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INSTRUÇÃO NORMATIVA 05/2023

COMISSÃO DE AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL

O Secretário Municipal de Educação, no uso de suas


atribuições, em conformidade com a Lei Complementar n°
316/2020, que trata da Estrutura Administrativa do Poder
Executivo Municipal de Araquari, dispõe sobre a Comissão
escolar de avaliação pedagógica para a educação especial na
política da educação especial do município e dá outras
providências.

Considerando a Constituição Federal, de 1988, que assegura o direito à educação


e ao atendimento educacional especializado;

Considerando a Lei nº 9394 de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da


Educação Nacional;

Considerando o Decreto nº 5.296 de 2004, que estabelece normas gerais e critérios


básicos para promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência;

Considerando a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da


Educação Inclusiva, de 2008;

Considerando o Decreto nº 6.949 de 2009, que promulga a Convenção


Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência;

Considerando o Parecer nº 13 de 2009, do Conselho Nacional de Educação, que


estabelece as Diretrizes Operacionais para o atendimento educacional especializado
na Educação Básica, modalidade Educação Especial;
Considerando a Instrução Normativa 08/2021, que dispõe sobre as atribuições de
Suporte pedagógico que podem ser assumidas por Professores na Rede Municipal
de Ensino;

Considerando a RESOLUÇÃO CME Nº 05/2023 do Conselho Municipal de


Educação de Araquari, que torna público e dá validade ao Parecer Nº 02, que
aprova sem ressalvas as propostas de diretrizes da política de Educação Especial
da Rede Municipal de Araquari e o modelo de Plano de Atendimento Educacional
Especializado;

Considerando que a avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do


trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e
aprendizagem.

Considerando o processo histórico da inclusão escolar e do atendimento aos


educandos da educação especial, buscamos padronizar os procedimentos de
registros documentais nas etapas da Educação Infantil e Ensino Fundamental;

Considerando que a avaliação não é um ato isolado, mas um aspecto que


influencia a ação educativa, desencadeando a construção do conhecimento e
fazendo o professor redimensionar sua prática pedagógica, fornecendo subsídios
que permitam observar como ocorre o processo de ensino aprendizagem;

Com o intuito de assegurar direitos à educação para os educandos público-alvo da


educação especial, com o compromisso de promover oportunidades de
aprendizagem e integração social, de modo justo e equitativo, resolve: Implementar
a comissão de avaliação pedagógica para a educação especial e dá outras
providências

CAPÍTULO I
DA FINALIDADE DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA PARA A
EDUCAÇÃO ESPECIAL

Art 1°
I - Analisar as avaliações realizadas pelo professor titular de sala e demais
avaliações fornecidas por técnicos considerando a história do educando em seu
contexto atual;
II - Indicar os dispositivos necessários para a diminuição e eliminação das barreiras
que dificultam o cotidiano dos educandos e educandas nas instituições
educacionais, escutando, sempre que possível, aqueles e aquelas diretamente
envolvidos;
III- Identificar as potencialidades e dificuldades relacionadas à inclusão escolar e
fomentar a participação da família e da unidade de ensino no processo
ensino-aprendizagem;
IV- identificar as barreiras atitudinais, estruturais e sociais que estejam impedindo
ou dificultando o processo educativo, oferecendo subsídios e orientações
necessárias que contribuam para a superação dessas barreiras e
consequentemente um melhor desempenho dos sujeitos envolvidos;
V - Auxiliar a equipe pedagógica na elaboração do Plano de Atendimento
Educacional Especializado;

Parágrafo Único: O acesso aos dispositivos elencados pela comissão de avaliação


pedagógica para a superação das barreiras que possam dificultar ou obstar a
participação e a aprendizagem, não está condicionado à reavaliação da
Coordenadoria de Educação Especial, exceto nos casos de elegibilidade para
atendimento educacional especializado em SRM.

SEÇÃO I
DA COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA NOS
CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ESCOLAS

Art. 2° A comissão de avaliação pedagógica para a educação especial nos Centros


de Educação Infantil será composta por:
I- Professor titular de sala
II - Diretor da instituição educacional;
III - Suporte pedagógico para o planejamento;
IV - Suporte pedagógico de acompanhamento à inclusão;
V - Professor de Educação Física.

Art. 3° A comissão para avaliação pedagógica para educação especial nas Escolas
será composta por:
I - Diretor da instituição educacional;
II - Orientador educacional da instituição;
III - Supervisor escolar da instituição;
IV - Professor titular de sala;
V - Suporte pedagógico de acompanhamento à inclusão;
VI - Professor de componentes curriculares complementares.

Parágrafo Único: A comissão de avaliação pedagógica poderá ter em sua


composição membros da família do educando, coordenadores pedagógicos e
profissionais de equipe multiprofissional de apoio educacional quando avaliada a
necessidade.
SEÇÃO II
DO ENCAMINHAMENTO PARA A COMISSÃO DE AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA
PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL

Art.4° O encaminhamento deve ser realizado pelo professor de sala de forma


descritiva para a verificação das condições e das adequações necessárias para o
atendimento às necessidades educacionais especiais do educando, seja no contexto
geral da escola, no contexto específico de aprendizagem ou no contexto social:
I- Descrever um breve histórico do educando: sobre o processo de escolarização;
II- Observar a assiduidade, problemas de saúde, atraso no desenvolvimento (motor
e linguagem),
III- Interação social do educando com professor/colegas;
IV- Descrever o motivo do encaminhamento;
V- Relatar as necessidades educacionais identificadas;
VI- Descrever as providências já tomadas pelo professor e pela escola/CEI;
VII- Verificar se a família tem ciência das mesmas percepções da escola/CEI.

Parágrafo Único: O encaminhamento para a comissão de avaliação pedagógica em


Educação Especial deve ser assinado pelos pais/responsáveis do educando, pelo
professor titular da sala e pelo diretor de escola.

Art.5° - O fluxo de encaminhamento para a Comissão de Avaliação Pedagógica para


a Educação Especial, de acordo com a RESOLUÇÃO CME Nº 05/2023 do Conselho
Municipal de Educação de Araquari, inicia-se pelo Estudo de Caso (ANEXO I).
Dessa forma, a partir da observação e da avaliação do professor de classe comum
a comissão de avaliação pedagógica em educação especial realizará o Estudo de
Caso.

Art. 6° - É responsabilidade da comissão de avaliação pedagógica encaminhar o


relatório elaborado pela comissão para a Coordenadoria de Educação Especial para
ciência, a elegibilidade ou não do atendimento do educando na Sala de Recursos
Multifuncionais - SRM quando observada a necessidade, a saber: identificação de
barreiras para a aprendizagem e de acesso ao currículo (o ensino de LIBRAS, o
sistema Braile, o soroban, a comunicação alternativa, dentre outros.), a necessidade
de profissional de suporte pedagógico e/ou estagiário. Após a ciência do
Coordenador de Educação Especial, a Unidade de Ensino fará o cadastro do Plano
de AEE (Anexo II) para o educando no sistema.

Art.7° O encaminhamento ao AEE em Sala de Recursos Multifuncionais deverá ser


orientado pelas necessidades específicas quanto às atividades próprias deste
atendimento (I.N. 06/2023 sobre o atendimento educacional especializado em sala
de recursos multifuncionais - SRM) e não pela existência da deficiência. O processo
desse encaminhamento poderá ocorrer em qualquer época do ano.

Parágrafo Único: Todos os educandos público-alvo da Educação Especial precisam


ter um plano de Atendimento Educacional Especializado (ANEXO II) independente
da forma de atendimento em sala regular e/ou SRM , sempre com atenção às ações
necessárias para garantia da acessibilidade, às condições de acesso ao currículo e
ao direito à aprendizagem (Decreto Federal Nº 6.571/08).

CAPÍTULO II
DA DOCUMENTAÇÃO DO EDUCANDO PÚBLICO-ALVO DA EDUCAÇÃO
ESPECIAL

Artigo 8º - A documentação do educando na Educação Especial será composta por


um rol de documentos sobre a vida escolar do educando atendido pelo suporte
pedagógico, ou Sala de Recursos Multifuncionais - SRM, em Centros de Educação
Infantil e Escolas.
I - Formulário com os dados pessoais do educando;
II - Avaliação descritiva da professora titular de sala;
III - Plano de Atendimento Educacional Especializado;
IV - Documentação médica, caso haja.

Parágrafo único: As alterações realizadas ao longo do ano letivo deverão ser


registradas. Em caso de transferência de unidade educacional a documentação do
educando na Educação Especial deve ser devidamente atualizada e encaminhada
para a unidade educacional, ficando com uma cópia na instituição matriculada.

Art. 9º Os casos omissos serão resolvidos pela Secretaria Municipal de Educação –


SME.

Araquari, 29 de agosto de 2023.

FRANCISCO AIRTON GARCIA


SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
ANEXO I

Este documento é um referencial orientador para a realização dos Estudos de Caso


para encaminhamento dos educandos e educandas, público alvo da educação
especial, ao AEE. Deste modo, os educadores poderão utilizá-lo sem o objetivo de
preencher pontualmente os itens ou limitando-se ao contido no referencial.
O Estudo de Caso servirá de instrumento para conhecer e descrever o contexto
educacional no qual está inserido o educando e a educanda: potencialidades,
habilidades, dificuldades, desejos, preferências, interação, entre outros.

A - Informações referentes ao educando ou à educanda:


idade, série, escolaridade, deficiência, outros.

B - Informações coletadas sobre o educando ou a educanda, por exemplo:


* Potencialidades;
* Interações (com colegas, com educadores e demais servidores da U.E.);
* Preferências (amigos, objetos, atividades, alimentos, entre outros);
* O que não gosta ou demonstra não gostar;
* Como expressa suas necessidades, desejos e interesses;
* Como é sua comunicação receptiva e expressiva (como compreende as
informações e de que maneira se expressa);
* Conta com quais apoios (material, equipamentos, informática acessível, intérprete,
outros apoios);
* Como os apoios disponíveis atendem às necessidades do educando ou da
educanda;
* Outras informações.

C - Informações coletadas da e sobre a escola:


* Como o educando ou a educanda participa das atividades e interage em todos os
tempos e espaços da escola;
* Das atividades desenvolvidas com a turma, quais são realizadas com facilidade e
quais ainda não são realizadas ou realizadas com dificuldades ou necessidade de
apoio;
* Quais as necessidades específicas do educando ou da educanda, decorrentes dos
impedimentos da deficiência;
* Quais as barreiras impostas pelo ambiente escolar;
* Tipo de atendimento educacional e/ou clínico que o educando ou a educanda já
recebe e quais os profissionais envolvidos;
* O que os educadores relatam sobre interesses e expectativas do educando ou da
educanda em relação à sua formação escolar;
* Informações sobre o educando ou a educanda em relação aos aspectos social,
afetivo, cognitivo, motor, familiar e outros;
* Avaliação do professor de sala de aula comum sobre o processo de
desenvolvimento e aprendizagem do educando ou da educanda;
* Informações gerais apontadas pelo professor da sala comum com sugestões sobre
os apoios e estratégias para que o educando ou a educanda atinjam os objetivos
educacionais.
* Expectativas dos educadores em relação ao educando ou à educanda;
* Principais habilidades e potencialidades relatadas pelos educadores;
* Motivos gerais que os professores e coordenadores pedagógicos indicam sobre a
necessidade do AEE para o educando ou a educanda;
* Como e quem avaliou/orientou sobre os recursos já utilizados;
* Envolvimento afetivo, social da turma com o educando ou a educanda.
* Informações da escola (equipe gestora, docente e de apoio, colegas de turma)
sobre seu desenvolvimento e aprendizagem;
* Outras informações.

D. Informações coletadas da e sobre a família ou responsáveis:


* Apontamentos da família ou responsáveis sobre a vida escolar do educando ou da
educanda;
* Como é o envolvimento dos familiares ou responsáveis com a escola (participação
em reuniões, eventos, entre outras atividades da Unidade Escolar);
* O que a família ou responsáveis conhecem sobre os direitos do educando ou da
educanda quanto à educação e como se manifestam sobre a garantia de seus
direitos;
* Habilidades, necessidades e dificuldades identificadas pela família ou responsáveis
na vida pessoal e escolar do educando ou da educanda;
* Expectativas da família ou responsáveis em relação ao desenvolvimento e
escolarização do educando ou da educanda;
* Outras informações.

Referência
ROPOLI, Edilene Aparecida. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão
Escolar: a escola comum inclusiva / Edilene Aparecida Ropoli ... [et.al.]. - Brasília :
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial ; [Fortaleza] :
Universidade Federal do Ceará, 2010. v. 1. (Coleção A Educação Especial na
Perspectiva da Inclusão Escolar)
ANEXO II

PLANO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

Ações a serem desenvolvidas para o acesso , a permanência e a efetiva


participação nas variadas atividades, tempos e espaços educativos.

Dados do educando ou educanda

Nome: D.N.

Unidade de Ensino: Ano/período:

Equipe responsável pelo Plano de AEE:

Informações Gerais (máximo de 10 linhas)


Organização do Atendimento

Indicar e descrever de acordo com a forma de AEE (poderá mais de uma forma
de atendimento para o mesmo educando ou educanda

( ) contraturno Tempo (total de horas):

( ) colaborativo Frequência (n° de vezes na semana):

( ) itinerante Período (meses de início e fim):

Composição/organização do atendimento (grupo/individual):

Objetivos do AEE (considerando os sujeitos envolvidos, as realidades, as


culturas, os tempos e os espaços educativos)

Levar em consideração as justificativas apresentadas nos


registros/documentações/
relatórios pedagógicos e as informações indicadas no estudo de caso.

Orientações e ações para o desenvolvimento do AEE

Quais ações/atividades serão desenvolvidas no âmbito do AEE, realizadas na


sala comum e demais espaços educativos, bem como as atividades específicas
na Sala de Recursos Multifuncionais - SRM, quando necessário, para possibilitar
a aprendizagem e o desenvolvimento do educando ou educanda, sua plena
participação e acesso ao currículo.
Articulação entre diferentes profissionais da UE para o desenvolvimento do AEE.

Descrever as atividades do AEE que serão desenvolvidas de acordo com as


formas de atendimento estabelecidas para o educando ou educanda. (Língua
Brasileira de Sinais (LIBRAS); interpretação de LIBRAS; Ensino de Língua
Portuguesa para surdos; Código Braille; Orientação e mobilidade; utilização do
soroban, As ajudas técnicas, incluindo informática adaptada; mobilidade e
comunicação alternativa/aumentativa; Tecnologias Assistivas; Informática
Educativa; Enriquecimento e aprofundamento do repertório de conhecimentos;
Atividades da vida autônoma e social, entre outras.

Recursos de Acessibilidade/Materiais para eliminação de barreiras

*Somente para os casos em que haja necessidade de recursos e materiais


específicos.

Descrever precisamente as necessidades e modos de uso dos recursos de


acessibilidade para que todos os envolvidos no processo educacional do
educando ou educanda possam conhecer os objetivos dos mesmos.

Adequação de materiais serão adaptados/adquiridos/produzidos e os


responsáveis pelos mesmos.

Mobilização dos Recursos Humanos da UE/outras parcerias

Que recursos humanos da UE e parcerias serão mobilizados para a eliminação e


barreiras.

A partir dos recursos humanos disponíveis na escola, previstos na nossa


legislação, descrever a necessidade e as atividades que serão desenvolvidas com
o apoio do recurso, objetivando o acesso, a permanência e a plena participação
em todos os tempos e espaços escolares.

Incluir outras parcerias que sejam necessárias para a elaboração de material,


indicação de adequação postural, orientação sobre alimentação, produção de
material específico, orientações diversas, entre outros.
Avaliação e Reestruturação do Plano de AEE

A avaliação é contínua e permanente. A partir dos objetivos, necessidades e


potencialidades dos educandos (as). Os avanços poderão ser registrados em
local de escolha e organização dos profissionais envolvidos e analisados os
progressos dos educandos ou educandas a partir do que foi proposto inicialmente
no Plano de AEE.

O plano será reestruturado trimestralmente ou sempre que os objetivos já tiverem


sido atingidos ou não houver avanços na aprendizagem e desenvolvimento dos
educandos e educandas a partir das ações previstas no Plano.

O plano será avaliado durante toda a sua implementação e considerando os


registros realizados pelo UE referentes ao processo de aprendizagem e
desenvolvimento dos educandos e educandas e o que eles revelam.

Equipe Responsável:

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Ciência dos responsáveis pelo educando ou educanda:

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