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Organizadores
Carlos Roberto A. Candeiro
(Lab. de Paleontologia Evolução-UFG)
Drielli Peyerl
(Instituto de Energia e Ambiente.
Research Centre for Gas Innovation. Universidade de São Paulo)
Felipe Medeiros Simbras
(Lab. Paleontologia e Evolução/UFG)
Adelino Adilson de Carvalho
(Museu Antropológico/UFG)
Suely G. Moreita
(ESEBA/UFU)
Pesquisadores
André Luis de Souza Júnior (Curso de Ciências Biológicas
Rondonópolis/UFR)
Bianca Gabrielly de Almeida Alves (Lab. Paleontologia e Evolução/UFG)
Bruno Martins Ferreira (PPG-Geografia/UFG)
Camila dos Santos Pereira (Curso de Geologia/UFOP)
Cláudia Valéria Lima (Curso de Geografia/UFG)
Daniel Carelli Batista Santos (Curso de Geologia/UFG)
Débora Santos Maia (Curso de Geologia/UFG)
Glace Kelly de Queiroz (Curso de Geologia/UFG)
Lívia Motta Gil (Programa de Pós-Graduação
em Evolução/UFG)
Lucas Marques Barros (Curso de Geologia/UFG)
Lucas Fernandes Monteiro (Curso de Ciências Biológicas/
Goiânia/UNIP)
Luciano da Silva Vidal (PPG-Geologia/UFRJ)
Michael Ulian (Curso de Geologia/UFG)
Millena Silva Mendes (Curso de Ciências Biológicas/UFG)
Mozer Nogueira Gomes (Curso de Geologia/UFG)
Musa Maria Nogueira Gomes (Curso de Geologia/UFG)
Nathalia Melo Oliveira (Curso de Geologia/UFG)
Paulo Victor Luiz G. Costa Pereira (PPG-Geologia/UFRJ)
Ramon Cavalcanti (Curso de Ciências Biológicas/UFRJ)
Raylon da Frota Lopes (PPG-Geografia/Goiânia/UFG)
Stephany Lopes de França Ferreira (Curso de Geografia/PUC-GO)
Tamires do Carmo Dias (PPG-Biodiversidade Animal/UFG)
Copyright © Carlos Roberto A. Candeiro, Drielli Peyerl,
Felipe Medeiros Simbras, Adelino Adilson de Carvalho e
Suely G. Moreita (Orgs.), 2019
Esta obra não pode ser reproduzida total ou parcialmente sem
a autorização por escrito do editor.
Prefácio.....................................................................................17
Dra. Fernanda Gervasoni
Dr. Júlio Cesar Valandro Soares
13
Capítulo VII - Os Titanosauria e um breve histórico
da paleobiota cretácea dos estados de Goiás e
Mato Grosso, Brasil.................................................................65
Lívia Motta Gil
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Capítulo XIV - Catalogação de restos de vertebrados
do Neocretáceo das Formações Adamantina e Marília
(Grupo Bauru) do município de Quirinópolis....................118
Fernanda Barbosa da Silva
15
Capítulo XIX - Os Estromatólitos de Ponte Branca:
uma breve comunicação........................................................149
Lucas M. Barros
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Prefácio
Dra. Fernanda Gervasoni
Dr. Júlio Cesar Valandro Soares
17
Prefácio
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Dra. Fernanda Gervasoni
Dr. Júlio Cesar Valandro Soares
19
Prefácio
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Capítulo I
Grupo de Pesquisas/CNPq
Tetrápodes do Cretáceo de Goiás,
Mato Grosso e Pontal do Triângulo
Mineiro: suas pesquisas paleontológicas
e o seu papel formador
Carlos Roberto A. Candeiro, Drielli Peyerl,
Felipe M. Simbras, Adelino A. Carvalho, Suely A. Gomes
Introdução
Este livro é resultado das atividades de pesquisas realiza-
das desde a institucionalização do Grupo de Pesquisas cadas-
trado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico no ano de 2015. Estas atividades compreende-
ram num total de 32 reuniões semanais e/ou mensais, além
de promover doze palestras, oito cursos com especialistas re-
nomados, cinco exposições, seis eventos científicos, seis traba-
lhos de campo, entre outros. As inúmeras praxis relacionadas
a pesquisa, ensino e extensão foram norteadas pelo Laborató-
rio de Paleontologia e Evolução (Labpaleoevo) do Curso de
Geologia/UFG. Na sua grande maioria os autores para o nos-
so deleite científico são estudantes de Ensino Médio da rede
Pública e Privada de Aparecida de Goiânia/GO; da Gradua-
ção e Pós-Graduação que são provenientes dos cursos de Ge-
ologia, Ciências Biológicas e do Programa de Pós-Graduação
em Biodiversidade Animal, Programa de Pós-Graduação em
Antropologia Social da Universidade Federal de Goiás; além
de alunos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade,
Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Tocantins
e Programa de Pós-Graduação em Geologia da Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Todos estes estudantes, no desen-
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Capítulo I - Grupo de Pesquisas/CNPq Tetrápodes do Cretáceo de Goiás, Mato Grosso e Pontal do
Triângulo Mineiro: suas pesquisas paleontológicas e o seu papel formador
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Carlos Roberto A. Candeiro, Drielli Peyerl, Felipe M. Simbras, Adelino A. Carvalho, Suely A. Gomes
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Capítulo I - Grupo de Pesquisas/CNPq Tetrápodes do Cretáceo de Goiás, Mato Grosso e Pontal do
Triângulo Mineiro: suas pesquisas paleontológicas e o seu papel formador
Boa Leitura!
Saudações paleontológicas.
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Capítulo II
Introdução
Os saurópodes representam um grupo de dinossauros
com distribuição mundial com idades entre Triássico (200 Ma)
até o final do Cretáceo (65 Ma) (UPCHURCH et al., 2004;
GONZÁLEZ-RIGA, 2003; GONZÁLEZ-RIGA, ORTIZ, 2014).
Estes são caracterizados por serem animais exclusivamente
herbívoros, quadrúpedes, com crânio relativamente pequeno
em relação ao corpo, pescoço e cauda longos, membros colu-
nares e geralmente de grande porte (SANTUCCI & BERTINI,
2001; UPCHURCH et
al., 2004). Os titanossauros foram dinossauros saurópodes
que têm em sua maioria registros para o Cenomaniano-Maas-
trichtiano, possuindo uma distribuição cosmopolita com re-
presentantes em todos os continentes (SALGADO, 1999; CER-
DA et al., 2012; SANTUCCI, 2015; BANDEIRA et al., 2016),
mas tendo o seu maior número de representantes reportados
para a América do Sul (SALGADO et al., 1997; SANTUCCI
& BERTINI, 2001; GONZÁLEZ-RIGA, 2003; CALVO et al.,
2007; BANDEIRA et al., 2016).
Algumas das principais características morfológicas dos
titanossauros (Fig. 1) são: a presença de vértebras dorsais com
pleurocelos em forma de olho; placas esternais em forma de
meia-lua; lâmina anterior do ílio inclinada lateralmente; púbis
maior que o ísquio e vértebras caudais fortemente procélicas
(face anterior côncava e posterior convexa), que proporcio-
naria movimentação mais livre da cauda (BONAPARTE &
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Capítulo II - Saurópodes da América do Sul; características gerais, distribuição e histórico
do clado Aeolosaurini
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Luciano Vidal, Gabriel A. Casal, Lucio M. Ibiricu
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Capítulo II - Saurópodes da América do Sul; características gerais, distribuição e histórico
do clado Aeolosaurini
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Luciano Vidal, Gabriel A. Casal, Lucio M. Ibiricu
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Capítulo II - Saurópodes da América do Sul; características gerais, distribuição e histórico
do clado Aeolosaurini
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Luciano Vidal, Gabriel A. Casal, Lucio M. Ibiricu
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Capítulo II - Saurópodes da América do Sul; características gerais, distribuição e histórico
do clado Aeolosaurini
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Luciano Vidal, Gabriel A. Casal, Lucio M. Ibiricu
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Capítulo II - Saurópodes da América do Sul; características gerais, distribuição e histórico
do clado Aeolosaurini
Quadro 1.
Distribuição paleogeográfica e geocronológica dos Aeolosaurini
formalmente descritos.
Táxon Idade Brasil Argentina
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Luciano Vidal, Gabriel A. Casal, Lucio M. Ibiricu
Aeolosaurus maximus
Campaniano –
(Santucci & Arruda- X
Maastrichtiano
Campos, 2011)
Campaniano
Pitekunsaurus macayai
Inferior - Medio X
(Fillipi & Garrido, 2008)
(Garrido, 2010)
Coniaciano tarde-
Muyelensaurus pecheni
início santoniana X
(Calvo et al., 2007)
(Garrido, 2010)
Adamantisaurus mezzalirai Campaniano–
X
(Santucci & Bertini, 2006) Maastrichtiano
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Capítulo II - Saurópodes da América do Sul; características gerais, distribuição e histórico
do clado Aeolosaurini
Considerações finais
Os saurópodes foram dinossauros que tiveram ampla dis-
tribuição mundial, com representantes em diversos continen-
tes durante todo o Mesozoico. Na América do Sul, o registro
desses dinossauros é majoritariamente constituído pelos tita-
nossauros, dentre eles está a clado Aeolosaurini, que possui
até o momento onze espécies atribuídas provenientes do Bra-
sil e da Argentina, configurando um grupo de titanossauros
endêmico desta região. Suas relações filogenéticas demons-
tram que, embora alguns representantes sejam mais relacio-
nados ao gênero Aeolosaurus outros apresentam características
mais basais ou duvidosas, sugerindo que as sinapomorfias do
grupo são demasiadamente inclusivas tornando a classificação
filogenética confusa, isso reflete a complexidade do grupo exi-
gindo estudos mais apurados para determinar uma filogenia
estável. É importante frisar a diversificação deste grupo du-
rante o Cretáceo tardio da América do Sul, já que eles pare-
cem ser uns dos componentes dominantes desta paleofauna.
O número crescente de dinossauros saurópodes associados à
Aeolosaurini reportados para a América do Sul mostra-se rele-
vante para a pesquisa sobre saurópodes e pode explicar como
se deu o processo evolutivo deste clado.
Referências
ALMEIDA, F. F. M; BARBOSA, O. Geologia das quadrículas Piracicaba e
Rio Claro, Estado de São Paulo. Boletinr DGM/DNPM,743:1-96, 1953.
BONAPARTE, J. F.; CORIA, R. A. Un nuevo y gigantesco saurópodo Tita-
nosaurio de la Formación Río Limay (Albiano-Cenomaniano) de la Provin-
cia de Neuquén, Argentina. Ameghiniana. 30, 271-283, 1993. 1993.
CANDEIRO, C. R. A. Record of the genus Aeolosaurus (Sauropoda, Titano-
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tions. Estudios Geológicos, v.66, p. 243-253, 2010.
CALVO, J. O.; GONZÁLEZ RIGA, B. J.; PORFIRI, J. D. A new titanosaur
sauropod from the Late Cretaceous of Neuquén, Patagonia, Argentina. Ar-
quivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro 65 (4):485-504, 2007.
CALVO, J. O.; PORFIRI, J. D. Panamericansaurus schroederi gen. nov. sp.
nov. Unnuevo Sauropoda (Titanosauridae-Aeolosaurini) de La Provincia
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Luciano Vidal, Gabriel A. Casal, Lucio M. Ibiricu
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Capítulo II - Saurópodes da América do Sul; características gerais, distribuição e histórico
do clado Aeolosaurini
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Luciano Vidal, Gabriel A. Casal, Lucio M. Ibiricu
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Capítulo III
Introdução
O Laboratório de Paleontologia e Evolução (Labpaleo-
evo) pertence ao curso de Geologia da Faculdade de Ciên-
cias e Tecnologia da Universidade Federal de Goiás, e está
localizado à rua Mucuri, s/n em Aparecida de Goiânia. No
laboratório, há instrumentos destinados tanto para o trabalho
em campo, como também para a preparação de fósseis (como
lupas eletrônicas, pinças, escavador, lupas de bolso, ponteiros,
pincéis, panos, cordas, fios, martelos, picareta, cinzéis, pinos,
trena, nível, etc.). Há também livros, revistas, teses, disserta-
ções, banners informativos, mapas, bancadas de estudos e pes-
quisas e amostras de fósseis (Fig. 1).
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Débora Maia
O que é petróleo?
Petróleo é o termo utilizado para designar ambos, o óleo
e o gás natural. De acordo com Smith (1976, apud Peyerl,
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Capítulo III - Acervo de petróleo “Marília Regali” do Laboratório de Paleontologia e Evolução
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Débora Maia
Figura 3. Alguns materiais que fazem parte do acervo (Fonte: Débora Maia/
set-2018).
Considerações
A formação e descoberta do petróleo estão bastante co-
nectadas à paleontologia e esse assunto atrai a atenção de mui-
tos. Como diz Pássaro, Hessel e Nogueira Neto (2014, p. 56):
“Acervos [...] emocionam, mas não o grande público, e sim o
cientista, que vê o potencial de determinada peça para resol-
ver uma questão há muito formulada ou para preencher uma
lacuna no conhecimento já estabelecido”.
Como o petróleo é uma das principais riquezas nacionais,
é imprescindível que a Universidade tenha um acervo para es-
tudos afins, oportunizando cientistas da região desenvolverem
novas técnicas e pesquisas que contribuam para esse campo,
principalmente no estado de Goiás onde não há reservas na-
turais dessa matéria-prima.
A digitalização do acervo, além de ajudar na sua preser-
vação, possibilita aos interessados a chance de conhecê-lo me-
lhor.
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Capítulo III - Acervo de petróleo “Marília Regali” do Laboratório de Paleontologia e Evolução
Referências
CORRÊA, Oton Luiz Silva. Petróleo: noções de exploração, perfuração,
produção e microbiologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2003. 90 p.
BARBOSA, Liana Maria. Importância de uma coleção mineralógica-petro-
gráfica-paleontológica e o acervo do laboratório de geociências e geologia
da UFES. Sitientibus, Feira de Santana, n. 23, p.9-18, jul. 2000.
LEINZ, Viktor. Geologia Geral. São Paulo: Editora Nacional, 1989. 399 p.
PEYERL, Drielli; FIGUEIRÔA, Silvia F. M. “Black Gold”: Discussions on
the origin, exploratory techniques, and uses of petroleum in Brazil. Oil-
-Industry History, v. 17, no. 1, p. 98-109, dez. 2016.
PÁSSARO, Eloisa Magalhães; HESSEL, Maria Helena; NOGUEIRA NETO,
José de Araújo. Principais Acervos de Paleontologia do Brasil. Anuário do
Instituto de Geociências - UFRJ. Rio de Janeiro, p. 48-59. ago. 2014.
GEOLOGIA, Sociedade Brasileira de. Nota de Pesar - Marília da Silva Pa-
res Regali. Disponível em: <http://sbgeo.org.br/home/news/353>. Acesso
em: 26 mar. 2019.
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Capítulo I V
Introdução
O processo de fossilização pode preservar tecidos du-
ros de animais bem como estruturas internas microscópi-
cas de tecido ósseo, tendões ossificados, cascas de ovos e
dentes. (SAYÃO, 2003; MEUNIER; BRITO, 2004; LAMM,
2007, CERDA et al., 2011; VEIGA, 2013). O estudo dessas
microestruturas se dá através da análise por microscópio
ótico ou outro aparelho de ampliação de cortes delgados no
material de estudo. Tal estudo permite melhor entendimen-
to fisiologia, comportamento, crescimento (aspectos onto-
genéticos, por exemplo) (PADIAN et al., 2001), patologia
e anatomia funcional dos animais extintos (LAMM, 2007).
Um exemplo das estruturas a ser analisada são as linhas de
crescimento com dezenas de micrômetros encontradas na
dentina de mamíferos e répteis e que já foram constatadas
em fósseis de animais dos grupos que são foco deste traba-
lho (ERICKSON, 1996).
Este capítulo busca mostrar os estudos paleohistológi-
cos de dentes de crocodiliformes e dinossauros terópodes, e
analisar as microestruturas dentárias em dentes isolados de
dinossauros e crocodiliformes provenientes do Grupo Bauru
visando o maior entendimento destes que compuseram parte
destacável da macrofauna desta unidade.
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Capítulo IV - Histologia de dentes de dinossauros e crocodiliformes do Neocretáceo
do Grupo Bauru do estado de São Paulo
Materiais e métodos
O material O estudo é composto por cinco dentes de Di-
nosauria e sete dentes de Crocodyliformes, onde um deles, já
preparado, tem sido analisado através de uma lupa binocular
Leica EZ4 HD, que possui capacidade de ampliação de até 30x
e pode ser utilizada para obtenção de microfotografias, além
da lupa binocular, outras análises serão feitas em microscó-
pios óticos. Os objetivos das análises em microscópios ópticos
é identificar microestruturas que tenham sido preservadas nas
amostras e obter imagens das mesmas para comparação com
outros trabalhos.
Além do processo de observação e descrição das micro-
estruturas, tem sido feito um extenso levantamento biblio-
gráfico sobre estudos que estejam relacionados ao padrão de
deposição de dentina e cortes histológicos em répteis, bem
como a confecção de novos cortes histológicos longitudinais e
transversais de dentes fósseis dos animais estudados no Labo-
ratório de Macrofósseis (LABMACRO) do Departamento de
Geologia da UFRJ.
Resultados e discussão
A primeira análise provém de um corte histológico trans-
versal na base da coroa de um dente de Crocodyliformes en-
contrado no município de Alfredo Marcondes, São Paulo. As
microestruturas dentárias observadas consistem em túbulos
dentários e zonas opacas da dentina que foram provavelmente
formados durante o processo tafonômico ou pela ação de mi-
croorganismos. A cavidade da polpa tem sua camada central
composta por um material poroso acastanhado, o que indica
uma possível área de reabsorção. A camada mais externa é com-
posta por um material opaco e uniforme, a dentina por sua vez
é de cor esbranquiçada apresentando uma mancha escura.
Também é possível observar na dentina uma fratura lon-
gitudinal profunda que atravessa quase todo o comprimento
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Michael Ulian
Conclusão
Dentre as fraturas encontradas foram encontrados sinais
de processos que ocorreram em vida porque essas várias fra-
turas irregulares não são compatíveis com a pressão litostática
ou campo de tensões regional, rolamento ou outro processo
tafonômico bioestratinômico e as mesmas possuem sinais de
rabsorbção em suas bordas, indicando que o processo foi fei-
to enquanto o animal estava vivo. Esta característica combina
com fraturas induzidas pelo estresse causado pela força de
mordida durante a alimentação ou pela sobrecarga impacto
durante o contato dos dentes com um material duro.
Referências
CERDA, I.A.; DESOJO, J.B. Dermal armour histology of aetosaurs (Archo-
sauria: Pseudosuchia), from the Upper Triassic of Argentina and Brazil. Le-
thaia, v. 44, n. 4, p. 417-428, 2011.
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Capítulo IV - Histologia de dentes de dinossauros e crocodiliformes do Neocretáceo
do Grupo Bauru do estado de São Paulo
ERICKSON, G. M., Incremental lines of von Ebner in dinosaurs and the as-
sessment of tooth replacement rates using growth line counts. Proceedings
of the National Academy of Sciences, v. 93, p. 1462314627, 1996.
LAMM, E.T. Paleohistology widens the field of view in paleontology. Pro-
ceedings microscopy and microanalysis, v. 13, p. 50-51, 2007.
MEUNIER, F.J.; BRITO, P.M. Histology and morphology of the scales in
some extinct and extant teleosts. Cybium, v. 28, n. 3, p. 225-235, 2004.
PADIAN, K; RICQLÈS, A.J.; HORNER, J.R. Dinosaurian growth rates and
birds origins. Nature, v. 412, p. 405 – 408, 2001.
SAYÃO, J.M. Histovariability in bones of two pterodactyloid pterosaurs
from the Santana Formation, Araripe Basin, Brazil: preliminary results. Ge-
ological Society, London, Special Publications, v. 217, n. 1, p. 335-342, 2003.
VEIGA, F.H. Histologia óssea dos Hyperodapedontinae (Archosauromor-
pha, Rhynchosauria) do Triássico Superior do Rio Grande do Sul, Brasil. 35
f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Instituto de Geociências, Universi-
dade Federal do Rio Grande do Sul. 2013.
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Capítulo V
Introdução
Os Abelissaurídeos (Theropoda, Abelisauridae) são di-
nossauros carnívoros de médio e grande porte que viveram
durante os períodos Jurássico e Cretáceo. Até o momento, os
restos destes dinossauros foram encontrados apenas na Amé-
rica do Sul, África, Índia, Austrália e Europa.
Muitos trabalhos abordam as relações de parentesco dos
Abelisauridae, determinando características diagnósticas do
grupo. Um dos mais notáveis caracteres distintivos do grupo é
o encurtamento, no sentido anteroposterior de suas pré-maxilas
(Bonaparte, 1991b). Outra característica notável das pré-maxi-
las de Abelisauridae é a presença do forame neurovascular bem
desenvolvido. Esta estrutura está presente em outros terópodes
e conduzia ramos do nervo cranial V1 e vasos sanguíneos. No
entanto, nos materiais de Majungasaurus crenatissimus este fo-
rame pode variar no diâmetro e posição em relação a outros
clados de terópodes. Este trabalho se empenha em levantar e
relacionar os materiais com ausência ou presença do forame
neurovascular em Abelisauridae e discutir as implicações infor-
mativas acerca da paleobiologia destes grandes terópodes.
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Capítulo V - Análise das pré-maxilas de Abelisauridae sob um enfoque informativo
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André Luis de Souza Júnior, Luciano Silva Vidal, Paulo Victor Luiz Gomes da Costa Pereira
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Capítulo V - Análise das pré-maxilas de Abelisauridae sob um enfoque informativo
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André Luis de Souza Júnior, Luciano Silva Vidal, Paulo Victor Luiz Gomes da Costa Pereira
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Capítulo V - Análise das pré-maxilas de Abelisauridae sob um enfoque informativo
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André Luis de Souza Júnior, Luciano Silva Vidal, Paulo Victor Luiz Gomes da Costa Pereira
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Capítulo V - Análise das pré-maxilas de Abelisauridae sob um enfoque informativo
Considerações e perspectivas
Conforme já abordado anteriormente, existe abaixo do
processo nasal da pré-maxila um forame neurovascular em
Majungasaurus crenatissimus e possivelmente em I. raptorius.
Este forame provavelmente carregava um ramo Nervo Cranial
– V1 (Witmer, 1995) e está localizado mais ventralmente do
que em Allosauridae de grande porte (por exemplo: Sinraptor
dongi Currie et al., 1993; e Allosaurus fragilis Marsh, 1877).
Além disso, este forame neurovascular apresenta menor cali-
bre quando comparado com os de outros terópodes de tama-
nho médio-grande (por exemplo: alossaurídeos, spinossaurí-
deos e tiranossaurídeos). Esta observação demonstra que a
posição e o tamanho dos forames neurovasculares são variá-
veis entre os táxons de terópodes que alcançam grande porte.
Neste sentido, o estudo desta característica das pré-maxilas
pode contribuir para compreensão das relações filogenéticas
dos theropoda. Contudo, é preciso reforçar que a posição ven-
tral e o menor calibre do forame neurovascular e até mesmo
sua ausência, pode ser um caráter diagnóstico dos abelissau-
rídeos, o que seria importante testar filogeneticamente, bem
como a função e as implicações paleobiológicas dos nervos e
vasos sanguíneos associados também devam ser testadas. Um
estudo mais aprofundado dos fósseis de Abelisauridae permi-
tirá uma melhor compreensão de suas morfologias pré-maxi-
lares e ajudará a avaliar melhor esta hipótese.
Referências
BONAPARTE, José F. A horned Cretaceous carnosaur from Patagonia. Na-
tional Geographic Research, v. 1, n. 1, p. 149-151, 1985.
BONAPARTE, José F.; NOVAS, Fernando E. Abelisaurus comahuensis, ng, n
56
André Luis de Souza Júnior, Luciano Silva Vidal, Paulo Victor Luiz Gomes da Costa Pereira
57
Capítulo V I
Introdução
De forma geral fósseis podem ser entendidos como restos
ou vestígios de organismos que de alguma forma foram pre-
servados. Os restos ou vestígios podem ser partes do corpo,
ossos petrificados e até mesmo rastros ou quaisquer outros
resquícios de atividades biológicas pretéritas (Souto et al.,
2017). Os fósseis são classificados, de acordo com seu tipo
de preservação, em restos quando a estrutura corpórea está
totalmente ou parcialmente preservada e em vestígios quando
há apenas um molde ou impressão de atividade biológica pre-
servada. Os vestígios, ou icnofósseis, são objetos de estudo da
icnologia (Souto et al., 2017). Este trabalho tem como objetivo
discorrer sobre o que são icnofósseis e suas classificações e
qual sua importância para a Paleontologia.
58
Raylon da Frota Lopes
59
Capítulo VI - Observações sobre icnofósseis: características e classificação
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Raylon da Frota Lopes
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Capítulo VI - Observações sobre icnofósseis: características e classificação
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Raylon da Frota Lopes
Considerações finais
Os icnofósseis muito contribuem com o conhecimento
dos registros paleontológicos, pois mostram padrões de loco-
moção e dieta dos organismos, além de evidenciar a morfolo-
gia dos espécimes. Contribuem também com o esclarecimento
de relações evolutivas e padrões de comportamento, que tal-
vez seja seu maior contributo (Carvalho et al., 2004; Souto et
al., 2017). Além destas aplicações, permitem interpretações
paleoambientais mais refinadas, como energia dos processos
sedimentares, condições de oxigenação do meio, condições de
oxi-redução, disponibilidade de nutrientes, taxas de sedimen-
tação, tendo, portanto, relevante papel na análise de fácies.
63
Capítulo VI - Observações sobre icnofósseis: características e classificação
Referências
Buatois, L.A.; Mángano, M.G.; Aceñolaza, F.G. 2002. Trazas Fósiles: Señales
De Comportamiento En El Registro Estratigráfico. Museo Paleontológico
Egidio Feruglio, Trelew, 382 P.
Carvalho, I.S.; Fernandes, A.C.S. 2000. Icnofósseis. In: Carvalho, I.S. Pale-
ontologia. Editora Interciência, Rio de Janeiro, 628p.
Carvalho, I.S. 2004. Paleontologia. 2 ed. Editora Interciênica. Rio de Janei-
ro. p. 143.
Dentzien-Dias, P. C.; Schultz, C. L. 2006. Icnofósseis De Vertebrados: Impor-
tância e Aplicações. In:Semana Acadêmica Dos Alunos De Pós-Graduação
Em Geociências. Porto Alegre. Resumos. Porto Alegre: Ufrgs, 2006. P. 39-42.
De Valais, S., Candeiro, C. R., Tavares, L. F., Alves, Y. M, Cruvinel. C. 2015.
Current situation of the ichnological locality of São Domingos from the
Corda Formation (Lower Cretaceous), northern Tocantins State, Brazil.
Journal of South American Earth Sciences, 61:142-146.
Fernandes, A.C.S.; Borghi, L.; Carvalho, I.S.; Abreu, C.J. 2002. Guia Dos Icno-
fósseis De Invertebrados Do Brasil. Rio De Janeiro, Editora Interciência, 260 P.
Ekdale, A. A; Bromley, R. G; Pemberton, S. G. 1984. Ichnology: The Use
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blicado na Internet em 07/10/1999 no endereço http://www.unb.br/ig/
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64
Capítulo V II
Introdução
Segundo Wilson (2006), os saurópodes foram dinossau-
ros herbívoros, quadrúpedes, com crânio pequeno e pescoço
comprido com 12 ou mais vértebras cervicais opistocélicas
(vértebra cujo corpo apresenta concavidade na face posterior).
Estes répteis alcançaram o gigantismo e têm sido considera-
dos os maiores animais terrestres que já existiram, algumas
estimativas sugerem que alcançaram comprimentos de 37m,
podendo ter pesado até 100 toneladas (Wilson, 2002; Curry
Rogers, 2005).
Alguns autores (e.g., Bonaparte, 1978; Powell, 1986; Bona-
parte & Coria, 1993; Wilson, 2002; Curry Rogers, 2005) têm
indicado que estes foram os herbívoros terrestres mais repre-
sentativos na maior parte do Jurássico até a sua extinção, no
final do Cretáceo (Fig.1).
Dentre os saurópodes, um grupo muito especializado e
diversificado de distribuição muito ampla no Gondwana, so-
bretudo na América do Sul, foram os Titanosauria (Fig.2) que
possuíam um papel importante nos ecossistemas do Cretáceo
como gigantescos herbívoros, uma zona adaptativa que, evi-
dentemente, só eles ocuparam durante a maior parte do perí-
odo (Powell, 2003).
Os primeiros titanossauros foram descobertos em 1828
sendo reportados por Falconer (1868) e descritos como Ti-
tanosaurus indicus Lydekker, 1877 baseado em duas vérte-
bras caudais e um fêmur isolado proveniente de rochas do
65
Capítulo VII - Os Titanosauria e um breve histórico da paleobiota cretácea dos estados
de Goiás e Mato Grosso, Brasil
66
Lívia Motta Gil
67
Capítulo VII - Os Titanosauria e um breve histórico da paleobiota cretácea dos estados
de Goiás e Mato Grosso, Brasil
68
Lívia Motta Gil
Mato Grosso
Os primeiros registros de tetrápodes do Cretáceo do Mato
Grosso são provenientes da região do Morro do Cambambe,
sudoeste do estado. Estes materiais foram encontrados no fi-
nal do século XIX e são representados por um casco de tar-
taruga e uma vértebra “reptiliana” que foram reportados por
Derby (1890) e Evans (1894).
Registros de dinossauros só foram identificados posterior-
mente por Leme em 1911 (Oliveira & Leonardos, 1943), mas
foi somente nas décadas de 1940 e 1950, com os esforços do
paleontólogo Llewellyn Ivor Price (Serviço Geológico e Mi-
neralógico do Brasil) e sua equipe, que grandes trabalhos de
campo foram realizados nas localidades do Morro do Cam-
bambe e da Fazenda Roncador, esta última hoje conhecida
como Vila de Jangada Roncador. Estes esforços geraram uma
grande quantidade materiais coletados e que atualmente se
encontram depositados no Museu de Ciências da Terra, Rio
de Janeiro.
Posteriormente, parte destes materiais (dentes, sete vér-
tebras caudais, fragmentos de costelas e tíbia e fíbula direita
incompletas), foram encontrados, identificados e descritos
como holótipo de Pycnonemosaurus nevesi Kellner & Campos
(2002). Bittencurt & Kellner (2002) descreram nove dentes
isolados da mesma região e atribuíram estes materiais a Abe-
lisauria indet. Franco-Rosas et al. (2004) descreveram cinco
69
Capítulo VII - Os Titanosauria e um breve histórico da paleobiota cretácea dos estados
de Goiás e Mato Grosso, Brasil
70
Lívia Motta Gil
Considerações
Os registros de dinossauros para os estados de Goiás e
Mato Grosso ainda são pouco representativos, em grande par-
te justificado pela falta de pesquisas e de profissionais atuantes
nesta porção do país. De tal forma, é notável a existência de
uma grande oportunidade de trabalho para a região central
do país, principalmente quando se avalia o potencial para
pesquisas paleontológicas, devido aos registros já formais ou
encontrados em estados adjacentes, além de extensas áreas
mapeadas com rochas das eras Paleozoica e Mesozoica. As-
sim, pesquisas e trabalhos de campo estão sendo realizadas
pelo Laboratório de Paleontologia e Evolução do Curso de
Geologia da Universidade Federal de Goiás, juntamente com
seus colaboradores, gerando materiais que ainda não foram
descritos de dinossauros herbívoros e carnívoros. De modo
que a preparação, descrição e possível identificação de novos
materiais provenientes de rochas do Grupo Bauru do sul do
estado de Goiás, e de materiais ainda não descritos da porção
sudeste do estado do Mato Grosso vão vir a contribuir signifi-
cativamente para o conhecimento dos registros, sistemática e
paleobiogeografia de dinossauros na América do Sul.
Referências
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saurio de la Formación Rio Lymai (Albiano - Cenomaniano) de la Provincia
71
Capítulo VII - Os Titanosauria e um breve histórico da paleobiota cretácea dos estados
de Goiás e Mato Grosso, Brasil
72
Lívia Motta Gil
73
Capítulo VII - Os Titanosauria e um breve histórico da paleobiota cretácea dos estados
de Goiás e Mato Grosso, Brasil
74
Capítulo V III
Introdução
Os dinossauros foram apresentados inicialmente por Ri-
chard Owen em 1841, que realizou a descrição de três animais
encontrados na Grã-Bretanha (OWEN, 1842 apud TROTTA,
2002). Os dinossauros saurópodes obtiveram maior sucesso
adaptativo durante o período Jurássico no Hemisfério Norte,
seus representantes apresentavam espécies que possuíam um
grande comprimento (alguns maiores que 30 metros) e pe-
savam estimadamente até 80 toneladas (TROTTA, 2002). No
Hemisfério Sul, os saurópodes prosperaram durante o Cre-
táceo, se estabelecendo no paleocontinente Gondwana até a
grande extinção que marcou o fim do Mesozoico.
Os saurópodes viviam de modo gregário em manadas,
ocupando o ambiente terrestre. Dodson (1990) aponta que
essa interpretação, se deu através do estudo de evidências
icnológicas. Tais evidências corroboram com a afirmação de
que os Saurópodes são ovíparos, uma vez que foram encontra-
dos ovos fossilizados em jazigos fossilíferos formados por res-
tos de saurópodes no Brasil (TROTTA, 2002). Os dinossauros
saurópodes era quadrúpedes, possuindo caudas e pescoços
longos e sua cabeça é pequena em relação ao tamanho corpo-
ral (Fig. 1). A sustentação corporal desses animais requereu
modificações morfológicas em sua anatomia: o sistema axial
adaptou-se de modo que os saurópodes desenvolveram uma
série de escavações e lâminas em suas vértebras cervicais e
dorsais, conferindo-as leveza e reforço ósseo. Cada gênero
apresenta uma morfologia vertebral própria, sendo utilizada
75
Capítulo VIII - Listagem taxonômica dos dinossauros saurópodes do Neocretáceo do Brasil
76
Tamires do Carmo Dias
Os saurópodes do Brasil
Os dinossauros saurópodes do Cretáceo do Brasil são
constituídos por Titanosauria. Faria, et al. (2015) apontam
que os Titanosauria foram relatados em sua maioria no Gru-
po Bauru (Bacia Paraná) reportados para os estados de Minas
Gerais e São Paulo. Com o avanço das pesquisas sobre sauró-
podes tem demostrado que sua distribuição não se restringiu
somente a região Sudeste do Brasil, mas que o grupo teve
ampla distribuição em estados como: Goiás, Mato Grosso, Ma-
ranhão e Paraíba. Na tabela 1, pode-se observar a listagem das
principais ocorrências do grupo no Brasil.
77
Capítulo VIII - Listagem taxonômica dos dinossauros saurópodes do Neocretáceo do Brasil
Tabela 1.
As principais ocorrências de saurópodes do Cretáceo do Brasil
Classificação Unidade Geológica,
Taxon/espécie Referência
Taxonômica idade
Formação
Adamantisaurus Adamantina, Santucci e
Titanosauria
mezzalirai Campaniano – Bertini, 2006.
Maastrichtiano
Aeolosaurini Aeolosaurini Formação Marília, Santucci e
indet. indet. Maastrichtiano Bertini (2001).
Aeolosaurini Aeolosaurini Formação Marília, Lopes e
indet. indet. Maastrichtiano Buchman (2008)
Formação
Santucci e
Aeolosaurus Titanosauria/ Adamantina,
Arruda-Campos,
maximus Aeolosaurini Campaniano -
2011
Maastrichtiano
Andesauridae Andesauridae Formação Alcântara, Medeiros e
indet. indet. Cenomaniano. Schultz (2002)
Antarctosaurus Formação
Arid e Vizotto
brasiliensis Adamantina,
Titanosauria (1971)
(Nomen nudum) Campaniano -
Maastrichtiano
Amazonsaurus Itapecuru Formation, Carvalho et al,
Diplodocoidea
maranhensis Aptian-Albian 2003.
Formação
Austroposeidon Adamantina, Bandeira et al,
Titanosauria
magnificus Campaniano- 2016.
Maastrichtiano
Formação Marília, Kellner et al,
Baurutitan britoi Titanosauria
Maastrichtiano 2005.
Formação
Brasilotitan Machado et al,
Titanosauria Adamantina,
nemophagus 2013.
Turonian-Santonian
Diplodocoidea Grupo Itapecuru, Castro et al.
Diplodocoidea
indet. Albiano. (2007)
Formação
Gondwanatitan Titanosauria/ Adamantina, Kellner e
faustoi Aeolosaurini Campaniano – Azevedo, 1999.
Maastrichtiano
Formação
Titanosauria/ Franco-Rosas et.
Gondwanatitan sp. Cambambe, Cretáceo
Aeolosaurini al. (2004).
Superior
Formação
Maxakalisaurus Titanosauria/ Kellner et al,
Adamantina,
topai Aeolosaurini 2006.
Campaniano.
78
Tamires do Carmo Dias
Considerações
Os saurópodes relatados no Brasil pertencem á um gru-
po diversificado, contendo representantes que vão desde di-
79
Capítulo VIII - Listagem taxonômica dos dinossauros saurópodes do Neocretáceo do Brasil
Referências
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80
Tamires do Carmo Dias
81
Capítulo VIII - Listagem taxonômica dos dinossauros saurópodes do Neocretáceo do Brasil
82
Tamires do Carmo Dias
83
Capítulo IX
Introdução
Para compreender como eram os movimentos em taxa ex-
tintos a morfologia comparada destes com taxa coronais é um
recurso amplamente utilizado (Carrano, 2005, Sellers et al 2013,
Christian e Dzemski 2007, Wedel 2003, Senders e Claus 2008).
Saurópodes são dinossauros de grande porte com ampla distri-
buição tendo representantes em todos os continentes (Huene
e Matley 1933, Le Loeuff 2005, Gomani 2005; Hocknull et al.
2009, Smith et al. 2011; Cerda et al. 2012). Apresentavam ana-
tomia impar com longos pescoço e cauda (Upchurt et al 2004).
No inicio do século XIX paleontólogos debruçaram-se sobre
estudos que tinham como objetivo compreender como eram
os hábitos desses gigantes (Curry-Rogers e Wilson, 2003). Os-
born (1898) sugeriu que os saurópodes fossem como as baleias,
por conta de aspectos presumidamente relacionados aos taxa
aquáticos, além de suas grandes proporções. O debate sobre os
hábitos locomotores dos saurópodes se estendeu por um século
e somente no século XX, devido ao avanço nas áreas da pale-
ontologia, os saurópodes começaram a ser caracterizados como
animais estritamente terrestres (Hatcher 1903; Riggs 1903).
84
Ramon Cavalcanti, Luciano Vidal
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Capítulo IX - Gigantismo nos saurópodes e suas implicações paleobiológicas e locomotoras
86
Ramon Cavalcanti, Luciano Vidal
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Capítulo IX - Gigantismo nos saurópodes e suas implicações paleobiológicas e locomotoras
Considerações
A adaptação para o quadrupedelismo é acompanhada por
mudanças significantes nos membros, do mesmo modo, es-
tão concomitantemente associadas ao aumento da proporção
e massa corporal. Os membros tornaram-se fortes e robustos
para sustentar o peso forçando aos saurópodes ao padrão gra-
viportal. O gigantismo em saurópodes traz à tona as questões
paleobiológicas como, por exemplo, atividades como alimen-
tação, estratégias de reprodução, defesa contra predadores
e diversas outras interações com o meio ambiente. O clado
Sauropoda abriga clados menores como os Diplodocidae, Ma-
cronarios basais e titanossauros que possuem características e
tamanhos distintos, para tanto, estudos generalizados apenas
nos dão uma noção de como estes deveriam se comportar.
Estudos futuros devem ser focados nas diferenças morfológi-
cas e funcionais dentro dos grupos do clado Sauropoda para
melhor compreensão de sua locomoção e evolução.
Referências
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88
Ramon Cavalcanti, Luciano Vidal
89
Capítulo X
Introdução
No início do Cretáceo Inferior a crosta terrestre foi sub-
metida à colossal fendilhamento, associado ao magmatismo
de proporções similares na história do Planeta. Com isto o
Megacontinente Gondwana se rompeu dando surgimento
ao Oceano Atlântico Sul, iniciando a nova fase da evolu-
ção das plataformas continentais. O vulcanismo que gerou
a Formação Serra Geral marcou o fim dos eventos de sedi-
mentação de forma generalizada na Bacia do Paraná, ocor-
rido antes do início da deriva dos continentes. Em algumas
centenas de milhares de quilômetros quadrados desta área
foi depositada uma sequência sedimentar essencialmente
arenítica, delimitada por duas discordâncias definidas por
superfícies erosivas de caráter continental: uma basal, pós
gondwânica, sobre a qual ocorre a Formação Adamantina e
outra nomeada Sul–Americana, acima da qual ocorre a For-
mação Marília, ambas pertencentes ao Grupo Bauru (FER-
NANDES & COIMBRA, 1996).
O Grupo Bauru (Bacia do Paraná) constitui uma sequên-
cia única formada por rochas siliciclásticas de origem conti-
nental com colaboração de rochas vulcânicas associadas local-
mente, sendo composto por quatro unidades litoestratigráfi-
cas da base para o topo: Caiuá, Santo Anastácio, Adamantina
90
Musa Maria Nogueira Gomes
91
Capítulo X - Estratigrafia dos afloramentos da Formação Adamantina e Marília
(Grupo Bauru, Cretáceo Superior) portadores de fósseis do município de Quirinópolis/GO
Metodologia
Área de estudo
O estudo foi realizado no município de Quirinópolis,
localizado no estado de Goiás, na região sul do estado, a
uma distancia de 285 km da capital do estado (Figura 1),
possui uma área de 3.787 km2 e uma população de 42.216
habitantes, segundo dados do censo de 2010 (IBGE, 2010).
Nessa região encontram-se rochas do Grupo Bauru, onde
afloram as formações Adamantina e Marília (Figura 2). Ain-
da pouco se conhece da geologia do Cretáceo Superior na
região de Quirinópolis.
92
Musa Maria Nogueira Gomes
Trabalho de campo
Com o objetivo de conhecer a estratigrafia do Grupo
Bauru, Formação Adamantina e Formação Marília, no muni-
cípio de Quirinópolis, foi realizado um trabalho de campo.
Durante as expedições de campo foi analisada a área de estu-
do, observando o substrato rochoso presente, identificando a
rocha, destacando sua coloração, granulometria e estruturas
sedimentares. Foi possível identificar e visualizar em alguns
locais o perfil estratigráfico, ou pelo menos parte dele. Nos
afloramentos foram feitas pesquisas de ocorrência de fósseis,
pois os locais são compostos de rochas propícias para a con-
servação dos mesmos.
Resultados
Estratigrafia local do Grupo Bauru
Como resultado dos trabalhos de campo e os estudos bi-
bliográficos realizados foi possível observar que no local de
estudo, o Morro da Antena no município de Quirinópolis,
93
Capítulo X - Estratigrafia dos afloramentos da Formação Adamantina e Marília
(Grupo Bauru, Cretáceo Superior) portadores de fósseis do município de Quirinópolis/GO
94
Musa Maria Nogueira Gomes
Coluna estratigráfica
De acordo com a análise estratigráfica realizada em cam-
po, foi possível observar em todo o afloramento as seguintes
camadas, descrevendo do topo para a base 1,6 m de ortocon-
glomerado polimitico, com o arcabouço composto de areni-
tos siltosos, lamitos e silexitos e matriz siltosa; 4 m de argilito
bege avermelhado apresentando empilhamento, gradacionan-
do para siltito arenoso; 2,4 m de arenito fino avermelhado; 3
m calcário maciço bege avermelhado, com cristais de calcita
bem desenvolvidos; 0,6 m de arenito fino a médio, polimítico
de matriz carbonática; 3 m de microconglomerado sustentado
por matriz carbonática. Apresentam fraturas e diques clásti-
cos de arenito, lentes métricas de calcário e siltito, indicando
um paleoambiente fluvial do tipo entrelaçado; 5 m de arenito
médio vermelho, apresentando leques métricos de calcário e
siltito; 6 m de paraconglomerado rosa avermelhado suporta-
do por matriz arenosa. Na base do pacote há um aumento
granulométrico dos seixos e diminuição da matriz; 4 m de
set’s com gradações de conglomerado (base) para o arenito
fino; 0,6 m de arenito fino à médio com ocorrências de estrati-
ficações cruzadas, indicando paleofluxo com direções SE; 2,8
m de ortoconglomerado polimítico, com arcabouço composto
por blocos decimétricos; 3,4 m de arenito médio avermelha-
do, com gradações para arenito grosso na base, com poucos
seixos; 2 m de microconglomerado de matriz carbonática; 2,2
m de arenito fino a médio; 0,8 m de ortoconglomerado poli-
mítico; 1 m de arenito fino; e finalizando com uma camada
95
Capítulo X - Estratigrafia dos afloramentos da Formação Adamantina e Marília
(Grupo Bauru, Cretáceo Superior) portadores de fósseis do município de Quirinópolis/GO
96
Musa Maria Nogueira Gomes
Ocorrências fossilíferas
As unidades do Grupo Bauru (níveis conglomeráticos da
Formação Adamantina, de importância econômica e paleonto-
lógica) no município de Quirinópolis foram pouco estudadas,
consequentemente possuem fracos dados paleontológicos. Res-
tos de dinossauros e outros fósseis têm sido encontrados em
rochas do Cretáceo Superior do Grupo Bauru (92 a 65 milhões
de anos) na região do sul de Goiás, (SIMBRAS et al. 2013), que
em conjunto com áreas fossilíferas do oeste paulista e Triângu-
lo Mineiro ( FERNANDES, 1998) se constituem de relevantes
registros do Cretáceo do Brasil Central. Os níveis portadores
de fósseis da Formação Marília do município de Quirinópolis
apresentam boas exposições, no entanto, até o momento, ain-
da não foram descritos em detalhes. Desse modo, a realização
pela primeira vez destes estudos anteriormente mencionados,
contribuiria para um melhor conhecimento da estratigrafia das
rochas do Cretáceo Superior da região de Quirinópolis.
Durante as expedições para o presente trabalho, foram en-
contrados alguns fragmentos de fósseis, ainda não identificados,
entre eles ocorrências de icnofósseis, como bioturbações e ossos
pequenos. E outro fragmento foi encontrado no local durante
outro trabalho de campo realizado pela a equipe de trabalho do
Laboratório de Paleontologia e Evolução, este material refere-se
a um fragmento de uma possível costela de dinossauro com apro-
ximadamente 10 cm de comprimento, no qual serão submetidos
a análises histológicas para um melhor e mais detalhado diagnós-
tico. Esses matérias foram encontrados em níveis de arenito fino
a médio à níveis microconglomeráticos a conglomeráticos.
Conclusão
Com os resultados obtidos a partir da realização deste tra-
balho, foi possível determinar que no ponto descrito e detalha-
do na região de Quirinópolis, sendo ele o Morro da Antena,
aflora apenas Formação Marília, apesar da região englobar aflo-
97
Capítulo X - Estratigrafia dos afloramentos da Formação Adamantina e Marília
(Grupo Bauru, Cretáceo Superior) portadores de fósseis do município de Quirinópolis/GO
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98
Capítulo XI
Introdução
O estado de Goiás tem uma grande riqueza natural do
ponto de vista da Geodiversidade no que se refere ao seu pa-
trimônio fossilífero. Conhecer este patrimônio e resguardá-lo
é importante para a sua preservação, de igual importância é
a organização e manutenção de coleções científicas, uma vez
que, a partir delas é possível construir o entendimento cientí-
fico desta riqueza derivada de processos naturais.
As coleções científicas são consideradas de grande impor-
tância para a Paleontologia, pois é a mais significativa forma
de registro e guarda de espécimes fósseis de interesse acadê-
mico. Enquanto patrimônio científico, esses acervos fornecem
aos pesquisadores os meios necessários para o crescimento e
legitimação do seu próprio campo de conhecimento, a Paleon-
tologia. Isto possibilita o acesso de pesquisadores a importan-
tes materiais do patrimônio geológico, através das descrições
são gerados resultados de investigação, além da produção e
divulgação do conhecimento científico (Cristin & Perrilliat,
2011; Pinto et al., 2011). Os fósseis e as informações que eles
carregam consigo são elementos valiosos de produção para o
campo, propiciando assim a extensão do conhecimento.
Os acervos paleontológicos estão geralmente localizados
em coleções de universidades e museus, dentre os quais desta-
cam-se no Brasil o Museu Nacional da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Museu dos Dinossauros de Uberaba, localizado
99
Capítulo XI - Curadoria e Catalogação de restos de Vertebrados do Neocretáceo da Formação Marília
(Grupo Bauru) do município de Rio Verde
Materiais e Métodos
Este estudo foi realizado se baseando nas respectivas fi-
chas informativas do acervo fóssil, bem como por meio das
bibliografias existentes no Laboratório de Paleontologia e
Evolução (Curso de Geologia, Campus Aparecida de Goiânia,
Universidade Federal de Goiás). A metodologia para a organi-
zação taxonômica deste artigo segue as orientações contidas
no Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (Ride,
2003). Todos os fósseis estão sendo catalogados e devidamen-
te numerados com acrônicos específicos. Ademais, já se en-
contram cadastrados em um livro próprio com as seguintes
informações: número da coleção; identificação do material;
proveniência; unidade geológica/idade; coletor e observação.
Após a análise dos fósseis e suas respetivas descrições e
classificações nas fichas descritivas citadas acima, o acervo
permanece guardado em armários dispostos segundo seus es-
tratos taxonômicos.
100
Mozer Nogueira Gomes
Resultados e Discussões
A coleção de Paleontologia do Laboratório de Paleonto-
logia e Evolução/Curso de Geologia/UFG possui um acervo
de fósseis de vertebrados provenientes de rochas do Cretáceo
Superior do Grupo Bauru (Bacia do Paraná) estimado de
13 vertebrados indeterminados, dois crocodilyformes e três
restos de dinossauros herbívoros saurópodes, totalizando 18
espécimes. Estes fósseis são provenientes exclusivamente de
jazigos fossilíferos do Grupo Bauru. Todos os espécimes da
coleção foram coletados em trabalhos de campo do Labpaleo-
evo/UFG nos anos de 2015 a 2018 em Rio Verde.
Os fósseis indeterminados são os mais numerosos (72%).
A primeira separação no Labpaleoevo identificou inúmeros
fragmentos que foram colados aos maiores com cola “super
bonder” (Quad. 1, Fig. 1). A proveniência destes materiais é
exclusivamente da Pedreira RioCal de rochas constituídas por
arenitos calcários. Entre os espécimes predominam materiais
de pequenas proporções que variam de 30mm a 256mm (es-
tão em melhor estado de preservação) – sobre estes foram
aplicados a resina de proteção paralóide. Em menor quantida-
de considerando o estado de preservação os répteis fragmen-
tários apresentam fraturas ocasionadas por má acondiciona-
mento. Os répteis em menor número de espécies são os mais
diagnósticos que foram identificados como pertencentes a
Crocodyliformes e dinossauros Saurópodes. Estes são os mais
importantes registros para a região, foram descritos por Can-
deiro et al. (2018) e estão na coleção agora devidamente acon-
dicionados. Segundo estes autores, o sul de Goiás apresenta
potencial que o credencia a uma promissora área de explora-
ção paleontológica do Grupo Bauru no Brasil Central.
101
Capítulo XI - Curadoria e Catalogação de restos de Vertebrados do Neocretáceo da Formação Marília
(Grupo Bauru) do município de Rio Verde
Quadro 2.
Levantamento e identificação do acervo do Labpaleoevo.
Quan-
Taxa Proveniência Estratigrafia Idade
tidade
Rio Verde Grupo Bauru,
Cretáceo
Vertebrata 13 (Pedreira Bacia do
Superior
RioCal) Paraná
Rio Verde Grupo Bauru,
Cretáceo
Crocodyliformes 2 (Pedreira Bacia do
Superior
RioCal) Paraná
Rio Verde Grupo Bauru,
Cretáceo
Sauropoda 3 (Pedreira Bacia do
Superior
RioCal) Paraná
102
Mozer Nogueira Gomes
Curadoria
Todos os fósseis foram catalogados, devidamente nume-
rados e registrados em um livro próprio com as seguintes in-
formações: número da coleção, identificação do material, pro-
veniência, unidade geológica/idade, coletor e observações.
Fichas informativas para cada fóssil foram confeccionadas e
preenchidas com as mesmas informações. A coleção do Labo-
ratório de Paleontologia e Evolução (Labpaleoevo) visa acres-
centar novos dados à Paleontologia brasileira. A criação do
Labpaleoevo na Universidade Federal de Goiás permite a ex-
pansão da pesquisa paleontológica no Estado de Goiás, além
de dar suporte às disciplinas do curso de Geologia.
Para a formalização da Coleção de Paleontologia do La-
bpaleoevo criou-se o registro dos espécimes a partir de acrô-
mios que seguem o padrão: (1) nível taxonômico segundo as
categorias de Lineu, onde cada ordem, ou nível taxonômico
superior, é indicado por uma letra. Cada fóssil triado e cata-
logado foi tombado sob o seguinte padrão: Labpaleoevo/A
– 0000, onde: Labpaleoevo: acrônimo do Laboratório de
Paleontologia e Evolução. A: letra variável que representa a
identificação taxonômica da peça (Quad. 2) 0000: numeração
com quatro dígitos que segue a partir de 0001 para cada nível
taxonômico.
Quadro 2.
Informação da Coleção de Paleontologia do
Laboratório de Paleontologia e Evolução/UFG.
Legenda Taxonomia – Latim Taxonomia – Português
Labpaleoevo/P Plantae Plantas
Labpaleoevo/In Invertebrae Invertebrados
Labpaleoevo/Vr Vertebratae Vertebrados
Labpaleoevo/Ic Ichnos Icnofósseis
103
Capítulo XI - Curadoria e Catalogação de restos de Vertebrados do Neocretáceo da Formação Marília
(Grupo Bauru) do município de Rio Verde
Considerações
A Universidade Federal de Goiás é pioneira no Curso de
Geologia no estado. Nesta perspectiva, o Laboratório de Pa-
leontologia e Evolução objetiva ser um norteador ao envol-
ver informações e pesquisas acerca dos acervos fossilíferos da
região. Os exemplares que aqui passaram pelo processo de
curadoria, provêm exclusivamente de rochas carbonáticas do
Grupo Bauru do município de Rio Verde, sul do estado de
Goiás. Um total 18 espécimes fósseis foram incorporados à
coleção do Labpaleoevo no ano de 2017-2018, materiais estes
que têm sido registrados em livro Tombo, se ressalta ainda
que a coleção está em processo de catalogação e serão organi-
zados segundo as normas curatoriais já descritas.
Porém, apesar de incipiente, os exemplares já são de gran-
de importância para a Paleontologia do Brasil Central devido
a sua composição e registro disponibilizado à toda comunida-
de científica. O Labpaleoevo visa consolidar a implantação de
um núcleo de pesquisa nesta importante área das geociências,
produzindo conhecimento através de um patrimônio Paleon-
tológico da própria região.
Referências
CANDEIRO, C. R. A.; BRUSATTE, S. L. ; SIMBRAS, F. M. ; DOS-SANTOS-
-PEREIRA, C. ; SOUZA-JUNIOR, A. L. ; CAVALCANTI, R. ; CARELLI, D. ;
RESENDE, I. L. M. ; NOGUEIRA-GOMES, M. M. ; SOUZA, J. B. F. ; GIL, L.
M. ; ROSSI, R. ; HANNIBAL, W. ; COSTA, R. R. ; OLIVEIRA, G. . New re-
ports of Late Cretaceous reptiles from the Bauru Group of southern Goiás
State, Brazil. JOURNAL OF SOUTH AMERICAN EARTH SCIENCES, v.
85, p. 229-235, 2018.
CARVALHO, I. S. Curadoria Paleontológica. In: Carvalho I. S. (Org.). Pale-
ontologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2010. p. 397-394.
CRISTÍN, A.; PERRILLIAT, M. C. Las colecciones científicas y la protec-
ción del patrimonio paleontológico, Boletín de la Sociedad Geológica Me-
xicana, p.63 (3), 2011.
PÁSSARO, E.M.; HESSEL, M.H.; NETO, J.A.N. Principais acervos de Pale-
ontologia do Brasil. Anuário do Instituto de Geociências (UFRJ. Impresso),
v. 37_2, p. 48-59, 2014.
104
Mozer Nogueira Gomes
105
Capítulo XII
O Museu Antropológico da
Universidade Federal de Goiás:
um importante campo de atividades
de Paleontologia no estado de Goiás
Adelino Adilson de Carvalho, Camila Azevedo de Moraes Wichers
Introdução
O Museu Antropológico da UFG (MA/UFG)
O Museu Antropológico (MA) atualmente é um órgão
suplementar da Universidade Federal de Goiás (UFG). É um
museu universitário importante para a Antropologia no Brasil
Central e Brasileira. Este tem o seu nascimento proveniente
do idealismo e da persistência de professores do então Depar-
tamento de Antropologia e Sociologia do antigo Instituto de
Ciências Humanas e Letras da UFG, tendo o MA sido funda-
do em 1969 e inaugurado em 1970.
Para a profa. Dra. Nei Clara de Lima, diretora do MA do
período de 2006 a 2013, o museu foi “idealizado no contex-
to da modernização da região Centro-Oeste, decorrente do
empreendimento de interiorização do país e, comprometido
com o ideário de modernidade” (LIMA, 2016, p.135). E ainda
sobre a criação do MA/UFG, a mesma autora aponta que,
106
Adelino Adilson de Carvalho, Camila Azevedo de Moraes Wichers
107
Capítulo XII - O Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás: um importante campo
de atividades de Paleontologia no estado de Goiás
108
Adelino Adilson de Carvalho, Camila Azevedo de Moraes Wichers
109
Capítulo XII - O Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás: um importante campo
de atividades de Paleontologia no estado de Goiás
110
Adelino Adilson de Carvalho, Camila Azevedo de Moraes Wichers
111
Capítulo XII - O Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás: um importante campo
de atividades de Paleontologia no estado de Goiás
Referências
ARAÚJO, G.O. Com quantos paus se faz uma boneca? “Entalhes” de uma
etnografia da boneca de madeira Karajá. 2016. 140f. Dissertação (Mestra-
do em Antropologia Social) – Programa de Pós-Graduação em Antropolo-
gia Social, Universidade Federal de Goiás.
LIMA, N.C. Pensando retóricas expositivas no Museu Antropológico da
UFG. In: LIMA FILHO, MF.; ABREU, R.; ATHIAS, R. (Org.). Museus e
atores sociais: perspectivasantropológicas. 1a.ed. Recife: Editora da UFPE,
2016, v., p. 135-14.
MUSEU ANTROPOLÓGICO, https://museu.ufg.br/p/1333-historia -
Acesso em 14 de abril de 2019 – às 22:04h.
VASCONCELLOS, C. M. Museus Antropológicos e Universitários: por um
novo diálogo junto ao público. In: VASCONCELLOS, C.M.; CURY, M.X.;
ORTIZ, J. (Org.). Questões indígenas e Museus: debates e possibilidades.
1ed.São Paulo e Brodowski: SEC; ACAM Portinari e MAE-USP, 2012, v., p.
129-136.
112
Capítulo XIII
Introdução
O presente capítulo tem como intuito caracterizar e ana-
lisar a trajetória e o trabalho da paleontóloga norte-america-
na Carlotta Joaquina Maury (1874-1938) no Brasil, relaciona-
do principalmente aos estudos de vertebrados. A paleontó-
loga norte-americana (fig. 1) filha mais nova do Reverendo
Mytton Maury (1839-1919) e Virginia Draper (1839-1885), os
quais tinham uma grande apreciação e conhecimento sobre
o mundo natural. Carlotta e seus irmãos, Antonia Caetana
de Paiva Pereira (1866-1952) e John William (1871-1931),
eram levados pelos seus pais para passeios pela natureza
diariamente nas redondezas
de sua casa, onde eles podiam
coletar espécimes da fauna,
flora, rochas e fósseis, para
serem examinados ao micros-
cópio após o passeio. Com a
influência de seus pais Maury
dedicou a maior parte de sua
vida em estudos de fósseis in-
113
Capítulo XIII - Princesa dos fósseis do Brasil: Carlotta Joaquina Maury (1874-1938)
e as suas contribuições para a Paleontologia de vertebrados
114
Bianca Gabrielly de Almeida Alves, Drielli Peyerl
115
Capítulo XIII - Princesa dos fósseis do Brasil: Carlotta Joaquina Maury (1874-1938)
e as suas contribuições para a Paleontologia de vertebrados
Referências
Arnold, L. B. 2009. The Education and career of Carlotta J. Maury: Part 1.
Earth Sciences History.
Arnold, L. B. 2010. The Education and career of Carlotta J. Maury: Part 2.
Earth Sciences History.
116
Bianca Gabrielly de Almeida Alves, Drielli Peyerl
117
Capítulo XI V
Introdução
No ano de 2018 o Laboratório de Paleontologia e Evolu-
ção (Labpaleoevo) da Universidade Federal de Goiás (UFG),
Campus Aparecida de Goiânia; recebeu alguns espécimes pro-
venientes de trabalhos de campo do município de Quirino-
polis, sul do estado de Goiás. Destas atividades foram recu-
perados restos de vertebrados fragmentários das formações
Admantina e Marilia (Grupo Bauru), os quais se encontravam
sem catalogação e cuidados curadoriais. O objetivo deste capí-
tulo de livro é apresentar o processo de incorporação de parte
destes fósseis.
118
Fernanda Barbosa da Silva
Materiais e métodos
Os materiais estudados neste trabalho são constituídos
por vertebrados fósseis fragmentários.
A metodologia utilizada foi: (1) levantamento bibliográfi-
co; (2) curadoria paleontológica, através da limpeza, organi-
zação dos materiais nos armários (figura 1) do laboratório de
paleontologia e evolução.
Resultados preliminares
Curadoria
Está sendo realizada a catalogação, numeração e registro
com as seguintes informações dos espécimes: (1) identificação
do material; (2) proveniência/geologia; (3) idade; (4) coletor;
e (5) observação (fig. 2).
119
Capítulo XIV - Catalogação de restos de vertebrados do Neocretáceo das Formações Adamantina e Marília
(Grupo Bauru) do município de Quirinópolis
120
Fernanda Barbosa da Silva
Conclusão
A curadoria é essencial para a preservação dos fosseis em
bom estado, fazendo com que eles sofram menos danos com
a ação do intemperismo, e assim dure mais tempo, contribuin-
do para o estudo e aprendizagem do passado geológico. A
utilização das técnicas de curadoria tem auxiliado na orga-
nização e incorporação de materiais recentemente incorpor-
tados ao Laboratório de Paleontologia e Evolução/Curso de
Geologia/UFG.
Agradecimentos
Agradeço a bolsa de Iniciação Científica Ensino Médio
condida pelo CNPq para o período de 2018-2019 e todas e to-
dos que colaboraram com este trabalho. A minha família pelo
apoio sempre presente.
Referências
CARVALHO, Ismar de Souza. Curadoria paleontológica. Rio de Janeiro:
Interciencia, 2010.
DIAS-BRITO, D.; MUSACCHIO, E A ; CASTRO, J C ; MARANHAO,
M.S.A.S. ; SUAREZ, J M ; RODRIGUES, René . Grupo Bauru: uma unidade
continental do Cretáceo no Brasil - concepções baseadas em dados micro-
paleontológicos, isotópicos e estratigráficos. Revue de Paléobiologie, v. 20,
p. 245-304-304, 2001.
FERNANDES, L.A.; COIMBRA, A.M. A Bacia Bauru (Cretáceo Superior, Bra-
sil). Anais da Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, v.8, n. 2, p.
195 – 205, 1996.
SIMBRAS, F. M. ; SOUZA, L. C. A. ; MACHADO, R. ; ALVES, M. C. ; MU-
NIZ, F. ; RESENDE, I. L. M.; LOPES, W. H. ; SANTOS, J. C. V. ; SARGES, R.
R. . BONES OUT OF THE CERRADO: NEW DINOSAUR EXPLORATO-
RY FRONTIER IN GOIÁS STATE. In: 1st Brazilian Dinosaur Symposium,
2013, Ituiutaba. Paleontologia em Destaque (Rio de Janeiro). Ituiutaba: Uni-
versidade Federal de Uberlândia, 2013. v. 1. p. 75-75
121
Capítulo XV
Introdução
O sul do estado de Goiás possui um importante registro
de fósseis do Cretáceo Superior do Grupo Bauru do Centro-
-Oeste brasileiro. Estes taxa são conhecidos, principalmente,
a partir de restos materiais de plantas, invertebrados, icnofós-
seis e vertebrados. Este material se constitui de oito espécimes
de taxa válidos do grupo Bauru que provém das formações
Adamantina (Turoniano-Santoniano) e Marília (Maastrichtia-
no) que afloram nos municípios de Itajá, Quirinópolis, Para-
núna e Rio Verde.
Todos os taxa de plantas e vertebrados ocorrentes no
sul do estado de Goiás foram apresentados e discutidos em
capítulos anteriores deste livro. Esta flora e fauna são im-
portantes do ponto de vista paleobiogegráfico e é compre-
endida as vezes de forma isolada. Poucos são os trabalhos
realizados que sintetizem esta temática da região. Aqui re-
alizamos e apresentamos esta listagem que irá auxiliar aos
pesquisadores na compreensão da totalidade florística e
faunística desta importante região.
A pesquisa tem como objetivo apresenta uma lista taxa-
nômica dos fósseis de plantas, invertebrados e vertebrados
das formações Adamantina e Marília do sul do estado de
Goiás.
122
Glayce Queiroz, Nathalia Melo
Listagem taxonômica
Os fósseis provenientes da Formação Marilía são os mais
numerosos em quantidade de espécimes, contabilizando cinco
taxa. Esta listagem taxonômica pode ser alterada, aumentan-
do ou diminuindo o registro desta paleobiota.
A partir de tais dados, pode se concluir que a região do Sul
de Goiás passou a ser uma das regiões com grande potencial
fossilífero do Brasil Central, sendo os fósseis encontrados nessa
região utilizados para a elaboração dos mais diversos trabalhos
científicos e auxiliam nas interpretações paleoambientais, pa-
leoecológicas e paleoclimáticas do Cretáceo brasileiro.
Formação Adamantina
Vertebrata:
Vertebrata indet.
Tetrapoda indet .
“Reptilia”
Crocodylia:
Crocodylomorpha
Crocodyliformes indet.
Crocodylomorpha
Dinossauria:
Theropoda indet.
Formação Marilia
Plantae:
Plantae indet
Invertebrata
Icnofossil
Vertebrata:
Vertebrata indet.
Thetrapoda indet
123
Capítulo XV - Paleobiota do Grupo Bauru (Bacia do Paraná) do sul do estado de Goiás:
listagem taxonômica preliminar
Testudinata:
Podocnemidoidae
Crocodylomorpha:
Crocodyloliformes,ef. Notosuchia
Dinosauria:
Sauropoda:
?Titonosauriformes
Referências
Basilici, G. & Dal’ Bo, P.F.F. 2010. Anatomy and controlling factors of a
Late Cretaceous aeolian sand sheet: the Marília and the Adamantina for-
mations,NW Bauru Basin, Brazil. Sedimentary Geology, v. 226, p. 71-93.
CANDEIRO, C. R. A. ; MARTINS, D. C. ; CARVALHO, A. A. ; SIMBRAS,
F. M. ; SANTORO, A. C. M. ; BARRETO, R. F. B. N. ; MOREIRA, S. A. G. ;
PEYERL, D. ; SANTOS, D. C. B. ; VIDAL, L. S. ; PEREIRA, C. S. ; SOUZA,
A. L. ; LIMA, H. F. ; CAVALCANTI, R. ; GOMES, M. M. N. ; MELO, N. T. P.
; MONTEIRO, E. B. ; SOUZA, F. I. ; OLIVEIRA, J. F. ; AGUIAR-SOARES,
M. V. ; DIAS, T. C. ; Souza, J. B. F. ; BAMPI, H. . Exposição ?Dinossauros
do Brasil Central?, um primeiro olhar sobre os dinossauros dos estados
de Goiás e Mato Grosso. In: X Simposio Brasileiro de Paleontologia de
Vertebrados, 2016, Rio de Janeiro. Simpósio Brasileiro de Paleontologia de
Vertebrados (10. : 2016: Rio de Janeiro, RJ) Boletim de Resumos / Paleon-
tologia em Destaque: Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Pale-
ontologia.. Rio de Janeiro: Universidade Federal de Goiás, Museu Nacional,
2016. v. 1. p. 01-230.
CANDEIRO, C. R. A.; GOMES, S. (Org.) . Tetrápodes do Cretáceo do Pon-
tal do Triângulo Mineiro e Sul de Goiás: Atividades e Reuniões 2009-
2010. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2011. v. 1. 128p .
FERREIRA, J. B. S.; CAVALCANTI, R. ; PEREIRA, C. S. ; CARELLI, D. ;
SOUZA, A. L. ; SIMBRAS, F. M. ; BRUSATTE, S. L. ; CANDEIRO, C. R. A.
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Fulfaro, V.J., Perinotto, J.A.J.; Barcellos, J.H. 1994. A margem goiana do
Grupo Bauru: implicações na litoestratigrafia e paleogeografia. In: SIM-
PÓSIO SOBRE O CRETÁCEO DO BRASIL, 3, 1994, Rio Claro, Boletim...
Rio Claro, 1994, p. 81-84.
GOMES, M. M. N.. Estratigrafia dos afloramentos da Formação Marília
(Grupo Bauru, Cretáceo Superior) portadores de fósseis do município
de Quirinópolis/GO. In: II Seminário do Laboratório de Paleontologia e
Evolução/UFG, 2017, Goiânia. Boletim de Resumos do II Seminário do
Laboratório de Paleontologia e Evolução/UFG, 2017.
SOUZA, A. L.; SOARES, D. D. M. ; OLIVEIRA, J. F. ; SILVA, L. F. . Dis-
124
Glayce Queiroz, Nathalia Melo
125
Capítulo XV I
Introdução
Desde o século passado, o município de Uberaba vem sen-
do um grande alvo de pesquisas quando se trata de Paleonto-
logia, pois o local é um dos maiores e mais importante sítio pa-
leontológico do Brasil, tendo registros fósseis datado do final
do Cretáceo (RIBEIRO & CARVALHO, 2007). As primeiras
descobertas tiveram início em 1945, a partir da construção
do trecho rodoviário próximo à estação de Mangabeira, loca-
lizada na Serra da Galga. Até o ano de 1974 o paleontólogo
Llewellyn Ivor Price do Departamento Nacional de Produção
Mineral, conduziu os trabalhos em torno de Peirópolis. Dessa
forma, em 1992 ocorreu a implantação do Museu dos Dinos-
sauros, com a proposta de promover vínculo entre os materiais
e a população local, promovendo também, um conhecimento
didático acerca dos materiais encontrados. Assim com a mes-
ma proposta didática o PROTEU é um dos projetos oferecido
pelo CPPLIP, ele está em vigência em sua 18ª edição atenden-
do estudantes de várias universidades do país (RIBEIRO et al.,
2011). Teve atividades como: participação em diversos pon-
tos de escavação, preparação de fósseis, conhecimento sobre
a técnica Screen washing e discussão com base na bibliografia
oferecida (RIBEIRO, 214). Portanto, ao longo da experiência
no programa foi possível conhecer e agregar um significativo
conhecimento tanto na área da paleontologia quanto na área
da geologia.
126
Stephany Lopes de França Ferreira
127
Capítulo XVI - Relato de experiência de alunos no Programa de Treinamento de Estudantes
Universitários, Peirópolis, Uberaba, MG
128
Stephany Lopes de França Ferreira
129
Capítulo XVI - Relato de experiência de alunos no Programa de Treinamento de Estudantes
Universitários, Peirópolis, Uberaba, MG
130
Stephany Lopes de França Ferreira
Preparação de fósseis
Todos os fosseis que foram usados para a preparação den-
tro do laboratório de Paleontologia no museu dos dinossau-
ros, são provenientes do Ponto 1 de Price, para a preparação
foram usados alguns materiais como: Martelo, lupa e pinça.
131
Capítulo XVI - Relato de experiência de alunos no Programa de Treinamento de Estudantes
Universitários, Peirópolis, Uberaba, MG
Figura 7. Coleta de Material para a técnica Screen Wash (Foto: França, 2019).
132
Stephany Lopes de França Ferreira
Tabela 1.
Atividades Realizadas (França, 2019).
ATIVIDADES REALIZADAS
SEGUNDA - FEIRA Manhã 09:00 – Aula sobre o CCCP/Visita a
coleção Cientifica
Tarde 13:00 – Distribuição dos Materiais de
divulgação do museu/Capitulo do
Livro Sítios Geológicos
TERÇA-FEIRA Manhã 08:00 – Geologia Regional – saída á
cachoeira de Ponte Alta
133
Capítulo XVI - Relato de experiência de alunos no Programa de Treinamento de Estudantes
Universitários, Peirópolis, Uberaba, MG
Considerações Finais
Portanto, além de proporcionar contato com varias téc-
nicas e aulas de campo, a experiência também proporcionou
um conhecimento a cerca de local, entendendo todo o pro-
cesso de interação entre a população e o museu, promovendo
uma interação entre os estudantes de varias universidades do
Brasil que participaram do curso, estabelecendo uma impor-
tante troca de experiências e de projetos.
Referencias
HIBBARD, Claude W. Techniques of collecting microvertebrate fossils.
1949.
MCKENNA, Malcolm C. Collecting small fossils by washing and screening.
Curator, 1962, 5.3: 221-235
RIBEIRO, Luiz CB, Ismar S. Carvalho. Sítio Peirópolis e Serra da Galga,
Uberaba, MG–Terra dos dinossauros do Brasil. Sítios Geológicos e Paleon-
tológicos do Brasil 1 (2007): 389-402.
RIBEIRO, L.C.B. Geoparque Uberaba–Terra dos Dinossauros do Brasil.
Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2014.
SCHOBBENHAUS, Carlos; DA SILVA, Cassio Roberto. Geoparques do
Brasil. Serviço Geológico do Brasil-CPRM: Brasília, Brazil, 2012, 1.
134
Capítulo XV II
Introdução
O aumento da ocupação de áreas pelas atividades antró-
picas desencadeia problemas principalmente em áreas de
topografia acidentada, como ocorre no município de Ouro
Preto, que ainda são agravados pelo desmatamento, chuvas
constantes e ocupação desordenada das encostas. Diante dis-
so, a Empresa Júnior do curso de Engenharia Geológica, Geo-
consultoria Júnior, com o apoio da Pró Reitoria de Extensão,
do Serviço Geológico do Brasil e da Defesa Civil de Ouro Pre-
to, desenvolveu dois projetos que tratam concomitantemente
do mesmo problema de formas diferentes, e possuem como
objetivo contribuir para uma gestão de risco mais efetiva na
cidade.
135
Capítulo XVII - Projetos de Educação e percepção em áreas de Risco da Geoconsultoria Jr, empresa
Júnior do curso de Engenharia Geológica da Universidade Federal de Ouro Preto
Metodologia
O primeiro deles é o chamado Projeto de Percepção de
Risco Geológico dos Moradores de Ouro Preto, que se trata
do levantamento estatístico de dados baseado nas respostas
dos moradores de bairros com potencial risco de deslizamen-
to, de um formulário de pesquisa desenvolvido pela empresa
utilizando como base em Dissertação de Mestrado em Geotec-
nia (FONTES, 2011).
A partir disso é possível mensurar o nível de percepção da
população quanto ao risco de acordo com a faixa etária, esco-
laridade e demais aspectos sociais, e levar informações sobre
a necessidade de alguma medida remediadora nas áreas mais
suscetíveis a movimentos de massa e outros desastres. Com os
dados gerados é possível mapear e priorizar os bairros mais
carentes de informação para a intervenção do Projeto PEGAR
– Programa Educacional de Geologia em Áreas de Risco e dos
demais órgãos responsáveis, como a Defesa Civil.
136
Camila dos Santos Pereira, Edgar Batista de Medeiros Júnior, Alice Santos, Ana Paula Félix, Arthur
Palhares, Gustavo Camargos, João Henrique Guidete, Julia Nunes, Nayara Carolinne, Matheus Felipe
Lopes, Philippe Resende, Vinicius Bardi, Alessandra Pessoa, Beatriz Rodrigues, Camila Broeto Milli,
Mariana Pimenta, Mariana Serrano Guimarães, Raphael Perpetuo Soares e Wanessa dos Santos Neves
Resultados e Discussões
Os bairros estudados foram São Cristóvão, Morro Santa-
na, Piedade, Antônio Dias, Taquaral, foram consultados cerca
de 40 residentes, e os dados mostram que 62,2% dos consul-
tados acreditam que suas construções não se encontram em
local de risco, e que estes acreditam que eventos como escor-
regamento do solo, alagamentos, são de responsabilidade dos
períodos de fortes chuvas. Em contrapartida não acreditam
que o desmatamento possa ser agente causador dos riscos e
poucos apontam a localização de suas construções em áreas
de risco como um possível fator de risco. Apesar de 91,7%
relatarem o conhecimento de casos de deslizamento com víti-
mas e óbitos em seu bairro de residência, apenas 41,7% con-
sideram as chances de um novo evento como alta ou muito
alta. Além disso, apenas 13,9% acreditam que o lançamento
de esgoto diretamente no terreno é de ínfimo perigo e 34,3%
acredita que bananeiras não causam problemas na estrutura
do solo.
Como resposta a estes dados coletados, e à visível desin-
formação da população com relação aos riscos em que estão
expostos quase que diariamente a condições de risco eminen-
tes, responsabilizando a natureza somente, e não suas pró-
prias intervenções nos terrenos, como por exemplo a retirada
da vegetação natural.
A fim de diminuir estas porcentagens e devolver à socieda-
de a oportunidade de acesso ao conhecimento que temos den-
tro da academia, foi desenvolvido o Projeto PEGAR – Progra-
ma Educacional de Geologia em Áreas de Risco, uma resposta
criativa, com público alvo as pessoas que mais levam informa-
ções de conscientização para dentro de seus lares, as crianças.
Este projeto tem o intuito de levar conhecimento geológico à
população de Ouro Preto, principalmente àquela que habita
comunidades consideradas áreas de risco geológico, orientan-
do como evitar ocupações que corram este perigo e como
identificar sinais e lidar com casos de emergência.
137
Capítulo XVII - Projetos de Educação e percepção em áreas de Risco da Geoconsultoria Jr, empresa
Júnior do curso de Engenharia Geológica da Universidade Federal de Ouro Preto
138
Camila dos Santos Pereira, Edgar Batista de Medeiros Júnior, Alice Santos, Ana Paula Félix, Arthur
Palhares, Gustavo Camargos, João Henrique Guidete, Julia Nunes, Nayara Carolinne, Matheus Felipe
Lopes, Philippe Resende, Vinicius Bardi, Alessandra Pessoa, Beatriz Rodrigues, Camila Broeto Milli,
Mariana Pimenta, Mariana Serrano Guimarães, Raphael Perpetuo Soares e Wanessa dos Santos Neves
Considerações
Ainda existem muitos bairros, escolas e pessoas cujo o pro-
jeto pretende atingir, daí a necessidade de sua continuidade,
possibilitando uma melhor disseminação do conhecimento e
aumentando o contato da universidade com a comunidade
ouro-pretana, que é de extrema importância e deve acontecer
tanto neste município quanto em tantos outros, que produzem
conteúdo aplicável de extrema qualidade e podem transmití-lo
de inúmeras maneiras educando a sociedade como um todo,
denotando a importância da propagação dessas informações,
explicando e prevenindo acidentes.
Referências
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-inicio-programa-de-educacao-sobre >
139
Capítulo XV III
Introdução
Registros de dinossauros para Brasil
A Formação Santana (Bacia do Araripe, Cretáceo Infe-
rior) é a unidade litoestatigráfica com a maior quantidade de
espécies descritas até o presente momento possuindo quatro
espécies pertencentes ao grupo Theropoda: Irritator challen-
geri (espinosaurideo) descrito com base em uma porção pre-
servada do crânio; Dromaeosauridae, Santanaraptor placidus,
descrito anteriormente como pertencente ao grupo dos Dro-
meusauridae, mas recentemente realocado como um membro
basal de Tyrannosauroidea (Holz, 2004; Porfiri et al., 2014);
Mirischia asymmetrica (Compsognathidae) e o Cratoavis cearen-
ses (Enantiornites).
A fauna de dinossauros do Grupo Itapecuru (Cretáceo
Superior) é composta por dinossauros saurópodes e terópo-
des, além disso, há registros que apontam um possível Orni-
thopoda (Avilla et al. 2003; Candeiro et al., 2011). Entre os
materiais de saurópodes destaca-se Amazonsaurus maranhensis
descrito formalmente, além de restos atribuídos a Rebbachisau-
ridae cf. Limaysaurus (Medeiros & Schultz, 2004; Medeiros et
al., 2014), Titanosauria indet. (Castro & Medeiros, 2007; Lin-
doso et al., 2013) e Diplodocoidea indet. (Medeiros e Schultz,
2004). Entre os terópodes, a única espécie formalizada é o
espinosaurideo Oxalaia quilombensis, entretanto há o registro
dos táxons Carcharodontosaurus sp., Spinosaurus sp. (Medeiros
140
Paulo Victor Luiz Gomes da Costa Pereira, Luciano da Silva Vidal
Sudão
Os fósseis encontrados na Formação Wadi Milk apresen-
tam-se muito fragmentados impossibilitando estudos taxonô-
141
Capítulo XVIII - Distribuição dos grupos de dinossauros: Brasil – Norte da África na Cretáceo
passagem Cretáceo Inferior-Cretáceo Superior e implicações biogeográficas
Egito
A fauna da Formação Bahariya (Cenomaniano) inclui Ti-
tanosauria representado por Aegyptosaurus baharijensis Stro-
mer, 1932 e Paralititan stromeri Smith et al., 2001, Ceratosau-
ria, contituido por Bahariasaurus ingens Stromer, (1934) e
Theropoda Tetanurae representados por Carcharodontosaurus
saharicus Stromer, 1931 e o emblemático Spinosaurus aegypti-
cus Stromer,1915.
Marrocos
A região marroquina conhecida como Kem Kem beds possui
um grande registro de dinossauros (Cavin et al., 2010). Os Sau-
ropoda incluem o Diplodocoidae Rebbachisaurus garasbae Lavo-
cat, 1954, Rebbachsauridae indet. (Mannion & Barrett, 2013),
Somphosponyli indet. (Mannion & Barrett, 2013; Lamanna &
Hasegawa, 2014) e o Lithostrotia indet. (Cavin et al., 2010). Já
entre os Theropoda estão registrados Carcharodontosaurus saha-
ricus Stromer, 1931; Sauroniops pachytholus Cau, 2013, Deltadro-
meus agilis Sereno et al., 1996 (Ceratosauria sensu Carrano &
Sampson, 2002, 2008; Wilson et al., 2003; Sereno et al., 2004);
Spinosaurus cf. Aegyptiacus (Dal Sasso et al., 2005), Sigilmassa-
saurus brevicollis Russell, 1996; Dromaeosauridae indet. (Amiot
et al., 2004; Richter et al., 2013) e Abelisauridae indet (Richter
et al., 2013). Recentemente, foram descritos Averostra indet. e
Noasauridae indet. por Evans et al. (2014).
Líbia
Poucos materiais de dinossauros são conhecidos, até o
presente momento, para a Líbia (Candeiro, 2015). Smith &
Dalla Vecchia (2006) apontaram a existência de dentes de Abe-
142
Paulo Victor Luiz Gomes da Costa Pereira, Luciano da Silva Vidal
Tunísia
Duas formações se destacam pelo potencial fossilífero na
Bacia Tataouine (Aptiano-Albiano): Douiret e Ain El Guettar
(Bouaziz et al., 1988; Bodin et al., 2010). Na Formação Douiret
temos registro de Ornithischia indet. (Benton et al., 2000) e
Carcharodontosaurus sp. (Srarfi et al., 2004). A Formação Ain
El Guettar pode ser dividida em dois membros (Bodin et al.,
2010): o Membro Chenini, com fósseis dos grupos Carcharo-
dontosaurus sp., Spinosaurus sp., Abelisauridae indet., Rebba-
chisauridae indet. e Iguanodontidae indet. (Srarfi et al., 2004;
Fanti et al., 2012); enquanto a fauna do Membro Oum ed Diab
é composta por Ornithopoda indet., Rebbachisauidae indet.,
Tataouinea hannibalis Fanti, 2012, Carcharodontosaurus sahari-
cus (Sereno & Brusatte, 2008), Spinosaurus sp. (Russell, 1998;
Buffetaut & Ouaja, 2002), Abelisauridae indet. (Fanti et al.,
2012) e Baryonychinae indet. (Fanti et al., 2014).
143
Capítulo XVIII - Distribuição dos grupos de dinossauros: Brasil – Norte da África na Cretáceo
passagem Cretáceo Inferior-Cretáceo Superior e implicações biogeográficas
144
Paulo Victor Luiz Gomes da Costa Pereira, Luciano da Silva Vidal
Considerações Finais
Diversas teorias sobre a separação continental entre Amé-
rica do Sul e África são amplamente discutidas, algumas con-
traditórias ou inviáveis. No entanto, a grande semelhança en-
tre a fauna de Dinosauria do Cretáceo “médio” do Norte da
África e do Brasil corrobora a hipótese da existência de uma
rota terrestre ligando as massas do Oeste do Gondwana, que
possivelmente se deu pela região equatorial e persistiu até o
início do Cretáceo.
Referências
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145
Capítulo XVIII - Distribuição dos grupos de dinossauros: Brasil – Norte da África na Cretáceo
passagem Cretáceo Inferior-Cretáceo Superior e implicações biogeográficas
146
Paulo Victor Luiz Gomes da Costa Pereira, Luciano da Silva Vidal
147
Capítulo XVIII - Distribuição dos grupos de dinossauros: Brasil – Norte da África na Cretáceo
passagem Cretáceo Inferior-Cretáceo Superior e implicações biogeográficas
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148
Capítulo XIX
Introdução
Os estromatólitos são corpos biossedimentares gerados
pela atividade metabólica de microrganismos planctônicos em
ambiente marinho. As bactérias, geralmente em colônias, utili-
zam a matéria particulada dispersa na água para gerar e depo-
sitar lamelas de minerais, principalmente carbonato de cálcio.
Os aglomerados de partículas ao serem sedimentados, formam
pequenos montes que posteriormente tornam-se colunas cilín-
dricas, ou corpos dômicos, que são em si os estromatólitos. Este
processo de formação possui registros fósseis relacionados ao
Pré-Cambriano e ainda pode ser observado nos dias de hoje,
como no campo de estromatólitos de Shark Bay na Austrália.
Localização
Todo o material descrito neste capítulo, advém de um úni-
co afloramento pertencente ao Subgrupo Irati localizado no
município de Ponte Branca, sudoeste do estado do Mato Gros-
so, 494Km de Cuiabá, capital mato-grossense. O afloramento
está em uma propriedade rural a aproximadamente 2Km à
nordeste da zona urbana de Ponte Branca, próximo ao rio
Araguaia. O acesso à propriedade pode ser realizado ao dei-
xar a cidade pela Rua Don Aquino.
Materiais e Métodos
O material em discussão constitui a atual coleção de es-
tromatólitos do Laboratório de Paleontologia e Evolução
149
Capítulo XIX - Os Estromatólitos de Ponte Branca: uma breve comunicação
150
Lucas M. Barros
Considerações
Os estromatólitos são um ponto chave na história da evo-
lução terrestre, uma vez que são as mais antigas evidências de
vida e estão diretamente envolvidos aos Paleoambientes des-
de o Pré-Cambriano. As informações contidas em seus corpos
podem inferir a composição, profundidade e quantidade de
energia do ambiente onde foram formados. Os estromatólitos
de Ponte Branca possuem em sua maioria formas tabulares
levemente convexas, características de ambiente marinho raso
de pouca energia. Em contrapartida de uma melhor descrição
e comparação para determinar as espécies dos exemplares dis-
poníveis, existe a carência de informações obtidas em procedi-
mentos experimentais tais como corte, polimento, confecção
de lâminas e análise química.
Referências
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unb.br/ig/sigep/sitio125/sitio125.pdf
[Atualmente http://sigep.cprm.gov.br/sitio125/sitio125.pdf ]
151
Capítulo X X
Estruturação e curadoria da
Coleção do Laboratório de Paleontologia
e Evolução do Curso de Geologia
da Universidade Federal de Goiás
Lucas Monteiro Fernandes
152
Lucas Monteiro Fernandes
153
Capítulo XX - Estruturação e curadoria da Coleção do Laboratório de Paleontologia e Evolução do
Curso de Geologia da Universidade Federal de Goiás
Considerações
A estruturação da coleção do Laboratório de Paleonto-
logia e Evolução, possibilitou neste momento à manutenção
e preservação do espécimes nela depositados, minimizando
perdas do material e incoerências, fornecendo dados mais
precisos para a comunidade científica, assim se tornando re-
ferencia no estudos paleontológicos no estado de Goiás e no
Brasil Central.
154
Lucas Monteiro Fernandes
Referencias
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em: http://biografias.netsaber.com.br/biografia-2544/biografia-de-carl-
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155
Capítulo X XI
156
Bruno Martins Ferreira e Cláudia Valéria Lima
157
Capítulo XXI - Geodiversidade: uma breve apresentação
158
Bruno Martins Ferreira e Cláudia Valéria Lima
159
Capítulo XXI - Geodiversidade: uma breve apresentação
Figura 2
Iniciativas de geoconservação.
160
Bruno Martins Ferreira e Cláudia Valéria Lima
161
Capítulo XXI - Geodiversidade: uma breve apresentação
Referências
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162
Bruno Martins Ferreira e Cláudia Valéria Lima
163
Capítulos: Palestras e Discussões
apresentadas no Âmbito do Grupo de
Pesquisa/CNPq
165
Capítulo X XII
Drielli Peyerl
(Jovem pesquisadora, Universidade de São Paulo)
167
Capítulo XXII - Geofísica aplicada ao desenvolvimento da indústria de petróleo no Brasil (1930-1960)
1
A primeira turma de engenheiro de minas do Brasil data de 1878, pela Escola de
Minas de Ouro Preto (EMOP).
168
Capítulo XX - Geofísica aplicada ao desenvolvimento da indústria de petróleo no Brasil (1930-1960)
2
Para mais informações, ler: PEYERL, Drielli. O Petróleo no Brasil. Exploração,
capacitação técnica e ensino de geociências (1864-1968). São Bernardo do Campo,
SP: EdUFABC, 2017.
169
Capítulo XXII - Geofísica aplicada ao desenvolvimento da indústria de petróleo no Brasil (1930-1960)
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170
Capítulo X XIII
171
Capítulo XXIII - Precisamos falar sobre gênero
172
Capítulo XXI - Precisamos falar sobre gênero
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Capítulo XXIII - Precisamos falar sobre gênero
Referências
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174
Capítulo X XI V
175
Capítulo XXIV - Evolução dos crocodilomorfos, um rápido vislumbre!
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Capítulo XXII - Evolução dos crocodilomorfos, um rápido vislumbre!
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Agradecimentos
Agradeço ao Prof. Dr. Roberto A. Candeiro pela oportu-
nidade de contribuir e trabalhar em cooperação com a Uni-
versidade Federal de Goiás (UFG). Além de um paleontólogo
de sucesso e um professor competente e atencioso, é também
um estimado amigo.
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Capítulo XXII - Evolução dos crocodilomorfos, um rápido vislumbre!
185
Capítulo X XV
Astrobiologia:
o relógio biológico do espaço
Introdução
O relógio da vida orgânica não trabalha em sentido ho-
rário ou anti-horário, se levar em conta que a vida no univer-
so pode ser uma breve coincidência astrobiológica. Aqui na
Terra, parece que esquecemos ser privilegiados pelo acidente
local da habitabilidade e acabamos por tornar essa situação
insustentável, destruindo o planeta de polo a polo. Mesmo as-
sim, olhar para o céu em uma noite estrelada e se sentir parte
de algo imensurável e extraordinário pode causar em nosso
ser uma profunda transformação e uma radical mudança de
hábitos e atitudes. Quando questionamos nossa realidade em
nosso endereço cósmico, mais precisamente sobre o nosso sis-
tema solar, a vida parece ser uma ínfima e rara circunstância
fenomenológica onde poucos ou nenhum dos nossos plane-
tas da nossa galáxia desfrutam de tal realidade. O astrônomo
Carl Sagan (1934 – 1996) disse que a Terra é um palco muito
pequeno nesta imensa arena cósmica.
Com base nisso é notável que para cada um de nós, existe
sempre algo muito intrigante na perspectiva que nos leva a
questionar se realmente estamos sós neste imenso e complexo
cosmo. Os projetos e as missões das grandes agências espa-
ciais destinam seus esforços e recursos para procurar vida fora
da Terra por meio de uma área multidisciplinar conhecida pe-
los termos “exobiologia”, “bioastronomia” e “cosmobiologia”
(Rodrigues, 2012). No entanto, é fundamental uma retomada
de pensamentos e atitudes no sentido de que a completa com-
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Capítulo XXIII - Astrobiologia: o relógio biológico do espaço
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Capítulo XXV - Astrobiologia: o relógio biológico do espaço
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Capítulo XXV - Astrobiologia: o relógio biológico do espaço
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Capítulo XXIII - Astrobiologia: o relógio biológico do espaço
com alto teor de sais, o que teria inviabilizado seu total con-
gelamento. Pode ser um suposto “depósito biológico”, uma
vez que algumas bactérias podem sobreviver a baixas tempe-
raturas e graças a substâncias salinas (Revista Science 2018).
Marte sempre esteve na zona habitável, todavia sua dinâmica
astrobiológica e astrofísica não são recíprocos, pelo menos
não atualmente, para suportar vida até então. Com baixa
gravidade fica difícil manter uma atmosfera relativamente
espessa, além do que seu efeito estufa não tem forças para
aprisionar certos gases. Mesmo assim há esforços e missões
que procuram fazer com que o homem chegue a Marte em
2030, sendo um marco na história tornando o homem uma
espécie multi-planetária a fim de sermos menos suscetíveis a
extinção.
O sistema solar é relativamente jovem se comparado aos
13,7 bilhões de anos desde o evento do Big Bang, que após
expandir a dimensão cósmica formou com a ajuda da gra-
vidade e muita energia as complexas estruturas que conhe-
cemos. Entender a formação e a evolução do universo não
é tarefa fácil, pois só podemos conjecturar que tais eventos
ocorreram baseados no que nossos telescópios conseguem
alcançar dentro do universo observável. Alguns minutos
após o Big Bang, ocorreram algumas reações nucleares; ba-
sicamente, todo o hélio existente no universo foi sintetizado
nesta ocasião.
Hoje sabemos quais são os elementos químicos substan-
ciais presentes no Universo, sendo um deles o hidrogênio
o mais abundante, que quando transformado em hélio age
como precursor das atividades estelares gerando protoestrelas
e protoplanetas. A formação de um sistema composto por es-
trelas e planetas se dá pela condensação do que chamamos de
nebulosa protoestelar, acumulando pela força gravitacional os
resíduos sólidos a sua volta sendo importante na formação de
planetas rochosos (Silk,1980).
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Capítulo XXV - Astrobiologia: o relógio biológico do espaço
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Capítulo XXIII - Astrobiologia: o relógio biológico do espaço
193
Capítulo XXV - Astrobiologia: o relógio biológico do espaço
Referências
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RODRIGUES, F; GALANTE, D; AVELLAR, M. G. B. Astrobiologia – Uma
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Capítulo XXIII - Astrobiologia: o relógio biológico do espaço
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Capítulo X XV I
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Érica Cristina de O. Araújo e Millena Silva Mendes
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Capítulo XXVI - Equipe do Laboratório de Paleontologia e Evolução e seu Grupo de Pesquisa/CNPq
Membros
Carlos Roberto dos Anjos Candeiro
Coordenador do Laboratório de
Paleontologia e Evolução
candeiro@ufg.br
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Érica Cristina de O. Araújo e Millena Silva Mendes
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Capítulo XXVI - Equipe do Laboratório de Paleontologia e Evolução e seu Grupo de Pesquisa/CNPq
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Érica Cristina de O. Araújo e Millena Silva Mendes
201
Capítulo XXVI - Equipe do Laboratório de Paleontologia e Evolução e seu Grupo de Pesquisa/CNPq
Colaboradores de pesquisa
André Luis de Souza Júnior
Colaborador de pesquisa no Laboratório de
Paleontologia e Evolução
andreluissouzajr@gmail.com
202
Érica Cristina de O. Araújo e Millena Silva Mendes
203
Capítulo XXVI - Equipe do Laboratório de Paleontologia e Evolução e seu Grupo de Pesquisa/CNPq
204
Érica Cristina de O. Araújo e Millena Silva Mendes
205
Capítulo XXVI - Equipe do Laboratório de Paleontologia e Evolução e seu Grupo de Pesquisa/CNPq
206
Érica Cristina de O. Araújo e Millena Silva Mendes
Michael Ulian
Colaborador de pesquisa no Laboratório de
Paleontologia e Evolução
michael.ulian.geologia@gmail.com
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Capítulo XXVI - Equipe do Laboratório de Paleontologia e Evolução e seu Grupo de Pesquisa/CNPq
208
Érica Cristina de O. Araújo e Millena Silva Mendes
Ramon Cavalcanti
Colaborador de pesquisa no Laboratório de
Paleontologia e Evolução
rcavalcanti18@gmail.com
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Capítulo XXVI - Equipe do Laboratório de Paleontologia e Evolução e seu Grupo de Pesquisa/CNPq
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Érica Cristina de O. Araújo e Millena Silva Mendes
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Esta obra foi impressa em processo digital, na Letras e Versos
para a Letra Capital Editora. Utilizou-se o papel creme 80g/m² e a fonte
ITC-NewBaskerville, corpo 11/15. Rio de Janeiro, dezembro de 2019.