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Numeração de gravuras

Por questões mercadológicas, instituiu-se, no século XIX, uma série de


convenções de numeração e assinatura das edições artísticas de gravura. Essas
convenções têm como objetivo assegurar a autenticidade das cópias impressas e
o controle das mesmas por parte do autor. Para que essa marcação não interfira
na imagem, convencionou-se que a mesma seja feita sempre a lápis e da
seguinte forma:

- Ao lado esquerdo escreve-se a numeração ou nomenclatura (PA,


PE, etc.).
- No centro, entre aspas, pode-se colocar o título da gravura.
- Ao lado direito coloca-se a assinatura e a data (geralmente o ano).

1. Definido o número de cópias, procede-se à numeração, a qual é feita em


forma de fração. Cada cópia é numerada em seqüência, sendo o
numerador o número daquela cópia específica e o denominador o número
total de cópias. Por exemplo, em uma edição de 10 cópias teremos as
mesmas assim numeradas: 1/10, 2/10, 3/10, e assim sucessivamente até
10/10;
2. A cada 10 cópias, o artista tem o direito a uma Prova do Artista, a qual é
definida como PA (notação colocada no lugar da numeração);
3. No caso de provas de estado, quando se necessita saber o estágio da
gravura, as mesmas são assinadas como PE;
4. No caso da edição ser feita por um impressor, o mesmo também tem
direito a uma cópia, a qual é intitulada como Prova do Impressor PI
5. Há também outras convenções, como HC (hors commerce, quando a cópia
é doada a uma instituição e não pode ser vendida), as VC (variações de
cor), as BPI (bom para imprimir, cópia tirada pelo artista e que serve de
modelo para o impressor).
6. Em trabalhos contemporâneos existe também a PU (Prova Única).
Normalmente usada por artistas interessados em experimentações sem
tiragens.

Referências Bibliográficas

CASTRO, Isabel. Reflexões sobre a gravura contemporânea. In: Tuiuti: Ciência e


Cultura, n.28, FACHLA 04, p. 173-186, Curitiba, mar.2002.
FAJARDO, Elias; SUSSEKIND, Felipe; DO VALE, Marcio. Oficinas: Gravura.
Rio de Janeiro: Senac, 1994.
HORTA, Vera d’. MAM: Museu de Arte Moderna de São Paulo. São Paulo: DBA
Artes Gráficas, 1995.
HERSKOVITS, Anico. XILOGRAVURA. Rio Grande do Sul: Tchê, 1986.
ITAÚ CULTURAL (2000). Gravura: Arte Brasileira do século XX. São Paulo.
Catálogo de exposição.
MAYER, Ralph (1895). Manual do artista de técnicas e materiais; tradução
Christine Nazareth, 2º ed. – São Paulo : Martins Fontes, 1999.
TEIXEIRA, Stela; Setúbal, Olavo E. Perfil da coleção Itaú. São Paulo. Itaú
Cultural, 1998.
Texto sobre numeração retirado do livro:
HERSKOVITS, Anico. XILOGRAVURA. Rio Grande do Sul: Tchê, 1986.

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