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Porto Alegre
Abril, 2009.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E
TECNOLOGIA DE MATERIAIS
Faculdade de Engenharia
Faculdade de Física
PUCRS Faculdade de Química PGETEMA
Porto Alegre
Abril, 2009.
As esperanças se renovam,
quando continuamos tentando. E
os desejos se realizam, quando a
vontade de vencer supera os
obstáculos.
(Autor Desconhecido)
Em segundo dedico aos meus pais João Carlos Geroldo e Ione de Brito
Geroldo (In Memorian) e aos meus irmãos Valter, Claúdio e Eduardo no qual serei
agradecido e os amarei pelo resto da minha vida: AMO vocês.
AGRADECIMENTOS
A Deus sempre...
Ao professor e amigo Roberto Hübler, pela grande ajuda nos ensaios, pela
paciência e discussão de resultados. E também ao Andrézinho do GEPSI pela
grande ajuda.
2
Aos amigos Nunura , Felipe Alemão, Barbarela, Colono Melchiors, Bruno
Farenzena, Martimiano, Vanessa Sanguanini, Sofia Stella, Cleison Webber, Nana,
Déia, Fernando, Paty e Danna, pela ajuda, força, discussão de resultados e
principalmente pela suas amizades.
Aos meus pais João Carlos Geroldo e Ione de Brito Geroldo (In Memorian),
pela educação que me proporcionaram, pelo apoio emocional e principalmente pelo
incentivo.
Aos meus irmãos Valter, Cláudio e Eduardo pelo grande apoio, pela amizade
e carinho.
À minha noiva Sandra pela paciência, pelo apoio emocional, por suas
inúmeras ajudas diretas e indiretas e pelo seu grande amor.
DEDICATÓRIA ........................................................................................... 5
AGRADECIMENTOS .................................................................................... 6
SUMÁRIO ................................................................................................. 7
LISTA DE FIGURAS .................................................................................... 9
LISTA DE TABELAS .................................................................................. 12
LISTA DE SÍMBOLOS ................................................................................ 13
LISTA DE ABREVIAÇÕES........................................................................... 15
RESUMO ............................................................................................. 16
ABSTRACT.......................................................................................... 17
1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 18
2. OBJETIVOS ..................................................................................... 21
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................. 22
3.1. Liga Ni-45%Ti....................................................................................................22
3.1.1. Principais Propriedades da Liga Ni-45%Ti................................................25
3.1.2. O Efeito de Memória de Forma (E.M.F)....................................................26
3.1.2.1. Efeito de Memória de Forma Simples..............................................30
3.1.2.2. Efeito de Memória de Forma Duplo .................................................32
3.1.2.3. Efeito de Memória de Forma na Liga Ni-45%Ti ...............................33
3.1.3. Superelasticidade ou Pseudoelasticidade ................................................35
3.2. Transformação Martensítica ...........................................................................39
3.3. Processos de Obtenção das Ligas Ni-45%Ti.................................................41
3.4. Tratamento Termomecânico das Ligas Ni-Ti.................................................44
3.5. Tratamento Térmico das Ligas Ni-Ti ..............................................................49
6. CONCLUSÕES ................................................................................ 81
7. PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS ................................ 83
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 85
LISTA DE FIGURAS
Figura 5.9. Micrografia MEV da amostra TT700, (a) superfície e (b) centro .............73
Figura 5.10. Gráfico de perfil de dureza dos fios de Ni-Ti.........................................75
Figura 5.11. Gráfico de dureza média por temperatura de tratamento térmico ........75
Figura 5.12. Amostras CF nas recuperações a 100°C e 200°C................................77
Figura 5.13. Amostras TT300 nas recuperações a 100°C e 200°C ..........................77
Figura 5.14. Amostras TT500 nas recuperações a 100°C e 200°C ..........................78
Figura 5.15. Amostras TT700 nas recuperações a 100°C e 200°C ..........................78
Figura 5.16. Gráfico de recuperação de dobramento a 100°C .................................79
Figura 5.17. Gráfico de recuperação de dobramento a 200°C .................................80
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIAÇÕES
Key-words: Ni-Ti alloys, shape memory effect alloys (SMAs), microstructure, heat
treatment, orthodontic wires.
18
1. INTRODUÇÃO
LEGENDA:
Q: Calor
(Talta> Af)
(Tbaixa< Mf)
(Talta> Ai)
Figura 1.1. Representação esquemática do efeito de memória de forma [Adaptado de Otubo, 1996].
21
2. OBJETIVOS
Este trabalho tem por objetivo principal estudar o Efeito de Memória de Forma
da liga Ni-45%Ti, comparando a microestrutura e o efeito de memória de forma por
algumas técnicas de análises e ensaios, nas condições: fios comerciais
superelásticos e tratados termicamente por normalização, visando uma melhor
trabalhabilidade dos fios sem as perdas de suas propriedades.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
(a) (b)
B2
B19’+Ni2Ti B19’+Ni3Ti
(c)
Figura 3.1. Estruturas cristalinas: (a) CCC (B2) e (b) Monoclínica (B19’) e (c) Diagrama de
fases em equilíbrio do sistema Ni-Ti [McNeese, 2001].
24
Devido à elevada reatividade do titânio (Ti), a fusão destas ligas tem que ser
feita sob vácuo ou em atmosfera inerte, sendo para isso utilizadas comercialmente
técnicas como a fusão por arco de plasma, por feixe de elétrons ou por indução sob
vácuo. Os lingotes obtidos são depois conformados a quente por forjamento,
laminação ou extrusão. A maioria dos processos de deformação a frio pode ser
aplicado a estes materiais, mas a sua capacidade de encruamento é muito
acentuada e torna-se por isso necessário proceder um recozimento. A trefilação é
normalmente utilizada para produzir arames com dimensões que podem chegar a
até 50 µm, apresentando excelentes características de superfície.
Tabela 3.2. Principais ligas com efeito de memória de forma [Wu, 2000].
Ligas Composição Faixa de temperaturas de Histerese térmica de
transformação (°C) transformação (°C)
Ag-Cd 44/49 at% Cd -190 a -50 ~15
Au-Cd 46,5/50 at% Cd 30 a 100 ~15
Cu-Al-Ni 12/14,5%Al 3/4,5% -140 a 100 ~35
Ni 3/4,5% Ni
Cu-Sn ~15 at% Sn -120 a 30
Cu-Zn 38,5/41,5% Zn -180 a -10 ~10
Cu-Zn-X alguns % de X -180 a 200 ~10
(X=Si,Sn, Al)
In-Ti 18/23 at% Ti 60 a 100 ~4
Ni-Al 36/38 at% Al -180 a 100 ~10
Ni-Ti 49/51 at% Ni -50 a 110 ~30
Fe-Pt ~25 at% Pt ~-130 ~4
Mn-Cu 5/35 at% Cu -250 a 180 ~25
Fe-Mn-Si 32%Mn%Si -200 a 150 ~100
M’f M’i
Martensita
B19’
Austenita
B2
Mf Mi T
Figura 3.3. Representação esquemática do processo de deformação associado com E.M.F. [Adaptado
Wayman, 1983].
T > Af
T = 100°C
A
AQUECIMENTO RESFRIAMENTO
ε 2 VARIANTES
ε
M M M T = 25°C
T = 25°C
σ=0 σ
T < Mf T < Mf
M.deformada M.deformada
Martensita
Austenita
Martensita
Austenita
(a) (b)
Figura 3.5. (a) Sequência termomecânica para obter o efeito de memória de forma simples e (b)
Comportamento da martensita durante um ensaio de tração.
educado.
(a) (b)
Figura 3.6. (a) Evolução da deformação residual acumulada em função do número de ciclos de
educação e (b) Efeito de memória de forma dupla: sem tensões externas.
33
ε (a)
1° ciclo
2° ciclo
(b)
ε (c)
Figura 3.7. (a) Efeito de memória de forma simples, (b) Efeito de memória de forma duplo e (c)
pseudoelasticidade.
Figura 3.8. Termogramas durante aquecimento e resfriamento de DSC com taxas de 10ºC/min da liga
Ni-45%Ti [Shaw, 1995].
35
Figura 3.9. Elasticidade associada ao movimento reversível das interfaces entre variantes de
martensita.
f i
Ai
f
Af
i Mi
(a) (b)
Figura 3.10. (a) Curva de tração de um monocristal durante a transformação sob tensão e a
transformação inversa a temperatura constante e (b) Efeito da temperatura sobre o comportamento
termoelástico.
Eσ = σ i - σ f (3.1)
H σ = σ i - σ Af (3.2)
da tensão aplicada (constante), mas, para níveis elevados de tensões, εMi é várias
ordens de grandeza superior à deformação térmica usual dos metais, daí a
designação de supertermoelasticidade. Para estas curvas define-se também a
variação da transformação em temperatura pela Equação 3.3:
39
ET = M iσ - M fσ (3.3)
σ=constante
i monocristal
i
10%
HT
policristal
5%
f i i f
(a) (b)
Figura 3.11. (a) Deformação a tensão constante e (b) Comparação entre um material monocristalino e
um policristalino [Fernandes, 2003].
-7
Uma placa de martensita forma-se rapidamente, em cerca de 10 s, por
deslizamento de discordâncias, que originam um deslocamento tangencial no
material (ou, mais rigorosamente, produzem uma deformação plana invariante), o
qual é evidenciado pela inclinação, ou rampa, produzida numa superfície livre
interceptada pela placa, conforme ilustrado na Figura 3.12. A placa cresce no
interior do metal até ser detida por um obstáculo [Otubo, 1996].
Figura 3.12. Relevo de superfície produzido pela formação da placa de martensita [Otubo, 1996].
41
Uma liga com memória de forma pode também ser definida como um material
em que há formação de martensita termoelástica. Neste caso a liga sofre uma
transformação martensítica que lhe viabiliza a deformação por um mecanismo de
maclagem, abaixo da temperatura de transformação. Esta deformação (reversível)
sofre então um processo de reversão quando a estrutura maclada (martensítica) se
transforma na fase mãe de alta temperatura, por aquecimento [Fernandes, 2003].
O primeiro método desenvolvido para produção da liga foi via fusão em forno
de indução a vácuo (VIM - Vacuum Induction Melting), em que se utilizam cadinho e
lingoteira de grafita especial. Essa grafita é a responsável pela contaminação pelo
carbono que reage tanto com o níquel como com o titânio. A contaminação por
oxigênio é devido à pressão não tão elevada (da ordem de 10Pa) dentro da câmara
de fusão [Otubo, 2005].
Figura 3.13. Pedaços de Ni+Ti montados sobre os pivôs dentro do cristalizador. Vêem-se também
duas barras de alimentação [Otubo, 2005].
43
Figura 3.14. Lingote de Ni-Ti: 150mm de diâmetro por 200mm de comprimento e peso de 21.850g (à
esquerda);– Cristalizador de cobre onde a liga Ni-Ti é solidificada (à direita) [Otubo, 2005].
A tensão também induz esta mudança de fase, e essa forma de atingir a fase
martensítica denomina-se transformação martensítica induzida por tensão. A
estrutura CCC (fase austenítica), ao invés de atingir o regime plástico, inicia o
45
Tabela 3.3. Resultados do ensaio no Nitinol® Superelástico com secção circular [Gouvêa, 2006].
Diâmetro (mm) Dureza (HV) Dureza (HV) com Resistência a Resistência a
como recebido memória de forma tração (MPa) tração (MPa) com
como recebido memória de forma
0,305 299 ± 10 460 ± 11 1067 ± 11 1682 ± 49
0,356 314 ± 4 387 ± 11 1437 ± 22 1601 ± 23
0,406 321 ± 9 446 ± 17 1318 ± 29 1614 ± 41
0,457 312 ± 9 386 ± 11 1157 ± 59 1558 ± 51
0,508 307 ± 12 443 ± 15 1361 ± 6 1691 ± 57
46
®
Tabela 3.4. Resultados do ensaio no Nitinol Superelástico com secção retangular [Gouvêa, 2006].
Diâmetro (mm) Dureza (HV) Dureza (HV) com Resistência a Resistência a
como recebido memória de forma tração (MPa) tração (MPa) com
como recebido memória de forma
0,406 x 0,406 334 ± 14 453 ± 14 1207 ± 36 1313 ± 74
0,406 x 0,559 352 ± 11 435 ± 23 1281 ± 37 1402 ± 30
0,432 x 0,635 329 ± 6 462 ± 13 1280 ± 14 1512 ± 32
0,457 x 0,635 339 ± 8 469 ± 21 1409 ± 35 1518 ± 27
0,483 x 0,635 330 ± 12 465 ± 26 1306 ± 30 1509 ± 49
0,533 x 0,635 328 ± 8 435 ± 11 1229 ± 40 1497 ± 88
®
Tabela 3.5. Resultados do ensaio no Nitinol Termoativo com secção retangular [Gouvêa, 2006].
Diâmetro (mm) Dureza (HV) Dureza (HV) com Resistência a Resistência a
como recebido memória de forma tração (MPa) tração (MPa) com
como recebido memória de forma
0,406 x 0,406 454 ± 14 345 ± 4 1635 ± 7 1004 ± 69
0,406 x 0,559 430 ± 21 278 ± 8 1568 ± 32 1327 ± 48
0,432 x 0,635 443 ± 11 265 ± 6 1604 ± 21 1338 ± 62
0,457 x 0,635 431 ± 21 284 ± 7 1577 ± 25 1309 ± 43
0,483 x 0,635 465 ± 26 330 ± 12 1509 ± 49 1306 ± 30
0,533 x 0,635 420 ± 21 269 ± 7 1583 ± 28 1303 ± 93
®
Tabela 3.6. Resultados do ensaio no Nitinol Termoativo com secção circular [Gouvêa, 2006].
Diâmetro (mm) Dureza (HV) Dureza (HV) com Resistência a Resistência a
como recebido memória de forma tração (MPa) tração (MPa) com
como recebido memória de forma
0,305 400 ± 22 269 ± 7 1754 ± 31 1163 ± 15
0,356 389 ± 25 270 ± 7 1639 ± 56 1460 ± 36
0,406 413 ± 6 257 ± 9 1820 ± 15 1223 ± 62
0,457 393 ± 6 306 ± 9 1702 ± 12 1238 ± 40
0,508 419 ± 5 264 ± 5 1775 ± 9 1222 ± 55
queda pode ser devido ao alivio de tensão que ocorre no fio durante o tratamento de
memória de forma [Gouvêa, 2006].
Tabela 3.7. Algumas propriedades do Nitinol®, aço inoxidável, titânio puro e Ti-6Al-4V. [Ryhänen,
1999].
Nitinol® Ti puro Ti-6Al-4V Aço inoxidáxel
Martensita Austenita
Tensão de ruptura (MPa) 800-1500 103-1100 540-740 920-1140 483-1850
Lim. de escoamento (MPa) 100-800 50-300 390 830-1070 190-1213
Módulo de elasticidade (GPa) 70-110 21-69 105-110 100-110 190-200
Alongamento (%) 1-20 até 60 15 8 12-40
Figura 3.15. Curva tensão x deformação apresentando a propriedade da superelasticidade da liga Ni-
45%Ti [Shaw, 1995].
49
Estudos para uma liga mais rica em Ni, utilizando técnicas de metalografia,
microscopia eletrônica de varredura (MEV) e análise por espectroscopia de raios X
por dispersão de energia (EDS), três fases foram identificadas Ni4Ti3, Ni3Ti2 e Ni3Ti,
as quais aparecem dependendo da temperatura e do tempo utilizados no tratamento
térmico de normalização. Isto é, com temperaturas mais baixas e em tempos mais
curtos de tratamento, a fase Ni4Ti3 aparece. Já quando se utiliza temperaturas mais
altas e em tempos mais longos obtém-se a fase Ni3Ti. Nas faixas intermediárias de
temperatura e de tempo obtém-se a fase Ni3Ti2 [Vargas, 2007].
Foi observado, também, que pelo tratamento prolongado, da fase Ni4Ti3 pré-
existente, ocorre a incorporação dessa fase na matriz, aumentando a quantidade e
o tamanho dos precipitados de Ni3Ti2. Da mesma maneira, a fase Ni3Ti2 pré-
existente, observou-se que esta também é incorporada na matriz, e a quantidade e
o tamanho dos precipitados Ni3Ti aumentam. Com isso, confirmou-se que as fases
Ni4Ti3 e Ni3Ti2 são fases intermediárias, e que as transformações por difusão
ocorrem na seguinte seqüência com a temperatura e tempo de tratamentos
crescentes conforme Equação 3.8:
Figura 3.17. Caminhos de fases possíveis para as ligas de Ni-Ti conforme tratamento térmico e
treinamento utilizado [Ren, 2000]
A principal vantagem dos tratamentos térmicos nas ligas Ni-Ti com efeito de
memória de forma é a diminuição da rigidez do fio quando o mesmo está associado
à fase martensítica (B19’).
52
Figura 3.18. Um modelo unificado para explicar a evolução da microestrutura na baixa supersaturação
de Ni (a e b) e na elevada supersaturação de Ni (c e d) [Fan, 2004]
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Ni-Ti
Fio comercial
Caracterização
Tratamento térmico de
normalização
TT 300
TT 500
TT 700
Caracterização
(a) (b)
Figura 4.3. Seqüência de imagens: (a) forno tubular, (b) cadinho de quartzo com amostra.
56
(a) (b)
Figura 4.4. Seqüência de imagens: (a) cadinho de quartzo com amostra e (b) monitoramento do
experimento.
(a) (b)
Figura 4.5. (a) Microscópio ótico (MO), (b) Microscópio eletrônico de varredura (MEV).
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Fio Substrato
(a)
(b)
Figura 5.2. Micrografia MO da amostra CF, (a) aumento de 100x e (b) aumento 200x.
66
12,4 µm
(a)
(b)
Figura 5.3. Micrografia MEV da amostra CF, (a) superfície e (b) centro.
67
A Figura 5.3b mostra o centro da amostra do fio comercial (CF) também com
aumento de 2000x, confirmando uma matriz martensítica com agulhas grosseiras e
desorientadas.
Nas Figuras 5.3 (a) e (b) nota-se também alguns pontos brancos, esses
pontos são bem prováveis que sejam intermetálicos que possam ter se formado no
processo de fabricação da liga [Bram, 2002; Otubo, 2005].
(a)
(b)
Figura 5.4. Micrografia MO da amostra TT300, (a) aumento de 100x e (b) aumento 200x.
31,4 µm
(a)
(b)
Figura 5.5. Micrografia MEV da amostra TT300, (a) superfície e (b) centro.
As Figuras 5.6 (a) e (b) mostram o tipo de estrutura da amostra do fio tratada
termicamente a 500°C (TT500) na seção longitudinal. Nota-se também nas duas
imagens que ainda há presença de estruturas com aspecto de agulhas, o que indica
uma região predominante de matriz com fase martensítica.
70
(a)
(b)
Figura 5.6. Micrografia MO da amostra TT500, (a) aumento de 100x e (b) aumento 200x.
20µm
(a)
(b)
Figura 5.7. Micrografia MEV da amostra TT500, (a) superfície e (b) centro.
72
(a)
(b)
Figura 5.8. Micrografia MO da amostra TT700, (a) aumento de 200x e (b) aumento 500x.
73
(a)
(b)
Figura 5.9. Micrografia MEV da amostra TT700, (a) superfície e (b) centro.
Desvio Padrão 10 5 10 10
Mas observou-se uma maior dureza na amostra TT300 conforme Figura 5.10
entre todas as amostras, se relacionar essa dureza com as microestruturas das
Figuras 5.4 e 5.5 pode-se dizer que provavelmente o material sofreu um
endurecimento secundário por recristalização de sua estrutura.
75
Perfil de Dureza
360
340
320
Dureza (HV)
300
CF
TT300
280 TT500
TT700
260
240
220
200
0 1 2 3 4 5 6
Pontos
Dureza Média
400
CF TT300
350 TT500
300
TT700
Dureza (HV)
250
200
150
2
HV = -0,0006(T) + 0,2854(T) + 323,42
100 2
R = 0,997
50
0
0 250 500 750
Temperatura (°C)
2
HV: - 0,0006.T + 0,2854.T + 323,42 (5.1)
Esta equação permite estimar uma dureza média do fio para temperaturas de
tratamento diferentes.
100°C 200°C
100°C 200°C
100°C 200°C
100°C 200°C
50
45 TT500
Recuperação angular (%)
40
35
30
25 TT300
20
15 CF 2
R = -0,0002(T) + 0,1906(T) + 2,9777
10 2
R = 0,7436
5 TT700
0
0 200 400 600 800
Temperatura (°C)
2
R = - 0,0002.T + 0,1906.T + 2,9777 (5.2)
80
50
TT500
45
Recuperação angular (%)
40
35 TT300
30 CF
25
20
2
15 R = -0,0002T + 0,117T + 31,212
2
10 R = 0,7985
5 TT700
0
0 200 400 600 800
Temperatura (°C)
2
R = - 0,0002.T + 0,117.T + 31,212 (5.3)
6. CONCLUSÕES
Para realização deste trabalho a condição que mais se adequou aos objetivos
relacionando microestrutura, dureza, maleabilidade e recuperação de forma foi da
amostra tratada termicamente a 500°C (TT500).
83
3. Ensaios de Tração
5. Corrosão e Biocompatibilidade
6. E.M.F.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OTUBO, J., Cruz, L. A. F., Neto, C. M., Rigo, O. D. e Mei, P. R., Produção e
caracterização de lingote da liga Ni-Ti com efeito de memória de forma, Instituto
Tecnológico de Aeronáutica, 2005.
OTSUKA, K.; Ren, X. Recent developments in the research of shape memory alloys.
Intermetallics. V. 7, pp.511-528, 1999.
OTSUKA, K. e Ren, X., Physical metallurgy of Ti–Ni-based shape memory alloys,
Progress in Materials Science, v. 50, p. 511-678, 2005.
PADILHA, A., Siciliano, F., Encruamento, recristalização, crescimento de grão e
textura. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia de Materiais, 2° Edição,
1996.
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mecanicamente. In: Materiais dentários. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
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