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Não terás outros deuses diante Não terás outros deuses além Amar a Deus sobre todas as
de mim. de mim... coisas.
Lembra-te do dia do Sábado Guardarás o dia de sábado para Guardar domingos e festas de
para santificá-lo. santificá-lo. guarda
Não cometerás adultério. Não cometerás adultério. Não pecar contra a castidade.
Segunda Seção
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22,37-40). O Decálogo deve ser interpretado à luz desse duplo e único mandamento da caridade,
plenitude da lei:
Os preceitos - não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás e todos os outros -
se resumem nesta sentença: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. A caridade não pratica o mal
contra o próximo. Portanto, a caridade é a plenitude da lei (Rm 13,9-10).
A palavra "Decálogo" significa literalmente "dez palavras (Ex 34,28; Dt 4,13; 10,4).
Deus revelou essas "dez palavras" a seu povo no monte sagrado. Ele as escreveu "com seu
dedo”, à diferença de outros preceitos escritos por Moisés. São palavras de Deus de modo eminente.
Foram transmitidas no livro do Êxodo e no do Deuteronômio. Desde o Antigo Testamento, os livros
sagrados se referem às "dez palavras". Mas é em Jesus Crista na nova aliança, que será revelado seu
sentido pleno.
O Decálogo deve ser entendido em primeiro lugar no contexto do êxodo, que é o grande
acontecimento libertador de Deus no centro da Antiga Aliança. Formulados como mandamentos
negativos (proibições), ou à maneira de mandamento positivos (como: "Honra teu pai e tua mãe"), as
"dez palavras indicam as condições de uma vida liberta da escravidão do pecado. O Decálogo é um
caminho de vida:
Se amares teu Deus, se andares em seus caminhos, se observares seus mandamentos, suas
leis e suas normas, viverás e te multiplicarás (Dt 30,16).
Esta força libertadora do Decálogo aparece, por exemplo, no mandamento sobre o descanso
do sábado, destinado igualmente aos estrangeiros e aos escravos:
Lembrai-vos de que fostes escravos numa terra estrangeira. O Senhor vosso Deus vos fez
sair de lá com mão forte e braço estendido (Dt 5,15).
As "dez palavras" resumem e proclamam a lei de Deus: "Tais foram as palavras que, em
alta voz, o Senhor dirigiu a toda a vossa assembléia no monte, do meio do fogo, em meio a trevas,
nuvens e escuridão. Sem nada acrescentar, escreveu--as sobre duas tábuas de pedra e as entregou a
mim" (Dt 5,22). Eis por que estas duas tábuas são chamadas "O Testemunho" (Ex 25,16). Elas
contém as cláusulas da aliança entre Deus e seu povo. Essas "tábuas do Testemunho" (Ex 31,18;
32,15; 34,19) devem ser colocadas "na arca" (Ex 25,16; 40,1-3).
As "dez palavras" são pronunciadas por Deus no contexto de uma teofania ("Sobre a
montanha, no meio do fogo, o Senhor vos falou face a face": Dt 5,4). Pertencem à revelação que
Deus faz de si mesmo e de sua glória. O dom dos mandamentos é dom do próprio Deus e de sua
santa vontade. Ao dar a conhecer as suas vontades, Deus se revela a seu povo.
O dom dos mandamentos e da Lei faz parte da Aliança selada por Deus com os seus.
Segundo o livro do Êxodo, a revelação das "dez palavras" é dada entre a proposta da Aliança [a20] e
sua conclusão, depois que o povo se comprometeu a "fazer" tudo o que o Senhor dissera e a
"obedecer". O Decálogo sempre é transmitido depois de se lembrar a Aliança ("O Senhor nosso
Deus concluiu conosco uma aliança no Horeb": Dt 5,2).
Os mandamentos recebem seu pleno significado no íntimo da Aliança. Segundo a Escritura,
o agir moral do homem adquire todo o seu sentido na Aliança e por ela. A primeira das "dez
palavras" lembra o amor primeiro de Deus por seu povo:
Tendo o homem, por castigo do pecado, decaído do paraíso da liberdade para a escravidão
deste mundo, as primeiras palavras do Decálogo, voz primeira dos divinos mandamentos, aludem à
liberdade: "Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fez sair da terra do Egito, da casa da escravidão" (Ex
20,2; Dt 5,6).
Os mandamentos propriamente ditos vêm em segundo lugar; exprimem as implicações da
pertença a Deus, instituída pela Aliança. A existência moral é resposta à iniciativa amorosa do
Senhor. E reconhecimento, homenagem a Deus e culto de ação de graças. É cooperação com o plano
que Deus executa na história.
A Aliança e o diálogo entre Deus e o homem são ainda confirmados pelo fato de que todas
as obrigações são enuncia das na primeira pessoa ("Eu sou o Senhor...") e dirigidas a um outro
sujeito ("tu...") Em todos os mandamentos de Deus, é um pronome pessoal singular que designa o
destinatário. Deus dá a conhecer sua vontade a cada um em particular, ao mesmo tempo que o faz ao
povo inteiro: O Senhor prescreveu o amor para com Deus e ensinou a justiça para com o próximo, a
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fim de que o homem não fosse nem injusto nem indigno de Deus. Assim, pelo Decálogo, Deus
preparou o homem para se tornar seu amigo e ter um só coração com o próximo... Da mesma
maneira, as palavras do Decálogo continuam válidas entre nós [cristãos]. Longe de serem abolidas
elas cresceram e se desenvolveram pelo fato da vinda do Senhor na carne.
"Como sucessores dos Apóstolos, os Bispos recebem do Senhor (...)a missão de ensinar a todos os
povos e pregar o Evangelho a toda criatura, a fim de que os homens todos, pela fé, pelo Batismo e
pela observância dos mandamentos, alcancem a salvação"
A Unidade do Decálogo
O Decálogo forma um todo inseparável. Cada "palavra" remete a cada uma das outras e a
todas; elas se condicionam 2 reciprocamente. As duas tábuas se esclarecem mutuamente, formam
uma unidade orgânica. Transgredir um mandamento, é infringir todos os outros. Não se pode honrar
os outros sem bendizer a Deus, seu criador. Não se pode adorar a Deus sem amar a todos os homens,
suas criaturas. O Decálogo unifica a vida teologal e a vida social do homem.
A obrigatoriedade do Decálogo
Visto que exprimem os deveres fundamentais do homem para com Deus e para com o
próximo, os dez mandamentos revelam, em seu conteúdo primordial, obrigações graves. São
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essencialmente imutáveis, e sua obrigação vale sempre e em toda parte. Ninguém pode dispensar -se
deles. Os dez mandamentos estão gravados por Deus no coração do ser humano.
A obediência aos mandamentos implica, ainda, obrigações cuja matéria é, em si mesma,
leve. Assim, a injúria por palavra está proibida pelo quinto mandamento, mas só poderia ser falta
grave em função das circunstâncias ou da intenção daquele que a profere. "Sem mim, nada podeis
fazer"
Jesus diz: "Eu sou a videira, e vós, os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele
produz muito fruto, porque, sem mim, nada podeis fazer" (Jo 15,5). O fruto indicado nesta palavra é
a santidade de uma vida fecundada pela união a Cristo. Quando cremos em Jesus Cristo,
comungamos de seus mistérios e guardamos seus mandamentos, o Salvador mesmo vem amar em
nós seu Pai e seus irmãos, nosso Pai e nossos irmãos. Sua pessoa se toma, graças ao Espírito, a regra
viva e interior de nosso agir. "Este é o meu mandamento: Amai--vos uns aos outros como eu vos
amei" (Jo 15,12).
RESUMINDO
"Que devo fazer de bom para ter a vida eterna?" - "Se queres entrar para a vida, guarda os
mandamentos" (Mt 19,16-17).
Por sua prática e por sua pregação, Jesus atestou a perenidade do Decálogo.
O dom do Decálogo é concedido no contexto da Aliança celebrada por Deus com seu povo.
Os mandamentos de Deus recebem seu verdadeiro significado nessa Aliança e por meio dela.
Fiel à Escritura, e de acordo com o exemplo de Jesus, a Tradição da Igreja reconheceu ao
Decálogo uma importância e um significado primordiais.
O Decálogo forma uma unidade orgânica, em que cada "palavra ou mandamento" remete a
todo o conjunto. Transgredir um mandamento é infringir toda a Lei.
O Decálogo contém uma expressão privilegiada da lei natural. Conhecemo-lo pela revelação
divina e pela razão humana.
Os Dez Mandamentos enunciam, em seu conteúdo fundamental, obrigações graves.
Todavia, a obediência a esses preceitos implica também obrigações cuja matéria é, em si mesma,
leve.
O que Deus manda, torna-o possível por sua graça.
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