coragem de se sentar com os cobradores de
impostos e “pecadores”, algo que os fariseus
condenavam. Para eles, quem se misturava com
pessoas de má reputação era tão desprezível
quanto um ladrão ou assassino, e por isso Jesus
deveria ser morto.
Pergunta: Quem são os verdadeiros “doentes”
na história, segundo o versículo 17? Quem são os
“doentes” hoje em dia?
2.17 – Jesus e a verdadeira religião. Jesus agia
movido pela misericórdia divina e não pelas
normas religiosas. Ele mostrava que a verdadeira
religiosidade não estava em cumprir rituais, mas
em amar ao próximo e buscar a justiça. Por
isso, ele não se importava em comer com os
publicanos e “pecadores”, pois queria estender a
eles o seu perdão e sua aceitação.
Pergunta: Por que os fariseus jejuavam e
esperavam que os discípulos de Jesus fizessem
o mesmo? Por que Jesus afirmou que Seus
discípulos não jejuavam naquele momento?
Pergunta: Qual o objetivo das duas parábolas
apresentadas no versículo 21-22? Como os “odres
novos” de Jesus podem romper com os “odres
velhos” das tradições religiosas?
2.18-22 – O jejum e as regras religiosas.
Os fariseus jejuavam e esperavam que os
discípulos de Jesus fizessem o mesmo, mas
Jesus os ensina que haveria um tempo para isso.
As duas parábolas que Ele conta mostram que
Seu ministério rompe com as regras religiosas
antigas e traz algo novo.
Os fariseus, por sua vez, estavam mais
preocupados em seguir as leis e tradições
religiosas, como o jejum regular às segundas-
feiras. Embora o jejum não fosse exigido
pela lei, os fariseus o praticavam como uma
demonstração de piedade. A resposta de
Jesus dessa vez é uma parábola sobre colocar
remendos novos em roupa velha e adicionar
vinho novo em odres velhos. Ele quer dizer que
para seguir Seu caminho, é preciso abandonar os
velhos hábitos e tradições e abraçar a novidade
do evangelho.
A parábola do casamento é enigmática, mas pode
ser interpretada como um aviso sobre a morte
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de Jesus. A imagem do noivo sendo súbita e
violentamente sequestrado pouco antes das
bodas prefigura a crucificação. Jesus não se
preocupa com
as tradições e leis religiosas, mas sim com o amor,
a misericórdia e a salvação dos pecadores.
Pergunta: O que motivou a tensão na sinagoga,
descrita no capítulo 3 verso 1-6? O que a emoção
de Jesus, descrita no verso 5, revela sobre Ele?
Por que Ele curou a mão do homem?
3.1-5 – Cura no sábado. Vemos os fariseus
conspirando contra Jesus por curar um homem
no sábado. Jesus ressentiu-se da injustiça de um
sistema que sacrificava as necessidades genuínas
das pessoas em benefício das tradições humanas
- tudo em nome da misericórdia.
Jesus percebe então seus corações endurecidos.
Assim como haviam chegado a uma conclusão
sobre Ele (veja Mc 3.6), Jesus também passara
a compreendê-los. O problema deles é que os
seus corações (o âmago do seu ser) estavam
calcificados. O termo grego traduzido como
“dureza” é também usado para descrever
um cálculo.
Pergunta: Por que os fariseus conspiraram com
os herodianos, que geralmente desprezavam?
Como essa conspiração se relaciona com a
pergunta feita por Jesus no versículo 4?
3.6 – Herodianos. Os herodianos eram um
grupo político formado por judeus influentes,
simpatizantes do rei Herodes. Eles eram
geralmente desprezados pelos fariseus, que os
consideravam traidores (por trabalharem para
Roma) e irreligiosos (isto é, impuros). Todavia, os
fariseus não têm poder para matar Jesus. Isto
deve ser feito pela autoridade civil e surge assim a
colaboração entre eles.
Conclusão
O ministério de Jesus desafiou as autoridades
religiosas de sua época e mostrou que o amor
e a compaixão são verdadeiras manifestações
da fé. As regras e instituições religiosas, quando
são aplicadas sem compaixão e amor ao
próximo, podem prejudicar as pessoas, por isso
devemos ter cuidado para não nos afastarmos do
#27
Lições de célula 23

verdadeiro propósito de nos relacionarmos com Encerramento e oração

Deus e anunciarmos o Seu amor àqueles que
ainda não o conhecem.
1. Considerando o princípio apresentado por
Jesus sobre aqueles que realmente necessitam
de médicos, você se considera necessitado de
alguma cura?
Use as perguntas abaixo para nortear um tempo
de oração com os participantes da sua célula
(15 minutos):
• Quão “doente” você estava antes de perceber
a sua necessidade de um “médico”?

2. Como o grupo pode ajudar e orar por você • Quão sadio está o seu coração agora?
durante a semana?
• Como a nossa célula pode orar por você agora e
3. Em algum momento, você já agiu com durante a semana?
desprezo a alguém em função de sua posição
social, econômica ou política? Como Jesus
agiria com essa pessoa?

4. De que forma nós podemos demonstrar amor

e compaixão ao nosso próximo?

Estas são questões importantes para refletir,

aprofundar a compreensão sobre as Escrituras
e crescer na fé. Podemos orar para que o Espírito
Santo nos guie e nos capacite a aprender
mais sobre Jesus e a colocar em prática
Seus ensinamentos em nossas vidas.

Aplicação

Considerando o modelo de aprendizado

apresentado na introdução do livro, o que
o capítulo 5 – Conflitos com as autoridades
religiosas – pode nos revelar? Discuta com
a sua célula:

• Qual o principal ensino (E) do capítulo? Qual a

verdade que preciso aplicar em minha vida?

• Qual a repreensão (R)? O que da minha

condição de vida atual está desalinhado com
a vontade de Deus?

• Quais as correções (C) de rumo? Quais as

instruções (I) e planos de ação preciso colocar
em prática? Quais as ferramentas e aptidões
(A) preciso desenvolver?

@central.online #28
Lições de célula 23

A vida
de
Jesus

Capítulo 6–
O poder de Jesus sobre a doença e a morte
Agosto Semana 6 (14 a 19/8)

@central.online #29
Lições de célula 23
Capítulo 6 –
O poder de jesus sobre a doença e a morte
Quebra-gelo
Questões para compartilhar (15 minutos):
• Você conhece alguém que já teve uma
cura física milagrosa ou surpreendente?
Compartilhe com o grupo.
• Até que ponto você, ou alguém próximo a
você, se aproximou da morte e sobreviveu?
Introdução
O ministério de Jesus foi marcado por curas
poderosas e floresceu, apesar da oposição dos
líderes religiosos. Os quatro milagres da passagem
abaixo mostram Jesus restaurando a saúde, a
vida, a visão e a fala, indicando sua identidade
como o Messias que veio estabelecer o reino de
Deus. No reino de Deus há libertação de todos os
tipos de forças que oprimem e destroem; no reino
de Deus há cura e manifestação de milagres.
Leitura Bíblica – Mateus 9.18-34:
Falava ele ainda quando um dos dirigentes da
sinagoga chegou, ajoelhou-se diante dele e disse:
“Minha filha acaba de morrer. Vem e impõe a tua
mão sobre ela, e ela viverá”. Jesus levantou-se e
foi com ele, e também os seus discípulos. Nisso
uma mulher que havia doze anos vinha sofrendo
de uma hemorragia, chegou por trás dele e tocou
na borda do seu manto, pois dizia a si mesma:
“Se eu tão-somente tocar em seu manto, ficarei
curada”. Voltando-se, Jesus a viu e disse: “Ânimo,
filha, a sua fé a curou! “ E desde aquele instante a
mulher ficou curada. Quando ele chegou à casa
do dirigente da sinagoga e viu os flautistas e a
multidão agitada, disse: “Saiam! A menina não
está morta, mas dorme”. Todos começaram a rir
dele. Depois que a multidão se afastou, ele entrou
e tomou a menina pela mão, e ela se levantou.
A notícia deste acontecimento espalhou-se
por toda aquela região. Saindo Jesus dali, dois
cegos o seguiram, clamando: “Filho de Davi, tem
misericórdia de nós! “Entrando ele em casa, os
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Vamos observar de perto cada trecho da
passagem lida para compreendermos ainda
melhor os propósitos de Jesus em nosso meio:
9.18 – A sinagoga. No Israel do primeiro século,
o templo de Jerusalém era o único lugar para
o sacrifício ao Senhor. As sinagogas tinham
uma atribuição totalmente diferente do templo
e eram encontradas em todas as cidades. As
principais funções de uma sinagoga são: local
para oração, local de estudo das escrituras (AT)
e local de encontro da comunidade. A expressão
grega synagein, “reunir-se”, resume a proposta
do edifício. Em hebraico, chama-se a sinagoga
de Bet-ha Knesset, ou “Casa da Assembleia”. Era
um local muito importante onde os debates eram
realizados, ambiente primordial para a tomada das
decisões que dizem respeito à organização e ao
futuro daquela congregação.
O dirigente da sinagoga. Marcos e Lucas
indicam que o homem dessa passagem bíblica
era o dirigente da sinagoga, sendo assim era o
chefe da comunidade local, responsável pelo
cuidado da sinagoga e organização dos serviços.
Ele era um importante líder religioso e civil da
sua comunidade. Esse homem se aproxima de
Jesus com reverência e respeito para pedir ajuda
para sua filha recém-falecida. O texto diz que
o dirigente da sinagoga ajoelhou-se diante de
Jesus, na presença de inúmeras pessoas.
Pergunta: Sendo um dos líderes da
sinagoga local, que dificuldades esse homem
provavelmente encontrou ao se aproximar
de Jesus?
9.20-22 – Chegou atrás dele. No caminho para
a casa do dirigente da sinagoga, Jesus encontra
uma mulher que sofria de uma hemorragia
crônica, que a tornava impura e a excluía da
adoração e relações sociais. Ela ouviu falar do
poder de Jesus e decidiu arriscar-se a tocar
em Seu manto para ser curada. Devido à sua
enfermidade ela não podia se aproximar e
tocar nas pessoas. Uma mulher fragilizada,
enfraquecida, isolada e envergonhada. Nem se
acha digna de olhar Jesus de frente. Chega
por trás, sem querer ser vista ou reconhecida.
#30
Lições de célula 23
Tocar em seu manto. Aquela mulher, movida por
grande fé, queria apenas uma fração do poder de
Jesus. Queria apenas tocar nas vestes de Jesus
sem chamar atenção.
Pergunta: Com qual postura você se aproxima
de Jesus? Qual abordagem mais combinaria com
você: a do dirigente da sinagoga ou a da mulher?
9.22 – Ânimo, filha. Jesus não só tinha o poder
de curar o corpo, mas também suas palavras
tinham o propósito de curar o espírito da mulher,
confirmando-a como uma filha verdadeira de
Deus. Sua fé a curou. Foi sua fé que a impulsionou
a procurar Jesus, a fonte do poder curativo. As
palavras de Jesus indicam a mulher foi curada em
resposta à sua fé. O termo usado por Jesus para
dizer que ela está curada tem a mesma raiz que
as palavras “salvação” e “Salvador”. Cura espiritual
e física são vistas aqui.
9.23 – Flautistas e a multidão agitada.
Provavelmente eram pranteadores
profissionais. Até os mais pobres tinham
que conseguir pelo menos duas flautas e uma
carpideira para lamentar uma morte. Isso é um
sinal de que a família já havia constatado a morte
da criança e de que o processo de lamento
já havia começado.
9.24 – A menina não está morta, mas dorme.
Jesus não quer dizer com isso que ela não
morreu de fato, mas que estava em um estado
semelhante ao sono. Os flautistas e o riso que
essa declaração provocou confirmam o mesmo:
a criança estava realmente morta. Jesus usa essa
mesma expressão em referência a Lázaro, que
estava claramente morto. Seu corpo já estava em
decomposição (Jo 11.11-15). O que Ele indica é
que ela não estava permanentemente morta.
Pergunta: O que aconteceu com a filha de Jairo?
Como as pessoas reagiram àquele milagre?
9.25 – Ela se levantou. Jesus a ressuscita
dentre os mortos.
9.27-34 – Duas histórias. As duas histórias
seguintes não só continuam a enfatizar a
habilidade milagrosa de Jesus para curar, mas
também a restauração da vista ao cego e da
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fala ao mudo. Esses são sinais específicos para
mostrar que Ele é de fato o Messias que veio
trazer vista e fala ao Seu povo (Is 35.5-6; veja
também Mt 11.2-6). Por intermédio de Jesus, o
tempo da redenção do povo de Deus chegou.
9.27 – Dois cegos. A cegueira era comum no
mundo antigo, geralmente causada por infecções.
A cegueira tinha várias causas, a mais difundida
era a oftalmia, uma forma de conjuntivite muito
contagiosa. A doença era transmitida por
moscas e agravada pela poeira e luminosidade
do ambiente árido do Oriente Médio. A cegueira
também resultava do glaucoma e da catarata,
sendo algumas vezes congênita.
Pergunta: Quem os cegos achavam que Jesus
era? Por que deram esse nome a Jesus?
“Filho de Davi, tem misericórdia de nós”.
Este é um título messiânico claro, pois havia forte
expectativa baseada nas profecias do Antigo
Testamento de que o Messias seria um rei da
linhagem de Davi. O Messias era considerado
detentor do poder para curar (veja Mt 11.4-5).
Com o seu pedido de misericórdia, os cegos
deram o exemplo de como as pessoas entram
no reino de Deus. Eles compreenderam que sua
regeneração viria da ajuda divina e acreditaram
que em Jesus essa ajuda poderia ser encontrada.
9.28 – Segundo a fé que têm. Assim como na
história da mulher que tocou as vestes de Jesus
(v.14), a fé em Cristo é mostrada como a chave
que permite o poder gracioso de Deus agir. O
ponto é que Deus se agrada em atender aqueles
que colocam sua fé Nele.
9.30 – Jesus continua preocupado que
em seu ministério de curas não obscureça
sua tarefa maior de salvar as pessoas de
seus pecados (1.21).
9.32-34 – A quarta e última cura apresentada
neste trecho é uma libertação que restaura a
fala ao mudo. Ela também serve para resumir
o significado dos milagres em Mateus 8-9. Os
milagres levam as pessoas a tomarem decisões
sobre Jesus. Eles são vistos como sinais que
#31
Lições de célula 23

atraem as pessoas para Jesus (Mt 4.13), ou Aplicação

são considerados fraudulentos, levando algumas
pessoas a tomarem posições de hostilidade
contra Ele.
Pergunta: Até que ponto as pessoas nessas
histórias estavam desesperadas? Qual é a relação
entre desespero e fé?
Considerando o modelo de aprendizado
apresentado na introdução do livro, o que o
capítulo 6 – O poder de Jesus sobre a doença
e a morte – pode nos revelar? Discuta com
a sua célula:

9.34 – A reação dos fariseus é contrastante • Qual o principal ensino (E) do capítulo? Qual a
com a da multidão do versículo anterior. Eles verdade que preciso aplicar em minha vida?
desprezam as curas de Jesus e as atribuem
a Satanás. • Qual a repreensão (R)? O que da minha
condição de vida atual está desalinhado com
Pergunta: Qual é a diferença entre as reações a vontade de Deus?
da multidão e as dos fariseus?
• Quais as correções (C) de rumo? Quais as
Conclusão
instruções (I) e planos de ação preciso colocar
em prática? Quais as ferramentas e aptidões
Diante das histórias que acabamos de estudar,
(A) preciso desenvolver?
fica evidente o poder de Deus para trazer cura,
salvação e libertação a todos que o pedirem.
Encerramento e oração
Jesus demostra compaixão e amor a todos que
se aproximam dele com fé. Podemos aprender
Use as perguntas abaixo para nortear um tempo
com a atitude da mulher com fluxo de sangue, de
de oração com os participantes da sua célula
Jairo e também dos dois cegos que O buscaram
(15 minutos):
com humildade e intensidade, e alcançaram não
somente cura física, mas encontraram salvação
• Como você se sente a respeito de confiar suas
e perdão de seus pecados.
necessidades mais profundas a este grupo?
1. Como os milagres de Jesus nesta passagem
• De que forma você pode estar espiritualmente
se relacionam com a identidade de Jesus como
morto, sangrando, cego ou mudo?
o Filho de Deus?
• Como Jesus pode curá-lo ou melhorar
2. Como a fé em Jesus é retratada como um meio
a sua visão, fala ou audição?
para entrar no reino de Deus?
• Como a nossa célula pode orar por
3. Como você pode aplicar o poder de Jesus
você pela fé?
em sua vida?

4. Qual é a sua reação diante dos milagres

de Jesus?

5. Você crê que Ele tem poder de te curar

hoje, seja fisicamente, emocionalmente
ou espiritualmente?

@central.online #32
Lições de célula 23

A vida
de
Jesus

Capítulo 7–
Jesus, o Messias
Agosto Semana 7 (28 a 02/9)

@central.online #33
Lições de célula 23
Capítulo 7 –
Jesus, o Messias
Quebra-gelo
Questões para compartilhar (15 minutos):
• Em sua família, quem tem mais facilidade
para adivinhar o final de um filme ou o
resultado de um jogo esportivo?
• Se perguntarem aos seus amigos sobre
você, como você acha que eles o descreveriam?
Introdução
Este é um divisor de águas no evangelho
de Marcos. Pela primeira vez, depois de muitos
incidentes que demonstram a autoridade
de Jesus sobre todos os tipos de forças, os
discípulos indicam que o reconheceram como
o Messias. No entanto, eles continuam tendo uma
ideia errada da natureza e do papel do Messias.
Leitura Bíblica – Mateus 9.18-34:
“Jesus e seus discípulos partiram em direção
às aldeias próximas a Cesareia de Filipe. No
caminho, ele perguntou a eles: ‘Quem as pessoas
dizem que eu sou?’ Eles responderam: ‘Alguns
dizem que és João Batista, outros, Elias; e ainda
outros, um dos profetas.’ Então Jesus perguntou:
‘E vocês, quem dizem que eu sou?’ Pedro
respondeu: ‘Tu és o Cristo’. Jesus advertiu-lhes
para não falarem sobre ele a ninguém. Jesus
prediz sua morte e ressurreição, ensinando que
o Filho do homem deveria sofrer muitas coisas,
ser rejeitado pelos anciãos, chefes sacerdotais
e mestres da lei, ser morto e ressuscitar depois
de três dias. Ele explicou claramente sobre isso.
Então Pedro chamou Jesus à parte e começou
a repreendê-lo. Mas Jesus, voltando-se,
olhou para seus discípulos e repreendeu a
Pedro, dizendo: ‘Para trás de mim, Satanás!
Você não está pensando nas coisas de
Deus, mas sim nas dos homens.’
Então Jesus chamou a multidão e seus discípulos
e disse: ‘Se alguém quiser vir após mim, negue a
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si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem
quiser salvar sua vida a perderá, mas quem perder
sua vida por minha causa e pelo Evangelho, a
salvará. Pois, de que adianta ao homem ganhar
o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou o que
um homem pode dar em troca de sua alma? Se
alguém se envergonhar de mim e das minhas
palavras nesta geração adúltera e pecadora, o
Filho do homem se envergonhará dele quando
vier na glória de seu Pai com os santos anjos.’”
Então Jesus chamou a multidão e seus discípulos
e disse: ‘Se alguém quiser vir após mim, negue a
si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem
quiser salvar sua vida a perderá, mas quem perder
sua vida por minha causa e pelo Evangelho, a
salvará. Pois, de que adianta ao homem ganhar
o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou o que
um homem pode dar em troca de sua alma? Se
alguém se envergonhar de mim e das minhas
palavras nesta geração adúltera e pecadora, o
Filho do homem se envergonhará dele quando
vier na glória de seu Pai com os santos anjos.’”
8.27 – Cesareia de Filipe. Essa era uma região
de grande importância histórica e religiosa, com
uma mistura de culturas e religiões diferentes,
incluindo a adoração a Baal e a presença de
um templo dedicado à divindade de César.
Nesse contexto, Jesus pergunta aos seus
discípulos se eles compreendem quem Ele é.
8.28 – Alguns dizem. Algumas pessoas não têm
certeza de quem Jesus é, mas acreditam que Ele
possa ser um profeta que prepara o caminho
para o Messias. Alguns até pensam que Ele é João
Batista ressuscitado ou o profeta Elias que voltaria
como precursor do Messias. Pedro corretamente
identifica Jesus como o Cristo, o Messias
esperado pelos judeus.
8.29 – Quem vocês dizem que eu sou? Ao
perguntar aos discípulos “Quem dizem os
homens que sou eu?”, Jesus parece estar se
encaminhando para a pergunta crucial em todo
o evangelho de Marcos. Essa pergunta é crucial
porque define a identidade de Jesus e o propósito
de sua vinda à terra.
#34
Lições de célula 23
Pergunta: Embora Pedro responda corretamente,
Jesus adverte os discípulos para não divulgarem
essa informação. Por quê?
8.30 – Não falem a ninguém. Jesus adverte
os discípulos a manterem em segredo sua
identidade como Messias porque ele não quer
que sua identidade seja mal compreendida pelas
pessoas. Jesus tem um plano específico para
cumprir o seu propósito e ele não quer que as
pessoas se desviem disso.
8.31-9.1 –Após descobrir que Jesus é o Messias,
os discípulos precisam entender que tipo de
Messias Ele é. Jesus não é um líder nacionalista
que irá triunfar contra os opressores romanos.
Na segunda metade do evangelho de Marcos,
os discípulos descobrem que Jesus é o Filho do
Homem que veio para morrer pelos pecados da
humanidade. Essa é uma revelação fundamental
para a compreensão da natureza do messiado
de Jesus.
8.31 – Então, Ele começou a ensinar-lhes.
Então, Jesus começa a ensinar aos discípulos
sobre sua morte e ressurreição futura. Ele faz essa
previsão três vezes para enfatizar sua importância,
e embora os discípulos tenham dificuldade em
entender, isso é fundamental para o propósito
de Jesus na terra como Messias.
Filho do Homem. O título “Filho do Homem”
era usado por Jesus para se referir a si mesmo e,
embora pudesse ter sido um termo genérico na
época, Jesus atribuiu-lhe um significado especial
para se identificar como o Messias. Ele previu
que seria rejeitado pelas autoridades religiosas
em Israel, algo que não fazia parte da expectativa
popular sobre o Messias.
Fosse morto. Jesus também ensina aos discípulos
que após sua morte, ressuscitará em três dias,
algo igualmente surpreendente e incompreensível.
Ele esclarece isso para eles, mas Pedro fica
chocado com a ideia e tenta repreendê-lo. Jesus,
por sua vez, repreende Pedro e afirma que nada
o dissuadiria do caminho que Deus planejou
para ele.
Reino eterno. Enquanto Pedro estava preocupado
em estabelecer um reino judeu poderoso com
@central.online
Jesus como governante, Jesus estava mais
preocupado em cumprir a vontade de Deus para
estabelecer um reino universal em que todas as
pessoas que acreditam nele seriam reconciliadas
com Deus, uma mensagem que exigia sua morte
sacrificial pelos pecados das pessoas.
Pergunta: Considerando as expectativas dos
judeus de que o Messias era o rei profetizado de
Israel, que levaria o seu povo em triunfante vitória
contra os opressores romanos - como você
espera que os discípulos reajam à predição
de Jesus?
8.32 – As coisas de Deus / as coisas do
homens. Jesus fala claramente sobre sua morte
e ressurreição iminente, algo que não estava
alinhado com a expectativa popular sobre o
Messias na época. Pedro, motivado por sua
preocupação, tenta repreender Jesus, mas é
repreendido por ele em resposta. Isso demonstra
a importância de seguir a vontade de Deus
acima das expectativas humanas ou pessoais.
8.34-38 – Negue-se a si mesmo / tome sua
cruz / siga-me. Jesus define o que significa
segui-Lo, enfatizando que isso envolve
autonegação, carregar a cruz e perder a
própria vida. A mensagem deve ser ouvida por
todos que desejam seguir Jesus, não apenas
pelos seus discípulos. Tomar a cruz era uma
imagem poderosa para os primeiros ouvintes do
evangelho, pois a crucificação era um castigo
romano comum para os criminosos. A aliança
com Jesus exigia lealdade total, até mesmo no
caso de sofrimento e morte.
A mensagem de Jesus em Marcos 8 é
profundamente desafiadora e confronta as
expectativas populares sobre o que deveria ser
o papel do Messias. Ele enfatiza a necessidade
de seguir a vontade de Deus, mesmo quando
isso significa sacrifício pessoal e sofrimento.
Pergunta: Quais as implicações dessa declaração
na sua vida? Existe algo que você precise abdicar
em obediência à vontade de Deus?
8.36-37 – Pois, que adianta ao homem ganhar o
mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o
homem poderia dar em troca de sua alma? Essas
duas perguntas retóricas enfatizam a importância
#35
Lições de célula 23
da decisão de permanecer fiel a Jesus, mesmo
em face da perseguição ou morte. É uma troca
insensata ganhar a vida física ao perder a vida
eterna. Jim Elliot, um mártir-missionário, disse: “É
sábio aquele que dá o que não pode guardar para
obter o que não pode perder”.
8.38 – Se alguém se envergonhar de mim.
Jesus adverte que aqueles que se
envergonharem dele em épocas de perseguição
serão considerados culpados diante de Deus.
A referência a uma “geração adúltera e pecadora”
lembra a linguagem dos profetas do Antigo
Testamento, que usavam o adultério como uma
metáfora para a infidelidade de Israel a Deus.
A imagem apocalíptica do “Filho do homem” e a
“glória de seu Pai” com os santos anjos, é tomada
emprestada de Daniel 7.13. A expectativa judaica
era de que o Reino de Deus seria introduzido de
maneira decisiva e triunfante por meio da vinda do
Messias na figura do “Filho do Homem”.
Conclusão
O texto que estudamos hoje nos lembra que
conhecer as palavras e respostas certas não
é suficiente. Precisamos entender quem Jesus
é e o que Ele veio fazer em nossas vidas.
Precisamos estar dispostos a segui-lo em todos
os momentos, mesmo quando isso significa negar
a nós mesmos e carregar a nossa cruz. Podemos
pedir ao grupo para nos ajudar a enfrentar os
desafios que encontramos em seguir Jesus e
orarmos uns pelos outros nessa jornada.
Pergunta: Quem você diz que Jesus é?
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Aplicação
Considerando o modelo de aprendizado
apresentado na introdução do livro, o que o
capítulo 7 – Jesus, o Messias – pode nos revelar?
Discuta com a sua célula:
• Qual o principal ensino (E) do capítulo?
Qual a verdade que preciso aplicar em
minha vida?
• Qual a repreensão (R)? O que da minha
condição de vida atual está desalinhado com
a vontade de Deus?
• Quais as correções (C) de rumo? Quais as instruções
(I) e planos de ação preciso colocar em prática? Quais
as ferramentas e aptidões (A) preciso desenvolver?
Encerramento e oração
Use as perguntas abaixo para nortear um tempo
de oração com os participantes da sua célula
(15 minutos):
• Como o fato de seguir Jesus do jeito d’Ele ainda
provoca conflito com o seu jeito?
• Como a nossa célula pode te ajudar e orar
por você?
#36
Lições de célula 23

A vida
de
Jesus

Capítulo 8–
A transfiguração
Setembro Semana 8 (04 a 09/9)

@central.online #37
Lições de célula 23
Capítulo 8 –
A transfiguração
Quebra-gelo
Questões para compartilhar (15 minutos):
• Qual foi a maior gafe que você já cometeu?
• Como você se sente quando não
consegue compreender um livro ou
um filme? Você desiste ou não?
• Você é bom para guardar segredos?
Introdução
Os discípulos descobriram que Jesus não é um
simples mestre ou profeta, ele é o Messias – o
Servo ungido de Deus, que veio para introduzir
uma nova aliança com os homens. O batismo
de Jesus abriu a primeira metade do evangelho
de Marcos. A transfiguração abre a segunda
metade. Nos dois incidentes, a voz de Deus afirma
que Jesus é seu Filho especial. Da mesma forma
que o batismo de Jesus prefigura a sua morte,
a transfiguração prefigura a sua ressurreição.
Leitura Bíblica – Marcos 9.2-13:
Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro,
Tiago e João e os levou a um alto monte,
onde ficaram a sós. Ali ele foi transfigurado
diante deles. Suas roupas se tornaram
brancas, de um branco resplandecente, como
nenhum lavandeiro do mundo seria capaz de
branqueá-las. E apareceram diante deles Elias
e Moisés, os quais conversavam com Jesus.
Então Pedro disse a Jesus: “Mestre, é bom
estarmos aqui. Façamos três tendas: uma
para ti, uma para Moisés e uma para Elias”.
Ele não sabia o que dizer, pois estavam
apavorados. A seguir apareceu uma nuvem e
os envolveu, e dela saiu uma voz, que disse:
“Esse é o meu Filho amado. Ouçam-no!”
@central.online
Repentinamente, quando olharam ao redor,
não viram mais ninguém, a não ser Jesus.
Enquanto desciam do monte, Jesus lhes
ordenou que não contassem a ninguém o que
tinham visto, até que o Filho do homem tivesse
ressuscitado dos mortos. Eles guardaram o
assunto apenas entre si, discutindo o que
significaria “ressuscitar dentre os mortos”.
E lhe perguntaram: “Por que é necessário
que Elias venha primeiro?” Jesus respondeu:
“De fato, Elias vem primeiro e restaura todas
as coisas. Então, por que está escrito que é
necessário que o Filho do homem sofra muito
e seja rejeitado com desprezo? Mas eu lhes
digo: Elias já veio, e fizeram com ele tudo o que
quiseram, como está escrito a seu respeito”.
Destaques
9.2 – Seis dias depois. Liga a transfiguração
com a profecia de Jesus em Marcos 9.1.
Pergunta: Em que ocasiões Jesus levou só os três
discípulos para estarem ao lado dele?
Pedro, Tiago e João. Formaram o círculo íntimo de
Jesus. Em algumas ocasiões, Jesus levou somente
esses três, por exemplo: quando ressuscitou
a filha de Jairo (Mc 5.37-41); quando subiu o
monte da transfiguração (Mc 9.2); quando esteve
agoniado no Getsêmani (Mc 14.33).
Um alto monte. A localização geográfica não
é tão importante quanto seu significado teológico.
As montanhas eram o lugar onde Deus se
revelava aos líderes de Israel de maneira especial.
Pergunta: Você se lembra de outra ocasião
narrada na Bíblia em que Deus falou a uma
pessoa no monte?
9.3 – Resplandecente. Brilho de metal polido
ou cintilar Sol. Essa expressão é encontrada
em Daniel 7.9, utilizada para descrever as vestes
de Deus quando Ele aparece em uma visão.
Em Apocalipse 1.9-18, Jesus, ressurreto e
glorificado, é descrito do mesmo modo.
#38
Lições de célula 23

9.4 – Elias. Grande profeta do antigo testamento. 9.8 – Moisés, Elias e o próprio Deus deram
Os judeus esperavam que ele voltasse pouco testemunho sobre a pessoa de Jesus e
antes da vinda do messias (Malaquias 4.5-6). responderam, de uma vez por todas,
A sua presença no monte indica que ele viera de as perguntas sobre a identidade dele.
fato para dar testemunho de Jesus como Messias.
9.9 – Não contassem. O significado deste evento
Moisés. Maior figura na história e tradição de não poderia ser compreendido até que Jesus
Israel. Foi a ele que Deus entregou a lei, a qual se morresse e ressuscitasse.
tornou a própria essência da Nação. A presença
de Moisés e Elias no monte é uma indicação de Pergunta: Você é bom de guardar segredo?
que a lei e os profetas do Antigo Testamento, que
9.10 – “...discutindo o que significaria
formam o núcleo da identidade de Israel, aceitam
“ressuscitar dentre os mortos”. Jesus fala de
Jesus como o Messias nomeado por Deus.
novo sobre a sua morte iminente, que para os
Ambos dão testemunho da Sua grandeza
discípulos parece totalmente fora de contexto
e superioridade sobre eles.
com o que eles haviam acabado de experimentar.
Eles esperavam que quando o messias viesse,
9.5 – Tendas. Pedro pode ter se referido à Tenda
inauguraria seu reino na terra e restauraria a
do Encontro, na qual Deus pudesse comunicar-
glória de Israel.
se novamente com seu povo ou talvez tenha se
referido às cabanas usadas na Festa das cabanas. Pergunta: Como a ideia de um messias sofredor,
mas radiante, afeta a sua decisão de seguir Jesus?
9.6 – Apavorados. Em toda a Bíblia, sempre que
se Deus manifesta diante das pessoas, a reação 9.11-13 – Necessário que Elias venha primeiro.
humana é de medo e desfalecimento (Ex 3.3-5; Elias não passou pela morte, mas foi arrebatado
20.18-19; Jz 6.20-23; Is 6.5; Dn 10.7-8; Ap 1.17). aos céus. Ele chamou Israel para ser fiel em
uma época de grande apostásia e chamaria
Pergunta: Como você reagiria em uma novamente a esse retorno antes da manifestação
experiência tão surpreendente? do Messias. Aqui, na transfiguração, chega o Elias
há muito esperado. Todavia, como mostra o v.13,
9.7 – Uma nuvem. O Antigo Testamento fala
Jesus afirma que Elias veio num segundo sentido.
com frequência de nuvens como fenômeno que
João Batista apareceu “no espírito” e poder de
acompanhava uma aparição de Deus (Ex 16.10;
Elias, para ser o seu precursor.
19.9; 24.25; 40.34-38). Servem como sinal de sua
majestade e para ocultar a plena glória de Deus
9.13 – Elias já veio. Elias sofreu nas mãos do rei
dos olhos dos mortais. Essa nuvem é um símbolo
Acabe e da rainha Jezabel (1Rs 19.1-10), assim
da presença de Deus.
como João Batista sofreu e morreu nas mãos
de Herodes e Herodias (Mc 6.14-20). Jesus está
Este é meu filho amado. Mais do que messias,
destruindo a ilusão de que os mensageiros
Jesus é também revelado como o filho de
ungidos por Deus triunfam facilmente. Elias e
Deus. Os dois títulos são necessários para uma
João são grandes homens de Deus que foram
compreensão completa da sua natureza e papel.
rejeitados e perseguidos pelos líderes do povo.
Desse modo, não surpreende muito saber que
Ouçam a Ele. Esta é uma citação da grande
o Messias irá experimentar e mesma rejeição.
profecia de Moisés: O Senhor, o seu Deus,
levantará do meio de seus próprios irmãos um
profeta como eu; ouçam-no. Dt 18:15. O novo
profeta, cuja autoridade e glória excederiam a de
Moisés, estava em cena. Este é um testemunho
divino da sua autoridade.

@central.online #39
Lições de célula 23

Pergunta: Você tem dúvidas sobre Deus, seus Encerramento e oração

atributos e caráter? Você tem desistido de
conhecer mais de Deus e fugido da sua presença?
Conclusão
O convite de Jesus para subirmos a montanha
ainda está de pé (Ex. 19; Mc 9; Ap 4). Subir a
montanha é um convite para quem se consagra e
busca um nível mais profundo de intimidade com
Deus. Para subir a montanha é necessário deixar
algumas coisas para trás. No alto do monte estão
reservadas novas experiências e maior revelação
sobre Jesus.
Use as perguntas abaixo para nortear um tempo
de oração com os participantes da sua célula
(15 minutos):
• Como você descreveria a sua relação com
Deus no momento? No alto da montanha? A meio
caminho? No vale? Nas pedras?
• Como este grupo pode ajudá-lo a se sentir mais
perto de Deus?

Pergunta: Que lugar para você se assemelha mais

ao Monte da Transfiguração, onde percebeu a
glória de Jesus de maneira especial?

Aplicação

Considerando o modelo de aprendizado

apresentado na introdução do livro, o que o
capítulo 8 – A transfiguração – pode nos revelar?
Discuta com a sua célula:

• Qual o principal ensino (E) do capítulo? Qual a

verdade que preciso aplicar em minha vida?

• Qual a repreensão (R)? O que da minha

condição de vida atual está desalinhado com a
vontade de Deus?

• Quais as correções (C) de rumo? Quais as

instruções (I) e planos de ação preciso colocar
em prática? Quais as ferramentas e aptidões
(A) preciso desenvolver?

@central.online #40
Lições de célula 23

A vida
de
Jesus.

Capítulo 9–
A ceia do Senhor
Setembro Semana 9 (11 a 16/9)

@central.online #41
Lições de célula 23
Capítulo 9 –
A ceia do Senhor
Quebra-gelo
Questões para compartilhar (15 minutos):
• Sua família tem alguma tradição para o
momento de comer ou alguma refeição
especial em que todos estejam juntos?
• Conte sobre um culto de ceia memorável
do qual você já participou?
Introdução
Com essa refeição, Jesus declara formalmente
que o fato da Sua morte é o meio para
estabelecer uma nova aliança entre Deus e Seu
povo. Aponta também para a presença contínua
de Jesus com eles e dá significado para a morte
dele como um sacrifício pelos pecados do povo.
Na Páscoa, um cordeiro foi sacrificado como um
meio de expiar os pecados do povo. Da mesma
forma, a morte de Jesus é um sacrifício que
leva Deus a “passar por sobre” (ou perdoar) os
pecados dos que confiam nele.
Leitura Bíblica – Marcos 14.12-26:
“No primeiro dia da festa dos pães sem fermento,
quando se costumava sacrificar o cordeiro pascal,
os discípulos de Jesus lhe perguntaram: “Aonde
queres que vamos e te preparemos a refeição da
Páscoa?” Então ele enviou dois de seus discípulos,
dizendo-lhes: “Entrem na cidade, e um homem
carregando um pote de água virá ao encontro
de vocês. Sigam-no e digam ao dono da casa
em que ele entrar: O Mestre pergunta: Onde é o
meu salão de hóspedes, no qual poderei comer a
Páscoa com meus discípulos? Ele lhes mostrará
uma ampla sala no andar superior, mobiliada e
pronta. Façam ali os preparativos para nós”.
Os discípulos se retiraram, entraram na cidade
e encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito.
E prepararam a Páscoa. Ao anoitecer, Jesus
chegou com os Doze. Quando estavam comendo,
reclinados à mesa, Jesus disse: “Digo-lhes que
certamente um de vocês me trairá, alguém que
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está comendo comigo”. Eles ficaram tristes e, um
por um, lhe disseram: “Com certeza não sou eu!”
Afirmou Jesus: “É um dos Doze, alguém que come
comigo do mesmo prato. O Filho do homem vai,
como está escrito a seu respeito. Mas ai daquele
que trai o Filho do homem! Melhor lhe seria não
haver nascido”.
Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu
graças, partiu-o, e o deu aos discípulos, dizendo:
“Tomem; isto é o meu corpo”. Em seguida tomou
o cálice, deu graças, ofereceu-o aos discípulos, e
todos beberam. E lhes disse: “Isto é o meu sangue
da aliança, que é derramado em favor de muitos.
Eu lhes afirmo que não beberei outra vez do fruto
da videira, até aquele dia em que beberei o vinho
novo no Reino de Deus”. Depois de terem cantado
um hino, saíram para o monte das Oliveiras.
Destaques
Pergunta: Quais aspectos da Páscoa judaica você
tem conhecimento?
14.12 – No primeiro dia da festa dos pães sem
fermento. Comemorava a libertação de Israel do
Egito (Êxodo 13.14-20) e era combinada com a
Páscoa, de modo que os festejos duravam uma
semana inteira.
Sacrificar o cordeiro pascal – A Páscoa era
uma festa em que o povo celebrava como Deus
“passou” por sobre eles quando fez cair o juízo
sobre os egípcios que haviam maltratado Israel
por tanto tempo. Cada peregrino sacrificava seu
próprio cordeiro no templo, que após ter o sangue
e partes removidas para o sacrifício, era devolvido
para ser assado e comido na Páscoa. Calcula-se
que mais de 250.000 cordeiros eram mortos
na Páscoa.
E te preparemos – Os discípulos teriam de por
na mesa o pão sem fermento e o vinho, colher as
ervas amargas, tais como rábano e chicória (que
representavam a amargura da escravidão), fazer o
molho de frutas e assar o cordeiro.
14.13-16 – Jesus sabia que era procurado pelos
oficiais para ser preso e por isso ele costumava
dormir em Betânia, que ficava fora da jurisdição
dos sacerdotes. Mas a lei exigia que a refeição da
#42
Lições de célula 23
Páscoa fosse comida em Jerusalém, portanto eis
a necessidade dos preparativos em um lugar que
ainda iria se revelar.
14.13 – Um homem carregando um pote
de água. Era fácil de enxergar e seguir, já que era
incomum para um homem carregar uma vasilha.
14.17 – Ao anoitecer. A refeição da Páscoa só
podia ser comida depois do pôr-do-sol.
Pergunta: Se você estivesse presente na última
ceia e pudesse deter o traidor, teria impedido a
morte de Jesus?
14.18 – Reclinados à mesa. As pessoas comiam
as refeições festivas deitadas em divãs ou
almofadas, arranjados em volta de uma
mesa baixa.
Um de vocês me trairá, alguém que está
comendo comigo – Jesus se refere ao Salmo 41.9,
em que um homem se lamenta que seu amigo
íntimo, em quem confiou e que comeu do seu
pão, tenha “levantado o calcanhar contra ele.”
14.20 – Alguém que come comigo do mesmo
prato. Este era a tigela de molho. Comer juntos
era um sinal de amizade.
Pergunta: Que significados novos e profundos
Jesus dá ao pão da Páscoa? Ao cálice da Páscoa?
14.22-26 – Um modelo para a Igreja.
A celebração da Última Ceia por Jesus fornece
um modelo para a Igreja celebrar a comunhão
(1Co 11.23-26). O uso do pão e do cálice, feito
por Ele de forma simbólica, pegava vários
elementos da Páscoa judaica a fim de trazer um
ensino carregado de significados. Na refeição
da Páscoa, era comum partir o pão e distribuí-
lo antes da refeição, como uma lembrança de
como Deus provera pão para o seu povo no
deserto. O cálice de vinho era passado ao final
da refeição, simbolizando a aliança de Deus e a
promessa de redenção. De tantos elementos e
tantas exigências cerimoniais, após a morte e
ressurreição de Jesus, permanecem somente
o pão e o vinho como uma cerimônia de gratidão
e lembrança do seu sacrifício.
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14.22 – Tomem, isto é o meu corpo.
Jesus acrescenta uma interpretação nova para o
pão. A partir de agora ele representaria seu corpo
e não a lembrança de como Deus o provera para
o seu povo no deserto. Não há mais necessidade
de se matar o Cordeiro Pascal, pois Jesus é o
cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
O sacrifício do cordeiro é lembrado de agora em
diante por meio do pão que simboliza o corpo de
Cristo. Enquanto compartilham do pão, participam
de sua vida, missão e destino.
14.23 – Cálice. Na última ceia, após a refeição
Jesus passa o cálice e chama atenção para si
novamente. Jesus associa o cálice pascal de vinho
tinto com a renovação da aliança de Deus com
o seu povo, mediante à sua morte sacrificial.
É dessa forma que a redenção realmente virá.
14.23 – Deu graças. O termo grego “dar graças”
é eucharisto, do qual se deriva a palavra eucaristia.
14.24 – Aliança. Em termos gerais, aliança é um
tratado entre duas partes. Em termos específicos,
ele se refere ao arranjo feito por Deus com Israel,
que dependia da sua obediência. Agora uma nova
aliança é feita através da obediência de Jesus (sua
morte sacrificial). Uma aliança legal se torna uma
aliança de amor. Da mesma forma que um anel
de ouro simboliza a aliança do casamento, tomar
a Ceia do Senhor simboliza a aliança do crente
com Jesus. Da mesma forma que a cerimônia de
casamento marca o início desse compromisso,
a cerimônia de batismo marca o início da aliança
pública do cristão com Jesus. Assim só deve
tomar a ceia, quem já fez seu compromisso
público com Jesus por meio do batismo.
Sangue ...derramado – O derramamento de
sangue era um símbolo de morte violenta.
Esta frase indica o tipo de morte que Jesus teria.
Pergunta: Por que a Ceia do Senhor é importante
para os cristãos? Quem pode participar da ceia?
#43
Lições de célula 23
14.25 – Não beberei outra vez. Jesus afirma
que irá esperar até o banquete messiânico
no fim dos tempos para celebrar o cumprimento
dessa promessa.
14.26 – Um hino. O Hallel (Salmos 113-118)
era cantado na Páscoa, a primeira parte
(Salmos 113-114) antes da refeição, e a segunda
(Salmos 115-118) depois dela. As ricas promessas
do Salmo 118 deveriam estar nos lábios
de Jesus quando deixou a sala para
enfrentar a crucificação.
Pergunta: Quando Jesus vai beber novamente do
cálice de vinho? Você já fez a sua reserva para
este banquete?
Conclusão
Os discípulos não foram apenas espectadores
desta cerimônia, eles participaram dela. Assim
como não bastou que o pão fosse partido e o
vinho derramado, eles precisavam comer e beber
dos elementos. Não bastou que Jesus morresse,
mas tinham de se apropriar pessoalmente dos
benefícios da Sua morte. Comer e beber eram, e
ainda são, uma parábola viva sobre como receber
Cristo como nosso Salvador. O conhecimento
do fato de que Cristo morreu por nós não nos
garante a salvação. Deus não impõe seus dons
sobre nós, temos de recebê-los pela fé.
Pergunta: Você já se apropriou pessoalmente dos
benefícios da morte de Jesus? Você ficou no nível
do conhecimento teórico ou já recebeu pela fé o
dom de Deus e o perdão dos seus pecados?
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Aplicação
Considerando o modelo de aprendizado
apresentado na introdução do livro, o que o
capítulo 9 – A Ceia do Senhor – pode nos revelar?
Discuta com a sua célula:
• Qual o principal ensino (E) do capítulo? Qual
a verdade que preciso aplicar em minha vida
• Qual a repreensão (R)? O que da minha condição de
vida atual está desalinhado com a vontade de Deus?
• Quais as correções (C) de rumo? Quais as
instruções (I) e planos de ação preciso colocar
em prática? Quais as ferramentas e aptidões (A)
preciso desenvolver?
Encerramento e oração
Use as perguntas abaixo para nortear um tempo
de oração com os participantes da sua célula
(15 minutos):
• Você já fez uma aliança pública com Jesus por
meio do batismo? O que te impede de dar esse
passo?
• Como tem sido para você a experiência de
tomar a Ceia do Senhor e a importância de estar
unido com os irmãos no Corpo de Cristo?
• De que forma seus irmãos e irmãs podem
orar por você esta semana?
#44
Lições de célula 23

A vida
de
Jesus.

Capítulo 10–
Getsêmani
Setembro Semana 10 (18 a 23/9)

@central.online #45
Lições de célula 23
Capítulo 10 –
Getsêmani
Quebra-gelo
Questões para compartilhar (15 minutos):
• Você fica com sono quando ora?
• Qual o incidente mais engraçado
ou embaraçoso, com relação ao
sono, que você se lembra?
• Quando você enfrenta situações difíceis, quem
gosta de ter por perto? Ou prefere ficar sozinho?
Introdução
No encontro de hoje, vamos conversar sobre
Jesus no Jardim do Getsêmani. Essa cena vem
imediatamente depois da Última Ceia. Dois temas
dominam esta seção. A obediência contínua
de Jesus a Deus (apesar do seu medo do que
estava para acontecer) e o fracasso contínuo dos
discípulos em compreenderem o que estava à
espera de Jesus.
Leitura Bíblica - Marcos 14.32-42:
Então foram para um lugar chamado Getsêmani, e
Jesus disse aos seus discípulos: “Sentem-se aqui
enquanto vou orar”. Levou consigo Pedro, Tiago e
João, e começou a ficar aflito e angustiado. E lhes
disse: “A minha alma está profundamente triste,
numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem”.
Indo um pouco mais adiante, prostrou-se e orava
para que, se possível, fosse afastada dele aquela
hora. E dizia: “Aba, Pai, tudo te é possível. Afasta
de mim este cálice; contudo, não seja o que eu
quero, mas sim o que tu queres”.
Então, voltou aos seus discípulos e os encontrou
dormindo. “Simão”, disse ele a Pedro, “você está
dormindo? Não pôde vigiar nem por uma hora?
Vigiem e orem para que não caiam em tentação.
O espírito está pronto, mas a carne é fraca.”
Mais uma vez ele se afastou e orou, repetindo as
mesmas palavras. Quando voltou, de novo
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os encontrou dormindo, porque seus olhos
estavam pesados. Eles não sabiam o que lhe dizer.
Voltando pela terceira vez, ele lhes disse:
“Vocês ainda dormem e descansam? Basta!
Chegou a hora! Eis que o Filho do homem está
sendo entregue nas mãos dos pecadores.
Levantem-se e vamos! Aí vem aquele me trai!”
Destaques
14.32 – Getsêmani. Esta era uma plantação
de oliveiras ao pé do Monte das Oliveiras,
fora do muro oriental de Jerusalém.
O nome significa literalmente “prensa
de óleo” (para fazer óleo de oliva).
Pergunta: Por que Jesus levou Pedro,
Tiago e João?
14.33 – Círculo íntimo. Nem a repreensão de
Pedro (Mc 8.32), nem o pedido egoísta de Tiago e
João (Mc 10.35-40), nem o aviso sobre a negação
de Pedro futuramente (Mc 14.27-31) prejudicou
a relação deles com Jesus. Apesar de ainda não
terem compreendido muitas coisas sobre o Reino
de Deus e sobre o destino de Jesus, o Senhor
estava ali compartilhando com eles o seu coração.
O que Jesus lhes pede para compartilhar com Ele
não é a glória (que desejavam), mas o sofrimento
(que continuavam negando que viria).
Pergunta: Por que Jesus ficou tão angustiado?
14.33 – Profundamente triste. Literalmente, isto
significa estar cheio de “reverência trêmula”.
Jesus está cheio de uma tristeza muito profunda,
à medida que se sente esmagado pelo pleno
impacto do que a Sua submissão vai envolver.
14.34 – Vigiem. Este era um convite para os
discípulos se juntarem a Ele nos preparativos
para a provação severa que logo viria. Embora
expresse o desejo de Jesus pela companhia
humana em sua hora de crise, também indica
que aqueles homens precisam igualmente
preparar-se. Os versículos 37-41 mostram que
Ele se preocupava com a ideia de como os
discípulos iriam enfrentar o fato de sua prisão
e morte.
#46
Lições de célula 23
14.35 – Prostrou-se. Isso acentua a angústia
emocional que Ele estava sentindo. Sua profunda
tristeza e ansiedade o esgotaram fisicamente.
14.36 – Aba. Este é o termo aramaico para
“Pai”. É assim que a criança se dirige ao pai, isto
é, “Paizinho”. Não se trata de um título usado em
oração no primeiro século.
Pergunta: Por que você acha que Jesus temia
beber o cálice? Pela dor física ou pela ira de Deus
contra o pecado?
14.36 – Este cálice. Como a palavra “hora”,
“cálice” era também usado como uma figura,
referindo-se ao destino que Deus tinha guardado
para a pessoa. Em alguns casos, refere-se ao
“cálice da salvação” que o Senhor dá de beber
ao Seu povo (Sl 16.5, 116.13). Todavia, muitas vezes
o “cálice do Senhor” foi usado em referência ao
juízo divino (Sl 75.8, Is 51.17, Jr 25.15, Ez 23.32-33,
Ap 16.19). Compete a Ele beber o cálice da ira de
Deus contra o pecado. Jesus reconhece que sua
morte iminente não é simplesmente uma tragédia
humana, mas um ato de julgamento divino.
Este aspecto do que tem a enfrentar
é que o amedronta.
14.36 – Contudo, não seja o que eu quero, mas
o que tu queres. Esta é a expressão clássica da
submissão de Jesus a Deus. Embora seu desejo
pessoal fosse evitar a cruz, seu compromisso
profundo era fazer a vontade do Pai, embora
esta incluísse a cruz. Hoje em dia, muitos
costumam usar essa frase quando estão incertos
quanto ao que Deus pode fazer na sua situação
pessoal. Este não é o caso aqui. Jesus não tinha
dúvidas quanto à vontade do Pai neste caso.
A vontade do Pai estava terrivelmente clara e essa
oração de Jesus expressa sua decisão final, seu
compromisso de obedecer, apesar do preço
a ser pago.
Pergunta: Você obedece a Deus, mesmo que a
vontade dEle exija dor, entrega e sacrifício?
14.37 – Dormindo. Era muito tarde. A Páscoa
podia estender-se até meia-noite.
14.37 – Simão… você está dormindo? Jesus
havia advertido antes a Simão de que este em
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breve o negaria. Apesar desta advertência, Pedro
deixa de se preparar em oração para enfrentar os
acontecimentos que seguiriam.
Pergunta: Como você se sente ao compreender
que Jesus conhece as suas fraquezas e defeitos,
assim como conhecia os de Pedro?
14.37 – Uma hora. Desta vez a palavra é usada
literalmente (veja v.35).
14.38 – Vigiem e orem. “Vigiar” significa “estar
espiritualmente alerta”, para não caírem na
“tentação” de serem infiéis a Deus. É possível que
Marcos pretenda que seus leitores aprendam uma
lição dos três discípulos nesta passagem, que é
um eco da parábola do dono da casa (Mc 13.35-
37). A negação subsequente deles e o abandono
de Jesus indica o que acontece àqueles que não
se preparam espiritualmente. O dono da casa
volta e não estão cumprindo as suas tarefas. Em
contraste, os que seguem a Jesus devem ficar
sempre espiritualmente acordados, a fim de não
serem apanhados desprevenidos quando chegar
o tempo das provações e das crises.
14.38 – Tentação. A privação ou teste que está
prestes a vir sobre eles não é simplesmente algo
que possa causar sofrimento físico. Trata-se de
uma provação que poderia levá-los a negar a sua
lealdade a Deus.
14.38 – O espírito está pronto, mas a carne
é fraca. Isto não indica que o coração dos
discípulos não está no lugar certo, mas eles
estão cansados demais para fazer o que Jesus
manda! Embora o Espírito Santo esteja disponível
para ajudá-los, eles estão aqui tentando vencer
na força da carne. Até o fim, até mesmo os três
discípulos mais intimamente ligados a Jesus
deixam de entender seus ensinamentos sobre
o que significa ser o Messias. Se fizessem isso,
ter-se-iam preparado para o perigo que estava
à frente. Teriam também ajudado Jesus quando
Ele se preparava para crise iminente. Jesus fica
completamente sozinho em seu sofrimento.
#47
Lições de célula 23
Pergunta: Qual o resultado da falta de oração
dos discípulos - para Jesus? Para eles mesmos?
Eles teriam sido mais fiéis se tivessem realmente
compreendido o significado da missão de Jesus
como Messias?
14.39-40 – E não sabiam o que lhe dizer.
Os discípulos simplesmente não podem entender
a urgência da situação à sua frente. Jesus está
dominado pela gravidade do momento e enfrenta
a sua própria batalha com a decisão de obedecer
ou não à vontade do Pai. Mas, eles não estão
suficientemente envolvidos nos acontecimentos
para serem emocionalmente incentivados a orar.
14.41 – Ainda dormem e descansam? Esta é
uma nota irônica de repreensão, porque mesmo
no momento de crise os discípulos deixam de
reconhecer o que está acontecendo e não
se preparam.
14.41 – O Filho do Homem. Dentre todos os
títulos de Jesus, este é o que Jesus utiliza para si
mesmo. Daniel 7.13 fornece o pano de fundo. O
Filho do Homem é alguém investido de autoridade
divina para governar a Terra, mas este não era um
termo geralmente usado para o Messias na época
de Jesus. Ele pode ter empregado o mesmo
exatamente por não invocar estereótipos estreitos
e nacionalistas do Messias.
14.41 – Às mãos dos pecadores. Isto se refere
às autoridades religiosas confrontadas por Jesus
em Marcos 11.1-13.37, que corromperam os cargos
por elas ocupados. A ironia desta avaliação é
que o termo “pecadores” era usado por líderes
religiosos quando estes se referiam-se aos judeus
que não viviam segundo a lei, bem como a todos
os gentios.
14.42 – Levantem-se e vamos! Tendo resolvido
cumprir a vontade do Pai, Jesus toma a iniciativa
de aproximar-se do grupo de pessoas que
vai prendê-lo. Esta atitude ilustra as palavras
do evangelho de João quando Jesus declarou,
“Ninguém a tira (minha vida) de mim; pelo
contrário, eu espontaneamente a dou” (Jó 10.18).
@central.online
Pergunta: Como você pode melhorar em sua
vida a aplicação do ensino de Jesus sobre vigiar e
orar? O que você pretende fazer para enfraquecer
sua carne e dar mais lugar ao Espírito?
Aplicação
Considerando o modelo de aprendizado
apresentado na introdução do livro, o que o
capítulo 10 – Getsêmani – pode nos revelar?
Discuta com a sua célula:
• Qual o principal ensino (E) do capítulo?
Qual a verdade que preciso aplicar em
minha vida?
• Qual a repreensão (R)? O que da minha
condição de vida atual está desalinhado com
a vontade de Deus?
• Quais as correções (C) de rumo? Quais as
instruções (I) e planos de ação preciso colocar
em prática? Quais as ferramentas e aptidões
(A) preciso desenvolver?
Encerramento e oração
Use as perguntas abaixo para nortear um tempo
de oração com os participantes da sua célula
(15 minutos):
• Qual é o seu Getsêmani no momento?
Com que decisão ou tentação está lutando?
• Você precisa de ajuda para conhecer a vontade
de Deus nesse assunto? Caso positivo, quem
você pode consultar?
• Ou será que você, como Jesus, conhece
a vontade de Deus, mas está lutando com
a ideia de obedecê-la?
#48
Lições de célula 23

A vida
de
Jesus

Capítulo 11–
Jesus diante de Pilatos
Outubro Semana 11 (02 a 07/10)

@central.online #49
Lições de célula 23
Capítulo 11 –
Jesus diante de Pilatos
Quebra-gelo
Questões para compartilhar (15 minutos):
• Você gosta de assistir a seriados e filmes
que envolvem julgamento das pessoas? Se
sim, qual chama mais a sua atenção?
• Qual é o sentimento gerado em você quando
alguém, que diante a lei merece ser punido, não é?
E ao contrário, quando alguém é inocente e acaba
condenado, o que isso gera no seu coração?
Introdução
Nessa seção do texto podemos
observar um episódio emblemático de todo
processo que envolve a expiação de Cristo por
nossos pecados. Seu julgamento é recheado de
nuances que testificam as palavras do profeta
Isaías: “Ele foi oprimido e afligido; e, contudo, não
abriu a sua boca; como um cordeiro, foi levado
para o matadouro; e, como uma ovelha que
diante de seus tosquiadores fica calada, ele
não abriu a sua boca. Com julgamento opressivo
ele foi levado.” – Isaías 53.7-8. Jesus é levado
diante do Sinédrio (Tribunal judeu composto
por 71 homens) e foi considerado culpado por
cometer blasfêmia (Difamação do caráter de
Deus), um crime em que sua sentença era
morte, conforme a tradição judaica.
Todavia, como os judeus estavam sob tutela do
Império Romano, a autoridade para sentenciar
alguém de morte havia sido removida e apenas
Roma podia fazer isso. Então, Jesus é levado
como um messias militante que sempre recusou
ser, e é acolhido por Pilatos como rebelde, que
ao longo do julgamento percebe que Jesus, na
verdade, era vítima de uma injustiça cometida pelo
seu próprio povo, que ele insistia em defender.
Pejorativamente, os fariseus apelidam Jesus
como rei dos judeus, título questionado e depois
profeticamente afirmado por Pilatos, que naquele
momento, achava ao menos contraditório, Jesus
morrer por um povo que o rejeitava.
@central.online
Leitura Bíblica – Marcos 15.1-20:
De manhã bem cedo, os chefes dos sacerdotes
com os líderes religiosos, os mestres da lei e todo
o Sinédrio chegaram a uma decisão. Amarrando
Jesus, levaram-no e o entregaram a Pilatos.
“Você é o rei dos judeus? ”, perguntou Pilatos.
“Tu o dizes”, respondeu Jesus. Os chefes dos
sacerdotes o acusavam de muitas coisas. Então
Pilatos lhe perguntou novamente: “Você não
vai responder? Veja de quantas coisas o estão
acusando”. Mas Jesus não respondeu nada, e
Pilatos ficou impressionado.
Por ocasião da festa, era costume soltar um
prisioneiro que o povo pedisse. Um homem
chamado Barrabás estava na prisão com os
rebeldes que haviam cometido assassinato
durante uma rebelião. A multidão chegou e pediu
a Pilatos que lhe fizesse o que costumava fazer.
“Vocês querem que eu solte o rei dos judeus? ”,
perguntou Pilatos, sabendo que fora por inveja que
os chefes dos sacerdotes lhe haviam entregado
Jesus. Mas os chefes dos sacerdotes incitaram a
multidão a pedir que Pilatos, ao contrário, soltasse
Barrabás. “Então, que farei com aquele a quem
vocês chamam rei dos judeus? ”, perguntou-lhes
Pilatos. “Crucifica-o! ”, gritaram eles. “Por quê?
Que crime ele cometeu? ”, perguntou Pilatos.
Mas eles gritavam ainda mais: “Crucifica-o!”
Desejando agradar a multidão, Pilatos soltou-lhes
Barrabás, mandou açoitar Jesus e o entregou para
ser crucificado. Os soldados levaram Jesus para
dentro do palácio, isto é, ao Pretório, e reuniram
toda a tropa. Vestiram-no com um manto de
púrpura, depois fizeram uma coroa de espinhos
e a colocaram nele. E começaram a saudá-lo:
“Salve, rei dos judeus!” Batiam-lhe na cabeça com
uma vara e cuspiam nele. Ajoelhavam-se e lhe
prestavam adoração. Depois de terem zombado
dele, tiraram-lhe o manto de púrpura e vestiram-
lhe suas próprias roupas. Então o levaram para
fora, a fim de crucificá-lo.
Destaques
15.1 – De manhã bem cedo. O julgamento
começou ao raiar do dia. Isto tornou necessário
que o Sinédrio se reunisse numa sessão noturna
#50
Lições de célula 23
a fim de preparar seu caso contra Jesus. Eles
estavam ansiosos para obter uma condenação
rápida, antes que os seguidores de Jesus
descobrissem o que estava acontecendo. Uma
corte romana podia considerar a blasfêmia como
uma simples questão de escrúpulos religiosos
dos judeus e não um crime que exigisse a pena
capital. A decisão do Sinédrio, ao apresentar o
caso a Pilatos, foi acusar Jesus de traição a César.
Pilatos – Pôncio Pilatos era o quinto procurador
da Judeia. Ele serviu de 26-36 A.D. Provavelmente
ele estava em Jerusalém para fazer cumprir
as leis romanas durante a grande reunião de
peregrinos que se juntavam na cidade para
festejar a Páscoa. Durante as festas, a presença
romana se tornava muito visível, a fim de
desencorajar qualquer tentativa de insurreição.
15.2-5 – Marcos descreve brevemente
o interrogatório de Jesus por Pilatos.
O julgamento romano consistia na
acusação seguida de um exame do réu
por um magistrado. Uma vez tomada uma
decisão, ela era imediatamente executada.
Tu o dizes – Da mesma forma que aceita o
título de “Cristo, o Filho de Deus Bendito” em
Marcos 14:61-62, Jesus com essa afirmação
aceita o título sobre Ele, mas, ao mesmo
tempo, joga a responsabilidade de afirmação
para Pilatos. Essa declaração enigmática tem
total sentido de cumprimento profético nas
escrituras e de fato condiz com a identidade
messiânica de Cristo. Mas tanto Pilatos, quanto
os fariseus, não faziam ideia daquilo que
estavam dizendo, quando afirmaram isso.
Pergunta: Por que Jesus ficou calado e optou por
não se defender durante o seu julgamento?
15.3 – Veja de quantas coisas o estão acusando.
Mas Jesus não respondeu nada, e Pilatos
ficou impressionado. (v.3-4): Jesus foi acusado
de muitas coisas pelo sinédrio, por exemplo:
insurreição contra Roma por admitir ser Rei, não
pagamento de impostos e com isso se opor
fortemente ao império. Mas quando está diante
do governador romano, Jesus em momento algum
procura se defender, muito pelo contrário. Como
predito pelo profeta Isaías: Ele foi como ovelha
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muda (Is 53:7), para o matadouro. A confiança
de Cristo na soberana vontade do Pai, que já
havia escrito aquilo como necessário no plano
de rasgar o véu do templo (Mc 15:38) e nos dar
acesso a Deus, de perdoar nossas ofensas, e
cancelar nossa escrita de dívidas que nos era
contrária (Cl 2:14) é inabalável. Jesus em momento
algum titubeia ou esboça reação. Ele sabia que
teria que viver aquilo e confiar plenamente nos
planos e na vontade do Pai para a vida dele.
15.6-15 – O verdadeiro motivo. Nessa altura da
história, após conversar com Jesus e o mesmo
permanecer em silêncio de todas as acusações,
Pilatos percebe o real motivo pelo qual os fariseus
haviam trazido Jesus a Ele (v. 10). Não era por
Jesus ser rival de César ou apresentar-se como
uma ameaça a Roma. Pela leitura do texto bíblico,
fica evidente que a inveja dos fariseus motivou
toda essa história. Percebendo isso, Pilatos tenta
de alguma forma dissuadir o povo para liberar
Jesus, com uma proposta: trocar Jesus por
Barrabás, pois não enxerga motivo algum
para condenar a Cristo.
Pergunta: Por que Pilatos hesitou em condenar
Jesus e tentou dissuadir a multidão a soltá-lo em
troca da vida de Barrabás?
15.7 – Barrabás. A Bíblia não menciona
muito acerca da pessoa de Barrabás, mas
provavelmente era participante de uma
revolução fracassada contra Roma. O que mais
chama atenção é no significado de seu nome:
“Filho do pai”, que evidentemente faz uma alusão
a primária identidade de Jesus, ou seja: O povo
está condenando o verdadeiro Filho do Pai, mas,
ao mesmo tempo, libertando o “filho do pai”
que era Barrabás.
15.8 – Multidão. A multidão se ajuntou
provavelmente por conta de Barrabás, já que
o julgamento de Jesus tinha sido realizado
secretamente de madrugada e que os seguidores
mais íntimos de Cristo haviam fugido intimidados.
Incitada pelas autoridades judaicas, a multidão
decide condenar Jesus e soltar Barrabás.
15.9 – Rei dos Judeus. Algo que começou como
uma zombaria das autoridades judaicas em
relação à posição de Jesus. Pilatos quer soltá-lo,
#51
Lições de célula 23
pois não vê ameaça e minimiza a importância e o
efeito do povo judeu em relação à Roma.
15.13 – Crucifica-o. A crucificação era a forma de
morte mais temida no primeiro século. E esse grito
irrompe a multidão, premeditando e confirmando
novamente o profeta Isaías sobre os sofrimentos
que O Servo do Senhor viveria, para que em
nosso lugar fosse feita expiação pelo nosso
pecado.
15.14 – Que crime ele cometeu? Marcos sublinha
assim a ideia de que Jesus era inocente de todas
as acusações feitas contra Ele. Um inocente
condenado para pagar a culpa de outras pessoas.
Foi exatamente o que Jesus foi fazer na cruz do
calvário:
Pois que vantagem há em suportar açoites
recebidos por terem cometido o mal? Mas se
vocês suportam o sofrimento por terem feito
o bem, isso é louvável diante de Deus. Para
isso vocês foram chamados, pois também
Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes
exemplo, para que sigam os seus passos. “Ele não
cometeu pecado algum, e nenhum engano foi
encontrado em sua boca”. Quando insultado, não
revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas
entregava-se àquele que julga com justiça. Ele
mesmo levou em seu corpo os nossos pecados
sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para
os pecados e vivêssemos para a justiça; por
suas feridas vocês foram curados. Pois vocês
eram como ovelhas desgarradas, mas agora se
converteram ao Pastor e Bispo de suas almas.
1 Pedro 2:20-25
15.15 – Açoitar. Este era um castigo terrível,
em que era usado um chicote de couro com
pedaços de ossos e/ou chumbo amarrados na
ponta. O prisioneiro ficava amarrado e nu. Jesus
é açoitado por uma quantidade muito grande
de soldados que zombam do mesmo, dizendo:
“Salve, Rei dos Judeus”, obviamente uma alusão
ao dizer: “Salve, César”. Vestem Jesus de púrpura
(Cor da realeza), açoitam e o espancam, levando o
mesmo ao escárnio e desprezo.
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Conclusão
Estes pontos importantes destacados
do texto, nos fazem refletir a respeito da postura
de Jesus em relação às acusações e à soberana
vontade de Deus já premeditada antes mesmo
donascimento de Jesus. Por isso, vamos discutir
as questões abaixo para aplicação nas
nossas vidas:
1. Jesus foi acusado de um crime que não
cometeu, de algo que não fez e muito menos teve
a intenção de fazer. Mas sua postura diante disso
tudo foi o silêncio e a confiança nos planos do Pai.
Como você reagiria em uma situação como essa?
2. Jesus poderia ter se defendido diante de
Pilatos, que até tinha a intenção de soltá-lo. Mas a
vontade soberana de Deus já tinha escrito aquele
caminho, pois Deus sabe de todas as coisas. Você
consegue confiar na vontade soberana de Deus?
Ou por ansiedade, acaba tomando decisões que
consequentemente te atrapalham no futuro?
Aplicação
Considerando o modelo de aprendizado
apresentado na introdução do livro, o que o
capítulo 11 – Jesus diante de Pilatos – pode nos
revelar? Discuta com a sua célula:
• Qual o principal ensino (E) do capítulo? Qual a
verdade que preciso aplicar em minha vida?
• Qual a repreensão (R)? O que da minha
condição de vida atual está desalinhado com
a vontade de Deus?
• Quais as correções (C) de rumo? Quais as
instruções (I) e planos de ação preciso colocar
em prática? Quais as ferramentas e aptidões
(A) preciso desenvolver?
#52
Lições de célula 23

Encerramento e oração

Use as perguntas abaixo para nortear um tempo

de oração com os participantes da sua célula
(15 minutos):

• Jesus não desistiu de suas convicções e do

propósito de Deus, mesmo sendo pressionado
de todas as formas. Qual é a sua atitude hoje em
um mundo que nos pressiona de todos os lados
a aceitar de forma passiva as imposições do reino
das trevas? Escolhe conciliar para ter “paz” com
o mundo, ou defender e viver os valores do Reino
de Deus, mesmo que isso te leve a tribunais por
falsas acusações?

• Como você lida com a zombaria e perseguição

por ser de Jesus? Isso te ofende? O que gera
em seu coração?

@central.online #53
Lições de célula 23

A vida
de
Jesus.

Capítulo 12–
A crucificação
Outubro Semana 12 (09 a 14/9)

@central.online #54
Lições de célula 23
Capítulo 12 –
A crucificação
Quebra-gelo
Separar o trecho da crucificação do
filme “A Paixão de Cristo”, neste link:
https://www.youtube.com/watch?v=iIg_gf8-1Ok
• O que você sente quando assiste a
um filme que não tem final feliz?
• O que você sente (ou pensa) quando
falam sobre a crucificação de Jesus?
Introdução
Após o julgamento de Pilatos, Jesus é novamente
açoitado pelos soldados romanos antes de o
levaram para ser crucificado. É maravilhoso e,
a o mesmo tempo, divino enxergar todas as
profecias a respeito da morte de Cristo se
cumprindo exatamente da forma que foram
proclamadas. Nesta seção podemos contemplar
o Filho do Homem, o Autor da Vida, o Verbo
encarnado, o Pão do Céu dar de forma voluntária
a sua vida em resgate de muitos. Aqui, a história
da morte da Jesus, é repleta de alusões a Salmos
22 e Isaías 53, revelando para nós, muito mais
do que um relato contado da crucificação, mas
todo significado por trás do que é o maior evento
mencionado das escrituras.
Leitura Bíblica – Marcos 15.22-41:
Levaram Jesus ao lugar chamado Gólgota,
que quer dizer lugar da Caveira. Então lhe
deram vinho misturado com mirra, mas ele não
o bebeu. E o crucificaram. Dividindo as roupas
dele, tiraram sortes para saber com o que
cada um iria ficar. Eram nove horas da manhã
quando o crucificaram. E assim estava escrito na
acusação contra ele: O REI DOS JUDEUS. Com ele
crucificaram dois ladrões, um à sua direita e outro
à sua esquerda, e cumpriu-se a Escritura que diz:
“Ele foi contado entre os transgressores”.
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Os que passavam lançavam-lhe insultos,
balançando a cabeça e dizendo: “Ora, você que
destrói o templo e o reedifica em três dias, desça
da cruz e salve-se a si mesmo!” Da mesma forma,
os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei
zombavam dele entre si, dizendo: “Salvou os
outros, mas não é capaz de salvar a si mesmo! O
Cristo, o Rei de Israel… Desça da cruz, para que o
vejamos e creiamos!” Os que foram crucificados
com ele também o insultavam. E houve trevas
sobre toda a terra, do meio-dia às três horas da
tarde. Por volta das três horas da tarde, Jesus
bradou em alta voz: “Eloí, Eloí, lamá sabactâni?”,
que significa “Meu Deus! Meu Deus! Por que me
abandonaste?” Quando alguns dos que estavam
presentes ouviram isso, disseram: “Ouçam! Ele
está chamando Elias”.
Um deles correu, embebeu uma esponja em
vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e deu-a
a Jesus para beber. E disse: “Deixem-no. Vejamos
se Elias vem tirá-lo daí”. Mas Jesus, com um alto
brado, expirou. E o véu do santuário rasgou-se em
duas partes, de alto a baixo. Quando o centurião
que estava em frente de Jesus ouviu o seu brado
e viu como ele morreu, disse: “Realmente este
homem era o Filho de Deus!” Algumas mulheres
estavam observando de longe. Entre elas estavam
Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago,
o mais jovem, e de José. Na Galileia elas tinham
seguido e servido a Jesus. Muitas outras mulheres
que tinham subido com ele para Jerusalém
também estavam ali.
Destaques
15.22 – Gólgota. Palavra aramaica para “caveira”.
Está era provavelmente uma pequena colina
sem vegetação, próxima a Jerusalém.
15.23 – Vinho misturado com óleo. Era um
narcótico primitivo que tinha uma função de
amortecer a dor dos prisioneiros que seriam
crucificados. A profecia de Salmos 69.21
se cumpre: Puseram fel na minha comida e
para matar-me a sede deram-me vinagre.
#55
Lições de célula 23
15.24 – E o crucificaram. Josefo, famoso
historiador do primeiro século, chama a
crucificação de “o método mais perverso de
morte”. O indivíduo a ser crucificado era primeiro
despido; em seguida suas mãos eram pregadas
ao braço horizontal da cruz; posteriormente os
pés eram pregados. A morte era um processo
lento, doloroso e agonizante, que ocorria
por meio de choque, sufocamento e perda
de sangue. É nítido ver que Cristo está
sendo submetido ao maior tipo de
humilhação e desgaste que qualquer
ser humano poderia suportar.
Dividindo as roupas dele. Esse registro mostra
mais uma profecia messiânica cumprida por
Jesus: Dividiram as minhas roupas entre si, e
tiraram sortes pelas minhas vestes.
Salmos 22.18.
15.27 – Dois ladrões. Novamente podemos ver
as escrituras se cumprindo: e Ele foi contado
com os transgressores. Isaías 53:12. Mais uma
vez Cristo cumpre em si mesmo todo o castigo
e expiação divina por conta do pecado da
humanidade. É interessante observar que esses
dois ladrões, a princípio, estavam sendo acusados
do mesmo crime de Barrabás (Insurreição
contra Roma). Podemos ver duas posturas bem
nítidas acerca de dos ladrões: um deles adotada
uma postura de rebelião contra Cristo fazendo
parte dos insultos que a multidão proferia a Ele,
desacreditando a inocência do Messias, esse
ladrão destina seus últimos momentos de vida
a insultar Jesus. Enquanto isso, o outro ladrão,
é tomado de uma postura de reconhecimento
da divindade de Cristo e do seu poder para
perdoar pecados. Então proclama a mais
impactante das frases: Senhor, peço que te
lembre de mim, quando entrares no teu reino
(LC 23:42-43) e recebe de Cristo consolo e
salvação nos últimos momentos da vida.
Pergunta: Jesus, no Gólgota, é crucificado com
outros dois ladrões. Um deles teve uma postura de
arrependimento e outro de rebeldia contra Jesus.
Um deles declarou plena confiança de que Jesus
era de fato Deus, e foi salvo naquele momento.
Outro, aumentou o coro dos insultos da multidão
contra Cristo. Qual sua postura diante de Jesus?
Você quer se arrepender diante de Cristo pelos
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seus pecados?
15.31 – Salvou os outros, mas não é capaz
de salvar a si mesmo. Esses insultos eram
direcionados a Cristo pendurado no madeiro.
Interessante observar aqui, é que a palavra
insultar, tem a mesma equivalência a blasfemar.
Portanto, aqueles que blasfemavam contra
Cristo, eram culpados da mesma acusação
que o Sinédrio condenou Jesus. Cumprindo
as escrituras descritas no Salmo 22:7-8, Jesus
aqui é escarnecido pela comunidade, indo
até o mais sórdido abismo para salvar
a humanidade.
15.34 – Meu Deus, Meu Deus, por que tu me
abandonaste? Esse talvez seja o ponto ápice
da crucificação. Cristo nitidamente sente falta
de algo: a presença de seu Pai. A presença que
o acompanhou por toda a vida, pela primeira vez,
estava longe dEle. Isso obviamente acontece,
porque Deus o Pai não poderia de forma alguma
coabitar com o pecado, posto sobre os ombros
de seu filho em favor da humanidade. Aqui vemos
pela primeira vez na história, a trindade desfeita
em favor do destino eterno dos homens. De
todos os momentos da crucificação, esse era
o mais “temido” por Cristo. Ficar longe de seu
Pai, nem que fosse por um momento, já era o
pior dos castigos que ele poderia sofrer. Jesus
se viu abandonado por Deus na cruz. Ele se fez
abandono em nosso lugar para que nunca mais
fossemos abandonados. Foi rejeitado para que
nenhum de nós seja mais rejeitado.
Pergunta: Você se sente sozinho? Se sente
abandonado por Deus ou pelas pessoas?
15.39 – Filho de Deus. Após sua morte, um
centurião que estava a sua frente, faz uma
confissão profética de fé: “Verdadeiramente
esse homem era o Filho de Deus” (Mc 15:39).
Reconhecido a filiação divina de Cristo mediante
a postura de Cristo durante toda crucificação
e também sobre a revelação de Deus através
da sua morte.
O véu do santuário – Essa cortina separava o
Lugar Mais Santo (onde só o Sumo Sacerdote
podia entrar uma vez por ano no dia da expiação)
do resto do templo. Este véu do templo
#56
Lições de célula 23

representava a barreira que havia entre o povo e Aplicação

Deus. O fato de ter se rasgado simboliza o livre
acesso a Deus. Este acesso se tornou possível Considerando o modelo de aprendizado
pela expiação dos pecados feita por Jesus na apresentado na introdução do livro, o que o
cruz (Hb 6:19-20; 9:3; 10:19-22). Note que o véu capítulo 12 – A Crucificação – pode nos revelar?
se rasgou de alto a baixo, como uma iniciativa do Discuta com a sua célula:
próprio Deus que estava abrindo acesso à sua
presença por meio do sangue de Jesus. • Qual o principal ensino (E) do capítulo? Qual
a verdade que preciso aplicar em minha vida?
Pergunta: O que significa o véu da cortina do
templo ter se rasgado? Qual é a relevância para • Qual a repreensão (R)? O que da minha
nós hoje ter livre acesso até Deus? Você vive condição de vida atual está desalinhado com a
como alguém que tem livre acesso a Deus? vontade de Deus?
Conclusão
• Quais as correções (C) de rumo? Quais as
instruções (I) e planos de ação preciso colocar
“O pecado como rebelião da vontade expressou-
em prática? Quais as ferramentas e aptidões
se finalmente no assassinato do Rei ungido por
(A) preciso desenvolver?
Deus. O pecado como uma emoção aviltada,
expressou-se mais plenamente na crueldade
Encerramento e oração
aperfeiçoada e na brutalidade maliciosa de
todo o processo pelo qual Cristo foi preso
Use os tópicos abaixo para nortear um tempo de
e banido. O pecado como inteligência
oração com os participantes da sua célula
obscurecida expressou-se principalmente
(15 minutos):
quando não encontrou espaço em seus
conselhos para a Voz, que só ela era a da
• Primeiramente orem reconhecendo, com o
perfeita sabedoria.
coração grato, o sacrifício realizado por Jesus
na cruz pelos nossos pecados.
Qual foi então o fim do pecado como expresso
na Cruz? A rejeição do Rei, a destruição do
• Agora convide aqueles que ainda não se
Sacerdote e o silêncio do Profeta. O exercício
posicionaram em relação a Jesus, conduza
da autoridade não deve ser permitido, portanto,
os participantes em uma oração onde eles
o pecado assassinou o Rei. A volta do homem
entregarão suas vidas a Cristo.
para Deus deve ser impedida, portanto, o grande
Sumo Sacerdote deve ser recusado. O brilho da
• Ore também por aqueles que se sentem
luz na escuridão, tão amada pelo pecado, não
abandonados ou rejeitados, para que eles
deve ser permitido; portanto, a voz do Profeta foi
sejam batizados pelo amor Deus.
silenciada.” Trecho do Livro: As Crises de Cristo
(G. Campbell Morgan)

@central.online #57
Lições de célula 23

A vida
de
Jesus

Capítulo 13–
A ressurreição
Outubro Semana 13 (16 a 21/10)

@central.online #58
Lições de célula 23
Capítulo 13 –
A ressurreição
Quebra-gelo
Questões para compartilhar (15 minutos):
• Como você se sente ao ir ao velório
de alguém que amava muito?
• O você considera de singular importância
um ser humano realizar na vida?
Introdução
A história de Jesus não termina com a sua morte,
mas com a sua ressurreição! Neste capítulo, o
discípulo Mateus relata as últimas palavras e
momentos de Cristo fisicamente presente com
os seus. A ressurreição retratada aqui, que é a
base sólida da nossa esperança e fé (1 Cor 15),
é descrita de forma evidente e as tentativas dos
fariseus de esconder ou distorcer esses fatos
também. Juntamente com esse que é o evento
impar no cristianismo, Jesus aqui comissiona o
Reino de Deus na terra. Em uma conversa íntima
com os 11 discípulos restantes, Jesus proclama
aquilo que ele desejava daqueles que fossem
atraídos até Ele e desejassem viver como Ele
viveu. Estava inaugurado o propósito daqueles
que foram feitos filhos de Deus, mediante a fé
em Jesus Cristo.
Leitura Bíblica – Marcos 15.22-41:
Depois do sábado, tendo começado o primeiro dia
da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram
ver o sepulcro. E eis que sobreveio um grande
terremoto, pois um anjo do Senhor desceu do céu
e, chegando ao sepulcro, rolou a pedra da entrada
e assentou-se sobre ela. Sua aparência era como
um relâmpago, e suas vestes eram brancas como
a neve. Os guardas tremeram de medo e ficaram
como mortos. O anjo disse às mulheres: “Não
tenham medo! Sei que vocês estão procurando
Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui;
ressuscitou, como tinha dito. Venham ver o lugar
onde ele jazia. Vão depressa e digam aos d
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iscípulos dele: ‘Ele ressuscitou dentre os mortos
e está indo adiante de vocês para a Galileia. Lá
vocês o verão’. Notem que eu já os avisei”.
As mulheres saíram depressa do sepulcro,
amedrontadas e cheias de alegria, e foram
correndo anunciá-lo aos discípulos de Jesus. De
repente, Jesus as encontrou e disse: “Salve! “ Elas
se aproximaram dele, abraçaram-lhe os pés e o
adoraram. Então Jesus lhes disse: “Não tenham
medo. Vão dizer a meus irmãos que se dirijam
para a Galileia; lá eles me verão”.
Enquanto as mulheres estavam a caminho,
alguns dos guardas dirigiram-se à cidade e
contaram aos chefes dos sacerdotes tudo o
que havia acontecido. Quando os chefes dos
sacerdotes se reuniram com os líderes religiosos,
elaboraram um plano. Deram aos soldados grande
soma de dinheiro, dizendo-lhes: “Vocês devem
declarar o seguinte: ‘Os discípulos dele vieram
durante a noite e furtaram o corpo, enquanto
estávamos dormindo’. Se isso chegar aos ouvidos
do governador, nós lhe daremos explicações e
livraremos vocês de qualquer problema”. Assim,
os soldados receberam o dinheiro e fizeram como
tinham sido instruídos. E esta versão se divulgou
entre os judeus até o dia de hoje.
Os onze discípulos foram para a Galileia, para o
monte que Jesus lhes indicara. Quando o viram
o adoraram; mas alguns duvidaram. Então, Jesus
aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda
a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e
façam discípulos de todas as nações, batizando-
os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes
ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até
o fim dos tempos”.
Destaques
28.1 – Tendo começado o primeiro dia
da semana. As mulheres levaram óleos
aromáticos para ungir o corpo; era uma forma
de honrar semelhante ao nosso costume de
levar flores. Elas certamente não esperavam
que Jesus tivesse ressurgido dos mortos,
pois ficaram espantadas com o que viram.
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Lições de célula 23

28.2 – Removendo a pedra.

Primeiramente, um grande terremoto acontece,
devido ao fato de um anjo do Senhor descer do
céu e remover a pedra pesada do sepulcro.
Seu semblante denunciava sua procedência
celestial. Os guardas caíram como mortos.
Essa sequência de fatos, um tanto inusitada,
é vista por duas mulheres. Os antigos não viam
as mulheres como dignas de confiança, um
escritor que elaborasse um relato destinado
a convencer as pessoas dos fatos ocorridos,
não teria relato que as primeiras a ver foram
duas mulheres. Mas, destinados a manter
a fidelidade dos relatos, Mateus descreve
exatamente: Quem, como, quando e onde.

Pergunta: Que cena impressionante! Como você

reagiria se tivesse estado lá? Jesus disse a Tomé:
“Porque me viu, você creu? Felizes os que não
viram e creram” (Jo 20.29). Você é uma pessoa
bem-aventurada porque crê ou continua preso
à incredulidade?

28.4 – Não tenhais medo. Maria e Maria

Madalena, apesar de tudo que havia acontecido,
voltam ao túmulo de Jesus. Enquanto os outros
discípulos estavam espalhados por toda parte,
com medo ou sem esperança, essas duas
mulheres se colocam à porta do túmulo, como
amigas fiéis e leais de Jesus, estando ao seu
lado em todos os momentos da vida. O medo é
uma resposta apropriada à glória de Deus e dos
seus seres celestiais. E a resposta do anjo é uma
resposta de graça, comumente dada por anjos
às pessoas a quem foram enviados (Dn 10.12;
Lc 1.12,30). O anjo diz que não há necessidade
de medo, Jesus havia ressuscitado como disse
várias vezes. Toda sua roupa e bandagem estava
arrumada sobre onde foi colocado, pois seu
corpo não havia sido roubado e de forma alguma
havia sido saqueado por alguém, mais o Rei
despertou da morte e saiu do gloriosamente vivo
do sepulcro.

@central.online #60