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All content following this page was uploaded by Felipe Polivanov Ottoni on 10 July 2023.
Autores
Silvia Maria Millan Gutierre – sil.m.gutierre@gmail.com, Ivo Gavião Prado, Augusto Luís Bentinho
Silva, Adriana Castilho Costa Ribeiro de Deus, Almir Manoel Cunico, Ana Clara Sampaio Franco,
Anderson Oliveira Latini, Andre Andrian Padial, André Lincoln Barroso Magalhães, Angelo Antônio
Agostinho, Angelo Rodrigo Manzotti, Axel Makay Katz, Carla Simone Pavanelli, Carlos Bernardo
Mascarenhas Alves, Carolina Ferreira de Souza, Carolina Rodrigues da Costa Doria, Cláudio Luis
Santos Sampaio, Danilo Francisco Corrêa Lopes, Diego Azevedo Zoccal Garcia, Dilermando Pereira
Lima Júnior, Éder André Gubiani, Erick Cristofore Guimarães, Felipe Polivanov Ottoni, Fernando
Cesar Paiva Dagosta, Fernando Mayer Pelicice, Fernando Rogério Carvalho, Gabriel Lourenço Brejão,
José Luís Costa Novaes, José Sabino, Livia Helena Tonella, Luciano Fogaça de Assis Montag, Luís
Reginaldo Ribeiro Rodrigues, Marcelo Fulgêncio Guedes Brito, Matheus Oliveira Freitas, Marina
Lopes Bueno, Marluce Aparecida Mattos de Paula Nogueira, Mário Luís Orsi, Patricia Charvet, Paula
Maria Gênova de Castro Campanha, Paulo Santos Pompeu, Pãmella Silva de Brito, Rodrigo
Fernandes, Roger Paulo Mormul, Rosa Maria Dias, Telton Pedro Anselmo Ramos, Thalles Gomes
Peixoto, Tommaso Giarrizzo, Wagner Martins Santana Sampaio, Welber Senteio Smith, Vinícius
Abilhoa, Jean Ricardo Simões Vitule
Contexto
Considerando a relevância da Revista Panorama da AQÜICULTURA no Brasil, bem
como a abrangência do seu público leitor, nos preocupa que o artigo “Invasoras, Casuais
ou Naturalizadas? Buscando uma classificação científica para as tilápias”, publicado em
20/04/2023, veicule informações equivocadas ou sem bases científicas sobre o cultivo de
tilápias, sua categorização ecológica e em termos de legislações e seu potencial gerador
de prejuízos ecológicos e socioambientais para futuras gerações. Adicionalmente, o texto
pode amplificar algumas reflexões importantes para o setor produtivo e cientistas da área
referentes ao ciclo total deste tipo de produção e seus reais passivos ambientais, diretos e
indiretos, em ampla escala. Portanto, com o intuito de prover mais informações aos
leitores, apresentamos um texto que (i) sumariza o conteúdo científico disponível na
literatura acerca das invasões biológicas referente às tilápias, (ii) aponta e redireciona
informações e argumentos enviesados, e (iii) esclarece informações no contexto da
legislação brasileira e internacional sobre as espécies exóticas invasoras, para os milhares
de leitores da revista, certamente interessados pelo desenvolvimento da aquicultura e sua
sustentabilidade.
As tilápias (tribo Tilapiini; e.g. gêneros Coptodon Gervais, 1853, Oreochromis
Günther, 1889 e seus híbridos) são naturais de drenagens africanas. Devido ao seu longo
tempo de investimento em pesquisa de seleção e melhoramento, apresentam um bom
desempenho em termos zootécnicos. Por essas características, e sobre um prisma
primordialmente produtivista, foram amplamente disseminadas e incentivadas em
atividades de aquicultura de variadas escalas, levando a escapes em diversos ecossistemas
ao redor do mundo, com registros de invasão e impactos negativos em mais de uma
centena de países, incluindo o Brasil (Casal 2006; Figueredo & Giani, 2005; Vitule 2009;
Attayde et al., 2011; Latini et al. 2016; Birck et al 2019; Vitule et al. 2019; Shuai & Li
2022; Fricke et al. 2023; Froese & Pauly 2023; Shuai et al. 2023).
No Brasil, as introduções de tilápias e sua dispersão, para além do confinamento dos
cultivos, têm ocorrido de forma indiscriminada, crescente, massiva e espacialmente
difusa ao longo dos últimos 70 anos (Figueredo & Giani 2005; Attayde et al. 2011; Latini
et al. 2016; Birck et al. 2019; Vitule et al. 2019). Atualmente as tilápias são reconhecidas
como uma das espécies invasoras mais perigosas para a biodiversidade nas regiões
tropicais e subtropicais do mundo (Latini et al. 2016; Birck et al. 2019; Shuai & Li 2022;
Shuai et al. 2023), em virtude dos riscos e impactos ambientais associados ao processo
de colonização, interações ecológicas e dispersão.
Conclusões
As informações apresentadas no texto de Zimmermann e colaboradores parecem
influenciadas pelo interesse daqueles que se beneficiam do cultivo de tilápias, de forma
Referências Bibliográficas
Agostinho AA, Gomes LC, Pelicice FM. Ecologia e manejo de recursos pesqueiros em
reservatórios do Brasil. Maringá: EDUEM; 2007.
Agostinho AA, Vitorino JOB, Pelicice FM. Riscos ambientais do cultivo de tilápia em
tanques redes. Boletim da Sociedade Brasileira de Ictiologia. 2017; 124: 2–9.
Attayde JL, Brasil J, Menescal RA. Impacts of introducing Nile tilapia on the fisheries of
a tropical reservoir in North-eastern Brazil. Fish Manag Ecol. 2011; 18: 437–443.
https://doi.org/10.1111/j.1365-2400.2011.00796.x
Attayde JL, Okun N, Brasil J, Menezes R, Mesquita P. Impactos da introdução da tilápia
do Nilo, Oreochromis niloticus, sobre a estrutura trófica dos ecossistemas aquáticos
do bioma caatinga. Oecologia Brasiliensis. 2007; 11(3): 450–461.
https://doi.org/10.4257/oeco.2007.1103.13
Publicação na integra:
https://panoramadaaquicultura.com.br/invasoras-sim-nada-casuais-e-jamais-naturalizadas/