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● Tecido Muscular

O tecido muscular é um tecido dos animais caracterizado pela sua contratilidade, ou


seja, pela capacidade de se contrair segundo alguns estímulos claros e utilizando o
ATP (molécula orgânica responsável pelo armazenamento de energia nas suas
ligações químicas); e pela sua excitabilidade, ou seja, capacidade de responder a
um estímulo nervoso.
O tecido muscular é constituído por células alongadas, em forma de fibras, que se
dispõe agrupadas, em forma de fibras, que se dispõe agrupadas em feixes. Essas
células são caracterizadas pelo seu formato alongado, uma especialização é a
função de contração e distensão das fibras musculares, formada por numerosos
filamentos proteicos de actina (miofilamentos finos) e miosina (miofilamentos
grossos).
O grau de contração muscular segue, a princípio, dois fatores: o primeiro
relacionado à intensidade do estímulo e o segundo à quantidade de fibras
estimuladas. Dessa forma, somente ocorrerá contração quando o estímulo nervoso
tiver intensidade suficiente para desencadear em um número significativo de fibras,
uma ação de contração mediada por substâncias neurotransmissoras, emitidas nas
sinapses neuromusculares (contato neurônio músculo), sinalizando o deslizamento
dos miofilamentos finos sobre os grossos.

Funções do tecido muscular

● Movimento do corpo: depende do funcionamento integrado de ossos,


articulações e músculo esquelético

● Movimento de substâncias dentro do corpo: sangue, alimentos, etc

● Estabilização das posições do corpo e regulação do volume dos órgãos: os


músculos do pescoço parcialmente contraídos mantém a cabeça ereta
contrações sustentadas dos músculos lisos impedem o refluxo do conteúdo
de um órgão oco

● Produção de calor: Quando o músculo esquelético se contrai pra realizar


trabalho, um subproduto é o calor.
Há três tipos de tecidos musculares: tecido muscular liso, tecido muscular estriado
esquelético e tecido muscular estriado cardíaco, sua caracterização histológica é
baseada na presença de estriações no citoplasma da célula, quantidade de núcleos
e localização do núcleo dentro da célula.

● Nomeclatura do tecido muscular

O tecido muscular tem nomenclatura celular especial:

● Fibra : célula muscular.


● Sarcoplasma: citoplasma.
● Sarcolema: membrana plasmática.
● Miofibrilas: fibrilas contráteis (actina e miosina)

Organização do tecido muscular estriado esquelético


As fibras musculares estão organizadas em grupos de feixes, sendo o conjunto de
feixes envolvidos por tecido conjuntivo denso
• Epimísio: É uma membrana de tecido conjuntivo que envolve o músculo.
• Perimísio: Membrana de tecido conjuntivo que envolve um feixe de fibras.
• Endomísio: Membrana de tecido conjuntivo que envolve uma fibra (célula)
muscular.

Em torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular esquelética situa-se o


retículo sarcoplasmático (retículo endoplasmático liso), especializado no
armazenamento de íons cálcio.
As miofibrilas são constituídas por unidades que se repetem ao longo de seu
comprimento, denominadas sarcômeros. A distribuição dos filamentos de actina e
miosina varia ao longo do sarcômero. As faixas mais extremas e mais claras do
sarcômero, chamadas banda I, contêm apenas filamentos de actina. Dentro da
banda I existe uma linha que se cora mais intensamente, denominada linha Z, que
corresponde a várias uniões entre dois filamentos de actina. A faixa central, mais
escura, é chamada banda A, cujas extremidades são formadas por filamentos de
actina e miosina sobrepostos. Dentro da banda A existe uma região mediana mais
clara – a banda H – que contém apenas miosina. Um sarcômero compreende o
segmento entre duas linhas Z consecutivas e é a unidade contrátil da fibra muscular,
pois é a menor porção da fibra muscular com capacidade de contração e distensão.
A contração ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina,
o sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a
desaparecer.
● Contração muscular

As miofibrilas dos músculos estriados contêm quatro proteínas principais: miosina,


actina, tropomiosina e troponina. Os filamentos grossos são formados de miosina e
as outras 3 proteínas são encontradas nos filamentos finos. O estímulo para
contração muscular é um impulso nervoso através de um nervo. A contração da
fibra muscular é regulada pelo sistema nervoso. A área de “contato sináptico” entre
a extremidade da membrana do axônio e a membrana da fibra muscular é a placa
motora, onde são liberados mediadores químicos (neurotransmissores) pelos
neurônios. O impulso nervoso propaga-se pela membrana das fibras musculares
(sarcolema) e atinge o Retículo sarcoplasmático, liberando o Ca no citosol. O Ca
atua sobre a troponina, mudando a configuração das três unidades de troponina e
deixando exposto o sítio de ligação da actina com a miosina, ocorrendo a interação
das cabeças da miosina com a actina, iniciando a contração muscular. Assim que
cessa o estímulo, o Ca é imediatamente rebombeado para o interior do RS,
cessando a contração. A actina e a miosina são cadeias protéicas que se deslizam
para encurtar e alongar a fibra muscular, podendo diminuir cerca de 2/3 do seu
comprimento, ou até mesmo à metade. O período de recuperação do músculo
esquelético é tão curto que o músculo pode responder a um 2°estímulo quando
ainda perdura a contração correspondente ao 1º.
● Regeneração do tecido muscular

No adulto os três tipos de tecido muscular exibem diferenças na regeneração. O


músculo cardíaco não se regenera. Nas lesões do coração (enfarte), as partes
destruídas são invadidas por fibroblastos, que produzem fibras colágenas, formando
uma cicatriz. Embora os núcleos das fibras esqueléticas não se dividam, tem uma
pequena capacidade de reconstituição. Admite-se que as células satélites sejam
responsáveis pela regeneração, visualizadas somente ao ME, consideradas
mioblastos inativos. Estas células também são importantes na hipertrofia, quando se
fundem com as fibras musculares preexistentes. O músculo liso é capaz de uma
regeneração mais eficiente. Ocorrendo lesão as fibras musculares lisas que
permanecem viáveis entram em mitose e reparam o tecido. Na parede dos vasos
sanguíneos há participação dos perícitos, que se multiplicam por mitose originando
novas células musculares lisas, ocorrendo a regeneração.

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