Você está na página 1de 32

CADERNOS

DE APOIO À
APRENDIZAGEM
Arte
Unidade 2 – Versão – 24 Abril 2021
Governo da Bahia Gidean de Jesus Nunes Júnio (Letras/UFBA)
Gessé da Silva Vieira
Rui Costa | Governador Gildo Mariano de Jesus
João Leão | Vice-Governador Gilmara Carneiro da Silva Freitas
Jaildon Jorge Amorim Góes
Jerônimo Rodrigues Souza | Secretário da Educação Janeide Sousa Santos
Danilo de Melo Souza | Subsecretário Jeane Borges dos Santos
Jucy Eudete Lôbo
Manuelita Falcão Brito | Superintendente de Políticas
Laís Amélia Silva Lobo
para a Educação Básica Leide Fausta Gomes da Silva
Maiana Rose Fonseca da Silva
Márcia de Cassia Santos Mendes
Coordenação Geral Márcio Santana da Costa
Manuelita Falcão Brito Maria Carolina Lopes Esteves
Jurema Oliveira Brito Maria Cristina Barbosa Lima
Letícia Machado dos Santos Maria Cristina Santos Feitosa
Diretoria de Currículo, Avaliação e Tecnologias Edu- Maria de Fátima Ferreira Lopes Fonseca
Marielson Nascimento Alves
cacionais Mirela Gonçalves Conceição
Jurema Oliveira Brito Nilson Maynard Menezes
Diretoria de Educação e Suas Modalidades Tailane Neves de Jesus
Tamires Fraga Martins
Iara Martins Icó Sousa
Taylane Santos do Nascimento
Coordenações das Etapas e Modalidades Uenderson Jackson Brites de Jesus
da Educação Básica Yone Maria Costa Santiago

Coordenação de Educação Infantil e Ensino Fundamental Equipe Educação Inclusiva


Kátia Suely Paim Matheó Marlene Cardoso
Ana Claudia Henrique Mattos
Coordenação do Ensino Médio com Intermediação Tecnológica Daiane Sousa de Pina Silva
Letícia Machado dos Santos Edmeire Santos Costa
Gabriela Silva de Jesus
Coordenação de Ensino Médio
Nancy Araújo Bento
Renata Silva de Souza
Cíntia Barbosa de Oliveira Bispo
Coordenação da Educação do Campo e Escolar Quilombola
Colaboradores
Poliana Nascimento dos Reis
Edvânia Maria Barros Lima
Coordenação de Educação Escolar Indígena Gabriel Souza Pereira
José Carlos Batista Magalhães Gabriel Teixeira Guia
Jorge Luiz Lopes
Coordenação de Educação Especial José Raimundo dos Santos Neris
Marlene Santos Cardoso Shirley Conceição Silva da Costa
Coordenação da Educação de Jovens e Adultos Silvana Maria de Carvalho Pereira
Isadora Sampaio Equipe de Revisão
Coordenação da Área de Linguagens Alécio de Andrade Souza • Ana Lúcia Cerqueira
Ramos • Ana Paula Silva Santos • Carlos Antônio
Márcia de Cácia Santos Mendes
Neves Júnior • Carmelita Souza Oliveira • Claudio
Norma Gonzaga de Matos
Marcelo Matos Guimarães • Eliana Dias Guimarães
Maria de Fátima Fonseca
Elias Barbosa • Elisângela das Neves Aguiar •
Equipe de Elaboração Helena Vieira Pabst • Helionete Santos da Boa Morte
Adriana Almeida Amorim • Helisângela Acris Borges de Araujo • Ivonilde
Ana Paula de Brito Costa Silva Espírito Santo de Andrade • Jose Expedito de Jesus
Andréia Santos Santana Junior • João Marciano de Souza Neto • Jussara
Antônio Nery Guimarães Neto Bispo dos Santos • Jussara Santos Silveira Ferraz
Carlos Vagner da Silva Matos • Kátia Souza de Lima Ramos • Letícia Machado
Cláudia Celly Pessoa de Souza Acunã dos Santos • Maria Augusta Silva • Marisa Carreiro
Claudia Norberta dos Santos Amaral Faustino • Mônica Moreira de Oliveira Torres •
Daiane Sousa de Pina Silva Rosangela de Gino Bento • Roseli Gonçalves dos
Elci Paim Pereira Santos • Solange Alcântara Neves da Rocha •
Elisana Georgia Silva dos Santos (Letras/UFBA) Sônia Maria Cavalcanti Figueiredo • Tânia Regina
Elza Sueli Lima da Silva Gonçalves do Vale
Etiene da Silva Martins
Fabiana Lago de Andrade
Projeto Gráfico e Diagramação
Bárbara Monteiro
Gabriel Silva Almeida (Letras/UFBA)
À Comunidade Escolar,
A pandemia do coronavírus explicitou problemas e introduziu desafios
para a educação pública, mas apresentou também possibilidades de inova-
ção. Reconectou-nos com a potência do trabalho em rede, não apenas das
redes sociais e das tecnologias digitais, mas, sobretudo, desse tanto de gen-
te corajosa e criativa que existe ao lado da evolução da educação baiana.

Neste contexto, é com satisfação que a Secretaria de Educação da Bahia dis-


ponibiliza para a comunidade educacional os Cadernos de Apoio à Apren-
dizagem, um material pedagógico elaborado por dezenas de professoras e
professores da rede estadual durante o período de suspensão das aulas. Os
Cadernos são uma parte importante da estratégia de retomada das ativida-
des letivas, que facilitam a conciliação dos tempos e espaços, articulados a
outras ações pedagógicas destinadas a apoiar docentes e estudantes.

Assegurar uma educação pública de qualidade social nunca foi uma mis-
são simples, mas, nesta quadra da história, ela passou a ser ainda mais
ousada. Pois, além de superarmos essa crise, precisamos fazê-la sem com-
prometer essa geração, cujas vidas e rotinas foram subitamente alteradas,
às vezes, de forma dolorosa. E só conseguiremos fazer isso se trabalhar-
mos juntos, de forma colaborativa, em redes de pessoas que acolhem, cui-
dam, participam e constroem juntas o hoje e o amanhã.

Assim, desejamos que este material seja útil na condução do trabalho pe-
dagógico e que sirva de inspiração para outras produções. Neste sentido, ao
tempo em que agradecemos a todos/as que ajudaram a construir este vo-
lume, convidamos educadores e educadoras a desenvolverem novos mate-
riais, em diferentes mídias, a partir dos Cadernos de Apoio, contemplando
os contextos territoriais de cada canto deste “país” chamado Bahia.

Saudações educacionais!

Jerônimo Rodrigues
UNIDADE
Objetos de Conhecimento:
1. Expressionismo – importância artística e as influências na Bahia; 2. Abstracionismo – o movi-
mento artístico e a expressividade ou visualizando a subjetividade; 3. Cubismo – fragmentação
do olhar.

Competência(s):
1. Compreender o funcionamento das dife- as linguagens artísticas para dar significado e
rentes linguagens e práticas culturais (artís- (re)construir produções autorais individuais e
ticas, corporais e verbais) e mobilizar esses coletivas, exercendo protagonismo de manei-
conhecimentos na recepção e produção de ra crítica e criativa, com respeito à diversida-
discursos nos diferentes campos de atuação de de saberes, identidades e culturas.
social e nas diversas mídias, para ampliar as 3. Mobilizar práticas de linguagem no universo
formas de participação social, o entendimen- digital, considerando as dimensões técnicas,
to e as possibilidades de explicação e inter- críticas, criativas, éticas e estéticas, para
pretação crítica da realidade e para continuar expandir as formas de produzir sentidos, de
aprendendo. engajar-se em práticas autorais e coletivas, e
2. Apreciar esteticamente as mais diversas de aprender a aprender nos campos da ciência,
produções artísticas e culturais, consideran- cultura, trabalho, informação e vida pessoal e
do suas características locais, regionais e glo- coletiva.
bais, e mobilizar seus conhecimentos sobre

Habilidades:
1. (EM13LGG101) Compreender e analisar históricos, sociais e políticos) e experiências
processos de produção e circulação de dis- individuais e coletivas.
cursos, nas diferentes linguagens, para fazer 4. (EM13LGG604) Relacionar as práticas
escolhas fundamentadas em função de inte- artísticas às diferentes dimensões da vida
resses pessoais e coletivos. social, cultural, política e econômica e identifi-
2. (EM13LGG601) Apropriar-se do patrimônio car o processo de construção histórica dessas
artístico de diferentes tempos e lugares, com- práticas.
preendendo a sua diversidade, bem como os 5. (EM13LGG703) Utilizar diferentes lingua-
processos de legitimação das manifestações gens, mídias e ferramentas digitais em pro-
artísticas na sociedade, desenvolvendo visão cessos de produção coletiva, colaborativa e
crítica e histórica. projetos autorais em ambientes digitais.
3. (EM13LGG603) Expressar-se e atuar em 6. (EM13LGG701) Explorar tecnologias digitais
processos de criação autorais individuais e da informação e comunicação (TDIC), compre-
coletivos nas diferentes linguagens artísticas endendo seus princípios e funcionalidades, e
(artes visuais, audiovisual, dança, música e utilizá-las de modo ético, criativo, responsável
teatro) e nas intersecções entre elas, recorren- e adequado a práticas de linguagem em dife-
do a referências estéticas e culturais, conhe- rentes contextos.
cimentos de naturezas diversas (artísticos,
TEMA: Expressionismo – importância artística e as influências na Bahia
Objetivos de Aprendizagem: Conhecer e apreciar criticamente obras e produções visuais e
plásticas de artistas locais, regionais, nacionais e estrangeiros; Despertar interesse, apre-
ciação e diálogo com obras de arte Expressionista e afro expressionista; Compreender pro-
duções de artistas afro expressionistas na contemporaneidade; Reconhecer elementos de
visualidades e algumas modalidades compositivas que estão presentes nas obras de arte;
Conhecer diferentes materiais, instrumentos, recursos visuais e plásticos, com intencionali-
dade artística e habilidade argumentativa crescentes; Criar textos (orais ou escritos), produzir
trabalhos artísticos, a partir da análise das obras de arte e suas relações com a sociedade.
Semana Aula Atividade

Apresentação expositiva e dialógica sobre Expressionismo, com discus-


1 1 sões, leitura e reflexão de obras de arte, dos materiais utilizados pelos
artistas e seu contexto histórico e social.

Conhecer e/ou reconhecer diferentes obras de arte expressionista na


Bahia, seus signos e códigos da linguagem da arte, ampliando o olhar so-
2 2 bre a experiência estética e estésica das práticas culturais.
Elaborar, em grupo, uma pesquisa, identificando os artistas, as caracterís-
ticas de obras da arte expressionista brasileira, baiana e africana.

Realizar uma leitura da obra “O Grito”, do artista Edvard Munch, e produzir


3 3 o trabalho artístico, poético (partindo da obra), seja uma fotomontagem,
um Tik Tok, performance.

TEMA: Abstracionismo – o movimento artístico e a expressividade ou visua-


lizando a subjetividade
Objetivos de Aprendizagem: Conhecer e apreciar criticamente obras e produções visuais
e plásticas de artistas locais, regionais, nacionais e estrangeiros; Reconhecer artistas e os
elementos que compõem as obras abstratas, seus signos e significados; Propor novos diálo-
gos, partindo de pesquisas, fundamentada nas obras de artistas da época e contemporâne-
os; Proporcionar atividades para estimular a compreensão, produção significativa em arte
abstrata e suas especificidades.

Semana Aula Atividade

Apresentação de imagens e levantamento do conhecimento prévio sobre


figurativo e abstrato.
4 4
Discutir o conceito de arte abstrata, identificando os recursos significati-
vos e expressivos.

Conhecer e refletir obras abstratas.


5 5
Experimentação artística: criação de uma composição abstrata.
TEMA: Cubismo – fragmentação do olhar

Objetivos de Aprendizagem: Conhecer obras de artistas Cubistas, seja local, regional e


estrangeiros; Compreender as diferentes configurações artísticas, em sua diversidade de
linguagens, estabelecendo relações entre a Arte, a História, a Sociedade e seus pressupostos
ideológicos e outros conhecimentos afins; Reconhecer o valor da diversidade artística e das
inter-relações de elementos que se apresentam nas manifestações de vários grupos sociais
e étnicos; Estimular propostas intertextuais articulando as diferentes linguagens artísti-
cas e seus códigos culturais; Explorar a percepção, imaginação e poética, partindo de obras
Cubistas.

Semana Aula Atividade

Conhecer a produção artística e cultural, inserindo-a em um contexto


6 6 histórico, partindo da análise crítica e reflexiva das obras Cubistas apre-
sentadas.

Realizar um giro de ideias, debate, trazendo o olhar sobre a obra “O Beijo


7 7 Cubista”.

Propor contatos sensíveis com a arte Cubista, realizando um diálogo


8 8 com uma obra cubista e o poema de Mário Quintana: O Auto Retrato.
TRILHA 4 Tema: Expressionismo e a ansiedade de um novo tempo

1. PONTO DE ENCONTRO
Um reencontro sempre é bom e vamos dar início a uma nova fase. Está
preparado/a? Estamos juntos/as e iremos experimentar, estimular a sensi-
bilidade, compreender que existem outras formas de arte, de construir
conhecimento. Nosso tema é “Expressionismo e a ansiedade de um novo
tempo”. Seja bem-vindo para trocar ideias e compartilhar experiências.

2. BOTANDO O PÉ NA ESTRADA
Para começar nossa expedição artística, cultural, vou precisar que reflita
sobre algumas questões:

1 Você já parou para pensar de que jeito percebemos as formas,


o indivíduo, o mundo que nos rodeia? Você já viveu alguma
experiência com uma obra de arte? Leve sempre com você
um caderno de anotações (diário de bordo) para registrar as
sensações e/ou momentos que acredite que seja interessante.

3. LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA


Ao longo do tempo, a arte passou por diversas transformações, com
sentidos, significados diferentes, artistas com histórias, contextos, expe-
riências estéticas diversas e em movimento. Por essa razão, a arte está
sempre provocando o olhar de quem vê, confrontando, emocionando,
trazendo experiências do cotidiano, uma forma de dialogar com o que
sente, vive suas emoções.

Sendo assim, vamos aceitar o desafio e observar a Figura 1, a seguir.


TRILHA 4 | Tema: Expressionismo e a ansiedade de um novo tempo. 1
Figura 1 – Ansiedade

Disponível em: https://www.


wikiart.org/pt/edvard-mun-
ch/ansiedade-1894. Acesso
em: 06 set. 2020.

1 O que é possível perceber na imagem? Em que local acontece


essa cena? Por que o artista escolheu essas cores? O que você
sente ao ver essa imagem? Você já parou para pensar como
se dá o processo criativo do artista? Esse tema tem a ver com
a sociedade? Aprofunde o seu conhecimento e pesquise sobre
a obra, tema, linguagem e faça as anotações no seu diário de
bordo. Fique a vontade para refletir, pensar no que está tendo a
oportunidade de visualizar.

TRILHA 4 | Tema: Expressionismo e a ansiedade de um novo tempo. 2


4. EXPLORANDO A TRILHA
Você está tendo alguma dúvida? Estamos seguindo para novos desafios.
Vamos conhecer mais sobre o tema, os artistas, processo criativo e suas
relações com o cotidiano, mas, para isso, preciso que leia o texto a seguir:

Texto 1 – Expressionismo e a ansiedade de um novo tempo

Em busca de novos padrões, baseado em uma nova sensibili-


dade artística, autenticidade e expressividade, descontentamento,
floresceu o expressionismo na Alemanha, especificamente entre c.
1905 e c. 1920, uma “destruição do tradicionalismo”, do homem e o
mundo, uma arte pós-guerra, que traz a crítica social como forma
de denúncia, com obras de artistas satirizando a Guerra, que busca,
muita das vezes, representar o cotidiano em que grupos de artistas,
como Die Brucke e Der Blaue Reiter (The Blue Rider), trariam
uma nova objetividade para as artes; retorna na Segunda Guerra
Mundial como arte degenerada, como crítica ao fascismo, sendo
perseguido pelos nazistas. É preciso compreender que tantos outros
artistas de lugares diferentes dialogam com o movimento expres-
sionista. Sndo assim, ele apareceu na Áustria, Bélgica, Holanda,
Brasil, e outros países.

Artistas que estariam travando uma luta contra a hipocrisia moral


da sociedade, viam na cidade uma extensão do campo de batalha,
lutando com todo o processo de destruição causado pela guerra, que
se viam na necessidade de comunicar tudo que sentiam, estado
de exaltação, libertação, imersão, emoção, em que, questões como
morte, violência, sexualidade, espiritualidade, natureza, guerra,
vida urbana, se faziam presentes nas obras. Surge como uma visão
inquietante, interdependente do artista e que, de forma subjetiva,
traz uma carga emocional ao invés da realidade física, sendo muito
mais expressão do que impressão; as transformações sociais que
surgiram, passam a ser uma resposta às inquietações da vida
moderna, portanto estarão relacionadas a instabilidade nos temas.

TRILHA 4 | Tema: Expressionismo e a ansiedade de um novo tempo. 3


A arte expressionista também buscava inspiração nas tradições
africanas e ocidentais, com características muito próprias, como
a deformação, formas achatadas, padrões, planos, cores fortes,
violentas, dinâmicas, e nas formas ousadas do movimento.

Ao estudar, ou olhar uma obra de arte, percebe-se que são múlti-


plas possibilidades de interpretação, trazem histórias carregadas
do tempo/espaço, acontecimentos da vida e do cotidiano, são
percepções construídas, constituídas pelo artista, experiências
sociais, políticas, muito mais emoção, que fazem parte das obras
expressionistas. Sendo assim, na obra Otto Dix, Der Krieg (The
War) – 1924 – SOCKS Der Krieg (The War) – 1924 – SOCKS Der
Krieg (a guerra) – 1924, o que se vê são as impressões do artista
ao experienciar a primeira guerra mundial. Essa é uma das
cinquenta e uma águas-fortes produzida por Otto Dix, que relatou,
através do desenho, os horrores da Guerra.

Figura 2 – A Guerra (1924)

Disponível em: http://socks-studio.com/2012/08/04/otto-dix-der-krieg-the-war-1924/.


Acesso em: 06 set. 2020.

TRILHA 4 | Tema: Expressionismo e a ansiedade de um novo tempo. 4


Assim como ele, muitos artistas, que também foram soldados,
começaram a criar obras que refletiam a guerra, possibilitando-
-nos um outro olhar sobre o que ocorreu.

No Brasil, apesar da enorme resistência encontrada por muitos


artistas, as influências expressionistas se fazem presentes. Sendo
assim, é uma arte baseada na identidade cultural, nas expressões
populares, rejeitando os valores estéticos, mas de cunho crítico,
social e político; imagens com pinceladas carregadas de senti-
mentos, em constante movimento, com cores intensas, e a uma
composição fora das convenções tradicionais, impregnada de
múltiplos significados, símbolos. Deste modo, temos o artista Sante
Scaldaferri, representante do modernismo na Bahia, na década
de 1960, e que traz na sua trajetória o universo popular e religioso,
entre o profano e sagrado, a diversidade, o humano, elementos de
aproximação entre o público espectador com sua história ressigni-
ficada. Buscando por temas inovadores, o artista consegue passear
por uma linguagem contemporânea popular, representação da sua
percepção ampliada, dos valores políticos e culturais, da tradição
do povo. Sendo assim, na obra Eis Aqui Meu Amor, Sante Scalda-
ferri Sante Scaldaferri nos convida a uma reflexão crítica sobre o
indivíduo.

Figura 3 – Eis Aqui Meu Amor

Disponível em: http://florisval-


domattos.blogspot.com/2017/05/
Acesso em: 06 set. 2020.

TRILHA 4 | Tema: Expressionismo e a ansiedade de um novo tempo. 5


Com obras afro expressionistas, Kojo Marfo, artista visual de
Gana, encontra inspiração na tradição africana, que nos convida
à reflexão sobre questões sociais, a sexualidade e momentos de
tensão. Retrata o mundo como ele sente e, ao fazê-lo, usa a arte
para explorar a cultura e a identidade, sua história e que, muitas
das vezes, são representações das imagens de esculturas tradicio-
nais africanas.

Figura 4 – Energia Divina

Disponível em: https://www.


instagram.com/p/B-1uacBn-
ZgF/. Acesso em: 06 set. 2020.

Um artista que incorpora na obra a emoção, explora a vida, a


imaginação artística em seu trabalho; figuras distorcidas, defor-
madas, típicas do expressionismo que, do ponto de vista da esté-
tica africana, se percebe a intensidade emocional dos tons fortes,
trazendo suas experiências passadas com sua vida presente.

Fonte: BRITO, Paula Sec/BA, 2020

TRILHA 4 | Tema: Expressionismo e a ansiedade de um novo tempo. 6


Procure no seu livro didático mais informações sobre leitura das imagens e
sobre o tema apresentado, ou pesquise nos objetos de conhecimento a seguir:

Expressionismo. In: Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.


São Paulo: Itaú Cultural, 2020.
Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3784/expression-
ismo. Acesso em: 06 set. 2020.
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna – do iluminismo aos movimentos contemporâ-
neos. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.
Expressionismo – Características da Pintura, Importância Artística do Movi-
mento, Principais Artistas.
Disponível em: http://pat.educacao.ba.gov.br/emitec/conteudo/exibir/6570.
Acesso em: 06 set. 2020.
Expressionismo.
Disponível em: http://pat.educacao.ba.gov.br/emitec/conteudo/exibir/5274
Acesso em: 06 set. 2020.

5. RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA


Ao conhecer um pouco sobre o tempo, a história, a arte e artistas expres-
sionistas, você deve ter observado com atenção as obras apresentadas.
Agora irá resolver algumas questões, mas não esqueça de colocar no seu
diário de bordo.

Ao observar as imagens, o que você percebeu? O que mais chamou a


sua atenção? Quais sensações são despertadas em você ao olhar para
essas imagens? O que essas imagens comunicam? De que forma o
artista dialoga com você através desses temas? Como se dá o processo
criativo desses artistas?

Pensando em todos esses questionamentos levantados sobre a arte


expressionista, proponho uma pesquisa ampliada, uma busca que leve
a mais respostas sobre a obra, sobre a arte, artistas expressionistas e
se existem semelhanças entre elas. Faça, também, um mapeamento
de artistas brasileiros, baianos, afro expressionistas, pesquise em

TRILHA 4 | Tema: Expressionismo e a ansiedade de um novo tempo. 7


livros, revistas, sites. Lembre que o mais importante neste trabalho é
se libertar, buscar o conhecimento, interagir, pesquisar com o grupo e
não esqueça de compartilhar em um site, blog e Instagram coletivo.

6. A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA


Pensar sobre a arte requer uma busca profunda, libertar-se através do
olhar e da mente, propor mudança de comportamento. Isso se chama
“desnaturalizar” a forma que vemos e/ou compreendemos o mundo. Enten-
dendo que a arte se modifica, renova, de acordo com as vivências, experi-
ências do artista e a época que estão inseridos. Portanto, trouxe para você
uma proposta nesse momento. Não basta só contemplar, sentir, analisar,
refletir sobre as obras expressionistas, será um convite para um processo
criativo.

Vamos continuar com a nossa expedição? Iremos analisar e conhecer a


obra O Grito – Edvard Munch — Google Arts & Culture.

Figura 5 – O Grito

Disponível em: https://art-


sandculture.google.com/
asset/the-scream-edvard
-munch/eQFdRTFKDtVQ1A.
Acesso em: 06 set. 2020.

TRILHA 4 | Tema: Expressionismo e a ansiedade de um novo tempo. 8


Faremos a releitura da obra em vídeo de Marina Abramovic – The Scream
– Edvard Munch. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LYm-
bS5AjGqs&feature=emb_logo Acesso em: 06 set. 2020. São exemplos para
servir de inspiração. Mas, se não for possível acessar a internet, procure
nos livros, já que existem outras formas de pesquisa.

1 Mãos na massa! Você irá realizar uma releitura da obra


“O Grito”, do artista Edvard Munch, e produzir um trabalho
artístico, poético (partindo da obra), seja uma fotomontagem,
um tik tok, performance.

A ideia foi lançada! Agora é a sua vez de colocar em prática. Sucesso!

7. A TRILHA NA MINHA VIDA


Nesse caminho percorrido, você conseguiu refletir a sociedade sobre o
olhar do artista? Que cada época traz uma forma de sentir através da
arte? Que de alguma forma obras de um tempo/espaço provocam diversas
reações? Como essas obras interferem ou fazem parte da sua vida?
Partindo dessas provocações, este é o momento de refletir sobre a expe-
riência vivenciada até agora, portanto é importante que registre no seu
caderno (diário de bordo): desenhos, fotografias, links que você achou
interessante e que chamou mais atenção. Como foi fazer a releitura e qual
emoção foi proporcionada? Parabéns pelo seu trabalho! Estamos cada vez
mais próximos da fase final!

8. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL


Você deve ter percebido que muitas provocações foram apresentadas e
você vivenciou momentos significativos. Pensamos sobre espaço/tempo,
sobre a arte, o artista, compreendendo que tudo isso faz parte de memó-
rias, histórias, sensações, emoções, e você teve a oportunidade de colocar
em prática todo esse conhecimento através do seu olhar. Sendo assim,
proponho que organize com seus colegas uma intervenção no espaço

TRILHA 4 | Tema: Expressionismo e a ansiedade de um novo tempo. 9


escolar, na comunidade ou nas redes sociais (mural, site da escola, blog,
Instagram da turma). São muitas as possibilidades. O importante é que seu
processo criativo possa ser visualizado, compartilhado por outras pessoas.
Será uma provocação à curiosidade do público.

9.AUTOAVALIAÇÃO
A sua caminhada foi sensacional. Chegar até aqui envolve conhecimento,
emoções diversas, pesquisa, entrega, muita criatividade, capacidade de
escuta e trabalho em grupo. Parabéns! Construímos juntos/as, criamos
uma nova história, recheada de sentidos e significados. Esse reencontro foi
significativo para sua formação enquanto ser que sente, que compartilha
olhares, emoções e histórias com o outro. Para isso, peço que, antes de
responder algumas perguntas no seu diário de bordo, feche os olhos, sinta
o ambiente ao seu redor, inspire, expire, respire e mãos na massa:

a) Você reservou um tempo para realizar esta atividade?

b) Foi prazeroso experimentar cada etapa da trilha?


Comente.

c) O que está acontecendo sobre arte em sua comunidade?

d) De que forma a trilha provocou o seu olhar, mudou


sua forma de pensar o mundo?

Quando nos encontrarmos, você terá a oportunidade de compartilhar suas


descobertas, o que mudou ou se consolidou no decorrer desse processo.

Gratidão pela nossa trajetória e por responder as questões que foram


propostas! Quando estivermos juntos/as, socialize-as comigo e com seus
colegas. Ah! Fique atento, pois posso pedir algumas dessas atividades
pelo Google Classroom ou de forma escrita no seu diário de bordo
(caderno). Você chegou até o final da trilha e desejo valorizar
todo o seu esforço. Sucesso!!

10
TRILHA 5 Tema: O Movimento da Abstração

1. PONTO DE ENCONTRO
Estamos mais uma vez nos reencontrando. Vamos
juntos/as dar início à trilha? Será um momento para você
desnaturalizar o olhar, aguçar os sentidos, experimentar, estar
aberto a um conhecimento compartilhado. O tema é “O Movimento da
Abstração”. Seja bem-vindo nessa troca de experiências.

2. BOTANDO O PÉ NA ESTRADA
Você sabia que a arte é fluida, inovadora, que, muitas vezes, está além do
seu tempo, e que artistas dão sentidos e significados novos em cada época,
tempo? Portanto, não deveria ser da natureza humana experimentar?
Pensar sobre o que ocorre ao nosso redor, ter novas ideias e concepções de
mundo? Vamos dar início observando e escrevendo. Pegue seu caderno de
anotações (diário de bordo).

3. LENDO AS IMAGENS DA TRILHA


Como transformar o mundo tridimensional em uma pintura? Iniciamos
o nosso diálogo com essa provocação: pensar a arte como algo transfor-
mador, que confronta a realidade, inova, que contorna linguagem, que
produz um efeito expressivo em nós, espectadores.

Convido você a passear, através do olhar, pela obra Composição V, 1911 –


Wassily Kandinsky. Veja a imagem que segue.

TRILHA 5 | Tema: O Movimento da Abstração. 1


Figura 1 – Composição V – Wassily Kandinsky

Disponível em: https://www.


wikiart.org/pt/wassily-kan-
dinsky/composicao-v-1911.
Acesso em: 27 ago. 2020.

Será que a imagem é um veículo de expressão direta? A cor e a


forma possuem um poder afetivo próprio para você? Essa imagem
tem alguma relação com o cotidiano? A imagem está relacionada
a uma sinfonia (música)? Por que o artista preferiu trabalhar dessa
forma? Você está surpreso, intrigado ao observar essa imagem?

Após tantos questionamentos, você terá a oportunidade de conhecer sobre


essa imagem através de uma pesquisa. Vamos lá! A hora é essa! Pegue
os livros, vá à internet, faça uma busca, anote tudo que te interessar e/ou
intrigar no seu diário de bordo. Reflita sobre cada detalhe!

4. EXPLORANDO A TRILHA
Você está bem adaptado à nossa grande aventura do conhecimento
através da arte? Convoco você a trilhar novos desafios que irão modificar
a sua visão de mundo, conhecendo outros artistas, imagens, o tempo e sua
época. Mas, para isso, leia o texto a seguir:

Texto 1 – O Movimento da Abstração


A palavra abstrato significa, no dicionário, abstrair, separar, retirar
de outra coisa. Mas na arte, ela tem uma conotação visceral. Irá
TRILHA 5 | Tema: O Movimento da Abstração. 2
surgir no final de 1911, como algo transformador, complexo de
entender, como a maior inovação da época, uma arte em grupo,
em que várias pessoas se reuniram e buscaram novas formas de
experimentar, artistas diversos, com ideias novas; artistas com
pensamento em rede, como Vasily Kandinsky, Fernard Léger,
Robert Delaunay, František Kupka e Francis Picabia; tantos outros
artistas surgiram às vésperas da Primeira Guerra Mundial, com
a necessidade de fazer uma arte mais “Pura”, como foi dito por
Guillaume Apollinaire, crítico de arte e poeta, também sendo
uma rejeição aos valores conservadores. Uma arte que libertava
o homem da realidade, que não fazia alusão ao objeto físico, revo-
lucionária, com formas simplificadas ou esquematizadas, formas
geométricas ou marcas gestuais para que se pudesse atingir os
efeitos desejados.

Não se pode pensar na arte Abstrata apenas relacionada às artes


visuais, uma arte que reúne uma gama de linguagens e formas de
fazer arte.

Dentro da Arte abstrata, temos a pintura Composição VII, 1913, de


Wassily Kandinsky, conhecido como o Pai do Abstracionismo. Uma
obra com cores imperativas, pinceladas, que leva o espectador a ouvir
e/ou sentir sons; cria uma ligação entre o mundo visível e o espiri-
tual; uma composição harmônica, frenética, com linhas curvas.

Figura 2 – Composição VII – Wassily Kandinsky

Disponível em: https://


www.wikiart.org/pt/
wassily-kandinsky/com-
posicao-vii-1913. Acesso
em: 27 ago. 2020.

TRILHA 5 | Tema: O Movimento da Abstração. 3


Ao refletir sobre o abstracionismo, é possível pensar a partir do
olhar do holandês Piet Mondrian (1872–1944), artista que, em meio
às descobertas formais do grupo Stijl (o estilo), traz a moderni-
dade e a evolução do seu estilo abstrato, ao qual ele chamou de
“Neoplasticismo”.

Figura 3 – Broadway Boogie-Woogie

Disponível em: https://


www.wikiart.org/pt/piet-
-mondrian/broadway-boo-
gie-woogie-1943. Acesso
em: 27 ago. 2020.

A obra Broadway Boogie-Woogie, 1942-1943, de Piet Mondrian, é extre-


mamente impactante, rítmica, de movimentos pulsantes, que se dá
por seu amor à dança e a música, pretendia alcançar uma harmonia
visual na arte, algo que pudesse transformar a vida cotidiana.
BRITO, Paula. Sec/BA, 2020.

Para ampliar seus conhecimentos, pesquise em seu livro didático mais


informações sobre leitura de imagens e sobre o tema apresentado. Se
estiver com acesso à internet, visite os materiais complementares a seguir:

Abstracionismo. In: Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São


Paulo: Itaú Cultural, 2020.
Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo347/abstracionis-
mo. Acesso em: 12 Set. 2020.

TRILHA 5 | Tema: O Movimento da Abstração. 4


Broadway Boogie-Woogie, 1942 por Piet Mondrian.
Disponível em: https://www.piet-mondrian.org/broadway-boogie-woogie.
jsp#prettyPhoto. Acesso em 10 Set. 2020.
ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâ-
neos. Tradução Denise Bottmann, Frederico Carotti. São Paulo: Companhia das
Letras, 1992.
Figuração e Abstração.
Disponível em: http://pat.educacao.ba.gov.br/emitec/conteudo/exibir/8085
Acesso em: 27 Ago. 2020.
Abstracionismo: Características da pintura, importância artística do movimento
e principais artistas.
Disponível em: http://pat.educacao.ba.gov.br/emitec/conteudo/exibir/8525.
Acesso em: 27 Ago. 2020.

5. RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA


Você deve ter percebido, ao longo dessa caminhada, que a proposta é
ampliar o seu olhar para arte, potencializando sua habilidade em refletir e
pensar sobre as mudanças, problematizar as discussões a partir dos textos
e imagens apresentadas. Sendo assim, reflita as questões a seguir, pegue
seu caderno (diário de bordo) e registre suas conclusões.

1 Quais são as suas impressões ao visualizar as imagens? Você


já tinha visto em algum livro, site, ou em mídias sociais essas
imagens? Quais os procedimentos artísticos que fez nascer
esse tipo de obra de arte? Será que os artistas apresentados
nessa trilha produziram apenas obras neste formato? A partir
da sua observação em relação ao tema, as imagens que você
teve contato, procure conversar com seus colegas, (quando
se encontrarem em sala ou pelos meios sociais) sobre o que
compreendeu. Na sequência, você irá partir para uma pesquisa
em que todos possam dar a sua contribuição, pois esse
momento de troca é importante para seu aprendizado.

Como sugestão, construa uma linha do tempo com obras de arte abstrata
de diversos lugares, tempos diferentes e não esqueça de compartilhar seu
projeto final.
TRILHA 5 | Tema: O Movimento da Abstração. 5
6. A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA
Para criar é preciso de repertório cultural. Sendo assim, você cumpriu
lindamente o propósito, ampliando o conhecimento teórico, se libertando
de forma sensível, para que pudesse dar início à sua produção artística, o
ato de experimentar. A proposta pode acontecer da seguinte forma:

• Organize os materiais – Lápis HB, papel de ofício ou caderno de


desenho, lápis de cor ou tinta, uma técnica que domine, se sinta
confortável.

• Escolha uma música para que possa ouvir e, a partir dela, tentar
abstrair as cores, as formas e as linhas que melhor expresse o que
você está sentindo.

Relaxe! Dê início à sua composição e aproveite esse instante.

7. A TRILHA NA MINHA VIDA


Você já parou para pensar de que forma essas imagens marcaram sua
infância? Que, de alguma forma, elas fizeram ou fazem parte da sua vida?
Que podem representar diversas coisas e situações? Que pode ter tocado
você de diversas formas? Falou de você, da sua história através das linhas,
da harmonia, das cores que utilizou? A música transportou você para outro
lugar? Desejo saber de toda essa experiência! Coloque em seu diário de
bordo (caderno ou no blog da turma).

8. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL


Por meio dessa trilha, você teve a oportunidade de aprender, conhecer,
reconhecer imagens, criar, compartilhar experiências com todos/as que
estavam disponíveis, abertos a esse novo “desafio”, algo deveria ser tão
presente na sociedade atual. Desafio você novamente a compartilhar
com o coletivo o seu trabalho artístico (composição) e espero que aceite
a proposta, pois será uma forma de dialogar com as pessoas que cercam
você, mesmo que a distância.
TRILHA 5 | Tema: O Movimento da Abstração. 6
9. AUTOAVALIAÇÃO
Foi especial ter chegado com você até aqui! Ao passear por essa trilha,
foi preciso perceber o quanto a arte rompe com alguns preconceitos que
foram estabelecidos ao longo dos tempos. Você teve a oportunidade de se
conhecer, conhecer o outro, suas dificuldades, se perceber em grupo e lidar
com as diferenças. Foi um verdadeiro aprendizado e troca! O que acha de
fazermos diferente? Quero saber o que aprendeu com essa trilha. Antes,
vamos manter o equilíbrio: inspire, expire, respire. Agora, você está apto
para anotar nos seu diário de bordo:

a) Como você levará essa experiência para seu cotidiano?

b) Conseguiu encontrar sentido para sua vida ao fazer


esse trabalho?

c) Você teve dificuldades em fazer alguma etapa?

d) Conseguiu fazer sua composição?

Obrigado/a pelas respostas! Quando estivermos juntos no tempo escola,


socialize o que aprendeu, suas inquietações e descobertas.

Também posso solicitar algumas dessas atividades


pelo Google Classroom ou de forma escrita no
seu diário de bordo (caderno). Afinal, você se
esforçou muito para concluir esta trilha e
precisa ser valorizado/a. Sucesso!

7
TRILHA 6 Tema: O Cubismo e as formas

1. PONTO DE ENCONTRO
Estamos nos reencontrando! Essa trilha é um território de conhecimento,
saberes compartilhados em que estaremos buscando novos olhares, ressig-
nificando, revisitando lugares através da arte com o Tema “O Cubismo e as
formas”e você é meu convidado/a para trocar experiências.

2. BOTANDO O PÉ NA ESTRADA
Você já pensou que a arte permite revisitar novos mundos? Sendo assim,
reflita sobre as questões que serão apresentadas.

1 Será que todas as imagens produzidas pelos artistas estão


interligadas? Elas são inventadas e/ou reinventadas? Será que
uma imagem desaparece quando surge outra?

São muitas as provocações! Aproveite para pegar seu diário de bordo


(caderno) registre suas inquietações e reflexões.

3. LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA


O beijo é a expressão de duas pessoas que se tornaram uma, envolvidos
por sentimentos diversos, transformando o olhar de quem vê. Sendo assim
trago a obra “O beijo cubista” para essa trilha que ainda mantém fases
do período azul de Picasso, para que você possa entender o período de
transição do artista para o cubismo, bem como que todo artista é livre no
TRILHA 6 | Tema: O Cubismo e as formas. 1
processo criativo, de leitura e representação do mundo. Portanto, você fará
um giro de ideias. O que é o Cubismo? Quais são os processos criativos de
cada artista? Quem determinou que tinha que ser dessa forma?

Disponível em: http://lounge.obviousmag.org/transfigurar/2012/05/o-beijo-cu-


bista.html. Acesso em: 21 set. 2020. (Adaptado).

Busque mais informações sobre o tema e vamos compartilhar com seus


colegas, converse com todos, se possível, pois quanto mais troca de infor-
mação melhor para que se possa dar início a um debate, seja na sala de
aula ou virtualmente, em uma rede social, em forma de fórum. Será um
grande bate papo!

4. EXPLORANDO A TRILHA
Você está bem adaptado a nossa grande aventura do conhecimento
através da arte? Convoco você a trilhar novos desafios que irão modificar
a sua visão de mundo, conhecendo outros artistas, imagens, o tempo e sua
época, mas, para isso, leia o texto a seguir:

Texto 1 – O Cubismo e as formas


Em meio a um mundo veloz, cheio de transformações, com um
clima político tenso e ansiedades, os artistas trariam um novo

TRILHA 6 | Tema: O Cubismo e as formas. 2


olhar, partindo de novas liberdades, afastando-se da imitação da
realidade, experimentando novos efeitos e reduzindo formas exis-
tentes, um mundo apresentado por diversos ângulos.

É preciso dizer que tanto Braque e Picasso estavam em processo


de transição, pensando a arte por um olhar diversificado, em meio
a novos signos e significados, em continuidade, mas trazendo dife-
rentes visões a partir das obras Les demoiselles d’Avignon, 1907
– Pablo Picasso e Viaduct at L’Estaque, 1908 – Georges Braque, que
foram um divisor de águas entre o passado e a modernidade.

Figura 1 – Les demoiselles d’Avignon, Figura 2 – Viaduto em L’Estaque,


1907 – Pablo Picasso 1908 – Georges Braque

Disponível em: https://www.wikiart.org/pt/pablo-


-picasso/les-demoiselles-davignon-1907. Acesso Disponível em: https://www.wikiart.org/en/ge-
em: 21 set. 2020. orges-braque/viaduct-at-l-estaque-1908. Acesso
em: 21 set. 2020.

O que se vê são traços do Cubismo, com obras revolucionárias. São


artistas que juntos começaram a experimentar novas possibili-
dades, se afastaram da forma de representação da realidade como
estavam acostumados a fazer, inspirados nas abordagens do pós
impressionismo de Paul Cézanne e do Fauvismo de Matisse. Essas
TRILHA 6 | Tema: O Cubismo e as formas. 3
serão as obras que darão início ao “cubismo”, nome dado pelo
crítico Louis Vauxcelles, partindo da fragmentação, e no estudo de
múltiplas perspectivas, da geometrização.

Para Picasso, a pintura não é algo estético, mas mágico, sagrado,


formas que traduzem desejos e horrores do mundo, exercendo um
diálogo com a pintura. E, nesse processo de ressignificação da arte,
o cubismo se divide em duas etapas, chamadas de Cubismo Analí-
tico e Cubismo Sintético. O Cubismo Analítico, entre 1908 e 1912,
propõe a decomposição da figura.

Figura 3 – Glass on a Table, 1909-10 – Georges Braque

Disponível em: https://www.tate.org.uk/art/art-terms/a/analytical-cubism. Acesso em: 21


set. 2020.

Já no Cubismo Sintético, entre 1912 e 1914, a proposta era adicionar


elementos diferentes nas suas experiências em fazer arte, fazendo
uso da colagem, materiais do cotidiano, possibilitando ao obser-
vador sensações táteis.
TRILHA 6 | Tema: O Cubismo e as formas. 4
Figura 4 – Garrafa de Vieux Marc, Guitarra e
Jornal, 1913 – Pablo Picasso

Disponível em:
https://www.
tate.org.uk/art/
art-terms/s/syn-
thetic-cubism.
Acesso em: 21 set.
2020.

Portanto, Pablo Picasso e George Braque passam a ser reconhecidos


como os precursores do Cubismo, reconstruindo as composição em
planos instáveis de
​​ luz, de ângulos mistos, por planos facetados
largos, planos de cor essencialmente instáveis e​​ multifários.

Assim como outros movimentos de arte moderna, o cubismo


influenciou outros artistas de diversos lugares e gêneros de arte, se
expandindo para outras linguagens.
Brito, Paula Sec/BA, 2020.

Para aprofundar seus conhecimentos sobre esse tema, é necessário que


você realize os estudos nos objetos de conhecimento a seguir:

Cubismo Movimento Artístico.


Disponível em: https://www.wikiart.org/pt/artists-by-art-movement/cubis-
mo#!#resultType:masonry. Acesso em: 21 set. 2020.
O Beijo Cubista.
Disponível em: http://lounge.obviousmag.org/transfigurar/2012/05/o-bei-
jo-cubista.html. Acesso em: 27 ago. 2020.

TRILHA 6 | Tema: O Cubismo e as formas. 5


Cubismo.
Disponível em: https://www.britannica.com/art/Cubism.
Acesso em: 27 ago. 2020.
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna – do iluminismo aos movimentos
contemporâneos. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.
Mário Quintana – o auto-retrato.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=m7SvuomVcTs.
Acesso em: 27 ago. 2020.

5. RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA


Você percebeu o quanto é importante a arte e seus contextos? Sendo assim,
convido você a refletir, partindo de algumas provocações.

1 Nesse primeiro momento, o que você conseguiu compreender


sobre o Cubismo? O que é possível perceber ao olhar as imagens
apresentadas? Será que os artistas Cubistas trouxeram inovações
para a época? Por que os artistas escolheram trabalhar nesse
formato? Essa nova forma de fazer arte rompeu com padrões já
estabelecidos? São imagens que provocam o seu olhar?

Registre as informações em um diário de bordo (seu caderno).

6. A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA


Cada momento construído é um aprendizado e estamos seguindo para
mais uma etapa em que iremos colocar em prática a criatividade, libe-
rando as emoções ao ler o poema “O Auto-Retrato” de Mário Quintana.

Auto Retrato
No retrato que me faço
– traço a traço –
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore…
TRILHA 6 | Tema: O Cubismo e as formas. 6
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
– pouco a pouco –
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!

QUINTANA, Mário – Auto Retrato. Disponível em: https://www.pensador.com/


mario_quintana_auto_retrato/. Acesso em: 21 set. 2020.

Agora observe a imagem. É uma oportunidade de perceber e observar o


exemplo de um dos autorretratos produzidos por Pablo Picasso.

Figura 5 – 90 anos (30 de junho de 1972).

Disponível em: https://www.


hypeness.com.br/2016/02/a-
-incrivel-evolucao-dos-
-autorretratos-do-genio-
-pablo-picasso Acesso em:
21 set. 2020.

TRILHA 6 | Tema: O Cubismo e as formas. 7


Assim, deixando que as palavras tomem conta do seu ser, criando um
diálogo com as imagens Cubistas vistas aqui na trilha, nos livros didáticos
e em sua pesquisa, a proposta é fazer um autorretrato. Como você cons-
truiria seu autorretrato? Sei que não é uma ideia nada fácil, mas preciso
que me diga algo sobre você através da imagem, criando um diálogo com a
arte Cubista.

Agora que conseguiu entender a proposta, buscou inspiração


na leitura do poema e observação da imagem, dê início à sua
composição. Aproveite esse momento!

7. A TRILHA NA MINHA VIDA


A arte cria conexões conosco, com o outro, o coletivo, exercita a capacidade
de construir novas ideias e olhares, despertando o senso crítico e impul-
sionando a novas descobertas. A arte nos liberta! Ao ler o poema, você
se transportou para outro lugar? Você conseguiu estabelecer um contato
sensível ao experienciar a trilha? Ao fazer o autorretrato, você parou um
instante para se perceber melhor e de alguma forma isso tocou você? Ao se
olhar, você se reportou a algum momento da sua história, seja no presente
e/ou passado? Pode também estar relacionado a sua história ancestral?
Estou muito feliz em poder conhecer um pouco mais sobre você.

Parabéns! Não podemos parar! É preciso continuar!

8. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL


Vimos muitas imagens pelo caminho que trilhamos. Juntos tivemos a opor-
tunidade de mergulhar em mundos que “desconhecemos”. Você produziu,
criou, se alimentou de arte, para transformar a sua história, a sociedade.
Sugiro que você compartilhe com seus colegas, para que todos/as tenham
acesso ao que descobriu, sentiu, pois, como diz Gilberto Gil, “transcorrendo,
transformando, tempo e espaço navegando...”. Pode ser um bate papo pelas
redes sociais, por cartas, só não deixe de compartilhar suas sensações.

TRILHA 6 | Tema: O Cubismo e as formas. 8


9. AUTOAVALIAÇÃO
Chegamos ao final de mais uma etapa e foi muito instigante chegar com
você até aqui. Estou muito feliz! Parabéns pela parceria, por esse reencontro
tão especial e significativo. Quero fazer um convite a você: desejo saber o que
está levando em sua bagagem cultural, após fazermos todo esse percurso.

a) Será que você conseguiu mudar a sua visão de mundo?


O percurso percorrido foi difícil para você fazer?

b) O que aprendeu de novo e o que deseja levar para sua vida?

Obrigado/a pelas respostas! Socialize-as comigo e com seus colegas


quando estivermos juntos em nosso Tempo Escola. Ah! Fique atento, pois
posso pedir algumas dessas atividades pelo Google Classroom ou de forma
escrita no seu diário de bordo (caderno). Você chegou até o final da trilha e
desejo valorizar todo o seu esforço.

Você também pode gostar