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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

CAMPUS TORRES
CURSO DE DIREITO – BACHARELADO

Prof.ª SÉRGIO ROBERTO DE ABREU

CAROLINI MARTINS SCHEFER


HÉRIKA VIEIRA MESSAGGIO
JAIME CARLOS DE OLIVEIRA
KETLIN CIESLIK DA SILVA

Artigo: “Ilha dos Lobos, embate entre a conservação e a exploração dos


recursos naturais”

TORRES
17.05.2023
Ilha dos Lobos, embate entre a conservação e a exploração dos recursos
naturais

O trabalho elaborado a baixo visa trazer os pontos positivos e negativos


da conservação e exploração desta unidade de conservação. A Ilha dos Lobos
consiste em uma área de preservação da fauna marinha localizada no oceano
atlântico, próximo à foz do rio Mampituba, cerca de 1,8 km da praia de torres,
tem uma área total de 142 ha e profundidade média de 15 à 20 m.

O motivo que impulsionou o trabalho acadêmico foi o fato de a área ser


um ponto turístico da cidade de Torres - RS, gerando uma curiosidade em saber
como esta área está sendo conservada, e quais dispositivos estão sendo
utilizados para a proteção ambiental.

O Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos (REVIS Ilha dos Lobos), é
uma Unidade de Conservação (UC) federal, é gerida pelo Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), que é uma autarquia em regime
especial, que foi criada pela Lei № 11.516, em 28/08/2007, e integra o Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), e vinculado ao Ministério do Meio
Ambiente (MMA).
FONTE: SITE DA PREFEITURA MUNICIPAL DE TORRES

É uma área protegida que foi criada, inicialmente, como uma Reserva
Ecológica em 04 de julho de 1983. Porém, com a instituição do Sistema Nacional
de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), no ano de 2005 houve sua
recategorização para Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos e seus limites
foram ampliados para a zona marinha adjacente num raio aproximado de 500 m,
passando dos 1,69 ha originais aos atuais 142,39 há.

Ao longo deste tempo, o REVIS Ilha dos Lobos passou pela gestão de
três diferentes órgãos ambientais: de 1983 a 1989 pela Secretaria Especial de
Meio Ambiente (SEMA), de 1989 a 2007 pelo Instituto Brasileiro do Meio
ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), e desde 2007, pelo
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO).

Está localizada no litoral norte do Rio Grande do Sul, próxima à costa do


município de Torres e da foz do rio Mampituba, o qual faz limite com a cidade de
Passo de Torres, no estado de Santa Catarina. A distância do continente ao
polígono que delimita a UC é de cerca de 1 km e a distância do continente ao
afloramento é de 1,7 km aproximadamente. A Ilha dos Lobos é a única ilha
costeira ao longo de toda planície costeira do Rio Grande do Sul. A ilha em si
possui composição basáltica e relevo baixo com não mais que 2 metros acima
do nível do mar. Está situada na faixa batimétrica de 0 a 10 metros, com a
presença de sedimento de fundo composto de areia e areia fina. Assim sendo,
devido às próprias características da UC, não existem ocupações, propriedades
ou processos de regularização fundiária no Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos
Lobos.
IMAGEM AÉREA DA ILHA DOS LOBOS

O objetivo principal da criação da UC, foram o lobo-marinho-sul-


americano (Arctocephalus australis) e leão-marinho-sul-americano (Otaria
flavescens), e a proteção do ambiente natural, onde se asseguram condições
para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da
fauna residente ou migratória. De acordo com o decreto de 04 de julho de 2005
o Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos tem como objetivo preservar os
ecossistemas naturais existentes, possibilitando a realização de pesquisas
científicas e o desenvolvimento de atividades controladas de educação
ambiental, recreação e turismo ecológico.

É um refúgio para diversas espécies, sendo que os principais animais que


frequentam a ilha são os pinípedes (focas, lobos e leões-marinhos)
especialmente o leão-marinho-do-sul (Otaria flavescens) e o lobo-marinho-do-
sul (Arctocephalus australis). A maior concentração destes animais na ilha
ocorre no período de inverno, e o local é utilizado por eles para descanso e
alimentação. Os animais são provenientes das colônias reprodutivas no Uruguai
e se deslocam todos os anos até o litoral do RS. Para o leão-marinho-do-sul, a
Ilha dos Lobos é o seu ponto mais ao Norte de ocorrência na costa brasileira.
Além dos pinípedes, a ilha também abriga uma diversidade de aves marinhas e
costeiras. Um levantamento prévio já identificou 32 espécies de aves na ilha e
no seu entorno, inclusive espécies ameaçadas, como o trinta-réis-de-bico-
vermelho (Sterna hirundinacea) e o trinta-réis-real (Thalasseus maximus). Além
das aves, algumas das espécies de peixes que ocorrem no local também
encontram-se ameaçadas de extinção como o burriquete ou miraguaia
(Pogonias cromis), a garoupa (Epinephelus marginatus), o bagre-branco
(Genidens barbus) e o cação-mangona (Carcharias taurus).”. Outras espécies
como a baleia-franca- austral, a toninha, o boto-nariz-de garrafa, a tartaruga-
verde, o piru-piru e os trinta-réis dependem da conectividade que a ilha
estabelece com outros ambientes do entorno, tornando esse local singular na
região sul do Brasil.

O REVIS Ilha dos Lobos articula-se com um mosaico de áreas protegidas


marinhas e costeiras, que garantem interações ecológicas e sustentabilidade
regional. Além disso, a ilha é um testemunho geológico reconhecido como
primeiro geossítio marinho da América Latina, com relevância nacional no
Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul, e área núcleo da Reserva da Biosfera
da Mata Atlântica, ambos chancelados pela UNESCO. E protege o único
ambiente natural do Brasil onde é historicamente recorrente avistar grandes
grupos de lobos e leões-marinhos no inverno, também propicia, em condições
específicas, a formação de ondas gigantes cobiçadas por surfistas indicando
potenciais oportunidades de visitação, turismo ecológico e educação ambiental.

A notícia da maior onda do Brasil gerou preocupação e polêmica sobre o


impacto ambiental do fenômeno, que ocorre apenas no entorno ou dentro da
Reserva Ecológica Ilha dos Lobos, a menor do Brasil. A aposta tem sido no facto
de o surf na ilha sempre ter sido feito a reboque nos dias de grande ondulação,
apenas conseguem ir afundou com o ajuda de jet-ski, e o seu impacto ambiental
é óbvio: o veículo descarta combustível e/ou óleo no mar, gera um cheiro forte e
pode destruir ovas de peixe pela água em movimento, sem contar a poluição
sonora e o impacto do risco de colisões na água, esses fatores foram
aumentando na Ilha dos Lobos.

A conservação do meio ambiente na Ilha dos Lobos e seus arredores é


ou foi diretamente ameaçada pela mariscagem, pesca, incursões de barcos
turísticos e poluição marinha. Os pescadores que caçam leões-marinhos fazem
parte da história da ilha. Os trabalhadores estão tentando evitar prejuízos
causados por danos às redes de pesca causados por animais que os perseguem
para encontrar peixes na malha.
.

Decreto de 4 de julho de 2005:

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,


inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos artigos 13 e 55 da Lei
nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e no art. 40 do Decreto nº 4.340, de 22 de
agosto de 2002,
DECRETA:

Art. 1º Fica alterada a categoria da unidade de conservação Reserva


Ecológica Ilha dos Lobos, criada pelo Decreto nº 88.463, de 4 de julho de 1983,
para Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos, no litoral do Município de
Torres, Estado do Rio Grande do Sul, com o objetivo de preservar os
ecossistemas naturais existentes, possibilitando a realização de pesquisas
científicas e o desenvolvimento de atividades controladas de educação
ambiental, recreação e turismo ecológico.

Art. 2º O Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos tem os seguintes


limites, descritos a partir da Carta Náutica nº 1909, elaborada pela Diretoria de
Hidrografia e Navegação, do Centro de Hidrografia da Marinha: começa no ponto
de coordenadas geográficas aproximadas (c.g.a.) 49º 42’35,28" W e 29º
21’06,48" S (ponto 1); daí, segue por linhas retas, unindo os pontos de c.g.a. 49º
41’53,52" W e 29º 21’06,48" S (ponto 2), 49º 41’53,52" W e 29º 20’25,44" S
(ponto 3) e 49º 42’35,28" W e 29º 20’25,44" S (ponto 4); daí, segue até o ponto
inicial desta poligonal, fechando o perímetro e perfazendo uma área total
aproximada de cento e quarenta e dois hectares.

Parágrafo único. O subsolo integra os limites do Refúgio de Vida Silvestre


da Ilha dos Lobos, de que trata o caput deste artigo.

Art. 3º O Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos será administrado


pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
- IBAMA, que adotará as medidas necessárias para sua efetiva proteção e
implantação.

Art. 4º Fica estabelecido o prazo de cinco anos, a partir da publicação


deste Decreto, para a elaboração do Plano de Manejo do Refúgio de Vida
Silvestre da Ilha dos Lobos.

Art. 5º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6º Fica revogado o Decreto nº 88.463, de 4 de julho de 1983.


Como vimos anteriormente, a Ilha dos Lobos desde 2005 é uma reserva
ecológica de refúgio, assim sendo, as principais ideias de preservação no local
foram de proteger tanto a Ilha quanto os animais dali pertencentes.
A preservação do local engloba o monitoramento e controle dos lobos
marinhos e da biodiversidade de vida no local através do REVIS um programa
de monitoramento, neste programa foram detectadas 68 espécies diferentes que
vivem ou passam pela ilha anualmente.
A prioridade desde o início sempre foi o uso sustentável e preservação
integral do local e da vida ali contida. A ilha desde 1989 vem sendo monitorada
pelo Ibama e posteriormente pelo ICMBIO, atualmente, desde 2007, como
programa REVIS vem sendo cada vez mais fácil se fazer este controle e assim
preservar as espécies, uma vez que entendo o bioma local, se tem mais
informações de como cada ser vivo ali precisa para se reproduzir, se alimentar,
enfim, ter uma vida tranquila sem a intervenção humana.
Nenhum dos programas de preservação tem o intuito de interferir na vida
animal ali existente, somente de monitorar e preservar o local para que essa
intervenção não venha de terceiros mal intencionados, ou até mesmo sem
intenções ruins porém prejudiciais à vida destes animais.
Ademais, o REVIS nada mais é do que um mecanismo usado para
identificar quais animais, quantas espécies frequentam e vivem na reserva. Ao
longo do ano muitas espécies migratórias passam por ali além das que vivem no
local, como a ilha é uma reserva de refúgio este monitoramento é extremamente
importante para entender e preservar o local.
REFERÊNCIAS:

SITE PREFEITURA DE TORRES: https://torres.rs.gov.br/viva/ilha-dos-lobos.

SITE DO GOV:
https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/biodiversidade/unidade-de-
conservacao/unidades-de-biomas/marinho/lista-de-ucs/revis-da-ilha-dos-lobos.

https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/biodiversidade/unidade-de-
conservacao/unidades-de-biomas/marinho/lista-de-ucs/revis-da-ilha-dos-
lobos/arquivos/pm__ilha_dos_lobos_02-05-2023.pdf.

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