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OBRA ANALISADA A Capital Federal

GÊNERO Dramático
AUTOR Artur Azevedo
um dos fundadores da ABL – cadeira 29 – patrono:
Martins Pena
DADOS BIOGRÁFICOS Nascimento: 7 de julho de 1855, São Luís, MA
Morte: 22 de outubro de 1908

BIBLIOGRAFIA Contos
- Contos possíveis (1889)
- Contos fora da moda (1894)
- Contos efêmeros (1897)
- Contos em verso (1898)
- Contos cariocas (1928)
- Vida alheia (1929)
- Contos (1973)

Poesias
- Carapuças, poesia (1871)
- Sonetos (1876)
- Um dia de finados, sátira (1877)
- Rimas, poesia (1909)
- Histórias brejeiras, seleção e prefácio de R.
Magalhães Júnior (1962)

Teatro
- Amor por anexins (1872)
- A filha de Maria Angu (paródia da opereta francesa
La Fille de Mme. Angot, 1876)
- Uma véspera de reis (1876)
- O Rio de Janeiro de 1877 (1878)
- Joia (1879)
- O Liberato (1881)
- O escravocrata, em colaboração com Urbano
Duarte (1884) (*)
- O Mandarim (1884)
- Cocota (1885)
- O Bilontra (1885/6)
- A almanarra (1888)
- Entre o Vermute e a Sopa (1895)
- A capital federal (1897)
- O Badejo, em versos (1898);
- O retrato a óleo (1902)
- O Dote (1904/7)
- Os Noivos ópera cômica de costumes em 3 atos
- O Mambembe (1904)
- O dote (1907)
- O oráculo (1956)
- Teatro (1983)
- A Pele do Lobo
- A Princesa dos Cajueiros
- A Mascote na Roça
- Revelação de um Segredo

Revistas
- O Rio de Janeiro em 1877 (com Lino d'Assumpção
– 1877; 1 prólogo, 3 atos e 16 quadros)
- Tal Qual Como Lá (com França Júnior - 1879, não
encenada)
- O Mandarim (com Moreira Sampaio - 1883)
- Cocota (com Moreira Sampaio - 1884/1887)
- O Bilontra (com Moreira Sampaio - 1884/1887)
- O Carioca (com Moreira Sampaio - 1884/1887)
- O Mercúrio e o Homem (com Moreira Sampaio -
1884/1887)
- Fritzmac (com Aluísio de Azevedo - 1888)
- A República (com Aluísio de Azevedo - 1889),
proibida pela censura
- Viagem ao Parnaso (1890)
- O Tribofe (1891)
- O Major (1894)
- A Fantasia, em versos (1895)
- O Jagunço (1897)
- Gavroche (1898)
- Comeu! (1901)
- Guanabara (com Gastão Bousquet - 1905)
- O Ano Que Passa (1907) não encenada, publicada
como folhetim.

(*) Artur apoiava e defendia a abolição da


escravatura, escrevendo textos sobre esse tema em
artigos de jornal, cenas de revistas dramáticas e
peças dramáticas como "O Liberato" e "A Família
Salazar" (escrita em colaboração com Urbano
Duarte e proibida pela censura imperial, embora
tenha sido publicada mais tarde com o título de "O
Escravocrata").

A partir de 1879, dirigiu a "Revista do Teatro", com


Lopes Cardoso. Por cerca de três décadas, foi o
grande responsável pela campanha para a
construção do Teatro Municipal, mas que,
infelizmente, não pôde colher os louros da vitória,
não assistindo sua inauguração.

Fundou publicações literárias como "A Gazetinha",


"Vida Moderna" e "O Álbum", e também foi
colaborador na "A Estação", ao lado de Machado de
Assis, no jornal "Novidades", onde seus
companheiros eram Alcindo Guanabara, Moreira
Sampaio, Olavo Bilac e Coelho Neto.

Em 1889, reuniu alguns contos no volume "Contos


Possíveis", dedicado a Machado de Assis, que era
seu companheiro na secretaria da Viação e um de
seus mais severos críticos.

Escreveu mais de quatro mil artigos sobre eventos


de artes, principalmente sobre teatro, nas seções
que manteve em "O País" ("A Palestra"), "Diário de
Notícias" ("De Palanque") e "A Notícia" (o folhetim
"O Teatro").
RESENHA Peça teatral em III atos subdivididos em XII quadros
e diversas cenas.

Eusébio, um homem do interior, casado com


Fortunata, visita a cidade do Rio de Janeiro – a
capital brasileira, à época – e se prepara para
encontrar Lola, uma espanhola por quem se sente
atraído. Contudo, é recebido por Lourenço, o
cocheiro dela.
Cena VII – Lola, Eusébio
Dueto
Lola
Dize mais uma vez! Dize que me amas!
Eusébio
Eu já disse e arrepito! [...]
Eusébio - Oh! Tou cuma fogueira aqui dentro! Mas é
tão bão ( Abraçando Lola.) Lola, eu sou teu... só
teu... faz de mim o que tu quiser, minha negra!
Ato II, Quadro VII, Cena VIII
Final
Lola
Meus amigos, desejo neste instante
Apresentar-lhes o meu novo amante!
Ele aqui está! Eu o amo e ele me ama.
Eusébio - Sim! Aqui está o home da madama!

Coro
Viva! Viva o fazendeiro
Bonachão e prazenteiro
Que de um peito bandoleiro
Os rigores abrandou,
Conquistando a linda Lola,
Essa esplêndida espanhola
Que o país da castanhola
Generoso nos mandou!

Este cocheiro irá ajudar Lola a retirar dinheiro de


Lourenço, que saiu para buscá-lo.

Tango
I
Ai! Que jeito pro teatro!
Que vocação!
Eu faria o diabo a quatro
Num dramalhão!
Mas às rédeas e ao chicote
Jungido estou!
Sou cocheiro de cocote!
Nada mais sou!
Cumprir o nosso destino
Nem eu quis nem você quis!
Fui ator desde menino
E você foi sempre atriz!

Pouco depois, chegou o tímido Duquinha que


demonstrou ter imenso amor por Lola. Toma a
decisão de ler uma poesia que escreveu:

Ó flor das flores, linda espanhola!


Como eu te adoro, como eu te adoro!
Pelos teus olhos, ó Lola, ó Lola!
De dia canto, de noite choro,
Linda espanhola, linda espanhola!

[...]

És uma santa, santa das santas!


Como eu te adoro, como eu te adoro! [verbo]
Meu peito enlevas, minhalma encantas!
Ouve o meu triste canto sonoro, [adjetivo]
Santa das santas, santa das santas!

Apesar das lindas palavras do jovem, sem uma joia


não atingiu o coração de Lola.

Coro de Amadores
Aqui estamos os melhores
Amadores
Da elegante bicicleta!
Nós corremos, prazenteiros,
Mais ligeiros,
Mais velozes que uma seta!
A todo o público
Dos belódromos
Muito simpáticos
Se diz que somos
O povo aplaude-nos
Quando vencemos,
Mas também vaia-nos
Quando perdemos!
Aqui estamos os melhores, etc...

Quinota afirma que a vida fluminense é cheia de


sobressaltos para as verdadeiras mães de família.
Fortunata diz que seu marido de 50 anos, que tinha
juízo, perdeu a cabeça.
E Quinota completa: aqui há liberdade e pouco
escrúpulo... faz-se ostentação ao vício... não se
respeita ninguém. É uma sociedade mal constituída.
Gouveia vai com a família para a fazenda. Casar,
fazer-se agricultor. E sociedade com o sogro.

No fim, Eusébio confere que seu cofre foi aberto,


perdeu joias e dinheiro. O ladrão foi o cocheiro.
Numa carta, deixa a declaração que contém os
dados dos tratos entre ele e Lola: extorquir dinheiro
de Eusébio.

PERSONAGENS
- Lola: espanhola; fala palavras estrangeiras
- Lourenço: o cocheiro de Lola
- amigas de Lola: Mercedes, Dolores, Blanchette
- Dona Fredegonda: estrela mais cintilante do demi-
monde carioca
- Eusébio: marido de Fortunata, um homem
humilde, vindo do interior de Minas – São João do
Sabará
- D. Fortunata: “É um casão” [coloquial para o
aumentativo de casa]
- Quinota [Joaquina, filha]
- Juquinha [filho dos dois]; um frequentador do
Belódromo – adorava andar de bicicleta
- Benvinda: nhanhã, mucama, bela mulata, cria da
fazenda
- seu Borge, feitor na fazenda
- Gouveia: hóspede do quarto 135, o jogador;
namorou Quinota, pediu-a em casamento e
desapareceu. Os pais vieram à cidade procurá-lo.
Quer se casar com ela, porque está repleto de
dívidas de jogo.
- S´ll-vous-plaît, amante de bicicleta
- Guedes
- Menelik, Félix Faure, Garibaldi, Carnot, Colibri,
Ligúria: de quatro patas em que apostam a cada
pareo; compram umas pules [bilhetes de aposta]
- gerente do Grande Hotel da Capital Federal: Seu
Lopes
- uma trigueira
- 1º Literato: “Eu sei, Verlaine puro.”
- 2º Literato
- Maria Granada
- uma senhora
- hóspede do Grande Hotel da Capital Federal...
Olívia
- Figueiredo: problemas estomacais; homem branco
- Pinheiro: ex-caixeiro
- Duquinha: fica apaixonado por Lola
- Rodrigues
- um proprietário de estabelecimento não
legalmente autorizado
- seu Mota
- Lemos
- um convidado Oliveira
- um inglês
- um fazendeiro
- o “Chasseur”
- dois carregadores da estrada de ferro com malas

Hóspedes e criados do Grande Hotel da Capital


Federal, vítimas de uma agência de alugar casas,
amadores de bicicleta, convidados, pessoas do povo,
soldados, etc.

Nicolino Milano foi o autor de muitas músicas das


peças. Dividiu a tarefa com Doutor Pacheco e Luís
Moreira.

ESTILO DE ÉPOCA Parnasianismo

Foi um dos representantes do Parnasianismo, e isso


meramente por uma questão de cronologia, porque
pertenceu à geração de Alberto de Oliveira,
Raimundo Correia e Olavo Bilac, todos sofrendo a
influência de poetas franceses como Leconte de
Lisle, Banville, Coppée, Heredia. Porém, Artur
Azevedo, pelo temperamento alegre e expansivo,
não tinha nada que o filiasse àquela escola.

Comédia-opereta
opereta: ópera curta com tons divertidos, alegres e
muito movimentados; partes cantadas alternadas
com trechos falados.

Objetivo social do teatro:


- conscientizar os espectadores
- denunciar injustiças sociais

[Ato III, Quadro IX, Cena IV]


Já não se encontra casa decente,
Que custe apenas uns cem mil-réis,
E os senhorios constantemente
O preço aumentam dos aluguéis!
Ainda o povinho muito inquieto,
E tem - pudera - toda a razão;
Não aparece nenhum projeto
Que nos arranque desta opressão!
Um cidadão neste tempo
Não pode andar amarrado...
A gente vê-se , e adeusinho:
Cada um vai pro seu lado!

Das algibeiras some-se o cobre,


Como levado por um tufão!
Carne de vaca não come o pobre,
E qualquer dia não come pão!
Fósforos, velas, couve, quiabos,
Vinho, aguardente, milho, feijão,
Frutas, conservas, cenouras, nabos,
Tudo se vende pr’um dinheirão!
Um cidadão neste tempo etc...

ENCENAÇÃO: texto dramático e texto cênico

TEMPO: fim do século passado, 1873


encenada no Rio de Janeiro
Vai ter comigo terça-feira, às quatro da tarde,
indagorinha
sábado de aleluia
São quase horas,
a semana passada
Que horas são? Oito e meia.
Num quarto de hora
... só tenciono voltar à tardinha

AMBIENTE
Referência a vários espaços no Rio de Janeiro:
- Grande Hotel da Capital Federal – quando o Rio
ainda era a capital brasileira [descrições -cena II]
- Largo da Carioca / Largo de São Francisco
- morro do Pinto
- Rua dos Arcos, 100 – casa de Minervina, uma
trigueira
- rua da Direita [uma das mais movimentadas do
Rio antigo; atual rua Primeiro de Março]
- praia Formosa – um sobrado com três janelas de
peitoril Mosquitos há em toda a parte. Sala, três
quartos, sala de jantar, despensa, cozinha, latrina
na cozinha, água, gás, quintal, tanque de lavar e
galinheiro. [mais detalhes, Quadro II, Cena II]
- Internacional, em Santa Teresa
- Rua dos Inválidos
- Rua do Lavradio
- Rua da Relação
- ref. onde habita a mãe de Lola: Valladolid [cidade
espanhola situada a noroeste da Península Ibérica]

[Cena VIII, Quadro X]


Coro
Não há rua como a Rua
Que se chama do Ouvidor!
Não há outra que possua
Certamente o seu valor!
Muita gente há que se mace
Quando, seja por que for,
Passe um dia sem que passe
Pela Rua do Ouvidor!

Em 1896, o primeiro bonde elétrico atravessou os


Arcos da Lapa. Para pegar o bonde: rua Lélio Gama,
ao lado do edifício da Petrobras.
Crítica na obra:
Serviço de bonde é terrivelmente malfeito. Havia
também o bonde elétrico, que vai sobre os Arcos da
Lapa

LINGUAGEM
Fala dos atores + trechos de representação cênica
(entre parênteses)
Signos verbais + não verbais [gestos],
movimentação cênica, figurino, cenário, música...

2ª pessoa do singular: TU

LINGUAGEM COLOQUIAL, REGIONAL

Variedade linguística
- qualquer manifestação de um idioma passível de
ser caracterizada por um conjunto de traços
próprios, — de natureza tanto lexical quanto
gramatical:
Benvinda:
Venha pagá / Vamo [IX]
Eusébio
Deixa o menino se adiverti.
Tá aprendendo a andá no... n... nesses carro de
duas roda, uma atrás outra adiante, que a gente
trepa em cima e tem um nome esquisito [ato II,
Quadro V, cena VI]
Tá tudo oriando uns pros outro, admirado de me vê
aqui! Eu fui convidado pela madama dona da casa!

D. Fortunata:
custa os óio da cara
Deixa-me arrespirá um bocadinho!
Nhanhã arreparou naquele home
você tome uma porvidência quaqué

Figueiredo
“dar o troco” = vingar com a mesma intensidade
uma agressão, ofensa, injúria etc.; pagar na mesma
moeda

Gouveia
“pôr as joias no prego” [na casa de penhor]

Lourenço
Estes malandretes ganham pela certa... não
arriscam um nicolau... [moeda feita de níquel]

Amigas de Lola
“dinheiro deitado fora” [= perdido]

- LINGUAGEM FORMAL
ATENTE!
“Não há elegância sem boa prosódia.”

luneta = face-em-main
Au revoir!

Lola
E não se sujeitar a tais sensaborias.
[= conversa enfadonha]

Frequentador do Belódromo
O tempo está muito entroviscado! [= azedado,
irritadiço, abespinhado, ruim]

Gouveia vestido de Mefistófeles.


[personagem considerado a personificação do diabo
na lenda alemã de Fausto]

Ref. à mitologia grega:


Num Quinteto

Lola
A cor branca, pelo menos,
Era a cor da loura Vênus,
Deusa esplêndida do amor.

Vênus [deusa do amor, réplica da Afrodite grega;


possuía beleza e sensualidade]

Figueiredo
Se eu da Mitologia
Fosse o reformador!
Vênus transformaria
Numa mulata!

Vocativo: para interpelar o interlocutor, o


enunciatário

LINGUAGEM CONOTATIVA
- Comparação / Hipérbole
A mulher que sorri sem cessar é como o pescador
quando atira a rede: os homens vêm aos cardumes,

- Hipérbole
“Tenho te procurado um milhão de vezes!

FUNÇÕES DA LINGUAGEM: emotiva ou expressiva


– com mensagens subentendidas, nas entrelinhas

VERSIFICAÇÃO
A cada entrada de cena...
O Gerente [Ato I, Cena I]
Um poucochinho de paciência!
Servidos todos vão ser, enfim!
Eu quando falo, fala a gerência!
Fiem-se em mim!

poucochinho, s.m.
pequena quantidade; pouquinho, poucachinho
O Gerente
Este hotel está na berra!
Coisa é muito natural!
Jamais houve nesta terra

estar na berra: estar na ordem do dia; ser notícia

lançar mulheres [cena V]


mulatas = trigueiras

Em Valsa [cena IV]:


RIMAS RICAS = classes gramaticais diferentes
Eu tenho uma grande virtude: [substantivo]
Sou franca, não posso mentir!
Comigo somente se ilude [verbo]
Quem mesmo se queira iludir!

RIMAS POBRES = classes gramaticais iguais


Eu tenho uma linha traçada,
E juro que não me dou mal... [advérbio]
Desfruto uma vida folgada
E evito morrer no hospital. [locução adverbial]

Coplas [cena V]
As formosas georgianas,
As gentis circassianas
São as flores dos haréns;
Mas, seu Lopes, tais sultanas,
Comparadas às baianas,
Não merecem dois vinténs!

RIMA RICA
Lundu [cena IX]
Sinhô, eu sou fazendeiro [substantivo]
Em São João do Sabará,
E venho ao Rio de Janeiro [loc. adv. lugar]
De coisas graves tratá.
Ora aqui está!
Tarvez leve um ano inteiro [adjetivo]
Na Capitá Federá!
[linguagem regional]

RIMA RICA
Figueiredo
A mulata brasileira [adjetivo]
De carinhos é fecunda, [adjetivo]
Embora dando a primeira, [numeral]
Embora dando a segunda! [numeral]

RIMA RICA
Vestidos à fantasia... baile da Lola [Quadro VII, cena
I]
Coro
Mercedes
Amemos, embora [conjunção]
Chegada à hora [loc. adverbial]
Da fúlgida aurora, [substantivo]
Deixemos de amar! [verbo]
Que em nós os amores, [substantivo]
Tal como nas flores [loc. adverbial]
Perfumes e cores, [substantivo]
Não possam durar! [verbo]

INTERTEXTUALIDADE A mais antiga referência à construção de Brasília


esteve no cinema: comédia musicada “Metido a
bacana”, Produções Cinematográficas Herbert
Richers SA / Cinedistri, 1957, que estreou no dia
14/02, nos cinemas do Rio de Janeiro.

Juscelino assinava a escritura pública pela qual o


Estado de Goiás transferia à União a posse e o
domínio do perímetro central do que será a capital
federal.

“Dizem
É voz corrente
Em Goiás, será a nova Capital.
Leve tudo pra lá
Seu Presidente
Mas deixe aqui nosso
carnaval”.

“O carioca chora
De a lágrima cair
Se o Reinado de Momo
Também se transferir”.
[marchinha “Um novo tempo”, dez, 1956]

“Um novo tempo” criticava a corrupção que poderia


estar por trás da construção de Brasília.
O principal assessor do protagonista no Brasil era o
seu embaixador, que vivia insistindo para que o
mandatário assinasse uma licitação superfaturada.
Esse sobrevalor daria margem a que esse diplomata
corrupto embolsasse uma percentagem do custo de
uma obra.
[Fonte: LOBO, Julio Cesar, Revista Alceu, PUC-RJ]

1957, a Primeira Semana Nacional Mudancista.


Brasilia: uma cidade moderna, planejada segundo
as técnicas urbanísticas mais avançadas e, por outro
lado, alvo de interpretações contraditórias.

VISÃO CRÍTICA O teórico alemão Roman Ingarden em artigo “As


funções da linguagem teatral” afirmava, em 1957,
que o texto dramático estabelecia dupla articulação
na linguagem: texto principal [palavras
pronunciadas pelas personagens] e texto secundário
[indicações para a direção dadas pelo autor]. Era
considerado um “caso-limite da obra de arte
literária”.

Artur Azevedo foi um descobridor de assuntos do


cotidiano da vida carioca e observador dos hábitos
da capital. Os namoros, as infidelidades conjugais,
as relações de família ou de amizade, as cerimônias
festivas ou fúnebres, tudo o que se passava nas
ruas ou nas casas lhe forneceu assunto para as
histórias. No teatro, foi o continuador de Martins
Pena e de França Júnior.
Um verdadeiro documentário sobre a evolução da
então capital brasileira.

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