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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO E DESPORTO

INSTRUÇÃO NORMATIVA – INDEPPE/GAEED/CEE Nº 002 – SEDUC/AM

O SECRETÁRIO DE ESTADO DE EDUCAÇÃO E DESPORTO, em exercício, no uso


de suas atribuições;

CONSIDERANDO a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da


Educação Inclusiva de 2008; Lei Estadual nº 4.790 de 27 de fevereiro de 2019; Lei
Federal nº 13.146 de 06 de julho de 2015; Lei Federal nº 12.764 de 27 de dezembro
de 2012; e Resolução nº 138 de 16 de outubro de 2012, do Conselho estadual de
Educação/AM,

CONSIDERANDO a Instrução Normativa do Departamento de Gestão de Pessoas -


INDGP Nº 001/2020

CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer normas e critérios para a solicitação


dos Profissionais de Apoio Escolar/Auxiliar da Vida Escolar, visando o efetivo trabalho
destes servidores nas Unidades de Ensino, integrantes da SEDUC/AM.

RESOLVE:

DISCIPLINAR normas e critérios para solicitação, lotação e movimentação do


Profissional de Apoio Escolar das Unidades de Ensino da SEDUC/AM.

CAPÍTULO I
DA NOMENCLATURA

Art. 1º. Passa a ser denominado, em atendimento à Lei Brasileira de Inclusão da


Pessoa com Deficiência nº 13.146, de 06 de julho de 2015, Profissional de Apoio
Escolar, o profissional que auxilia nas atividades de alimentação, higiene e locomoção
dos estudantes com Deficiência, desde que comprovada a necessidade, e atua em
todas as atividades escolares que se fizerem necessárias, em todos os níveis e
modalidades do ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou
os procedimentos privativos de profissões legalmente estabelecidas.

CAPÍTULO II
DA DEFINIÇÃO DO PÚBLICO

Art. 2º. O Profissional de Apoio Escolar exercerá atividades de apoio aos alunos com
Transtorno do Espectro Autista, Graves Transtornos do Desenvolvimento e, ainda,
conforme a Lei Estadual nº 4.790 de 27 de fevereiro de 2019, alunos com dislexia ou
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, nas atividades de ensino, em
escolas da Rede Estadual de Ensino.
Art. 3º. São considerados alunos com:

I – Deficiência: aqueles que têm impedimento de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial.

II – Transtorno do Espectro Autista: aqueles que possuem síndrome clínica


caracterizada na forma das alíneas a seguir, sendo considerada pessoa com
deficiência, para todos os efeitos legais:
a- Dificuldade nas Interações sociais.
b- Variabilidade de comportamento.
c- Atrasos no desenvolvimento da comunicação (tanto linguagem compreensiva quanto
expressiva).

III – Graves Transtornos do Desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de


alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações
sociais, na comunicação ou estereotipias motoras.

IV – Dislexia e Transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade: os alunos com


transtornos específicos da aprendizagem que também são considerados transtornos
do neurodesenvolvimento.

Parágrafo Único: A concepção de deficiência não será associada à condição de


doença, carência ou invalidez, que pressupõe a necessidade de cuidados clínicos ou
assistenciais, em todas as atividades.

CAPÍTULO III
DA SOLICITAÇÃO

Art. 4º. A solicitação de Profissional de Apoio Escolar deve ser realizada pelo diretor
da escola, após análise prévia dos seguintes documentos:

I- Ofício de solicitação individual por aluno, em papel timbrado e assinado pela gestão
escolar, encaminhado ao Senhor Secretário de Educação, via Coordenadoria, a ser
protocolado no Setor responsável da Coordenadoria Distrital ou Regional de Educação;
II- Laudo médico (quando houver), ou declaração da família, apresentando parecer
descritivo quanto às dificuldades de aprendizagens e características gerais do aluno.
III- Ficha de Avaliação Pedagógica Inicial do Aluno da Educação Especial, preenchida
pelos professores que acompanham o aluno e, se possível, dos demais profissionais e
familiares, contemplando a condição de saúde geral, necessidades educacionais e
desenvolvimento do aluno, conforme modelo do Anexo I desta Instrução Normativa.

Art. 5º. A solicitação do Profissional de Apoio Escolar não será condicionada ao laudo
médico do aluno, uma vez que o Atendimento Educacional Especializado caracteriza-
se, segundo a Nota Técnica nº 14/2014, como um atendimento pedagógico e não
clínico.

Art. 6º. A necessidade do Profissional de Apoio Escolar efetivar-se-á após


comprovação, por meio de deferimento da Coordenação de Educação Especial e, se
necessário, encaminhamento do aluno para avaliação com equipe especializada da
Escola Estadual de Atendimento Específico Mayara Redman Abdel Aziz.

Art. 7º. O prazo para solicitação do Profissional de Apoio Escolar, para alunos que já
fazem parte da Rede Estadual de Ensino, será realizado da data do encerramento do
ano letivo em dezembro, até 31 de janeiro do ano subsequente.

Art. 8º. Para alunos novos (que não pertençam à Rede Estadual de Ensino) que
necessitam desse profissional, a solicitação deverá ser feita em até 30 dias de
frequência do aluno na escola.

Art. 9º. Para os alunos transferidos, e que a escola identifique a necessidade do referido
profissional, a solicitação deve seguir os mesmos critérios do artigo anterior.

Art. 10. O laudo médico emitido por profissionais da área clínica, isoladamente, não
caracteriza a necessidade do Profissional de Apoio Escolar, para alunos com
deficiência ou transtorno, sendo necessário observar o previsto nos artigos
antecedentes.

Parágrafo Único: O processo de solicitação do Profissional de Apoio Escolar tem como


objetivo analisar, juntamente com outros profissionais envolvidos, se a melhor opção
para o aluno é o trabalho do citado Profissional ou a adoção de outros procedimentos,
tais como: Sala de Recursos Multifuncionais, flexibilização curricular que atenda às
necessidades educacionais do aluno, ou ainda, atendimentos intersetoriais envolvendo
a participação da família, saúde e assistência social.

CAPÍTULO IV
DOS CRITÉRIOS/PERFIL

Art. 11. O Profissional de Apoio Escolar deverá ser habilitado nas áreas de educação,
saúde ou assistência social com especialização em educação especial ou ser
estagiário, a partir do 6º período, nos termos da Resolução Estadual CEE/AM nº 138/12.

§1º. Os profissionais a que se refere o caput deste artigo serão admitidos por
classificação de formação, sendo priorizados aqueles que possuam:

I. Complementação de estudos em áreas específicas da Educação Especial,


posterior à graduação;
II. Formação continuada, por meio de cursos diversos na área da Educação
Especial;
III. Experiência comprovada como Profissional de Apoio Escolar na Rede Estadual
de Ensino ou em outras instituições públicas ou privadas.

§2º. As habilitações a que se referem os incisos I a III, do parágrafo anterior, devem


guardar pertinência às áreas de Transtorno do Espectro Autista, Deficiência Intelectual,
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividades, dentre outros, com exceção de
cursos na área da Surdez, como Libras, e na área de Deficiência Visual, por exemplo.
CAPÍTULO V
DAS ATRIBUIÇÕES

Art. 12. O Profissional de Apoio Escolar deverá trabalhar de forma articulada com a
família do estudante, professores e demais profissionais que acompanham o aluno, a
fim de facilitar o processo de aprendizagem do discente com o objetivo de:
I- Participar da elaboração do Plano de Desenvolvimento Individual do aluno, em
parceria com os demais professores, família e profissionais;
II- Adaptar e/ou produzir materiais específicos, em parceria com o professor de Sala de
Recursos (quando houver) e do ensino regular, à necessidade educacional do aluno;
III- Sugerir, com os professores e equipe pedagógica, procedimentos de avaliação que
atendam o estudante em suas características, interesses, capacidades e necessidades
de aprendizagem, acompanhando a evolução de suas potencialidades, com vistas ao
progresso global: cognitivo, emocional e social do mesmo;
IV- Orientar, quando necessário, o professor do ensino regular, sobre as metodologias
específicas à aprendizagem do aluno;
V- Acompanhar o aluno, quando necessário, nos espaços da escola, auxiliando na
higiene, locomoção e alimentação, para que este desenvolva a independência e
autonomia;
VI- Participar do planejamento junto aos demais professores que trabalham com o
aluno;
VII- Cumprir sua carga horária no ambiente escolar, participando dos trabalhos
pedagógicos junto ao aluno ou em HTP;
VIII- Trabalhar de forma colaborativa com os professores dos diferentes componentes
curriculares e professor da Sala de Recursos Multifuncionais (quando houver) para a
definição de estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso do aluno ao currículo e
sua interação no ambiente escolar (colegas, professores e demais servidores);
IX- Ampliar e possibilitar situações de aprendizagem e autonomia sem retirar o aluno
para atividades isoladas do contexto da sala de aula, a não ser em caso de extrema
necessidade.

Art. 13. O Profissional de Apoio Escolar deve buscar e participar das formações
continuadas, oferecidas pela SEDUC/AM, destinadas à sua função de forma contínua
e assídua.

Art. 14. O Profissional de Apoio Escolar estará subordinado à instituição em que estiver
lotado.

Art. 15. A frequência do aluno, na instituição de ensino, não deverá estar vinculada à
presença do Profissional de Apoio Escolar.

Art. 16. O Profissional de Apoio Escolar não deverá exercer outras funções que não
estejam contempladas nesta Instrução Normativa.

Art. 17. O Profissional de Apoio Escolar deverá justificar eventual ausência para que a
instituição de ensino possa reorganizar o atendimento ao estudante.

Art. 18. Na ausência do estudante nas aulas, o Profissional de Apoio Escolar dos
alunos que necessitam desse serviço, deverá seguir acompanhando a turma com o
objetivo de se apropriar dos conteúdos.
Parágrafo Único: não é responsabilidade do Profissional de Apoio Escolar, aprovar,
reprovar ou atribuir notas ao aluno.

CAPÍTULO VI
DO ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

Art. 19. O acompanhamento da atividade do Profissional de Apoio Escolar pela


Unidade de Ensino será realizado:
I- Por meio da solicitação do Plano de Desenvolvimento Individual do aluno (PDI),
elaborado de forma coletiva pelos professores (professor do ensino regular, Profissional
de Apoio Escolar, Professor de Sala de Recursos e demais profissionais do
Atendimento Educacional Especializado – AEE), família e demais profissionais que
acompanham o aluno;
II- Por meio da solicitação do relatório bimestral do trabalho desenvolvido com e para o
aluno;
III- Por meio da leitura e análise dos documentos preenchidos e materiais elaborados
pelo Profissional de Apoio Escolar, a cada bimestre;
III- Por meio da avaliação contínua do aluno, a partir do rendimento e acompanhamento
das atividades deste.

Art. 20. O acompanhamento da atividade do Profissional de Apoio Escolar pela


Coordenadoria de Educação será realizado:
I- Por meio de assessoramento às escolas, observando o trabalho desenvolvido pelo
Profissional de Apoio Escolar junto ao aluno;
II- Por meio da leitura e análise do Plano de Desenvolvimento Individual do aluno (PDI)
e relatório/formulário semestral das atividades desenvolvidas junto ao aluno, entregues
pelo Profissional de Apoio Escolar;
III- Por meio da disponibilização, ao final de cada ano letivo, de planilha para as
Coordenadorias Distritais e Regionais, para preenchimento quanto ao número de
profissionais de Apoio Escolar, a fim de regularizarmos a situação do servidor e
acompanharmos as demandas.

Art. 21. O acompanhamento da atividade do Profissional de Apoio Escolar pela


Coordenação de Educação Especial/ Escola Estadual de Atendimento Específico
Mayara Redman Abdel Aziz será realizado:
I- Por meio da solicitação de preenchimento de planilha às Coordenadorias Distritais de
Educação e Coordenadorias Regionais de Educação contendo dados referentes às
demandas de Profissional de Apoio Escolar e alunos que necessitam deste profissional;
II- Por meio da solicitação do relatório/ formulário semestral ao Profissional de Apoio
Escolar, assegurando a elaboração, o acompanhamento e a avaliação do Plano de
Desenvolvimento Individual e Escolar do aluno da educação especial;
III- Por meio de assessoramento às escolas.
CAPÍTULO VII
DA LOTAÇÃO/ RENOVAÇÃO/ REMOÇÃO

Art. 22. A instituição de ensino deverá solicitar à SEDUC/AM, logo após a oficialização
da matrícula do estudante, em conformidade com os artigos anteriores, o Profissional
de Apoio Escolar, por meio de ofício endereçado às Coordenadorias, onde constarão:
nome do estudante, ano/turma/turno da oferta, diagnóstico, nome da instituição de
ensino, justificativa de necessidade e demais documentos, conforme citado no Capítulo
III, desta Instrução.

Art. 23. É de responsabilidade da Coordenação de Educação Especial/Gerência de


Atendimento Educacional Específico e da Diversidade/Departamento de Políticas e
Programas Educacionais a orientação e/ou informação às Coordenadorias, no término
de cada ano letivo, dos procedimentos para solicitação de Profissional de Apoio Escolar
para o ano letivo subsequente, nos termos desta Instrução Normativa.

Art. 24. O Profissional de Apoio Escolar deverá ser alocado pelo Departamento de
Gestão de Pessoas - DGP/Gerência de Lotação - GELOT, mediante encaminhamento
e solicitação do Departamento de Políticas e Programas Educacionais - DEPPE/
Coordenação de Educação Especial - CEE.

§ 1º. O Profissional de Apoio Escolar, não entrará no exercício da função, sem que haja
a emissão do parecer favorável pela Coordenação de Educação Especial.

§ 2º. O Profissional de Apoio Escolar não permanecerá dois anos seguidos com o
mesmo aluno, sem que haja solicitação anual desse profissional, conforme Capítulo IV
desta Instrução Normativa.

Art. 25. É de responsabilidade da unidade de ensino informar às Coordenadorias


Distritais/ Regionais de Educação, por meio de ofício, via e-mail, sobre a ausência
permanente do aluno, seja por motivo de evasão, transferência ou outros, para que o
Profissional de Apoio Escolar, seja alocado pela GELOT, em outra Unidade de Ensino,
sinalizada pela Coordenadoria.

Parágrafo Único: A escola não poderá remanejar o profissional de Apoio Escolar para
outro estudante, sem a anuência da Coordenação de Educação Especial.

CAPÍTULO VIII
DA CESSAÇÃO

Art. 26. A cessação de demanda do Profissional de Apoio Escolar poderá ser solicitada
quando:
I- Na ausência do aluno por motivo de evasão, transferência e outros que resultem na
não necessidade desse profissional;
II- O aluno adquirir independência e autonomia nas atividades de vida diária
(locomoção, higiene, alimentação, socialização e comunicação).
Art. 27. A necessidade de permanência do serviço de Profissional de Apoio Escolar
deve ser, periodicamente, avaliada pela unidade de ensino, pelos professores de
Atendimento Educacional Especializado (AEE) e pelo Setor de Educação Especial,
quanto a sua efetividade e necessidade de continuidade.

Art. 28. Nenhum aluno com deficiência ou com transtorno poderá ser dispensado de
suas atividades escolares no caso de ausência do Profissional de Apoio Escolar,
cabendo à unidade de ensino a organização para melhor atender as necessidades
específicas deste aluno.

Parágrafo único - Em caso de desligamento deste profissional, a GELOT, em parceria


com a Coordenação de Educação Especial, mediante solicitação, deverá designar
outro Profissional de Apoio Escolar para auxiliar no processo de aprendizagem do
aluno.

Art. 29. Cabe à escola favorecer o desenvolvimento dos processos pessoais e sociais
para a autonomia do aluno, avaliando juntamente com os profissionais especializados
e responsáveis, a possibilidade gradativa de retirada do profissional.

Parágrafo Único. A família deverá sempre ser informada e esclarecida sobre a


avaliação da necessidade de permanência ou não do serviço de Profissional de Apoio
Escolar.

Art. 30. Os casos omissos nesta Instrução Normativa deverão ser encaminhados, via
Coordenadoria Regional ou Distrital de Educação, para análise da Coordenação de
Educação Especial/ GAEED/DEPPE.

Art. 31. Revogadas as disposições em contrário, esta Instrução Normativa entra em


vigor na data de sua publicação.

CIENTIFIQUE-SE PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE.


Manaus, 01 de julho de 2021.

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