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Projeto Itinerância: suporte para a educação inclusiva

I – Justificativa

Os direitos de aprendizagem se referem à igualdade de condições de acesso ao Currículo e


demais áreas do conhecimento, no que se refere a pessoa com deficiência é assegurada a oferta do
Atendimento Educacional Especializado – AEE, em salas de recursos multifuncionais (SRM) ou
em centros de educação especial (CEE).
De acordo com Resolução nº4, AEE deve ser

realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da própria


escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da
escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser
realizado, também, em centro de Atendimento Educacional Especializado
da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou
filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de
Educação ou órgão equivalente dos Estados, Distrito Federal ou dos
Municípios. (BRASIL, 2009, Art.5, p.2).

O Atendimento Educacional Especializado – AEE tem como objetivo principal identificar,


elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a
plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Destaca-se que as
atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado se distinguem daquelas
realizadas na sala de aula comum, porém essas atividades não substitui a escolarização. O AEE
representa os conjuntos de atividades, de recursos de acessibilidade e de estratégias pedagógicas
eliminadoras de barreiras que possam impedir o desenvolvimento da aprendizagem e a plena
participação da pessoa com deficiência em sua inserção social.
Nesse sentido, o serviço de itinerância configura-se um serviço de orientação e
supervisão pedagógica desenvolvido por professores especializados que periodicamente
realizam visitas às escolas que possuam estudantes matriculados, que sejam público-alvo da
educação especial e nelas, desenvolvem um trabalho em conjunto com os professores da classe
comum. Esse serviço de apoio pedagógico especializado é desenvolvido por professor itinerante
especializado em educação especial. Destaca-se que esse profissional contribuirá no processo de
desenvolvimento e aprendizagem nas atividades escolares, avaliará e ajudará a elaborar objetivos,
a delinear os conteúdos, as estratégias e procedimentos relativos à dinâmica da sala de aula e de
toda a rotina escolar, constituindo-se como um conjunto de procedimentos específicos mediadores
do processo de apropriação e produção de conhecimentos.
A implantação do Atendimento Educacional Especializado, sob a forma de Itinerância,
representa uma proposta educativa viável como suporte para a educação inclusiva, visto que
professores especialistas para o atendimento educacional especializado atuam no sentido de
acompanhar o processo de inclusão de alunos público alvo da educação especial, mas também
para orientar a prática pedagógica como um todo. Ampliando essa percepção, pode-se dizer que
essa ação pedagógica representa ainda uma oportunidade para os professores do ensino regular,
enquanto agentes principais da inclusão, construírem novas possibilidades e estratégias de atuação,
reflexão e experimentação.
O AEE e o Atendimento Itinerante emergem como possibilidades de acesso aos serviços e
recursos pedagógicos e de acessibilidade nas escolas comuns de ensino regular, concorre para a
eliminação das barreiras existentes, promovem o desenvolvimento inclusivo da escola, superando
o modelo de escolas e classes especiais, constituindo-se práticas educativas reconhecidas e
atendidas às especificidades de cada aluno com deficiência, Transtorno do Espectro Autista –
TEA; Altas Habilidades ou Superdotação.
Ressalta-se que o termo itinerância refere-se ao deslocamento do professor da escola ou
grupo de escolas que estão sob sua responsabilidade de atendimento para outro local. O
documento de Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, define
Itinerância como serviço de orientação e supervisão pedagógica desenvolvida por professores
especializados que fazem visitas periódicas às escolas para trabalhar com os alunos que
apresentam necessidades educacionais especiais e com seus respectivos professores de classe
comum da rede regular de ensino. (BRASIL, 2001).
Essa proposta visa sistematizar e fortalecer o serviço de Itinerância nas escolas regulares,
no sentido de preencher a lacuna existente no Atendimento Educacional Especializado,
implementando o atendimento direto ao aluno prestado por professor especializado, bem como o
atendimento indireto por meio da itinerância, para auxiliar no desenvolvimento das atividades de
apoio aos alunos público alvo da Educação Especial, em articulação com os demais profissionais
da escola, em um espaço organizado com materiais didáticos, pedagógicos e equipamentos.
Objetivos

 Investir na melhoria da qualidade do atendimento educacional dos alunos público alvo da


educação especial, na rede estadual e municipal de ensino, através da itinerância;
 Acompanhar indiretamente o aluno com deficiência, Transtorno do Espectro Autista e
Altas habilidades/superdotação na escola comum e instrumentalizar a ação pedagógica do
professor regente por meio da articulação com o professor de AEE.

PLANO DE ATENDIMENTO

1. Público Alvo

Será considerado público alvo para atendimento educacional especializado o aluno que estiver
matriculado e com frequência regular na Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio e
Ensino Superior que apresentar:
a) avaliação pedagógica, realizada por professor especializado, ou psicológica do
aluno, em caso de deficiência intelectual;
b) laudo médico, no caso de deficiências auditiva/surdez, física, visual, surdo
cegueira, transtorno do espectro autista e deficiência múltipla e múltipla sensorial, bem
como avaliação pedagógica realizada por professor especializado;
c) avaliação pedagógica realizada por professor especializado, complementada por
avaliação psicológica, em casos de altas habilidades ou superdotação.
d) Encaminhamento do Centro de Educação Especial, da Coordenação da Educação
Especial da SME ou do Núcleo de Inclusão da Instituição de Ensino Superior.

2. Formas de Atendimento Especializado

A atuação do professor do AEE ocorrerá no atendimento direto aos alunos (ensino


colaborativo e contraturno) e no suporte às unidades escolares na itinerância. Ambas devem se
articular, buscando sempre atender às necessidades específicas dos alunos. Desse modo, para
todos os alunos atendidos, deve estar previsto um horário para a realização de diálogos entre o
professor do AEE e o professor da classe comum, uma ação compreendida aqui no que
denominamos de Itinerância, ações de suporte às unidades escolares.

Atendimento Educacional Especializado

Cabe ao professor do AEE:


 Apoiar o desenvolvimento do aluno com deficiência, transtornos globais de
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
 Disponibilizar o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e
sinalização.
 Oferecer, orientar, acompanhar e avaliar o uso de recursos de Tecnologia Assistiva.
 Adequar e produzir materiais didáticos e pedagógicos, tendo em vista as
necessidades específicas dos alunos.
 Oportunizar ampliação e suplementação curricular (para alunos com altas
habilidades/superdotação).

Itinerância: Corresponde ao suporte às unidades escolares, realizado pelo professor de AEE,


por meio de um agendamento prévio, poderá realizar diferentes ações para subsidiar o trabalho
da classe comum/escola com o aluno atendido. Compreende-se por Itinerância o serviço de
orientação e supervisão pedagógica desenvolvida por professores especializados que fazem
visitas periódicas às escolas para trabalhar com os alunos que apresentam necessidades
educacionais especiais e com seus respectivos professores de classe comum da rede regular de
ensino (BRASIL, 2001).

Ações do professor de AEE na itinerância

Caberá ao professor de AEE na Itinerância a realização de observações no contexto


escolar, estabelecimentos de diálogos com os professores da classe comum e especialistas
(artes e educação física) e com equipe gestora, além da orientação na organização de
materiais/recursos específicos para o trabalho da sala de aula. Particularmente, na educação
infantil (creche e pré-escola), esta é a principal forma de trabalho do AEE. No ensino
fundamental e EJA, esse suporte complementa a ação do professor no atendimento direto ao
aluno contraturno e no ensino colaborativo. Esse atendimento poderá ocorrer nos momentos
destinados à realização de estudos, quando esta for uma atividade proposta pela unidade
escolar ou em horários combinados com o professor da sala regular.

Ensino Colaborativo

De acordo com Mendes (2008), o ensino colaborativo se constitui como: "um


modelo de prestação de serviço de educação especial no qual um educador comum e um
educador especializado dividem a responsabilidade de planejar, instruir e avaliar a instrução a
um grupo heterogêneo de estudantes.” (MENDES et al., 2008, p. 107). A coordenação
pedagógica da escola regular precisa organizar, de acordo com a disponibilidade do professor
da classe comum e do professor do AEE, um horário para o planejamento e avaliação das
atividades desenvolvidas durante o ensino colaborativo e acompanhar esse trabalho, que
poderá ocorrer, por exemplo, nos horários de AC dos professores da classe comum ou do AC
do professor de AEE.
Especificamente, para os alunos surdos matriculados nas escolas, o intérprete de
Libras permanece durante todo o período de aula traduzindo as aulas das disciplinas na sala de
aula, mantendo a interlocução entre aluno e professor. Ressalta-se aqui que a parceria entre os
dois profissionais é fundamental para o sucesso dessa forma de atuação, que se dá nos
momentos de planejamento, seleção e elaboração de recursos e avaliação.
É relevante que o professor regente da turma se aproprie da Língua Brasileira de
Sinais e outras formas de comunicação que possibilitem sua intervenção com os alunos surdos,
de modo que esses possam fazer parte do contexto da sala de aula, contudo não substitui a
presença do intérprete de Libras durante as aulas. Também é válido, proporcionar aos demais
alunos ouvintes acesso aos conhecimentos básicos da Libras, podendo essa ação ser
proporcionada pelo professor de AEE. Cabe ao coordenador pedagógico da unidade escolar o
alinhamento das ações e o acompanhamento do trabalho com os alunos da turma.

3. Atendimento Itinerante Remoto

Tendo em vista o atual contexto pandêmico orienta-se que a itinerância seja realizada
remotamente, por meio das tecnologias, no sentido de garantir a segurança e a saúde dos
profissionais envolvidos. A itinerância remota são atividades de acompanhamento indireto dos
estudantes público alvo da educação especial e de articulação com professor da escola regular
mediado pela tecnologia, mas que se orientam pelos princípios do atendimento itinerante
presencial. O Atendimento Itinerante remoto oferece a continuidade do serviço de orientação
pedagógica por meio de recursos tecnológicos (chamada de vídeo pelo Google Meet ou Whatts
App).

4. Organização da Carga Horária do AEE e Itinerância

Na modalidade itinerante, e em época de pandemia o professor especializado cumprirá a


totalidade de 6 horas/aulas semanais, para cada aluno: 4 horas/aulas semanais (02 momentos), para
fins do Atendimento Educacional Especializado – AEE e duas horas/aulas mensais por aluno para
observação e/ou ao acompanhamento de alunos em suas aulas regulares a combinar com
professores regentes ou conforme a necessidade identificada por ambos profissionais (atendimento
itinerante).

5. Procedimentos do Atendimento Itinerante por Etapa de Ensino


O Atendimento Educacional Especializado (AEE) deve adequar-se à nova demanda exigida
pela Base Nacional Comum Curricular - BNCC, que é a busca pela formação integral do indivíduo
e pela sua capacidade de atuar na sociedade, dando aos estudantes as ferramentas que o permitam
ser independente e autônomo em sua própria vida e que possa trazer benefícios para a comunidade
em que vive.
Além do suporte pedagógico, cabe também ao professor de AEE a tarefa de contribuir para
a introdução das competências que a BNCC exige aos alunos público alvo da Educação especial,
sendo algumas dessas competências já desenvolvidas naturalmente durante as aulas nas salas de
recursos multifuncionais ou nos centros de educação especial e outras que irão requerer mais
preparo e estudo por parte do docente.
As competências exigidas na BNCC são: Conhecimento, Responsabilidade e Cidadania,
Comunicação, Autoconhecimento e Autocuidado, Empatia e Cooperação e, Trabalho e Projeto de
Vida, ou seja, são as mesmas destinadas aos alunos público-alvo da Educação Especial do AEE, visto
educação é na perspectiva da inclusão.
As metodologias empregadas na sala de AEE para atender às demandas da BNCC, devem:
 conhecer as necessidades individuais e proporcionar um trabalho efetivo que
complemente (ou suplemente) um ambiente especializado no atendimento.
 combater os eventuais impactos negativos no processo de inclusão essenciais para a
erradicação do preconceito e o estímulo à integração mútua.
 promover a avaliação inclusiva, não classificatória, que apresente resultados úteis,
empregando uma nova cultura que:
a. Considere a criação de um estilo de avaliação que respeite o ritmo individual de
aprendizado;
b. Garanta o tempo de avaliação distinto para cada caso, no sentido de garantir a
equidade;
c. Respeite a diversidade de fatores no processo de construção do conhecimento
desses alunos;
d. Associe os instrumentos e recursos de avaliação que mais se integrem às
necessidades dos alunos;
 Estimule, principalmente, a criatividade do indivíduo e contenha conceitos científicos,
mesmo que sejam simples, para que o aluno possa começar a compreender os
fenômenos da natureza;
 Desperte a curiosidade e imaginação dos estudantes, ampliando, assim, a sua
compreensão de mundo, portanto uma atividade natural e necessária, que constrói o
próprio mundo do estudante;
 Utilize as tecnologias como ferramenta pedagógica, no sentido de romper com as
barreiras físicas e garanta a acessibilidade aos recursos digitais no ensino mais efetivo e
igualitário.
 Introduza as metodologias ativas como estratégias pedagógicas na promoção de um
ensino mais equânime em sua escola;

Educação Infantil
A proposta do AEE para a educação infantil parte de uma ação colaborativa, que visa
envolver docentes, gestão escolar, equipe de orientação técnica, família e alunos na tomada de
decisões. Desse modo, os envolvidos estabelecem objetivos comuns, o que favorece o
fortalecimento das ações democráticas, baseadas nos laços de confiança mútua e na
corresponsabilidade pela condução das ações.
Nessa perspectiva, caberá ao professor do AEE ir à escola ou por acesso remoto e, junto
com o docente da classe comum e com a coordenação pedagógica, elaborar o Plano de Trabalho
Individualizado para o estudante com deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação. Salienta-se que esse documento deve revisto semestralmente.
A proposta do Documento do Referencial Curricular Santoantoniense (2020), entende a
Educação Infantil como a primeira etapa da educação básica que compreende a creche (0 até 3
anos) e a pré-escola (4 e 5 anos). (SANTO ANTONIO DE JESUS, 2020). De modo que, esse
documento está fundamentado na BNCC que rege projetos para a Educação Infantil focado no
brincar e no interagir, a partir de eixos estruturais nos quais as crianças podem aprender na prática.
DRCS (2020) permite o desenvolvimento, principalmente da oralidade e da escrita nos primeiros
anos de vida. Além disso, esse documento segue o orientado pela BNCC na Educação
Infantil que estabelece os seis direitos de aprendizagem: conviver, brincar, participar, explorar,
expressar e conhecer-se.
A BNCC na Educação Infantil diz que a criança tem o direito de se expressar, como
sujeito criativo, dialógico e sensível, suas emoções, necessidades, dúvidas, sentimentos,
descobertas, hipóteses, questionamentos e opiniões — novamente, por meio de diferentes
linguagens. Desse modo, A BNCC reforça o direito da educação especial em igualdade de
aprendizado com demais modalidades de ensino. Assim, o AEE na educação infantil, visa garantir
a inclusão dos alunos desde os primeiros anos de vida escolar, por meio da estimulação precoce.
A estimulação precoce de crianças com a deficiência (0 a 3 anos) visa trabalhar o
desenvolvimento da aprendizagem da criança, reduzindo assim, seu comprometimento intelectual
e social. Na Educação Infantil a estimulação precoce pode ser usada como uma forma preventiva
visando o desenvolvimento do potencial das crianças, principalmente da criança público alvo da
educação especial, que devido as suas características particulares necessitam de maior
estimulação.
Assim, o AEE nesse contexto irá promover os direitos de aprendizagem na educação
infantil, a partir da articulação do professor em atendimento de Itinerância nas ações da escola, no
sentido de explorar os saberes e construir a identidade pessoal, social e cultural do aluno público-
alvo da educação especial. O AEE na educação infantil considera essas ações fundamentais para o
desenvolvimento do aluno, porque fortalecem a capacidade cognitiva, autonomia e a compreensão
do que acontece ao redor, sem perder de vista os campos de experiências propostos pela BNCC
para a educação infantil. Nessa perspectiva, o referido documento apresenta como proposta
pedagógica discutir:
 O eu, o outro e o nós
 Corpo, gestos e movimentos
 Traços, sons, cores e formas
 Escuta, fala, pensamento e imaginação
 Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações

Nesse contexto, o professor em Atendimento Itinerante para a efetivação dessa proposta


pedagógica fará a articulação com professor da classe comum, no sentido de levantar as
expectativas de aprendizagem do aluno atendido no AEE e identificar as necessidades de
intervenção na prática pedagógica, considerando as particularidades e especificidades do aluno
público-alvo da Educação Especial. Em planejamento com a coordenação pedagógica e
professores da escola regular, poderão articular momentos de observação, a partir do levantamento
prévio das pautas, realização de devolutivas, reflexão sobre os efeitos das sugestões e orientações
apresentadas realizadas durante determinado período. Além disso, o professor em Itinerância irá
refletir conjuntamente sobre os encaminhamentos definidos para sustentação do trabalho proposto,
colaborando nas discussões sobre atendimento à diversidade com toda equipe escolar, sempre que
necessário e/ou solicitado, bem como articular com os profissionais da equipe de multidisciplinar
para aprofundar as discussões e definir, coletivamente os encaminhamentos que pretendem ser
mais assertivos.

Ensino Fundamental e Médio

O serviço itinerante tem ganhado novos espaços, pois além de percorrer escolas de
educação infantil, orientando professores, alunos, equipe pedagógica, famílias, também faz
itinerância dentro de escolas do Ensino Fundamental, Ensino Médio, Escolas do Campo e EJA
(Educação de Jovens e Adultos) na tomada de decisões. Essa relação irá contribuir para que o
atendimento itinerante seja um suporte para a inclusão de alunos público-alvo da Educação
especial nessas etapas e modalidades da educação básica na escola regular de ensino.
O professor itinerante, visa assessorar às escolas comuns que possuem alunos com
deficiência, Transtorno do Espectro Autista e Altas Habilidades/Superdotação incluídos,
orientando na produção de materiais pedagógicos e acessíveis a esses estudantes. O profissional
de AEE, no serviço itinerante irá acompanhar o processo de desenvolvimento e aprendizagem nas
atividades escolares, no planejamento, na avaliação, auxiliar na elaboração de objetivos, delinear
os conteúdos, as estratégias e procedimentos relativos à dinâmica da sala de aula e de toda a rotina
escolar. Destaca-se que o profissional de atendimento itinerante auxilia todas as patologias e dá
encaminhamentos pedagógicos das linguagens e códigos necessários à aprendizagem, à
comunicação e à locomoção.
Serão mantidos diálogos periódicos e das trocas constantes entre professor(a) da sala de
aula regular e professor(a) do AEE e os(as) assessores(as) das Coordenadorias Municipais de
Educação, garantindo o efetivo atendimento dos estudantes do AEE, apoiando os docentes nas
orientações aos pais para condução das atividades em suas residências, bem como orientar e
sugerir metodologias e atividades que venham a aprimorar o trabalho dos professores, dos
estudantes e da família.
Vale salientar o professor itinerante poderá auxiliar no planejamento e orientação de ações
pedagógicas que flexibilizem o currículo de modo que atendam às necessidades especiais do
público-alvo da educação especial, no contexto escolar, denominadas adaptação curricular ou
flexibilização curricular. A flexibilização curricular envolve as mudanças necessárias
concretizadas em diversos componentes do currículo básico, adequando as diferentes situações,
grupos e pessoas, isso inclui as orientações às estratégias de planejamento e de atuação docente
voltadas às necessidades de aprendizagem de cada estudante, que se fundamente em uma série de
critérios que guiará a tomada de decisões acerca do que se deve aprender, como e quando e qual é
a melhor forma de organizar o ensino para que todos sejam beneficiados.
A BNCC considera, no decorrer do seu texto, a necessidade da identificação e da
eliminação das barreiras como forma de assegurar às pessoas com deficiências, TEA e altas
habilidades/superdotação o acesso ao currículo e conhecimentos. Nesse contexto, enfatiza-se a
necessidade de organizar e assegurar a acessibilidade aos ambientes escolares e à comunicação
visando a conquista da independência e autonomia, para além da sua condição. A BNCC norteia
que “os sistemas de ensino devem assegurar [...] a organização e oferta de medidas de apoio
específicas para a promoção das condições de acessibilidade [...] com vistas a atender à meta de
inclusão plena” (BRASIL, 2016, p. 39).

6. Procedimentos de Registro do Atendimento Educacional Especializado

O professor de AEE deverá disponibilizar os seguintes registros referentes ao percurso escolar


do aluno público Alvo da Educação Especial:

 Avaliação Pedagógica do professor de AEE acerca do processo educativo do aluno


(relatório semestral);
 Plano de Desenvolvimento Individualizado – PDI;
 Portfólio contendo as atividades significativas das adaptações realizadas para o aluno.
 Instrumento de acompanhamento da itinerância e quadro de atendimento itinerante (anexo)

7. O professor especializado Itinerante

Ao professor especializado caberá a realização da itinerância em interface com os


professores do ensino regular, promovendo os apoios necessários à participação e aprendizagem
desses estudantes, conforme as Notas Técnicas 011/2010 e 055/2013/MEC/SECADI /DPEE, que
dispõe respectivamente sobre a orientação à atuação das salas de recursos e dos Centros de AEE,
na perspectiva da educação inclusiva. Portanto, será da responsabilidade do professor
especializado e em itinerância:

 participar da elaboração da proposta pedagógica da escola;


 realizar a avaliação pedagógica inicial dos alunos público alvo da Educação Especial,
dimensionando a natureza e o tipo de atendimento indicado, além do tempo necessário à
sua viabilização;
 orientar e acompanhar a aprendizagem dos alunos das classes/aulas regulares;
 elaborar relatório descritivo da avaliação pedagógica;
 elaborar e desenvolver o Plano de Desenvolvimento Individualizado dos alunos público -
alvo da Educação Especial, em parceria com suas famílias e demais professores da escola
regular;
 participar dos Conselhos de Classe e das aulas complementares (AC) da escola comum e
do CAP;
 oferecer apoio técnico pedagógico ao professor da classe do ensino regular, indicando os
recursos pedagógicos e de acessibilidade, bem como estratégias metodológicas;
 manter atualizados os registros de todos os atendimentos efetuados, conforme instruções
estabelecidas para cada área destinada ao público alvo da Educação Especial;
 orientar os pais ou responsáveis pelos alunos, bem como a comunidade, quanto aos
procedimentos educacionais e encaminhamentos sociais, culturais, laborais e de saúde;
 participar das demais atividades pedagógicas programadas pela escola;
 orientar funcionários, alunos e professores da escola para a promoção da cultura
educacional inclusiva.

5. Materiais e Recursos

Sugere-se que para o AEE, sejam utilizados recursos e materiais pedagógicos que atendam
às necessidades específicas dos estudantes público-alvo da Educação Especial. Assim, segue
algumas propostas:
•Jogos pedagógicos que valorizem os aspectos lúdicos, a criatividade e o desenvolvimento
de estratégias dos processos mentais. Os professores itinerantes devem orientar aos
professores regentes na produção de jogos e materiais pedagógicos, que sejam
compatíveis com as necessidades específicas e respeitem os critérios de tamanho,
espessura, peso e cor, de acordo com a habilidade motora e sensorial do aluno. Também
podem ser úteis as sucatas, folhas coloridas, fotos e gravuras, velcro, ímãs, etc;
• Jogos e materiais pedagógicos adaptados visam o atendimento específico às
necessidades educacionais especiais, e a ampliação das potencialidades cognitivas do
aluno. Os materiais específicos podem ser reglete, punção, soroban, guia de assinatura,
material para desenho adaptado, lupa manual, calculadora sonora, caderno de pauta
ampliada, caneta ponta porosa, engrossadores de lápis e pincéis, suporte para livro (plano
inclinado), tesoura adaptada, softwares, brinquedos e miniaturas para o desenvolvimento
da linguagem, reconhecimento de formas e atividades de vida diária, e outros materiais
relativos ao desenvolvimento do processo educacional. Lembrando de que é possível com
materiais simples, adaptar alguns objetos e proporcionar grande benefício aos alunos:
- Adaptações curriculares ou flexibilidade curricular que contemplem vários temas e
desafios para escrita, cálculo, ciências, geografia, história e outros;
- Pranchas de comunicação: correspondentes à atividade proposta pelo professor.
- Livros com marcadores: Colocar clipes ou velcro (desses usados nos pés de móveis)
entre as páginas ajuda a manipulação por quem tem dificuldades motoras.
- Cadernos com linhas escurecidas: Usar uma caneta ou hidrocor para reforçar as linhas
das páginas torna a escrita mais fácil das crianças com capacidade visual reduzida.
- Objetos sonoros: Inserir guizos ou grãos dentro de bambolês ou bolas os deixa
perceptíveis aos deficientes visuais.
- Lápis com engrossador: Encaixar uma bola de borracha na parte de trás do lápis, ou
envolvê-lo com espuma, aumenta a sua circunferência e facilita o uso para quem tem
dificuldade motora.
- Alfabeto ampliado: Colar as letras sobre tampas de garrafa, caixas de vídeo ou de
fósforo, deixa as peças mais altas e fáceis de visualizar para quem possui baixa visão.
-Lente de ampliação: A lupa é um dos recursos usados por alunos com baixa visão.
• Livros didáticos e paradidáticos impressos em letra ampliada, em Braille, digitais em
Libras, com simbologia gráfica e pranchas de comunicação temáticas correspondentes à
atividade proposta pelo professor; livros de histórias virtuais, livros falados, livros de
histórias adaptados com velcro e com separador de páginas, dicionário trilíngue: Libras/
Português/Inglês e outros;
• Mobiliários adaptados, tais como: mesa com recorte, ajuste de altura e ângulo do tampo;
cadeiras com ajustes para controle de tronco e cabeça do aluno, apoio de pés, regulagem da
inclinação do assento com rodas, quando necessário; tapetes antiderrapantes para o não
descolamento das cadeiras.
Avaliação e Acompanhamento

O acompanhamento e avaliação do processo de aprendizagem do aluno público da


educação especial deverá ser devidamente registrado, detalhando os avanços acadêmicos e as
situações que ocorreram durante o apoio especializado e em atendimento ao disposto em
legislação específica pelo tempo necessário para a superação das dificuldades e obtenção de êxito
no processo de aprendizagem na classe comum. O relatório individual desse público será realizado
semestralmente registrado de forma que seja possível verificar o progresso ou não do aluno em
diferentes aspectos educacionais, avaliando sua participação nas atividades e também marcando
sua frequência nas aulas no relatório escolar.

Referências

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Acesso em: 23 jul. 2016

MENDES, E.G. Caminhos da pesquisa sobre formação de professores para inclusão escolar. In:
MENDES, E.G; ALMEIDA, M.A; HAYASHI, M.C.P. I; Orgs. Temas em Educação Especial:
conhecimentos para fundamentar a prática. Araraquara: Junqueira & Marin Editores; 2008. p 92-
122

SANTO ANTONIO DE JESUS. Secretaria Municipal de Educação. Referencial Curricular


Santoantoniese para Educação Infantil e Ensino Fundamental. Santo Antonio de Jesus-Bahia:
Secretaria Municipal de Educação, 2020. 765 p.

Anexos:
ATIVIDADES DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO
Mês: ____________
Modalidade de atendimento Professor
Escola de Lotação:
NTE

Atividade Rubrica
Data Escola Turno Aluno
AEE* Professor Diretor
RELATÓRIO DE VISITA DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL
ESPECIALIZADO PARA O ALUNO DA EDUCAÇÃO
ESPECIAL EM CLASSE COMUM

Data da Visita: / / Horário da Visita: das às

Identificação do aluno/ da escola

Nome completo do aluno:

Caracterizaçã o do aluno na Educaçã o Especial:

( ) Deficiência Intelectual ( ( ) Deficiência Física


) Deficiência Auditiva ( ) Deficiência Múltipla
( ) Deficiência Visual ( ) Transtornos Globais do Desenvolvimento (
( ) Surdocegueira ) Altas Habilidades / Superdotação

Complemento sobre a caracterizaçã o: _____________________________________________________________________________

Ano de escolaridade: Turma: Turno:

Nome da escola de classe comum:

Nome do Professor de Atendimento Educacional Especializado/Itinerante (AEE/ITNERANTE):

Objetivo (s) da visita:

Nomes de Professores de classe comum envolvidos no acompanhamento/ disciplinas


(á reas):

__________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________

Nome do Coordenador Pedagógico; ________________________________________________________

Dados coletados pelo professor de AEE sobre o desenvolvimento da aprendizagem do aluno na classe
comum:

Relatar as atividades observadas, a inserçã o do aluno nas atividades individualmente e com a colaboraçã o
de outros alunos. Relatar o apoio do professor de classe comum durante as atividades. Relatar sobre as
adaptaçõ es e flexibilizaçõ es curriculares realizadas pelo professor da classe comum.
Orientaçõ es dadas ao professor e solicitaçõ es da escola:

Registre as orientaçõ es do professor de AEE ao professor da lasse comum, ao coordenador pedagó gico e à
direçã o escolar. Registre os materiais disponibilizados e/ou as adequaçõ es pedagó gicas discutidas e
sugeridas para o aluno. Informar as necessidades para a pró xima visita.

Assinatura do Professor de AEE:

Assinatura do Professor de Classe Comum:

Assinatura do Coordenador Pedagó gico:

Assinatura do Diretor:
Escola Municipal: _____________________________________________________________

Professor: Matricula: E-mail:


____________________________________________

Dias letivos: _______ Atendimentos realizados: _______ Licenças: ______ Período do Afastamento: ____/ ____a ____/____

Modalidade: ( ) Sala de Recursos ( ) Itinerância


RELAÇÃO NOMINAL UNIFICADA (RNU) DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO1

Atendimento AEE
Caracterização
Escola de Dias da Frequência Frequência
do aluno na
matrícula Ano de semana e Individual do aluno no do aluno na
Nº Educação
Nome completo do aluno Idade Nascimento em Classe Escolar horários ou Grupo contra- escola Conceito
Especial*
Comum idade (Sala de turno regular Bimestre
Recursos ou (Presenças (Presenças
Itinerante) na Sala de na Classe
Recursos) Comum)
01

02

03

04

05

06

07
Alunos faltosos no AEE (justificativa):

Evasão de alunos (procedimentos realizados):

Assinatura do AEE:
Assinatura da Direçã o:

ESCOLA: ALUNO: DEFICIÊNCIA: PROFESSOR:


Jogos pedagógicos
Dado humano
Objetivo: Identificar as partes do corpo humano.
Procedimentos: Para trabalhar as partes do corpo humano, montar dados com parte do corpo humano, colora imagens dos alunos nos lados dos dados
e solicitar que misturem os dados e tentem encontrar as partes que compõem seu corpo.

Matemática /cores
Objetivos: Identificar e parear as cores
Procedimentos: Para trabalhar cores faça o tabuleiro colorido em forma de círculo colado em papelão ou em EVA.
Os alunos irão relacionar as cores dos prendedores com as cores do tabuleiro. Para alunos maiores pode-se usar esta
dica para trabalhar quantidade, cada cor corresponder um numeral ou quantidade, operações matemáticas.

Alfabetização / nomes próprios


Objetivo: Identificar o próprio nome e nomes de colegas; separar as silabas; formar novas palavras.
Procedimentos: começar vamos ver as fichas com nomes dos alunos... imprima fichas com o nome de todos da turminha e cole em papel
colorido ou EVA, no canto cole a foto para trabalhar identidade... Cada prendedor tem uma letra para a turminha relacionar com as fichas dos
nomes, faça com caneta permanente. Lembre-se que você terá que ter várias letras, pois muitas se repetem. Outra dica importante para a realização
desta atividade é que ela pode ser usada para identificação de outras palavras, famílias silábicas e outros... Depois que os estudantes aprenderem o
nome próprio, você pode ajudá-los a aprender o nome do coleguinha.

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