Introdução

1) O dízimo [‫ ]מַ עֲשֵׂ ר‬na Torá e suas aplicações

2) A importância da Tzedaká [‫]צדָ קָ ה‬ ְ
3) A B’rit Chadashá e o dízimo
4) O início da apostasia e a obrigatoriedade do dízimo
1) O dízimo [‫ ]מַ עֲשֵׂ ר‬na Torá
“E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas
mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo”. (Gênesis 14:20)

‫וַיִּ תֶּ ן־לֹו מַ עֲשֵׂ ר ִּמכֹּ ל‬

Gn 14:20

(Nachmanides - Gn 14:20): “Avraham não queria levar para si ‘nem mesmo

um fio ou uma tira de sandália’ (v.23), mas a parte para D’us ele separou,
para dar ao sacerdote”.
“Ele separou os dízimos de todas as suas posses,
como está dito: E deu-lhe a décima parte”.
(Gn 14:20)

(Midrash Tanchuma, Chayei Sara 4:5)

2) Qual a finalidade do dízimo?
Deuteronômio 14:22-27;29 (ARA): “Separem o dízimo de tudo o que a terra produzir anualmente. Comam
o dízimo do cereal, do vinho novo e do azeite, e a primeira cria de todos os seus rebanhos na presença do
Senhor, o seu Deus, no local que ele escolher como habitação do seu Nome, para que aprendam a temer
sempre o Senhor, o seu Deus. Mas, se o local for longe demais e vocês tiverem sido abençoados pelo
Senhor, pelo seu Deus, e não puderem carregar o dízimo, pois o local escolhido pelo Senhor para ali pôr o
seu Nome é longe demais, troquem o dízimo por prata, e levem a prata ao local que o Senhor, o seu Deus,
tiver escolhido. Com prata comprem o que quiserem: bois, ovelhas, vinho ou outra bebida fermentada, ou
qualquer outra coisa que desejarem. Então juntamente com suas famílias comam e alegrem-se ali, na
presença do Senhor, do seu Deus. E nunca se esqueçam dos levitas que vivem em suas cidades, pois eles
não possuem propriedade nem herança próprias. Ao final de cada três anos, tragam todos os dízimos da
colheita do terceiro ano e armazene-os em sua própria cidade, para que os levitas, que não possuem
propriedade nem herança, e os estrangeiros, os órfãos e as viúvas que vivem na sua cidade venham comer e
saciar-se, e para que o Senhor, o seu Deus, o abençoe em todo o trabalho das suas mãos”.
Deuteronômio 26:12: Quando tiverem separado o dízimo de tudo
quanto produziram no terceiro ano, o ano do dízimo, entreguem-no
ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que possam comer
até saciar-se nas cidades de vocês.
Deuteronômio 26:13: Depois digam ao Senhor, ao seu Deus: “Retirei
da minha casa a porção sagrada e dei-a ao levita, ao estrangeiro, ao
órfão e à viúva, de acordo com tudo o que ordenaste. Não me afastei
dos teus mandamentos nem esqueci nenhum deles”.
1) O DÍZIMO DEVE SER APLICADO EM NOSSOS DIAS?
(Maimonides, Laws of Terumah 1:21; Shulchan Aruch Yoreh Deah 331:2):
“Nesta era, mesmo em um lugar onde os judeus ascendendo da Diáspora
adquiriram a presunção de propriedade, e mesmo nos dias de Esdras (o
Escriba), não há obrigação pentateucal de dádivas sacerdotais e dízimos;
antes, existe uma obrigação rabínica, visto que o versículo diz: ‘Quando
vocês vierem...’, implicando quando todos vocês irão ascender à terra, e não
uma Aliá parcial, como havia nos dias de Esdras”.
O dízimo em sua plenitude, não é e nem deve ser
observado em nossos dias. Não obstante, Chazal
(nossos sábios de abençoada memória), instituíram
leis relacionadas ao dízimo [‫]מנהגים‬. Exemplo: aplicar
o princípio dos 10% para tzedaká, manutenção da
sinagoga, etc.
3) A importância da Tzedaká [‫]צדָ קָ ה‬
ְ
(Talmud - Sucá 49b:11):
“Os Sábios ensinaram que os atos de bondade [‫ ]גְ ִּמילּות חֲסָ ִּדים‬são superiores
à “caridade” [‫]צדָ קָ ה‬
ְ em três aspectos: a caridade só pode ser realizada com
o próprio dinheiro, enquanto os atos de bondade podem ser realizados
tanto com sua pessoa quanto com seu... A caridade é dada aos pobres,
enquanto os atos de bondade são realizados tanto para os pobres como
para os ricos. A caridade é dada aos vivos, enquanto os atos de bondade
são realizados tanto para os vivos como para os mortos”.
4) A B’rit Chadashá e o dízimo
5) O surgimento da apostasia
 O Surgimento da Apostasia – III Concílio de Mâcon

“Realizou-se em 585. Convocado por ordem de Guntram, rei da Borgonha e foi presidido
por Priseus ou Prisco, patriarca de Lião (573-588). Ele reuniu os bispos da Borgonha
(sujeitados por Guntram) e os da Nêustria (sujeitados por Clotário II, sob a tutela de
Guntram). Os bispos sujeitos ao rei da Austrásia não estavam presentes”.
“5º cânone: excomunhão contra aqueles que não pagam o dízimo à igreja”.

(Gregory I. Halfond - Arqueologia dos Concílios da Igreja francos, AD 511-768; pg 45)

(Diocese antiga de Mâcon. Enciclopédia Católica. New York: Robert Appleton Company. New York: Robert
Appleton Companhia. 1913)
1) O profeta Malaquias está advertindo as pessoas que não dão o dízimo à Igreja?

(Malaquias 3:8-10):
“Roubará o homem a Deus? Todavia vós [quem?] me roubais, e dizeis: Em que te
roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a
mim me roubais, sim, toda esta nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro,
para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o
Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre
vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes”.
 Conclusão
De acordo com o exposto, verificamos que o dízimo não se aplica aos
nossos dias. A Halachá instituiu o “princípio” do maasser, separando 10%
do valor líquido para manutenção da sinagoga, oferta aos necessitados,
dentre outras aplicações, o que é bom e válido. Não obstante, líderes
religiosos não podem receber um determinado valor, alegando que este
é o DÍZIMO bíblico, pois estarão contrariando a palavra de HaShem.