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Secretaria Municipal de Educação

Superintendência Pedagógica
Diretoria Pedagógica

Manual das Ações Inclusivas da Rede Municipal de


Educação de Goiânia
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ANEXO VI

Orientações para a Elaboração do Plano de Ação do Estudante com Necessidades


Educacionais Especiais (NEE) – Anos Iniciais/Anos Finais e EJA

O Plano de Ação do estudante com NEE deverá ser elaborado para os estudantes com
perfil para o Atendimento Educacional Especializado, conforme Decreto nº 7.611/11, com
característica de deficiências (física, visual, auditiva, intelectual ou múltipla), transtornos
globais do desenvolvimento (Transtorno do Espectro do Autismo, Síndrome de Asperger,
Síndrome de Rett, dentre outros), e/ou Altas habilidades/Superdotação, de forma individual,
matriculados no Ensino Fundamental (Anos Iniciais e Anos Finais e Adolescência) e EJA.
Com relação ao estudante surdo deverá ser avaliada, pelo coletivo de professores,
juntamente com a coordenação pedagógica da unidade educacional, apoio técnico-professor,
apoio técnico professor/educação bilíngue de Surdos e Equipe Multidisciplinar da
Coordenadoria Regional de Educação (CRE), a necessidade de elaboração do Plano de Ação
de acordo com a observação das necessidades, habilidades e dificuldades do estudante.
O Plano de Ação do estudante com NEE deverá ser elaborado nas unidades
educacionais por cada professor que o atende, sob a orientação e supervisão do coordenador
pedagógico, apoio técnico-professor e Equipe Multidisciplinar da CRE, conforme preconiza a
LDB nº 9.394/96, em seu art. 59, inciso I, o qual estabelece que a prática pedagógica deve
assegurar currículo, métodos, técnicas e recursos educativos para o atendimento às
necessidades dos estudantes,
O instrumento do Plano de Ação do estudante com NEE contém tópicos que
objetivam o direcionamento do trabalho após o reconhecimento das especificidades e coleta
dos dados sobre o estudante. O Plano deverá ser elaborado de acordo com a pesquisa e os
estudos feitos pelos professores, considerando as dificuldades, habilidades e necessidades do
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estudante, a fim de propor metodologias de diferenciação curricular e adequações das


estratégias de intervenção pedagógica.
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) n.º 9.394/96, em seu Cap. V, art. 59, institui que:
“Os sistemas de ensino assegurarão aos estudantes com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: I – currículos,
métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às
suas necessidades”.

Conforme a Proposta Político-Pedagógica de Educação Inclusiva da Secretaria


Municipal de Educação e Esporte de Goiânia (GOIÂNIA, 2020, p. 22)

(...) pensar no atendimento às necessidades de todos é considerar um ensino que


consiga dar respostas à diversidade na sala de aula, a partir da elaboração de um
plano de ensino organizado que contemple oportunidades igualitárias de acesso ao
conteúdo trabalhado, independentemente de suas condições biopsicossocial. Esta
perspectiva da ação docente se configura no conceito de diferenciação curricular.

As propostas para a construção de um currículo comprometido com práticas escolares


inclusivas, que abarca a problematização das identidades e diferenças, ao contrário do que se
pensa e se faz, “(...) não implicam um ensino adaptado para alguns alunos, mas sim um ensino
diferente para todos, em que os alunos tenham condições de aprender, segundo suas próprias
capacidades, sem discriminações e adaptações” (ROPOLI et.al., 2010, p. 21).

A questão central da aula inclusiva é a capacidade que o docente tem de organizar as


situações de ensino de modo a tornar possível personalizar as experiências comuns
de aprendizagem, ou seja, chegar ao maior nível possível de interação entre os
estudantes e participação de todos nas atividades propostas, sem perder de vista as
necessidades concretas de cada um e em particular daqueles com maior risco de
exclusão em termos de aprendizagem e participação” (Blanco, R., 1999). Na prática
inclusiva o modo como se organiza o ensino é determinante para que todos os
alunos(as) construam aprendizagens significativas e participem o máximo possível
das atividades da sala de aula. Muitas das dificuldades vividas pelos alunos(as) no
processo de aprendizagem derivam da maneira como o professor(a) organiza este
processo, das metodologias que utiliza, dos materiais, dos critérios e procedimentos
de avaliação etc. (BRASIL, 2006, p. 175)

Este Plano deverá, portanto, subsidiar as ações pedagógicas para o estudante com
NEE, e, bem como, sua avaliação, favorecendo o processo de aprendizagem, ao utilizar

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metodologias diferenciadas, possibilitando a avaliação contínua e processual, além de


privilegiar o registro desse processo, de modo a esclarecer o fazer pedagógico desenvolvido e
os resultados obtidos.

PLANO DE AÇÃO DO ESTUDANTE COM NEE

Parte I: Identificação

1. Identificação do Estudante – Nome, Data de Nascimento, Filiação, Endereço,


Escola, Anos Iniciais e Anos Finais/Série ou EJA/Série.
2. Estudante com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) – Descrever: o Laudo
ou Relatório Médico; a medicação, caso fizer uso; o acompanhamento com o Auxiliar
de Atividades Educativas ou intérprete, caso houver; o Atendimento Educacional
Especializado, caso houver.
3. Histórico da trajetória escolar do estudante – Breve relatório da trajetória escolar
do estudante. Descrever: a idade em que iniciou sua vida escolar; se foi em instituição
regular ou especializada; o processo de adaptação na unidade educacional; se
permaneceu fora da unidade por algum tempo, qual tempo e qual motivo.
4. Relato da família e instituição – Descrever: a) o comportamento apresentado pelo
estudante em família; b) as expectativas da família em relação à aprendizagem do
estudante; c) a assiduidade do estudante na instituição regular e no AEE; d) o perfil de
acompanhamento e participação da família nas atividades escolares do estudante; e) o
acompanhamento pelo Conselho Tutelar, DEPAI, DPCA, Juizados de Menores,
Ministério Público ou outros, caso houver.
5. Referencial Teórico – O referencial teórico do Plano de Ação do estudante com NEE
deverá ser embasado nos pressupostos teóricos defendidos pela SME e Política
Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva/2008, de acordo

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com as caraterísticas específicas e individuais apresentadas pelo estudante. As


unidades educacionais podem utilizar os relatórios de devolutivas de instituições de
atendimento educacional especializado, assim como outros relatórios de avaliação,
caso haja, além de outras referências bibliográficas para compor o estudo sobre as
necessidades do estudante.
6. Referência Bibliográfica – Livros, textos, revistas, artigos e orientações dos
momentos de articulação do Atendimento Educacional Especializado, que servirão
como subsídio para elaboração e execução do Plano de Ação para o estudante com
NEE, conforme sugestões abaixo:

BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de


Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, 2008.

BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Saberes e práticas da


inclusão: recomendações para a construção de escolas inclusivas. Brasília, 2. ed. 2006.

BRASIL. Ministério da Educação. Caderno de Educação Especial. A Alfabetização de


Crianças com Deficiência: uma proposta inclusiva. Brasília: MEC/SEB, 2012.

BRASIL. Ministério da Educação. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa:


Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEB, 2014.

BRASIL. Ministério da Educação. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão


Escolar: A Escola Comum Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, Universidade Federal do
Ceará, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão


Escolar: Transtornos Globais do Desenvolvimento. Brasília: MEC/SEESP, Universidade
Federal do Ceará, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão


Escolar: O Atendimento Educacional Especializado para Alunos com Deficiência
Intelectual. Brasília: MEC/SEESP, Universidade Federal do Ceará, 2010.

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BRASIL. Ministério da Educação. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão


Escolar: Os Alunos com Deficiência Visual – Baixa Visão e Cegueira. Brasília:
MEC/SEESP, Universidade Federal do Ceará, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão


Escolar: Abordagem Bilíngue na Escolarização de Pessoas com Surdez. Brasília:
MEC/SEESP, Universidade Federal do Ceará, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão


Escolar: Surdocegueira e Deficiência Múltipla. Brasília: MEC/SEESP, Universidade
Federal do Ceará, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão


Escolar: Recursos Pedagógicos Acessíveis e Comunicação Aumentativa e Alternativa.
Brasília: MEC/SEESP, Universidade Federal do Ceará, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão


Escolar: Altas Habilidades/Superdotação. Brasília: MEC/SEESP, Universidade Federal do
Ceará, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Especial. Educar na diversidade:


material de formação docente. Brasília, DF, 2006.

FLEITH, Denise de Souza (org.). A construção de práticas educacionais para alunos com
altas habilidades/superdotação. Brasília: MEC/SEESP, 2007.

GOIÂNIA. SME. Proposta Político-Pedagógica de Educação Inclusiva da Secretaria


Municipal de Educação e Esporte de Goiânia. 2020.

KHOURY, Laís Pereira. Manejo Comportamental de crianças com Transtorno do


Espectro do Autismo em condições de inclusão escolar: Guia de orientação a professores.
São Paulo: Memnon, 2014.

ROPOLI, Edilene Aparecida et.al. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão


Escolar: a escola comum inclusiva. Brasília, 2010. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?
VIRGOLIM, Ângela M. R. Altas habilidades/superdotação: encorajando potenciais.
Brasília: MEC/SEESP, 2007.

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Parte II: Proposta de Intervenção Pedagógica

Dificuldades/Potencialidades/ Objetivos
Metodologia/Estratégias Pedagógicas Recursos Materiais Cronograma
Necessidades
Descrever as dificuldades Caso seja necessária a Planejar ações e intervenções pedagógicas Listar materiais e O Plano de Ação
apresentadas pelo estudante no adequação dos objetivos para o estruturadas com estratégias visando atingir os equipamentos, bem como deverá ser planejado e/ou
ambiente escolar, elencando estudante, descrever aqui. objetivos para o desenvolvimento cognitivo, recursos pedagógicos redimensionado para cada
também suas habilidades e social e integração do estudante nas atividades adquiridos ou confeccionados período, de acordo com o
potencialidades para se desenvolvidas pela instituição, tais como: pela escola, orientados ou não corte temporal previsto no
perceber as possibilidades de ● Reorganização da dinâmica da sala de pelo Atendimento calendário da RME.
intervenção pedagógica aula e elaboração de atividades diferenciadas Educacional Especializado,
específicas para o atendimento para a turma; que possam ser utilizados
das necessidades apresentadas ● Atendimento compartilhado de como ferramentas
pelo estudante, de acordo com professores; pedagógicas para o
o componente curricular. desenvolvimento do
● Utilização de recursos visuais,
comunicação aumentativa ou alternativa, estudante.
materiais e técnicas (manejo comportamental,
por exemplo) adequados à necessidade do
estudante;
● Construção de Portfólio do estudante; ●
Elaboração de recursos pedagógicos e de
acessibilidade, além de estratégias que
promovem a participação dos estudantes nas
atividades em sala de aula.
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Parte III: Avaliação

A avaliação deste instrumento deverá ser realizada a cada corte temporal, conforme
calendário da RME, por todo o coletivo. Devem ser verificados os objetivos alcançados e as
necessidades de redimensionamento das ações propostas diante da realidade e desenvolvimento do
estudante, de acordo com o planejado e, bem como, observado ao longo de todo o processo.
Desta forma, a observação do professor, para fins de avaliação do estudante, deve estar
estrita ao desenvolvimento do mesmo conforme o planejamento específico para ele. Ou seja, nunca
o comparar com o restante da turma, mas sim observar seus avanços de forma individual.
Portanto, a Parte III deste instrumento, ou seja, a avaliação deverá ser descritiva a fim de
apontar o que o estudante já consegue realizar com independência (avanços/desenvolvimento), o
que ainda precisa de medicação para realizar e o que ainda precisa desenvolver, sempre tendo como
embasamento o proposto por este Plano de Ação.

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