Você está na página 1de 6

Prefeitura do Município de Londrina

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


DIRETORIA PEDAGÓGICA
GERÊNCIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 02/2022

A Diretoria Pedagógica/Gerência de Educação Especial no uso de


suas atribuições e considerando os preceitos legais que regem a
Educação Especial (LDB/9394/96, Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica, Parecer n.º 17/01 – CNE,
Resolução 02/01 – CNE e a Deliberação 02/03 – CEE) Lei Brasileira
de Inclusão da Pessoa com Deficiência, nº 13.146/15 , Deliberação
nº05/2016 - CMEL, regulamenta normas e procedimentos para o
Professor de Apoio à Inclusão da Educação Infantil, anos iniciais do
Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (fase I) das
unidades escolares municipais.

Art.1º O Professor de Apoio à Inclusão atua no contexto escolar, nos estabelecimentos de


Educação Infantil, Ensino Fundamental e na Educação de Jovens e Adultos, para
atendimento a alunos com deficiência neuropsicomotora acentuada, com graves
comprometimentos na comunicação, higiene, locomoção e comprometimento nas relações
sociais.

Art.2º Será assegurado o Professor de Apoio à Inclusão, em turmas que tenham um ou mais
alunos regularmente matriculados na Educação Infantil, anos iniciais do Ensino Fundamental
e na Educação de Jovens e Adultos (EJA - fase I) que apresentam prejuízos na mobilidade e
atividades de vida diária (alimentação, higiene e locomoção) em função de:
I. Deficiência Visual (cegueira)
II. Surdez
III. Deficiência Física
IV. Associação de duas ou mais das deficiências acima citadas
V. Quadros de dificuldades acentuadas na expressão da linguagem oral, que necessitam
para a sua interação o uso de uma comunicação alternativa e suplementar (outras formas
de sinalização e códigos utilizados como meio facilitador do processo ensino –
aprendizagem)
VI. Transtorno do Espectro Autista que apresenta: Déficits severos na comunicação
verbal e não verbal, iniciação de interação social muito limitada e resposta mínima à
abertura social, padrões inflexíveis de comportamentos, grande estresse/dificuldade em
mudar de foco ou ação, ou ainda outros comportamentos restritos/repetitivos que
interferem no funcionamento em todos os ambientes escolares,

§1º: Laudos emitidos por profissionais tais como neurologista, psiquiatra, psicólogo,
fonoaudiólogo, psicopedagogo, terapeuta ocupacional, oftalmologista, otorrinolaringologista,
entre outros, não definem quanto à necessidade de Professor de Apoio à Inclusão, pois a
liberação deste segue critérios mediante avaliação no contexto escolar realizada pela equipe
da Gerência de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação de Londrina.

§2º: Somente após realizada avaliação no contexto escolar pela equipe da Gerência de
Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação e em caso de comprovada a
necessidade, a turma na qual o aluno está matriculado, terá direito ao Professor de Apoio à
Inclusão.

Art.3º Fica estabelecido o fluxo para solicitação do serviço de Professor de Apoio à Inclusão
conforme incisos abaixo:

I- O aluno deve estar regularmente matriculado na unidade escolar e frequentando as aulas


presenciais.
II- Verificada a necessidade, conforme citado no art.2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, a unidade
escolar deve, com base em observação no contexto, preencher o formulário próprio
(https://forms.gle/VNteq1QeCJRoyb7a9) e encaminhar (assinado e datado) por e-mail
para a equipe da Gerência de Educação Especial responsável pela região.
III- A equipe responsável da Gerência de Educação Especial, após o recebimento do email,
agendará visita para avaliação em contexto.
IV- Após a referida avaliação, a equipe responsável da Gerência de Educação Especial
emitirá um Parecer Técnico favorável ou desfavorável a respeito da liberação do
Professor de Apoio à Inclusão, no respectivo ano letivo, e enviará para a unidade
escolar.
V- Quando favorável, este Parecer também será encaminhado para o setor responsável pela
liberação do professor de Apoio à Inclusão.
VI- Somente após todos os trâmites realizados para a liberação do professor de Apoio à
Inclusão, será autorizada a contratação do mesmo.
VII-Durante o período de tramitação do fluxo acima descrito, a unidade escolar deve se
organizar para o atendimento do aluno.

§1º A permanência do Professor de Apoio à Inclusão deve ser periodicamente avaliada


quanto a sua efetividade e continuidade.

§2º Fica vedada a disponibilização de Professor de Apoio à Inclusão nas seguintes situações:
I. Alunos que apresentam somente crises convulsivas
II. Alunos com algum tipo de síndrome sem comprometimento na vida autônoma e social
III. Alunos com deficiência física que apresentam autonomia quanto à: comunicação,
higiene, locomoção
IV. Alunos que necessitam exclusivamente de acompanhamento pedagógico

Art.4º Os professores de apoio à inclusão terão como atribuição:

I- Auxiliar o (s) aluno (s) nas atividades de locomoção, alimentação, higienização,


cuidando para que ele tenha suas necessidades básicas (fisiológicas e afetivas)
satisfeitas, fazendo por ele(s) somente as atividades que ainda não consigam
fazer de forma autônoma;

II- Atuar de forma colaborativa para a execução de estratégias pedagógicas definidas


pelo professor regente de classe regular e/ou professores responsáveis por
outras áreas ou atendimentos, que favoreçam o acesso do (s) aluno (s) ao
currículo adaptado e sua interação no grupo;

III- Promover condições de acessibilidade pedagógicas e uso de tecnologias assistivas


no contexto escolar, implementando, quando necessário, modificações mais
significativas na organização da sala de aula, utilizando materiais e recursos
pedagógicos preparados pelo professor regente e/ou professores responsáveis
por outras áreas ou atendimentos.

IV- Ser agente do processo de mediação entre aluno/conhecimento, aluno (s) / aluno,
aluno (s) /professor, aluno (s) /comunidade escolar;

V- Conhecer e colaborar com a aplicação do PEI - EAC: Plano Educacional Individual -


Estratégias de Acessibilidade Curricular;

VI- Viabilizar a participação efetiva do (s) aluno (s) nas diferentes situações de
aprendizagem e interação no contexto escolar, em atividades extraclasse e que
envolvam o coletivo da escola;

VII- Atuar em caráter intra-itinerante, ou seja, dentro da própria sala de aula e/ou
unidade de ensino podendo atender mais de um aluno quando indicado pela
GEE;

VIII- Atuar em caráter inter-itinerante, para atendimento dentro da própria escola,


podendo atender a mais de um aluno, ou para atendimento domiciliar do aluno
em casos de afastamento por determinação médica;

IX- Oportunizar a autonomia, independência e valorizar toda e qualquer superação do


(s) aluno (s);

X- Buscar informações e orientações junto ao professor regente, professor da Sala de


Recursos Multifuncional, entre outros, a fim de que sua ação contribua com o
processo de aprendizagem do (s) aluno (s) atendendo as suas necessidades
específicas.

XI- Realizar o manejo de comportamento, utilizando diversas estratégias e evitar


situações de estresse e/ou cansaço e possíveis episódios de desorganização que
possam desencadear comportamentos indesejados.

Parágrafo Único: O professor de apoio à inclusão não deve ser um apoio exclusivo do aluno,
devendo auxiliar aos demais da turma, oportunizando que o professor regente realize as
intervenções e interações com o aluno com necessidades educacionais especiais, em uma
perspectiva inclusiva de educação e trabalho colaborativo. É vedado ao professor de Apoio
à Inclusão construir currículo paralelo em sala de aula, ou seja, trabalhar conteúdos não
previstos para o aluno.

Art 5º. Os professores regentes que possuem professor de apoio à inclusão em sua turma
terão como atribuição:

I- Organizar, com o auxílio do professor do Atendimento Educacional Especializado, um


plano de trabalho individual e as estratégias pedagógicas adequadas para atender as
necessidades específicas do aluno, de acordo com o planejamento semestral do ano
de frequência;
II- Planejar e executar suas aulas produzindo materiais didático e pedagógico
acessíveis; III- Compartilhar o planejamento e os materiais para a atuação colaborativa
junto ao professor de apoio à inclusão;
IV- Avaliar permanentemente o desenvolvimento do aluno com necessidades
educacionais especiais e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de
acessibilidade utilizados na sala de aula regular e nos demais ambientes da escola;
V- Promover a participação dos alunos com necessidades educacionais especiais nas
situações pedagógicas e no contexto escolar.
VII-Mediar os processos de construção do conhecimento, por meio de um ambiente
agradável e sem discriminação, com o objetivo de promover uma aprendizagem
significativa tanto do ponto de vista educativo, quanto do ponto de vista social.

Art. 6º Com relação ao atendimento dos alunos atendidos por Professor de Apoio à Inclusão,
as unidades escolares municipais têm como atribuição:
I- Acompanhar e orientar o trabalho do Professor de Apoio à Inclusão; II- Observar as
orientações contidas nesta Instrução Normativa, com respectiva ciência dos
professores de Apoio à Inclusão e professores regentes,
III- Contribuir com o processo de inclusão escolar de todos os alunos público-alvo da
Educação Especial que encontram-se matriculados na unidade escolar, promovendo
o trabalho colaborativo entre os professores regentes, de Apoio à Inclusão e de Sala
de Recursos Multifuncionais,
IV-Informar e incentivar os professores de sua unidade escolar acerca da participação
nos momentos de formação continuada (palestras, cursos e eventos) sobre a
Educação Inclusiva,
V-Solicitar, por meio de e-mail, junto a Gerência de Educação Especial da SME, o
pedido anual para renovação da demanda de Professor de Apoio à Inclusão com
justificativa para avaliação da referida Gerência.

Art.7º Compete à Gerência de Educação Especial:

I- Verificar e avaliar o cumprimento dos procedimentos elencados nesta instrução


normativa;
II- Atuar na intermediação de situações específicas relativas ao Professor de Apoio à
Inclusão advindas das escolas e/ou dos profissionais;
III- Ofertar e organizar a formação continuada dos professores de apoio à inclusão.

Art. 8º É vedada à escola condicionar a presença do aluno no contexto escolar à existência


do professor de apoio à inclusão.

Art. 9º Nenhum aluno que recebe o atendimento previsto nesta instrução normativa, poderá
ser dispensado da aula na ausência do Professor de Apoio à inclusão, cabendo a unidade
escolar se reorganizar para melhor atender tal necessidade.

Art. 10º Constatada e liberada a presença do professor de apoio à inclusão, a unidade


escolar deve organizar seu quadro, para que, na eventual ausência do mesmo, o aluno não
fique sem o apoio necessário.

Art. 11º É vedada a coexistência de mais de um professor de apoio à inclusão em uma


mesma turma. Casos extraordinários, serão analisados por meio de estudo de caso junto à
Comissão Permanente de Inclusão, com formalização em relatório.

Art.12º Compete a Comissão Permanente de Inclusão Escolar acompanhar, realizar estudos


de caso e definir quanto às solicitações encaminhadas pelas equipes da Gerência de
Educação Especial ou unidades escolares a respeito dos casos omissos relativos à
professor de apoio à inclusão.

Parágrafo Único: A Comissão Permanente de Inclusão Escolar será composta


por: O Gerente de Educação Especial
Um Gerente Regional
O Coordenador de Educação Especial
Um Coordenador Pedagógico da Educação Infantil
Um Coordenador Pedagógico do Ensino Fundamental

Londrina, 11 de agosto de 2022.

Você também pode gostar