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1. Introdução
A ilha de Parintins é palco da maior movimentação cultural popular do norte do pais. O festival é
uma valorização cultural, que incorpora as origens nordestinas mesclando com a cultura folclórica
e indígena, utilizando lendas e historias locais para encantar os visitantes anuais da cidade.
O festival de Parintins vem ganhando importância com o passar dos anos. Primeiro saindo de uma
apresentação que acontecia na rua, para um espetáculo realizado em uma arena construída
especialmente para o evento com capacidade para 35 mil pessoas, e além de ser transmitido ao
vivo pela televisão. Hoje atrai turistas tanto nacional quando internacionalmente.
Esse reconhecimento pode ser visto também a partir das ações públicas, em 2016 por exemplo não
houve patrocínio por parte do governo, já em 2017 houve uma contribuição de 2,5 milhões, e em
2018 com 20 milhões, utilizados não só para patrocinar as alegorias do festival como também para
melhor a infraestrutura da cidade. Essas melhorias são percebidas pelos turistas, que estão cada
vez mais e mais vindo para conhecer esta atração.
2. Conhecendo Parintins
A partir de um vídeo do YouTube de Alencar em 2012 foi possível obter que Parintins era uma
terra habitada por índios e teve sua fundação por José Pedro Cordovil que era um súdito
português, ele veio com seus escravos e agregados para se dedicar à pesca do pirarucu e à
agricultura, em 1796. Tomando posse do trato de terra, deu-lhe o nome de Tupinambarana.
A ilha tem uma área de 7.069 km², está localizada à margem direita do Rio Amazonas, o clima é
Tropical Chuvoso e Úmido, a cobertura vegetal predominante é a típica da região Amazônica.
Possui uma população de 113.168 segundo a pesquisa do IBGE de 2018.
Ela foi primitivamente habitada pelos índios Tupinambás, Maués e Sapupés. E a principal
economia é a partir do Festival, eles vendem artesanatos que são feitos pelos índios, trabalham nos
triciclos c e também da pesca, pecuária, do comércio e do turismo.
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3. Origem do Festival
O Festival de Parintins começou a ser realizado em 1965 e hoje é regulamentado por lei
municipal, segundo a qual a festa será sempre realizada na última semana do mês de junho, nos
dias 28, 29 e 30. A festa acontece em junho no bumbódromo, um tipo de estádio criado em 1988
com capacidade para 35 mil pessoas e que tem o formato de uma cabeça de boi. O espaço garante
à festa o título de Patrimônio Cultural do Brasil A festa dura três noites onde o Boi Garantido (de
cor vermelha) e o Boi Caprichoso (de cor azul) fazem as suas apresentações.
Os bois têm cerca de 3 horas para realizarem a encenação da lenda de Catirina3, uma roceira que
estava grávida e com desejo de comer língua de boi. Para satisfazê-la, seu marido, Negro
Francisco, sacrifica o boi favorito do patrão, que ameaça matar o coitado. Quem salva tudo é um
pajé, que ressuscita o boi e garante um final feliz. No final do festival, ambos são julgados por
meio de um grupo de nove jurados, em geral especialistas em antropologia e folclore. Eles avaliam
21 itens, como desempenho do apresentador, ritmo das baterias, evolução do boi-bumbá e a beleza
das alegorias.
Conta a lenda que tanto o "Boi" Garantido quanto o "Boi" Caprichoso, teriam nascido graças às
promessas feitas a São João Batista. Por motivos diferentes, mas tendo as promessas sido
atendidas cumpririam o que prometiam e, ambos os "Bois", a partir dali se apresentariam todos os
anos, isso era garantido, diria o Garantido; e no capricho, diria o Caprichoso.
O boi garantido surgiu em 1913, possui como cores representativas o vermelho e o branco e seu
símbolo é um coração na testa. Atualmente o boi possui cerca de 24 títulos e é mais conhecido
por ser o boi do “povão”. Já o boi Caprichoso possui as cores azul e preto tendo como símbolo
uma estrela de 5 pontas. Surgiu em 1925 e atualmente possui 16 títulos.
O festival é responsável por grande parte da economia local, e apesar de ser o grande atrativo de
Parintins os turistas também frequentam os outros atrativos da ilha como:
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A Catedral de Nossa Senhora do Carmo, padroeira da cidade, foi inaugurada em 1981, e mistura
história, fé e cultura. O maior templo de fé de Parintins atrai multidões de romeiros no período de
6 a 16 de julho, nos festejos de Nossa Senhora.
A Praça Cristo Redentor é um dos belos cartões-postais de Parintins. O local tem anfiteatro para
apresentações de shows dos artistas locais além de bares e restaurantes com os típicos sabores
regionais. O atrativo ganhou o nome de Praça Digital, em 2007, quando Parintins ofereceu
gratuitamente sinal de internet banda larga aos visitantes e moradores.
Um dos passeios mais gostosos da Ilha, sem dúvida é pelo triciclo, meio de transporte
característico de Parintins. Em uma bicicleta com cobertura, o turista se deleita pelos pontos
turísticos da cidade, sendo um dos principais meios de mobilidade do município.
A praça Judith Prestes, mais conhecida como “Praça do Comunas”, fica na orla da cidade, na beira
do majestoso rio Amazonas. É um dos melhores locais para apreciar o pôr do sol, e sentir o vento
no rosto, com o ar puro da Amazônia. Durante o festival, é o point dos torcedores durante o dia,
que fazem o aquecimento para as noites no bumbódromo.
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Com a construção da Catedral de Nossa Senhora do Carmo, o espaço religioso, que antes era a
catedral da cidade, passou a ser chamado de Sagrado Coração de Jesus. Fundado em 1945, o local
proporciona a contemplação do rio Amazonas e ótima observação do pôr do sol.
Segundo o artigo de Geana Lopes, onde está analisa a participação da população local no festival
de Parintins, por meio de entrevistas, com 124 moradores buscando pelo menos 1 de cada bairro
de Parintins.
De acordo com o arquivo foi possível analisar que dos 124, apenas 78 participam de alguma forma
do evento. 65% destes preferem passear pelos arredores em vez de enfrentar as longas filas para
entrar no local, 26% participa das arquibancadas, 7% participam na arena e 2% exercem alguma
função remunerada.
Os que não participam do evento responderam preferir ficam em casa ou assistir a transmissão na
televisão, viajar ou outros motivos.
6. Impactos econômicos
Segundo dados do site da prefeitura de Parintins de 2017, com a chegada do festival pelo menos
3000 empregos são gerados diretamente e indiretamente entre prefeitura, associações folclóricas,
empresas de construção civil, serviços, comércio e etc., durante os 3 dias do festival.
A respeito da renda gerada pelo festival 71% dos entrevistados revelam que é mais utilizado como
renda complementar, enquanto 29% dizem que é a única renda obtido nesse período.
Também é visível que os moradores sabem da importância que o festival tem na economia. Dentre
os 124 entrevistados 91% disseram que o evento é muito importante pois contribui para
movimentação da economia, e gera muitos postos de emprego. Enquanto 9% não consideram o
evento importante para a economia local, pois acham que as pessoas que ganham lucro são as que
vem de fora, e retornam para o local de origem com o dinheiro
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Uma pesquisa de 2016 disponível no site portal Parintins com mais de 3000 pessoas, realizada
pelo Facebook, mostra um pouco do perfil dos frequentadores do festival de 2016, e a visão e
opinião a respeitos das operadoras turísticas.
Maior parte dos entrevistados são da região norte (89%), da região sudeste (7,5%) e os 3,5%
restantes representam as demais regiões. 71% dos entrevistados tem a faixa etária entre 21 e 40
anos e 15% de 41 a 50 anos. 12% ganha 1 salário mínimo, 30% recebe de 1 a 3 salários mínimos,
26% de 3 a 5 salários mínimos, 19% de 5 a 10, e 10% ganha mais de 10 salários mínimos.
Os mais utilizados são o barco tradicional para chegar até a ilha, ou avião. Há um grande número
de reclamações a respeito do valor exorbitante das passagens aéreas, foi sugerido até que outra
companhia aérea além da MAP comece a fazer voos na região para que possa haver opções para
os visitantes e para que o preço diminua com a concorrência, além de preços mais justos nas
cobranças de taxis.
7.3 Hospedagem
Dos entrevistados 46% ficam em casas de amigos, 19% em casa própria e 15% em casas
alugadas,13% pousadas, 7% hotéis e 6% barcos. Pôde-se perceber com a pesquisa que os turistas
achavam o preço das hospedagens absurdos em relação a qualidade que era oferecida, preferindo
ficar em casas alugadas e pousadas e hotéis. Recomendou-se também um melhor treinamento para
o pessoal que lida com o turista.
7.4 Alimentação
Foi possível perceber um enorme descontentamento em relação ao preço dos alimentos e bebidas
dentro do bumbódromo, e também em relação ao fato de não ser permitida a entrada com
alimentos, obrigando os turistas apagarem muito caro por estes lá dentro. Porém os restaurantes da
Região foram considerados regulares.
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De modo geral considerou-se os moradores como receptivos, e que apesar de todos os intercursos,
39,6% classificaram a experiência como inesquecível 30,1 % teve as expectativas atendidas, e
20,2 % descreveram como muito boa, enquanto 14,7% disseram não atender as expectativas.
9. Gastronomia local
O site turista profissional em 2017, fez uma postagem mostrando os pratos típicos da região, entre
eles estão:
9.1 Tucupi
O tucupi é extraído da raiz da mandioca, que é descascada, ralada e espremida. O caldo extraído
“descansa” para que o amido (goma de tapioca) se separe do líquido (tucupi) por decantação. O
tucupi é, então, cozido de 3 a 5 dias para eliminar o ácido cianídrico, venenoso, só então podendo
ser usado na culinária.
9.2 Tacacá
É uma espécie de sopa, preparada com um caldo fino, de cor amarelada, chamado tucupi, no qual
se coloca goma de tapioca, camarão seco e jambu. Serve-se muito quente, em cuias. Come-se com
dois pauzinhos, como os hashi japoneses.
9.3 Jambu
Logo quando se come um prato como o tacacá ou outra comida com jambu sente-se os lábios
levemente dormentes. É efeito desta erva típica da região norte do país e muito utilizada na
culinária da região, com efeitos anestésicos. É encontrada como ingrediente dos pratos, mas pode-
se também preparar o jambu da mesma maneira que se prepara uma couve, cortando-a fininha e
refogando-a.
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9.4 Pirarucu
O Pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do mundo, podendo medir mais de dois metros
e pesar até 250 Kg. Os ninhos são formados durante a seca e acabam ficando expostos à ação dos
pescadores, tornando o peixe bastante vulnerável. É muito apreciado na culinária e é conhecido
como o “bacalhau da amazônia”, por ter a carne beneficiada seca e salgada, praticamente
desprovida de espinhas. Dentre os pratos mais conhecidos está o famoso “pirarucu de casaca”.
9.5 Tambaqui
O tambaqui é considerado por muitos o peixe mais gostoso do mundo. É um peixe grande, pode
alcançar cerca de um metro de comprimento e chegar até 45 quilos. Hoje, contudo, dificilmente se
encontram desse porte. Pode ser feito ao forno ou caldeirada.
9.6 Tucumã
Tucumã é uma palmeira que chega a medir até 20 m e seus frutos amarelos com tons
avermelhados são muito apreciados na região norte. O fruto é quase só caroço, não dá para
“morder”. Você tem que tirar a casca e raspar a parte comestível, de poucos milímetros, junto à
semente. É utilizado na culinária, junto com o arroz, por exemplo, ou comida com o famoso “x-
caboclinho” (pão com tucumã).
9.7 Guaraná
O guaraná é um cipó originário da Amazônia. Seus frutos são utilizados para fazer bebida ou são
transformados em pó. O guaraná é um estimulante: aumenta a resistência nos esforços mentais e
musculares e diminui a fadiga motora e psíquica, produz maior rapidez e clareza do pensamento.
Existem diversas casas de guaraná em Manaus, que batem o xarope misturado com o pó e alguma
outra fruta ou mesmo com amendoim, castanhas, etc.
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10. Referências
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http://www.turminha.mpf.mp.br/nossa-cultura/folclore/copy_of_festa-do-boi/?searchterm=None
SILVA C. C. Quando surgiu o festival de Parintins?. Super interessante 18 abr 2011. Acesso em
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