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Pr. Wladmir de Moura

Módulo 2

HISTÓRICOS
Módulo 2 – HISTÓRICOS

Juízes
Um ciclo de falhas
Título
▪ Vem dos homens e da mulher que, sob a direção
espiritual e capacitação militar de Yahweh, mediaram
a teocracia durante o período entre a morte de Josué
e a coroação de Saul como primeiro rei de Israel.

▪ O termo “juízes” descreve duas funções desses


líderes: livrar o povo dos seus opressores, na função
de líder militar e resolver disputas e defender a
justiça, na função de líder civil.
Autoria
▪ O livro não cita o nome do autor, entretanto, a
tradição judaica afirma que foi Samuel, o último juiz,
quem escreveu.
▪ Fica claro que não poderia ter sido um dos juízes
anteriores porque eles não teriam testemunhado o
que ainda estava por vir.
▪ Tudo indica que foi alguém que já estava vivendo no
período imperial, sob o reinado de Saul ou de Davi.
Data
▪ A data não é exata, mas podemos afirmar que o
livro relata um período entre 300 e 400 anos. Isso
inclui os anos em que cada juiz atuou somados aos
anos de opressão que o povo de Israel viveu.
▪ Uma data razoável, seria de 1400 a 1050 a.C. – do
período da conquista da terra até o início da
monarquia.
Data
▪ O livro de Juízes é o único que registra um longo
período da história de Israel.
▪ Descreve 3 guerras civis, 7 opressões de inimigos,
7 guerras de libertação, magistraturas pacíficas e
uma magistratura mal sucedida (de Sansão), que
quase terminou com os filisteus assumindo o
controle.
Textos-chave
16 Suscitou o Senhor juízes, que os livraram da mão
dos que os pilharam.
17 Contudo, não obedeceram aos seus juízes; antes,

se prostituíram após outros deuses e os adoraram.


Depressa se desviaram do caminho por onde andaram
seus pais na obediência dos mandamentos do Senhor;
e não fizeram como eles.
18 Quando o Senhor lhes suscitava juízes, o Senhor

era com o juiz e os livrava da mão dos seus inimigos,


Textos-chave
todos os dias daquele juiz; porquanto o Senhor se
compadecia deles ante os seus gemidos, por causa
dos que os apertavam e oprimiam.
19 Sucedia, porém, que, falecendo o juiz, reincidiam e

se tornavam piores do que seus pais, seguindo após


outros deuses, servindo-os e adorando-os eles; nada
deixavam das suas obras, nem da obstinação dos seus
caminhos.
20 Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel;
Textos-chave
e disse: Porquanto este povo transgrediu a minha
aliança que eu ordenara a seus pais e não deu ouvidos
à minha voz, 21 também eu não expulsarei mais de
diante dele nenhuma das nações que Josué deixou
quando morreu; 22 para, por elas, pôr Israel à prova, se
guardará ou não o caminho do Senhor, como seus pais
o guardaram.
23 Assim, o Senhor deixou ficar aquelas nações e não

as expulsou logo, nem as entregou na mão de Josué.”


Juízes 2.16-23
Textos-chave
“Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia
o que achava mais reto.” 17.6 e 21.25
Estado da Nação
• Após a morte de Josué, Israel ficou sem um líder
nacional por mais de 300 anos.
• As tribos se tornaram independentes e cada
indivíduo fazia suas próprias leis. Por isso o Senhor
levantou os juízes para livrá-los dos inimigos e
defender a justiça civil.
• O livro contrasta com o tempo de Josué (17.6).
Estado da Nação
• Em Josué, vemos o povo unido, lutando junto,
temente a Deus e obediente. Isso lhes trouxe
vitórias e avanço na terra prometida.
• Em Juízes, encontramos as tribos caminhando por
si só, mas abandonando o temor do Senhor,
assumindo a cultura pagã e os falsos deuses dos
povos que ali habitavam. Por isso a paz já não era
mais contínua e os inimigos se levantaram e foram
usados por Deus para castigar e oprimir a Israel.
Estado da Nação
• Tudo começou quando o povo entrou na terra
prometida e foi ocupando seus espaços, mas
permitindo a permanência dos moradores que ali já
estavam, contrariando a ordem dada pelo Senhor.
• Algumas tribos fizeram isso por medo, outras, por
que entenderam que os povos dali eram cordiais.
• O resultado foi a degradação das tribos decorrente
da infidelidade a Deus e aceitação de falsos deuses
entre eles.
Objetivo do livro

Preservar um registo do caráter de Israel


durante o tempo em que este não tinha um
líder nacional, e enfatizar sua necessidade
de um rei teocrático.
Esboço
1. A conquista incompleta de Israel e a censura do
Senhor (de 1.1 a 2.5)

2. Os opressores e os juízes (2.6 a 16.31)

3. O retrato da corrupção de Israel


OS JUÍZES DE ISRAEL E SEUS JUIZADOS
Juízes Tribo Anos de Opressor Anos de Texto
juizado opressão
Otoniel Judá 40 Arameus 8 3.7-11
Judá Banjamim 80 Moabitas 18 3.12-30
Sangar Filisteus 3.31
Débora Efraim 40 Cananeus 20 4a5
Gideão Manassés 40 Midianitas 7 6a8
Tola Issacar 23 10.1-2
Jair Manassés 22 10.3-5
Jefté Manassés 6 Amonitas 18 10.6 - 12.7
Ibzã Judá 7 12.8-10
Elom Zebulom 10 12.11,12
Abdom Efraim 8 12.13-15
Sansão Dã 20 Filisteus 40 13 - 16
A teologia de Juízes
I. A PESSOA E O CARÁTER DE DEUS

• Yahweh é justo
Embora Juízes pinte um quadro sombrio da vida
de uma nação que se afastou dos preceitos de vida
exigidos por seu Deus, esse quadro serve para realçar
a justiça de Deus em fazer cumprir as maldições de
Sua aliança. Seu caráter santo não pode ser violado
sem consequências.
A teologia de Juízes
I. A PESSOA E O CARÁTER DE DEUS

• Yahweh é soberano
O autor menciona diversas causas pelas quais
Israel não foi capaz de efetivamente possuir toda a
terra de Canaã. Entretanto, a razão principal, parece
ser a determinação soberana de Deus em utilizar o
remanescente cananeu para provar (e reprovar) as
gerações subsequentes à conquista (3.1-4).
A teologia de Juízes

Por outro lado, o mesmo SENHOR de todas as


coisas era quem providenciava o libertador. Ou seja, a
solução dos problemas de Israel tinha sua origem no
Deus que soberanamente atraía de volta seu povo
rebelde.
A teologia de Juízes
I. A PESSOA E O CARÁTER DE DEUS

• Yahweh é misericordioso
O povo foi disciplinado conforme as estipulações
da aliança, mas isso não tornou Deus insensível ao
sofrimento e à possibilidade de que o povo viesse a ser
exterminado pelos que o oprimiam.
A constância da misericórdia de Deus é mais
comovente e impactante que a cegueira de Israel.
A teologia de Juízes
II. A ADMINISTRAÇÃO DOS PROPÓSITOS DE DEUS

1. O decreto divino de permitir o mal (3.1-4)


“São estas as nações que o Senhor deixou para, por
elas, provar a Israel, isto é, provar quantos em Israel
não sabiam de todas as guerras de Canaã. Isso tão
somente para que as gerações dos filhos de Israel
delas soubessem (para lhes ensinar a guerra), pelo
menos as gerações que, dantes, não sabiam disso:
A teologia de Juízes
cinco príncipes dos filisteus, e todos os cananeus, e
sidônios, e heveus que habitavam as montanhas do
Líbano, desde o monte de Baal-Hermom até à entrada
de Hamate. Estes ficaram para, por eles, o Senhor pôr
Israel à prova, para saber se dariam ouvidos aos
mandamentos que havia ordenado a seus pais por
intermédio de Moisés.”
A teologia de Juízes
II. A ADMINISTRAÇÃO DOS PROPÓSITOS DE DEUS

2. A promessa e/ou ações em julgar o mal


No Antigo Testamento encontramos frequentemente o
mesmo ciclo que encontramos em Juízes: desvio,
disciplina, arrependimento e libertação. Se há
disciplina para seu povo, também há para aqueles que
causaram sofrimento ao povo de Deus. O mal não fica
impune!
A teologia de Juízes
II. A ADMINISTRAÇÃO DOS PROPÓSITOS DE DEUS
3. A libertação do mal através de uma semente escolhida
Exemplos: Gideão e Sansão. Ambos envolveram uma
manifestação do anjo do Senhor e uma capacitação
especial do Espírito Santo para a tarefa a cumprir.
Ambos apresentaram suas fraquezas e inadequações
para cumprirem o chamado e erraram em seus atos,
confirmando que o chamado é de Deus, a obra é de
Deus e a capacitação também é de Deus. Isso revela
nossa total dependência Dele.
A teologia de Juízes
II. A ADMINISTRAÇÃO DOS PROPÓSITOS DE DEUS

4. O decreto de abençoar os eleitos


Observamos isso no período em que o povo era liberto
das mãos dos inimigos e, dirigidos pelos juízes,
provam de tempos de paz. O povo se afastava do
Senhor e das bençãos inerentes à obediência a Ele,
mas Deus sempre providenciou o retorno, revelando
seu decreto abençoador.
Cristo em Juízes
• A forma graciosa com que Deus levantava um
resgatador no meio do povo de Israel apontava para
o Senhor Jesus, o Rei-Salvador do seu povo.
• Juízes nos leva a reconhecer a grande necessidade
do surgimento de um Rei justo e perpétuo para o
povo de Deus. O Senhor Jesus é o Rei justo sobre
toda a terra
Citações finais
“Como Senhor da história, Deus era livre para escolher
qualquer pessoa para atuar como libertador. Do ponto de
vista humano, as escolhas divinas são surpreendentes: um
assassino (Eúde), uma mulher (Débora), um covarde
proveniente de família insignificante (Gideão), um temerário
filho de uma prostituta (Jefté) e um mulherengo (Sansão).
Muitos desses libertadores escolhidos possuíam deficiências
morais nítidas. Ainda assim, Deus os usou para salvar seu
povo. É verdade que os cristãos são chamados a fazer o
máximo para serem santos (Hb 12.14). Mas Deus é
soberano e livre para usar qualquer pessoa que escolha
para cumprir seus propósitos salvadores.” (Manual Bíblico)
“De maneira alguma os juízes são retratados como
indivíduos santos e exemplares. Eles eram líderes
temporários levantados por Deus para libertar o seu povo.
Alguns eram dignos de imitação (Otoniel e Débora). Mas
Jefté aparentemente fazia pouca ideia dos requisitos de
Yahweh e são bastante conhecidas as falhas de Sansão.
Como regra, esses juízes ilustram a graça e misericórdia de
Deus para com o seu povo. Eles não são necessariamente
exemplos de devoção a Deus.” (Descobrindo o Antigo
Testamento)
“... Deus não precisa de pessoas boas para realizar coisas
boas. Ele pode e, de fato, nos usa qualquer que seja a
condição moral ou espiritual em que nos encontremos.
Estamos descobrindo que Deus realiza suas obras mais
admiráveis usando as pessoas menos prováveis, na nossa
concepção. Se Deus encontrou uma maneira de incluir
significativamente esses líderes (“juízes”) naquilo que, como
sabemos, caminha para um desfecho glorioso, ele
certamente poderá nos usar, bem com nossos amigos e
vizinhos, muitas vezes os candidatos mais improváveis.”
(Eugene Peterson – Bíblia A Mensagem)
Abençoado final
de semana

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