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CADERNOS

DE APOIO À
APRENDIZAGEM
Arte
Governo da Bahia Gessé da Silva Vieira
Gildo Mariano de Jesus
Rui Costa | Governador Gilmara Carneiro Da Silva Freitas
João Leão | Vice-Governador Jaildon Jorge Amorim Góes
Jailma da Silva Oliveira
Jerônimo Rodrigues Souza | Secretário da Educação Janeide Sousa Santos
Danilo de Melo Souza | Subsecretário Jeane Borges dos Santos
Jucy Eudete Lôbo
Manuelita Falcão Brito | Superintendente de Políticas
Laís Amélia Silva Lobo
para a Educação Básica Leide Fausta Gomes da Silva
Maiana Rose Fonseca da Silva
Márcia de Cassia Santos Mendes
Coordenação Geral Márcio Santana da Costa
Manuelita Falcão Brito Maria Carolina Lopes Esteves
Jurema Oliveira Brito Maria Cristina Barbosa Lima
Letícia Machado dos Santos Maria Cristina Santos Feitosa
Maria de Fátima Ferreira Lopes Fonseca
Diretoria de Currículo, Avaliação e Tecnologias Marielson Nascimento Alves
Educacionais Mariolinda Santana de Oliveira Servilho
Jurema Oliveira Brito Nilson Maynard Menezes
Tailane Neves de Jesus
Diretoria de Educação e Suas Modalidades Tamires Fraga Martins
Iara Martins Icó Sousa Taylane Santos do Nascimento
Thamires Vasconcelos de Souza Uenderson Jackson Brites de Jesus
Viviane Paraguaçu Nunes
Coordenações das Etapas e Modalidades Yone Maria Costa Santiago
da Educação Básica
Equipe Educação Inclusiva
Coordenação de Educação Infantil e Ensino Fundamental Marlene Cardoso
Kátia Suely Paim Matheó Ana Claudia Henrique Mattos
Cíntia Barbosa
Coordenação de Ensino Médio
Daiane Sousa de Pina Silva
Renata Silva de Souza
Edmeire Santos Costa
Coordenação da Educação do Campo e Escolar Quilombola
Colaboradores
Poliana Nascimento dos Reis
Edvânia Maria Barros Lima
Coordenação de Educação Escolar Indígena Gabriel Souza Pereira
José Carlos Batista Magalhães Gabriel Teixeira Guia
Gabriela Silva
Coordenação de Educação Especial Ives José Cardoso Quaglia
Marlene Santos Cardoso Jorge Luiz Lopes
José Raimundo dos Santos Neris
Coordenação da Educação de Jovens e Adultos Nancy Araújo Bento
Isadora Sampaio Shirley Conceição Silva da Costa
Silvana Maria de Carvalho Pereira
Coordenação da Área de Linguagens
Márcia de Cácia Santos Mendes Equipe de Revisão
Norma Gonzaga de Matos Alécio de Andrade Souza
Ana Paula Silva Santos
Equipe de Elaboração Carlos Antônio Neves Júnior
Abília Ana de Castro Neta Carmelita Souza Oliviera
Adriana Almeida Amorim Claudio Marcelo Matos Guimarães
Ana Paula de Brito Costa Silva Eliana Dias Guimarães
Andréia Santos Santana Helena Vieira Pabst
Artur Andrade Pinho Helionete Santos da Boa Morte
Carlos Vagner da Silva Matos João Marciano de Souza Neto
Cássio José Laranjeira da Silva Kátia Souza de Lima Ramos
Claudete dos Santos de Souza Letícia Machado dos Santos
Claudia Cavalcante Cedraz Caribé de Oliveira Mônica Moreira de Oliveira Torres
Cláudia Celly Pessoa de Souza Acunã Solange Alcântara Neves da Rocha
Claudia Norberta dos Santos Amaral Sônia Maria Cavalcanti Figueiredo
Daiane Sousa de Pina Silva
Elci Paim Pereira Projeto Gráfico e Diagramação
Elza Sueli Lima da Silva Bárbara Monteiro
Evandro Cruz do Livramento Marjorie Yamanda
Fabiana Lago de Andrade
À Comunidade Escolar,
A pandemia do coronavírus explicitou problemas e introduziu desafios
para a educação pública, mas apresentou também possibilidades de inova-
ção. Reconectou-nos com a potência do trabalho em rede, não apenas das
redes sociais e das tecnologias digitais, mas, sobretudo, desse tanto de gen-
te corajosa e criativa que existe ao lado da evolução da educação baiana.

Neste contexto, é com satisfação que a Secretaria de Educação da Bahia dis-


ponibiliza para a comunidade educacional os Cadernos de Apoio à Apren-
dizagem, um material pedagógico elaborado por dezenas de professoras e
professores da rede estadual durante o período de suspensão das aulas. Os
Cadernos são uma parte importante da estratégia de retomada das ativida-
des letivas, que facilitam a conciliação dos tempos e espaços, articulados a
outras ações pedagógicas destinadas a apoiar docentes e estudantes.

Assegurar uma educação pública de qualidade social nunca foi uma mis-
são simples, mas nesta quadra da história, ela passou a ser ainda mais ou-
sada. Pois além de superarmos essa crise, precisamos fazê-lo sem compro-
meter essa geração, cujas vidas e rotinas foram subitamente alteradas, às
vezes, de forma dolorosa. E só conseguiremos fazer isso se trabalharmos
juntos, de forma colaborativa, em redes de pessoas que acolhem, cuidam,
participam e constroem juntas o hoje e o amanhã.

Assim, desejamos que este material seja útil na condução do trabalho pe-
dagógico e que sirva de inspiração para outras produções. Neste sentido, ao
tempo em que agradecemos a todos que ajudaram a construir este volume,
convidamos educadores e educadoras a desenvolverem novos materiais,
em diferentes mídias, a partir dos Cadernos de Apoio, contemplando os
contextos territoriais de cada canto deste país chamado Bahia.

Saudações educacionais!

Jerônimo Rodrigues
UNIDADE 1
Campos da vida pessoal, artístico-literário, das práticas de estudo e
pequisa, jornalístico-midiátic, e atuação na vida pública.

Objetos de Conhecimento:
1. Manifestações Culturais no Recôncavo Baiano e as linguagens artísticas (teatro, dança e música). 2.
A arte na cultura afro-brasileira e nas produções culturais dos povos indígenas brasileiros e dos povos
africanos. 3.Di Cavalcanti – Arte brasileira. 4. Relacionar as práticas musicais às diferentes dimensões
da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

Competência(s):
1. Compreender o funcionamento das diferentes ração, protagonismo e autoria na vida pessoal e
linguagens e práticas culturais (artísticas, corpo- coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária,
rais e verbais) e mobilizar esses conhecimentosna defendendo pontos de vista que respeitem o outro e
recepção e produção de discursos nos diferentes promovam os Direitos Humanos, a consciência so-
campos de atuação social e nas diversas mídias, cioambiental e o consumo responsável, em âmbito
para ampliar as formas de participação social, o local, regional e global.
entendimento e as possibilidades de explicação e 4. Apreciar esteticamente as mais diversas produ-
interpretação crítica da realidade e para continuar ções artísticas e culturais, considerando suas ca-
aprendendo. racterísticas locais, regionais e globais, e mobilizar
2. Compreender os processos identitários, confli- seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas
tos e relações de poder que permeiam as práticas para dar significado e (re)construir produções
sociais de linguagem, respeitando as diversida- autorais individuais e coletivas, exercendo protago-
des e a pluralidade de ideias e posições, e atuar nismo de maneira crítica e criativa, com respeito à
socialmente com base em princípios e valores diversidade de saberes, identidades e culturas.
assentados na democracia, na igualdade e nos 5. Mobilizar práticas de linguagem no universo
Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimen- digital, considerando as dimensões técnicas,
to, a empatia, o diálogo,a resolução de conflitos críticas, criativas, éticas e estéticas, para expan-
e a cooperação, e combatendo preconceitos de dir as formas de produzir sentidos, de engajar-se
qualquer natureza. em práticas autorais e coletivas, e de aprender a
3. Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais aprender nos campos da ciência, cultura, trabalho,
e verbais) para exercer, com autonomia e colabo- informação e vida pessoal e coletiva.

Habilidades:
1. (EM13LGG101) Compreender e analisar proces- funcionamentos, para produzir sentidos em dife-
sos de produção e circulação de discursos, nas di- rentes contextos. 5. (EM13LGG602) Fruir e apreciar
ferentes linguagens, para fazer escolhas fundamen- esteticamente diversas manifestações artísticas e
tadas em função de interesses pessoais e coletivos. culturais, das locais às mundiais, assim como delas
2. (EM13LGG104) Utilizar as diferentes linguagens, participar, de modo a aguçar continuamente a sen-
levando em conta seus funcionamentos, para a sibilidade, a imaginação e a criatividade. 6. (EM13L-
compreensão e produção de textos e discursos GG604) Relacionar as práticas artísticas às dife-
em diversos campos de atuação social. 3. (EM13L- rentes dimensões da vida social, cultural, política e
GG201) Utilizar adequadamente as diversas lingua- econômica e identificar o processo de construção
gens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes histórica dessas práticas. 7. (EM13LGG701) Ex-
contextos, valorizando-as como fenômeno social, plorar tecnologias digitais da informação e comu-
cultural, histórico, variável, heterogêneo e sensível nicação (TDIC), compreendendo seus princípios e
aos contextos de uso. 4. (EM13LGG301) Participar funcionalidades, e utilizá-las de modo ético, criativo,
de processos de produção individual e colaborati- responsável e adequado a práticas de linguagem
va em diferentes linguagens (artísticas, corporais em diferentes contextos.
e verbais), levando em conta suas formas e seus
TEMA: Manifestações Culturais no Recôncavo Baiano e as linguagens artísti-
cas (teatro, dança e música).
Objetivos de Aprendizagem: Interpretar as manifestações Culturais como conhecimento de
mundo e espaço de comunicações; Identificar, na diversidade dos modos de fazer Arte, possibili-
dades de construção de identidades e reconhecimento das alteridades; Pesquisar, conhecer, fruir
e refletir sobre as Manifestações Culturais locais, regionais, em diferentes matrizes estéticas e
culturais; Analisar as diferentes Manifestações Culturais, em sua diversidade de linguagens,
estabelecendo relações entre a História, a Sociedade Contemporânea; Ampliar possibilidades
de expressão corporal através do brincar e da prática de movimentos dançantes; Aprofundar o
estudo de matrizes estéticas e culturais, produzindo sentidos para criações e interações visu-
ais; Estimular a interação, participação, criatividade, e os processos de criação inspirados nas
manifestações culturais; Experimentar novas possibilidades que arte propõe, e a capacidade de
julgamento e de apreciação artística e cultural.

Aula Atividade

Analisar e discutir sobre o processo de organização, manutenção e fortaleci-


mento das manifestações culturais pertencentes ao Estado da Bahia.
SEMANA 1

1 Promova uma roda de conversa em uma rede social (WhatsApp, Instagram,


facebook) para discussão das descobertas feitas sobre as Manifestações Cul-
turais e grupos griós.

2 Realizar uma pesquisa sobre as manifestações locais e regionais.

Ampliar o olhar, Investigando as manifestações artísticas e culturais do


3 Recôncavo Baiano. • Participar de forma colaborativa para construção de
idéias e cenas.
SEMANA 2

Exposição de repertório explorando as linguagens artísticas (teatro, dança e


música) reconhecendo e relacionando com as Manifestações culturais;
Elabore um experimento cênico em grupo, partindo da escolha de uma ma-
4 nifestação cultural, onde possa entrelaçar, coreografia, música, poesia, canto,
objetos de forma a explorarem, possibilidades de diálogos entre diferentes
expressões.

TEMA: A Arte na cultura afro-brasileira e nas produções culturais dos povos


indígenas brasileiros e dos povos africanos.
Objetivos de Aprendizagem: Identificar os elementos gráficos (pontos, linha, forma, cor, textura,
contraste, simetria, proporção, dentre outros, que compõem as Artes Africanas e Indígenas; Pes-
quisar, compreender e ampliar os conhecimentos sobre as Artes Indígenas Brasileira e as Artes
Africanas; Analisar as técnicas e as funções estéticas e utilitárias da arte africana e afro-brasi-
leira; Estimular a discussão, a indagação, a criatividade, a capacidade de julgamento e de apre-
ciação artística e cultural; Aprofundar as vivências e compreensão de práticas artístico-visuais
e o conhecimento dos elementos constitutivos específicos das artes visuais.

Aula Atividade

Aula expositiva e dialógica com Identificação dos elementos visuais presen-


5 tes nas Artes Indígenas Brasileira e nas Artes Africanas. • Realizar um estu-
3

do comparativo entre as produções artísticas africanas e indígenas.


Participar oralmente nas discussões durante as leituras imagéticas das Obras
de Arte dos artistas de Rubem Valentim, Emanuel Araujo, Mestre Didi, Esther
SEMANA 3

Mahlangue e Denilson Baniwa. • Realizar um estudo comparativo entre as


6 produções artísticas africanas e indígenas. • Produza um catálogo de materiais
e outros suportes que apresentam em suas composições formas geométricas:
estampas de tecidos e embalagens de presente, azulejos e pisos de residências,
toalhas de mesa, dentre outras através de registros de desenhos, imagens.

Construir coletivamente em pequenos grupos uma composição visual de


uma estampa utilizando elementos gráficos presentes nas produções artís-
SEMANA 4

7 ticas Afro Indígena Brasileira. • Criar instrumentos musicais (sopro, percus-


são, e corda) utilizando materiais reciclados.

Criação de instrumentos musicais (sopro, percussão, e corda) utilizando ma-


8 teriais reciclados.

Elaboração de um roteiro com as etapas de um projeto de um desfile utili-


9 zando os adereços e tecidos estampados ao som dos instrumentos musicais
criados em sala de aula.
SEMANA 5

Construção do espaço onde vai ser realizado desfile. • Preparação para o des-
file. • Realização de um desfile utilizando roupas, adereços e instrumentos
10 musicais feito com materiais reciclados. • Apresentação das produções das
estampas e adereços produzidas, com as descrições de todas as etapas do
processo criativo.

TEMA: Di Cavalcanti – Arte brasileira. Relacionar as práticas musicais às


diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica,
estética e ética.
Objetivos de Aprendizagem: Conhecer o artista Di Cavalcanti e o contexto histórico em que viveu;
Conhecer e apreciar criticamente obras e produções visuais do artista Di Cavalcanti. Conhecer as
características que identificam o gênero em música; Conhecer o conceito de identidade cultural;
Identificar elementos da identidade cultural presentes nas obras de Di Cavalcanti; Identificar ele-
mentos da identidade cultural em seu meio social; Produzir uma composição visual com intencio-
nalidade artística e habilidade argumentativa.

Aula Atividade

Apresentar o artista Di Cavalcanti, suas obras e o contexto histórico social


SEMANA 6

11 da época. • Registre no seu caderno características comuns às obras de Di


Cavalcanti: cores, formas, temática.

12 Escolha um gênero musical brasileiro e registre suas características no


13 caderno.
7

14 Faça uma pesquisar sobre as formas, cores, temas que identificam a cultura
15 baiana. • Relatório sobre as cores, formas, temas da cultura baiana.
8

Criação de uma imagem a partir de um gênero musical.


16 Faça uma autoavaliação da imagem produzida.
Tema: Manifestações Culturais no Recôncavo Baiano e
TRILHA 1 as linguagens artísticas (teatro, dança e música)

1. PONTO DE ENCONTRO
Olá Estudante! Muito legal esse encontro! Acredito que faremos uma
linda caminhada. Durante essa busca traçada pelo interesse em aprender,
compreender, trocar, compartilhar, iremos perceber o quanto é importante
as diversas manifestações culturais que permeiam o Recôncavo Baiano,
partindo de uma estética política, visual e de fortalecimento. Compreen-
dendo sempre que todo essa troca de informação será importante para o
processo de aprendizagem e crescimento pessoal. Nesta parte da trilha,
você terá oportunidade de estudar o tema Manifestações Culturais no
Recôncavo Baiano e suas Visualidades e terá oportunidade de expressar o
que aprendeu e compartilhar seus conhecimentos sobre o assunto. Ah, não
se preocupe: estarei contigo na trilha inteira!!

2. BOTANDO O PÉ NA ESTRADA
Refletindo…

Para que possamos dar início a esse caminho quero te fazer algumas
perguntas:

Você já imaginou que o corpo pode ser um suporte no seu pro-


cesso criativo? Que as manifestações Culturais são linguagens
que se comunicam com a nossa história? Você conhece algu-
ma Manifestação Cultural? Será que elas têm relação com as
linguagens artísticas? Participou de algum grupo ou Oficina de
Arte? Já experimentou algum “jogo” Teatral ou dramático? Para
caminhar na trilha comigo registre suas descobertas no diário
de bordo (caderno).

TRILHA 1 | Tema: Manifestações Culturais no Recôncavo Baiano e as linguagens artísticas (teatro, dança e música) 1
3. LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA
Pensando sobre o que viu…

O nosso corpo continua sendo uma forma de nos conectar com o mundo, o
tempo, espaço, lugar, e suas representações, e ao analisar as manifestações
Culturais, se percebe que são corpos que estão envolvidos em um outro
lugar, que informam e formam através de diálogos.

Disponível em: http://www.cultura.ba.


gov.br/2016/08/12083/Caretas-do-Min-
gau-de-Subara-reverencia-o-papel-da-
-mulher-na-Independencia-da-Bahia-.
html. Acesso em: 30 jul. 2020

São corpos como fronteira servindo para produção de sentidos. É preciso


que ao ver as Manifestações Culturais, se possa estabelecer novas inter-
pretações sobre a Cultura Popular, compreendendo que as linguagens que a
arte proporciona também fazem parte dessas manifestações. Agora vamos
aguçar o olhar, você está convidado a apreciar as imagens a seguir.

Figura 01 Figura 02

Disponível em: http://www.cultura.ba.gov. Disponível em: http://www.cultura.ba.gov.


br/2018/10/15893/Imaginarios-da-morte-e-do-Ne- br/2016/08/12039/Pescadores-e-marisqueiras-
go-Fugido-sao-temas-de-oficina-.html. Acesso -mantem-tradicao-das-chegancas-no-Reconca-
em: 30 jul. 2020 vo-baiano.html. Acesso em: 30 jul. 2020.

TRILHA 1 | Tema: Manifestações Culturais no Recôncavo Baiano e as linguagens artísticas (teatro, dança e música) 2
Preparados para responder alguns questionamentos? Só não esqueçam de
fazer as anotações, para que se possa continuar a trilha.
O que você vê? Ao analisar, reconhece alguma dessas imagens?
Sabe informar a localidade? Você já participou de alguma ma-
nifestação cultural? Qual? Conhece a sua origem? Sua história?
Sua função social e/ou cultural dentro da comunidade em que
ela ocorre? Quem são os participantes? Quais os sons ou mú-
sicas presentes nessa manifestação? Será que tem uma com
religiosidade e/ou ancestralidade? Você enxerga nela algo “te-
atral”? Dramático? Encenado? Será espetáculo? Performance?
Happening? Dança? Resistência?

4. EXPLORANDO A TRILHA
Provocando Novos Olhares…

Alguma dúvida até aqui? Vamos conversar sobre as manifestações Cultu-


rais no Recôncavo Baiano, mas antes preciso que você se aprofunde mais
sobre o tema, faça uma pesquisa, reflita sobre o material encontrado,
amplie o seu olhar para que possamos compartilhar o conhecimento. O
desafio foi lançado, sendo assim, vamos ler o texto a seguir:

Texto – As Manifestações Culturais no Recôncavo Baiano


As manifestações Culturais representam a história de vida do nosso povo
ancestral, portanto dialogam, comunicam, provocam, é um prolongamen-
to de nós, e nos faz refletir toda uma história de escravização, subjugação,
resistência e fortalecimento. Para que se possa compreender a história de
um povo é preciso perpassar pela sua cultura, que traz consigo a ancestrali-
dade, a oralidade e a identidade como elementos norteadores para constru-
ção da sociedade, que faz parte de uma narrativa histórica.
Vale ressaltar que as manifestações culturais ao longo dos anos, foram
marcadas por estereótipos, acreditava-se que não eram produção de sa-
ber, por nascerem nas senzalas, nos terreiros de candomblé, por estarem
relacionada aos negros e negras escravizados e aos negros e negras das

TRILHA 1 | Tema: Manifestações Culturais no Recôncavo Baiano e as linguagens artísticas (teatro, dança e música) 3
comunidades periféricas, como processo de luta e resistência do povo ne-
gro, sendo assim, é preciso desnaturalizar o olhar, traçar diálogos de valo-
rização, de repensar, e estabelecer novas interpretações acerca da Cultura
Popular que vai além das questões estéticas.
Compreender que as manifestações culturais traduzem a forma de ver e
sentir do povo, permeada de símbolos e significados visíveis e invisíveis,
o mítico, que é apenas uma parcela do que poderemos perceber através
da experiência visual. Os movimentos, a gestualidade, o corpo, a dança, a
música, os elementos simbólicos que transitam no campo da artes, se fa-
zem presente nas manifestações culturais, comunicando novas formas de
estar e ser no mundo, experiências que se misturam com a realidade, em
que os brincantes evocam o passado, dramas rememorados habitados em
um corpo presente, trazendo valores, histórias de um outro tempo, época,
vivências que nos convida a exercitar a nossa compreensão de mundo, en-
tendendo que ninguém poderá definir o que é ou não cultura.
Discutir “cultura”, “cultura popular”, “manifestação cultural” na atualidade
não é só dar significado ou identificar, é pensar a hegemonia cultural, de que
forma essas histórias se mantém vivas nos espaços de origem e representa-
tividade; como funciona as práticas de fortalecimento da cultura, para que a
tradição não se perca, e entender que a cultura é uma ação histórica e trans-
formadora do ser enquanto sujeito social.

Paula Brito

Vamos conhecer algumas manifestações tradicionais do Recôncavo


Baiano:

Nego Fugido – Nego Fugido uma manifestação cultural, localizada no dis-


trito do Acupe, da cidade de Santo Amaro da Purificação, Recôncavo Baia-
no, que se mantém viva desde o século XIX, como expressão identitária e
territorial, estratégia de construção de liberdade, em que histórias se entre-
cruzam, estabelecendo variados diálogos, permitindo uma nova narrativa
histórica de um Brasil Ancestral.
A Aparição do Nego Fugido ocorre todos os domingos no mês de Julho,
ressignificando, reelaborando a história afro brasileira, crianças, mulheres,

TRILHA 1 | Tema: Manifestações Culturais no Recôncavo Baiano e as linguagens artísticas (teatro, dança e música) 4
homens fazendo uso da palha da bananeira, como vestimenta, da mistura
do carvão e óleo, para pintar o rosto, da boca vermelha feito sangue, além
de outros adornos que darão início a transformação. São múltiplas as expe-
riências sensoriais e visuais apresentada, uma manifestação cultural rela-
cionada com a independência do Brasil na Bahia, nascido nos terreiros de
Candomblé, carregados de símbolos, significados – entre o real, imaginário,
visível, invisível, acerca do mito, que encanta, penetra o ser, transportando-
-nos para outro lugar.
Memórias que foram revisitadas, vivenciadas, experienciadas por Nego Varte,
Dona Santa, Sr. Evilásio, verdadeiros sacerdotes, que nesse processo de resis-
tência, tentam manter a tradição, as histórias ancestrais, que são construídas
no coletivo, partindo das memórias do grupo, para que todos possam ser prota-
gonistas nesse processo de luta e fortalecimento.
Uma expressão artística, cultural, viva, mítica, ritualística, extremamente
diversificada, que se alimenta da ancestralidade, desconstruindo todo um
discurso permeado de relações discriminatórias, acerca do processo identi-
tário, reformulando novos papéis dentro de um espaço, tempo, possibilitando
novas discussões acerca do que é ser negro no Brasil.

Paula Brito

Caretas do Mingau – O encontro de almas tem data marcada. As caretas


do Mingau representam as mulheres negras, uma ação histórica em que
mulheres, mães precisavam alimentar seu maridos e filhos que lutavam
para libertar o Brasil da Coroa portuguesa por volta de 1820, na batalha da
Independência da Bahia. Para não serem vistas, e pudessem quebrar as
barreiras, criaram uma estratégia, há quem diga que saiam no meio da es-
curidão, na calada da noite, cobertas por lençóis brancos, com facão na cin-
tura, espingarda nas costas e panelas de mingau na cabeça e se topassem
com o inimigo no meio do caminho, eles acabavam saindo aterrorizados
com o que ouviam e viam. Para uns essa transformação são só apenas no-
vas indumentárias, para outros, uma performance, teatro, história, mas por-
que não pensarmos em todas essas possibilidades nesse processo de luta e
resistência como fortalecimento, com um fim vitorioso. Essa manifestação
ocorreu no Recôncavo Baiano, Saubara, localizada nas proximidades da foz
TRILHA 1 | Tema: Manifestações Culturais no Recôncavo Baiano e as linguagens artísticas (teatro, dança e música) 5
do Paraguaçu, todo esse processo de transformação nos faz repensar o pa-
pel da mulher no processo histórico, de libertação e construção da socieda-
de, uma manifestação política, de luta e conquista, que se mantém viva, até
o dia de hoje pelas mulheres Saubarenses, como manutenção da história e
cultura, preservando os bens simbólicos, os valores, a tradição.

Caretas do Mingau. (Adaptado) Disponível em: http://www.cultura.ba.gov.


br/2016/08/12083/Caretas-do-Mingau-de-Subara-reverencia-o-pape-
l-da-mulher-na-Independencia-da-Bahia-.html. Acesso em: 30 de jul.
2020.

Chegança – Com mais de 100 anos de existência, traz para reflexão o pro-
cesso histórico que representa, a invasão acidental da marinha de Portugal
nas águas da Turquia, além da tentativa dos portugueses de converterem os
mouros ao cristianismo, uma vez que eram considerados pagãos. A Chegan-
ça de Mouros Barca Nova e a Chegança dos Marujos Fragata Brasileira, uma
manifestação da cultura do povo de Saubara.
O Encontro de Cheganças da Bahia, acontece em agosto em homenagem ao
padroeiro de Saubara e protetor dos marujos: São Domingos de Gusmão. O
santo é reverenciado durante a caminhada feita pelas ruas.
Já a Chegança dos Marujos Fragata Brasileira possui esse nome em home-
nagem à Marinha. É um grupo que reconstrói, em seus cânticos, as lutas
acontecidas no mar, em especial a que levou à Independência da Bahia, em
1823, celebrada anualmente no 2 de Julho.

Fonte: Pescadores e Marisqueiras mantém das cheganças no Re-


côncavo Baiano. (Adaptado) Disponível em: http://www.cultura.ba.gov.
br/2016/08/12039/Pescadores-e-marisqueiras-mantem-tradicao-das-
-chegancas-no-Reconcavo-baiano.html. Acesso em: 30 de jul. 2020.

Para aprofundar mais sobre esse tema, é necessário que você realize os
estudos nos seu livro didático e nos objetos de conhecimento a seguir:

Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia.

TRILHA 1 | Tema: Manifestações Culturais no Recôncavo Baiano e as linguagens artísticas (teatro, dança e música) 6
Revitalização de Manifestações Populares Tradiconais Brasileiras:
Re-significação da noção de cultura popular.

Cultura Popular no Recôncavo Baiano:


Visibilidade através das mulheres

Ministério Pescadores de crianças

Jogos e Exercícios Teatrais

Augusto Boal, 200 jogos e Exercícios.

Caretas do Mingau.

Imaginários da Morte e do Nego Fugido.

Pescadores e marisqueiras mantém tradição das cheganças


no Recôncavo Baiano.

5. RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA


Você percebeu a importância das manifestações Culturais para o povo
baiano e brasileiro e suas relações com as linguagens artísticas? Partindo
das pesquisas e dos sites indicados, responda às questões propostas. Não
esqueça de anotar em seu diário de bordo.

1 Quais foram as manifestações culturais encontradas em sua


pesquisa?
2 Quais foram as suas impressões?
3 Que tipo de expressões culturais você observa ou participa no
seu cotidiano?
4 De que forma devemos atuar na construção da identidade
afro-brasileira?

TRILHA 1 | Tema: Manifestações Culturais no Recôncavo Baiano e as linguagens artísticas (teatro, dança e música) 7
5 As práticas musicais, a dança e o teatro, elas estão presentes
de que forma nas manifestações culturais?

6 Algumas das manifestações pesquisada, estão relacionadas


com o sagrado e a religiosidade?
7 Você consegue estabelecer uma relação da sua história com a
história de alguma das Manifestações Culturais?
8 Como funciona o processo de manutenção da Cultura Popular,
da Manifestação Cultural em sua localidade? Converse com os
mais velhos, registre e compartilhe o conhecimento.

6. A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA


Você percebeu que o conceito de Cultura Popular é bastante amplo? Que as
experiências e vivências constituídas através das manifestações culturais,
provoca emoções, exercita a percepção, transforma o olhar e possibilita
compartilhar experiências? Vamos experimentar? Esse é o momento mais
esperado, é a hora de trabalhar a criatividade, colocando em prática tudo
que aprendemos até o momento. É importante que se sinta livre, comece a
organizar as idéias, compartilhe com seu colegas, e transforme em reali-
dade. Você pode montar um mapa figurativo para que possa identificar
a localidade de cada manifestação. Agora que conseguimos entender a
proposta, vamos começar o jogo. Lembre que você pode realizar essa ativi-
dade com seus familiares.

Caminhe pelo espaço ao som de músicas populares:

1 Comece caminhando e sentindo os sons do ambiente (sons de


batuques lentos e vai progressivamente ficando mais rápidos,
mais frenéticos), caminhe pelo espaço, explore-o, sinta esse
som, pode dançar ao som da forma que tive vontade;

2 Aproxime-se de alguém e forme uma dupla, ainda dançan-


do, se conectem pelo olhar, pelo ritmo, estabeleçam um ritmo
para a dupla;
TRILHA 1 | Tema: Manifestações Culturais no Recôncavo Baiano e as linguagens artísticas (teatro, dança e música) 8
3 Agora a dupla vai se transformar em trios, quartetos, sexte-
tos, até que todos estejam dançando juntos, o ritmo da música
(instrumental) deve ser gostoso, nem muito rápido nem lento
demais.

4 Agora é hora de enturmar, de dançar em grupo, procurando


todos uma unidade coreográfica, transformando o improviso
numa dança coletiva.

5 Na roda de conversa, perguntar: como foi a sua experiência?


Do que mais gostou, e do que não gostou? Porquê? Será que as
Manifestações Culturais partem de uma coreografia ou
do teatro?

Convite feito! … O desafio agora é…

Pesquise através de livros, sites ou com os Mestres Griôs, uma mani-


festação cultural da sua localidade, ou a que você se interessou quando
compartilhamos conhecimento (marujada, congada, maracatu, bumba
meu boi, e outros.) Organize sua pesquisa no seu diário de bordo. No
retorno das aulas presenciais, compartilhe com seu professor e colegas.

7. A TRILHA NA MINHA VIDA


Como você se relaciona com o sentimento de pertencimento e memória?
Trilhamos e exploramos histórias, compartilhamos sensações, ter
também uma experiência estética e perceber o quanto é importante
conhecer e cuidar do outro, dos Mestres Griôs, portadores de saber e que
fazem circular a cultura. Esse é o momento da trilha em que você está
sendo convidado a compartilhar a sua experiência registrando de que
forma as vivências, a história dos nossos ancestrais refletem no presente
para que se possa construir e transformar o futuro. O que te chamou mais
atenção nas manifestações culturais e que te trouxe lembranças afetivas?
Feliz com sua caminhada!!! Já estamos finalizando!

TRILHA 1 | Tema: Manifestações Culturais no Recôncavo Baiano e as linguagens artísticas (teatro, dança e música) 9
8. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL
Cada dia a sociedade passa por diversas transformações, sociais, políticas,
econômicas, artísticas, culturais e tecnológicas. Há um mundo que se
apresenta para nós, mas para isso é preciso conhecer o passado, a Cultura
popular, as manifestações culturais, a história dos nossos ancestrais, ter
conhecimento de quem somos e de que forma dialoga conosco. Somos
surpreendidos com as novas tecnologias, as ferramentas são diversas, as
informações chegam muito rápido, sendo assim, é preciso ocupar esses
lugares. A proposta é compartilhar e registrar nas redes sociais ( blog,
site, instagram, facebook, Whatsapp), o processo criativo feito por você,
mas não esqueça de organizar uma playlist das músicas cantadas nas
Manifestações Culturais do Recôncavo Baiano que já conhece. Que juntos
possamos transformar esses lugares em espaço de discussão e fortaleci-
mento da cultura.

9. AUTOAVALIAÇÃO
Chegamos ao final, e trilhamos juntos uma linda caminhada. Parabéns!
Tivemos a oportunidade de construir sonhos, dar sentido e significado a
nossa história. Mas antes de nos despedirmos, quero te convidar a pensar
sobre seu próprio percurso. Silencie, inspire, expire, respire, olhe ao seu
redor e reflita todas as informações, o percurso feito, as pessoas que você
encontrou, reencontrou, compreendendo que todas essas experiências
foram necessárias para sua formação enquanto indivíduo. Para isso peço
que responda algumas perguntas no seu diário de bordo:

a) Você reservou um tempo para realizar esta atividade?

b) Foi divertido percorrer esta trilha? Comente.

c) Foi interessante fazer o trabalho colaborativo?


Explique.

TRILHA 1 | Tema: Manifestações Culturais no Recôncavo Baiano e as linguagens artísticas (teatro, dança e música) 10
d) A trilha te ajudou a fazer uma leitura mais
crítica sobre o seu papel no mundo, consigo e o
outro?

e) Ao final da trilha foi tranquilo, para você, construir


sua experimentação poética? Comente.

f) Quando possível compartilhe suas respostas,


inquietações e suas descobertas.

g) Você acha que consegue aplicar na sua vida as


aprendizagens experienciadas dessa aula? Esclareça.

Agradeço pelas respostas! Socialize-as com seus colegas e professores


quando estiverem juntos. Ah, fique atento, para deixar tudo organizado no
seu diário de bordo (caderno).

Para aprofundar mais sobre esse tema, é necessário que você realize os
estudos no seu livro didático e nos links dispostos durante todo o processo
de construção do conhecimento na trilha.

Gratidão pela Companhia!!

11
Tema: A arte na cultura afro-brasileira e nas produções
TRILHA 2 culturais dos povos indígenas brasileiros e dos povos

1. PONTO DE ENCONTRO
Olá! Que bom encontrar você aqui novamente!
Fico muito feliz pelo nosso reencontro! É de
extrema importância que continue avançando nas suas aprendizagens e
conquistas. Nesta parte da trilha você terá oportunidade de estudar o tema
Tecendo Relações com A Arte Afro Indigena Brasileira, mais uma oportu-
nidade de expressar o que aprendeu e compartilhar seus conhecimentos
sobre o assunto. Ah, não se preocupe: estarei contigo na trilha inteira!!

2. BOTANDO O PÉ NA ESTRADA
Refletindo…

Antes de começar nossa caminhada tenho algumas perguntas a lhe fazer:

1 Você já parou para pensar que basta observarmos as ruas, as


vestimentas, os objetos, ao nosso redor para nos depararmos
com várias formas de expressões visuais inspirados nas Artes
Africanas e nas Artes Indígenas? Que elas estão inseridas
explicitamente ou de modo sutil em nossa cultura? Que muitos
artistas reconhecidos no mundo da Arte se renderam à beleza
desses elementos plásticos e algumas de suas produções
artísticas trazem essa força expressiva? Para caminhar na
trilha comigo anote suas respostas e reflexões no diário de
bordo (caderno).

Realizando um estudo comparativo... Artes Indígenas e Artes Africanas.

TRILHA 2 | Tema: A arte na cultura afro-brasileira e nas produções culturais dos povos 1
indígenas brasileiros e dos povos africanos.
Para uma melhor compreensão das manifestações artísticas e culturais,
dos africanos e indígenas, responda no seu caderno os seguintes questio-
namentos:

2 Como elas são produzidas? Quais são os materiais utilizados na


produção desses objetos? Qual a finalidade dessas produções
para cada uma dessas culturas? Diferencie cada finalidade
(cotidiana, ritual religioso ou celebração). Coloque os pontos em
comuns com relação a pintura corporal, a dança e a música.
Cada uma dessas formas de representação artística é diferente
para cada cultura? Quais as simbologias que elas trazem?
Como são realizados os desenhos de suas pinturas? Descreva os
tipos de padrões geométricos de cada cultura. Quais materiais
utilizados nessas produções? Quem são as responsáveis pela
pintura corporal?

Prontos para fazer um desenho inspirado nos grafismos da Arte Indígena


e Africana?

O desafio consiste em criar desenhos a partir de elementos


gráficos presentes na Arte Indígena e Africana. Você deve criar
o seu desenho a partir dos exemplos apresentados pelo seu
professor(a). O importante é que o desenho possua: simetria,
organização, clareza e tenha uma sequência lógica.

Preste atenção a regra a seguir. No final, todos deverão conversar sobre


quais sentimentos esta atividade despertou e qual a relação que pode ser
feita entre a prática desta atividade, e o modo como os povos africanos e
povos indígenas veem as produções artísticas.

Continuando a nossa caminhada...

REGRA
Você não deve tirar o lápis do papel durante a elaboração do desenho. Utilizar apenas
uma folha de papel ofício. Respeitar o tempo estipulado para realizar a tarefa.

TRILHA 2 | Tema: A arte na cultura afro-brasileira e nas produções culturais dos povos 2
indígenas brasileiros e dos povos africanos.
Pensando nos legados que nossos ancestrais trouxeram para a construção
de uma identidade genuinamente brasileira, acrescente no seu caderno
informações sobre a trajetória pessoal de cada um desses artistas a seguir:
Mestre Didi, Rubem Valentim, Emanoel Araújo, Esther Mahlangu e
Denilson Baniwa. (Deve constar nessas informações: os valores e posicio-
namentos de cada um deles em relação à defesa, preservação e difusão da
cultura africana e da cultura indígena).
Links:
Arte Africana Ndebele
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Zo8XQkJOlMg/
Acesso em 30 jul.2020
O Povo Ndebele, cores e traços | Mwana Afrika Oficina Cultural
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=47rw_JuiM-w
Acesso em: 30 jul.2020.
PIPA 2019 | Denilson Baniwa
Disponível em: https://www.premiopipa.com/denilson-baniwa/
Acesso em: 30 de jul. 2020.
Artistas que lideram cena de arte contemporânea na Africa
Disponível em: https://casavogue.globo.com/Colunas/Gemada/noti-
cia/2017/07/conheca-12-artistas-que-lideram-cena-de-arte-contempora-
nea-na-africa.html Acesso em: 31 jul. 2020.
Rubem Valetim.
Disponível em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8766/
rubem-valentim Acesso em: 31 jul. 2020.
Textos complementares:
Arte Indígena. Roteiro de Estudos 9º ano, semana 1
Disponível em: http://www.educacao.ba.gov.br/midias/documentos/ro-
teiros-de-estudos-linguagens-9%C2%BA-ef Acesso em: 30 de jul. 2020.
GRAFISMOS INDÍGENAS – BRASIL
Disponível em: http://dominiopublico.mec.gov.br/download/texto/me002127.
pdf. Acesso em: 30 de jul. 2020.
Arte & Corpo – Documentário
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=WW5fBClAJs0. Acesso
em: 30 de jul. 2020.
Arte Indígena e Arte Africana: Elementos Visuais Plásticos
Disponível em: http://www1.ceart.udesc.br/arquivos/id_submenu/739/ar-
te_e_cultura_indigena._material_didatico.pdf Acesso em: 30 de jul. 2020.
Dicas-de-como-fazer-estamparia-com-carimbos
Disponível em: http://www.viladoartesao.com.br/blog/duas-dicas-de-co-
mo-fazer-estamparia-com-carimbos/ Acesso em: 31 jul. 2020.
TRILHA 2 | Tema: A arte na cultura afro-brasileira e nas produções culturais dos povos 3
indígenas brasileiros e dos povos africanos.
3. LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA 
Realize um catálogo com registros de desenhos e/ou imagens de mate-
riais e outros suportes que apresentem em suas composições linhas,
pontos, cores contrastantes e formas geométricas (estampas de tecidos e
embalagens de presente, azulejos e pisos de residências, toalhas de mesa,
dentre outras), estamos nos preparando para a produção das estampas,
vamos utilizar essas referências nas nossas produções.

“Retornar ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro”...


Você já viu essa afirmativa? Trata-se do significado do símbolo Sankofa,
representado por um pássaro que volta a cabeça à cauda. Na tradição
africana há várias simbologias que fazem parte de um conjunto de ideo-
gramas chamados Adinkra. Eles, juntamente com o grafismo da Arte Indí-
gena, farão parte da nossa inspiração para confeccionarmos as estampas
dos tecidos e adereços que serão utilizados no desfile que será produzido
por vocês. Dentre as produções artísticas estudadas até aqui, os artefatos
e os grafismos em particular, materializam redes de interação complexas,
congregando laços, ações, emoções, significados e sentidos.

Observe as imagens 1 e 2. Perceba se há alguma semelhança. Observe


os elementos visuais de cada produção artística. Comente se há o uso de
linhas, pontos, formas, proporção e simetria.

Figura 1 – Os Símbolos de Adinkra Figura 2 – Memorial dos povos Indígenas

Disponível em: https://encrypted-tbn0.gstatic. Disponível em: https://www.buenasdicas.com/


com/images?q=tbn%3AANd9GcTAIoDFb0WN- memorial-dos-povos-indigenas-passeio-gratis-
3NUTiEaGgVFGDlckO2GFcinxbQ&usqp=CAU. -em-brasilia-4801/. Acesso em: 04 set. 2020
Acesso em: 04 set. 2020

TRILHA 2 | Tema: A arte na cultura afro-brasileira e nas produções culturais dos povos 4
indígenas brasileiros e dos povos africanos.
Tudo ok com você até aqui? Aproveite para saber como se faz algumas
estampas com carimbos... dê uma olhada nos links a seguir. Agora com as
observações feitas e as pesquisas em mãos se inspirem nestes grafismos
e comecem a pensar no projeto das estampas dos tecidos, nos adereços ou
nos elementos decorativos do espaço onde vai ser realizado o desfile. Traga
também um significado para as peças que vocês irão produzir. Ponha a
imaginação e a criatividade a seu favor... mãos à obra!

Links:

ADINKRA: UM DICIONÁRIO DE VALORES NA ARTE DOS CARIMBOS


Disponível em: http://www.afreaka.com.br/notas/adinkra-um-dicionar-
io-de-valores-na-arte-dos-carimbos/. Acesso em: 31 jul. 2020.
Carimbo de batata é o jeito mais fácil de estampar suas almofadas
Disponível em: https://catracalivre.com.br/criatividade/carimbo-de-batata-e-
o-jeito-mais-facil-de-estampar-suas-almofadas/ Acesso em: 31 jul. 2020.
Dicas-de-como-fazer-estamparia-com-carimbos.
Disponível em: http://www.viladoartesao.com.br/blog/duas-dicas-de-co-
mo-fazer-estamparia-com-carimbos/ Acesso em: 31 jul. 2020.

Vamos ver como fazer o carimbo de batatas: corte a batata ao meio, com a
ajuda da faca ou do estilete, forme o desenho em uma das metades. Depois
espalhe a tinta em um pratinho para poder passá-la na batata. Agora é só
carimbar no tecido, estabeleça uma sequência das figuras que irão compor
a sua composição visual, use uma fita crepe para delimitar os espaços
onde serão realizadas as estampas.  Você pode usar tintas feitas com
pigmentos naturais como os povos Indígenas, veja como fazê-las:

Como fazer as tintas naturais?

Essas tintas podem ser feitas com duas colheres de sopa quase cheia
de pigmentos naturais como açafrão, terra, pó de café e urucum, acres-
centando meio copo americano de água e de cola branca. Misture
tudo com a colher e coloque em um potinho para uso. Como esse tipo
de tinta é solúvel em água, use de preferência em papéis, tecidos ou
outras superfícies que não serão lavadas ou expostas à chuva. Guarde
em potes plásticos.
TRILHA 2 | Tema: A arte na cultura afro-brasileira e nas produções culturais dos povos 5
indígenas brasileiros e dos povos africanos.
4. EXPLORANDO A TRILHA 
Provocando novos sons…

Primeiramente prepare-se, pois vamos pensar nos sons que


nosso corpo é capaz de produzir. Fique em silêncio e de olhos
fechados. Pronto, neste momento vamos buscar perceber a
própria respiração. Que tal o som que produzimos ao engolir
algo? Já escutou o ritmo do coração? Pois então apoie as suas
mãos sobre o tórax. Depois coloque as mãos feito conchas nos
ouvidos, que tipo de barulho faz a respiração? Perceba os sons
que seu corpo produz.

Trocando experiências…

Agora que tomamos consciência dos sons que nosso próprio corpo é capaz
de produzir, convido você a experimentar criar sons com o próprio corpo.
Nada de usar palavras! E depois de um pequeno ensaio você poderá apre-
sentar para sua turma, no “Tempo Escola”. O importante é criar uma
melodia. Sinta-se capaz de pôr em prática a criatividade. Depois dessa
experiência pesquise quais tipos de sons foram feitos a partir de instru-
mentos inusitados. Busque materiais diversos para a construção de instru-
mentos musicais como metal, madeira, sementes, barbante, cola, canudos,
canos, conchas, copinhos de plástico. Escolha qual desses materiais
servirá para montar seu instrumento musical e ver como eles produzem
os sons. Guarde com carinho, pois você apresentará na sala de aula para
sua turma. Lembre-se de confeccionar o instrumento musical utilizando
materiais reciclados. Justifique o porquê da sua escolha por determinado
instrumento musical.   

Links:

GASPAR, Lúcia. Índios brasileiros, instrumento musicais. Pesquisa Escolar


Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife.
Disponível em: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/. Acesso em: 30
jul. 2020.

TRILHA 2 | Tema: A arte na cultura afro-brasileira e nas produções culturais dos povos 6
indígenas brasileiros e dos povos africanos.
Música, som, movimento e inclusão. Sugestões de atividades lúdico-musicais.
Disponível em: https://inclusaopelaamusic.files.wordpress.com/2019/11/liv-
ro-digital1.pdf. Acesso em: 04 ago. 2020.
Video aula 1 Construção de Instrumentos Musicais Fernando Sardo.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QEmzgbdL-zwwekjV_E.
Acesso em 06 ago. 2020.
Festa na Tribo.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LgFW. Acesso em 06 ago.
2020.
O som que vem do lixo.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=64_ZGef7lWA. Acesso
em 06 ago. 2020.

5. A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA


Estampas produzidas, instrumento criado, vamos agora rever tudo o que
foi feito para a apresentação final. Seguem algumas dicas para facilitar
sua execução: realize, primeiramente, o desenho das estampas, faça a
execução das pinturas dos tecidos, confeccione a roupa e o adereço, pense
em quem de sua família vai auxiliar no cabelo, maquiagem e acessórios
que se adeque a sua proposta.

Em seguida faça um vídeo com a sua performance, mostrando o instru-


mento confeccionado e o seu look. Caso não tenha como realizar o
vídeo, faça uma descrição de todas as etapas realizadas e ilustre com
um desenho de sua arte Não esqueça de compartilhar para que toda a
sua turma veja e também de apresentar o registro de toda a etapa desse
processo criativo.

6. RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA


Fale o que motivou apresentar a sua criação. Não esqueça de apresentar
argumentos para a sua realização, assim todos compreenderão sua
proposta. Cite quais foram suas inspirações, traga também os motivos
que levaram você a fazer determinada escolha e tudo o que foi relevante

TRILHA 2 | Tema: A arte na cultura afro-brasileira e nas produções culturais dos povos 7
indígenas brasileiros e dos povos africanos.
durante o processo criativo. O conhecimento das etapas deste processo
fará as pessoas se identificar com o seu projeto. Peça a algum familiar
para fazer o registro fotográfico ou filmar com o celular, para não perder
nenhum momento importante.

7. A TRILHA NA MINHA VIDA 


Que tal fazer uma reflexão e colocar no papel como foi essa experiência
até aqui? Houve algum fato que você não conhecia? Costuma visitar expo-
sições com essa temática? Está engajado(a) em algum projeto social que
estimula a valorização das nossas heranças culturais? Parabéns pela sua
escrita!!! Vamos continuar, pois já estamos próximos do final do caminho!

8. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL 


Compartilhando experiências…

Com a finalização desta etapa você agora, pela própria experiência, poderá
se posicionar, objetivamente, a esse respeito e até compartilhar sua visão
crítica, seus conhecimentos, de uma forma lúdica e informativa com seus
colegas, familiares e comunidade. Que tal pensar em relatar essa expe-
riência como uma forma de despertar nas pessoas, o respeito às contri-
buições africanas e indígenas para a cultura brasileira? Poderá também
discutir a respeito dos preconceitos e discriminações sofridos por essas
culturas. Todas essas discussões poderão contribuir significativamente
para a necessidade de valorizarmos as culturas que contribuíram para a
formação da nossa identidade de povo brasileiro. Pode ser um card infor-
mativo no Instagram ou uma publicação do Facebook, se você tem um
canal no Youtube faça uma publicação bem legal. Seja criativo e não perca
a oportunidade de mostrar seu talento e ajudar as pessoas!

TRILHA 2 | Tema: A arte na cultura afro-brasileira e nas produções culturais dos povos 8
indígenas brasileiros e dos povos africanos.
9. AUTOAVALIAÇÃO
Após essa maravilhosa caminhada, agradecendo a sua participação e
o compartilhar dos conhecimentos nesta trilha, te parabenizo por ter
chegado até aqui junto comigo. Você foi um ótimo companheiro de viagem!
Mas antes de nos despedirmos, pense sobre seu próprio percurso e reflita
sobre essa nossa experiência! Pensando nisso, peço que responda mais
algumas perguntas no seu diário de bordo:

a) Você reservou um tempo para realizar esta


atividade?

b) Se reservou, conseguiu realizar esta atividade


no tempo programado?

c) Considera que a trilha te ajudou, a fazer uma


leitura mais crítica sobre as contribuições que nossa
ancestralidade trouxe para a riqueza cultural do
povo brasileiro?

d) Você acha que consegue aplicar na sua vida


as aprendizagens dessa aula? Comente.

Obrigada pelas respostas! Se possível, socialize com seus colegas e fami-


liares. Deixe tudo anotado no diário de bordo (caderno). Sempre que
precisar, vai lá e consulta. Para aprofundar mais sobre esse tema, é neces-
sário que você realize os estudos no seu livro didático e nos objetos de
conhecimento que foram postos durante a nossa caminhada.

Agradeço pela companhia e até a próxima trilha!

9
TRILHA 3 Tema: Di Cavalcanti – Arte brasileira

1. PONTO DE ENCONTRO
Olá estudante! Vamos iniciar um novo percurso, com novas paisagens e
novos desafios. Você está preparado? Sua companhia nesta trilha é muito
importante. Neste momento, vamos conhecer artistas, ouvir música e
refletir sobre identidade e cultura. Nosso tema é “Di Cavalcanti e a Identi-
dade Brasileira”. Seja bem vindo, vamos juntos dar o primeiro passo!

2. BOTANDO O PÉ NA ESTRADA
Vamos refletir sobre algumas questões?

Você conhece o artista Di Cavalcanti? Conhece algum trabalho dele? Já


ouviu falar sobre gênero musical? Sabe o que significa Identidade Cultural?
Não esqueça de anotar no diário de bordo (caderno) suas respostas, e as
dúvidas que surgirem.

3. LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA


As imagens podem expressar os sentimentos do artista, mas também
podem comunicar. Observe a imagem ao lado, a obra Samba – 1928 foi
pintada por Di Cavalcanti.

TRILHA3 | Tema: Di Cavalcanti – Arte brasileira 1


Figura 1

Disponível em: http://www.


dicavalcanti.com.br/anos20/
obras_20/samba43.htm.
Acesso em: 09 set. 2020.

Pegue seu caderno, e responda às perguntas, utilizando a Figura 1 :

1 Observando a imagem você saberia dizer se o artista é


brasileiro?

2 Descreva todos os elementos que você identificar na pintura.


Quais as formas na imagem tem relação com o título?

3 As cores tem relação com a temática da obra?

4 Qual a sensação, sentimentos, emoção, que você tem ao


observar esta imagem?

TRILHA3 | Tema: Di Cavalcanti – Arte brasileira 2


4. EXPLORANDO A TRILHA
Será que agora você está cheio de dúvidas ou de certezas? Animado para
continuar nossa trilha? Vamos conhecer um pouco mais sobre o artista Di
Cavalcanti, sobre gêneros musicais e Identidade Cultural. Leia os textos a
seguir:

Texto 1 – Di Cavalcanti
Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo (Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, 1897 – idem 1976). Pintor, ilustrador, caricaturista, gravador,
muralista, desenhista, jornalista, escritor e cenógrafo. Di Cavalcanti começa
a trabalhar como ilustrador em 1914, no Rio de Janeiro, e publica sua
primeira caricatura na revista Fon-Fon. Em 1917, muda-se para São Paulo,
onde, além de frequentar a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco,
realiza sua primeira exposição individual de caricaturas e faz ilustrações e
capas para a revista O Pirralho.
Nesse período, torna-se amigo de intelectuais paulistas como Mário de
Andrade, Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida, sendo sua a idéia da
Semana de Arte Moderna de 1922, para a qual cria o catálogo e o cartaz. Em
1923, viaja para Paris, onde freqüenta a Académie Ranson. A viagem possi-
bilita-lhe o contato com importantes pintores contemporâneos como Pablo
Picasso, Georges Braque, Fernand Léger e Henri Matisse, influências que
transparecem em suas obras, trabalhadas em uma linguagem muito pessoal.
Volta a São Paulo em 1926, trabalha como jornalista e ilustrador no jornal
Diário da Noite. A estada em Paris marca um novo direcionamento em sua
obra. Conciliando a influência das vanguardas européias com a formulação
de uma linguagem própria; adota uma temática nacionalista e preocupa-se
com a questão social.
Nos anos seguintes, demonstra ser um artista inquieto com os problemas
sociais. O contato com o expressionismo alemão, com sua ácida crítica
social, e principalmente com a obra de George Grosz, pode ser visto em
trabalhos, como por exemplo, Mulher Ruiva, 1931 e Retrato de Noêmia,
1936. A vertente social e nacionalista, com temáticas ligadas a um certo
cotidiano do povo – a favela, o malandro, o samba, os pescadores, os bares,
as prostitutas e a boêmia –, ambientadas no Rio de Janeiro, permanecerá

TRILHA3 | Tema: Di Cavalcanti – Arte brasileira 3


constante em toda sua obra, como em Samba, 1925, Scène Brésilienne
[Cena Brasileira], 1937/1938, Três Raças, 1941 e Carnaval no Morro, 1963.
Di Cavalcanti, entre outros artistas do modernismo, esteve atento, em sua
produção, à formação de um repertório visual ligado à realidade brasi-
leira. Apesar do contato com a produção artística contemporânea em sua
vivência parisiense e do especial diálogo que mantém com as obras de Paul
Cézanne e Pablo Picasso, ele aplaina e nivela as linguagens modernas em
seus trabalhos. Entende a arte principalmente como uma forma de partici-
pação social. Assim, valoriza em sua produção os temas de caráter realista
e voltados à construção da identidade nacional, como a representação das
mulatas ou do carnaval.
Trechos do texto Di Cavalcanti. ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cul-
tura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: https://enciclo-
pedia.itaucultural.org.br/pessoa971/di-cavalcanti. Acesso em: 05 Ago. 2020.

Aprofunde o conhecimento sobre o artista, pesquisando em seu livro ou


lendo a biografia do artista, aqui:
Site do artista Di Cavalcanti.
Disponível em: http://www.dicavalcanti.com.br/apresentacao.htm. Acesso
em: 05 Ago. 2020.

Texto 2 – Diferenças entre gênero e estilo no mundo musical


Estilo no mundo musical está relacionado a uma série de escolhas musicais
feitas pelos músicos, arranjadores e condutores. Dentro dessas escolhas
pessoais estão variações de ritmo, modos de escolher ou dedilhar cordas,
melodia, humor e dinâmicas. O estilo engloba um senso de individualismo
e personalidade na música e faz com que certos músicos, compositores e
maestros sejam reconhecidos sem que seus nomes sejam pronunciados.
Gênero é a forma na qual as combinações de estilos musicais, temas, sons
e instrumentação são categorizadas e subcategorizadas para torná-las iden-
tificáveis às audiências. Por exemplo, o blues é facilmente identificado por
seu conteúdo lírico, instrumentação e estilo musical. A música clássica é um
pouco menos específica, pois já abrange vários séculos; mas ainda assim,
ela diz a um ouvinte um pouco do que esperar do gênero.
Subgênero é onde estilo e gênero se entrelaçam e onde as diferenças entre
esses dois termos tornam-se difíceis de se distinguir. Gêneros são sub cate-
TRILHA3 | Tema: Di Cavalcanti – Arte brasileira 4
gorizados para distinguir diferenças regionais e variações de temas líricos.
Por exemplo, o hip-hop é um termo coletivo para a música que é composta
por um rapper (ou MC) cantando por cima de uma batida produzida. No
entanto, o gangsta rap é um subgênero do hip-hop, porque o conteúdo
lírico e estilo musical são específicos para uma variedade de artistas e de
certas regiões geográficas. Pode-se discutir que ao dar um nome próprio ou
apelido a um subgênero, ele se torna específico para certos tipos de música
e para certas audiências.

Fonte: Diferenças entre ritmo, gênero e estilo no mundo musical. Escrito por
Tom Sterne, Traduzido por Luis Batista. Disponível em: https://musicanovaem-
video.com.br/a-historia-dos-generos-e-estilos-musicais/diferencas-entre-ge-
nero-e-estilo-no-mundo-musical/. Acesso em: 05 ago. 2020.

Pesquise mais sobre gêneros musicais no seu livro didático ou acessando


esses sites:

A história dos gêneros e estilos musicais.


Disponível em: https://musicanovaemvideo.com.br/a-historia-dos-gener-
os-e-estilos-musicais/. Acesso em: 05 ago. 2020.
GUERRA, Dora. Estilos musicais brasileiros: os 6 principais gêneros do país.
Disponível em: https://www.letras.mus.br/blog/estilos-musicais-brasileiros/.
Acesso em: 05 de ago. 2020.

Texto 3 – O que é identidade cultural?


“Identidade” é algo único, distinto e completo. “Cultural” é um adjetivo que
se refere a “saber”. Logo, a junção das duas palavras produz o sentido de
“saber se reconhecer”.
Segundo Stuart Hall (1999), uma identidade cultural enfatiza aspectos
relacionados a nossa pertença a culturas étnicas, raciais, linguísticas, reli-
giosas, regionais e/ou nacionais. Ao analisar a questão, este autor focaliza
particularmente as identidades culturais referenciadas às culturas nacio-
nais. Para ele, a nação é além de uma entidade política – o Estado –, ela é
um “sistema de representação cultural” (grifos do autor). Noutros termos, a
nação é composta de representações e símbolos que fundamentam a cons-
tituição de uma dada identidade nacional. Segundo Hall (1999), as culturas
nacionais produzem sentidos com os quais podemos nos “identificar”
(grifo do autor) e constroem, assim, suas identidades. Esses sentidos estão
TRILHA3 | Tema: Di Cavalcanti – Arte brasileira 5
contidos em histórias, memórias e imagens que servem de referências, de
nexos para a constituição de uma identidade da nação.

Trechos do texto: Identidade cultural. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/


wiki/Identidade_cultural#:~:text=Identidade%20cultural%20%C3%A9%20
o%20sentimento,do%20grupo%20a%20que%20perten%C3%A7a. Acesso
em: 05 ago. 2020.

Que tal explorar um pouco mais o tema, lendo as matérias abaixo?

RODRIGUES, Lucas de Oliveira. “Identidade cultural”.


Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/identidade-cultural.
htm. Acesso em: 05 agosto de 2020.
DIANA, Daniela. Identidade Cultural.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/identidade-cultural/. Acesso
em: 05 ago. 2020.

5. RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA


Vamos tentar organizar todas estas informações? Em seu diário de bordo
(caderno), escreva com suas palavras o que é identidade cultural. Agora,
observe algumas imagens de pinturas de Di Cavalcanti, Samba – 1926 (fig.
2), Samba - 1928 (fig. 3), Samba – 1925 (fig. 4), Samba – 1967 (fig. 5). Anote
em seu caderno:

Figura 2 Figura 3

Disponível em: http://www.dicavalcanti. Disponível em: http://www.dicavalcanti.com.br/


com.br/anos20/obras_20/samba.htm anos20/obras_20/samba43.htm. Acesso em: 09 set.
Acesso em: 09 set. 2020. 2020.

TRILHA3 | Tema: Di Cavalcanti – Arte brasileira 6


Figura 3

Disponível em http://
www.dicavalcanti.com.
br/samba45.htm. Acesso
em: 09 set. 2020

Figura 4

Disponível em: http://www.dicavalcanti.com.br/anos6070/obras_60_70/samba.


htm. Acesso em: 09 set. 2020

TRILHA3 | Tema: Di Cavalcanti – Arte brasileira 7


1 O nome de cada uma e a data, ao lado de cada título, escreva
uma palavra ou sentimento que define a imagem, não pode
ser samba, certo? Registre um sentimento seu quando vê a
imagem.

2 Identifique os elementos que se repetem em todas as imagens:


objetos, pessoas, roupas, cores.

3 Pesquise três gêneros musicais brasileiros e anote no caderno.

4 Ao lado de cada gênero, identifique elementos visuais (formas,


cores, texturas) que te fazem lembrar este gênero.

Compartilhe com seus colegas e familiares suas respostas.

6. A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA


Hoje sabemos que a produção artística não é fruto de inspiração divina,
na verdade ela surge depois de muito estudo e muita pesquisa. O artista
escolhe um tema para trabalhar e depois vai pesquisar imagens, textos,
músicas, filmes, para poder criar uma obra original e única. É através
da interlocução de vários saberes e várias referências que ele consegue
construir trabalhos tão interessantes. Vamos tentar? Pegue seu diário de
bordo (caderno) e reveja todas as anotações sobre esta trilha. Escolha uma
música, dentro de um dos gêneros musicais que você pesquisou e faça
uma composição. Primeiro, ouça a música com calma e vá registrando
os sentimentos, as cores, as formas, que veem a sua mente quando ouve a
canção. Segundo, acrescente a estes elementos as referências visuais do
gênero escolhido (que você já tem anotado no caderno). Agora organize
essas informações criando uma composição. Sempre que possível trabalhe
em um papel sem pautas, escolha uma técnica que você domina (pintura,
desenho, colagem). Dê asas a sua imaginação e curta o processo.

TRILHA3 | Tema: Di Cavalcanti – Arte brasileira 8


7. A TRILHA NA MINHA VIDA
Você já pensou em como somos constituídos de sons, textos, sentimentos
e imagens? Percebeu que uma imagem pode representar nossa cidade,
nossos sonhos, a nós mesmos?

Escreva um pouco sobre sua identidade cultural, o que te


constitui? Quais as cores, formas, sons, sabores, lugares, que
fazem você ser quem você é?

Como foi o processo de construir uma imagem, após estudar e pesquisar


sobre o tema?

Registre todo este processo em seu diário de bordo (caderno).

8. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL


O compartilhamento, a troca, a compreensão do lugar do outro, é um
exercício que deve ser sempre praticado, dentro e fora da escola. Em
nosso ambiente escolar é mais fácil socializar informações, que tal orga-
nizar uma mostra com as produções realizadas nesta trilha? Organize e
guarde todo material produzido para uma mostra artística. Num momento
adequado, apresente a comunidade escolar, o conceito de gênero musical, o
artista Di Cavalcanti, a produção artística que você fez. Tenho certeza que
vai ser um momento divertido e de muita troca de experiências.

9. AUTOAVALIAÇÃO
Foi muito bom trilhar com você, sua dedicação me impressionou. Para-
béns!!!! Dentro do processo educativo é sempre importante avaliarmos
nosso caminhar nas trilhas do conhecimento, perceber nossas dificul-
dades para poder estabelecer novas metas de aprendizagem. Para te ajudar
neste processo, organizei algumas questões para você refletir, é interes-
sante que você anote no seu diário de bordo.

TRILHA3 | Tema: Di Cavalcanti – Arte brasileira 9


a) Quanto tempo você levou para realizar toda a trilha?

b) Conseguiu acessar os materiais complementares


sugeridos? Justifique.

c) A trilha te ajudou a organizar seu processo criativo?


Explique.

d) A imersão na trilha te despertou para outros


temas? Comente.

Agradeço pelas respostas e pela companhia durante nossa caminhada.


Será interessante trocar com seus colegas as impressões sobre a trilha e
sobre o aprendizado a partir dela. Então, se tiver oportunidade, compar-
tilhe os conhecimentos adquiridos.

Até o nosso próximo encontro!!

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