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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA

ALEXANDRE MAGNO COUTINHO BORGES

ESTUDO PRÁTICO COMPARATIVO PARA VALIDAÇÃO DA CURVA DE


DESEMPENHO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS SUBMERSAS OPERANDO
COM FLUIDOS VISCOSOS

SALVADOR – BA

2018
ALEXANDRE MAGNO COUTINHO BORGES

ESTUDO PRÁTICO COMPARATIVO PARA VALIDAÇÃO DA CURVA DE


DESEMPENHO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS SUBMERSAS OPERANDO
COM FLUIDOS VISCOSOS

Dissertação apresentada à
Universidade Federal da Bahia,
como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Química para obtenção
do título de Mestre em Engenharia
Química.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos


Lobato dos Santos

Coorientador: Prof. Dr. Leizer Schnitman

Salvador – BA
2018
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Universitário de Bibliotecas (SIBI/UFBA),
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Coutinho Borges, Alexandre Magno


ESTUDO PRÁTICO COMPARATIVO PARA VALIDAÇÃO DA CURVA
DE DESEMPENHO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS SUBMERSAS
OPERANDO COM FLUIDOS VISCOSOS / Alexandre Magno
Coutinho Borges. -- Salvador, 2018.
92 f. : il

Orientador: Luiz Carlos Lobato dos Santos.


Coorientador: Leizer Schnitman.
Dissertação (Mestrado - Programa de pós-graduação em
Engenharia Química) -- Universidade Federal da Bahia,
Universidade Federal da Bahia, 2018.

1. Elevação artificial. 2. BCS. 3. Curvas de


desempenho para BCS. 4. Fatores de correção viscosos.
I. Lobato dos Santos, Luiz Carlos. II. Schnitman,
Leizer. III. Título.
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por ser a busca de força


para tudo na minha vida, a minha querida mãe, Ana Maria, que me incentiva
sempre em todas as minhas decisões, o meu grande pai, Mário Borges, que
acreditou e apoiou a minha escolha.

A todos os meus colegas e amigos pelos momentos de estudo, debate,


resenha e curtição.

A CAPES pelo fornecimento da Bolsa de Mestrado.

E por fim, agradeço aos meus orientadores Leizer Schnitman e Luiz


Carlos Lobato dos Santos pela ajuda no desenvolvimento do trabalho.
RESUMO

Este trabalho tem o objetivo de analisar o desempenho de uma bomba centrifuga


submersa operando com fluidos viscosos e confrontar os resultados dos testes
experimentais com as previsões de métodos teóricos. O trabalho contribui com
a avaliação de um novo método teórico, proposto por Ofuchi et al. (2017), que
sugere previsões mais próximas aos resultados práticos. Para alcançar tal
objetivo, foram realizados procedimentos necessários para construção e
validação da curva de desempenho de uma bomba centrífuga submersa
operando com fluido viscoso, uma vez que os fabricantes das bombas fornecem
apenas o desempenho das mesmas operando com água. Foi apresentado um
estudo comparativo entre os métodos de correção de viscosidade propostos por
Turzo et al. (2000), Stepanoff (1957), Hydraulic Institute-USA (1955) e Ofuchi et
al. (2017) com resultados experimentais obtidos no laboratório de elevação
artificial que contêm uma bomba centrífuga submersa de 70 estágios em um
poço de 32 metros localizado na Universidade Federal da Bahia – Escola
Politécnica. Analisou-se o desempenho da bomba em operação com óleos de 6
cP, 12 cP e 111 cP em temperaturas de operação em torno de 50 ºC. Deste
modo, foi observado que os embasamentos teóricos e os testes práticos
apresentam resultados próximos, conforme um critério de 5% de erro relativo de
acordo com o limite de aceitação da norma API RP 11S2 (2008) para o Head.
Com a aplicação dos métodos descritos nesta obra, concluiu-se que a teoria
proposta por Ofuchi et al. (2017) reproduz melhor os experimentos realizados
com a bomba em diversas velocidades de rotação, apresentando erros menores
que 5%. Apesar das análises serem realizadas em um poço de baixa
profundidade, os procedimentos e os cálculos envolvidos neste trabalho podem
ser aplicados em diversos projetos de BCS. A análise sugere que o estudo é
genérico e auxilia na previsão do desempenho de bombas centrifugas operando
com fluidos viscosos.

Palavras chaves: Elevação artificial, BCS, Curvas de desempenho para BCS,


Fatores de correção viscosos
ABSTRACT
This work aims to analyze the performance of a ESP pump operating with viscous
fluids and to compare the results of the experimental tests with the predictions of
theoretical methods. The work contributes to the evaluation of a new theoretical
method, proposed by Ofuchi et al. (2017), which suggests prediction closer to the
practical results. To achieve this goal, was analyzed necessary procedures for
the construction and validation of the performance curve of a Electric
Submersible Pump operating with viscous fluid, since the pump manufacturers
only provide the performance of the same operating with water. A comparative
study was performed between the most present viscosity correction methods
such as Takacs et al (2000), Stepanoff (1957), Hydraulic Institute method (1955)
and Ofuchi (2017) with experimental results obtained at artificial lift laboratory
which contain a ESP pump with seventy stages in a 32-meter well located at the
Universidade Federal da Bahia - Escola Politécnica, the performance of this
pump was analyzed with oils of 6 cP, 12 cP and 111 cP at operating temperatures
around 50 ºC. Then, it was observed that the theoretical bases and the practical
tests present similar results, according to a criterion of 5% of relative error
according to the acceptance limit of API RP 11S2 (2008) for Head. With the
application of the methods described in this work, it was concluded that the theory
proposed by Ofuchi et al. (2017) better reproduce the experiments carried out
with the pump different speeds of rotation. Although the analysis were performed
in a operating at shallow well, the procedures and calculations involved in this
work can be applied to several BCS projects. This demonstrates that the study is
generic and help to predict the performance of centrifugal pumps operating with
viscous fluids.

Keywords: Artificial Lift, Electric Submersible Pump, Performance curve for ESP,
Viscous correction factors
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
1.1 OBJETIVOS ...................................................................................................... 14
1.1.1 Objetivo geral.............................................................................................. 14
1.1.2 Objetivos específicos .................................................................................. 14
1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO .......................................................................... 14
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 15
2.1 PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA ...................................................................... 18
2.1.1 Prospecção dos temas pelo sistema Science Direct ................................... 20
2.1.2 Prospecção dos temas pelo sistema Onepetro ........................................... 21
2.1.3 Prospecção dos temas pelo sistema Worldcat ............................................ 22
2.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................. 23
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 25
3.1 ELEVAÇÃO ARTIFICIAL ................................................................................... 25
3.2 BOMBEIO CENTRÍFUGO SUBMERSO ............................................................ 25
3.2.1 Noções gerais ............................................................................................. 25
3.2.2 Equipamentos de Subsuperfície ................................................................. 27
3.2.2.1 Bomba de Múltiplos estágios ................................................................ 27
3.2.2.2 Admissão da bomba (Intake) ................................................................ 28
3.2.2.3 Motor elétrico........................................................................................ 28
3.2.2.4 Protetor ou Selo ................................................................................... 29
3.2.2.5 Cabos elétricos..................................................................................... 30
3.2.3 Equipamentos de Superfície ....................................................................... 30
3.2.3.1 Quadro de comandos ........................................................................... 30
3.2.3.2 Transformador ...................................................................................... 31
3.2.3.3 Caixa de ventilação .............................................................................. 31
3.2.3.4 Cabeça de produção ............................................................................ 32
3.2.4 Vantagens e Desvantagens ........................................................................ 32
3.2.5 Restrição do BCS quanto a viscosidade ..................................................... 33
3.3 MÉTODOS PARA CORREÇÃO DA CURVA DE DESEMPENHO DO BCS ...... 35
3.3.1 Método HI-USA (Hydraulic Institute-USA,1955) .......................................... 36
3.3.2 Método de Turzo et al. (2000) ..................................................................... 38
3.3.3 Método de Stepanoff (1957) ....................................................................... 40
3.3.4 Método de Ofuchi et al. (2017) .................................................................... 44
3.4 NORMAS API RP 11S2 (2008) ......................................................................... 46
3.4.1 Leis de Afinidade ........................................................................................ 46
3.4.2 Curva de desempenho da bomba fornecida pelo fabricante ....................... 50
3.4.3 Testes com fluidos viscosos ....................................................................... 51
4. DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................... 51
4.1 OPERAÇÃO DO SISTEMA BCS NO LABORATÓRIO DE ELEVAÇÃO
ARTIFICIAL-UFBA .................................................................................................. 51
4.2 GRADIENTE DE PRESSÃO E CÁLCULO DO HEAD ....................................... 55
4.3 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS ..................................................................... 56
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 59
5.1 ANÁLISE TEÓRICA .......................................................................................... 59
5.1.1 Análise da curva característica utilizada nos testes .................................... 59
5.1.2 Curva do fabricante corrigida pelos métodos (Head) .................................. 61
5.1.3 Curva do fabricante corrigida pelos métodos (Eficiência) ............................ 62
5.1.4 Curva do fabricante corrigida pelos métodos (Potência BHP) ..................... 64
5.2 ANÁLISE PRÁTICA ........................................................................................... 65
5.2.1 Testes experimentais com os fluidos 6 cP; 12 cP e 111cP ......................... 65
5.3 ANÁLISE COMPARATIVA (TEORIAS VS EXPERIMENTOS) – 40 a 60 Hz ...... 67
5.3.1 Análise da viscosidade na curva frequência vs escorregamento ................. 67
5.3.2 Análise do Óleo XP 10: Teorias versus experimentos ................................. 68
5.3.3 Análise do Óleo XP 10 / 220: Teorias versus experimentos ........................ 71
5.3.4 Comentários sobre a limitação e discrepância dos métodos ....................... 74
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 77
APÊNDICE A – Análise das propriedades dos fluidos ................................................ 79
APÊNDICE B - Tabelas dos parâmetros teóricos com a bomba em 60 Hz ................ 82
APÊNDICE C - Tabelas dos parâmetros práticos com a bomba em 60 Hz ................ 84
APÊNDICE D – Programação Matlab do método de Stepanoff (1957) ....................... 85
APÊNDICE E – Tabelas com dados experimentais (XP 10) ....................................... 85
APÊNDICE F – Tabelas com dados experimentais (XP 10 / 220) ............................... 87
ANEXO I – Fotos relacionadas ao sistema BCS ......................................................... 89
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Quantidade de artigos publicados com a palavra-chave: Electric Submersible


Pump. No período de 1998 a 2017. (Fonte: Science Direct, OnePetro e WorldCat) ... 19
Figura 2 - Sistema BCS (Fonte: Thomas, 2011) ......................................................... 26
Figura 3 - Conjunto Impelidor-Difusor (Fonte: Baker Hughes – Centrilift, 2008) .......... 27
Figura 4 - BCS de múltiplos estágios (Fonte: Baker Hughes – Centrilift, 2008) ........... 28
Figura 5 - Motor elétrico trifásico (Fonte: adaptado de Prado, 2007)........................... 29
Figura 6 - Sistema com selos mecânicos (Fonte: Baker Hughes – Centrilift, 2008) .... 29
Figura 7 - a) Cabo elétrico chato b) Cabo elétrico redondo (Fonte: Adaptado de Prado,
2007) .......................................................................................................................... 30
Figura 8 - Quadro de comandos BCS (Fonte: Prado, 2007)........................................ 31
Figura 9 - Curva de performance de uma BCS estágio a 60Hz (Fonte: adaptado de
Maitelli, 2011) ............................................................................................................. 34
Figura 10 - Curva de desempenho BCS G68LS 538 Series 1 estágio a 60Hz (Fonte:
Baker Hughes, 2015) .................................................................................................. 35
Figura 11 - Exemplo de Ábaco HI-USA (Fonte: Hydraulic Institute Standards, 1955).. 37
Figura 12 - Diagrama de Turzo et al. (2000) ............................................................... 40
Figura 13 - Ábaco de Stepanoff com os fatores de correção em função do número de
Reynolds de Stepanoff (Fonte: Stepanoff, 1957) ........................................................ 42
Figura 14 - Diagrama do método de Stepanoff (1957) ................................................ 43
Figura 15 - Diagrama de Ofuchi et al. (Fonte: Ofuchi, 2017) ....................................... 45
Figura 16 - Curvas características segundo as leis de afinidade QxH. BCS P47. 30Hz a
90Hz. (Baker Hughes, 2012)....................................................................................... 47
Figura 17 - Limites da curva publicada (Fonte: API, 2008) .......................................... 50
Figura 18 - Curva de performance de uma BCS (Fonte: API, 2008) ........................... 51
Figura 19 - Sistema de supervisão da BCS no LEA (Fonte: próprio autor, 2016) ........ 52
Figura 20 - Conjunto de válvulas reguladores de fluxo................................................ 53
Figura 21 - Tanque graduado a cada 50 litros ............................................................ 55
Figura 22 - Viscosímetro digital (Fonte: SVM 3000 - Anton Paar) ............................... 57
Figura 23 - Curva de desempenho P4 PUMP 400 SERIES – (Fonte: Baker Hughes,
2015) .......................................................................................................................... 59
Figura 24 - Curva de desempenho P4 PUMP 400 SERIES em frequências de 30 a 90
Hz – (Fonte: Baker Hughes, 2015).............................................................................. 60
Figura 25 - Curvas vazão vs head para os fluidos 1 cP (Água); 6 cP (XP 10), 12 cP (XP
10 / 220) e 111 cP (XP 220)........................................................................................ 61
Figura 26 - Curvas Vazão vs Eficiência para os fluidos 1 cP (Água); 6 cP (XP 10), 12 cP
(XP 10 / 220) e 111 cP (XP 220) ................................................................................. 63
Figura 27 - Curvas Vazão vs BHP para os fluidos 1 cP (Água); 6 cP (XP 10), 12 cP (XP
10 / 220) e 111 cP (XP 220)........................................................................................ 64
Figura 28 - Pontos experimentais Vazão vs Head para os fluidos 6 cP e 12 cP.......... 66
Figura 29 - Curva frequência vs escorregamento – 6 cP e 12 cP ............................... 67
Figura 30 - Curva corrigida pelos métodos vs testes experimentais para frequências de
40 a 60 Hz – 6 cP ....................................................................................................... 69
Figura 31 - Curva frequência vs erro - XP 10 .............................................................. 70
Figura 32 - Curva corrigida pelos métodos vs testes experimentais para frequências de
40 a 60 Hz – 12 cP ..................................................................................................... 72
Figura 33 - Curva frequência vs erro - XP 10 / 220 ..................................................... 73

Figura A. 1 - Curva de viscosidade XP 10................................................................... 79


Figura A. 2 - Curva de viscosidade XP 10 / 220 (67% XP 10 + 33% XP 220) ............. 79
Figura A. 3 - Curva de viscosidade XP 220................................................................. 80

Figura D. 1 - Algoritmo do método de Stepanoff (1957) para o fluido de 111 cP no ponto


0,6 QwBEP ................................................................................................................. 85

Figura I. 1 - Poços equipados com os métodos de elevação artificial (LEA-UFBA) ..... 89


Figura I. 2 - Quadro de comando da BCS (Centrilift) ................................................... 90
Figura I. 3 - Barris de petróleo de 200 litros (Petrobrás Distribuidora S.A) .................. 90
Figura I. 4 – Acelerômetro .......................................................................................... 91
Figura I. 5 - Montagem do sistema BCS no poço ........................................................ 91
Figura I. 6 - Cabeça de produção, linha de produção, medidor de pressão, conjunto de
válvulas reguladores de fluxo, tanques reservatório dos fluidos produzidos ............... 92
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quantidade de artigos publicados, durante o período de 1998 até 2017,


filtrados pelas palavras-chaves descritas em negrito, segundo o Science Direct. ....... 21
Tabela 2 - Quantidade de artigos publicados, durante o período de 1998 até 2017,
filtrados pelas palavras-chaves descritas em negrito segundo OnePetro.................... 22
Tabela 3 - Quantidade de artigos publicados, durante o período de 1998 até 2017,
filtrados pelas palavras-chaves descritas em negrito, segundo o sistema WorldCat ... 23
Tabela 4 - Limites de tolerância da bomba (Fonte: adaptado de API, 2008) ............... 49
Tabela 5 - Propriedades dos fluidos na temperatura de operação de 50ºC. ............... 57
Tabela 6 - Razões sobre a limitação de aplicação dos métodos e o aumento da
discrepância com os resultados experimentais. .......................................................... 74

Tabela A. 1 - Propriedades do XP 10.......................................................................... 81


Tabela A. 2 - Propriedades do XP 10 / 220 (67% XP 10 + 33% XP 220 ..................... 81
Tabela A. 3 - Propriedades do XP 220 ........................................................................ 81

Tabela B. 1 - Valores estimados pela curva do fabricante – 1 cP ............................... 82


Tabela B. 2 - Valores estimados pelo método HI-USA (1955) – 6 cP.......................... 82
Tabela B. 3 - Valores estimados pelo método HI-USA (1955) – 12 cP ........................ 82
Tabela B. 4 - Valores estimados pelo método HI-USA (1955) – 111 cP ...................... 82
Tabela B. 5 - Valores estimados pelo método de Turzo et al. (2000) – 6 cP ............... 82
Tabela B. 6 - Valores estimados pelo método de Turzo et al. (2000) – 12 cP ............. 83
Tabela B. 7 - Valores estimados pelo método de Turzo et al. (2000) – 111 cP .......... 83
Tabela B. 8 - Valores estimados pelo método de Stepanoff (1957) – 6 cP.................. 83
Tabela B. 9 - Valores estimados pelo método de Stepanoff (1957) – 12 cP................ 83

Tabela C. 1 - Valores dos testes experimentais realizado com o XP 10 – 6 cP........... 84


Tabela C. 2 - Valores dos testes experimentais realizado com o XP 10 / 220– 12 cP . 84

Tabela E. 1 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 60 Hz com


o fluido XP 10 a temperatura média de 50 ºC. ............................................................ 85
Tabela E. 2 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 55 Hz com
o fluido XP 10 a temperatura média de 50 ºC. ............................................................ 86
Tabela E. 3 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 50 Hz com
o fluido XP 10 a temperatura média de 50 ºC. ............................................................ 86
Tabela E. 4 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 45 Hz com
o fluido XP 10 a temperatura média de 50 ºC. ............................................................ 86
Tabela E. 5 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 40 Hz com
o fluido XP 10 a temperatura média de 50 ºC. ............................................................ 87

Tabela F. 1 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 60 Hz com


o fluido XP 10 / 220 a temperatura média de 50 ºC. ................................................... 87
Tabela F. 2 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 55 Hz com
o fluido XP 10 / 220 a temperatura média de 50 ºC. ................................................... 87
Tabela F. 3 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 50 Hz com
o fluido XP 10 / 220 a temperatura média de 50 ºC. ................................................... 88
Tabela F. 4 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 45 Hz com
o fluido XP 10 / 220 a temperatura média de 50 ºC. ................................................... 88
Tabela F. 5 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 40 Hz com
o fluido XP 10 / 220 a temperatura média de 50 ºC. ................................................... 88
ABREVIAÇÕES, LISTA DE SÍMBOLOS E NOMECLATURAS

𝐴 Área da seção transversal

BEP ou PME Ponto de melhor eficiência

BHP Potência requerida pela bomba

𝐵𝐻𝑃𝑆𝐴𝐵𝐻𝑃 Potência ajustada pela velocidade

BPD Barris por dia

C Unidade de conversão

D Diâmetro da tubulação

𝐶𝐻 Fator de correção da altura de elevação

𝐶𝑛 Fator de correção da eficiência

𝐶𝑄 Fator de correção da vazão

𝐸𝑓𝑓 Eficiência

𝑔 Aceleração da gravidade

Head Altura de elevação

HI-USA Hydraulic Institute- United States

𝐻𝑣𝑖𝑠𝑐 Altura de elevação do fluido viscoso

𝐻𝑤 Altura de elevação da água

𝐻𝑆𝐴𝐻 Altura de elevação ajustada pela velocidade

𝑁 Velocidade rotacional ou frequência de rotação da


bomba

𝑛𝑠 Rotação específica

𝑛𝑣𝑖𝑠𝑐 Eficiência do fluido viscoso

𝑛𝑤 Eficiência da água

𝑃 Pressão

𝑃𝑐𝑎𝑏 Pressão na cabeça do poço


𝑃𝑑𝑒𝑠 Pressão na descarga da bomba

𝑃𝑠𝑢𝑐 Pressão na sucção da bomba

𝑃𝑤𝑓 𝑜𝑢 𝑃𝑓 Pressão de fluxo no fundo do poço

𝑄 Vazão volumétrica

𝑄∗ Parâmetro de correlação de Turzo 2

𝑄𝑚á𝑥 Vazão máxima de produção

𝑄𝑆𝐴𝐹 Vazão ajustada pela velocidade

𝑄𝑣𝑖𝑠𝑐 Vazão do fluido viscoso

𝑡 Tempo

𝑣 Velocidade do fluido

𝑣𝑐𝑖𝑛 Viscosidade Cinemática

Nomenclatura utilizada pela Petrobrás para óleos


XP
LUBRAX

𝑦 Parâmetro de correlação Turzo 1

𝜌 Massa específica do fluido

𝑑 Elemento infinitesimal

𝜇 Viscosidade dinâmica do fluido

𝜔𝑛 Rotação específica normalizada


13

1. INTRODUÇÃO

As técnicas de elevação artificial de petróleo têm o objetivo de oferecer uma


suplementação de energia ao fluido para conseguir a elevação até a superfície.
Além disso, a elevação artificial pode proporcionar uma produção com vazão
mais elevada que por elevação natural. A escolha do método de elevação
artificial depende de um estudo sobre diversos parâmetros, como condições
existentes no campo produtor, custo de instalação e manutenção dos
equipamentos de superfície e subsuperfície e análise sobre as propriedades do
fluido a ser produzido. Um dos métodos com destaque na indústria petrolífera é
o Bombeio Centrifugo Submerso (BCS).

O Bombeio Centrífugo Submerso (BCS) consiste na transmissão de energia


ao fluido por meio de uma bomba centrífuga de múltiplos estágios formada por
um conjunto impelidor/difusor instalada no interior de um poço de petróleo. Essa
bomba é acionada através de um motor elétrico de subsuperfície, cuja
alimentação se dá através de cabos ligados a uma rede elétrica na superfície.
Esse método é geralmente utilizado em poços de alta produtividade em função
da sua capacidade de operar com grandes vazões de líquidos, tanto em
ambientes onshore (em terra) como em ambiente offshore (em mar). Todavia,
um dos principais desafios na utilização dessa técnica é a produção com fluidos
viscosos, isso porque a viscosidade do fluido afeta diretamente na eficiência, a
altura de elevação (Head) e a potência requerida pela bomba.

Ao longo dos anos, autores propuseram métodos generalistas para


quantificar a redução de desempenho da bomba operando com fluidos de
viscosidade superior à da água, porém, observa-se ainda que os métodos
apresentam resultados poucos satisfatórios, com grandes discrepâncias em
relação ao desempenho real. Autores como, Stepanoff (1957), Turzo et al.
(2000), Ofuchi et al. (2017) e instituição como a Hydraulic Institute (1955),
desenvolveram metodologias que visam corrigir a curva de desempenho de
bombas centrífugas quando estas operam com fluidos viscosos. É importante
salientar que os fabricantes das bombas, geralmente, disponibilizam as curvas
de desempenho com base em testes de bancada realizados com água e não
disponibilizam as metodologias para correção dessas curvas pela viscosidade.

Frisa-se que, atualmente, não há uma clareza sobre qual método apresenta
os resultados mais confiáveis de previsão. Nesse contexto, o presente trabalho
tem o intuito de confrontar os métodos de correção da curva de desempenho
que foram citados, com resultados experimentais realizados com uma bomba
centrífuga operando com fluidos de diferentes viscosidades. O foco do trabalho
está direcionado a aplicação e avaliação de uma nova metodologia proposta por
Ofuchi et al. (2017), a qual sugere previsões mais próximas aos resultados
experimentais, em relação as metodologias mais antigas propostas por
Stepanoff (1957), Turzo et al. (2000) e HI-USA (1955).
14

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Este trabalho tem como objetivo geral, analisar o desempenho de uma


bomba centrifuga submersa operando com fluidos viscosos e confrontar os
resultados dos testes experimentais com as previsões de métodos teóricos.

1.1.2 Objetivos específicos

Para atingir o objetivo geral, são necessários os seguintes objetivos


específicos:

 Analisar as previsões dos métodos de correção: HI-USA (1955),


Stepanoff (1957), Turzo et al. (2000) e Ofuchi et al. (2017).
 Analisar os resultados dos testes experimentais realizados com
uma bomba centrífuga de 70 estágios operando com fluidos de 6
cP, 12 cP e 111 cP em temperatura em torno de 50 ºC.
 Comparar os valores estimados pelos métodos e os valores obtidos
experimentalmente.
 Avaliar o método de Ofuchi et al. (2017) segundo a norma API RP
11S2 (2008).
 Avaliar a interferência do escorregamento do motor1 nas previsões.
 Avaliar as limitações de aplicação dos métodos e os motivos da
discrepância com os resultados experimentais.

1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho é organizado da seguinte forma. No capítulo 2 é apresentada


uma revisão bibliográfica sobre os principais temas discutidos no trabalho. No
capítulo 3 é apresentada a fundamentação teórica e o embasamento do trabalho,
com destaque para os temas sobre elevação artificial, bombas centrífugas
submersas, aplicação dos métodos de correção e adequação dos testes práticos
com as normas API RP 11S2 (2008)2. O capítulo 4 apresenta o desenvolvimento
experimental, com os critérios utilizados para operação do sistema BCS,
metodologia empregada para cálculo do gradiente de pressão na seção do
escoamento, e posteriormente, cálculo do head, além dos dados coletados sobre
as propriedades do fluido. No capítulo 5 são apresentados os resultados e as
discussões sobre o estudo prático comparativo. E por fim, no capítulo 6, a
conclusão do trabalho.

1
Relação entre a frequência nominal e a frequência real de operação do sistema BCS
2
Práticas recomendadas para testes com bombas centrífugas submersas
15

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O Bombeio Centrifugo Submerso (BCS) é um dos métodos de elevação


artificial mais eficaz para produzir a altas vazões de líquido. Todavia, esse
método sofre com uma queda acentuada de eficiência quando a operação é
realizada com fluidos viscosos. Os diversos trabalhos presentes na literatura
atual têm o objetivo de propor metodologias para quantificar o efeito da
viscosidade no desempenho de bombas centrífugas, baseando-se no
desempenho dessas bombas operando com água, que são disponibilizadas
pelos fabricantes.

Ippen (1946) realizou mais de 200 testes para viscosidades até 2200 cP em
quatro bombas centrífugas diferentes. Os resultados dos experimentos foram
sumarizados e disponibilizados através de ábacos. Ippen relacionou um número
adimensional (número de Reynolds de Ippen) em função da velocidade
rotacional do diâmetro do rotor e da viscosidade cinemática do fluido, para obter
coeficientes de correção.

O instituto americano HI-USA (Hydraulic Institute – USA, 1955) desenvolveu


uma metodologia para determinar o desempenho de uma bomba centrífuga
convencional operando com fluidos viscosos quando o seu desempenho com
água é conhecido. A metodologia apresentada se alicerça em testes realizados
com bombas centrífugas de fluxo radial, operando com óleos de viscosidade
entre 4 a 2200 cSt. É importante destacar que as análises se baseiam em leituras
visuais gráficas para obtenção dos fatores de correção.

Stepanoff (1957) efetuou um estudo experimental para identificar a


interferência da viscosidade em algumas bombas centrífugas convencionais,
operando com água e diversos tipos de óleos, com viscosidade de 1 a 2020 cSt.
Ele propôs um método de correção baseando-se no fato de que a degradação
do ponto de melhor eficiência ocorre para rotação específica constante, que é
um número adimensional utilizado para classificar os rotores das bombas quanto
a sua extensão e tipo. As análises de Stepanoff utilizam-se de equações
explicitas e implícitas, além de análises de ábacos para extrair os fatores de
correção.

Gülich (1999) realizou um estudo sobre as perdas de energia que ocorrem


no escoamento, no interior de bombas centrífugas, a fim de propor um método
mais preciso para corrigir o desempenho dessas bombas operando com fluidos
viscosos. O autor utilizou quatro bombas centrífugas, variando a viscosidade
3
cinemática de 1 a 4000 cSt em rotações específicas de 12 a 46 RPM.𝑚4 .𝑠 −1 . As
análises do autor se baseiam em equações explícitas e diretas. Vale ressaltar
que Li (2002) compactuou com as ideias proposta por Gülich (1999), no que se
refere a utilização de modelos matemáticos com equações explícitas para
encontrar os fatores de correção.
16

Li (2000) avaliou o efeito da viscosidade no escoamento no interior de uma


bomba centrífuga de simples estágio, utilizando água e um óleo translúcido de
48 cSt. O autor avaliou o campo de escoamento no ponto de máxima eficiência
e para uma vazão abaixo do ponto de máxima eficiência. Li (2000) verificou que
mudanças ocorrem no perfil de velocidades para escoamento com água e óleo.
Já Turzo et al. (2000), apresentaram um algoritmo para corrigir o desempenho
de bombas centrífugas convencionais baseando-se na análise do ábaco do HI-
USA (1957). Com o objetivo de melhorar a avaliação sobre as curvas, Turzo et
al. (2000) digitalizaram as cartas e realizaram análises de regressão para gerar
equações representativas das curvas.

KSB (2005) desenvolveu um diagrama para estimar a operação, com fluidos


viscosos, de bombas centrífugas através de ábacos. O ábaco proposto é similar
ao desenvolvido pelo HI-USA (1955).

Amaral (2007) elaborou um estudo experimental visando identificar o


escoamento em bombas centrífugas. O autor testou três bombas centrífugas
operando com água e com uma mistura de água e glicerina para obter
viscosidades de 270, 571 e 1020 cP. Amaral (2007) também realizou uma
comparação dos seus dados experimentais com o modelo de correção de
desempenho do Hydraulic Institute (1955), sendo verificadas diferenças acima
de 20% para algumas condições operacionais.

Solano (2010) propôs uma modificação ao método proposto por Stepanoff


(1957) para os fatores de correção da vazão e do head, sem a necessidade de
métodos iterativos e com equações explícitas. Liu et. al. (2010) investigaram o
efeito do número de pás do rotor no desempenho de uma bomba centrífuga com
voluta. O estudo mostrou que o aumento do número de pás implicou em um
aumento na eficiência e na altura de elevação.

Monte Verde (2011) estudou o desempenho de um sistema BCS operando


com escoamento bifásico, gás e líquido, para diferentes condições operacionais,
tais, como, velocidade de rotação, vazões de gás e líquido e pressão de sucção.
O autor observou que o aumento da rotação e da pressão de entrada geram
resultados semelhantes, ampliando a capacidade da bomba de manuseio ao gás
e ao fenômeno surge, que ocorre para maiores frações de gás.

Paternost (2013) realizou um estudo experimental para avaliar o


comportamento do escoamento viscoso monofásico e bifásico (ar e liquído), em
uma bomba centrífuga. O autor utilizou uma bomba radial com dois estágios,
difusor e voluta, operando com água e uma mistura de água e glicerina.
Paternost (2013) analisou que a redução do desempenho do escoamento
bifásico se comporta de maneira similar à degradação do escoamento
monofásico, para rotação específica constante. Sirino (2013) realizou um estudo
numérico para identificar a influência da viscosidade no desempenho de uma
bomba centrífuga submersa. O autor realizou simulações numéricas para um
17

estágio de uma BCS para escoamentos envolvendo fluidos com viscosidade


variando de 1 a 1020 cP. A partir dos resultados numéricos obtidos foram
elaboradas as curvas para a altura de elevação da bomba.

Vieira (2014) realizou uma análise das diferentes perdas de carga que
ocorrem no escoamento no interior de uma bomba centrífuga submersa.
Levando em conta diversos modelos de perda da literatura, a autora fez uma
análise de sensibilidade dessas perdas para elaborar um modelo de previsão do
desempenho de bombas operando com fluidos de várias viscosidades.

Ofuchi et al. (2017) realizaram uma análise dimensional para averiguar a


degradação do head e da vazão em bombas centrifugas submersas. Para
realizar essa tarefa foram obtidos resultados com bombas BCS de 3 estágios,
operando com fluidos viscosos de 48, 571 e 810 cSt em rotações de 1800 a 3500
rpm. Vale ressaltar que os cálculos para encontrar os fatores de correção, se
baseiam em análises de rotação específica normalizada de bomba entre 0,6 a
1,25. Destaca-se que esse método se baseia em algoritmos com equações
explicitas e não necessita de dados geométricos da bomba. De acordo com o
teste realizado, foi identificado um erro aritmético de 7% entre o desempenho
real da bomba e a curva estimada, porém nessa análise foram considerados
pontos fora da faixa de operação recomendada, o que contrasta com um dos
critérios de validação da norma API RP 11S2 (2008), que direciona a análise
para os pontos na faixa de operação recomendada.

Outros autores como Stel et al. (2015) e Zhu et al. (2017) realizaram alguns
estudos baseados na análise do escoamento no interior de bombas centrífugas
submersas, partindo de modelagens numéricas e estudos experimentais para
identificar o desempenho das bombas operando com fluidos viscosos.

Baseados nesses estudos, foi realizada uma prospecção de artigos no banco


de dados do Science Direct, para correlacionar os métodos citados na revisão
bibliográfica. O objetivo dessa pesquisa é identificar as teorias mais relevantes
com relação a quantidade de artigos publicados. Ao realizar a pesquisa, foi
identificado os seguintes resultados de publicações: HI-USA (1955) 44
publicações, Turzo et al. (2000) 9 publicações, Stepanoff (1957) 5 publicações,
Gülich (1999) 4 publicações, Solano (2010) e Ippen (1946) 3 publicações cada,
KSB (2005) 2 publicações e Ofuchi et al. (2017) uma publicação. Após essa
pesquisa inicial, foram selecionados para estudo, os três métodos mais citados
(HI-USA (1955), Turzo et al. (2000) e Stepanoff (1957)) que indicam bons
resultados de previsão. Além desses, o método de Ofuchi et al. (2017), que só
foi citado em apenas um artigo, também foi selecionado, por ser o mais atual e
que sugere melhores previsões em relação aos métodos mais antigos. Frisa-se
que o resultado de cada metodologia selecionada foi confrontado com testes
experimentais realizados com uma bomba centrifuga operando com fluidos
viscosos de 6, 12 e 111 cP.
18

A partir da revisão bibliográfica apresentada pode-se inferir que há pouca


clareza sobre qual método é o mais indicado para prever o desempenho de
bombas centrífugas operando com fluidos viscosos. Os métodos mais utilizados
atualmente, ainda apresentam previsões com grandes discrepâncias em relação
ao desempenho real, como por exemplo, o método do HI-USA (1955) que
apresentou erros de até 20% em relação aos testes realizados por Amaral
(2007). Diante desse problema, o presente trabalho tem intuito de apresentar
uma análise simultânea dos 4 métodos de correção selecionados através da
prospecção de artigos realizada. O objetivo dessa análise é identificar, com uma
maior clareza, qual desses métodos apresentam uma maior proximidade com os
resultados experimentais, sugerindo melhores previsões.

2.1 PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA


A prospecção tecnológica tem o objetivo de mapear, através de sistemas, o
desenvolvimento científico e tecnológico de um determinado tema, traçando
horizontes de estudos fundamentados por análises estatísticas.

No presente trabalho foram utilizados o banco de dados do Science Direct,


OnePetro e Worldcat para pesquisar as palavras chaves: Electric Submersible
Pump, Performance, Viscosity, Hydraulic Institute, Stepanoff, Turzo e Ofuchi.

O Science Direct é uma página web operada pela editora anglo-holandesa


Elsevier, lançado originalmente em março de 1997. É uma plataforma para
acesso de aproximadamente 2500 revistas científicas e mais de 26000 e-books.
Os periódicos são agrupados em quatro seções principais: Ciências Físicas e
Engenharia, Ciências Biológicas, Ciências da Saúde e Ciências Sociais e
Humanas.

O OnePetro fornece acesso a literatura técnica sobre exploração e produção


de petróleo e gás produzida por nove ou mais organizações, incluindo a Society
of Petroleum Engineers (SPE) e o American Petroleum Institute (API). A SPE
gerencia o banco de dados onde possui mais de 90 mil artigos relacionados com
temas sobre a indústria do petróleo.

O WorldCat (a contração da expressão inglesa World Catalog; Catálogo


Mundial em português) é um catálogo em linha gerido pelo Online Computer
Library Center (OCLC) e considerado o maior catálogo em linha do mundo. Foi
criado no ano 1971 com o objetivo de hospedar dados de mais de 71000
bibliotecas públicas e privadas de todo mundo. O WorldCat está disponível em
muitas bibliotecas e redes informáticas de universidades; desde agosto de 2006,
está disponível gratuitamente através de Internet em WorldCat.org.

Utilizando-se dos três sistemas citados, o objetivo desta pesquisa é analisar


a tendência de estudo relacionado ao tema BCS, ao longo dos últimos 20 anos
(1998 até 2017). Além disso, será avaliado a quantidade de artigos publicados
19

que comparam os métodos de correção de viscosidade da curva de desempenho


da bomba.

É importante destacar que o trabalho tem o intuito de realizar um estudo,


comparando de forma simultânea, os métodos de Hydraulic Institute (1955),
Stepanoff (1957), Turzo et al. (2000) e Ofuchi et al. (2017). A análise simultânea
dos métodos é relevante porque permite identificar, com uma maior clareza, a
teoria que apresenta a maior proximidade com os testes práticos.

Nesse sentido, a análise irá explicitar que o método de Ofuchi et al. (2017)
apresenta a menor quantidade de artigos publicados (apenas um), porém, é a
teoria que sugere a melhor previsibilidade, o que justifica a importância de
maiores estudos sobre a eficácia e eficiência desse método.

A Figura 1 e as Tabelas de 1 a 3, apresentam resultados da prospecção


tecnológica realizadas pelos três sistemas citados.

Na Figura 1 estão expostos os resultados da tendência de estudo, ao longo


do período de 1998 a 2017, para o tema: Electric Submersible Pump (ESP).

220

200

180

160
QTD DE PUBLICAÇÕES

140

120
WorldCat
100 OnePetro

80 ScienceDirect

60

40

20

0
2014
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013

2015
2016
2017

ANO

Figura 1 - Quantidade de artigos publicados com a palavra-chave: Electric


Submersible Pump. No período de 1998 a 2017. (Fonte: Science Direct, OnePetro e
WorldCat)
20

A partir da análise da Figura 1, pode-se observar que, de modo geral, o


estudo sobre bombas centrifugas submersas veio aumentando ao longo do
período de 1998 até 2017. A tendência crescente sobre o estudo sugere que o
tema é relevante e continua sendo estudado nos dias atuais. Esse
comportamento é observado pelos três sistemas de pesquisa.

Analisando pelo sistema Science Direct, foram encontrados um total de 1452


artigos publicados do ano de 1998 até o ano de 2017. O estudo sobre bombas
centrífugas submersas apresentou os maiores índices nos últimos 6 anos. Nota-
se que nos anos de 2015 e 2017 foram os períodos de maiores publicações.
Essa propensão dos últimos 6 anos deve-se ao fato da alta do preço do petróleo
nesse período (o que faz retomar os incentivos a pesquisa na área), maiores
estudos relacionados a tolerância do BCS para operar com gás e estudos para
melhorar a operação com redução de custos e aumento de eficiência.

Analisando pelo sistema OnePetro, foram encontrados um total de 1899


artigos publicados do ano de 1998 até o ano de 2017. O estudo sobre bombas
centrífugas submersas veio aumentando gradativamente até o ano de 2010.
Após esse ano, houve uma queda de publicações no ano 2011, porém, obteve
uma forte retomada no ano de 2013, onde foi registrado o pico de publicações
de artigos.

Analisando pelo sistema WorldCat, foram encontrados um total de 1922


artigos publicados entre os anos de 1998 a 2017. É possível identificar que o
progresso no estudo, sobre as bombas centrífugas, seguiu uma tendência
crescente ao longo dos últimos 10 anos, com destaque para o ano de 2013 que
apresentou o pico de publicações, de forma análoga a qual foi observado pelo
sistema OnePetro.

O pico de publicações analisados pelos sistemas WorldCat e OnePetro, no


ano de 2013, pode ser explicado principalmente pela alta do preço do petróleo
brent durante esse período, isso faz com que haja uma retomada de incentivos
as pesquisas acadêmicas na área petrolífera. Além disso, soma-se o fato de que
o método de elevação artificial por bombeio centrifugo submerso é um dos mais
eficazes para operar, tanto em ambiente marítimo como em ambiente terrestre,
poços de baixa e alta profundidade, além de operar de forma eficiente a altas
vazões de liquido. Portanto, a flexibilidade de utilização do BCS faz com que se
alavanque os estudos sobre o método.

2.1.1 Prospecção dos temas pelo sistema Science Direct

A Tabela 1 estão expostos os resultados da prospecção tecnológica


utilizando-se do banco de dados do Science Direct para as palavras chaves:
Electric Submersible Pump, Performance, Viscosity, Hydraulic Institute,
Stepanoff, Turzo, Ofuchi.
21

Tabela 1 - Quantidade de artigos publicados, durante o período de 1998 até 2017,


filtrados pelas palavras-chaves descritas em negrito, segundo o Science Direct.

ESP Performance Viscosity HI-USA Stepanoff Turzo Ofuchi TOTAL


(1955) (1957) (2000) (2017)

1452
x

x x 778

x x x 151

x x x x 44

x x x x 5

x x x x 9

x x x x 1

x x x x x x x 0

As investigações foram feitas utilizando refinos nas pesquisas, ou seja, o “x”


na Tabela 1, representa que a palavra-chave escrita em negrito foi considerada
na busca.

A Tabela 1 apresenta uma curiosidade relevante, dos 778 artigos publicados


sobre bomba centrífuga e desempenho da mesma, apenas 151 artigos estão
relacionados com estudos onde se avaliam o quesito viscosidade, sendo que
essa questão é importante ser considerada em um projeto que visa utilizar o BCS
como técnica de elevação artificial de petróleo.

Vale frisar que dos 151 artigos publicados sobre desempenho do BCS,
avaliando a viscosidade, 44 artigos (em torno de 29%) foram relacionados com
o método de correção do HI-USA (1955). Os métodos de Stepanoff (1957) e
Turzo et al. (2000) apresentaram 9 (em torno de 6%) e 5 (em torno de 3,3%)
publicações respectivamente e o método de Ofuchi et al. (2017), 1 artigo (0,07%)
publicado. Por fim, pesquisado pelas teorias, de forma simultânea, não foi
identificado artigo publicado durante o período de 1998 até o ano 2017.

2.1.2 Prospecção dos temas pelo sistema Onepetro

A Tabela 2 estão expostos os resultados da prospecção tecnológica


utilizando-se do banco de dados do OnePetro para as palavras chaves: Electric
Submersible Pump, Performance, Viscosity, Hydraulic Institute, Stepanoff,
Turzo, Ofuchi.
22

Tabela 2 - Quantidade de artigos publicados, durante o período de 1998 até 2017,


filtrados pelas palavras-chaves descritas em negrito segundo OnePetro.

ESP Performance Viscosity HI-USA Stepanoff Turzo Ofuchi TOTAL


(1955) (1957) (2000) (2017)

1899
x

x x 1633

x x x 737

x x x x 17

x x x x 20

x x x x 27

x x x x 0

x x x x x x x 0

De forma análoga a Tabela 1, as investigações foram feitas utilizando refinos


nas pesquisas, ou seja, o “x” na Tabela 2, representa que a palavra-chave escrita
em negrito foi considerada na busca.

A Tabela 2 mostra que dos 1633 artigos publicados sobre bomba centrífuga
submersa e desempenho da mesma, 737 artigos estão relacionados com
estudos sobre os efeitos viscosos. Esse dado apresenta um total de 45% quando
os assuntos performance e viscosidade estão correlacionados. Vale frisar ainda
que, dos 737 artigos publicados sobre desempenho do BCS avaliando a
viscosidade, 64 (8,7%) artigos foram relacionados com os métodos de correção
estudados.

De forma contrária ao Science Direct, o método que apresentou maior


publicação durante os anos de 1998 até 2017, foi o método de Turzo et al. (2000),
acompanhado do método de Stepanoff, e com o menor número de publicações
para o método HI-USA. Percebe-se por fim, que em uma análise sobre o método
de Ofuchi et al. (2017), não foram exibidos artigos publicados durante o período
de 1998 a 2017.

2.1.3 Prospecção dos temas pelo sistema Worldcat

A Tabela 3, apresenta os resultados das pesquisas realizadas no sistema


WorldCat, com as principais palavras chaves citadas no trabalho.
23

Tabela 3 - Quantidade de artigos publicados, durante o período de 1998 até 2017,


filtrados pelas palavras-chaves descritas em negrito, segundo o sistema WorldCat

ESP Performance Viscosity HI-USA Stepanoff Turzo Ofuchi TOTAL


(1955) (1957) (2000) (2017)

1922
x

x x 975

x x x 94

x x x x 17

x x x x 1

x x x x 3

x x x x 2

x x x x x x x 0

A partir da Tabela 3, identifica-se um total de 1922 artigos sobre bombas


centrífugas submersas. Desse total, 975 artigos foram relacionados com análise
de desempenho. Porém, na indústria do petróleo, é importante estudar a
interferência dos efeitos viscosos na operação.

Sendo assim, refinando a pesquisa para o quesito viscosidade, foi observado


um total de 94 artigos, ou seja, apenas 9,6% do total de 975.

Pesquisado sobre os métodos de correção de curvas características, foram


identificados que o método HI-USA (1955) apresentou o maior número de
publicação, durante o período de 1998 a 2017, compactuando com a pesquisa
realizada no Science Direct.

Já, quando pesquisado pelo método de Ofuchi et al. (2017) foram


identificados 2 artigos publicados. E por fim, pesquisado de forma simultânea
sobre os 4 métodos, não foram encontrados artigos publicados.

2.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Em suma, foi avaliado que o método de Ippen (1946) e KSB (2005) tem a
mesma premissa do HI-USA (1955), visto que, utiliza-se de ábacos para extrair
os coeficientes de correção. Já o método de Gülich (1999) e Solano (2010) tem
a mesma premissa do método de Turzo et al. (2000), ou seja, utiliza-se de
equações explícitas para encontrar os fatores de correção. Destaca-se ainda que
24

o método de Solano (2010) propôs um ajuste ao método de Stepanoff (1957),


que se utiliza de ábacos e equações implícitas. E por fim, o método de Ofuchi et
al. (2017) foi analisado por ser a teoria mais recente, a qual sugere melhores
previsões em relação aos métodos mais antigos.

Em relação a prospecção tecnológica, foi verificado que há uma tendência


crescente de estudo relacionado ao bombeio centrifugo submerso como método
de elevação artificial de petróleo. Porém, a avaliação do desempenho de bombas
centrifugas, operando com fluidos viscosos, ainda carece de maiores estudos,
uma vez que os efeitos da viscosidade causam significativas alterações na
eficiência, potência e altura de elevação da bomba.

O método de correção HI-USA (1955) foi o mais citado entres os sistemas


Science Direct e WorldCat, porém, se tratando de um procedimento onde se
baseia por leitura visual gráfica, apresenta imprecisões e desvios de erros
consideráveis.

Posto isso, torna-se importante o estudo do método proposto por Turzo et al.
(2000) (mais citado no OnePetro) e Ofuchi et al. (2017), já que nos algoritmos
elucidados por eles, o objetivo é diminuir as imprecisões das interpretações
visuais de ábacos.

O método de Stepanoff (1957), apesar de ter análise de ábaco, é também


relevante, pois, suas avaliações partem de procedimentos iterativos. Esses
procedimentos tendem a diminuir as imprecisões das análises, visto que no
algoritmo, estão embutidos critérios de convergência.

No entanto, ao realizar uma comparação simultânea dos 4 métodos de


correção de curva característica, foi analisado que não há artigos
correlacionados ao tema. Esse estudo é relevante porque permite comparar as
teorias preditivas com os resultados experimentais e identificar, com maior
clareza, qual delas apresentam uma melhor previsibilidade.

Além da comparação simultânea entre os métodos, é importante ressaltar


que o presente trabalho propõe algumas diferenças em relação aos testes
realizados por Ofuchi et al. (2017). Os testes realizados pelo autor foram
baseados em uma bomba de 3 estágios operando com fluidos de 48, 571 e 810
cSt. Já os testes realizados no presente trabalho, foram desempenhados com
uma bomba de 70 estágios operando com fluidos de 8, 14 e 127 cSt. Destaca-
se ainda que, o trabalho de Ofuchi et al. (2017) analisa o erro aritmético de uma
curva completa, incluindo possíveis pontos que estão fora da faixa de operação
recomendada. Já o presente trabalho, analisa o erro relativo com foco nos pontos
mais próximos da região de melhor desempenho da bomba. Essa análise está
de acordo com o critério de validação da norma API RP 11S2 (2008).
25

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 ELEVAÇÃO ARTIFICIAL

A partir de um determinado momento da vida produtiva, o reservatório


começa a apresentar uma insuficiência de pressão para elevar os fluidos. Nesse
sentido, é importante o estudo sobre as técnicas que visam suplementar pressão
ao fluido para que ele ganhe altura de elevação e alcance as facilidades de
produção.

A técnica utilizada para suprir essa queda de pressão é chamada de elevação


artificial, que consiste na utilização de métodos específicos de elevação capazes
de reduzir a pressão no fundo do poço por injeção de gás, ou por adição de
energia ao fluido provocada por uma bomba, como uma BCS (Bomba Centrífuga
Submersa).

Segundo Thomas (2011), os métodos de elevação artificial mais comuns na


indústria do petróleo são:

 Gás-lift Contínuo e Intermitente (GLC e GLI)


 Bombeio Centrífugo Submerso (BCS)
 Bombeio Mecânico com Hastes (BM)
 Bombeio por Cavidades Progressivas (BCP)

A escolha e decisão do melhor método depende de alguns fatores, os


principais a serem considerados são: números de poços, diâmetro do
revestimento, produção de areia, razão gás-líquido (RGL), vazão, profundidade
do reservatório, viscosidade dos fluidos, mecanismos de produção do
reservatório, disponibilidade de energia elétrica, acesso aos poços, distância dos
poços às estações ou plataformas de produção, equipamento disponível,
pessoal treinado, investimento, custo operacional, segurança, entre outros
(Thomas, 2011).

Portanto, a seleção do método mais adequado para um longo período de


produção é primordial, uma vez que, uma decisão errônea pode ocasionar uma
baixa produtividade. Frisa-se que o presente trabalho dá ênfase ao método de
elevação através de bombas centrífugas submersas.

3.2 BOMBEIO CENTRÍFUGO SUBMERSO

3.2.1 Noções gerais

O bombeio centrífugo submerso é uma técnica de elevação artificial de


petróleo que consiste na transmissão de energia ao fluido por meio de uma
bomba centrífuga alocada no interior do poço próximo ao intervalo canhoneado.

A bomba centrífuga é utilizada para o transporte de fluidos através da


conversão de energia cinética de rotação para a energia hidrodinâmica de fluido.
26

Como uso comum, pode-se citar as instalações de esgotos, sucção de água,


bombeamento na petroquímica e elevação artificial de petróleo, esta última
aplicação é o foco do estudo.

Neste tipo de bombeio, a energia é transmitida para o fundo do poço via


cabos elétricos. Esta técnica é utilizada em poços de alta produtividade em
função da capacidade de se operar com grandes vazões de líquidos tanto em
ambientes onshore (em terra) como em ambiente offshore (em mar). Por se tratar
de um sistema elétrico são necessárias fontes de energia de alta previsibilidade
para o bom funcionamento dos equipamentos. O sistema não é recomendado
para poços que produzam com alta razão gás-líquido (RGL) uma vez que a
presença de gás pode ocasionar cavitação na bomba e o bloqueio da passagem
de líquido, comprometendo a produção.

Outros empecilhos também acarretam o mau funcionamento da técnica como


alguns exemplos pode-se citar: a produção de areia, causadoras de corrosões
abrasivas, e a deposição de parafinas. Todos esses aspectos reduzem de forma
significativa a eficiência do sistema.

A Figura 2 representa os principais equipamentos de um BCS.

Figura 2 - Sistema BCS (Fonte: Thomas, 2011)


27

3.2.2 Equipamentos de Subsuperfície

Os equipamentos de subsuperfície se alojam no interior do poço. Os


principais equipamentos serão descritos a seguir:

3.2.2.1 Bomba de Múltiplos estágios

Uma bomba centrífuga que contêm mais de um rotor é chamada de múltiplos


estágios, cada estágio é composto de um conjunto de impelidor e difusor que
operam em série.

O impelidor fica fixado em um eixo, realizando movimentos rotacionais na


faixa de 3400 a 3600 RPM, tendo como objetivo transmitir energia ao fluido de
trabalho.

O difusor é o elemento estático da bomba, que funciona apenas para


direcionar o fluido para o estágio superior.

Esses conjuntos de estágios são os responsáveis diretos por transmitir


energia ao fluido, aumentando a sua velocidade e fazendo com que todo o
sistema seja capaz de ascender o fluido até a superfície. A Figura 3 mostra o
conjunto impelidor-difusor e a Figura 4 mostra todo o equipamento montado.

Figura 3 - Conjunto Impelidor-Difusor (Fonte: Baker Hughes – Centrilift, 2008)


28

Figura 4 - BCS de múltiplos estágios (Fonte: Baker Hughes – Centrilift, 2008)

A partir da Figura 4 nota-se uma bomba centrifuga submersa constituída por


8 estágios em série. Cada estágio da bomba é composto por um conjunto de
impelidor e difusor, com observado na Figura 4.

3.2.2.2 Admissão da bomba (Intake)

A admissão da bomba fica localizada na parte inferior da bomba e é onde o


fluido encontra o primeiro estágio, na entrada do sistema. Pode ser encontrada
na forma simples ou na forma de separador de gás, visando evitar que a bomba
faça a sucção indesejada de gás livre. A escolha da admissão depende do
projeto do sistema, o qual precisa ser avaliado a série da bomba, a vazão de
líquido de produção e a razão gás-líquido.

3.2.2.3 Motor elétrico

O motor elétrico tem a função de converter energia elétrica em energia


mecânica para acionamento da bomba centrífuga. O motor geralmente é
trifásico, opera a uma velocidade constante na faixa de 3500 RPM na frequência
de 60 Hz. O eixo do motor fica conectado ao eixo do protetor, ao sistema de
admissão e ao impulsor, formando um eixo contínuo que deve estar
perfeitamente alinhado. São projetados para operar em condições severas a
altas pressões e temperaturas, além de ficar imerso em fluidos viscosos.

A Figura 5 mostra o motor elétrico trifásico utilizado no sistema BCS.


29

Figura 5 - Motor elétrico trifásico (Fonte: adaptado de Prado, 2007)

3.2.2.4 Protetor ou Selo

O protetor fica alojado entre o motor elétrico e a bomba centrífuga, tem como
funções: proteger o motor para que não haja entrada de fluido, equalizar a
pressão interna do motor com a pressão do fluido produzido, conectar a carcaça
do motor com a carcaça da bomba, evitar diferencial de pressão no motor e
dispor o volume adequado para a expansão e contração do óleo contido no
motor.

A Figura 6 mostra um exemplo de sistema com selos mecânicos.

Figura 6 - Sistema com selos mecânicos (Fonte: Baker Hughes – Centrilift, 2008)
30

3.2.2.5 Cabos elétricos

A energia elétrica é transmitida da superfície para o motor através do cabo


elétrico trifásico. Os dimensionamentos dos cabos dependem: da distância do
quadro de comando até o motor, da temperatura no qual será operado, da tensão
disponível pela rede elétrica, do tipo de fluido a ser produzido e de todo o espaço
disponível entre a coluna de produção e o revestimento. Normalmente utiliza-se
um cabo redondo para os locais de espaço anular (espaço entre a coluna de
produção e o revestimento) e um cabo chato para as regiões onde o espaço é
restrito.

Pode ser visualizado na Figura 7 os dois tipos de cabos: redondo e chato.

Figura 7 - a) Cabo elétrico chato b) Cabo elétrico redondo (Fonte: Adaptado de Prado,
2007)

3.2.3 Equipamentos de Superfície

Estes equipamentos estão alojados na superfície, os principais componentes


são: quadro de comandos, transformador, caixa de ventilação e cabeça de
produção, cada um será detalhado a seguir:

3.2.3.1 Quadro de comandos

O quadro de comandos tem a incumbência de operar e controlar os


equipamentos de fundo do poço. São basicamente divididos em dois tipos de
compartimentos, um de média tensão, que hospeda os transformadores de
corrente e de controle, os fusíveis de proteção que interrompem a passagem de
31

circuito elétrico em casos de alta corrente, a chave selecionadora, e o


compartimento de baixa tensão que hospeda os relés eletromecânicos, o
amperímetro e o temporizador.

Pode ser observado na Figura 8 um exemplo de quadro de comando.

Figura 8 - Quadro de comandos BCS (Fonte: Prado, 2007)

3.2.3.2 Transformador

O transformador tem a finalidade de receber a tensão nominal da rede elétrica


e transformá-la em tensão correspondente a do motor, computando as perdas
relativas ao cabo elétrico. Existem dois tipos de transformadores: o de
alimentação principal – utilizado para reduzir a tensão da fonte primária de alta
tensão para baixa tensão requerida pelo variador de frequência; e o
transformador de saída – utilizado quando há um variador de frequência
instalado, tendo como finalidade aumentar a voltagem de saída do Variador de
Frequência até a voltagem requerida pelo motor submerso.

3.2.3.3 Caixa de ventilação

A caixa de ventilação tem como função ventilar os cabos elétricos


promovendo a saída do gás livre vinda do poço para a atmosfera. Suas principais
características são:

 Conectar o cabo vindo do transformador de saída ao conector superior de


cabeça.
 Fácil acessibilidade para revisão elétrica dos equipamentos de subsolo.
32

 Serve como local de medições das condições de isolamento e extensão


do cabo.

3.2.3.4 Cabeça de produção

Segundo Thomas (2011) a cabeça de produção é um equipamento especial


que possui uma passagem para a coluna de produção e outra para o cabo
elétrico. Em poços terrestres a baixa pressão utiliza-se um flange bipartido com
borracha, onde a vedação ocorre através de placas que comprimem as
borrachas em volta do cabo e da coluna de produção.

Em poços no mar a altas pressões, utiliza-se um mandril enroscado no tubing


hanger com condutores elétricos em seu interior para passagem da corrente. A
escolha da cabeça de produção para um determinado poço leva em
consideração o diâmetro do revestimento e da coluna de produção, a bitola e o
tipo de cabo e as pressões envolvidas.

3.2.4 Vantagens e Desvantagens

As principais vantagens do sistema BCS como técnica de elevação artificial


são:

 Flexibilidade – Opera de forma eficiente a altas vazões de liquido;


 Automação – Todo o sistema de acionamento pode ser feito
através de um sistema simplificado e automático;
 Fácil supervisão – Devido a automatização, todo o sistema e seu
funcionamento pode ser controlado de forma simples;
 Aplicável na produção marítima (offshore) – Essa vantagem torna
o BCS bastante aplicado em poços de altas produções de óleo e
de altas profundidades;
 Custo de elevação por volume – Apresenta ótimo custo benefício
quando avaliado o potencial de elevação do sistema em relação a
uma grande quantidade de líquido;
 Disponibilidade de tamanhos – A bomba centrifuga pode ser de
diversos tamanhos e de diversos estágios, sendo ajustada a
qualquer projeto;
 Aplicável em poços de alta Razão Água Óleo (RAO) – Altamente
recomendado a poços de alta razão água-óleo.

Como principais desvantagens pode-se destacar:

 Fonte elétrica – Necessidade de uma rede elétrica confiável e de


alta tensão;
33

 Restrição a Razão Gás Líquido (RGL) – Apresenta queda


acentuada de eficiência se utilizado em poços de alta razão gás-
líquido por causa da presença de gás livre;
 Restrição a areia – A areia e materiais sólidos em geral, pode
ocasionar a corrosão por abrasão;
 Problemas com viscosidade – Fluidos viscosos geram uma queda
acentuada da eficiência do equipamento. A análise dessa
desvantagem será o foco do trabalho;
 Custo alto de intervenção – É necessário a retirada de toda a
coluna de produção para realização de reparos e limpezas, o que
torna uma manobra custosa e trabalhosa, além de ser necessário
a parada da produção;
 Temperatura – A alta temperatura pode acarretar possível
degradação do sistema de isolamento, como por exemplos os
cabos elétricos.

3.2.5 Restrição do BCS quanto a viscosidade

Como mencionado, uma das desvantagens do sistema BCS é a operação


com fluidos viscosos, que afeta diretamente parâmetros como a eficiência da
bomba, a altura de elevação (head) e a potência, a partir de uma determinada
vazão de produção.

Os fabricantes das bombas centrífugas geralmente disponibilizam as curvas


de desempenho baseadas em testes de bancada com água. Sendo assim, é
importante a aplicação de cálculos de correção quando o fluido de trabalho
apresenta viscosidade superior à da água.

Alguns pesquisadores como Turzo et al. (2000), Stepanoff (1957), Ofuchi et


al. (2017) e algumas instituições como a HI-USA (Hydraulic Institute-USA,1955)
propuseram metodologias visando corrigir a curva de performance do BCS, uma
vez que as curvas fornecidas pelos fabricantes por meio de catálogos
consideram o fluido de trabalho como sendo a água, tornando necessário a
realização da correção de viscosidade.

Nas Figuras 9 e 10 são mostrados exemplos de curvas de desempenho


fornecidas pelos fabricantes (água).
34

Figura 9 - Curva de performance de uma BCS estágio a 60Hz (Fonte: adaptado de


Maitelli, 2011)

A Figura 9 apresenta, na sua abscissa, os valores de vazão volumétrica em


metros cúbicos por dia, e no eixo da ordenada, a altura de elevação (Head) em
m, potência elétrica em HP e a eficiência em porcentagem.

A faixa de vazão volumétrica, destacada em azul, representa a limitação da


operação, ou o chamado range recomendado, para o bom funcionamento da
bomba.

A curva em vermelho representa os pontos da potência elétrica requerida


pela bomba de acordo com a vazão.

A curva em azul representa a altura de elevação (Head) de acordo com a


vazão.

A curva em verde representa a eficiência de acordo com a vazão, pode se


analisar que na faixa de operação recomendada o ponto de melhor eficiência
(BEP-Best Efficiency point) se encontra próximo a 60%.

A linha vertical em amarelo indica os pontos de melhor eficiência de cada


parâmetro. A análise deve considerar a interseção da linha com as curvas.

Vale ressaltar que essa análise é peculiar a curva de performance de uma


determinada BCS, portanto, para cada tipo de BCS, há um perfil de curva.

A Figura 10 mostra outro perfil de curva para outro tipo de bomba.


35

Figura 10 - Curva de desempenho BCS G68LS 538 Series 1 estágio a 60Hz (Fonte:
Baker Hughes, 2015)

Pode-se observar a diferença de perfil das curvas (Figuras 9 e 10).

A partir da Figura 10 observa-se que no range recomendado (área


sombreada) a altura de elevação varia entre 10,5 a 19 metros por estágio. Pode-
se analisar que na faixa de operação recomendada o ponto de melhor eficiência
(BEP-Best Efficiency point) é em 60%. Os pontos da potência elétrica de acordo
com a vazão, nota-se que varia entre 3,6 a 4,5 HP.

Nota-se que a medida que se aumenta a vazão de produção, diminui-se o


Head. Isso ocorre quando se permite um maior escoamento a partir das válvulas
controladoras de fluxo, fazendo com que se reduza a pressão e o Head.

3.3 MÉTODOS PARA CORREÇÃO DA CURVA DE DESEMPENHO DO BCS

Como mencionado, as curvas fornecidas pelos fabricantes fornecem o


desempenho com água, que é um fluido de baixa viscosidade se comparado com
óleos.

Executando a correção de viscosidade torna-se possível confirmar as


informações primárias encontradas nos catálogos da bomba, como por exemplo,
o ponto de melhor eficiência (Best Efficiency Point - BEP), que é característica
de uma rotação específica correlacionada com as propriedades intrínsecas do
36

fluido, a faixa de vazão mínima, a faixa de vazão máxima da bomba e a potência


elétrica.

Vale destacar que o BEP é dinâmico e desloca-se conforme a frequência de


acionamento da bomba, no qual é efetuada por um inversor de frequência ou por
mudanças na viscosidade do fluido bombeado.

3.3.1 Método HI-USA (Hydraulic Institute-USA,1955)

O método proposto pelo HI-USA (1955) parte das informações inicias de


vazão (𝑄𝑤 ), potencial de elevação (𝐻𝑤 ) e eficiência (𝑛𝑤 ) da água (subscrito w),
e efetua uma correção para o líquido viscoso. A metodologia se alicerça em
testes obtidos com bombas centrífugas de fluxo radial por estágio operando com
óleos de diferentes propriedades. Os ensaios geraram resultados que foram
demonstrados em forma de ábacos, onde pode ser visto na Figura 16.

Sendo conhecidos os parâmetros da água, as relações para correção do


fluido viscoso são dadas pelas Equações (1) a (3):

𝑄𝑣𝑖𝑠𝑐 = 𝐶𝑄 𝑄𝑤 (1)

𝐻𝑣𝑖𝑠𝑐 = 𝐶𝐻 𝐻𝑤 (2)

𝑛𝑣𝑖𝑠𝑐 = 𝐶𝑛 𝑛𝑤 (3)

Onde:

𝐶𝑄 , 𝐶𝐻 , 𝐶𝑛 são os fatores de correção para a vazão, potencial de elevação e


eficiência, respectivamente.

A Figura 11 apresenta um dos ábacos do Hydraulic Institute – USA (1955)


37

Figura 11 - Exemplo de Ábaco HI-USA (Fonte: Hydraulic Institute Standards, 1955)

A Figura 11 representa na sua abscissa os valores de vazão do fluido de


referência no ponto de melhor eficiência (água).

Após determinação da vazão, sobe-se na figura até as linhas, que se iniciam


a esquerda do ábaco, correspondente à altura de elevação por estágio.
Identificado a altura de elevação, percorre-se horizontalmente até as linhas que
representam os valores de viscosidade. Identificado a viscosidade, sobe-se até
a região superior sombreada do gráfico. É possível identificar que nessa região
há três curvas correspondentes aos fatores de correção 𝐶𝑛 , 𝐶𝑄 e 𝐶𝐻 .

O primeiro fator de correção é o da eficiência, o segundo é o fator de


correção da vazão e o terceiro, próximo ao topo do ábaco, é o fator de correção
do potencial de elevação.

Tendo encontrado todos os fatores de correção no ábaco utiliza-se as


Equações (1), (2) e (3) para avaliar os valores corrigidos de desempenho da BCS
operando com fluidos viscosos.
38

3.3.2 Método de Turzo et al. (2000)

Alguns pesquisadores ao longo dos anos questionaram a eficácia do modelo


proposto pelo HI-USA (1955), com o argumento de que os ábacos trazem
imprecisões na sua análise, uma vez que, a observação e utilização do gráfico é
meramente visual, o que acarreta consideráveis desvios de erros.

A partir daí Turzo et al. (2000) apresentaram um algoritmo para corrigir o


desempenho de bombas centrífugas convencionais baseando-se na análise do
ábaco do HI-USA, visando melhorar a avaliação sobre as curvas. Dessa forma,
os autores desenvolveram correlações empíricas para determinação dos fatores
de correção de viscosidade.

Com a vazão volumétrica em barris por dia (BPD) e a altura de elevação em


pés (ft) para o ponto de melhor eficiência com a bomba operando com água,
pode-se estimar um parâmetro de correlação y descrito pela Equação (4):

𝑤 ) 𝑤
𝑦 = −112,1374 + 6,6504 ln(𝐻𝐵𝐸𝑃 + 12,8429ln(𝑄𝐵𝐸𝑃 ) (4)

Após determinação de 𝑦, estima-se um outro parâmetro designado como 𝑄 ∗ ,


cuja a relação é expressa Equação (5):

39,5276+26,5605 ln(𝑣𝑐𝑖𝑛 )−𝑦


𝑄 ∗ = exp( ) (5)
51,6565

Onde:
𝑤
𝐻𝐵𝐸𝑃 = Potencial ou altura de elevação da água no ponto de melhor eficiência;
𝑤
𝑄𝐵𝐸𝑃 = Vazão volumétrica da água no ponto de melhor eficiência;

𝑣𝑐𝑖𝑛 = viscosidade cinemática expressa em centistokes.

Com o parâmetro, 𝑄 ∗ , estima-se os fatores de correção para vazão


volumétrica e eficiência, obtidos através das Equações (6) e (7):

𝐶𝑄 = 1 − 4,0327 𝑥 10−3 𝑄 ∗ − 1,7240 𝑥 10−4 (𝑄∗ )² (6)

𝐶𝑛 = 1 − 3,3075 𝑥 10−3 𝑄 ∗ + 2,8875 𝑥 10−4 (𝑄 ∗ )² (7)

O potencial de elevação para o fluido viscoso se baseia na determinação de


quatro pontos distintos, análogos aos pontos utilizados pelo HI-USA. São eles
60% do BEP, 80% do BEP, 100% do BEP e 120% do BEP descritos
respectivamente pelas Equações (8) a (11):
39

𝐶𝐻0,6 = 1 − 3,68 𝑥 10−3 𝑄 ∗ − 4,36 𝑥 10−5 (𝑄∗ )² (8)

𝐶𝐻0,8 = 1 − 4,4723 𝑥 10−3 𝑄 ∗ − 4,18 𝑥 10−5 (𝑄 ∗ )² (9)

𝐶𝐻1,0 = 1 − 7,00763 𝑥 10−3 𝑄 ∗ − 1,41 𝑥 10−5 (𝑄∗ )² (10)

𝐶𝐻1,2 = 1 − 9,01 𝑥 10−3 𝑄 ∗ + 1,31 𝑥 10−5 (𝑄∗ )² (11)

Encontrados todos os fatores de correção, utiliza-se as Equações (1), (2) e


(3) para determinar os valores corrigidos de desempenho da BCS operando com
fluidos viscosos.

Para determinar a potência mecânica da bomba centrífuga pode-se utilizar a


Equação (12) descrita por Takacs (2009) onde relaciona a potência elétrica com
a vazão, altura de elevação, densidade relativa do fluido analisado e a eficiência
da bomba (Equação (12)):
𝑄𝐻𝑑
𝐵𝐻𝑃 = 7,368 𝑥 10−6 ( ) (12)
𝑛

Onde:

𝑑 =Densidade relativa do fluido

𝑛 =Eficiência da bomba em (%)

A Figura 12 apresenta o diagrama com os passos para aplicação da


metodologia de Turzo et al. (2000).
40

𝑤 𝑤
Ler 𝑄𝐵𝐸𝑃 em BPD e 𝐻𝐵𝐸𝑃 em ft

Calcula-se 𝑦 com a eq. (4).


Identifica-se 𝑣𝑐𝑖𝑛 e calcula o
parâmetro 𝑄 ∗ com a eq. (5)

Encontrado 𝑄 ∗ , calcula-se os
fatores de correção 𝐶𝑄 , 𝐶𝑛 ,
𝐶𝐻0,6 , 𝐶𝐻0,8 , 𝐶𝐻1,0 e 𝐶𝐻1,2 com
as eqs. (6) a (11)

Após determinados todos os


fatores de correção, utiliza-se as
equações (1), (2) e (3). Determina-
se os valores corrigidos

Figura 12 - Diagrama de Turzo et al. (2000)

3.3.3 Método de Stepanoff (1957)

Alexey Joaquim Stepanoff (1957) efetuou um estudo experimental para


identificar a interferência da viscosidade em algumas bombas centrífugas
convencionais, operando com água e diversos tipos de óleos. Ele propôs um
método de correção baseando-se no fato de que a degradação do ponto de
melhor eficiência ocorre para rotação específica constante, que é um número
utilizado para classificar os rotores das bombas quanto a sua extensão e tipo.
Com isso, pode-se fazer uma analogia entre a rotação específica para um fluido
viscoso e a água, partindo da Equação (13):
1
(𝑄𝐵𝐸𝑃 )2 𝑁
𝑛𝑠 = (13)
(𝐻𝐵𝐸𝑃 )0,75𝑔0,75
41

Onde:
3 −1
𝑛𝑠 = Rotação específica em 𝑅𝑃𝑀. 𝑚4 . 𝑠 2
𝑚
𝑔 = Aceleração da gravidade em 𝑠2

𝑁 = Velocidade rotacional em RPM

A Equação (13) é genérica, portanto é válida para qualquer tipo de fluido


viscoso, ou a própria água. Com isso, considerando uma mesma rotação
específica, a equação se resume a (Equação (14)):
1 1
𝑤 𝑉𝑖𝑠𝑐 2
(𝑄𝐵𝐸𝑃 )2 𝑁 (𝑄𝐵𝐸𝑃 ) 𝑁
𝑤 )0,75 𝑔0,75 = 𝑉𝑖𝑠𝑐 )0,75 𝑔0,75 (14)
(𝐻𝐵𝐸𝑃 (𝐻𝐵𝐸𝑃

𝑣𝑖𝑠𝑐 𝑤
𝑄𝐵𝐸𝑃 𝐻𝐵𝐸𝑃 1,5
𝑤 =( 𝑣𝑖𝑠𝑐 ) (15)
𝑄𝐵𝐸𝑃 𝐻𝐵𝐸𝑃

A Equação (15) é gerada considerando N e g constantes. Nota-se que ela


demonstra uma relação da razão das vazões e a razão das alturas de elevação
no ponto de melhor eficiência.

A partir daí foi denominado o fator de correção para vazão, cuja relação é
descrita pela Equação (16):

𝑄 𝑣𝑖𝑠𝑐
𝐶𝑄 = 𝑄𝐵𝐸𝑃
𝑤 (16)
𝐵𝐸𝑃

De forma análoga para a altura de elevação (Equação (17)):

𝐻 𝑣𝑖𝑠𝑐
𝐶𝐻 = 𝐻𝐵𝐸𝑃
𝑤 (17)
𝐵𝐸𝑃

E, portanto, a Equação (15) pode ser simplificada e escrita pela Equação (18):

𝐶𝑄 = 𝐶𝐻 1,5 (18)

Pode-se concluir que é necessário apenas um fator de correção com a


viscosidade para obtenção de uma nova curva de desempenho da BCS a uma
velocidade de rotação constante.

Stepanoff (1957) então definiu um número de Reynolds para relacionar o fator


de correção para altura de elevação com a viscosidade. A expressão que
representa essa relação é determinada pela Equação (19):
𝑣𝑖𝑠𝑐
𝑁𝑄𝐵𝐸𝑃
𝑅𝑒𝑆𝑡𝑒𝑝𝑎𝑛𝑜𝑓𝑓 = (19)
𝑤 )
𝑣𝑐𝑖𝑛 √(𝐻𝐵𝐸𝑃
42

A Figura 13 mostra os resultados do estudo experimental realizado por


Stepanoff (1957) obtidos através de bombas convencionais operando com água
e tipos de óleos distintos a variadas velocidades de rotação.

Figura 13 - Ábaco de Stepanoff com os fatores de correção em função do número de


Reynolds de Stepanoff (Fonte: Stepanoff, 1957)

O eixo da abscissa está representado pelo número de Reynolds de Stepanoff,


no eixo das ordenadas os fatores de correção.

Para utilização do ábaco de Stepanoff (1957) e obtenção das novas


condições operacionais deve-se seguir os passos do diagrama explicitado na
Figura 14.
43

𝑤 𝑤
Identificar (𝑄𝐵𝐸𝑃 , 𝐻𝐵𝐸𝑃 e 𝑣𝑐𝑖𝑛 ) a
uma determinada rotação
constante

𝑣𝑖𝑠𝑐
Estima-se 𝑄𝐵𝐸𝑃 . Calcula-se o
𝑅𝑒𝑆𝑡𝑒𝑝𝑎𝑛𝑜𝑓𝑓 com a equação (18)

Obtêm-se 𝐶𝐻 a partir do ábaco.


Calcula-se 𝐶𝑄 com a equação
(17)

Calcula-se 𝑄𝑣𝑖𝑠𝑐 com a eq. (15) e


𝑣𝑖𝑠𝑐
compara com 𝑄𝐵𝐸𝑃 estimado

NÃO
∆𝑄 < 𝜀?

SIM

𝑣𝑖𝑠𝑐
Calcula-se 𝐻𝐵𝐸𝑃 . Através de
𝑣𝑖𝑠𝑐 𝑤
𝐻𝐵𝐸𝑃 = 𝐶𝐻 𝐻𝐵𝐸𝑃

Figura 14 - Diagrama do método de Stepanoff (1957)


44

𝑓𝑡 3
As unidades de cada parâmetro devem ser: vazão (𝑄) em , velocidade
𝑠
rotacional (𝑁) em RPM, altura de elevação (𝐻) em 𝑓𝑡, viscosidade cinemática
𝑓𝑡 2
(𝑣𝑐𝑖𝑛 ) em .
𝑠

Nota-se que o processo é iterativo e necessita da ajuda de um software


computacional para resolução, o desvio pode ser considerado na faixa de 5%
para convergência das vazões.

Após convergência, retorna-se ao ábaco e, partindo do número de Reynolds


correspondente, obtêm-se o valor da eficiência.

3.3.4 Método de Ofuchi et al. (2017)

Baseado no método de Stepanoff (1957), Ofuchi et al. (2017) realizaram um


estudo para relacionar os coeficientes de correção com a viscosidade, para
escoamentos em bombas de diferentes estruturas geométricas. Foram avaliadas
diversas definições de número de Reynolds, com o intuito de investigar a
redução do desempenho das bombas. Os autores citam que analisar os efeitos
geométricos das bombas e inseri-los nos cálculos não é uma tarefa trivial, por
isso se faz necessário um estudo de normalização dos parâmetros, onde são
associadas as variáveis de projeto, de cada bomba, no ponto de melhor
eficiência em operação com água.

Com os parâmetros normalizados, define um número de Reynolds


modificado, expresso e calculado pela Equação (20):
𝑤
𝑁𝑄𝐵𝐸𝑃 1
𝑅𝑒𝑚𝑜𝑑 = 1 (20)
𝑤 )2 𝑛𝑠
𝑣𝑐𝑖𝑛 (𝑔𝐻𝐵𝐸𝑃

Já a rotação específica da bomba (𝑛𝑠 ) é calculada em função da velocidade


rotacional (N), da gravidade (g), da vazão (𝑄𝑜𝑝 ) e do head (𝐻𝑜𝑝 ) da bomba em
qualquer ponto de operação da curva do fabricante. Sendo assim, a equação é
descrita como (Equação 21):

√𝑄𝑜𝑝
𝑛𝑠 = 𝑁 3 (21)
(𝑔𝐻𝑜𝑝 )4

As Equações (20) e (21) são similares as equações propostas por Stepanoff


(1957). Portanto, não há a necessidade de dados geométricos da bomba para
calcular as variáveis, sendo importante apenas, os dados de operação da
bomba, as quais podem ser extraídas da curva do fabricante.

Diferente do método de Stepanoff (1957), para encontra o fator de correção


do head, os autores utilizaram a equação proposta por Gulich (2010). Contudo,
a formulação do número de Reynolds e coeficientes são diferentes. Portanto a
equação que descreve o fator de correção do head é expressa por:
45

4,462
−( 0,70 )
𝑅𝑒
𝐶𝐻 = 𝑅𝑒𝑚𝑜𝑑 𝑚𝑜𝑑 (22)

Vale ressaltar que a faixa de aplicação da equação (22) é entre 0,6 a 1,25,
no qual corresponde a faixa de rotação especifica normalizada.

A Figura 15 exibe o diagrama para o cálculo dos fatores de correção e os


passos que devem ser seguidos para aplicação do algoritmo.

Figura 15 - Diagrama de Ofuchi et al. (Fonte: Ofuchi, 2017)

Os dados iniciais são extraídos da curva de desempenho do fabricante da


bomba, em que são necessários os valores de vazão, head e rotação específica
no ponto de melhor eficiência, expressos no fluxograma, como condição de
design.

Os dados de vazão e head de operação são quaisquer dados sobre a curva


de altura de elevação em função da vazão para a água. Os dados de operação
considerando o fluido viscoso são a viscosidade cinemática e a rotação de
trabalho.

Com todos os dados coletados, procede-se para o cálculo da rotação


específica de design, de operação e a rotação específica normalizada. Verifica
se a rotação específica normalizada atende a faixa de validade da equação,
entre 0,6 e 1,25, se estiver fora da faixa, volta para os dados de entrada e
modifica as varáveis de operação. Vale ressaltar que se a condição de rotação
46

específica normalizada não for atendida, a utilização do método torna-se


inviável.

Após isso, realiza-se novos cálculos da rotação específica, se estiver dentro


da faixa, segue para o cálculo do número de Reynolds modificado. Em seguida,
é calculado os coeficientes e por fim o resultado de head e vazão corrigida.

3.4 NORMAS API RP 11S2 (2008)

Para realizar as operações na bomba centrífuga submersa é necessário


seguir diretrizes e procedimentos de acordo com as normas API RP (American
Petroleum Institute Recommended Practice) 11S2 2008. Estas práticas
recomendadas são geralmente consideradas apropriadas para a maioria das
aplicações com bombas centrífugas.

Vale ressaltar que esta prática recomendada abrange os testes de aceitação


de bombas centrífugas submersas (vendida como nova) pelo fabricante.

3.4.1 Leis de Afinidade

As alterações rotacionais provocam mudanças na curva de performance da


bomba. Com isso, as análises dessas variações rotacionais são verificadas
através das leis de afinidade que relaciona a rotação do BCS com a vazão
volumétrica, o potencial de elevação e a potência requerida pela bomba.

O estudo sobre as leis de afinidade é importante porque ela apresenta


correlações relevantes quando há a necessidade de variar a frequência de
operação do motor, visando obter melhores resultados de desempenho da
bomba através de instrumento chamado de variador de frequência na qual
possibilita uma flexibilidade operacional do conjunto BCS.

Existindo uma variação de vazão, a mesma apresenta proporcionalidade com


a alteração da velocidade rotacional do BCS, cuja relação é expressa pela
Equação (23):
𝑁𝑟𝑎𝑡𝑒𝑑
𝑄𝑆𝐴𝐹 = 𝑄𝑡𝑒𝑠𝑡 ( ) (23)
𝑁𝑡𝑒𝑠𝑡

A altura de elevação da bomba varia com o quadrado da razão de velocidade,


definido pela Equação (24):
𝑁𝑟𝑎𝑡𝑒𝑑 2
𝐻𝑆𝐴𝐻 = 𝐻𝑡𝑒𝑠𝑡 ( ) (24)
𝑁𝑡𝑒𝑠𝑡

Já a potência no eixo apresenta uma relação cúbica com a variação de


velocidade do BCS. Essa relação é descrita pela Equação (25):
𝑁𝑟𝑎𝑡𝑒𝑑 3
𝐵𝐻𝑃𝑆𝐴𝐵𝐻𝑃 = 𝐵𝐻𝑃𝑡𝑒𝑠𝑡 ( ) (25)
𝑁𝑡𝑒𝑠𝑡
47

Onde:

𝑁 = Frequência de rotação da bomba em RPM

𝑄𝑆𝐴𝐹 = Vazão ajustada pela velocidade (Speed Adjusted Flow) em BPD

𝐻𝑆𝐴𝐻 = Altura de elevação ajustada pela velocidade (Speed Adjusted Head) em


ft

𝐵𝐻𝑃𝑆𝐴𝐵𝐻𝑃 = Potência ajustada pela velocidade (Speed Adjusted Brake


HorsePower) em HP

Os subscritos rated e test representam o parâmetro que foi avaliado e o


parâmetro utilizado como teste inicial, respectivamente.

A Figura 16 apresenta uma curva característica de uma bomba centrífuga


operando com frequências de rotação entre 30 a 90 Hz

Figura 16 - Curvas características segundo as leis de afinidade QxH. BCS P47. 30Hz a
90Hz. (Baker Hughes, 2012)

A partir da Figura 16, é possível notar linhas verticais que cortam as curvas
de cada frequência de rotação. As regiões internas a essas linhas representam
a faixa de operação recomendada pelo fabricante.

Analisando a Figura 16, da esquerda para direita, a primeira linha vertical


representa os pontos de mínimo, a segunda, em destaque vermelha, representa
os pontos de BEP e a terceira representa os pontos de máximo.
48

Alguns conceitos são importantes para aplicação adequada das normas API
RP 11S2 (2008), são eles:

 Ponto de melhor eficiência (Best Efficiency Point): Define o desempenho


da bomba no seu ponto máximo de eficiência
 Potência (BHP): Potência requerida pela bomba, expressa pela Equação
(26)

𝐵𝐻𝑃 = 𝑇𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑥 𝑅𝑃𝑀 (26)

 Eficiência: Relação entre a potência de saída e a potência de entrada da


bomba. Algebricamente, a eficiência é definida pela Equação (27):
𝐻𝑄
𝐸𝑓𝑓 = 𝐶𝐵𝐻𝑃 (27)

Onde:

C= Unidade de conversão

Os parâmetros H e Q são os já conhecidos Head e vazão volumétrica.

 Vazão Open flow: A vazão da bomba quando o head é zero.


 Vazão ótima: A vazão recomendada de operação da bomba, geralmente
no ponto de melhor eficiência.
 Faixa de operação recomendada: Localizado entre a vazão mínima e a
máxima, recomendado pelo fabricante da bomba.
 Head Shut off: A altura de elevação quando a vazão é zero.
 Teste da vazão Open Flow: A vazão máxima atingida no teste, esse valor
está entre o máximo recomendado e a vazão Open Flow.
 Teste de desligamento: A vazão mínima atingida no teste, esse ponto está
entre o zero de vazão e o mínimo recomendado.
 Head total: Diferença entre a pressão de descarga e a pressão de entrada
da bomba relacionado com a gravidade específica do fluido analisado
(γ), geralmente avaliado em pés (ft) ou metros (m). Algebricamente, o
head é calculado pela Equação (28):

𝑃𝑑𝑒𝑠 −𝑃𝑠𝑢𝑐
𝐻𝑒𝑎𝑑 = (28)
𝜌𝑔

Onde:

𝑃𝑑𝑒𝑠 = Pressão na descarga da bomba em Psi ou Pa

𝑃𝑠𝑢𝑐 = Pressão na sucção da bomba em Psi ou Pa


49

Salienta-se que os testes precisam seguir limites de tolerância para serem


considerados válidos. A Tabela 4 mostra os limites aceitáveis de cada parâmetro.

Tabela 4 - Limites de tolerância da bomba (Fonte: adaptado de API, 2008)

Curva Limites Onde aplicável

Head - Vazão 5% Head Acima da faixa de


volumétrica operação recomendada
5% Vazão Volumétrica

BHP – Vazão 8% BHP Acima da faixa de


volumétrica operação recomendada

Eficiência da bomba – 90% da eficiência Na vazão nominal


Vazão volumétrica

Os limites de head e vazão estão numa faixa 5% sobre a faixa de operação


recomendada, a potência elétrica está numa faixa aceitável de 8% sobre a faixa
de operação recomendada, já a eficiência aceitável é de até 90% da vazão
nominal fornecido pelo fabricante.

Com a tabela construída é possível gerar as curvas características com os


limites toleráveis, observado na Figura 17.

Pode ser visualizado na Figura 17 as regiões de desvio toleráveis para cada


parâmetro analisado, são eles, head, eficiência e potência requerida (BHP).
50

Figura 17 - Limites da curva publicada (Fonte: API, 2008)

A partir da Figura 17 é possível notar os limites de cada parâmetro na faixa de


operação recomendada. Nota-se que essa faixa se encontra entre as linhas
verticais de mínimo recomendado e máximo recomendado de operação.

3.4.2 Curva de desempenho da bomba fornecida pelo fabricante

A curva de desempenho deve mostrar os parâmetros head, potência elétrica


e eficiência como função da vazão volumétrica entregue pela bomba. Ressalta-
se que a curva de desempenho deve se basear no desempenho por estágio da
bomba. Os testes são realizados com água na temperatura de 60ºF (em torno
de 16ºC) numa gravidade específica de 1, em uma frequência de velocidade de
50Hz e 60Hz. Os fabricantes normalmente utilizam-se de equações polinomiais
para representar a altura de elevação e potência. A eficiência é calculada a partir
destes polinômios.

A Figura 18 mostra um exemplo de curva de performance da bomba,


destacando os parâmetros head, eficiência e potência requerida.
51

Figura 18 - Curva de performance de uma BCS (Fonte: API, 2008)

3.4.3 Testes com fluidos viscosos

Como exposto anteriormente, as curvas de desempenho das bombas são


publicadas com o fluido de referência sendo a água, portanto, quando se
pretende trabalhar com fluidos viscosos é preciso avaliar a interferência da
viscosidade e realizar correções sobre a curva característica, como já
mencionado e explicado ao longo do trabalho.

4. DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL

A seguir será apresentado o desenvolvimento experimental realizado no


laboratório de elevação artificial da Universidade Federal da Bahia. No anexo I
estão expostas as fotos relacionadas com o sistema BCS.

4.1 OPERAÇÃO DO SISTEMA BCS NO LABORATÓRIO DE ELEVAÇÃO


ARTIFICIAL-UFBA

O Laboratório de Elevação Artificial (LEA) da UFBA possui uma planta BCS


com um poço artificial de 32 m de altura, que contêm uma bomba centrífuga
submersa de 70 estágios. Vale ressaltar que o processo contém sistemas de
supervisão, controle e registro de dados.

A Figura 19 mostra o sistema de supervisão do Bombeio Centrifugo


Submerso.
52

Figura 19 - Sistema de supervisão da BCS no LEA (Fonte: próprio autor, 2016)

A partir da Figura 19, foram supervisionados: temperatura de operação do


motor em ºC, temperatura de intake (entrada da bomba) em ºC, temperatura na
cabeça do poço e próximo ao intervalo canhoneado em ºC, volume do tanque
em m³, pressão no fundo e na cabeça do poço em psi, pressão de intake em psi,
valor da frequência nominal do motor em Hertz, nível no espaço anular em m,
corrente de saída do inversor em amperes e a vazão volumétrica de produção
de líquido em m³/h.

Avaliou-se as distâncias entre o ponto de entrada da bomba e fundo do poço


(7,83 m), o ponto entre a descarga da bomba e cabeça do poço (21 m) e o
diâmetro interno da coluna de produção (0,0531 m), para com estes dados,
estimar as pressões de descarga e sucção da bomba.

Vale salientar que a vazão volumétrica foi analisada em diversos pontos de


operação. Já a frequência nominal foi configurada através do inversor de
frequência (VSD) e a frequência calculada foi registrada por meio de
acelerômetros instalados na parte interna da tubulação, próximo a bomba.

Já a Figura 20, mostra no topo do processo de elevação, um conjunto de


válvulas utilizado para regular o fluxo de produção dos fluidos.
53

Figura 20 - Conjunto de válvulas reguladores de fluxo

A manipulação das válvulas permite controlar a vazão volumétrica e a


pressão na cabeça do poço. Esse controle possibilita a avaliação de diversas
condições produtivas.

Para a realização dos testes seriam necessários medidores de pressão na


descarga e na sucção da bomba, estabilização do nível anular e medidores de
vazão de alta precisão. Todavia como observado na figura 19, o sistema apenas
consta com medidores de pressão na cabeça do poço, sucção da bomba e fundo
do poço.

Vale salientar que os números registrados no medidor de pressão de sucção


da bomba não foram considerados devido a problemas de calibração. Para
solucionar esse problema, foi realizado um cálculo para mensurar a pressão na
entrada da bomba, através da determinação do gradiente de pressão na seção
do escoamento, entre o fundo do poço até o ponto de sucção.

A partir dessas considerações, a operação foi realizada para obter diversos


pontos de vazão x head total. O processo foi baseado em alguns procedimentos
seguidos por Amaral (2007):

1- No “menu bomba BCS” fixou-se uma velocidade de rotação. Iniciou-se


em frequências mais baixas (40 Hertz) para aquecer o sistema.
54

2- Com a manipulação das válvulas de topo e utilizando como referência o


medidor de pressão na cabeça do poço, buscou-se diversas condições
produtivas.

3- Para cada ponto de operação esperou-se um tempo de 3 a 5 minutos para


a estabilização do escoamento.

4- Repetiu-se o procedimento para 7 (sete) pontos de vazão, nas


frequências nominais de: 40, 45, 50, 55, 60 Hz.

Ressalta-se que a alimentação do poço foi feita por gravidade (32 metros de
queda de fluido) e de forma contínua, garantindo-se sempre, o poço cheio e a
bomba centrífuga totalmente submersa ao fluido. Durante o tempo de coleta da
vazão foram registrados valores iniciais e finais das pressões (fundo e topo), e
calculado uma média aritmética desses registros. Esse procedimento foi
necessário para minimizar a variação de pressão na sucção da bomba, uma vez
que o ideal é manter a mesma constante.

A planta BCS ainda consta com um compressor de ar comprimido (parte


inferior direita da Figura 19), que só foi utilizado nos ensaios quando a
alimentação do poço por gravidade não era suficiente para energizar o fluido até
o nível de total submergência da bomba. Mantido a operação nessas condições,
garantiu-se a mínima variação do nível no espaço anular, evitou-se a entrada de
ar na bomba e minimizou-se a variação de pressão na sucção.

Durante os testes foram observados, também, valores incoerentes de vazão


registrados pelos medidores, com isso foi utilizado a metodologia de coleta da
vazão, identificando o tempo necessário para enchimento de 50 Litros do tanque.

A Figura 21 mostra o tanque reservatório do fluido de produção.


55

Figura 21 - Tanque graduado a cada 50 litros

A medida que os fluidos eram produzidos, as marcas de 50 litros eram


alcançadas, nesses momentos, eram coletados o tempo de enchimento para ser
possível calcular a vazão volumétrica. Salienta-se que foram aferidos, para cada
ponto de vazão, três pontos de medição e feito uma média aritmética dos
resultados obtidos.

4.2 GRADIENTE DE PRESSÃO E CÁLCULO DO HEAD

Como alternativa para calcular as pressões de descarga e sucção da bomba,


foi necessário a realização de cálculos para avaliar o gradiente de pressão ao
longo da tubulação vertical.

Portanto, considerando um regime de escoamento monofásico, fluido


incompressível e newtoniano, as principais perdas estão relacionadas aos
parâmetros hidrostáticos e friccionais (Fox, Pritchard e McDonald (2010)),
expressa pela Equação (29):

𝑑𝑝 0,5𝐶𝑓 𝜌𝑣2
= −𝜌𝑔𝑠𝑒𝑛𝜃 − (29)
𝑑𝑥 𝐷

Onde:

𝐶𝑓 = Coeficiente de atrito
56

𝐷 = Diâmetro da tubulação em m

𝜌 = Massa especifica do fluido Kg/m³

𝑣 = Velocidade do fluido em m/s

Determinado o gradiente de pressão na coluna de produção, pode-se estimar


a pressão de descarga na bomba, utilizando como referência a pressão na
cabeça do poço, através da Equação (30):
𝑑𝑝
𝑃𝑑𝑒𝑠 = 𝑃𝑐𝑎𝑏 + 𝑑𝑥 ℎ (30)

A pressão de sucção da bomba é estimada pela referência da pressão de


fundo do poço, cuja relação é descrita pela expressão (31):

𝑃𝑠𝑢𝑐 = 𝑃𝑓 − (𝜌𝑔ℎ) (31)

Onde:

𝑃𝑑𝑒𝑠 = Pressão de descarga em 𝑃𝑎

𝑃𝑐𝑎𝑏 = Pressão na cabeça do poço em 𝑃𝑎

𝑃𝑠𝑢𝑐 = Pressão na sucção da bomba em 𝑃𝑎

𝑃𝑓 = Pressão no fundo do poço em 𝑃𝑎

Encontrado as pressões de descarga e sucção da bomba calcula-se o Head


utilizando a Equação (27) citada anteriormente.

Segundo as normas API RP 11S2 (2008), quando a bomba centrífuga possuir


mais que dez (10) estágios, as perdas de entrada podem ser desconsideradas.

4.3 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS

As propriedades dos fluidos foram medidas através de um viscosímetro digital


que forneceram a variação da massa especifica e a viscosidade do fluido em
função da temperatura.

A Figura 22 exibe o viscosímetro utilizado para medir as propriedades dos


fluidos.
57

Figura 22 - Viscosímetro digital (Fonte: SVM 3000 - Anton Paar)

A Tabela 5 apresenta os dados coletados na temperatura de 50ºC.

Tabela 5 - Propriedades dos fluidos na temperatura de operação de 50ºC.

GRANDEZA VALORES UNIDADE (SI)

Gravidade 9,81 m/s²


Massa especifica do 832,70 kg/m³

XP 10
Viscosidade do XP10 0,0064 Pa.s
Massa especifica da 988,02 kg/m³
água
Viscosidade da água 0,0005 Pa.s

Massa especifica do 877,8 kg/m³


XP 220
Viscosidade do XP 220 0,1114 Pa.s
Massa especifica da 845,8 kg/m³
mistura XP 10 / XP 220
Viscosidade da mistura 0,012 Pa.s
XP 10 / XP 220
58

Da Tabela 5, pode-se observar os diferentes valores de viscosidade e massa


específica, de cada fluido analisado.

A água é o fluido com maior massa específica, porém com a menor


viscosidade dinâmica. Já o XP 220 possui a segunda maior massa específica
com o maior valor de viscosidade.

O fluido XP 10 possui a menor massa específica, e a segunda menor


viscosidade. Já a mistura XP 10 / XP 220, possui a segunda menor massa
específica e a segunda maior viscosidade.

No apêndice A estão apresentadas as demais medições, de cada fluido, em


outras temperaturas.
59

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 ANÁLISE TEÓRICA

Nesse tópico serão obtidas as estimações de cada teoria baseado na


correção da curva característica P4 pump 400 Series. As tabelas das análises
estão expostas no Apêndice B.

Já para prever o desempenho da bomba operando com fluidos viscosos é


necessário a aplicação dos métodos de correção. Vale ressaltar que foram
considerados 4 pontos para análise, são eles: 0,6 BEP; 0,8 BEP, 1,0 BEP e 1,2
BEP.

5.1.1 Análise da curva característica utilizada nos testes

Como dito anteriormente, o desempenho de uma bomba centrífuga submersa


é avaliado através da curva de performance fornecida pelo fabricante. A bomba
utilizada para realização dos experimentos é da série P4 PUMP 400 SERIES.

A Figura 23 apresenta o desempenho da bomba P4 operando com água a


uma frequência de 60 Hz.

Figura 23 - Curva de desempenho P4 PUMP 400 SERIES – (Fonte: Baker Hughes,


2015)
60

A partir da Figura 23, pode-se identificar que a faixa de operação da bomba


está entre 48 m³/d e 96 m³/d. O ponto de melhor eficiência, representado pela
linha amarela, está numa faixa de vazão em torno de 72 m³/d, portanto, é nesse
ponto que geralmente deve-se operar.

Vale salientar que o desempenho da bomba é mostrado para cada estágio.


Portanto, no BEP, a bomba entrega uma capacidade de elevação em torno de
8,75 metros por estágio, com uma eficiência de 42,5% e uma potência requerida
em torno de 0,21 HP.

Todavia, é necessário avaliar o desempenho da bomba em múltiplas


frequências, para se obter um perfil de performance mais detalhado caso a
operação seja realizada em outras velocidades de rotação.

A Figura 24 exibe a performance da bomba, operando com água, em


frequências de 30 a 90 Hz

Figura 24 - Curva de desempenho P4 PUMP 400 SERIES em frequências de 30 a 90


Hz – (Fonte: Baker Hughes, 2015)

A partir da Figura 24, nota-se a região recomendada de operação para as


frequências de 30 a 90 Hz. Dessa análise é possível ter a referência da
capacidade de elevação, por estágio da bomba, em cada frequência rotacional.
61

Vale ressaltar que a linha vertical, em vermelho, corta os pontos de vazão versus
head indicando o melhor ponto de eficiência para cada frequência.
3 −1
Já a rotação específica de operação da bomba, em 𝑅𝑃𝑀. 𝑚4 . 𝑠 2 , foram de:
4,0 (60 Hz); 3,999 (55 Hz); 3,986 (50 Hz); 3,995 (45 Hz); 4,255 (40 Hz).

5.1.2 Curva do fabricante corrigida pelos métodos (Head)

A Figura 25 mostra as curvas vazão x head para os fluidos 1 cP (Água); 6 cP


(XP3 10), 12 cP (XP 10 / XP 220) e 111 cP (XP 220), a uma temperatura de 50
ºC em 60 Hz, segundo os métodos HI-USA (1955), Stepanoff (1957), Turzo et al.
(2000) e Ofuchi et al. (2017)

Figura 25 - Curvas vazão vs head para os fluidos 1 cP (Água); 6 cP (XP 10), 12 cP (XP
10 / 220) e 111 cP (XP 220)

3
Nomenclatura utilizada pela Petrobrás para óleos LUBRAX
62

A partir da Figura 25, nota-se uma redução do head, estimado pelos métodos,
quando a operação é realizada com fluidos viscosos. Percebe-se que a diferença
de desempenho entre o XP 10 e XP 10 / 220 é muito pequena, quando analisado
por A) e B) e um pouco mais acentuada quando analisado por C) e D).

Utilizando como referência uma vazão em torno de 450 BPD (BEP da água),
foi observado uma perda de altura de elevação do fluido de 6 cP em relação
água de: A) 3,5%; B) 8,8%; C) 8,2%; D) 11,9%

Utilizando como referência a mesma vazão de 450 BPD, foi observado uma
perda de altura de elevação do fluido de 12 cP em relação água de: A) 7,9%; B)
9,7%; C) 12,0%; D) 16,7%

Já para o fluido de 111 cP (XP 10 / 220), a perda de desempenho é muito


mais acentuada em relação a água, não sendo possível prever uma operação
com vazão de 450 BPD por nenhum dos métodos de correção.

Percebe-se ainda que o método de Stepanoff não consegue prever


desempenho para esse fluido em nenhuma vazão de operação. Isso porque o
ábaco utilizado pelo método (Figura 13) não abrange uma análise para esse
fluido, como pode ser observado no Apêndice D.

5.1.3 Curva do fabricante corrigida pelos métodos (Eficiência)

A Figura 26, apresenta o desempenho da bomba, em relação a eficiência,


para os fluidos 1 cP; 6 cP; 12 cP; e 111 cP, a uma temperatura de 50ºc em 60
Hz, segundo os métodos HI-USA (1955), Stepanoff (1957) e Turzo et al. (2000).

Vale ressaltar que o algoritmo do método Ofuchi et al. (2017) não prevê
fatores de correção para eficiência. Portanto, as análises de eficiência da bomba
se restringem aos outros três métodos anteriormente citados.
63

Figura 26 - Curvas Vazão vs Eficiência para os fluidos 1 cP (Água); 6 cP (XP 10), 12


cP (XP 10 / 220) e 111 cP (XP 220)

A partir da Figura 26, nota-se a perda de desempenho em relação a


eficiência, quando se estima operações com fluidos mais viscosos. Todavia o
método de Stepanoff não prevê a mesma tendência de A) e C).

Esse comportamento de B) sugere uma falta de coerência do método, já que


se espera que os efeitos viscosos afetem na perda de eficiência da bomba.
Como teste, foi utilizado o símbolo correspondente a rotação de trabalho de 3550
RPM (Figura 13), já que as análises dos pontos foram realizadas nessa
frequência. Todavia, a rotação especifica sugerida pelo ábaco (975 – 60 Hz) é
diferente da bomba utilizada nos experimentos (4,0 – 60 Hz), isso explica a falta
de coerência das previsões mesmo relacionando a uma mesma frequência.

Utilizando como referência uma vazão em torno de 450 BPD (BEP da água),
foi observado que a eficiência da bomba para o fluido de 6 cP é de: A) 36% e C)
35%. Já a eficiência da bomba operando com água é de 45%.
64

Utilizando como referência a mesma vazão de 450 BPD, foi observado que a
eficiência da bomba para o fluido de 12 cP é de: A) 31% e C) 31%.

É possível identificar ainda que a bomba opera em maiores eficiências com


vazões entre 400 a 500 BPD entre os fluidos 0,5; 6 e 12 cP.

Quando analisado as previsões para o fluido de 111 cP, nota-se uma


significativa perda de eficiência, em relação a água, estimadas por A) e C).
Identifica-se que nenhum método consegue prever desempenho para a vazão
de 450 BPD, e que nas outras vazões, a eficiência da bomba atinge apenas 10%.

5.1.4 Curva do fabricante corrigida pelos métodos (Potência BHP)

A Figura 27 apresenta as curvas vazão vs potência requerida, para os fluidos


1 cP; 6 cP; 12 cP; e 111 cP, a uma temperatura de 50ºc em 60 Hz, segundo os
métodos HI-USA (1955), Stepanoff (1957) e Turzo et al. (2000). Vale ressaltar
que o algoritmo do método Ofuchi et al. (2017) não prevê fatores de correção
para a potência requerida. Portanto, as análises se restringem aos outros três
métodos anteriormente citados.

Figura 27 - Curvas Vazão vs BHP para os fluidos 1 cP (Água); 6 cP (XP 10), 12 cP (XP
10 / 220) e 111 cP (XP 220)
65

A partir da Figura 27, nota-se que as teorias preveem que, quando há


operação com fluidos mais viscosos, a bomba tende a solicitar uma maior
potência ao motor elétrico.

Todavia, de forma análoga a análise da eficiência, B) não prevê a mesma


tendência de A) e C). Isso sugere uma falta de coerência do método, já que se
espera que a bomba requisite uma maior potência para elevar fluidos mais
viscosos. Destaca-se ainda que B), não propõe um fator de correção para a
potência requerida, portanto foi utilizado a Equação (12).

Dessa forma, utilizando como referência a vazão de 450 BPD (BEP da água),
foi observado que a bomba requer um acréscimo de potência para o fluido de 6
cP, em relação a água, de: A) 10,0% e C) 10,61%. Utilizando como referência a
mesma vazão de 450 BPD, foi observado que a bomba requer um acréscimo de
potência para o fluido de 12 cP, em relação a água, de: A) 28,0% e C) 22,4%

Vale ressaltar que, o maior requerimento de potência a bomba, foi observado


para o fluido de 111 cP. Segundo A), para se operar com vazões, entre 121 a
306 BPD, a bomba requer 0,4 a 0,5 HP de potência. Segundo C), para se operar
com vazões entre, 187 a 375 BPD, a bomba requer 0,42 a 0,50 HP de potência.
Os métodos A) e C) apresentaram previsões incoerentes de potência requerida
para o fluido de 111 cP. Isso deve-se a um aumento excessivo da viscosidade
para essa bomba, fazendo com que se aumente as incertezas de previsão por
parte das teorias. Para esse mesmo fluido, B) não foi possível ser aplicado.

5.2 ANÁLISE PRÁTICA

Neste tópico serão observados os resultados experimentais da operação da


bomba P4 pump 400 Series para os fluidos 6 cP; 12 cP e 111cP. As tabelas com
todos os resultados práticos estão expostas nos Apêndices C, E, F e G

5.2.1 Testes experimentais com os fluidos 6 cP; 12 cP e 111cP

Foram realizados diversos testes com o objetivo de identificar o perfil de


desempenho da bomba operando com os fluidos viscosos.

Destaca-se que, como previsto, a bomba não teve capacidade de produzir o


fluido de 111 cP na vazão de 450 BPD. Portanto, devido à falta de altura de
elevação, os testes com esse fluido foram abortados.

Durante a coleta dos dados foi constatado que quando a operação era
mantida por algumas horas em 60 Hz, o motor elétrico de alimentação da bomba
alcançava o seu limite de temperatura operacional (140 ºC), e a intensidade de
corrente elétrica do sistema chegava ao limite de 29 amperes. Esse
comportamento foi identificado devido ao aumento da viscosidade do fluido. Por
questões de segurança, o sistema é configurado respeitando esses parâmetros
operacionais, e por isso, quando essas marcas são atingidas, a operação é
66

interrompida. Todavia, vale ressaltar que os dados foram coletados antes do


desligamento do sistema, não comprometendo a análise.

Salienta-se ainda que a avaliação da potência requerida pela bomba e da


eficiência, não foram possíveis ser realizadas, devido à falta de um torquímetro
para medição do torque. Com isso, os testes experimentais foram baseados na
avaliação do head.

A Figura 28 mostra o desempenho da bomba em relação ao head, para os


fluidos 6 cP (XP 10) e 12 cP (XP 10 / 220), a uma temperatura de 50 ºC em 60
Hz.

40

35

30
Head XP 10

25
Head/stg (Ft)

20
Head XP 10
15 / 220

10

0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650
Vazão (BPD)

Figura 28 - Pontos experimentais Vazão vs Head para os fluidos 6 cP e 12 cP

A partir da Figura 28, nota-se uma sensível redução do head, para os fluidos
com viscosidade de 6 e 12 cP.

Dessa forma, utilizando como referência a vazão de 450 BPD (BEP da água),
foi observado uma perda de altura de elevação, de 12% para o fluido de 6 cP e
18% para o fluido de 12 cP, em relação ao head da água.

Comparando os resultados experimentais com os modelos teóricos, para o


fluido de 6 cP e 12 cP, o método de Ofuchi et al. (2017) apresentou maior
proximidade, com 11,9% e 16,7% respectivamente (Figura 25 D)).
67

5.3 ANÁLISE COMPARATIVA (TEORIAS VS EXPERIMENTOS) – 40 a 60 Hz

Salienta-se que foi comparado as teorias com os experimentos, em diversas


frequências de rotação da bomba, seguindo um critério de 5% de erro relativo de
acordo com o limite de aceitação da norma API RP 11S2 (2008) para o Head.

Além disso, analisou-se o cálculo percentual do escorregamento do motor


entre os valores nominais configurados no inversor e os valores calculados pelos
acelerômetros, para identificar o quanto o escorregamento afeta no erro relativo.

5.3.1 Análise da viscosidade na curva frequência vs escorregamento

Como dito anteriormente, foi realizado uma análise do comportamento do


escorregamento do motor perante a operação com fluidos viscosos.

A Figura 29 mostra a relação frequência vs escorregamento para os fluidos:


XP 10 (6 cP) e XP 10 / 220 (12 cP) a uma temperatura de 50 ºC.

6
Escorregamento do motor (%)

6 cP
4

12 cp
2

0
30 35 40 45 50 55 60 65

Frequência (Hz)

Figura 29 - Curva frequência vs escorregamento do motor – 6 cP e 12 cP

A partir da Figura 29, observou-se que o escorregamento aumenta quando a


bomba opera com fluidos mais viscosos e em frequências maiores.

Vale salientar que os métodos de correção são aplicados com base na


frequência nominal de 60 Hz e as demais frequências são estimadas pelas leis
68

de afinidade segundo as normas API RP 11S2 (2008). Portanto, é relevante


identificar o escorregamento do motor, para cada fluido, já que esse fenômeno
afeta diretamente no desempenho da bomba.

5.3.2 Análise do Óleo XP 10: Teorias versus experimentos

A partir dos dados de vazão e altura de elevação, extraídos da curva do


fabricante, aplicou-se cada método de correção e gerou-se as curvas corrigidas.

Na Figura 30 estão expostos os resultados correspondentes de cada método


aplicado ao fluido de 6 cP nas frequências de 40, 45, 50, 55 e 60 Hz.

Além disso, foram dispersados os 7 (sete) pontos experimentais realizados


em cada frequência, na curva corrigida de cada teoria.

Frisa-se que foi observado, nos testes experimentais, escorregamento do


motor de: 4,8% (60Hz); 4,7% (55Hz); 4,2% (50 Hz); 4,0% (45Hz); 3,8% (40Hz).
69

Figura 30 - Curva corrigida pelos métodos vs testes experimentais para frequências de


40 a 60 Hz – 6 cP

A Figura 30 mostra as curvas de head, por estágio, em função da vazão para


diferentes velocidades de rotação. As linhas sólidas representam as curvas
estimadas pelas teorias e os pontos dispersos, os ensaios práticos.

Pode-se identificar que os métodos: d) Ofuchi et al. (2017) e c) Stepanoff


(1957) apresentam previsões mais próximas aos experimentos. Já os métodos
b) Turzo et al. (2000) e a) HI-USA (1955) apresentam resultados parecidos e
mais distantes dos experimentos realizados com o fluido de 6 cP.

Nota-se que nas frequências de 40 a 50 Hz os métodos apresentam maior


proximidade com os resultados experimentais do que nos pontos 55 e 60 Hz. O
que sugere que com o aumento da frequência ocorre o aumento do erro.

Um fato relevante que foi observado, é que em geral, todas as teorias


previram valores superiores ao que foi encontrado experimentalmente. Isso
sugere que a redução do escorregamento do motor aproximaria o resultado
prático do resultado teórico e consequentemente, reduziria o erro relativo. Essa
70

análise é importante para se obter uma melhor confiança na previsão e identificar


qual o método representa melhor os resultados experimentais.

Todavia é importante avaliar, com maior ênfase, o critério de 5% de erro


relativo de acordo com o limite de aceitação da norma API RP 11S2 (2008) para
o Head, para os pontos próximos ao BEP.

A Figura 31 mostra a curva frequência vs erro do XP 10, para os pontos mais


próximos ao BEP, entre as frequências de 40, 45, 50, 55 e 60 Hz.

9%

8%

7%

6% Stepanoff - 6
cP
5% Turzo - 6 cP
Erro (%)

4%
LIMITE
3%
HI-USA - 6cP
2%
Ofuchi - 6 cP
1%

0%
30 35 40 45 50 55 60 65
Frequência (Hz)

Figura 31 - Curva frequência vs erro - XP 10

A partir da Figura 31, nota-se que o método de Stepanoff (1957), Ofuchi et


al. (2017) apresentaram resultados satisfatórias em todas as frequências. Já o
método de Turzo et al. (2000) apresenta resultados, dentro da margem de
validação, apenas entre 40 a 50 Hz.

O método HI-USA (1955) apresentou a menor convergência com os testes


experimentais, com resultados fora da margem de validação nas frequências de
50, 55 e 60 Hz.

Já o método de Ofuchi et al. (2017), apresentou os menores erros relativos


e, portanto, a melhor convergência prática-teórica. O método apresentou
excelente previsibilidade em todas as frequências, com erros relativos entre 1 a
3% apenas.

No entanto, observou-se que, para as frequências de 40 e 45 Hz, os 4


métodos apresentaram previsões dentro do limite estabelecido. Já para a
71

frequência de 50 Hz, apenas o método HI-USA (1955) não apresentou


conformidade. Para as frequências de 55 e 60 Hz apenas o método de Ofuchi et
al. (2017) e Stepanoff (1957) apresentaram resultados satisfatórios.

Foi observado ainda que é possível fazer uma comparação entre o


escorregamento do motor e o erro relativo percentual. Isso porque foi analisado
que em frequências maiores o escorregamento é maior e o erro relativo também.

Entretanto essa relação não foi observada, apenas, para a frequência de 40


Hz quando analisado pelo método de Ofuchi et al. (2017). Isso deve-se ao fato
da rotação especifica de operação em 40 Hz ser a maior entre as frequências
analisadas (4,255 em 40 Hz), o que sugere que o aumento da rotação especifica
de operação aumenta o erro relativo.

5.3.3 Análise do Óleo XP 10 / 220: Teorias versus experimentos

Após análise das previsões de desempenho da bomba para o fluido de 6 cP,


verificou-se o desempenho para o fluido de 12 cP.

Na Figura 32 estão expostos os resultados correspondentes de cada método


aplicado ao fluido de 12 cP nas frequências de 40, 45, 50, 55 e 60 Hz. Além
disso, foram dispersados os 7 (sete) pontos experimentais realizados em cada
frequência, na curva corrigida de cada teoria.

Ressalta-se que foi observado, nos testes experimentais, escorregamento do


motor de: 6,4% (60Hz); 5,9% (55Hz); 5,5% (50 Hz); 4,9% (45Hz); 4,5% (40Hz).
72

Figura 32 - Curva corrigida pelos métodos vs testes experimentais para frequências de


40 a 60 Hz – 12 cP

A partir da figura 32, pode-se identificar uma maior discrepância dos


resultados experimentais com os resultados teóricos para o fluido de 12 cP,
quando se comparado as análises feitas para o fluido de 6 cP. Entretanto, é
observado que para o método de Ofuchi et al. (2017), os resultados de
proximidade com os experimentos, são praticamente idênticos ao fluido de 6 cP.

De forma análoga a Figura 30, foi observado que em geral, todas as teorias
previram valores superiores ao que foi encontrado experimentalmente, com
exceção aos resultados na frequência de 40 Hz quando analisado pelo método
de Ofuchi et al. (2017).

Isso sugere que a redução do escorregamento do motor, aproximaria o


resultado prático do resultado teórico e consequentemente reduziria o erro
relativo.

A Figura 33 mostra a curva frequência vs erro do XP 10 / 220, para os pontos


mais próximos ao BEP, entre as frequências de 40, 45, 50, 55 e 60 Hz.
73

13%
12%
11%
10%
9%
8%
7% Stepanoff - 12 cP
Erro (%)

6% Takacs - 12 cP

5% LIMITE

4% HI-USA - 12 cP
3% Ofuchi - 12 cP
2%
1%
0%
30 35 40 45 50 55 60 65
Frequência (Hz)

Figura 33 - Curva frequência vs erro - XP 10 / 220

A partir da Figura 33, nota-se que o método de Stepanoff (1957) e o de Turzo


et al. (2000) apresentam resultados bem próximos entre si, que são
insatisfatórios nas frequências de 50 a 60 Hz.

O método HI-USA (1955) apresentou a menor convergência com os testes


experimentais, mostrando muitas discrepâncias em todas as frequências.

No entanto, observou-se que, apenas nas frequências de 40 e 45 Hz, os


métodos de Stepanoff (1955) e Turzo et al. (2000) mostraram previsões
satisfatórias. Já o método HI-USA (1955) não apresentou qualquer previsão
satisfatória dentro do critério estabelecido.

O método com maior previsibilidade foi o de Ofuchi et al. (2017) que


apresentou todas as análises abaixo do limite de 5% de erro relativo, com valores
percentuais entre 0 a 2%.

Foi analisado que, assim como para o fluido de 6 cP, o escorregamento do


motor e o erro relativo percentual possuem relações diretas. Isso porque
observou-se que em frequências maiores o escorregamento foi maior e o erro
relativo também. Contudo, essa relação não foi válida, apenas, para a frequência
de 40 Hz, quando analisado pelo método de Ofuchi et al. (2017). De forma
análoga ao fluido XP 10 (6 cP), como a rotação especifica de operação em 40
Hz teve o maior valor, o erro relativo nessa frequência foi identificado como o
mais elevado entre as frequências de 40 a 60 Hz.
74

5.3.4 Comentários sobre a limitação e discrepância dos métodos

Foi identificado que, cada método de correção, possui determinados fatores


que impedem de ser aplicados para prever o desempenho da bomba operando
com fluidos viscosos. Além disso, ao aplicar o algoritmo de cada método, foi
identificado que existem aspectos que interferem na discrepância entre os
valores estimados e o os valores experimentais.

A Tabela 6 apresenta os aspectos que limitam a aplicação dos métodos e os


fatores observados que geram o aumento da discrepância com os resultados
experimentais.

Tabela 6 - Razões sobre a limitação de aplicação dos métodos e o aumento da


discrepância com os resultados experimentais.

MÉTODOS LIMITAÇÃO DE AUMENTO DA


APLICAÇÃO DISCREPÂNCIA

HI-USA (1955) Só aplicável na faixa de Falta de precisão na


vazão e head utilização do ábaco.
apresentada no ábaco.
Aumento do
Limite quanto a faixa de escorregamento do
viscosidade motor
apresentada no ábaco

STEPANOFF (1957) Precisa que o número Falta de precisão


de Reynolds de quando se utiliza o
Stepanoff encontrado, ábaco.
esteja dentro da faixa
de análise do ábaco. Aumento do
escorregamento do
motor

Turzo et al. (2000) O autor não cita Aumento do


limitação para aplicação escorregamento do
do algoritmo motor

OFUCHI et al. (2017) Se limita as bombas Aumento da rotação


com faixas de rotação específica de operação
específica normalizada
de 0,6 a 1,25

A partir da análise da Tabela 6, pode-se inferir que os métodos possuem


certas particularidades para serem aplicados, com exceção do método Turzo et
al. (2000).
75

Os métodos HI-USA (1955) e Stepanoff (1957), por se utilizarem de ábacos


em suas análises, possuem limitações de aplicação. O método HI-USA se
restringem a determinadas faixas de vazão (25 a 2000 m³/h), head (4 a 200
metros) e viscosidade (10−6 a 4000. 10−6 𝑚2 /𝑠) como mostrado na Figura 16.

O método de Stepanoff se restringem a determinadas faixas de Número de


Reynolds de Stepanoff que são expostas no ábaco entre valores de 104 a 108
(Figura 13).

Vale salientar que a identificação de valores intermediários entre os passos


de medição dos ábacos dificulta uma análise precisa.

Já o método de Ofuchi et al. (2017) restringe a sua análise, para bombas com
rotação específica normalizada entre 0,6 a 1,25 (Figura 15).

Quanto ao aumento da discrepância, analisou-se que o principal motivo


observado foi o aumento do escorregamento do motor, com exceção ao método
de Ofuchi et al. (2017) que apresentou um comportamento fora dessa tendência.

Para o método de Ofuchi et al. (2017) o principal motivo observado foi o


aumento da rotação específica de operação, que na frequência de 40 Hz
apresentou o maior valor.

Além disso, como já mencionado, a falta de precisão de análises de ábacos


corrobora para o aumento da discrepância entre os resultados estimados e os
resultados experimentais.
76

6. CONCLUSÃO

Esse trabalho apresentou procedimentos práticos para gerar as curvas de


desempenho de uma bomba centrífuga submersa operando com fluidos
viscosos e a maneira analítica que se deve confrontar com os métodos de
correção, uma vez que, existem na literatura, alguns algoritmos e ábacos que
visam prever o desempenho das bombas corrigido pela viscosidade.

Para identificar o método mais representativo, os resultados teóricos foram


comparados com experimentos realizados em uma bomba centrífuga submersa
bombeando fluidos de 6 cP, 12 cP e 111 cP a 50 ºC. Apesar de feito nessas
condições, os procedimentos aplicados no estudo valem para diversas
dimensões de poço, vários tipos de bomba e diferentes tipos de fluido, visto que
a metodologia empregada no trabalho vem de uma análise genérica dos
princípios da conservação da massa e do momento linear para modelar o
escoamento, da aplicação dos métodos de correção de viscosidade e do cálculo
da altura de elevação da bomba (head).

Avaliou-se que o erro relativo percentual do head, entre os valores teóricos e


os testes experimentais, foram menores pelo método de Ofuchi et al. (2017)
entre as frequências de 40 a 60 Hz, sendo assim, o método que apresentou
maior proximidade com os experimentos. Em relação as outras teorias, foram
observados que os métodos de Turzo et al. (2000) e Stepanoff (1957)
apresentaram resultados semelhantes, sendo indicado para prever o fluido de 6
cP, mas não indicado para prever o fluido de 12 cP, segundo a norma API (2008).
Já o método HI-USA (1955), apresentou resultados poucos satisfatórios segundo
a norma para os fluidos analisados, o que sugere um modelo já defasado em
relação aos outros. Analisou-se que para o fluido de 111 cP, a bomba utilizada
nos testes, não foi capaz de entregar altura de elevação suficiente para produzir
com vazões desejáveis em torno de 450 BPD, o que todos os métodos previram.

Os métodos HI-USA (1955) e Stepanoff (1957) apresentaram limites de


aplicação devido as restrições de análise dos seus respectivos ábacos. Não foi
identificado restrição para a aplicação do método Turzo et al. (2000). Já o método
Ofuchi et al. (2017) restringe a aplicação do seu algoritmo a bombas com rotação
especifica normalizada entre 0,6 a 1,25.

Foi observado que o escorregamento do motor ocasionado pelo efeito


viscoso gera uma redução do desempenho da bomba, acentuando-se em
rotações mais elevadas. Por consequência, aumenta-se a discrepância entre o
head estimado pelos métodos e o head prático. A exceção observada foi para o
método de Ofuchi et al. (2017) que mostrou como maior motivo de discrepância,
o aumento da rotação específica de operação. Por fim, pode-se inferir do estudo
realizado, que o método de Ofuchi et al. (2017) surge como uma teoria capaz de
apresentar excelente previsibilidade para simular o desempenho de bombas
centrífugas operando com fluidos viscosos dentro da faixa de utilização.
77

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79

APÊNDICE A – Análise das propriedades dos fluidos

Os dados a seguir foram levantados no laboratório de Processos de


Separação da Universidade Federal da Bahia. Ressalta-se que os mesmos
foram obtidos a partir de uma amostra retirada diretamente do reservatório de
fluido produzido, em condições estáveis de operação, garantindo a
homogeneidade.

14

12
Viscosidade dinâmica (cP)

10

0
10 20 30 40 50 60 70
Temperatura (ºC)

Figura A. 1 - Curva de viscosidade XP 10

30

25
Viscosidade dinâmica (cP)

20

15

10

0
10 20 30 40 50 60 70
Temperatura (ºc)

Figura A. 2 - Curva de viscosidade XP 10 / 220 (67% XP 10 + 33% XP 220)


80

800

700

600
Viscosidade dinâmica (cP)
500

400

300

200

100

0
10 20 30 40 50 60 70 80 90
Temperatura (ºC)

Figura A. 3 - Curva de viscosidade XP 220


81

Tabela A. 1 - Propriedades do XP 10

Massa Viscosidade Viscosidade


Temperatura específica dinâmica Cinemática
(ºC) (g/cm³) (CP) (Cstk)
30 0,8459 12,079 14,279
35 0,8426 10,124 12,014
40 0,8393 8,5711 10,212
45 0,8360 7,3407 8,7802
50 0,8327 6,3519 7,6278
55 0,8294 5,5419 6,6819
60 0,8260 4,885 5,9143

Tabela A. 2 - Propriedades do XP 10 / 220 (67% XP 10 + 33% XP 220

Massa Viscosidade Viscosidade


Temperatura específica dinâmica Cinemática
(ºC) (g/cm³) (CP) (Cstk)
30 0,8588 25,372 29,545
35 0,8556 20,61 24,089
40 0,8523 16,986 19,928
45 0,8491 14,181 16,701
50 0,8458 11,969 14,150
55 0,8425 10,219 12,129
60 0,8393 8,8025 10,489

Tabela A. 3 - Propriedades do XP 220

Massa Viscosidade Viscosidade


Temperatura específica dinâmica Cinemática
(ºC) (g/cm³) (CP) (Cstk)
20 0,8939 706,85 790,74
30 0,8886 352,98 397,23
40 0,8842 190,34 215,27
50 0,8778 111,40 126,90
60 0,8720 69,28 79,45
70 0,8657 45,35 52,38
80 0,8576 30,97 36,11
82

APÊNDICE B - Tabelas dos parâmetros teóricos com a bomba em 60 Hz

A seguir estão as tabelas com os valores dos parâmetros da bomba,


estimados pela curva do fabricante e pelos métodos de correção. São
observados 4 níveis de análises, são eles: 60% do valor do BEP, 80% do valor
do BEP, 100% do valor do BEP e 120% do BEP.

Tabela B. 1 - Valores estimados pela curva do fabricante – 1 cP

Nível Q (BPD) HEAD (ft) EFF (%) BHP (hp) POT. HID
0,6q(BEP) 270 36,34 33,00 0,19 0,061
0,8q(BEP) 360 34,52 40,00 0,20 0,0783
1,0q(BEP) 450 31,80 45,00 0,21 0,0900
1,2q(BEP) 540 27,78 44,00 0,23 0,0946

Tabela B. 2 - Valores estimados pelo método HI-USA (1955) – 6 cP

Nível Q (BPD) HEAD (ft) EFF (%) BHP (hp) POT. HID
0,6q(BEP) 251,1 36,34 26,4 0,21 0,057
0,8q(BEP) 334,8 34,52 32,0 0,22 0,072
1,0q(BEP) 414 31,80 36,0 0,23 0,082
1,2q(BEP) 502,2 27,78 35,6 0,24 0,087

Tabela B. 3 - Valores estimados pelo método HI-USA (1955) – 12 cP

Nível Q (BPD) HEAD (ft) EFF (%) BHP (hp) POT. HID
0,6q(BEP) 232,2 36,34 21,1 0,25 0,053
0,8q(BEP) 324 34,52 28,0 0,25 0,071
1,0q(BEP) 400,5 31,80 31,5 0,26 0,080
1,2q(BEP) 480,6 27,78 30,8 0,27 0,084

Tabela B. 4 - Valores estimados pelo método HI-USA (1955) – 111 cP

Nível Q (BPD) HEAD (ft) EFF (%) BHP (hp) POT. HID
0,6q(BEP) 121,5 30,13 5,9 0,40 0,053
0,8q(BEP) 162 28,62 7,2 0,42 0,071
1,0q(BEP) 211,5 26,67 8,1 0,46 0,080
1,2q(BEP) 253,8 23,57 7,9 0,49 0,084

Tabela B. 5 - Valores estimados pelo método de Turzo et al. (2000) – 6 cP

Nível Q (BPD) HEAD (ft) EFF (%) BHP (hp) POT. HID
0,6q(BEP) 259,20 35,25 25,3 0,22 0,057
0,8q(BEP) 345,59 33,28 30,7 0,23 0,071
1,0q(BEP) 431,99 30,10 34,6 0,23 0,081
1,2q(BEP) 518,39 25,92 33,8 0,25 0,083
83

Tabela B. 6 - Valores estimados pelo método de Turzo et al. (2000) – 12 cP

Nível Q (BPD) HEAD (ft) EFF (%) BHP (hp) POT. HID
0,6q(BEP) 253,81 34,79 22,8 0,24 0,056
0,8q(BEP) 338,41 32,78 27,6 0,25 0,070
1,0q(BEP) 423,01 29,45 31,0 0,25 0,079
1,2q(BEP) 507,61 25,24 30,3 0,27 0,081

Tabela B. 7 - Valores estimados pelo método de Turzo et al. (2000) – 111 cP

Nível Q (BPD) HEAD (ft) EFF (%) BHP (hp) POT. HID
0,6q(BEP) 187,97 30,43 7,9 0,47 0,037
0,8q(BEP) 250,63 28,10 9,6 0,48 0,046
1,0q(BEP) 313,29 24,20 10,8 0,46 0,050
1,2q(BEP) 375,95 20,14 10,5 0,47 0,050

Tabela B. 8 - Valores estimados pelo método de Stepanoff (1957) – 6 cP

Nível Q (BPD) HEAD (ft) EFF (%) BHP (hp) POT. HID
0,6q(BEP) 245,7 34,16 40,0 0,22 0,052
0,8q(BEP) 327,6 32,45 41,5 0,23 0,066
1,0q(BEP) 416,65 30,21 42,5 0,22 0,078
1,2q(BEP) 507,6 26,67 45,0 0,23 0,084

Tabela B. 9 - Valores estimados pelo método de Stepanoff (1957) – 12 cP

Nível Q (BPD) HEAD (ft) EFF (%) BHP (hp) POT. HID
0,6q(BEP) 228,609 32,53 31,0 0,15 0,047
0,8q(BEP) 322,884 32,11 35,0 0,19 0,065
1,0q(BEP) 410,13 29,89 39,0 0,20 0,077
1,2q(BEP) 507,924 26,67 42,0 0,20 0,085
84

APÊNDICE C - Tabelas dos parâmetros práticos com a bomba em 60 Hz

De forma análoga ao Apêndice A, a seguir estão as tabelas com os valores


dos parâmetros da bomba, encontrados experimentalmente. São observados 4
níveis de análises, são eles: 60% do valor do BEP, 80% do valor do BEP, 100%
do valor do BEP e 120% do BEP. Ressalta-se que devido à falta de um
torquímetro no sistema BCS, não foi possível calcular a potência BHP, e
consequentemente, não foi possível avaliar a eficiência. Nesse sentido as
tabelas demonstram os parâmetros: vazão volumétrica, altura de elevação e
potência hidráulica entregue pela bomba. Vale ressaltar que a rotação especifica
normalizada da bomba é de 1,11.

Tabela C. 1 - Valores dos testes experimentais realizado com o XP 10 – 6 cP

Q (BPD) HEAD (ft) POT. HID


594,68 21,69 0,080
517,95 26,68 0,086
446,01 27,79 0,077
373,40 30,00 0,070
297,34 32,08 0,059
229,38 33,02 0,047
136,07 34,34 0,029

Tabela C. 2 - Valores dos testes experimentais realizado com o XP 10 / 220– 12 cP

Q (BPD) HEAD (ft) POT. HID


579,10 19,07 0,070
488,62 24,20 0,075
422,59 26,99 0,072
355,36 29,54 0,066
269,58 32,37 0,055
195,45 33,17 0,041
134,79 34,26 0,029
85

APÊNDICE D – Programação Matlab do método de Stepanoff (1957)

Figura D. 1 - Algoritmo do método de Stepanoff (1957) para o fluido de 111 cP no


ponto 0,6 QwBEP

O ábaco de Stepanoff (1957) não abrange número de Reynolds de Stepanoff


na faixa de 10³, devido a isso, não há como analisar o desempenho segundo
esse método.

APÊNDICE E – Tabelas com dados experimentais (XP 10)

Tabela E. 1 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 60 Hz com


o fluido XP 10 a temperatura média de 50 ºC.

Vazão Pressão Pressão Pressão Head Head


(m3/d) Fundo do Cabeça do de total por
Poço Poço descarga (m) estágio
(Pa) (Pa) (Pa) (m)
94,55 1,29E+05 3,59E+06 3,78E+06 462,71 6,61
82,35 1,23E+05 4,46E+06 4,65E+06 569,20 8,13
70,91 1,25E+05 4,65E+06 4,84E+06 592,87 8,47
59,37 1,34E+05 5,04E+06 5,23E+06 640,01 9,14
47,27 1,52E+05 5,40E+06 5,59E+06 684,52 9,78
36,47 1,58E+05 5,56E+06 5,76E+06 704,56 10,07
21,63 1,60E+05 5,80E+06 5,99E+06 732,75 10,47
86

Tabela E. 2 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 55 Hz com


o fluido XP 10 a temperatura média de 50 ºC.

Vazão Pressão Pressão Pressão Head Head


(m3/d) Fundo do Cabeça do de total por
Poço Poço descarga (m) estágio
(Pa) (Pa) (Pa) (m)
85,09 1,45E+05 3,16E+06 3,35E+06 409,73 5,85
75,08 1,29E+05 3,82E+06 4,01E+06 490,96 7,01
63,82 1,46E+05 3,97E+06 4,16E+06 509,48 7,28
53,18 1,29E+05 4,24E+06 4,43E+06 542,81 7,75
42,55 1,46E+05 4,55E+06 4,74E+06 580,75 8,30
33,15 1,59E+05 4,70E+06 4,89E+06 599,10 8,56
19,49 1,59E+05 4,90E+06 5,09E+06 623,44 8,91

Tabela E. 3 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 50 Hz com


o fluido XP 10 a temperatura média de 50 ºC.

Vazão Pressão Pressão Pressão Head Head


(m3/d) Fundo do Cabeça do de total por
Poço Poço descarga (m) estágio
(Pa) (Pa) (Pa) (m)
77,36 1,43E+05 2,61E+06 2,80E+06 342,71 4,90
67,18 1,55E+05 3,21E+06 3,40E+06 416,30 5,95
58,02 1,57E+05 3,30E+06 3,50E+06 427,90 6,11
48,17 1,55E+05 3,54E+06 3,74E+06 457,27 6,53
38,10 1,44E+05 3,78E+06 3,97E+06 486,38 6,95
29,68 1,59E+05 3,90E+06 4,10E+06 501,36 7,16
17,61 1,61E+05 4,07E+06 4,26E+06 521,52 7,45

Tabela E. 4 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 45 Hz com


o fluido XP 10 a temperatura média de 50 ºC.

Vazão Pressão Pressão Pressão Head Head


(m3/d) Fundo do Cabeça do de total por
Poço Poço descarga (m) estágio
(Pa) (Pa) (Pa) (m)
68,99 1,43E+05 2,11E+06 2,30E+06 282,06 4,03
60,78 1,58E+05 2,61E+06 2,80E+06 343,12 4,90
52,10 1,58E+05 2,68E+06 2,87E+06 351,85 5,03
43,27 1,44E+05 2,88E+06 3,07E+06 376,32 5,38
34,50 1,46E+05 3,08E+06 3,27E+06 399,86 5,71
26,59 1,60E+05 3,19E+06 3,38E+06 413,49 5,91
15,86 1,61E+05 3,32E+06 3,51E+06 429,99 6,14
87

Tabela E. 5 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 40 Hz com


o fluido XP 10 a temperatura média de 50 ºC.

Vazão Pressão Pressão Pressão Head Head


(m3/d) Fundo do Cabeça do de total por
Poço Poço descarga (m) estágio
(Pa) (Pa) (Pa) (m)
62,26 1,47E+05 1,67E+06 1,86E+06 228,20 3,26
54,31 1,58E+05 2,07E+06 2,26E+06 276,39 3,95
46,41 1,59E+05 2,13E+06 2,32E+06 283,61 4,05
39,27 1,48E+05 2,28E+06 2,47E+06 302,80 4,33
31,13 1,49E+05 2,44E+06 2,63E+06 322,13 4,60
24,08 1,60E+05 2,53E+06 2,72E+06 332,55 4,75
14,26 1,60E+05 2,64E+06 2,83E+06 346,17 4,95

APÊNDICE F – Tabelas com dados experimentais (XP 10 / 220)

Tabela F. 1 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 60 Hz com


o fluido XP 10 / 220 a temperatura média de 50 ºC.

Vazão Pressão Pressão Pressão Head Head


(m3/d) Fundo do Cabeça do de total por
Poço Poço descarga (m) estágio
(Pa) (Pa) (Pa) (m)
92,07 1,37E+05 3,18E+06 3,38E+06 406,95 5,81
77,68 1,49E+05 4,09E+06 4,28E+06 516,41 7,38
67,19 1,51E+05 4,58E+06 4,78E+06 575,94 8,23
56,50 1,74E+05 5,03E+06 5,23E+06 630,19 9,00
42,86 1,73E+05 5,54E+06 5,73E+06 690,71 9,87
31,07 1,68E+05 5,68E+06 5,87E+06 707,74 10,11
21,43 1,64E+05 5,87E+06 6,07E+06 731,08 10,44

Tabela F. 2 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 55 Hz com


o fluido XP 10 / 220 a temperatura média de 50 ºC.

Vazão Pressão Pressão Pressão Head Head


(m3/d) Fundo do Cabeça do de total por
Poço Poço descarga (m) estágio
(Pa) (Pa) (Pa) (m)
82,86 1,29E+05 2,69E+06 2,88E+06 347,57 4,97
71,03 1,57E+05 3,48E+06 3,68E+06 443,03 6,33
62,15 1,37E+05 3,86E+06 4,05E+06 488,56 6,98
51,79 1,83E+05 4,25E+06 4,45E+06 535,87 7,66
38,84 1,90E+05 4,70E+06 4,89E+06 589,46 8,42
28,25 1,84E+05 4,83E+06 5,02E+06 605,11 8,64
19,42 1,89E+05 4,95E+06 5,15E+06 620,31 8,86
88

Tabela F. 3 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 50 Hz com


o fluido XP 10 / 220 a temperatura média de 50 ºC.

Vazão Pressão Pressão Pressão Head Head


(m3/d) Fundo do Cabeça do de total por
Poço Poço descarga (m) estágio
(Pa) (Pa) (Pa) (m)
73,11 1,20E+05 2,20E+06 2,40E+06 289,10 4,13
63,74 1,68E+05 2,90E+06 3,09E+06 372,43 5,32
56,50 1,42E+05 3,19E+06 3,39E+06 408,24 5,83
46,90 1,91E+05 3,53E+06 3,73E+06 448,99 6,41
35,51 1,98E+05 3,92E+06 4,12E+06 496,38 7,09
25,89 1,98E+05 4,03E+06 4,22E+06 509,17 7,27
17,88 1,83E+05 4,13E+06 4,32E+06 520,75 7,44

Tabela F. 4 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 45 Hz com


o fluido XP 10 / 220 a temperatura média de 50 ºC.

Vazão Pressão Pressão Pressão Head Head


(m3/d) Fundo do Cabeça do de total por
Poço Poço descarga (m) estágio
(Pa) (Pa) (Pa) (m)
67,19 1,25E+05 1,78E+06 1,97E+06 237,57 3,39
56,50 1,78E+05 2,36E+06 2,55E+06 307,90 4,40
49,72 1,51E+05 2,60E+06 2,80E+06 336,98 4,81
42,13 2,00E+05 2,89E+06 3,08E+06 371,33 5,30
31,87 1,99E+05 3,20E+06 3,39E+06 409,00 5,84
23,23 1,95E+05 3,28E+06 3,48E+06 419,05 5,99
16,14 2,01E+05 3,38E+06 3,58E+06 431,13 6,16

Tabela F. 5 - Valores coletados com a BCS P4SSD 70 estágios operando a 40 Hz com


o fluido XP 10 / 220 a temperatura média de 50 ºC.

Vazão Pressão Pressão Pressão Head Head


(m3/d) Fundo do Cabeça do de total por
Poço Poço descarga (m) estágio
(Pa) (Pa) (Pa) (m)
60,63 1,56E+05 1,42E+06 1,61E+06 194,02 2,77
51,79 1,87E+05 1,87E+06 2,06E+06 248,40 3,55
45,20 1,63E+05 2,06E+06 2,25E+06 271,12 3,87
37,10 2,01E+05 2,29E+06 2,48E+06 299,16 4,27
28,57 1,97E+05 2,54E+06 2,73E+06 329,31 4,70
20,89 1,95E+05 2,60E+06 2,79E+06 336,66 4,81
14,21 2,00E+05 2,69E+06 2,89E+06 347,95 4,97
89

ANEXO I – Fotos relacionadas ao sistema BCS

Figura I. 1 - Poços equipados com os métodos de elevação artificial (LEA-UFBA)


90

Figura I. 2 - Quadro de comando da BCS (Centrilift)

Figura I. 3 - Barris de petróleo de 200 litros (Petrobrás Distribuidora S.A)


91

Figura I. 4 – Acelerômetro

Figura I. 5 - Montagem do sistema BCS no poço


92

Figura I. 6 - Cabeça de produção, linha de produção, medidor de pressão, conjunto de


válvulas reguladores de fluxo, tanques reservatório dos fluidos produzidos

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