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CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DO ESTADO DO CEARÁ –CREA-CE - CNPJ 07.135.

601/0001-50

NORMA ABNT NBR


BRASILEIRA 15751
Segunda edição
01.07.2013

Válida a partir de
01.08.2013

Sistemas de aterramento de subestações —


Requisitos
Substation earthing systems — Requirements
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -

ICS 17.220.20; 29.080.10 ISBN 978-85-07-04314-0

Número de referência
ABNT NBR 15751:2013
47 páginas

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Sumário Página

Prefácio ...............................................................................................................................................iv
1 Escopo ................................................................................................................................1
2 Referências normativas .....................................................................................................1
3 Termos e definições ...........................................................................................................1
4 Modelagem do solo ............................................................................................................4
5 Estabelecimento de uma geometria básica de malha ....................................................4
5.1 Cálculo preliminar da resistência de aterramento ..........................................................5
6 Dimensionamento do condutor da malha........................................................................6
6.1 Dimensionamento mecânico.............................................................................................6
6.2 Dimensionamento térmico ................................................................................................6
6.2.1 Formulação .........................................................................................................................6
6.2.2 Conexões ............................................................................................................................7
6.2.3 Condutores .........................................................................................................................8
6.2.4 Constantes do material......................................................................................................8
7 Cálculo das tensões permissíveis ....................................................................................8
7.1 Corrente de choque de longa duração (Ichld) ..................................................................9
7.2 Corrente de choque de curta duração (Ichcd) ..................................................................9
7.3 Tensão de passo ..............................................................................................................10
7.4 Tensão de toque ...............................................................................................................11
8 Cálculo da corrente de malha .........................................................................................13
8.1 Cálculo da corrente de malha simétrica eficaz .............................................................15
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8.2 Corrente de falta If ............................................................................................................18


8.3 Prescrições para o cálculo da corrente de malha.........................................................18
8.4 Fator de decremento Df ...................................................................................................18
8.5 Fator de projeção Cp ........................................................................................................19
8.6 Cálculo final da corrente de malha .................................................................................19
8.7 Fator de distribuição Sf....................................................................................................19
8.8 Relação entre corrente de malha e corrente de falta ....................................................20
8.9 Condição de segurança em expansões do sistema elétrico .......................................20
9 Cálculo de potenciais no solo.........................................................................................20
10 Recomendações gerais ...................................................................................................20
10.1 Aterramento ......................................................................................................................20
10.2 Condutores da malha.......................................................................................................21
10.3 Aterramento de cercas metálicas ...................................................................................21
10.4 Aterramento de equipamentos .......................................................................................23
10.4.1 Aterramento de pára-raios sobre suportes e de disjuntores de corpo único ............23
10.4.2 Aterramento de pára-raios sobre vigas .........................................................................24
10.4.3 Aterramento de transformadores de potencial indutivo ..............................................24
10.4.4 Aterramento de transformadores de potencial capacitivo ...........................................26
10.4.5 Aterramento de transformadores de corrente ...............................................................27
10.4.6 Aterramento de isoladores de pedestal .........................................................................28

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10.4.7 Aterramento de chaves seccionadoras..........................................................................29


10.4.8 Aterramento de disjuntores com pólos separados ......................................................30
10.4.9 Aterramento de transformadores de potência monofásicos ou banco
de monofásicos ................................................................................................................31
10.4.10 Aterramento de transformadores de potência trifásicos .............................................32
10.4.11 Aterramento de reatores de potência.............................................................................33
10.4.12 Aterramento de transformadores de serviços auxiliares .............................................33
10.4.13 Aterramento de bancos de capacitores .........................................................................34
10.4.14 Aterramento de postes de iluminação ...........................................................................35
10.4.15 Aterramento de luminárias e projetores instalados em colunas de concreto
ou metálicas......................................................................................................................35
10.4.16 Aterramento de tomadas de força e telefônicas do pátio da subestação ..................36
10.4.17 Aterramento de torres de telecomunicação ..................................................................36
10.4.18 Aterramento de ferragens de cadeias de isoladores ....................................................36
10.4.19 Aterramento de cabos e hastes pára-raios....................................................................36
10.4.20 Aterramento de blindagens de cabos isolados .............................................................36
10.4.21 Aterramento das canaletas e eletrodutos de pátio de subestação .............................37
10.4.22 Aterramento de caixas de passagem .............................................................................37
10.4.23 Aterramento de circuitos segregados por função ........................................................37
10.4.24 Anel de amortecimento ou eletrodo de terra de blindagem .........................................38
10.4.25 Aterramento dos equipamentos eletrônicos no interior da casa de comando ..........38
10.4.26 Aterramento de painéis de serviços auxiliares c.a. ......................................................38
10.4.27 Aterramento de painéis de serviços auxiliares c.c. ......................................................38
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10.4.28 Aterramento de retificadores ..........................................................................................38


10.4.29 Aterramento de banco de baterias .................................................................................38
10.4.30 Tomadas de força no interior das edificações, geradores, leitos de cabos,
esquadrias, portas e janelas ...........................................................................................39
10.5 Transferência de potencial ..............................................................................................39

Anexos
Anexo A (informativo) Cálculo da resistividade aparente do solo .................................................40
Anexo B (informativo) Metodologia para cálculo simplificado de potenciais no solo .................42
B.1 Cálculo das tensões de toque (metodologia simplificada para malhas
reticuladas retangulares).................................................................................................42
B.1.1 Tensão de toque para correntes de curta duração .......................................................43
B.1.2 Tensão de toque para correntes de longa duração ......................................................43
B.2 Cálculo das tensões de passo (metodologia simplificada para malhas
reticuladas retangulares).................................................................................................44
B.2.1 Determinação da tensão de passo máxima ...................................................................44
B.2.2 Determinação da diferença de potencial entre dois pontos quaisquer
na superfície do solo .......................................................................................................44
Anexo C (informativo) Outras metodologias para cálculo de potenciais ......................................47

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Figuras
Figura 1 – Defeito com religamento...................................................................................................9
Figura 2 – Conceito de tensão de passo .........................................................................................10
Figura 3 – Conceito de tensão de toque .........................................................................................11
Figura 4 – Resistividade do recobrimento da camada superficial ...............................................12
Figura 5 – Determinação gráfica do fator de redução C ................................................................13
Figura 6 – Principais elementos físicos a serem considerados em cálculos e simulações
para o dimensionamento de uma malha de terra..........................................................13
Figura 7 – Sistema de potência típico em condição de falta para a terra ....................................15
Figura 8 – Modelo completo de um vão de linha de transmissão ou rede de distribuição ........16
Figura 9 – Circuito elétrico para cálculo da corrente de malha considerando o sistema
de potência da Figura 7b .................................................................................................17
Figura 10 – Circuito do Zeq da Figura 9 ...........................................................................................17
Figura 11 – Aterramento de cercas metálicas situadas no interior do plano da malha
de aterramento .................................................................................................................21
Figura 12 – Aterramento de cercas metálicas situadas no exterior do plano da malha
de aterramento .................................................................................................................22
Figura 13 – Níveis de potencial que podem aparecer na malha e nas massas metálicas
a ela conectadas...............................................................................................................22
Figura 14 – Aterramento de equipamentos sobre suportes..........................................................23
Figura 15 – Aterramento de pára-raios sobre vigas.......................................................................24
Figura 16 – Aterramento de transformadores de potencial ..........................................................25
Figura 17 – Aterramento de transformadores de potencial – Detalhe para terminais isolados
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da carcaça dos equipamentos ........................................................................................26


Figura 18 – Aterramento de transformadores de potencial capacitivo ........................................27
Figura 19 – Aterramento de transformadores de corrente ............................................................28
Figura 20 – Aterramento de isoladores de pedestal ......................................................................29
Figura 21 – Aterramento de chaves seccionadoras .......................................................................30
Figura 22 – Aterramento de disjuntores com pólos separados....................................................31
Figura 23 – Aterramento de transformadores de potência monofásicos ou banco
de monofásicos ................................................................................................................32
Figura 24 – Aterramento de transformadores de potência trifásicos ..........................................33
Figura 25 – Aterramento de transformadores de serviços auxiliares ..........................................34
Figura 26 – Bancos de capacitores aterrados ................................................................................35
Figura A.1 – Resistividade aparente para um solo estratificado em duas camadas ..................41
Figura B.1 – Determinação da diferença de potencial entre dois pontos quaisquer
na superfície do solo que estejam localizados a distâncias inferiores a 1,5 vez
do raio equivalente da malha ..........................................................................................45
Figura B.2 – Determinação da diferença de potencial entre dois pontos quaisquer
na superfície do solo que estejam localizados a distâncias superiores a 1,5 vez
do raio equivalente da malha ..........................................................................................46

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Tabelas
Tabela 1 – Valores dos parâmetros para os tipos de condutores mais utilizados
em malhas de aterramentos ..............................................................................................7
Tabela 2 – Tipos de conexões e seus limites máximos de temperatura ........................................7
Tabela 3 – Constantes Kf ....................................................................................................................8
Tabela 4 – Limites de corrente elétrica suportados pelos seres humanos ...................................9
Tabela 5 – Resistividade do material de recobrimento (ρs) ...........................................................12
Tabela 6 – Fator devido à assimetria da corrente de falta .............................................................19
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Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos,
delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da Diretiva ABNT, Parte 2.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) chama atenção para a possibilidade de que
alguns dos elementos deste documento podem ser objeto de direito de patente. A ABNT não deve ser
considerada responsável pela identificação de quaisquer direitos de patentes.

A ABNT NBR 15751 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-03), pela Comissão
de Estudo de Segurança no Aterramento de Subestações c.a (CE-03:102.01). O seu 1º Projeto
circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 10, de 08.10.2008 a 08.12.2008, com o número
de Projeto 03:102.01-007. O seu 2º Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 04,
de 09.04.2009 a 08.05.2009, com o número de 2º Projeto 03:102.01-007. O seu Projeto de Emenda 1
circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 01, de 14.01.2013 a 14.03.2013, com o número
de Projeto de Emenda 1 ABNT NBR 15751.

Esta segunda edição incorpora a Emenda 1 de 01.07.2013 e cancela e substitui a edição anterior
(ABNT NBR 15751:2009).

O Escopo desta Norma Brasileira em inglês é o seguinte:


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Scope
This Standard specifies the requirements for the design and calculation of earthing systems for electrical
substations over 1 kV, when such systems are subject to industrial frequency faults.

This Standard also establishes the safety conditions for people and installations inside and outside the
substation.

Conformity to this standard does not exempt from compliance with other complementary standards applicable
to specific installations and facilities.

NOTE Examples of standards complementary to this standard are ABNT NBR 13534, ABNT NBR 13570
and ABNT NBR 5418.

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Sistemas de aterramento de subestações — Requisitos

1 Escopo
Esta Norma especifica os requisitos para dimensionamento do sistema de aterramento de subestações
de energia elétrica, acima de 1 kV, quando sujeitos a solicitações em freqüência industrial.

Esta Norma estabelece também as condições de segurança para pessoas e instalações dentro e fora
dos limites da subestação.

A aplicação desta Norma não dispensa o atendimento a outras normas complementares, aplicáveis
a instalações e locais específicos.

NOTA São exemplos de normas complementares a esta Norma as ABNT NBR 13534, ABNT NBR 13570
e ABNT NBR 5418.

2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para
referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se
as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).

ABNT NBR 5456, Eletricidade geral

ABNT NBR 5460, Sistemas elétricos de potência


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ABNT NBR 7117, Medição da resistividade do solo pelo método dos quatro pontos (Wenner)

ABNT NBR 15749, Medição de resistência de aterramento e de potenciais na superfície do solo


em sistemas de aterramento

IEC 60479-1, Effects of current on human beings and livestock – Part 1: General aspects

3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os termos e definições das ABNT NBR 5456
e ABNT NBR 5460,e os seguintes.

3.1
aterramento
ligação intencional de parte eletricamente condutiva à terra, através de um condutor elétrico

3.2
circuito terra
circuito elétrico formado pelos componentes responsáveis pelo escoamento da corrente de falta
fase-terra (ou de uma fração dela) para o solo

3.3
condutor de aterramento
condutor ou elemento metálico que faz a ligação elétrica entre uma parte de uma instalação que deve
ser aterrada e o eletrodo de aterramento

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3.4
corrente de falta
corrente que flui de um condutor para outro e/ou para a terra, no caso de uma falta e no local desta.
No texto, a corrente de falta é a corrente de curto-circuito assimétrica fase-terra

3.5
corrente de interferência (no processo de medição de resistência de aterramento e de resistividade do solo)
qualquer corrente estranha ao processo de medição, capaz de influenciar seus resultados

3.6
corrente de malha de longa duração Imid
corrente que percorre a malha de terra por um tempo superior a 3 s, podendo causar tensões
de passo e toque perigosas aos seres vivos que circulem na região da malha e arredores. Esta corrente
em geral é devida ao sistema MRT (monofásico com retorno pela terra), redes de distribuição trifásicas
com cargas monofásicas entre fase e neutro, transformadores com primário em estrela aterrada
e outras configurações

3.7
corrente de malha
parcela da corrente de falta dissipada pela malha de aterramento para o solo

3.8
eletrodo de aterramento
elemento ou conjunto de elementos do sistema de aterramento que assegura o contato elétrico com
o solo e dispersa a corrente de defeito, de retorno ou de descarga atmosférica na terra

3.9
eletrodo natural de aterramento
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elemento condutor ligado diretamente à terra, cuja finalidade original não é de aterramento, mas que
se comporta naturalmente como um eletrodo de aterramento

3.10
falta (elétrica)
contato ou arco acidental entre partes sob potenciais diferentes e/ou de uma ou mais dessas partes
para a terra, num sistema ou equipamento elétrico energizado

3.11
haste de aterramento
eletrodo de aterramento constituído por uma haste rígida cravada no solo

3.12
malha de aterramento
conjunto de condutores nus interligados e enterrados no solo

3.13
potenciais perigosos
potenciais que podem provocar danos quando aplicados ao elemento tomado como referência

3.14
potencial transferido
valor do potencial transferido para um ponto remoto de um dado sistema de aterramento

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3.15
resistência de aterramento (de um eletrodo)
relação da tensão medida entre o eletrodo e o terra remoto e a corrente injetada no eletrodo

3.16
resistividade aparente do solo para um dado espaçamento
valor da resistividade resultante da avaliação das condições locais e do tratamento estatístico
dos resultados de diversas medições de resistividade do solo para aquele espaçamento, efetuadas
numa determinada área ou local, e que possa ser considerado como representativo das características
elétricas do solo

3.17
resistividade aparente do solo
resistividade vista por um sistema de aterramento qualquer, em um solo com característica
de resistividade homogênea ou estratificado em camadas, cujo valor é utilizado para o cálculo
da resistência de aterramento desse sistema

3.18
resistividade elétrica do solo
resistência entre faces opostas do volume de solo, consistindo em um cubo homogêneo e isótropo,
cuja aresta mede uma unidade de comprimento

3.19
sistema aterrado
sistema ou parte de um sistema elétrico cujo neutro é permanentemente ligado à terra

3.20
sistema de aterramento
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conjunto de todos os eletrodos e condutores de aterramento, interligados ou não, assim como


partes metálicas que atuam direta ou indiretamente com a função de aterramento, tais como: cabos
pára-raios, torres e pórticos; armaduras de edificações; capas metálicas de cabos, tubulações e outros

3.21
sistema diretamente aterrado
sistema aterrado sem interposição intencional de uma impedância

3.22
subestação
parte de um sistema de potência, concentrada em um dado local, com os respectivos dispositivos
de manobra, controle e proteção, incluindo as obras civis e estruturas de montagem, podendo incluir
também transformadores, equipamentos conversores e/ou outros equipamentos

3.23
tensão de passo
diferença de potencial entre dois pontos da superfície do solo separados pela distância de um passo
de uma pessoa, considerada igual a 1,0 m

3.24
tensão de toque
diferença de potencial entre um objeto metálico aterrado ou não e um ponto da superfície do solo
separado por uma distância horizontal equivalente ao alcance normal do braço de uma pessoa; essa
distância é convencionada igual a 1,0 m

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3.25
tensão máxima do sistema de aterramento
tensão máxima que um sistema de aterramento pode atingir relativamente ao terra de referência,
quando houver ocorrência de injeção de corrente de defeito, de retorno ou de descarga atmosférica
para o solo

3.26
terra de referência
região do solo suficientemente afastada da zona de influência de um eletrodo ou sistema de aterramento,
tal que a diferença de potencial entre dois quaisquer de seus pontos, devido à corrente que circula pelo
eletrodo para a terra, seja desprezível. É uma superfície praticamente eqüipotencial que se considera
como zero para referência de tensões elétricas

3.27
terra
massa condutora de terra; sistema de aterramento ao qual são ligadas as partes metálicas
do equipamento ou da instalação que, normalmente, não ficam sob tensão

4 Modelagem do solo
A determinação do modelo do solo de uma determinada região exige a realização de medições
de curvas de resistividade aparente para diversos pontos. As medições devem ser feitas num período
seco e, se possível, com o local já terraplenado e compactado. Os dados obtidos com estas medições
devem ser convenientemente analisados, tendo em vista a eliminação de valores considerados
atípicos, resultantes da influência de interferências locais, tais como rochas ou condutores enterrados
no solo, não representativos, portanto, do solo local.
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5 Estabelecimento de uma geometria básica de malha


O projeto do sistema de aterramento de uma subestação é realizado para a condição de falta para a terra
e envolve o dimensionamento do condutor da malha, para suportar os esforços térmicos decorrentes
da circulação de correntes de curto-circuito, e o estabelecimento de uma geometria de malha adequada
para o controle dos potenciais de passo e toque, causados pelo processo de dissipação da malha para
o solo de parte ou de toda a corrente de falta.

A etapa inicial do dimensionamento de uma malha de aterramento consiste na seleção de uma


geometria básica, que deve considerar a delimitação da área da SE a ser abrangida pela malha
e o arranjo inicial dos condutores.

A área a ser abrangida pela malha deve incluir no mínimo o pátio da SE. Uma vez escolhida a área a ser
abrangida pela malha, cumpre determinar uma configuração inicial para o lançamento dos eletrodos
que a constituirão. O critério de definição da geometria inicial da malha deve levar em consideração
a distribuição dos equipamentos e edificações existentes no interior da área em questão, bem como
o modelo de solo (já previamente determinado).

Entre as características de geometria básica de uma malha de aterramento de subestação cabe citar
o seguinte:

— profundidade de enterramento mínima de 0,5 m, recomendado por razões mecânicas, sendo


admitida uma profundidade mínima de 0,25 m em áreas de piso concretado ou devido a um
substrato rochoso muito superficial;

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— condutor periférico no entorno das edificações.

NOTA No caso particular de instalações onde a SE é apenas um elemento em um conjunto bem mais
amplo, que pode inclusive incluir outras subestações, áreas de processo etc., pode ser necessária a elaboração
de algumas alternativas de sistemas de aterramento, integrados ou não, tendo em vista a minimização dos
valores de elevação e de transferência de potencial entre as diversas instalações componentes do complexo.

5.1 Cálculo preliminar da resistência de aterramento

É recomendável calcular de forma aproximada a resistência de aterramento da malha, antes


da geometria definitiva, o que é possível pela consideração inicial de que a resistência de aterramento
é função da área ocupada pela malha de aterramento e da resistividade do solo.

Esta relação é expressa pela equação:


ρ
R= a
4r [1]

onde

R é a resistência de aterramento, expressa em ohms (Ω);

ρa é a resistividade aparente do solo, expressa em ohm × metro (Ω × m). Para o cálculo


da resistividade aparente, consultar o Anexo A;

r é o raio do círculo equivalente à área do sistema de aterramento constituído pelos eletrodos


horizontais, expresso em metros (m).

A partir da geometria inicial da malha, o comprimento aproximado dos condutores a serem enterrados
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pode ser obtido pelo somatório das extensões dos eletrodos horizontais lançados, permitindo que
a resistência de aterramento seja calculada pelas equações a seguir:

a) para as malhas enterradas a uma profundidade de até 0,25 m:


ρ ρ
R= a+ a [2]
4r Lt
b) para as malhas enterradas numa profundidade compreendida entre 0,25 m e 2,5 m:
⎧ ⎡ ⎛ ⎞ ⎤⎫
⎪⎪⎛ 1 ⎞ ⎛ 1 ⎞ ⎢ ⎜ 1 ⎟ ⎥ ⎪⎪
R = ρa ⎨⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ × ⎢1 + ⎜ ⎟ ⎥⎬ [3]
⎝ 20 × A⎠ ⎢
⎪⎝ Lt ⎠ ⎜ 1 + H 20⎟ ⎥ ⎪
⎪⎩ ⎢⎣ ⎝ A ⎠ ⎥⎦ ⎭⎪

onde

Lt é o comprimento total de condutores enterrados, expresso em metros (m);

H é a profundidade da malha, expressa em metros (m);

A é a área ocupada pela malha, expressa em metros quadrados (m2).

As equações [1], [2] e [3] são conservativas no caso de malhas contendo hastes verticais.

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6 Dimensionamento do condutor da malha


O condutor da malha de terra é dimensionado considerando as solicitações mecânicas e térmicas
devidas às correntes elétricas que ele possa suportar.

6.1 Dimensionamento mecânico

Considerando a necessidade de suportar esforços mecânicos e eletromagnéticos, tem-se as seguintes


bitolas mínimas dos condutores:

— cobre – 50 mm2;

— aço (protegido contra corrosão de acordo com normas aplicáveis) – 38 mm2 (5/16”).

6.2 Dimensionamento térmico

6.2.1 Formulação

O condutor deve ter uma seção (S) capaz de suportar a circulação de uma corrente máxima (If) durante
um tempo (t) em que a temperatura se eleve acima de um valor-limite suportável (Tm), considerando
uma temperatura ambiente (Ta) e que toda energia térmica fica retida no condutor devido a pequena
duração da corrente de curto.

A equação de Onderdonk, que permite o cálculo desta seção, é dada por:


t × αr × ρt × 104
S = If
(k + Tm )
TCAP × ln 0 [4]
(k0 + Ta )
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onde

S é a seção, expressa em milímetros quadrados (mm2);

If é a corrente de falta fase-terra, expressa em quiloampères (kA);

t é o tempo, expresso em segundos (s);

αr é o coeficiente térmico de resistividade do condutor a t °C (°C–1);

ρt é a resistividade do condutor de aterramento a t °C, expressa em ohm × centímetro (Ω × cm);

TCAP é o fator de capacidade térmica, em joule por centímetro cúbico vezes


graus Celsius [J/(cm3 × °C)];

Tm é a temperatura máxima suportável, expressa em graus Celsius (°C), conforme Tabela 1;

Ta é a temperatura ambiente, expressa em graus Celsius (°C);

k0 = 1/α0 ou (1/αr) – Tr ;

k0 é o coeficiente térmico de resistividade do condutor a 0 °C;

Tr é a temperatura de referência das constantes do material, em graus Celsius (°C).

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A Tabela 1 apresenta os valores dos parâmetros acima para os tipos de condutores mais utilizados
em malhas de aterramento.

Tabela 1 – Valores dos parâmetros para os tipos de condutores mais utilizados


em malhas de aterramentos
Coeficiente térmico Temperatura de
Condutância Resistividade TCAP
Tipo do condutor de resistividade fusão a
% α0 (0 °C) αr (20 °C) (°C) ρr(20 °C) [J/(cm3 × °C)]
Cobre (macio) 100,0 0,004 27 0,003 93 1 083 1,724 3,422
Cobre (duro) 97,0 0,004 13 0,003 81 1 084 1,777 3,422
Aço cobreado 40 % 40,0 0,004 08 0,003 78 1 084 4,397 3,846
Aço cobreado 30 % 30,0 0,004 08 0,003 78 1 084 5,862 3,846
a
Haste de aço cobreado 20,0 0,004 08 0,003 78 1 084 8,62 3,846

Fio de alumínio 61,0 0,004 39 0,004 03 657 2,862 2,556


Liga de alumínio 5005 53,5 0,003 80 0,003 53 660 3,222 2,598
Liga de alumínio 6201 52,5 0,003 73 0,003 47 660 3,284 2,598
Aço-alumínio 20,3 0,003 88 0,003 60 660 8,480 2,670
Aço 1020 10,8 0,001 65 0,001 60 1 510 15,90 3,28
Haste de aço b 9,8 0,001 65 0,001 60 1 400 17,50 4,44
Aço zincado 8,5 0,003 41 0,003 20 419 20,1 3,931

Aço inoxidável 304 2,4 0,001 34 0,001 30 1 400 72,0 4,032


a Aço cobreado baseado em uma espessura de 254 μm de cobre.
b Aço inoxidável baseado em 508 μm nº 304 de espessura sobre o aço 1020.
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6.2.2 Conexões

O valor de Tm é função do tipo de conexão a ser utilizada conforme Tabela 2. Os valores de Kf para
as conexões de aterramento mais utilizadas estão listados na Tabela 3. Assim, a equação [4] pode
ser simplificada para:
S = If × K f × t [5]

onde

Kf é a constante para materiais considerando temperatura ambiente (Ta) de 40 °C

Tabela 2 – Tipos de conexões e seus limites máximos de temperatura

Tm
Conexão
°C
Mecânica (aparafusada ou por pressão) 250
Emenda tipo solda oxiacetilênica 450
Emenda com solda exotérmica 850 a
Emenda à compressão 850 b
a Solda exotérmica, conhecida como aluminotermia, cuja conexão é feita através da fusão obtida pela ignição
e combustão de uma formulação em um molde.
b Obtida por meio de conectores com compressão por ferramenta hidráulica.

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6.2.3 Condutores

A equação para o dimensionamento dos condutores contempla a corrente de curto-circuito plena (If).
Esta corrente circulará pelo condutor de aterramento (rabicho) no ponto de ocorrência do curto e
se subdividirá na malha proporcionalmente às resistências equivalentes no ponto de injeção
da corrente. Isto leva à possibilidade de utilização de condutores de malha, dimensionados para
correntes inferiores à corrente de curto plena.

6.2.4 Constantes do material

Onde a temperatura de fusão da conexão for inferior à temperatura de fusão do condutor, deve-se utilizar
a temperatura da conexão no cálculo da constante Kf. A Tabela 3 exemplifica o Kf para o cobre,
considerando o limite de fusão da conexão.

Caso a seção do condutor calculada pela equação [5] resulte em um valor inferior ao estabelecido em 6.1,
deve ser utilizada a seção mínima estabelecida.

Tabela 3 – Constantes Kf
Conexão Kf
Mecânica (aparafusada ou por pressão) 5,8
Emenda tipo sola oxiacetilênica 4,7
Emenda com solda exotérmica 3,8
Emenda a compressãoa 3,8
a Obtida por meio de conectores com compressão por ferramenta hidráulica.
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7 Cálculo das tensões permissíveis


Para um sistema de aterramento ser considerado seguro para qualquer condição de defeito,
é necessário estabelecer os valores máximos permissíveis para as tensões de passo e toque.

Os potenciais toleráveis de passo e de toque são estabelecidos em função do tempo de eliminação


do defeito (t) e da resistividade da camada superficial do solo.

Deve ser verificada a necessidade do estabelecimento de níveis de suportabilidade diferenciados


para diversas áreas no interior e na periferia das instalações, face à existência de diferentes tipos
de cobertura do solo (natural, brita, concreto, asfalto etc.).

O tempo t deve ser escolhido de forma conservativa, de acordo com a filosofia de proteção adotada
e com as características dos equipamentos de proteção utilizados. Devem ser considerados
dois casos:

a) defeitos com duração determinada pelo sistema de proteção; a corrente permissível pelo corpo
humano (Ichcd) é dada pela equação [6] de 7.2;

b) defeitos de longa duração que não sensibilizam os dispositivos de proteção; a corrente permissível
pelo corpo humano (Ichld) é dada pela Tabela 4.

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7.1 Corrente de choque de longa duração (Ichld)

É a corrente de choque provocada por uma tensão de toque ou passo devido a uma corrente
de defeito de longa duração.

A corrente de choque de longa duração permissível é o máximo valor de corrente que circula
pelo corpo sem provocar fibrilação.

Os valores máximos de corrente de choque de longa duração são dados pela Tabela 4.

Tabela 4 – Limites de corrente elétrica suportados pelos seres humanos


Corrente limite de largar de longa duração (Ichld)
Porcentagem da população que suporta Homens Mulheres
99,5% 9 mA 6 mA
50% 16 mA 10,6 mA

7.2 Corrente de choque de curta duração (Ichcd)

É a corrente máxima de não fibrilação (para 99,5 % das pessoas de 50 kg) no intervalo
de tempo 0,03 s ≤ t ≤ 3 s:
0,116
Ichcd = (A) [6]
t
O valor de t, que é a duração do choque, é estabelecido pelo tempo máximo de eliminação da falta
baseado no dispositivo de proteção. Havendo religamento automático, com um intervalo de tempo
menor ou igual a 0,5 s, o tempo a ser considerado deve ser igual à soma dos tempos da falta inicial
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e das faltas subseqüentes.

im

in

t
t1 tr t2 tr t3

Figura 1 – Defeito com religamento

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Efeito do religamento no tempo utilizado para cálculo das tensões de passo e toque:

— se tr ≤ 0,5 s, então tm = t1 + t2 + t3

— se tr > 0,5 s, então tm = máx (t1, t2, t3)

7.3 Tensão de passo

A Figura 2 apresenta a situação de uma pessoa sob tensão de passo, bem como um circuito equivalente
correspondente aos parâmetros resistivos envolvidos.

Ichld
ou
Ichcd Rp

Ep Rmp Rch

Ichld
ou
Ichcd
Rp

Ep

Figura 2 – Conceito de tensão de passo


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A máxima tensão de passo permissível pelo corpo humano é dada pela equação:

Ep = ⎣Rch + 2(Rp Rmp)⎦ × Ichcd (V) [7]

onde

Rch é a resistência do corpo humano, adotada como sendo 1 000 Ω, expressa em ohms (Ω);

Rp é a resistência própria de cada pé com relação ao terra remoto, expressa em ohms (Ω);

Rmp é a resistência mútua entre dois pés, expressa em ohms (Ω);

Ichcd é a máxima corrente de curta duração admissível pelo corpo humano, expressa em ampères (A).

As resistências própria e mútua dos pés são dadas por:


⎛ρ ⎞
Rp = ⎜ s ⎟ × C ( Ω ) [8]
⎝ 4b ⎠

⎛ ρs ⎞
Rmp = ⎜ (Ω) [9]
⎝ 2 × π × Rp ⎟⎠
onde

Rmp é a resistência mútua entre dois pés, expressa em ohms (Ω);

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b é igual a 0,083 m (raio do disco metálico – modelo estabelecido para o pé humano);

dp é a distância entre os dois pés (1 m);

ρs é a resistividade do recobrimento da superfície do solo (Ω × m), conforme Tabela 5;

Caso não haja recobrimento, utilizar resistividade da camada superficial do solo.

C é o fator de redução que depende da espessura da camada de recobrimento (equação 13).

Considerando Rmp desprezível quando comparada a Rp, tem-se:

Ep = (Rch + 6 × ρs × C)Ichcd (V) [10]

7.4 Tensão de toque

A Figura 3 apresenta a situação de uma pessoa sob tensão de toque, bem como o circuito equivalente
correspondente às resistências envolvidas.
Componente

Ichld
Componente
Energizado
Energizado

ou
Ichcd

Et Rch
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Ichld
ou
Ichcd

Rp Rmp

Rp

Figura 3 – Conceito de tensão de toque

A máxima tensão de toque permissível pelo corpo humano é dada por:

— curta duração:

Etcd = Rch +
(Rp + Rmp ) × I
chcd ( V )
2 [11]
Etcd = (Rch + 1, 5 × ρs × C ) × Ichcd ( V )

— longa duração:

Etld = Rch +
(Rp + Rmp ) × I
chld ( V )
2
[12]
Etld = (Rch + 1, 5 × ρs × C ) × Ichld ( V )

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Tabela 5 – Resistividade do material de recobrimento (ρs)


Resistividade
Material Ω×m
seco molhado
Brita nº 1, 2 ou 3 3 000
Concreto 1 200 a 280 000 21 a 100
Asfalto 2 × 106 a 30 × 106 10 × 103 a 6 × 106

O fator de redução C é calculado pela equação:


⎡ ⎤
⎢ ∞ ⎥
1 ⎢ kn ⎥
C=
0,96 ⎢ 1+ 2 × ∑ 2⎥ [13]
⎢ n −1 ⎛ 2 × n × hs ⎞ ⎥
1+ ⎜
⎢⎣ ⎝ 0,08 ⎟⎠ ⎥⎦

ou simplificada
⎡ ρ1 ⎤
⎢ 1− ρ ⎥
s
C ≅ 1− a × ⎢ ⎥ [14]
⎢ 2 × hs + a⎥
⎢⎣ ⎥⎦

onde
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a é igual a 0,106 m
ρ − ρs
K= 1
ρ1 + ρ s

[15]

ρs Ω×m
hs

ρ1 Ω×m

Legenda
ρ1 é a resistividade da 1a camada (Ω × m)

ρs é a resistividade do recobrimento da camada superficial (em Ω × m), conforme Tabela 5

hs é a espessura da camada de revestimento superficial (m)

Figura 4 – Resistividade do recobrimento da camada superficial

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O fator C pode ser determinado graficamente a partir da Figura 5.

1,20
1,10
k = 0,0
1,00
0,90 k = 0,1

0,80 k = 0,2
0,70
k = 0,3
0,60
k = 0,4
0,50
k = 0,5
0,40
k = 0,6
0,30
k = 0,7
0,20

0,10
0,00
0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 hs

Figura 5 – Determinação gráfica do fator de redução C

8 Cálculo da corrente de malha


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O sistema de aterramento de uma subestação é típicamente constituído pela sua malha de aterramento
e por todos os elementos metálicos a ela conectados, tais como cabos pára-raios, aterramentos
de torres e postes de linhas de transmissão e subtransmissão, blindagem de cabos de energia,
neutro multiaterrado de linhas de distribuição e malhas de aterramento de subestações vizinhas
(ver Figura 6).

Acoplamento das
fases com o neutro

Poste de
distribuição
Alimentador
limentado Torre ou poste Acoplamento das fases
Neutro de distribuição Pórtico -
com o pára-raios
de transmissão
Multiaterrado
-
Pára-raios

Fases

Fases

Aterramento
do neutro Contrapeso

Blindagem dos cabos de


potência e eventual condutor
de acompanhamento

Malha de terra Malha da


SE remota
Eventuais contrapesos
contínuos
Acoplamento das fases com
a blindagem dos cabos

Figura 6 – Principais elementos físicos a serem considerados em cálculos e simulações


para o dimensionamento de uma malha de terra

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Quando da ocorrência de uma falta de curta duração para a terra, a corrente de defeito (If) inicialmente
injetada na malha de aterramento se divide por todo este sistema interligado, cabendo então a cada
um dos seus componentes a função de escoar uma fração de corrente de falta. A chamada corrente
de malha (Im) é a parcela da corrente de falta que escoa para o solo através da malha de aterramento.

Deve-se considerar também a presença de corrente de malha de longa duração (Imld) que retorna
ao sistema pela malha, proveniente de sistemas monofásicos com retorno por terra ou qualquer
outra configuração capaz de gerar tal corrente, tais como rede de distribuição com transformadores
monofásicos ligados entre fase e neutro, transformadores trifásicos com primário em estrela
aterrada etc.

O circuito a ser considerado no dimensionamento da malha de aterramento inclui os condutores


de fase, de neutro e a terra, mutuamente acoplados. O condutor de fase é responsável pelas
contribuições do sistema para a corrente de falta; e o condutor de neutro em conjunto com a malha
escoa esta corrente (ou uma fração dela) para o solo.

As Figuras 7a e 7b apresentam duas situações de distribuição da corrente de falta pelos vários


caminhos existentes para retorno à fonte, sendo a corrente de malha representada por Im. Estão
representados os esquemas de um sistema de potência de transmissão ou distribuição, radial,
com alimentação por apenas um lado, com uma falta à terra em uma subestação cuja malha
se pretende analisar.

Secundário do
transformador B

Y
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C
If

solo Im

Im
Malhada SE
Alimentadora
A Malha em Análise
álise

Figura 7a – Sem cabo pára-raios ou neutro

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A
Secundário do
transformador B

C
lf
Cabo pára-raios l1 + lmútua
N l2
ou neutro

lm
solo

lm
Malha da SE
alimentadora Aterramento das Malha em análise
torres ou postes

Figura 7b – Com cabo pára-raios ou neutro

Figura 7 – Sistema de potência típico em condição de falta para a terra

Na Figura 7a, onde está representada uma linha de transmissão ou de distribuição que não possui
cabos pára-raios, a corrente If flui integralmente da malha para o solo, sendo então Im = If. Neste caso,
a corrente de malha Im tem um valor superior ao verificado no caso de haver condutor pára-raios
(ou neutro) multiaterrado.

Na Figura 7b estão representadas a corrente total de falta If, a corrente de malha Im, objeto do estudo,
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e a corrente que flui pelo circuito formado pelos cabos pára-raios e torres da linha de transmissão.
Cabe observar que devido ao acoplamento magnético entre a fase em condição de falta e os cabos
pára-raios, pode-se decompor a corrente que circula por estes últimos em duas parcelas, a parcela
devida a este acoplamento (Imutua) e a corrente devida à impedância dos cabos pára-raios (ou neutro)
multiaterrados (representados na Figura 7 por I1 e I2). Verifica-se que o condutor pára-raios vai drenar
parte da corrente de falta, diminuindo desta forma a corrente de malha Im.

8.1 Cálculo da corrente de malha simétrica eficaz

No caso em que a corrente de malha difere da corrente de falta, faz-se necessário o cálculo da corrente
de malha eficaz. Para o cálculo desta corrente, o sistema deve ser modelado convenientemente
por um circuito equivalente, considerando-se que a terra é um dos caminhos de retorno para a corrente
de falta.

Neste caso, para a modelagem das linhas de transmissão e de distribuição, não se devem utilizar
os parâmetros de seqüência, e sim formulações que utilizem a teoria de Carson. Esta modelagem
deve incluir o acoplamento magnético entre os cabos fase e pára-raio (ou fase-neutro em linha
de distribuição) durante o curto-circuito, através da impedância mútua. Este acoplamento é importante,
pois drena, pelos cabos pára-raios (ou neutro), parte da corrente de defeito, diminuindo a corrente
de malha, havendo desta forma o alívio das tensões de passo e toque na malha da subestação.

Nota-se que as impedâncias próprias e mútuas dependem da resistividade do solo, da freqüência


do sistema, dos tipos de cabos utilizados e da disposição destes cabos na torre de transmissão
(ou no poste, para linhas de distribuição).

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Desta forma tem-se para um vão de linha de transmissão ou de distribuição, o circuito da Figura 8.

Ip Zpk Ip
1 4

Vpk
Vpk + 1
Zmk

Ick+1 Ick
2 5

Vck + 1 Itk Zck Vck

Rtk

Ip - Ick

3 6

Legenda

k representação genérica do vão, sendo k = 1 na torre em falta e k = n na subestação de alimentação


Vpk + 1 Tensão de fase entre pontos 1 e 3, V13 (valor complexo)
Vpk Idem, entre pontos 4 e 6, V46
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Ip Corrente de falta para terra (3 I0 = If, valor complexo)


Ick Corrente complexa no vão k do cabo guarda
Itk Corrente complexa que penetra a terra na torre k
Ick + 1 Corrente complexa no cabo guarda do vão k + 1
(Ip – Ick) Corrente complexa que retorna pela terra no vão k
Zp Impedância própria, com retorno pela terra, do cabo fase (impedância própria de Carson)
Zc Idem cabo guarda
Zm Impedância mútua entre o cabo fase em falta e o cabo guarda (impedância mútua de Carson)
Rt Resistência de aterramento da torre ligada ao nó 2 (resistência ôhmica, valor real, não complexo)

Figura 8 – Modelo completo de um vão de linha de transmissão ou rede de distribuição

O modelo aplicado ao sistema de potência esquematizado na Figura 7b resulta no circuito elétrico


da Figura 9.

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Zpn Zp2 Zp1 Ip

+
Zmn Zm2 Zm1

Vfase

Zcn Zc2 Zc1

Ip Icn Ic2 Ic1 Izeq

Rfp Rtn - 1 Rt2 Rt1 Z eq

Vão Vão Vão

Figura 9 – Circuito elétrico para cálculo da corrente de malha considerando o sistema


de potência da Figura 7b

No caso da modelagem considerando geradores e motores contribuindo para a corrente de curto


fase-terra, devem ser utilizadas as respectivas impedâncias subtransitórias.

Uma vez modelado o sistema, resolve-se o circuito e calcula-se a corrente que passa através
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da resistência representativa da malha Rm, obtendo-se assim a corrente de malha simétrica eficaz.

O Zeq da Figura 9 é a associação em paralelo dos elementos constantes na Figura 10.


If= 3 x I0

Impedância para a terra relativa


Resistência para a terra ao cabo pára-raios ou ao neutro
relativa à
a malha da SE multiaterrado situado a jusante do
no ponto da falta. ponto da falta

Figura 10 – Circuito do Zeq da Figura 9

Para a resolução do circuito elétrico há vários métodos oriundos da teoria de circuitos elétricos, sendo
que cada método assume determinadas hipóteses para simplificação. A escolha do método mais
conveniente é feita considerando-se estas hipóteses e a topologia da rede.

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A corrente de malha simétrica eficaz, para ser usada no dimensionamento da malha, será
multiplicada por um fator que deve considerar a componente contínua da corrente de curto Df (ver 8.4)
e o crescimento do sistema Cp (ver 8.5).

8.2 Corrente de falta If

Seja qual for o método de cálculo, devem ser fornecidas as potências de curto circuito trifásica
e de fase para a terra no ponto onde será construído o sistema de aterramento, bem como
as contribuições das linhas de transmissão envolvidas no curto-circuito.

A corrente de malha de longa duração (Imld) também deve ser calculada. A primeira fase do cálculo desta
corrente consiste em definir a maior corrente permissível no neutro de um ou mais transformadores
da subestação, que possam fluir permanentemente no sistema de aterramento e que devem servir
de parâmetro para o ajuste das proteções de sobrecorrente de neutro dessa subestação. A segunda
fase consiste em determinar a parcela de corrente que flui pela malha de terra da subestação e a
que flui pelo aterramento das linhas de transmissão e dos neutros dos alimentadores em paralelo
com essa malha, na proporção inversa de suas impedâncias de aterramento vistas por essa corrente.

Após o cálculo da corrente de malha de longa duração, deve-se verificar se esta não provoca tensões
de passo e toque superiores aos valores suportados pelo corpo humano, em regime de longa duração
(tempo maior que 3 s), conforme 7.1. Caso esta condição não seja atendida em qualquer ponto
da subestação, ou arredores, o projeto do eletrodo de aterramento deve ser refeito, de forma que não
haja tensões de passo e toque perigosas aos seres vivos.

8.3 Prescrições para o cálculo da corrente de malha

Se a corrente total de falta If for utilizada, em vez da corrente de malha Im, para o dimensionamento
da malha, deve-se ter em mente que ela resultará superdimensionada.
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Em muitos casos, utilizando-se a corrente total de falta If para dimensionar a malha, chega-se
a uma malha incompatível com a área prevista para ser abrangida pela malha conforme a Seção 5.
Neste caso é obrigatório o cálculo da corrente de malha Im para se projetar uma malha exeqüível
e ao mesmo tempo segura em relação ao controle de tensões de toque e passo.

A utilização da corrente de suportabilidade de equipamentos para o dimensionamento da malha tam-


bém leva a um superdimensionamento dela.

Não há este superdimensionamento nos casos em que a corrente de malha for igual à corrente de falta
(Im = If), o que acontece em sistemas elétricos de transmissão sem condutor pára-raio (ou sistemas
de distribuição sem cabo neutro) conectado à malha.

8.4 Fator de decremento Df

Este fator permite a obtenção do valor eficaz equivalente da corrente assimétrica de falta, para
um determinado tempo de eliminação dela (considerando, portanto, o efeito da componente contínua).
A sua determinação pode ser feita a partir da equação [16] ou da Tabela 6. O seu valor varia
inversamente com o tempo de eliminação da falta e aumenta com a relação X/R do sistema. Para
a faixa de tempo de eliminação de faltas tipicamente considerada igual ou superior a 0,5 s, o fator Df
pode ser considerado unitário.
⎛ −2t f ⎞
⎛ Ta ⎞ ⎜
Df = 1 + ⎜ ⎟ × 1 − e Ta ⎟ [16]
⎝ tf ⎠ ⎜ ⎟
⎝ ⎠

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Tabela 6 – Fator devido à assimetria da corrente de falta


Duração da falta Fator de decremento
tf Df
s Ciclos a 60 Hz X/R = 10 X/R = 20 X/R = 30 X/R = 40
0,008 33 0,5 1,576 1,648 1,675 1,688
0,05 3 1,232 1,378 1,462 1,515
0,10 6 1,125 1,232 1,316 1,378
0,20 12 1,064 1,125 1,181 1,232
0,30 18 1,043 1,085 1,125 1,163
0,40 24 1,033 1,064 1,095 1,125
0,50 30 1,026 1,052 1,077 1,101
0,75 45 1,018 1,035 1,052 1,068
1,00 60 1,013 1,026 1,039 1,052

8.5 Fator de projeção Cp

Este fator leva em consideração o crescimento da corrente de falta ao longo da vida útil
da instalação, em função da expansão da rede de transmissão e geração de energia elétrica.
A evolução previsível do nível de curto-circuito de um sistema é função dos critérios adotados pelo
planejamento de unidades geradoras, transformadoras e transmissoras, e será quantificada pelo fator
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Cp que multiplica a corrente de malha simétrica eficaz. Pode-se identificar em algumas situações,
uma correlação entre fatores Cp e Sf, considerando, por exemplo, que um incremento no número
de linhas de transmissão chegando a uma subestação resulta no aumento do nível de curto-circuito,
acarretando, porém a redução do fator de divisão, em função do maior número de caminhos para
o solo, via cabos pára-raios e torres de linhas de transmissão.

Com relação a este fator é recomendável que os estudos de aterramento sejam conduzidos
considerando os níveis de corrente de falta previstos até o ano horizonte disponível no planejamento
e que reavaliações futuras sejam conduzidas quando de alterações significativas no estudo realizado,
ou para evoluções do sistema além do ano horizonte inicialmente estudado.

8.6 Cálculo final da corrente de malha

Aplicando-se à corrente de malha simétrica eficaz os fatores acima definidos tem-se:

Imalha = Imalha sim ef × Df × Cp [17]

8.7 Fator de distribuição Sf

É o fator que fornece a parcela da corrente de falta que escoa para a terra através da malha
da subestação.
Imalha sim ef
Sf = [18]
Ifalta

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Em alguns casos em que a topologia da rede é extremamente simples, ou quando a impedância


mútua é desprezível face à impedância própria, pode ser mais conveniente calcular-se primeiramente
este fator, e a partir deste, a corrente de malha, com a equação de 8.8.

8.8 Relação entre corrente de malha e corrente de falta

Das equações acima, por substituição, obtém-se:

Im = Imalha = If × Sf × Cp × Df [19]

Se o fator Sf puder ser determinado primeiramente, calcula-se If por métodos tradicionais, considerando-se
os circuitos seqüenciais, e diretamente da relação acima se obtém a corrente de malha.

8.9 Condição de segurança em expansões do sistema elétrico

A malha de terra dimensionada com a “corrente de malha final”, calculada conforme o procedimento
acima, garantirá segurança às pessoas, desde que não sejam feitas expansões que provoquem uma
corrente de curto fase-terra superior à (corrente de falta sem a expansão) × Cp.

Havendo qualquer expansão no sistema, esta condição deve ser verificada. Caso a corrente de falta com
a expansão ultrapasse a corrente de falta sem expansão × Cp, a malha de terra deve obrigatoriamente
ser redimensionada e reformulada. Para a corrente de malha de longa duração, esse fator de projeção
deve ser reavaliado pelo projetista, a fim de definir o novo ajuste das proteções.

9 Cálculo de potenciais no solo


No dimensionamento de malhas de aterramento é necessária a verificação do surgimento
de potenciais perigosos, interna e externamente a essa malha, quando da ocorrência
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de curtos-circuitos ou na existência de correntes de desequilíbrios de neutro para o terra do sistema.


Para tanto, deve-se calcular os valores máximos de tensão de toque e de passo que podem ocorrer,
bem como verificar possibilidades de ocorrência de transferência de potencial para ambas as situações.

Deve-se assim, garantir a manutenção dos valores das tensões de passo e toque calculados para cada
situação (curto-circuito de longa duração e de curta duração), em valores inferiores às respectivas
tensões máximas permissíveis.

Quando aplicáveis, os cálculos dos potenciais no solo podem ser efetuados através de metodologias
simplificadas, detalhadas no Anexo B (malhas reticuladas, solo homogêneo) ou por metodologias
mais sofisticadas, que considerem solos de duas ou mais camadas e malhas sem restrições
de geometria (ver Anexo C).

10 Recomendações gerais
10.1 Aterramento

O projeto de aterramento deve garantir níveis de corrente de curto-circuito fase-terra suficientes para permitir
a atuação da proteção de retaguarda, assim como potenciais de passo e de toque suportáveis,
o que pode ser obtido por uma geometria de malha de aterramento compatível com a resistividade
de solo local, com a parcela da corrente de falta dissipada pela malha e com os tempos de atuação
da proteção. Cabe observar que baixas resistências de aterramento não garantem um projeto seguro,
e que altas resistências de aterramento não significam, necessariamente, um projeto inseguro.

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Os condutores de aterramento (rabichos), onde pode ocorrer a injeção de correntes impulsivas


(pés de torres, descidas de captores pára-raios, aterramentos de pára-raios de linha) devem
ser ligados diretamente ao eletrodo de aterramento.

10.2 Condutores da malha

Um modo prático de se considerar a divisão da corrente de curto para a redução do diâmetro do condutor
da malha consiste na utilização de dois condutores de aterramento ligados em pontos distintos da malha,
no aterramento de equipamentos e elementos metálicos sujeitos à circulação da corrente de falta.

Nos locais de movimentação de veículos pesados dentro da subestação, recomenda-se que


os cabos de cobre sejam lançados frouxos (não tensionados) de forma que a movimentação
do condutor enterrado, devido à passagem da viatura sobre o solo, não produza esforços no restante
da malha de aterramento, ocasionando o rompimento das conexões ou do próprio condutor.

10.3 Aterramento de cercas metálicas

Cercas metálicas localizadas no interior da malha da subestação devem ser interligadas a esta
em vários pontos (multiaterramento). Cercas metálicas localizadas fora do plano coberto pela malha
devem ser seccionadas e essas seções multiaterradas, porém, em quadrículas distintas da malha.
Essas medidas devem ser tomadas considerando-se uma condição local que garanta os níveis
de potenciais de toque toleráveis conforme Figuras 11 e 12.
Cerca interna
à malha

Cabo
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Malha

Queda de tensão Queda de tensão


entre dois pontos de entre dois pontos de
interligação à malha interligação à malha

Perfil do potencial
no solo

Figura 11 – Aterramento de cercas metálicas situadas no interior do plano da malha


de aterramento

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Secionamento
da cerca externa

Seção de cerca Seção de cerca


externa a malha externa a malha

Cabo Cabo
Último cabo
da malha

Circulação de Circulação de
corrente corrente

Haste Haste

Resistividade Resistividade

Perfil do potencial Queda de tensão


no solo entre duas hastes da
mesma seção
Queda de tensão
entre duas hastes da
mesma seção

Figura 12 – Aterramento de cercas metálicas situadas no exterior do plano da malha


de aterramento
Trechos de cerca que saem da área ocupada pela malha devem ser secionados e cada seção deve
ser aterrada por duas hastes (ver Figura 12), de modo a evitar a transferência de potencial perigoso
para pontos distantes. O aterramento feito dessa forma faz com que os potenciais de toque produzidos
nessas seções fiquem reduzidos, pois praticamente acompanham o perfil de potencial do solo
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da região. Trechos de cerca externas embaixo de linhas de AT e BT devem ser tratados


da mesma forma.
Potencial da malha e elementos aterrados V = Rm × Im

Et2
Et1
Et4
Et3

Curva de potenciais
3 1 2 4 na superfície do solo

Figura 13 – Níveis de potencial que podem aparecer na malha e nas massas metálicas
a ela conectadas
A Figura 13 mostra as diferentes tensões de toque na cerca a que estará submetida uma pessoa
na área de influência de uma malha de terra, em função da posição e condição de aterramento
da cerca:

— Et1 é a tensão de toque na cerca na posição 1 se esta estiver em contato com o solo, mas não
ligada à malha (supondo que um cabo energizado não caia sobre a cerca);

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— Et2 é a tensão de toque caso a cerca na posição 2, esteja aterrada;

— Et3 é a tensão de toque na cerca, na posição 3, se esta não estiver aterrada;

— Et4 é a tensão de toque na cerca, na posição 4, aterrada.

Pode-se ver pela Figura 13 que, quando a cerca está fora da área da malha, a tensão de toque é mais
elevada se estiver conectada à malha.

10.4 Aterramento de equipamentos


10.4.1 Aterramento de pára-raios sobre suportes e de disjuntores de corpo único

Interligar o terminal de aterramento da carcaça e da caixa de auxiliares do equipamento (quando


houver) diretamente à malha de terra, por condutor de mesma seção que o da malha. Utilizar conectores
de fixação na descida dos condutores a cada 2,5 m (ver Figura 14). Recomenda-se que a conexão
à malha seja realizada por dois condutores de mesma seção que o condutor da malha, utilizando-se
dois ramais distintos da quadrícula. Em uma dessas ligações utilizar uma haste de aterramento.
No caso de estruturas metálicas, atentar para que a conexão à chapa não seja impedida por tintas
ou outro material isolante.

Terminal de aterramento
do equipamento
(pára-raios)
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Ramais da
malha

Haste de
aterramento

Figura 14 – Aterramento de equipamentos sobre suportes

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10.4.2 Aterramento de pára-raios sobre vigas

Do terminal de terra do equipamento ou material instalado em vigas de estruturas de concreto ou metálicas,


ligar um condutor de terra, de mesma seção que o condutor da malha, partindo do equipamento
ao condutor que passa pela viga e desce apoiado nas estruturas. Na descida do condutor para
ligação à malha, usar conectores de fixação à coluna da estrutura (ver Figura 15). Recomenda-se que
o último conector antes da ligação final com a malha possa atender à conexão de dois condutores, para
que seja feita a ligação utilizando ramos distintos da quadrícula.
Terminal de aterramento do
equipamento (pára-raios)

Ramais da
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malha

Haste de
aterramento

Figura 15 – Aterramento de pára-raios sobre vigas

10.4.3 Aterramento de transformadores de potencial indutivo

No terminal de terra disponível na caixa de bornes secundários do equipamento, devem ser ligadas
as blindagens dos cabos dos terminais secundários; desse ponto deve sair um condutor da mesma
seção dos demais para a caixa de interligação.

Deve-se verificar se o terminal de terra disponível é isolado da carcaça do equipamento. Não sendo isolado,
não é necessário ligar o terminal terra da caixa do secundário na caixa de interligação, bastando
apenas ligar o terminal do equipamento e caixa de interligação à malha em ramais distintos.

Sendo isolados na caixa de interligação, todos os terras provenientes das caixas dos equipamentos,
das fases centrais e laterais devem ser interligados na régua, e apenas um terra deve ser ligado
ao terminal terra da caixa de interligação junto com as respectivas blindagens, configurando a ligação.

O terminal terra da caixa de interligação deve ser ligado ao condutor que irá para a malha de terra.
Esse condutor deve ter a mesma seção daquele da malha de terra.

Interligar o terminal de aterramento da carcaça e da caixa de auxiliares do equipamento


(quando houver) diretamente à malha de terra, através de dois condutores da mesma seção que

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o da malha. Utilizar conectores de fixação na descida dos condutores pela estrutura de suporte
do equipamento a cada 2,5 m (ver Figuras 16 e 17). Recomenda-se que a ligação à malha seja
realizada utilizando dois ramais distintos da quadrícula. No caso de estruturas metálicas, atentar para
que a conexão à chapa não seja impedida por tintas ou outro material isolante.

Caixas de bornes
Blindagens dos cabos dos
secundários
terminais secundários
Terminal terra da caixa dos
terminais secundários

Ligação entre os terras da caixa


e os bornes secundários à caixa
de interligação

Caixa central
(interligação)

Terra da caixa de
interligação

Ramais da
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malha

Figura 16 – Aterramento de transformadores de potencial

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Caixas de terminais
secundários

Caixa central
(interligação)

Terra da
caixa de
interligação

Ramais da
malha

Figura 17 – Aterramento de transformadores de potencial – Detalhe para terminais isolados


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da carcaça dos equipamentos

10.4.4 Aterramento de transformadores de potencial capacitivo

O aterramento deve se processar de forma idêntica à dos transformadores de potencial indutivo.


Caso exista equipamento de onda portadora, ligar o terminal de terra desse equipamento ao condutor
que interliga o terminal terra do transformador de potencial à malha. A seção desse condutor deve
ser igual à do condutor da malha de terra. Caso não exista equipamento de onda portadora, garantir
a ligação interior entre os bornes capacitivo e indutivo (ver Figura 18).

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Caixas de bornes
secundários

Terminal de onda
portadora (carrier)

Ramais da
malha

Figura 18 – Aterramento de transformadores de potencial capacitivo


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10.4.5 Aterramento de transformadores de corrente

No terminal de terra disponível na caixa de bornes secundários do equipamento devem ser ligados
o fechamento dos enrolamentos não utilizados do transformador de corrente e as respectivas
blindagens; dele ainda deve sair um condutor isolado, de mesma seção dos demais para a caixa
de interligação geral.

Deve-se verificar se o terminal de terra disponível é isolado da carcaça do equipamento:

— não sendo isolado: não será necessário ligar o terminal terra da caixa do secundário à caixa
de interligação. Ligar apenas o terminal do equipamento e caixa de interligação à malha
em ramais distintos;

— sendo isolado: na caixa de interligação todos os terras provenientes das caixas dos equipamentos,
das fases centrais e laterais devem ser interligados na régua, e apenas um terra deve ser ligado
ao terminal terra da caixa de interligação junto com as respectivas blindagens, configurando
a ligação.

O terminal terra da caixa de interligação deve ser ligado ao condutor que irá para a malha de terra.
Esse condutor deve ter a mesma seção do condutor da malha de terra. Utilizar conectores de fixação
na descida dos condutores pela estrutura de suporte do equipamento a cada 2,5 m (ver Figura 19).
Recomenda-se que a ligação à malha seja realizada utilizando-se dois ramais distintos da quadrícula.
No caso de estruturas metálicas, atentar para que a conexão à chapa não seja impedida por tintas
ou outro material isolante.

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Blindagens dos cabos dos Caixas de bornes


terminais secundários secundários
Terminais não
utilizados

Caixa central
Blindagens dos cabos (interligação)
dos terminais secundários

Terra da caixa
de interligação

Ramais da
malha

Figura 19 – Aterramento de transformadores de corrente


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10.4.6 Aterramento de isoladores de pedestal

Como o isolador de pedestal não possui terminal de aterramento, utilizar um dos seus parafusos
de fixação à base para a ligação do conector de aterramento.

Interligar o conector de aterramento diretamente à malha de terra, através de dois condutores


de mesma seção que o condutor da malha. Utilizar conectores de fixação na descida dos condutores
pela estrutura de suporte do equipamento a cada 2,5 m (ver Figura 20). Recomenda-se que a ligação
à malha seja realizada utilizando dois ramais distintos da quadrícula. No caso de estruturas metálicas,
atentar para que a conexão à chapa não seja impedida por tintas ou outro material isolante.

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Parafuso de fixação de IP
ao suporte utilizado como
ponto para conexão de
aterramento

Ramais da
malha

Figura 20 – Aterramento de isoladores de pedestal


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10.4.7 Aterramento de chaves seccionadoras

Para qualquer acionamento manual no pátio de subestações, a alavanca ou haste deve ser aterrada
por intermédio de cordoalha conectada à ligação da carcaça do equipamento com a malha de terra.
Junto aos dispositivos de manobra podem ser instalados condutores adicionais, ou placas metálicas,
formando pequenas malhas, ligadas à malha de terra.

Interligar o terminal de aterramento diretamente à malha de terra, através de dois condutores


de mesma seção que o condutor da malha. Utilizar conectores de fixação na descida dos condutores
pela estrutura de suporte do equipamento a cada 2,5 m (ver Figura 21). Recomenda-se que a ligação
à malha seja realizada utilizando dois ramais distintos da quadrícula. No caso de estruturas metálicas,
atentar para que a conexão à chapa não seja impedida por tintas ou outro material isolante.

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Haste de
manobra

Ramais da
malha

Figura 21 – Aterramento de chaves seccionadoras


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10.4.8 Aterramento de disjuntores com pólos separados

Interligar todos os terminais de aterramento das carcaças do equipamento, ligando-os em seguida


à malha de terra em um único ponto (ver Figura 22).

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Pólo central do Terminal de aterramento


equipamento do equipamento
Pólo lateral do Pólo lateral do
equipamento equipamento

Ramais da
malha

Figura 22 – Aterramento de disjuntores com pólos separados


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10.4.9 Aterramento de transformadores de potência monofásicos ou banco de monofásicos

Ligar os tubos de interligação das buchas de X0 e de H0 em pontos bem próximos na malha de terra,
uma única vez.

Ligar apenas um ponto de aterramento do tanque principal de cada fase do banco à outra, dentro
da canaleta de cabos, e, após, ligá-lo à malha de terra em um único ponto.

Nos armários dos auxiliares do transformador que não possuam efetiva ligação com os respectivos
tanques, devem ser providenciadas tais ligações, usando para tanto cordoalhas ou barras de cobre
fixadas às barras de sustentação através de conectores apropriados.

Em bancos compostos de fases de diferentes fabricantes, possuindo armários auxiliares, alguns


ligados outros isolados do tanque, o procedimento a seguir deve ser o de armários sem efetiva ligação
com os tanques.

Ligar o ponto de aterramento do armário do comutador de cada fase do banco à malha de terra.

O aterramento dos pára-raios dos terciários depende de estudos específicos de cada instalação.
Na ausência de informações (inclusive na placa do transformador), as buchas e pára-raios
dos terciários de cada uma das fases devem ser ligados diretamente à malha de terra através
da conexão exotérmica.

Ligar as extremidades de cada trilho (de cada fase) entre si e daí para a malha de terra (ver Figura 23).

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Vai para a
Vai para a malha de terra
Vai para a
malha de terra
malha de terra

H1 H0
H1 H0 H1 H0

Y1 Cordoalha Y1 Cordoalha Y1 Cordoalha


Conforme Conforme Conforme
fabricante fabricante fabricante
Y2 Y2 Y2

X1 X0 X1 X0 X1 X0

Armário Armário Armário


comutador comutador comutador

Malha Malha Malha


de terra de terra de terra

Figura 23 – Aterramento de transformadores de potência monofásicos ou banco


de monofásicos

10.4.10 Aterramento de transformadores de potência trifásicos

Ligar as buchas de X0 e de H0 em pontos bem próximos na malha de terra.


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Ligar apenas um ponto de aterramento do tanque principal à malha de terra.

Nos armários dos auxiliares do transformador que não possuam efetiva ligação com o tanque, devem
ser providenciadas tais ligações, usando para tanto cordoalhas ou barras de cobre, fixadas às barras
de sustentação, através de conectores apropriados.

Ligar o ponto de aterramento do armário do comutador à malha de terra.

O aterramento dos pára-raios dos terciários depende de estudos específicos de cada instalação.
Na ausência de informações (inclusive na placa do transformador), as buchas e pára-raios
dos terciários devem ser ligados diretamente à malha de terra através da conexão exotérmica.

Ligar as extremidades dos trilhos entre si e daí para a malha de terra (ver Figura 24).

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H0 H1 H2 H3
Cordoalha

X0 X1 X2 X3 Armário dos
auxiliares
Y1
Conforme
fabricante
Y2

Comutador

Ramais da
malha

Figura 24 – Aterramento de transformadores de potência trifásicos


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10.4.10 Aterramento de reatores de potência

Utilizar os procedimentos indicados para transformadores de potência, onde aplicáveis.

10.4.11 Aterramento de transformadores de serviços auxiliares

A bucha de X0 do secundário deve ser ligada ao terminal de terra da carcaça do equipamento


e o condutor utilizado deve descer pela estrutura de suporte até a malha de terra.

A caixa que contém os fusíveis de proteção também deve ser ligada a esse condutor que desce pela
estrutura e segue para a malha de terra, ligada em um só ponto (ver Figura 25).

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X1 X2 X3

X0

Caixa dos
fusíveis

Ramais
da malha

Figura 25 – Aterramento de transformadores de serviços auxiliares


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10.4.12 Aterramento de bancos de capacitores

10.4.12.1 Bancos de capacitores aterrados

O aterramento para bancos de capacitores deve ser de “ponto único”. Seus componentes devem
ser aterrados da seguinte forma (ver Figura 26):

— estruturas: ligar um dos “pés” das estruturas metálicas de cada fase à malha de terra;

— capacitores: o barramento de neutro que interliga as fases do banco de capacitores deve ser
ligado à malha em um único ponto e isolado das estruturas de sustentação. Para dois ou mais
estágios, o barramento que une o neutro dos vários estágios deve ser ligado à malha de terra em
um ponto único;

— transformador de potencial do banco: as blindagens dos cabos que partem dos terminais X1 e X2
devem ser ligadas na barra de terra do respectivo painel no interior da casa de comando. A bucha
de neutro deve ser ligada à malha de terra, isolada da estrutura metálica do banco;

— reator: ligar um dos pés da estrutura metálica do suporte à malha de terra.

NOTA Utilizar a mesma seção de condutor para todas as interligações e aterrar em pontos
bem próximos da malha.

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Barramento de
neutro do banco

Neutros dos
demais estágios

Ramais
da malha

Figura 26 – Bancos de capacitores aterrados


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10.4.12.2 Bancos de capacitores isolados

— estruturas: ligar os pés das estruturas metálicas de cada fase à malha de terra;

— transformador de corrente: em bancos isolados normalmente ligados em dupla estrela, a carcaça


do transformador de corrente (ligado ao neutro comum das duas “estrelas”) deve ser ligada
à malha de terra.

10.4.13 Aterramento de postes de iluminação

Postes de iluminação devem ser aterrados à malha de terra quando estiverem dentro da área envolvida
pelos condutores da malha de terra. O condutor utilizado deve ser o mesmo da malha.

Postes de iluminação fora do domínio da malha devem ser aterrados construindo-se uma caixa
de brita com dimensões de 1 m2 e 10 cm de espessura e prevendo-se um condutor em espiral a 20 cm
abaixo do solo ao redor do poste de iluminação, ao qual deve ser ligado o aterramento do poste.

10.4.14 Aterramento de luminárias e projetores instalados em colunas de concreto


ou metálicas

Do terminal de terra do equipamento, ligar um condutor de mesma seção que o condutor da malha
de terra ao condutor que passa pela viga e desce pelas estruturas. Na descida do condutor para ligação
à malha, usar conectores de fixação à coluna da estrutura. Recomenda-se que o último conector
antes da ligação final com a malha possa atender à conexão de dois condutores, para que seja feita
a ligação utilizando ramos distintos da quadrícula.

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10.4.15 Aterramento de tomadas de força e telefônicas do pátio da subestação

Ligar o terminal terra das tomadas diretamente à malha de terra.

10.4.16 Aterramento de torres de telecomunicação

10.4.16.1 Para torres dentro da malha de terra

Ligar um dos pés da estrutura da torre a uma ou mais hastes de aterramento e destas à malha de terra.

O condutor de descida do captor deve ser ligado a uma ou mais hastes de aterramento e destas
à malha de terra.

O aterramento da blindagem do guia de ondas pode ser tanto na torre como na entrada da casa
de comando ou sala de telecomunicações.

10.4.16.2 Para torres situadas fora da malha de terra

Existindo a interligação metálica (redes elétricas de energia e de sinal) entre a torre e as instalações
da subestação, deve-se incluí-la como parte integrante da malha; como conseqüência devem
ser estendidos todos os cuidados de uma subestação até a área em questão.

Na inexistência de interligação metálica com as instalações da subestação, a torre deve ser tratada
como uma instalação independente, com todos os cuidados necessários.

10.4.17 Aterramento de ferragens de cadeias de isoladores

As ferragens de cadeias de isoladores instaladas em vigas de concreto devem ser aterradas


em conjunto através de peça específica e ligada à malha de terra.
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Do terminal de terra ligar um condutor de mesma seção que o da malha de terra ao condutor que passa
pela viga e desce pelas estruturas. Na descida do condutor para ligação à malha, usar conectores
de fixação à coluna da estrutura. Recomenda-se que o último conector antes da ligação final com
a malha possa atender à conexão de dois condutores, para que seja feita a ligação utilizando ramos
distintos da quadrícula.

10.4.18 Aterramento de cabos e hastes pára-raios

Os cabos e hastes pára-raios devem ser ligados à malha de terra através de conexão específica.

Do terminal de terra ligar um condutor de mesma seção que o da malha de terra ao condutor que passa
pela viga e desce pelas estruturas. Na descida do condutor para ligação à malha, usar conectores
de fixação à coluna da estrutura. Recomenda-se que o último conector antes da ligação final com
a malha possa atender à conexão de dois condutores, para que seja feita a ligação utilizando ramos
distintos da quadrícula.

10.4.19 Aterramento de blindagens de cabos isolados

As blindagens de cabos isolados devem ser ligadas à malha de terra:

— em uma extremidade: aterra-se somente na “chegada” do cabo ao painel de comando, no sistema


local de aterramento (barra de terra de proteção);

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— em duas extremidades: o aterramento das blindagens nas duas extremidades dos cabos só deve
ser realizado condicionado a estudos de interferências.

Os cabos isolados situados no interior das edificações que estão interligando equipamentos devem
ter suas blindagens aterradas no sistema local de aterramento, ou seja, na malha de terra de referência,
no cabo ou no barramento com essa função.

10.4.20 Aterramento das canaletas e eletrodutos de pátio de subestação

No interior das canaletas devem ser instalados dois condutores de terra, um de cada lado da parede,
com a finalidade de garantir a continuidade elétrica dos materiais a eles ligados, além de operar
com blindagem adicional. Esses condutores devem ser ligados à malha de terra em intervalos regulares.

Em trechos de canaletas sujeitos a interferências devido a equipamentos de chaveamento, devem ser


previstos módulos de blindagem compostos por condutores em forma de pequenos reticulados, cujos
condutores devem ser ligados aos condutores que acompanham as canaletas.

Os terminais de aterramento dos eletrodutos de proteção das cablagens (internamente às canaletas)


devem ser conectados de um lado ao condutor de blindagem no interior das canaletas ou caixas
de passagem e de outro à caixa ou painel metálico do equipamento.

10.4.21 Aterramento de caixas de passagem

As caixas de passagem devem conter em seu interior, como nas canaletas, um condutor de blindagem
passando por todos os seus lados, com a função de aterrar os eletrodutos que são interrompidos pela
caixa.

Estando a caixa dentro dos limites da malha, aterrar somente o condutor de blindagem em um ponto da malha
de terra o mais próximo possível da caixa.
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Estando fora dos limites da malha, utilizar o mesmo procedimento acima, acrescendo-se um anel
circundando a caixa, onde será ligado o condutor que aterra os eletrodutos da caixa. Nesse anel
devem ser ligadas hastes de aterramento. Num percurso contendo várias caixas de passagem, todos
os anéis devem ser interligados, devendo ainda ser previstas nessa interligação a colocação de hastes.

10.4.22 Aterramento de circuitos segregados por função

Os procedimentos indicados para as canaletas e caixas de passagem podem não ser suficientes
para proteger as cablagens no seu interior contra as interferências produzidas por outras cablagens
não blindadas instaladas nas canaletas ou caixas.

Para controlar esse tipo de interferência, deve-se evitar que essas cablagens, ligadas a equipamentos
terminais sensíveis, sejam expostas a influência de circuitos não blindados, capazes de provocar
perturbações de alta freqüência.

Algumas providências devem ser adotadas, tais como:

a) separar os circuitos sensíveis dos circuitos indutores em canaletas distintas, no caso de eletrocalhas
ou bandejas. Eles devem ser diretamente ligados aos painéis metálicos dos equipamentos
terminais com o objetivo de proteger toda a extensão das cablagens;

b) criação de um septo (metálico, concreto armado ou tela metálica) no interior da canaleta para
separar os circuitos indutores dos sensíveis; medida semelhante deve ser aplicada nas bandejas
ou eletrocalhas no interior das edificações;

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c) utilizar cabos blindados em todo o percurso dos circuitos sensíveis;

d) separar circuitos indutores, tais como iluminação e ar-condicionado, do restante dos circuitos em
eletrodutos metálicos específicos no interior das edificações.

10.4.23 Anel de amortecimento ou eletrodo de terra de blindagem

Circundando as edificações da casa de comando, deve ser instalado um eletrodo de terra composto
de condutor superficial na forma normalmente de anel e hastes verticais com extensões variáveis que
venham a facilitar a dissipação para o solo de surtos provenientes tanto da operação de equipamentos
da subestação como aqueles captados pelo sistema de proteção contra descargas atmosféricas.

Nesse eletrodo devem ser aterrados, com o menor comprimento possível, os condutores de terra
provenientes dos equipamentos e da malha de terra de referência da casa de comando (ver 10.4.25),
assim como os condutores de descida do sistema de proteção contra descargas atmosféricas.

10.4.24 Aterramento dos equipamentos eletrônicos no interior da casa de comando

Na área de painéis da casa de comando deve ser criada uma malha de terra de referência, constituída
preferencialmente por fitas metálicas na forma de quadrículas com pequenas distâncias (da ordem
de 30 a 50 cm), calculada de modo a não permitir a formação de grandes diferenças de potenciais
entre os painéis e equipamentos a ela ligados quando da dissipação de surtos para a malha de terra.
Essa malha de terra de referência deve ser ligada ao anel de amortecimento ou eletrodo de terra
de blindagem em um único ponto, através de cabo isolado.

10.4.25 Aterramento de painéis de serviços auxiliares c.a.

Deve ser criada uma barra de terra de proteção c.a. para ligar as carcaças dos demais painéis
que compõem os serviços auxiliares c.a.
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Essa barra de terra de proteção c.a. deve ser ligada ao anel de amortecimento ou eletrodo de terra
de blindagem através de cabo isolado.

Deve ser criada uma barra de neutro que receba o condutor “neutro” proveniente do transformador
de serviços auxiliares do pátio da subestação. Essa barra de neutro deve ser isolada do painel
de serviços auxiliares c.a. e ser interligada com a barra de terra de proteção. Dessa barra de neutro
devem sair os vários condutores neutros isolados, para as alimentações dos demais painéis.

10.4.26 Aterramento de painéis de serviços auxiliares c.c.

Deve ser criada uma barra de terra de proteção c.c. na qual sejam ligadas as carcaças dos demais
painéis que compõem os serviços auxiliares c.c.

Essa barra deve ser ligada ao anel de amortecimento ou eletrodo de terra de blindagem através
de cabo isolado.

10.4.27 Aterramento de retificadores

O pólo positivo que sai do retificador deve ser ligado na barra de terra de proteção do painel
dos serviços auxiliares c.c.

10.4.28 Aterramento de banco de baterias

Ligar o terminal terra ou conector da carcaça metálica ou da estante metálica diretamente ao anel
de amortecimento ou eletrodo de terra de blindagem.

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10.4.29 Tomadas de força no interior das edificações, geradores, leitos de cabos, esquadrias,
portas e janelas

Ligar o terminal terra ou conector das carcaças ou bases metálicas diretamente ao anel
de amortecimento ou eletrodo de terra de blindagem.

10.5 Transferência de potencial

Cuidados especiais devem ser tomados visando evitar a transferência de potenciais via elementos
metálicos (rede de abastecimento d’água, por exemplo) que partem da área ocupada pela malha
de aterramento. As tubulações metálicas devem ser isoladas e seccionadas a partir do ponto
de cruzamento deste com o último condutor da malha, por material com isolamento compatível em pontos
predeterminados, possíveis de ocorrência de potenciais de toque acima do tolerável. Para circuitos
de comunicação recomenda-se o uso de equipamentos de proteção e a utilização de transformador
de isolamento e neutralizador, a fim de garantir a segurança pessoal e dos equipamentos
de comunicação. As soluções devem ser particularizadas para cada caso, devendo-se prever
a proteção das tubulações que possam estar sujeitas à corrosão eletrolítica.
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Anexo A
(informativo)

Cálculo da resistividade aparente do solo

Após a medição de resistividade do solo e sua estratificação em camadas, obtém-se um modelo


de solo normalmente estratificado em duas camadas com profundidade da primeira camada bem
definida [a1 (m)].

Para o cálculo da resistência de malha é necessária a avaliação da resistividade aparente do solo


(ρa, em Ω × m), associada ao sistema de aterramento em estudo. Para a determinação desta
resistividade, as seguintes etapas devem ser cumpridas:

a) determinação do valor do raio r do círculo equivalente à área do sistema de aterramento constituído


pelos eletrodos horizontais:
A
r (m) = [20]
π
onde A é a área da malha de aterramento, expressa em metros quadrados (m2);

b) definição da profundidade da malha de aterramento (H, em metros);

c) determinação do fator α:

Se ρ2 / ρ1 < 1 e H / a1 então:
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r
α= [21]
2 × a1 × H
Para as demais condições:
r
α= [22]
a1
d) de posse do valor de α e da relação ρ2 / ρ1 e com auxílio das curvas da Figura A.1, determina-se
o valor de N. O valor de ρa é obtido então pela equação:

ρa = N × ρ1 [23]

Nos casos em que a estratificação do solo leve a um modelo de três camadas, adotar metodologia
que permita a obtenção da estratificação equivalente em duas camadas.

Procede-se então às mesmas etapas do cálculo já descritas para a determinação da resistividade


aparente.

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0,01
0,05
0,01
200

100

0,5

0,2
20

10
50

1000
α
ρ2
ρ1

500
200
100
50
20
RESISTIVIDADE APARENTE ρa PARA UM SOLO

10
ESTRATIFICADO EM DUAS CAMADAS

5
2
1
0,5
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0,2
0,1
0,05
0,01 0,02
ρ2
ρ1
100

50

20

10

0,5

0,2

0,1
N=

Figura A.1 – Resistividade aparente para um solo estratificado em duas camadas

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Anexo B
(informativo)

Metodologia para cálculo simplificado de potenciais no solo

A metodologia de cálculo descrita neste Anexo apresenta os seguintes limites para sua aplicação:

— os condutores horizontais da malha devem ser de mesma seção e estar instalados


à mesma profundidade;

— n ≤ 25 onde n é o número de condutores paralelos em uma determinada direção;

— 0,25 ≤ H ≤ 2,5 m onde H é a profundidade da malha, expressa em metros (m);

— d < 0,25 onde d é o diâmetro dos condutores da malha, expresso em metros (m);

— D > 2,5 m onde D é a distância entre os condutores paralelos ao longo da malha, expressa
em metros (m);

— relação máxima entre o comprimento e a largura da malha (retangular): 2,5:1.

No caso de solos não uniformes, passíveis de ser estratificados em duas camadas, com os condutores
da malha lançados na primeira camada, a utilização da resistividade da primeira camada ρ1,
nos cálculos de potenciais de passo e toque, merece as seguintes considerações:

O cálculo da resistência de aterramento da malha resulta em valores mais adequados, quando


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se utiliza, como valores de resistividade, a resistividade aparente (ρa).

No que se refere às tensões de passo e toque, o valor da resistividade do solo a ser utilizado deve
estar compreendido entre ρa e ρ1.

Recomenda-se, portanto:

a) utilizar a resistividade ρ1 quando se tratar de solos com ρ2 < ρ1;

b) utilizar a resistividade ρa quando se tratar de solos com ρ2 > ρ1.

B.1 Cálculo das tensões de toque (metodologia simplificada para malhas


reticuladas retangulares)
Os maiores valores de tensão de toque encontrados em malhas de aterramento, constituídas de
condutores espaçados com distâncias aproximadamente iguais entre eles, ocorrem em sua periferia,
principalmente nos reticulados das quinas.

A metodologia aqui descrita determina o valor da tensão encontrada no centro dos reticulados situados
nas quinas das malhas, isto é, a diferença de potencial entre o ponto da superfície do solo localizado
no centro do reticulado e a malha. Valores superiores são encontrados em pontos ligeiramente fora do
centro do reticulado, mais próximos à periferia da malha, sendo pequena a diferença para os valores
encontrados no centro do reticulado.

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B.1.1 Tensão de toque para correntes de curta duração

A maior tensão de toque quando da circulação de correntes de curta duração entre a malha e o solo
(Vt) pode ser calculada pela seguinte equação:
ρ × Imcd × Km × Ki
Vt = (V) [24]
Lt
onde

ρ é a resistividade do solo (solo homogêneo), expressa em ohm vezes metro (Ω·m);

Imcd é a máxima corrente de malha de curta duração, expressa em ampères (A);

Km é o fator geométrico utilizado nos cálculos de tensão de toque que leva em consideração
o espaçamento entre os condutores paralelos da malha, sua profundidade e o diâmetro
dos condutores.
1 ⎡ ⎛ D2 (D + 2 × H )2 H ⎞ kii 8 ⎤
Km = ⎢ln ⎜ + − ⎟ + ln ⎥ [25]
2π ⎢⎣ ⎝ 16 × H × d 8×D×d 4 × d⎠ 1 + H π ( 2n − 1)⎥⎦
onde

kii = 1 para malhas com hastes de aterramento locadas na periferia;

Para malhas que não possuam hastes de aterramento, ou somente algumas hastes locadas fora
da periferia da malha:

kii = (2n) – 2/n [26]

n é o número de condutores paralelos em uma determinada direção;


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ki = 0,656 + 0,172 × n [27]

ki é o fator de correção que leva em consideração a não-uniformidade da dispersão de corrente


pelos condutores da malha;

Lt é o comprimento total dos condutores enterrados, ou seja, condutores horizontais e hastes


de aterramento, expresso em metros (m).

B.1.2 Tensão de toque para correntes de longa duração

A maior tensão de toque quando da circulação de correntes de longa duração entre a malha e o solo
(Vt) pode ser calculada pela seguinte equação:
ρ × Imld × Km × Ki
Vt = (V) [28]
Lt
onde

Imld é a máxima corrente de malha de curta duração, expressa em ampères (A);

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B.2 Cálculo das tensões de passo (metodologia simplificada para malhas


reticuladas retangulares)

B.2.1 Determinação da tensão de passo máxima

Os maiores valores de tensão de passo são encontrados fora da área da malha, próximos
aos condutores periféricos.

A metodologia aqui descrita considera que a máxima tensão de passo é aquela encontrada a uma
distância do condutor periférico igual à profundidade da malha.

A maior tensão de passo quando da circulação de correntes de malha de curta ou longa duração (Vp)
pode ser calculada pela seguinte equação:
ρ × I × K s × Ki
Vp = (V) [29]
Lt
onde

I = Imcd ou Imld conforme o caso;

Ks é o fator geométrico utilizado nos cálculos da tensão de passo que leva em consideração
o espaçamento entre os condutores paralelos da malha e sua profundidade.

Para 0,25 m < H < 2,25 m:


1⎡ 1 ⎤
Ks = ⎢ +
1 1
π ⎣2 × H D + H D
(
+ 1 − 0, 5 n − 2 ⎥

) [30]

onde
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n é o número de condutores paralelos em uma determinada direção.

Notar que os valores Km, Ki e Ks devem ser calculados nas duas direções.

Conseqüentemente, serão encontradas tensões de toque e passo nessas direções; adotam-se


as de maior valor.

B.2.2 Determinação da diferença de potencial entre dois pontos quaisquer


na superfície do solo

A tensão de passo entre dois pontos quaisquer na superfície do solo pode ser calculada pelas
equações de B.2.2.1 e B.2.2.2.

B.2.2.1 Para pontos na superfície do solo, localizados a até 1,5 vez ao raio equivalente da malha
(ver Figura B.1), utilizar a seguinte equação:
Kρ ρ
{ ( ) }
x2
V ( x ) = i 1 2 ln x 2 + H 2 + ln ⎡( 2D + x )2 + H 2 ⎤ + … + ln ⎡⎣( n − 1) D + x 2 + H 2 ⎤⎦ [31]
2Lt π ⎣ ⎦ x1
onde

x é a distância horizontal entre condutor periférico da malha e o ponto na superfície do solo onde
se deseja o cálculo do potencial, expressa em metros (m).

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X1
P1
X2
P2

Figura B.1 – Determinação da diferença de potencial entre dois pontos quaisquer


na superfície do solo que estejam localizados a distâncias inferiores a 1,5 vez do raio
equivalente da malha
B.2.2.2 Para pontos na superfície do solo, localizados a uma distância superior a 1,5 vez o raio
equivalente da malha (contada a partir do centro da malha) (ver Figura B.2), utilizar a seguinte equação:
X C
ρ × Im ⎡ ⎛ r ⎞⎤ 2
V( XC ) = arcsen ⎜⎝ ⎟ (V) [32]
2π 2 ⎢⎣ XC ⎠ ⎥⎦ X C
1

onde
A
r=
π é o raio equivalente da malha, expresso em metros (m);
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A é a área da malha, expressa em metros quadrados (m2);

C é o centro geométrico da malha;

X 1C é a distância do ponto P1 ao centro da malha, expressa em metros (m);

X2C é a distância do ponto P2 ao centro da malha, expressa em metros (m);

arcsen é o arco seno, em radiano (rad).

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R XC1
P1
C

XC2

Figura B.2 – Determinação da diferença de potencial entre dois pontos quaisquer


na superfície do solo que estejam localizados a distâncias superiores a 1,5 vez do raio
equivalente da malha
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Anexo C
(informativo)

Outras metodologias para cálculo de potenciais

Várias metodologias foram desenvolvidas com o objetivo de se avaliar com melhor precisão
os sistemas de aterramento. A mais conhecida é a do “potencial constante”, na qual os condutores
da malha são criteriosamente divididos em segmentos sobre os quais admite-se que uma densidade
linear de corrente constante é injetada, podendo ser diferente para cada segmento no solo condutor,
normalmente estratificado em duas camadas.

Com estas considerações, calculam-se, através de equações analíticas baseadas em métodos


integrais, as resistências próprias dos segmentos, bem como as resistências mútuas entre eles.
De posse dessas grandezas, monta-se um sistema de equações de ordem igual ao número
de segmentos no qual a malha foi dividida, e com um tratamento matemático adequado obtém-se
a resistência de aterramento e/ou o potencial da malha, bem como os potenciais absolutos
em qualquer ponto na sua região de influência, permitindo-se o cálculo dos potenciais de passo e toque
em locais predefinidos.

Várias implementações foram introduzidas com o objetivo de melhor explorar a potencialidade deste
método. Algumas destas implementações contemplam:

— cálculo de resistências próprias e mútuas de condutores enterrados em uma posição qualquer


no solo;
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— extensão do método para solos estratificados em mais de duas camadas;

— exploração da simetria da malha de terra com o objetivo de reduzir o número de variáveis a ser
calculado;

— técnicas especiais de tratamento de sistemas de aterramento multiaterrados;

— metodologias para tratamento de sistemas de aterramento assentados em solos com falhas


verticais.

O método dos elementos finitos é uma das metodologias desenvolvidas para análise de sistemas
de aterramento.

Com esta técnica, toda a região de influência é dividida em pequenos elementos (por exemplo,
tetraedros, triângulos e segmentos de reta), sobre os quais é satisfeita a equação de continuidade.
Como resultados desta simulação, que não exige nenhuma característica especial do sistema
de aterramento, são calculados os potenciais nos vértices de todos os elementos a partir dos quais
são obtidas as linhas eqüipotenciais, os potenciais de passo, potenciais induzidos em outras malhas
e a resistência de aterramento.

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